1) O documento discute os cenários para os preços da energia no Brasil de 2013 a 2015, considerando novas políticas e mudanças regulatórias;
2) As apresentações abordaram os impactos da MP 579 e da Portaria 455 do MME nos preços da energia e no mercado livre;
3) Os debates trataram dos desafios do setor elétrico brasileiro em manter investimentos diante das novas medidas e incertezas climáticas e econômicas.
Cenários para os preços da energia no Brasil 2013/2015
1. 07 de novembro de 2012
CENÁRIOS PARA OS PREÇOS DA
ENERGIA NO BRASIL 2013/2015
Entenda os reflexos das novas politicas e mudanças regulatórias para a
formatação do custo da energia
São Paulo
¦Report do Encontro de Especialistas¦
2. ÍNDICE
03
04
Mensagem de
boas vindas
Sobre a Hiria
e sua missão
05 O encontro
06 Quem participou
O que falaram sobre as
12
07 apresentações e debates
09 Apoiadores
Relatório das apresentações
Artigo 10 e debates realizados
Especialista
13 Comunidade virtual
e prosseguimento
dos trabalhos
Edição 2013
REPORT • Cenários para os Preços da Energia no Brasil 2013/2015 • ¦2
3. Este encontro aconteceu em um momento extremamente oportuno em
que não apenas o setor elétrico, mas profissionais de todo pais estavam
discutindo a temática dos preços da energia no Brasil, principalmente
após divulgação da Medida Provisória 579 que trata da renovação das
concessões e de medidas para redução da carga tributária.
A conferência ofereceu um espaço para amplos debates e troca
de conhecimento entre os agentes com o objetivo de entender a
consequência das medidas para as empresas, novas oportunidades e
desafios.
Esta é a proposta da Hiria. Trabalhar constantemente em busca da
excelência para promover encontros relevantes e contribuir para o
enriquecimento de sua rede de contatos, o que acreditamos que
influenciará a concretização de seus sonhos e objetivos.
Quero convidá-lo para visitar o nosso site - www.hiria.com.br - e central
de downloads, para ter acesso a estudos setoriais e pesquisas exclusivas
que abordam temas relacionados à construção e gestão da infraestrutura
no Brasil e na América Latina.
Agradeço por fazer o download deste report.
Um abraço.
Gabriela Silva
São Paulo, Novembro de 2012
4. Ideias multiplicadas.
Futuro inteligente.
Hiria®, palavra originária do idioma basco, que significa reunião de
povos, espaço de troca de conhecimento ou o que, atualmente,
entendemos por cidade, local que favorece, por excelência, a
comunicação, a conexão e o intercâmbio de ideias entre pessoas,
grupos e organizações.
Por meio de conteúdos informativos na forma de conferências, a Hiria®
proporciona um ambiente ideal para a entrega e transferência de
conceitos sobre a construção e a gestão da infraestrutura no Brasil e na
América Latina.
Potencializamos as oportunidades de encontros de negócios entre as
lideranças da iniciativa privada, poder público e do meio acadêmico,
para a formatação e execução de decisões eficientes e sustentáveis.
Nossa missão é criar e multiplicar um acervo de conhecimento
para soluções em cidades, energia, água e resíduos, na direção da
construção de um amanhã mais inteligente.
ÁREAS DE ATUAÇÃO
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Resíduos sólidos Energia Gestão de cidades Água
5. EVENTO PREÇOS DE ENERGIA
NOVEMBRO DE 2012
110 ¦ presentes
18¦
palestrantes
especialistas
reuniões
12¦ 1 to 1
realizadas
REPORT • Cenários para os Preços da Energia no Brasil 2013/2015 • ¦5
O Encontro
6. ALGUMAS DAS MAIS DE
65 EMPRESAS PRESENTES:
REPORT • Cenários para os Preços da Energia no Brasil 2013/2015 • ¦6
O Encontro
7. O QUE FALARAM SOBRE O ENCONTRO
Foi um seminário de altíssimo nível, com a
presença de um público qualificado, onde foram
discutidos importantes fatores que afetam o custo
da energia elétrica para os próximos anos, como
a Medida Provisória 579, a Portaria 455 e o cenário Pela sua importância estratégica, econômica e
hidrológico. Parabéns a toda a equipe da Hiria pela social, o setor de energia é determinante para a
realização desse importante encontro do setor sustentabilidade do desenvolvimento brasileiro.
