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AVALIAÇÃO DE TESTES
DE DIAGNÓSTICO
Profa. Maria Regina Alves Cardoso
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Interpretação dos testes diagnósticos:
“Teste diagnóstico”
Concebido como um teste laboratorial,
mas também se aplica à informação
clínica obtida na história, exame físico
ou raio x.
 Para a decisão sobre os resultados dos
testes, os dados são geralmente
transformados em dicotômicos
 presente/ausente;
 anormal/normal;
 doente/sadio
Estabelecer um diagnóstico é um
processo imperfeito:
 probabilidade e não certeza
Assim, a possibilidade de um paciente ter
a doença é expressa como probabilidade
MEDINDO A ACURÁCIA DE MÉTODOS DE
DETECÇÃO E DE CLASSIFICAÇÃO
Estas medidas podem ser usadas na detecção /
classificação de qualquer entidade: uma doença, uma
exposição ou qualquer característica.
São medidas importantes para seleção e
interpretação de testes de diagnóstico usados na
prática clínica.
Uma avaliação segura da verdade:
 Serve para comparar com o teste em questão e
avaliar sua exatidão.
Frequentemente difícil de ser
encontrado
Teste padrão (“padrão ouro”)
 O uso de testes mais simples que o
padrão-ouro é feito, sabendo-se que
isso resulta em certo risco de
diagnóstico incorreto
 Tal risco é justificado pela segurança e
conveniência do teste mais simples
SENSIBILIDADE E ESPECIFICIDADE
 A sensibilidade e a especificidade
são propriedades de um teste para
a tomada de decisão sobre pedir ou
não um teste.
VALIDADE = ACURÁCIA
é a capacidade de medir aquilo que se propõe a
medir
CONFIABILIDADE = PRECISÃO
é a capacidade de fornecer os mesmos resultados
quando repetido
INSTRUMENTO PARA MENSURAÇÃO
SENSIBILIDADE: é a capacidade do teste de
identificar corretamente os indivíduos que
possuem a doença (casos)
ESPECIFICIDADE: é a capacidade do teste de
identificar corretamente os indivíduos que
não possuem a doença (não-casos)
VALIDADE
PRECISÃO
• Reprodutibilidade dos testes
 Independente da Sensibilidade e Especificidade do teste,
se os resultados não podem ser reproduzidos, seu valor e
utilidade serão mínimos
 Variação intra sujeitos
 Variação intra observador
 Variação inter observador
PRECISÃO
• Reprodutibilidade dos testes
 Variação intra sujeitos (entre os sujeitos
individualmente)
 Os valores obtidos da medição de várias características
humanas variam ao longo do tempo e mesmo durante um
curto período. Ex: pressão sanguínea durante 24 horas.
A variabilidade ao longo do dia pode ser considerável e sob
as condições nas quais ela é medida. Ex: pós-prandial, pós-
exercício.
PRECISÃO
• Reprodutibilidade dos testes
 Variação intra observador
 Variações na interpretação em momentos distintos
Ex: Radiologista que avalia as mesmas radiografias em
dois momentos diferentes
 Variação inter observador
 Dois observadores podem não produzir o mesmo
resultado
ERRO SISTEMÁTICO
Validade
 Pré-analítico
• referentes à amostra
• identificação
• condições: hemolisado, lipêmico, contaminado
• manipulação
• transporte
• conservação
 Analítico
• troca de amostra
• pipetagem
• equipamentos
• manutenção
• utilização
• reagentes
• validade/qualidade
• diluição
• troca
ERRO SISTEMÁTICO
Validade
ERRO SISTEMÁTICO
Validade
 Pós-analítico
• referentes ao resultado
• cálculo e interpretação
• transcrição
• troca
SITUAÇÃO HIPOTÉTICA
DOENTESNÃO DOENTES
Doentes Não-doentes
Positivo a b
Negativo c d
SITUAÇÃO REAL
Doentes Não-doentes
Positivo a
Negativo dc
b
SITUAÇÃO REAL
ACASO E VIÉS
VIÉS é um erro sistemático
 Está ligado à validade do estudo.
