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Crônica
Crônica
● A crônica é o registro de fatos do cotidiano em linguagem
literária, ou seja, com sentido conotativo ou figurado, havendo
uma relação com a ideia de tempo.
● Sua origem é grega, ela vem de chronos (tempo).
● É o único gênero literário produzido principalmente para ser
veiculado na imprensa, em páginas de uma revista, ou em um
jornal.
● Há semelhanças entre a crônica e o texto apenas informativo,
porém a crônica contém elementos como ficção, fantasia e
criticismo, já o texto informativo não.
Características da Crônica
● Relacionado à vida cotidiana;
● Apresenta uma narrativa informal, familiar, intimista;
● Pode fazer uso da oralidade na escrita, ou seja, linguagem
coloquial;
● Pode fazer uso das Figuras de Palavras (metáforas, antíteses,
metonímias, paradoxos, comparações, dentre outras).
● Apresenta sensibilidade no contato com a realidade;
● Uso do fato como meio ou pretexto para o artista;
● O texto pode apresentar um pouco de lirismo ou subjetividade.
O LIXO - LUIZ FERNANDO VERÍSSIMO
Recado ao Senhor 903
“Vizinho,
Quem fala aqui é o homem do 1003. Recebi outro dia,
consternado, a visita do zelador, que me mostrou a carta em que o
senhor reclamava contra o barulho em meu apartamento. Recebi
depois a sua própria visita pessoal – devia ser meia-noite – e a sua
veemente reclamação verbal. Devo dizer que estou desolado com
tudo isso, e lhe dou inteira razão. O regulamento do prédio é
explícito e, se não o fosse, o senhor ainda teria ao seu lado a Lei e
a Polícia. Quem trabalha o dia inteiro tem direito a repouso noturno
e é impossível repousar no 903 quando há vozes, passos e
músicas no 1003. Ou melhor; é impossível ao 903 dormir quando o
1003 se agita; pois como não sei o seu nome nem o senhor sabe o
meu, ficamos reduzidos a ser dois números, dois números
empilhados entre dezenas de outros. Eu, 1003, me limito a Leste
pelo 1005, a Oeste pelo 1001, ao Sul pelo Oceano Atlântico, ao
Norte pelo 1004, ao alto pelo 1103 e embaixo pelo 903 – que é o
senhor.
Todos esses números são comportados e silenciosos:
apenas eu e o Oceano Atlântico fazemos algum ruído e
funcionamos fora dos horários civis; nós dois apenas nos agitamos
e bramimos ao sabor da maré, dos ventos e da lua. Prometo
sinceramente adotar, depois das 22 horas, de hoje em diante, um
comportamento de manso lago azul. Prometo. Quem vier à minha
casa (perdão: ao meu número) será convidado a se retirar às
21h45, e explicarei: o 903 precisa repousar das 22 às 7 pois às
8h15 deve deixar o 783 para tomar o 109 que o levará ate o 527 de
outra rua, onde ele trabalha na sala 305. Nossa vida, vizinho, está
toda numerada: e reconheço que ela só pode ser tolerável quando
um número não incomoda outro número, mas o respeita, ficando
dentro dos limites de seus algarismos. Peço-lhe desculpas – e
prometo silêncio.
[…] Mas que me seja permitido sonhar com outra vida e
outro mundo, em que um homem batesse à porta do outro e
dissesse: ‘Vizinho, são três horas da manhã e ouvi música em tua
casa. Aqui estou’. E o outro respondesse: ‘Entra vizinho e come do
meu pão e bebe do meu vinho. Aqui estamos todos a bailar e a
cantar, pois descobrimos que a vida é curta e a lua é bela’. E o
homem trouxesse sua mulher, e os dois ficassem entre os amigos
e amigas do vizinho entoando canções para agradecer a Deus o
brilho das estrelas e o murmúrio da brisa nas árvores, e o dom da
vida, e a amizade entre os humanos, e o amor e a paz.”
Rubem Braga
Então, ....