elétrico. O seminário Cenários de Preços para Energia
representou uma excelente oportunidade para
Alexandre Lopes
ABRACEEL que especialistas do setor pudessem dialogar,
não só apresentar suas ideias, mas também ouvir
as ansiedades e preocupações de uma plateia
majoritariamente constituída de consumidores
qualificados de energia. Tenho certeza de que
é através desses diálogos que será possível
encontrar soluções inovadoras e que construam
as bases de um novo contexto de maior
É sempre um prazer participar além de ser muito produtividade e eficiência para a indústria de
proveitoso estar rodeado de especialistas em energia e seus clientes.
qualquer que se o assunto. Em especial, quando Eduardo José Bernini
estamos falando Do assunto do momento: A TEMPO GIUSTO CONSULTORIA EMPRESARIAL
problemática que existe e que poderá persistir
e até mesmo aumentar nos próximos anos, em
relação ao sistema elétrico de nosso país. Ouvir as
opiniões de especialistas de áreas diferentes só
vieram reforçar o que nós especialistas do clima
já tínhamos em mente: A situação é extrema e
medidas externas deverão ocorrer para tentar
minimizar os efeitos da seca dos reservatórios
hidrelétricos do país.
Um evento perfeito, da organização ao
Alexandre Nascimento conteúdo. Informação de qualidade, atualizada
CLIMA TEMPO e profunda na medida certa. Parabéns aos
organizadores.
Leontina Pinto
ENGENHO PESQUISA DESENVOLVIMENTO E
CONSULTORIA
O evento foi ótimo, com excelentes
participantes e painelistas
Cristiane Cordeiro
SÓCIA FH CUNHA ADVOGADOS
REPORT • Cenários para os Preços da Energia no Brasil 2013/2015 • ¦7
O Encontro
8. PROGRAMAÇÃO REALIZADA
Quarta-feira, 07 de novembro de 2012
Eduardo José Bernini, Proprietário - TEMPO GIUSTO
CONSULTORIA EMPRESARIAL
Virginia Parente, Professora Doutora - IEE ‒ UNIVERSIDADE
DE SP
Alexandre Nascimento, Meteorologista - CLIMATEMPO
Osvaldo Luiz Leal De Moraes, Coordenador do Centro de
Previsão de Tempo e Estudos Climáticos
INPE ‒ INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS
João Carlos de Oliveira Mello, Presidente -
ANDRADE&CANELLA
NOVA PORTARIA DO MME
Leontina Pinto - Diretora Executiva - ENGENHO PESQUISA,
DESENVOLVIMENTO E CONSULTORIA
Alexandre Lopes, Assessor Técnico - ABRACEEL
Marcelo Mello, Presidente - BRIX
Victor Kodja, Presidente ‒ BBCE
CONCESSÕES ELÉTRICAS
David Waltenberg - Sócio fundador - ADVOCACIA
WALTENBERG
Nelson Fonseca Leite, Presidente ‒ ABRADEE
Carlos Faria, Presidente ‒ ANACE
CARGA TRIBUTÁRIA
David Waltenberg - Sócio fundador - ADVOCACIA
WALTENBERG
Antonio Ganim, Sócio - GANIM ADVOGADOS
ASSOCIADOS
Guilherme Berejuk, Advogado - KAERCHER E BAGGIO
ADVOGADOS
Luís Gustavo Bombo, Especialista em Assuntos Legais -
AES SUL
REPORT • Cenários para os Preços da Energia no Brasil 2013/2015 • ¦8