 Processo que faz com que as
observações difiram
sistematicamente dos valores
reais.
 Quando é possível , faz-se
prevenção do viés.
 Quando é inevitável, faz-se
controle ou estimativas.
ERRO ALEATÓRIO é devido ao
acaso
 Está ligado à precisão.
 Refletem variação amostral e dizem
respeito à inferência estatística
acerca da população da qual a
amostra foi retirada.
 A inferência estatística não se
relaciona diretamente à validade.
 Um estudo pode ser preciso e
mesmo assim apresentar erros
sistemáticos que o invalidam.
Avaliação de Testes de
Diagnóstico
 Precisão = Reprodutibilidade (erro aleatório)
 Validade = Acurácia (erro sistemático)
SENSIBILIDADE: é a capacidade do teste de
identificar corretamente os indivíduos que
possuem a doença (casos)
ESPECIFICIDADE: é a capacidade do teste de
identificar corretamente os indivíduos que
não possuem a doença (não-casos)
VALIDADE
SENSIBILIDADE (acurácia na classificação de casos) = a/(a+c)
ESPECIFICIDADE (acurácia na classificação de não-casos) = d/(b+d)
a b (a + b)
c d (c + d)
(a + c) (b + d) n
Verdade
Teste
+
-
+ -
(testes positivos)
(testes negativos)
(casos) (não-casos)
SENSIBILIDADE
exemplo
100 indivíduos infectados
Sensibilidade de 97%
detecta
97 indivíduos infectados
3 indivíduos infectados com teste negativo
falsos negativos
Um teste sensível
raramente deixa de
encontrar pessoas doentes
ESPECIFICIDADE
exemplo
100 indivíduos não infectados
especificidade de 95%
“identifica”
95 indivíduos não infectados
5 indivíduos não infectados com teste positivo
falsos positivos
Um teste específico
raramente classificará
erroneamente pessoas
sadias como doentes
SENSIBILIDADE = 80/100 = 80%
ESPECIFICIDADE = 800/900 = 89%
80 100 180
20 800 820
100 900 1000
Verdade
Teste
+
-
+ -
Exemplo: uma população de 1000 indivíduos dos quais 100 possuem
uma doença e 900 não a possuem
ALTA SENSIBILIDADE: uma condição que tem
consequências graves se não tratada, mas que pode
ser tratada com sucesso se o caso for detectado
precocemente (evitar falsos negativos)
ALTA ESPECIFICIDADE: uma condição que implica
em procedimentos invasivos, delicados, caros para
confirmar o diagnóstico ou para tratar
(evitar falsos positivos)
SEQUENCIAL : Uso de A e depois de B

aumento da especificidade
TESTE SEQUENCIAL E SIMULTÂNEO
SIMULTÂNEO : Uso de A e B ao mesmo tempo

aumento da sensibilidade
SENSIBILIDADE = 144/200 = 72%
ESPECIFICIDADE = (480+288)/800 = 96%
160 320 480
40 480 520
200 800 1000
+
-
+ -
Teste A: sensibilidade = 80%; especificidade = 60%
Teste B: sensibilidade = 90%; especificidade = 90%
144 32 176
16 288 304
160 320 480
+
-
Teste B
Teste A
SEQUENCIAL:
Redução da sensibilidade:
Indivíduos com resultados positivos em ambos os
testes são considerados positivos
Aumento da especificidade:
Indivíduos com resultados negativos em um dos testes
são considerados negativos
TESTE SEQUENCIAL
 Mais barato (apenas os positivos são
retestados)
 Menor uso de testes, porque avaliação
adicional depende dos resultados anteriores
TESTE SEQUENCIAL
SENSIBILIDADE = (144+16+36)/200 = 98%
+
-
Teste A Teste B
SIMULTÂNEO:
Teste positivo
Testes A e B Somente A Somente B
144 16 36
Um ou ambos os testes foram positivos
(200x0,80x0,90) {160-(160x0,90)} {180-(180x0,80)}
  
160 320 480
40 480 520
200 800 1000
180 80 260
20 720 740
200 800 1000
+
-
Teste A: sensibilidade = 80%; especificidade = 60%
Teste B: sensibilidade = 90%; especificidade = 90%
144 16 160
36 4 40
180 20 200