A crônica é um texto narrativo que: É, em geral, curto; Trata de
problemas do cotidiano; assuntos comuns, do dia a dia; Traz as
pessoas comuns como personagens, sem nome ou com nomes
genéricos. As personagens não têm aprofundamento psicológico; são
apresentadas em traços rápidos; É organizado em torno de um único
núcleo, um único problema; Tem como objetivo envolver, emocionar o
leitor.
A crônica é um gênero textual híbrido, ou seja, apresenta uma mistura
entre diferentes características textuais, por exemplo:
- pode ser mais jornalística, quando se concentra na representação
dos fatos;
- pode ser poética, quando apresenta uma linguagem simbólica e
lírica;
- pode ser crítica/reflexiva, quando apresenta opiniões pessoais do
autor, e
- pode apresentar mais de um desses tipos.
TIPOS DE CRÔNICA
CRÔNICA JORNALÍSTICA: relata fatos do cotidiano, utilizando uma linguagem mais objetiva, descritiva
e impessoal (evita expor muitas opiniões pessoais).
CRÔNICA POÉTICA: é um gênero literário e pode narrar fatos reais ou criar fatos fictícios, desde que
tais fatos sejam possíveis na realidade das personagens. A sua característica predominante é o
trabalho com a linguagem. Esse tipo costuma utilizar o simbolismo, jogos de palavras e figuras de
linguagem, por exemplo, para expressar os fatos e suas interpretações.
Crônica humorística: é aquela que apresenta os relatos e interpretações por um viés do humor, da
ironia e da sátira. Pode ter um caráter mais reflexivo, quando usa o humor para propor um pensamento
leve; ou pode ter um caráter crítico, quando usa o humor de modo ácido para tecer suas opiniões e
argumentos
* HISTÓRICA X ASSUNTO CONTEPORÂNEO TEXTO CURTO
O seu livro traz outro tipo de classificação
● CRÔNICA DESCRITIVA
● CRÔNICA NARRATIVA
● CRÔNICA NARRATIVO-DESCRITIVA
● CRÔNICA LÍRICA
● CRÔNICA METALINGUÍSTICA
● CRÔNICA REFLEXIVA

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  • 1.
  • 3. Crônica ● A crônica é o registro de fatos do cotidiano em linguagem literária, ou seja, com sentido conotativo ou figurado, havendo uma relação com a ideia de tempo. ● Sua origem é grega, ela vem de chronos (tempo). ● É o único gênero literário produzido principalmente para ser veiculado na imprensa, em páginas de uma revista, ou em um jornal. ● Há semelhanças entre a crônica e o texto apenas informativo, porém a crônica contém elementos como ficção, fantasia e criticismo, já o texto informativo não.
  • 4.
  • 5.
  • 6.
  • 7. Características da Crônica ● Relacionado à vida cotidiana; ● Apresenta uma narrativa informal, familiar, intimista; ● Pode fazer uso da oralidade na escrita, ou seja, linguagem coloquial; ● Pode fazer uso das Figuras de Palavras (metáforas, antíteses, metonímias, paradoxos, comparações, dentre outras). ● Apresenta sensibilidade no contato com a realidade; ● Uso do fato como meio ou pretexto para o artista; ● O texto pode apresentar um pouco de lirismo ou subjetividade.
  • 8.
  • 9.
  • 10. O LIXO - LUIZ FERNANDO VERÍSSIMO
  • 11. Recado ao Senhor 903 “Vizinho, Quem fala aqui é o homem do 1003. Recebi outro dia, consternado, a visita do zelador, que me mostrou a carta em que o senhor reclamava contra o barulho em meu apartamento. Recebi depois a sua própria visita pessoal – devia ser meia-noite – e a sua veemente reclamação verbal. Devo dizer que estou desolado com tudo isso, e lhe dou inteira razão. O regulamento do prédio é explícito e, se não o fosse, o senhor ainda teria ao seu lado a Lei e a Polícia. Quem trabalha o dia inteiro tem direito a repouso noturno e é impossível repousar no 903 quando há vozes, passos e músicas no 1003. Ou melhor; é impossível ao 903 dormir quando o 1003 se agita; pois como não sei o seu nome nem o senhor sabe o meu, ficamos reduzidos a ser dois números, dois números empilhados entre dezenas de outros. Eu, 1003, me limito a Leste pelo 1005, a Oeste pelo 1001, ao Sul pelo Oceano Atlântico, ao Norte pelo 1004, ao alto pelo 1103 e embaixo pelo 903 – que é o senhor.