O Encontro
9. APOIADORES
ABIAPE - Associação Brasileira dos ABRACE ‒ ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
Investidores em Autoprodução de GRANDES CONSUMIDORES INDUSTRIAIS DE
Energia ENERGIA E DE CONSUMIDORES LIVRES
http://www.abiape.com.br http://abrace.org.br/
ABRACEEL - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA ABRATE - Associação Brasileira das ANACE - Associação Nacional dos
DOS AGENTES COMERCIALIZADORES DE Grandes Empresas de Transmissão Consumidores de Energia
ENERGIA ELÉTRICA de Energia Elétrica http://www.anacebrasil.org.br
http://www.abraceel.com.br http://www.abrate.org.br/
APINE - Associação Brasileira dos APROER - Associação Pro Energias CERPCH - Centro Nacional de
Produtores Independentes de Renovaveis Referência em Pequenas Centrais
Energia Elétrica http://www.aproer.org.br/ Hidrelétricas
http://www.apine.com.br http://www.cerpch.unifei.edu.br/
Revista GTD JORNAL DA ENERGIA Pezco Microanalysis
http://www.revistagtd.com.br/ http://www.jornaldaenergia.com.br/ http://www.pezco.com.br/pesquisa_
revista_online.php consultoria/pezco_red.html
REPORT • Cenários para os Preços da Energia no Brasil 2013/2015 • ¦9
O Encontro
10. RELATÓRIO DAS APRESENTAÇÕES
E DEBATES REALIZADOS
Quarta-feira, 07 de novembro de 2012
PAINEL: Análise Econômica dos preços contratos em vigor;
praticados e principais influências • A não aderência de todas os agentes na MP 579,
considerando fatores climáticos e o novo antecipação das concessões, pode gerar maior peso
entre os demais participantes que aderirem ao novo
pacote de medidas do governo. modelo, para que o governo mantenha a sua meta
percentual de diminuição das tarifas;
Principais pontos debatidos: • A MP 579 pode desestimular novos investimentos no
setor, visto que o setor precisa de: segurança jurídica
(cumprimento de regras preestabelecidas) e grande
• Ocorreram importantes mudanças na contratação de volume de investimento visto que os investidores não
energia, impacto da Portaria 455 MME; estão dispostos a investir grandes quantidades de
capital a taxas não atrativas de retorno;
• Outras importante mudanças ocorreram com a MP
579 que afetou fortemente as empresas geradoras e • Os investimentos em energia eólica estão crescendo,
transmissoras de energia, e por consequência impacta porém a maioria dos parques eólicos produz energia
as comercializadoras pelo viés desestimulante do abaixo das projeções iniciais;
mercado livre ACL; • PAINEL: Entenda os impactos da Portaria 455 MME para
• Setor elétrico, com essas novas medidas, passará por os preços da energia no mercado livre e como ela se
grandes desafios onde as empresas terão que buscar relaciona com as medidas anunciadas pelo governo.