Teste A
Teste B
+
-
+ -
ESPECIFICIDADE = 432/800 = 54%
SIMULTÂNEO:
Teste negativo
Testes A e B
432
Ambos os testes precisam ser negativos
(800x0,60x0,90)

Teste A: sensibilidade = 80%; especificidade = 60%
Teste B: sensibilidade = 90%; especificidade = 90%
+
-
Teste A Teste B
160 320 480
40 480 520
200 800 1000
180 80 260
20 720 740
200 800 1000
+
-
Aumento da sensibilidade:
Indivíduos com resultados positivos em um ou ambos
os testes são considerados positivos
Redução da especificidade:
Indivíduos com resultados negativos em ambos os
testes são considerados negativos
Indivíduos com resultados negativos em somente um
teste são considerados positivos
TESTE SIMULTÂNEO
Usado quando:
 necessidade de abordagem rápida
 necessidade de aumentar sensibilidade de
teste pouco sensível
 dificuldade de retorno do paciente
 prevalência é alta
TESTE SIMULTÂNEO
VALOR PREDITIVO POSITIVO: Se o teste é
positivo, qual a probabilidade da doença estar
presente?
VALOR PREDITIVO NEGATIVO: Se o teste é
negativo, qual a probabilidade da doença estar
ausente?
VALIDADE
VALOR PREDITIVO POSITIVO = 80/180 = 44%
VALOR PREDITIVO NEGATIVO = 800/820 = 98%
80 100 180
20 800 820
100 900 1000
Verdade
Teste
+
-
+ -
Exemplo: uma população de 1000 indivíduos dos quais 100 possuem
uma doença e 900 não a possuem
Doentes Não-
doentes
Positivo Verdadeiro
positivo
Falso
positivo
Negativo falso
negativo
Verdadeiro
negativo
sensibilidade especificidade
valor preditivo
positivo
valor preditivo
negativo
Resumindo...
 sensibilidade –  falso negativo  especificidade –  falso positivo
Prevalência da doença na população específica
Especificidade do teste
O Valor Preditivo Positivo de um teste
inicial depende:
Teste Doente Não
Doente
Total VP+
+ 99 495 594 17%
- 1 9.405 9.406
Total 100 9.900 10.000
Teste Doente Não
Doente
Total VP+
+ 495 475 970 51%
- 5 9.025 9.030
Total 500 9.500 10.000
P = 1%
P = 5%
Sensibilidade = 99%; Especificidade = 95%
Influência da prevalência da doença no VP+
Teste Doente Não
Doente
Total VP -
+ 99 495 594 99,9%
- 1 9.405 9.406
Total 100 9.900 10.000
Teste Doente Não
Doente
Total VP -
+ 495 475 970 99,9%
- 5 9.025 9.030
Total 500 9.500 10.000
P = 1%
P = 5%
Sensibilidade = 99%; Especificidade = 95%
Influência da prevalência da doença no VP-
Prevalência = 50%
Sensibilidade = 50%
Especificidade = 50%
VP+ = 250/250 = 50%
VP- = 250/250 = 50%
Relação da Especificidade com Valor Preditivo - I
250 250
250 250
+
+ -
-
Doença
Teste
500 500
500
500
1.000
Prevalência = 20%
Sensibilidade = 50%
Especificidade = 50%
VP+ = 100/500 = 20%
VP- = 400/500 = 80%
Relação da Especificidade com Valor Preditivo - II
100 400
100 400
+
+ -
-
Doença
Teste
200 800
500
500
1.000
Prevalência = 20%
Sensibilidade = 90%
Especificidade = 50%
VP+ = 180/580 = 31%
VP- = 400/420 = 95%
Relação da Especificidade com Valor Preditivo - III
180 400
20 400
+
+ -
-
Doença
Teste
200 800
580
420
1.000
Prevalência = 20%
Sensibilidade = 50%
Especificidade = 90%
VP+ = 100/180 = 56%
VP- = 720/820 = 88%
Relação da Especificidade com Valor Preditivo - IV
100 80
100 720
+
+ -
-
Doença
Teste
200 800
180
820
1.000
ESCOLHA DO TESTE
 Custo
 Complexidade
 Padronizável
 Precisão
 Validade
 Aceitabilidade
ESCOLHA DO TESTE
Depende dos objetivos
• RASTREAMENTO (TRIAGEM):  SENSIBILIDADE
• CONFIRMATÓRIO:  ESPECIFICIDADE
RESULTADOS CONTÍNUOS
Balanço entre sensibilidade e especificidade:
É necessário encontrar um ponto de corte que
separe normal de anormal.