  • 12. Todos esses números são comportados e silenciosos: apenas eu e o Oceano Atlântico fazemos algum ruído e funcionamos fora dos horários civis; nós dois apenas nos agitamos e bramimos ao sabor da maré, dos ventos e da lua. Prometo sinceramente adotar, depois das 22 horas, de hoje em diante, um comportamento de manso lago azul. Prometo. Quem vier à minha casa (perdão: ao meu número) será convidado a se retirar às 21h45, e explicarei: o 903 precisa repousar das 22 às 7 pois às 8h15 deve deixar o 783 para tomar o 109 que o levará ate o 527 de outra rua, onde ele trabalha na sala 305. Nossa vida, vizinho, está toda numerada: e reconheço que ela só pode ser tolerável quando um número não incomoda outro número, mas o respeita, ficando dentro dos limites de seus algarismos. Peço-lhe desculpas – e prometo silêncio.
  • 13. […] Mas que me seja permitido sonhar com outra vida e outro mundo, em que um homem batesse à porta do outro e dissesse: ‘Vizinho, são três horas da manhã e ouvi música em tua casa. Aqui estou’. E o outro respondesse: ‘Entra vizinho e come do meu pão e bebe do meu vinho. Aqui estamos todos a bailar e a cantar, pois descobrimos que a vida é curta e a lua é bela’. E o homem trouxesse sua mulher, e os dois ficassem entre os amigos e amigas do vizinho entoando canções para agradecer a Deus o brilho das estrelas e o murmúrio da brisa nas árvores, e o dom da vida, e a amizade entre os humanos, e o amor e a paz.” Rubem Braga
  • 14. Então, .... A crônica é um texto narrativo que: É, em geral, curto; Trata de problemas do cotidiano; assuntos comuns, do dia a dia; Traz as pessoas comuns como personagens, sem nome ou com nomes genéricos. As personagens não têm aprofundamento psicológico; são apresentadas em traços rápidos; É organizado em torno de um único núcleo, um único problema; Tem como objetivo envolver, emocionar o leitor. A crônica é um gênero textual híbrido, ou seja, apresenta uma mistura entre diferentes características textuais, por exemplo: - pode ser mais jornalística, quando se concentra na representação dos fatos; - pode ser poética, quando apresenta uma linguagem simbólica e lírica; - pode ser crítica/reflexiva, quando apresenta opiniões pessoais do autor, e - pode apresentar mais de um desses tipos.
  • 15. TIPOS DE CRÔNICA CRÔNICA JORNALÍSTICA: relata fatos do cotidiano, utilizando uma linguagem mais objetiva, descritiva e impessoal (evita expor muitas opiniões pessoais). CRÔNICA POÉTICA: é um gênero literário e pode narrar fatos reais ou criar fatos fictícios, desde que tais fatos sejam possíveis na realidade das personagens. A sua característica predominante é o trabalho com a linguagem. Esse tipo costuma utilizar o simbolismo, jogos de palavras e figuras de linguagem, por exemplo, para expressar os fatos e suas interpretações. Crônica humorística: é aquela que apresenta os relatos e interpretações por um viés do humor, da ironia e da sátira. Pode ter um caráter mais reflexivo, quando usa o humor para propor um pensamento leve; ou pode ter um caráter crítico, quando usa o humor de modo ácido para tecer suas opiniões e argumentos * HISTÓRICA X ASSUNTO CONTEPORÂNEO TEXTO CURTO
  • 16. O seu livro traz outro tipo de classificação ● CRÔNICA DESCRITIVA ● CRÔNICA NARRATIVA ● CRÔNICA NARRATIVO-DESCRITIVA ● CRÔNICA LÍRICA ● CRÔNICA METALINGUÍSTICA ● CRÔNICA REFLEXIVA