novo equilíbrio econômico-financeiro para manterem • Principais pontos debatidos:
o nível de investimento necessário para manutenção • Apesar de possuir o nome de Mercado Livre, ele é
do sistema e ainda para fomentar os investimentos muito regulado, o que contradiz o próprio princípio de
em expansão exigidos. Tudo isso para que o país não funcionamento dele;
passe novamente por problemas de infraestrutura que
• Como a CCEE registrará os preços de compra de
impeçam o crescimento do PIB (apagões);
energia, visto que podem ser passadas informações
• Questão climáticas afetam diretamente o sistema incorretas sobre esse dado;
nacional, pela característica hidrotérmica, isso tem sido
• As novas regras deixarão a gestão mais complexa
um grande desafio uma vez que recorrentemente
desse mercado e podem desestimular os seus
ocorrerem secas que prejudicam o sistema e afetam o
participantes;
preço da energia vendida no país;
• Maior problema do custo da energia tem sido deixado
• Brasil possui uma baixa qualidade de estrutura para
de lado pelo governo ou pouco alterado que é a
projeção de clima, principalmente para prever
excessiva carga de impostos;
precipitações com até 2 horas de antecedência;
• Com a regra de que autoprodutores não poderão
• Dificilmente o país conseguirá criar mecanismos
mais vender seus excedentes, isso pode desestimular
de projeções de medições de ventos, no curto e
novos investimentos, além de trazer prejuízos a essas
médio prazo, para as usinas eólicas, pois a estrutura
empresas que já investiram no mercado com base nas
para clima já é pobre com falta de satélites e radares
regras anteriores que permitiam tal ação;
especializados em clima;
• Prazo de 5 anos para volta ao ambiente regulado em
• Abrangência da MP 579: 20% do parque Gerador
caso de mudança para o ambiente livre impactará
Nacional, 67% do SIN (Transmissoras) e 35% do setor de
fortemente esse processo de migração desses
Distribuição Nacional;
consumidores, ainda mais levando em consideração
• Questão da cobrança de ICMS permanece sem solução, que o benefício das renovações de concessões só
equiparando a energia com produtos supérfluos; afetará o ambiente regulado;
• Com a MP 579 os preços do ACR x ACL ficaram • 60% do PIB Nacional da indústria está hoje no
mais equilibrados, o que diminui a atratividade do ambiente livre, ou seja, não haverá ganho de
mercado livre, o que pode afetar fortemente as competitividade, pois os efeitos da MP 579 não serão
comercializadoras de energia; sentidos nesse ambiente;
• Com a MP 579, faz com as empresas do setor de • As mudanças recentes nas regras desestimulam o
geração e transmissão percam grande parte de sua ACL que possuí várias vantagens frente ao ACR, como:
geração de caixa (EBITDA), o que afeta diretamente Desindexação de Contratos, visto que esses podem ser
sua capacidade de financiamento e emissão de constantemente renegociados; competição maior de
dívida via instrumentos financeiros, afeta também preços de energia, o que aumenta a competitividade
seus covenants com as instituição financiadoras de da indústria; e ainda, o ACL trabalha como uma opção
REPORT • Cenários para os Preços da Energia no Brasil 2013/2015 • ¦ 10
O Encontro
11. ao mercado regulado na busca de menores preços exista o contínuo investimento e atratividade no setor;
de energia e a fuga do monopólio das concessões • Governo desestimula o mercado livre impedindo
possuindo grande segurança, visto que existe entrada de novos integrantes, haverá grande impacto
necessidade de lastro físico para as operações; no curto prazo, sobretudo para os consumidores
• Críticas a Portaria 455 MME: Proposta não teve Nota especiais;
Técnica; não foram publicadas as contribuições • Autoprodutores foram muito prejudicados com a
dos agentes e não foram publicadas as análise das proibição de venda de energia excedente;
contribuições.
• Pela principio da Isonomia as cotas da usinas
• MP 579 diminui muito a atratividade do ACL frente ao depreciadas devem ser estendidas ao ACL, uma vez que
ACR, projeções mostram que para aproximadamente esse ajudou a pagar por elas no passado;
3p.p de diferença no preço, se houver a extensão de
• Mais uma vez enfatizado que os geradores e
benefícios da MP 579 para o ACL essa diferença voltará
comercializadores serão os grandes impactados com
para cerca de 10p.p;
essas mudanças, desestimulando o mercado livre;
• Apresentações de dados históricos de negociações
nas plataformas eletrônicas mostram que ainda existirá
grandes oportunidades no mercado livre, preço da
PLD tem se mantido historicamente em uma faixa de
preços atrativa para o ACL, mesmo considerando o
novo pacote de medidas do governo e a redução de
preços no ACR;
• Existem e existirão outros mecanismos de arbitragem
nas plataformas eletrônicas que permitirão aos
participantes se adequarem as novas medidas e
realidade do mercado;
PAINEL: Entenda os impactos das regras
de renovação das concessões para o preço
da energia e a posição dos concessionários
mediante condições estabelecidas pelo
governo.