A escolha entre um ponto de
corte alto ou baixo depende da
importância que nós damos aos
falsos positivos e falsos negativos
para a doença em questão
Ponto de corte com o mínimo de erro possível
Alterando o ponto de corte...
Redução  aumento da sensibilidade
Alterando o ponto de corte...
Elevação  aumento da especificidade
Diabéticos Não Diabéticos
Elevada
Glicemia
Baixa
Diabéticos Não Diabéticos
Elevada
Glicemia
Baixa
5 2
15 18
20 20
Diab. Não Diab
S=5/20=0,25
E=18/20=0,90
Diabéticos Não Diabéticos
Elevada
Glicemia
Baixa
17 14
3 6
20 20
Diab. Não Diab
S=17/20=0,85
E=6/20=0,30
Maneira de expressar a relação entre
Sensibilidade e Especificidade
Curva de ROC (receiver operator characteristic)
Sensibilidade
Taxa de
Verdadeiro +
100%
0%
1- Especificidade
Taxa de Falso +
Especificidade
100%
Ajuda a selecionar
o melhor ponto de
corte
Especialmente
úteis para
comparar ≠ testes
diagnósticos
Nível glicêmico
pós-prandial
Sensibilidade
(%)
Especificidade
(%)
70 98,6 8,8
80 97,1 25,5
90 94,3 47,6
100 88,6 69,8
110 85,7 84,1
120 71,4 92,5
130 64,3 96,9
140 57,1 99,4
150 50,0 99,6
160 47,1 99,8
170 42,9 100
180 38,6 100
190 34,3 100
200 27,1 100
Receiver operator characteristic (ROC)
 A curva ROC auxilia a decidir onde se
localiza o melhor ponto de corte.
 A não ser que exista uma razão clínica para
minimizar resultados falso-negativos ou
falso-positivos, o melhor ponto de corte
fica no "ombro" da curva.
O objetivo principal de um
laboratório de diagnóstico é produzir
resultados rápidos, utilizando
métodos sensíveis e específicos e,
obviamente, padronizados
O Mini-Exame do Estado Mental (MEEM), elaborado por Folstein et
al (1975) permite a avaliação da função cognitiva e rastreamento de
quadros demenciais.
Lourenço RA; Veras RP. Mini-Exame do Estado Mental: características
psicométricas em idosos ambulatoriais. Rev Saúde Pública. 40(4) 2006
[ahead of print]
 Amostra: 306 indivíduos com 65 anos ou mais.
“Teste-de-referência" para o diagnóstico da síndrome demencial:
opinião do especialista, fundamentada na consulta clínica estruturada e
no desempenho do paciente no teste neuropsicológico (Cambridge
Cognitive Examination - Revised - CAMCOG-R) .
78 indivíduos identificados como demenciados.
A avaliação de desempenho no MEEM mostrou os
seguintes valores no ponto de corte 23/24:
sen=80,8%, esp=65,3%, VPpos=44,7% e VPneg =90,7%.
Porém, na população total, um ponto de corte de maior
equilíbrio seria 22/23:
sen=75,6%, esp=71,1%, VPpos=47,6% e VPneg=89,4%.