Principais pontos debatidos:
• Embora não tenha ocorrido impacto direto nas
empresas de distribuição de energia com a MP 579,
elas já vêm dando sua parcela de contribuição na
diminuição das tarifas por meio dos ciclos de revisão
tarifária periódica;
• A parcela da tarifa destinada as empresas de
distribuição tem caído por efeitos das revisões tarifárias:
1° ciclo 25%, 2° ciclo 23% e 3°ciclo 18%. Enquanto
que a parcela de tributos e encargos tem crescido
constantemente;
• Existe grande espaço na redução das tarifas via
redução de tributos e encargos, onde o peso é maior,
o que seria mais facilmente repassado ao consumidor
final;
• Mudança na forma de incidência da PIS/CONFINS
reduziria de imediato a tarifa em 6%, segundo estudos
da ABRADEE;
• Carga de ICMS contribui para o preço elevado das
tarifas;
• Desindexação já ocorre, devido a parcela B, o Fator X Imagens do
e os ganhos de produtividade que são repassados ao Encontro
consumidor;
• Segurança jurídica do setor deve prevalecer para que
REPORT • Cenários para os Preços da Energia no Brasil 2013/2015 • ¦ 11
O Encontro
12. Artigo de palestrante
E Agora, José?
15 de setembro de 2012
Eduardo José Bernini ‒ O Estado de S.Paulo
Passada a justa euforia da sociedade com as medidas Eduardo José Bernini
anunciadas pelo governo para a redução do custo da energia TEMPO GIUSTO
elétrica ‒ uma decisão corajosa e por muito tempo adiada CONSULTORIA EMPRESARIAL
-, um sentimento de insegurança se espalha entre analistas, www.tempogiusto.com.br
investidores e economistas. A pergunta que está no ar: até
que ponto o esforço para o ajuste macroeconômico, com o
de capital (WACC), do qual resulta a remuneração à distribuidora.
qual todos concordam, considera o risco de desorganização
A remuneração cobre as amortizações, o custo financeiro e o
microeconômica de setores essenciais para o crescimento,
retorno aos acionistas. O argumento foi que as distribuidoras ‒ não
como o de energia elétrica?
todas, mas as mais eficientes ‒ estavam distribuindo dividendos
excessivos e reinvestindo pouco. Além disso, que o risco é
O aspecto mais visível desse sentimento foi a queda dos
pequeno, uma vez que o negócio é maduro e não tem desafios
papéis das elétricas nas bolsas de valores após o anúncio
tecnológicos. Mas faltaram respostas a duas perguntas: por que
da Medida Provisória 579 ‒ fato que apenas destampou
o pagamento de dividendos estava tão alto? É fato que não há
a panela de pressão submetida a fogo brando. Ainda que
desafios tecnológicos na distribuição de energia elétrica?
não possa ser o único indicador, com esse comportamento
ansioso o mercado de capitais expressou dúvidas quanto
A distribuição de dividendos acelerou-se porque o estímulo ao
à sustentabilidade econômica, no médio e no longo prazos,
reinvestimento é baixo, seja porque o custo de oportunidade em
das empresas do setor. Dúvida surgida ainda em 2011, após o
alternativas concorrentes é maior, seja porque a modernização
leilão para novos empreendimentos de geração, e acentuada
da rede envolve riscos diferentes dos da operação de uma rede
no 3.º Ciclo de Revisão Tarifária das distribuidoras ao longo dos
madura sem surpresas e imprevistos . Mas sem a modernização
últimos meses.
da rede de distribuição não será possível atingir padrões de
qualidade compatíveis com os requeridos por qualquer nação
Entre 2004 e 2011 o setor elétrico viveu um ciclo virtuoso de
desenvolvida.