As aparências para a mente são de
quatro tipos:
 as coisas ou são o que parecem ser;
 ou não são, nem parecem ser;
 ou são e não parecem ser;
 ou não são, mas parecem ser.
Posicionar-se corretamente frente a todos
esses casos é a tarefa do homem sábio.
Epictetus, Século II d.C.
FIM

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  • 1. AVALIAÇÃO DE TESTES DE DIAGNÓSTICO Profa. Maria Regina Alves Cardoso UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
  • 2. Interpretação dos testes diagnósticos: “Teste diagnóstico” Concebido como um teste laboratorial, mas também se aplica à informação clínica obtida na história, exame físico ou raio x.
  • 3.  Para a decisão sobre os resultados dos testes, os dados são geralmente transformados em dicotômicos  presente/ausente;  anormal/normal;  doente/sadio
  • 4. Estabelecer um diagnóstico é um processo imperfeito:  probabilidade e não certeza Assim, a possibilidade de um paciente ter a doença é expressa como probabilidade
  • 5. MEDINDO A ACURÁCIA DE MÉTODOS DE DETECÇÃO E DE CLASSIFICAÇÃO Estas medidas podem ser usadas na detecção / classificação de qualquer entidade: uma doença, uma exposição ou qualquer característica. São medidas importantes para seleção e interpretação de testes de diagnóstico usados na prática clínica.
  • 6. Uma avaliação segura da verdade:  Serve para comparar com o teste em questão e avaliar sua exatidão. Frequentemente difícil de ser encontrado Teste padrão (“padrão ouro”)
  • 7.  O uso de testes mais simples que o padrão-ouro é feito, sabendo-se que isso resulta em certo risco de diagnóstico incorreto  Tal risco é justificado pela segurança e conveniência do teste mais simples
  • 8. SENSIBILIDADE E ESPECIFICIDADE  A sensibilidade e a especificidade são propriedades de um teste para a tomada de decisão sobre pedir ou não um teste.
  • 9. VALIDADE = ACURÁCIA é a capacidade de medir aquilo que se propõe a medir CONFIABILIDADE = PRECISÃO é a capacidade de fornecer os mesmos resultados quando repetido INSTRUMENTO PARA MENSURAÇÃO
  • 10. SENSIBILIDADE: é a capacidade do teste de identificar corretamente os indivíduos que possuem a doença (casos) ESPECIFICIDADE: é a capacidade do teste de identificar corretamente os indivíduos que não possuem a doença (não-casos) VALIDADE
  • 11. PRECISÃO • Reprodutibilidade dos testes  Independente da Sensibilidade e Especificidade do teste, se os resultados não podem ser reproduzidos, seu valor e utilidade serão mínimos  Variação intra sujeitos  Variação intra observador  Variação inter observador
  • 12. PRECISÃO • Reprodutibilidade dos testes  Variação intra sujeitos (entre os sujeitos individualmente)  Os valores obtidos da medição de várias características humanas variam ao longo do tempo e mesmo durante um curto período. Ex: pressão sanguínea durante 24 horas. A variabilidade ao longo do dia pode ser considerável e sob as condições nas quais ela é medida. Ex: pós-prandial, pós- exercício.
  • 13. PRECISÃO • Reprodutibilidade dos testes  Variação intra observador  Variações na interpretação em momentos distintos Ex: Radiologista que avalia as mesmas radiografias em dois momentos diferentes  Variação inter observador  Dois observadores podem não produzir o mesmo resultado
  • 14. ERRO SISTEMÁTICO Validade  Pré-analítico • referentes à amostra • identificação • condições: hemolisado, lipêmico, contaminado • manipulação • transporte • conservação
  • 15.  Analítico • troca de amostra • pipetagem • equipamentos • manutenção • utilização • reagentes • validade/qualidade • diluição • troca ERRO SISTEMÁTICO Validade
  • 16. ERRO SISTEMÁTICO Validade  Pós-analítico • referentes ao resultado • cálculo e interpretação • transcrição • troca
  • 17. SITUAÇÃO HIPOTÉTICA DOENTESNÃO DOENTES Doentes Não-doentes Positivo a b Negativo c d
  • 20. ACASO E VIÉS VIÉS é um erro sistemático  Está ligado à validade do estudo.  Processo que faz com que as observações difiram sistematicamente dos valores reais.  Quando é possível , faz-se prevenção do viés.  Quando é inevitável, faz-se controle ou estimativas. ERRO ALEATÓRIO é devido ao acaso  Está ligado à precisão.  Refletem variação amostral e dizem respeito à inferência estatística acerca da população da qual a amostra foi retirada.  A inferência estatística não se relaciona diretamente à validade.  Um estudo pode ser preciso e mesmo assim apresentar erros sistemáticos que o invalidam.
  • 21. Avaliação de Testes de Diagnóstico  Precisão = Reprodutibilidade (erro aleatório)  Validade = Acurácia (erro sistemático)
  • 22. SENSIBILIDADE: é a capacidade do teste de identificar corretamente os indivíduos que possuem a doença (casos) ESPECIFICIDADE: é a capacidade do teste de identificar corretamente os indivíduos que não possuem a doença (não-casos) VALIDADE
  • 23. SENSIBILIDADE (acurácia na classificação de casos) = a/(a+c) ESPECIFICIDADE (acurácia na classificação de não-casos) = d/(b+d) a b (a + b) c d (c + d) (a + c) (b + d) n Verdade Teste + - + - (testes positivos) (testes negativos) (casos) (não-casos)
  • 24. SENSIBILIDADE exemplo 100 indivíduos infectados Sensibilidade de 97% detecta 97 indivíduos infectados 3 indivíduos infectados com teste negativo falsos negativos Um teste sensível raramente deixa de encontrar pessoas doentes
  • 25. ESPECIFICIDADE exemplo 100 indivíduos não infectados especificidade de 95% “identifica” 95 indivíduos não infectados 5 indivíduos não infectados com teste positivo falsos positivos Um teste específico raramente classificará erroneamente pessoas sadias como doentes
  • 26. SENSIBILIDADE = 80/100 = 80% ESPECIFICIDADE = 800/900 = 89% 80 100 180 20 800 820 100 900 1000 Verdade Teste + - + - Exemplo: uma população de 1000 indivíduos dos quais 100 possuem uma doença e 900 não a possuem
  • 27. ALTA SENSIBILIDADE: uma condição que tem consequências graves se não tratada, mas que pode ser tratada com sucesso se o caso for detectado precocemente (evitar falsos negativos) ALTA ESPECIFICIDADE: uma condição que implica em procedimentos invasivos, delicados, caros para confirmar o diagnóstico ou para tratar (evitar falsos positivos)
  • 28. SEQUENCIAL : Uso de A e depois de B  aumento da especificidade TESTE SEQUENCIAL E SIMULTÂNEO SIMULTÂNEO : Uso de A e B ao mesmo tempo  aumento da sensibilidade
  • 29. SENSIBILIDADE = 144/200 = 72% ESPECIFICIDADE = (480+288)/800 = 96% 160 320 480 40 480 520 200 800 1000 + - + - Teste A: sensibilidade = 80%; especificidade = 60% Teste B: sensibilidade = 90%; especificidade = 90% 144 32 176 16 288 304 160 320 480 + - Teste B Teste A SEQUENCIAL:
  • 30. Redução da sensibilidade: Indivíduos com resultados positivos em ambos os testes são considerados positivos Aumento da especificidade: Indivíduos com resultados negativos em um dos testes são considerados negativos TESTE SEQUENCIAL
  • 31.  Mais barato (apenas os positivos são retestados)  Menor uso de testes, porque avaliação adicional depende dos resultados anteriores TESTE SEQUENCIAL
  • 32. SENSIBILIDADE = (144+16+36)/200 = 98% + - Teste A Teste B SIMULTÂNEO: Teste positivo Testes A e B Somente A Somente B 144 16 36 Um ou ambos os testes foram positivos (200x0,80x0,90) {160-(160x0,90)} {180-(180x0,80)}    160 320 480 40 480 520 200 800 1000 180 80 260 20 720 740 200 800 1000 + - Teste A: sensibilidade = 80%; especificidade = 60% Teste B: sensibilidade = 90%; especificidade = 90%
  • 33. 144 16 160 36 4 40 180 20 200 Teste A Teste B + - + -
  • 34. ESPECIFICIDADE = 432/800 = 54% SIMULTÂNEO: Teste negativo Testes A e B 432 Ambos os testes precisam ser negativos (800x0,60x0,90)  Teste A: sensibilidade = 80%; especificidade = 60% Teste B: sensibilidade = 90%; especificidade = 90% + - Teste A Teste B 160 320 480 40 480 520 200 800 1000 180 80 260 20 720 740 200 800 1000 + -