estabilidade e investimento. O modelo, baseado em leilões
para contratação de energia e em contratos com clareza
O Brasil conquistou boa reputação de planejamento no uso dos
jurídica adequados ao equilíbrio econômico-financeiro e à
recursos naturais. Temos uma matriz energética limpa e o avanço
garantia de liquidação de recebíveis, criou condições para
em pequenas centrais hidrelétricas e parques eólicos demonstra
a capitalização e o financiamento de projetos. Sem dúvida,
ser possível combinar capitais privados com eficiência de gestão,
um sucesso que permitiu que os riscos de suprimento,
desde que as condições de retorno sejam justas. Ao mesmo
devidamente monitorados, viessem a ser minimizados, por
tempo, há um custo final da energia elétrica indecoroso, fruto da
meio de investimentos públicos e privados.
perversa tributação e do sistema de encargos ineficiente e pouco
transparente (mesmo para especialistas em contas públicas e em
O leilão de 2011, porém, foi um sinal de alerta. Surgiram
regulação econômica).
dúvidas sobre qual teria sido a taxa de retorno nos lances
vencedores dos proponentes mais agressivos. A taxa de retorno
Estamos falhando em ver o óbvio: falta o incentivo econômico que
real é fundamental para avaliar dois tipos de riscos em projetos
harmonize o planejamento físico da expansão e modernização do
de investimento: a entrega do bem no prazo e nas condições
setor elétrico ‒ necessário a um ciclo de crescimento econômico
pactuadas e a remuneração do custo de oportunidade. Em outras
e social sustentável ‒ com o retorno compatível com o risco dos
palavras, a garantia de que o empreendimento terá reservas
investimentos previstos, públicos e privados.
para fazer frente aos imprevistos característicos das fases de
implantação. Foi este último aspecto que acendeu a luz amarela:
Alinhar os custos de energia elétrica a patamares que apoiem
as estimativas, com certo grau de imprecisão, apontaram para
a competitividade da economia brasileira é imprescindível. Mas
retornos inferiores ao custo de oportunidade. Portanto, nem era o
a história do setor elétrico nos anos 1970 e 1980 é um exemplo
caso de estimar as contingências para surpresas e imprevistos .
que não pode ser repetido: a combinação de tarifas irreais com
estatização, que resultou na deterioração econômica e financeira
Mesmo diante da significativa redução nas taxas de juros ‒ outra
das concessionárias, é uma lição da qual os contribuintes não
decisão corajosa e necessária ‒ a determinação da taxa de retorno
deveriam esquecer-se.
adequada para investimentos em infraestrutura no Brasil não é
uma tarefa trivial. A dificuldade começa na base, ou seja, qual a
É certo que o Brasil está bem melhor do que foi: o desequilíbrio
taxa livre de riscos. A suposição de que seja a taxa real paga pelos
econômico-financeiro que levou à degradação da qualidade da
títulos públicos de longo prazo não é consenso. A soma dos riscos
energia elétrica na década perdida é intolerável para o Brasil
intrínsecos a cada modalidade de investimento na infraestrutura
contemporâneo. Vivemos num mundo competitivo e repleto de
mostra que custo Brasil é um mosaico, com agravantes
exemplos da importância da adoção de inovações tecnológicas.
diferenciados por segmento.
Cadeias produtivas sustentáveis e eficientes, no sentido ambiental,
econômico e social, alargaram a essencialidade da energia elétrica.
A dúvida quanto à taxa de retorno foi fortalecida ao longo do
E a combinação de ambas é um fator crítico de sucesso. Não dar
3.º Ciclo de Revisão Tarifária. Para atingir a meta de mitigação
a devida atenção às condições de retorno justo que viabilizem o
tarifária foi aplicada uma redução no custo médio ponderado
investimento na infraestrutura elétrica poderá custar muito caro.