  • 35. Aumento da sensibilidade: Indivíduos com resultados positivos em um ou ambos os testes são considerados positivos Redução da especificidade: Indivíduos com resultados negativos em ambos os testes são considerados negativos Indivíduos com resultados negativos em somente um teste são considerados positivos TESTE SIMULTÂNEO
  • 36. Usado quando:  necessidade de abordagem rápida  necessidade de aumentar sensibilidade de teste pouco sensível  dificuldade de retorno do paciente  prevalência é alta TESTE SIMULTÂNEO
  • 37. VALOR PREDITIVO POSITIVO: Se o teste é positivo, qual a probabilidade da doença estar presente? VALOR PREDITIVO NEGATIVO: Se o teste é negativo, qual a probabilidade da doença estar ausente? VALIDADE
  • 38. VALOR PREDITIVO POSITIVO = 80/180 = 44% VALOR PREDITIVO NEGATIVO = 800/820 = 98% 80 100 180 20 800 820 100 900 1000 Verdade Teste + - + - Exemplo: uma população de 1000 indivíduos dos quais 100 possuem uma doença e 900 não a possuem
  • 39. Doentes Não- doentes Positivo Verdadeiro positivo Falso positivo Negativo falso negativo Verdadeiro negativo sensibilidade especificidade valor preditivo positivo valor preditivo negativo Resumindo...  sensibilidade –  falso negativo  especificidade –  falso positivo
  • 40. Prevalência da doença na população específica Especificidade do teste O Valor Preditivo Positivo de um teste inicial depende:
  • 41. Teste Doente Não Doente Total VP+ + 99 495 594 17% - 1 9.405 9.406 Total 100 9.900 10.000 Teste Doente Não Doente Total VP+ + 495 475 970 51% - 5 9.025 9.030 Total 500 9.500 10.000 P = 1% P = 5% Sensibilidade = 99%; Especificidade = 95% Influência da prevalência da doença no VP+
  • 42. Teste Doente Não Doente Total VP - + 99 495 594 99,9% - 1 9.405 9.406 Total 100 9.900 10.000 Teste Doente Não Doente Total VP - + 495 475 970 99,9% - 5 9.025 9.030 Total 500 9.500 10.000 P = 1% P = 5% Sensibilidade = 99%; Especificidade = 95% Influência da prevalência da doença no VP-
  • 43. Prevalência = 50% Sensibilidade = 50% Especificidade = 50% VP+ = 250/250 = 50% VP- = 250/250 = 50% Relação da Especificidade com Valor Preditivo - I 250 250 250 250 + + - - Doença Teste 500 500 500 500 1.000
  • 44. Prevalência = 20% Sensibilidade = 50% Especificidade = 50% VP+ = 100/500 = 20% VP- = 400/500 = 80% Relação da Especificidade com Valor Preditivo - II 100 400 100 400 + + - - Doença Teste 200 800 500 500 1.000
  • 45. Prevalência = 20% Sensibilidade = 90% Especificidade = 50% VP+ = 180/580 = 31% VP- = 400/420 = 95% Relação da Especificidade com Valor Preditivo - III 180 400 20 400 + + - - Doença Teste 200 800 580 420 1.000
  • 46. Prevalência = 20% Sensibilidade = 50% Especificidade = 90% VP+ = 100/180 = 56% VP- = 720/820 = 88% Relação da Especificidade com Valor Preditivo - IV 100 80 100 720 + + - - Doença Teste 200 800 180 820 1.000
  • 47. ESCOLHA DO TESTE  Custo  Complexidade  Padronizável  Precisão  Validade  Aceitabilidade
  • 48. ESCOLHA DO TESTE Depende dos objetivos • RASTREAMENTO (TRIAGEM):  SENSIBILIDADE • CONFIRMATÓRIO:  ESPECIFICIDADE
  • 49. RESULTADOS CONTÍNUOS Balanço entre sensibilidade e especificidade: É necessário encontrar um ponto de corte que separe normal de anormal.
  • 50. A escolha entre um ponto de corte alto ou baixo depende da importância que nós damos aos falsos positivos e falsos negativos para a doença em questão
  • 51. Ponto de corte com o mínimo de erro possível
  • 52. Alterando o ponto de corte... Redução  aumento da sensibilidade
  • 53. Alterando o ponto de corte... Elevação  aumento da especificidade
  • 55. Diabéticos Não Diabéticos Elevada Glicemia Baixa 5 2 15 18 20 20 Diab. Não Diab S=5/20=0,25 E=18/20=0,90
  • 56. Diabéticos Não Diabéticos Elevada Glicemia Baixa 17 14 3 6 20 20 Diab. Não Diab S=17/20=0,85 E=6/20=0,30
  • 57. Maneira de expressar a relação entre Sensibilidade e Especificidade Curva de ROC (receiver operator characteristic) Sensibilidade Taxa de Verdadeiro + 100% 0% 1- Especificidade Taxa de Falso + Especificidade 100% Ajuda a selecionar o melhor ponto de corte Especialmente úteis para comparar ≠ testes diagnósticos
  • 58. Nível glicêmico pós-prandial Sensibilidade (%) Especificidade (%) 70 98,6 8,8 80 97,1 25,5 90 94,3 47,6 100 88,6 69,8 110 85,7 84,1 120 71,4 92,5 130 64,3 96,9 140 57,1 99,4 150 50,0 99,6 160 47,1 99,8 170 42,9 100 180 38,6 100 190 34,3 100 200 27,1 100
  • 60.  A curva ROC auxilia a decidir onde se localiza o melhor ponto de corte.  A não ser que exista uma razão clínica para minimizar resultados falso-negativos ou falso-positivos, o melhor ponto de corte fica no "ombro" da curva.
  • 61. O objetivo principal de um laboratório de diagnóstico é produzir resultados rápidos, utilizando métodos sensíveis e específicos e, obviamente, padronizados
  • 62. O Mini-Exame do Estado Mental (MEEM), elaborado por Folstein et al (1975) permite a avaliação da função cognitiva e rastreamento de quadros demenciais. Lourenço RA; Veras RP. Mini-Exame do Estado Mental: características psicométricas em idosos ambulatoriais. Rev Saúde Pública. 40(4) 2006 [ahead of print]  Amostra: 306 indivíduos com 65 anos ou mais. “Teste-de-referência" para o diagnóstico da síndrome demencial: opinião do especialista, fundamentada na consulta clínica estruturada e no desempenho do paciente no teste neuropsicológico (Cambridge Cognitive Examination - Revised - CAMCOG-R) . 78 indivíduos identificados como demenciados.
  • 63.
  • 64. A avaliação de desempenho no MEEM mostrou os seguintes valores no ponto de corte 23/24: sen=80,8%, esp=65,3%, VPpos=44,7% e VPneg =90,7%. Porém, na população total, um ponto de corte de maior equilíbrio seria 22/23: sen=75,6%, esp=71,1%, VPpos=47,6% e VPneg=89,4%.
  • 65.
  • 66. As aparências para a mente são de quatro tipos:  as coisas ou são o que parecem ser;  ou não são, nem parecem ser;  ou são e não parecem ser;  ou não são, mas parecem ser. Posicionar-se corretamente frente a todos esses casos é a tarefa do homem sábio. Epictetus, Século II d.C.
  • 67. FIM