REPORT • Cenários para os Preços da Energia no Brasil 2013/2015 • ¦ 12
Artigo
13. COMUNIDADE VIRTUAL
E PROSSEGUIMENTO DOS TRABALHOS
A Hiria formatou uma arena de debates em suas
mídias eletrônicas, o convidamos a visitá-las: www.hiria.com.br
+55 (11) 5093-7847
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twitter.com/hiriainfo
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EDIÇÃO 2013
O processo de pesquisa para a edição 2013 deste encontro teve inicio já
no dia 07 de novembro. O objetivo é que o conteúdo esteja cada vez mais
alinhado com a as necessidades e expectativas do mercado. Para contribuir
com este processo, por favor, entre em contato comigo pelo e-mail
gabriela.silva@hiria.com.br ou pelo telefone 11 5041-8609.
Caso tenha interesse em conhecer as possibilidades de apoio e patrocínio
da edição 2013, envie um e-mail para ricardo.simon@hiria.com.br
Estamos em processo de produção de outros estudos e encontros setoriais
que envolvem questões relacionadas à energia, você pode se manter
atualizado visitando o nosso website: www.hiria.com.br
Se preferir, envie um e-mail para contato@hiria.com.br
ou ligue para 55 11 5093-7847
REPORT • Cenários para os Preços da Energia no Brasil 2013/2015 • ¦ 13
Comunidade Virtual e Edição 2013
14. QUEM ORGANIZOU
Gabriela Silva
Graduada em Relações Públicas, atua há sete anos com pesquisa de Mercado
no Brasil e na America Latina para o desenvolvimento de conferências,
encontros de negócios e relatórios setoriais.
Trabalhou em multinacionais como IQPC, Informa Group e Reed Exhibition no
desenvolvimento de mais de 70 projetos nas áreas de energia, infraestrutura,
petróleo e Gás.
Possui experiência com pesquisa e análise de mercado, identificação de
demandas e estruturação de conteúdos técnicos, além de gestão de
parcerias com executivos, mídias especializadas e associações de classe para o
desenvolvimento de encontros nacionais e internacionais.
Na Hiria trabalha com pesquisa e estruturação de conteúdos para encontros
focados em temas estratégicos, além de produção de estudos setoriais e
planejamento de marketing e vendas.
Report elaborado por Carlos Werlang Lebelein
Formado em Direito e Economia, filiado ao CORECON, MBA em Gestão de
Riscos.
Começou sua carreira de Consultoria em 2003 na Ernst & Young onde
participou de vários projetos em concessionários do setor Público além
de serviços para as agências reguladoras ANATEL e ANEEL. Para ANATEL
participou de trabalhos de apoio à fiscalização em empresas como Brasil
Telecom, GVT e Sercomtel. Na ANEEL participou de trabalhos de fiscalização
na Comercializadora Brasileira de Energia Emergencial - CBEE (2005) e nas
empresas do Grupo Rede (2006). No Grupo Enron, atual Ashmore Energy, foi
responsável pelos trabalhos de consultoria de processos, gestão de riscos
e regulação com a legislação do setor energético, por mais de 3 anos nas
empresas do grupo; Elektro em Campinas, Pantanal Energia e Gás Ocidente
(Cuiabá) e Gás Oriente (Bolívia). Ainda na Ernst & Young participou de
trabalhos de Gestão de Riscos e regulação nas empresas do Grupo COPEL
(COPEL e Compagás). Em 2007 juntou-se ao Grupo Brascan, atual grupo
Brookfield com mais R$ 18 bilhões em ativos no Brasil, onde foi Coordenador
de Auditoria das várias empresas do grupo incluindo permissionárias e
concessionárias controladas pela Brookfield Energia Renovável especializada
na geração de energia através de PCHs e UHEs (dententora de mais de 35
usinas no país) e da empresa florestal do Grupo, maior empresa do setor
no Sul do país. Ainda pelo Grupo Brookfield foi membro do Comitê de
Auditoria da Funcoge, representando a empresa do setor de Energia do
grupo. Participou ainda de diversos trabalhos, principalmente, na Brookfield
Incorporadora (empresa sediada no Rio de Janeiro e listada na Bolsa de
Valores de São Paulo).
REPORT • Cenários para os Preços da Energia no Brasil 2013/2015 • ¦ 14
Personagens