SlideShare uma empresa Scribd logo
ISAE/FGV - MBA EM GESTÃO DE PROJETOS




               3° FÓRUM




UMA PROPOSTA DE GERENCIAMENTO DE RISCOS

       PARA O EMPREENDEDORISMO




               CURITIBA

                  2011
ALEXANDRE ROCHA LIMA E MARCONDES




UMA PROPOSTA DE GERENCIAMENTO DE RISCOS

       PARA O EMPREENDEDORISMO




                        Tr a b a l h o d a d i s c i p l i n a d e 3 °
                        Seminário de Aquisição e Aplicação
                        de Conteúdos do MBA em
                        Gerenciamento de Projetos, Turma
                        3/2010 da ISAE/FGV.
                        Orientador: Rui Wagner R. Sedor




               CURITIBA

                 2011
ÍNDICE


RESUMO!...........................................................................................................4

PALAVRAS-CHAVE!...........................................................................................4

SINOPSE!...........................................................................................................4

INTRODUÇÃO!..................................................................................................4

BASE TEÓRICA!................................................................................................5

RISCOS EM PROJETOS INOVADORES OU EMPREENDEDORES!..............7

RISCOS DE MERCADO!...................................................................................8

RISCOS COMPETITIVOS!..............................................................................11

RISCOS TECNOLÓGICOS E OPERACIONAIS!.............................................12

RISCOS FINANCEIROS!.................................................................................14

RISCOS HUMANOS !.......................................................................................14

RISCOS LEGAIS E REGULATÓRIOS!............................................................15

RISCOS SISTÊMICOS!...................................................................................15

CONCLUSÃO!
         ..................................................................................................16

REFERÊNCIAS!...............................................................................................17
4



RESUMO


       O trabalho propõe uma forma de compreender o gerenciamento de riscos
em projetos de empreendedorismo baseado em Lean Startups e nas metodologias
relacionadas. Muito das atividades recomendadas em processos de Lean Startups
tem como objetivo principal, ou secundário, o gerenciamento de riscos inerentes ao
empreendedorismo e à criação de produtos inovadores. O artigo traz a interpretação
de situações práticas da experiência do autor e suas ligações com o processo de
gerenciamento de riscos de Lean Startups.
PALAVRAS-CHAVE


       Startup, Lean, Lean Startup, empreendedorismo, gerenciamento, risco,
incerteza, inovação
SINOPSE


       Este artigo tem como objetivo propor formas de usar as ferramentas e
processos propostos pela metodologia Lean Startup para gerenciar riscos nos
ambientes de incerteza em projetos empreendedores ou de inovação.
       Uma Startup é uma instituição humana criada para entregar um novo
produto ou serviço sob condições de extrema incerteza, não tem relação com o
tamanho, setor ou tempo de vida da empresa (BLANK, 2006).
INTRODUÇÃO


       Startups são empresas com uma história operacional curta. Estas empresas
novas estão numa fase de pesquisa e desenvolvimento em seu mercado e,
geralmente, apresentam uma alta taxa de crescimento e são voltadas para
tecnologia de ponta. São geralmente mais escaláveis do que empresas
estabelecidas, pois podem potencialmente crescer muito com um pequeno
investimento. Este tipo de empresa geralmente tem várias opções de financiamento
e seu principal desafio é validar, compreender e desenvolver suas idéias ou
conceitos de negócio, assim como seu potencial comercial (MOORE, 2002).
       Lean Startups baseiam-se nas seguintes premissas: operam sem gastar
mais do que o necessário em cada fase, otimizando custos e aumentando o retorno
sobre o investimento; adotam o gerenciamento ágil de projetos e tecnologia de
5



ponta; tem foco no cliente em todos os seus processos (OSTERWALDER et al.,
2010).
         O uso das ferramentas e processos das Lean Startups proporciona uma
forma diferenciada de gerenciar riscos em projetos inovadores que, na maioria da
vezes, não tem requisitos definidos. As abordagens tradicionais de gerenciamento
de riscos não conseguem lidar com a quantidade de incertezas presente em projetos
empreendedores ou inovares.
BASE TEÓRICA


         Para compreender o conceito de Lean Startup é necessário compreender
primeiramente o que é Lean. O modelo Lean de produção foi criado por Sakichi
Toyoda, o fundador da Toyota, seu filho Kiichiro Toyoda e o engenheiro Taiichi Ohno
entre 1948 e 1975, como um meio para combater o desperdício (muda), a
sobrecarga (muri) e a inconsistência (mura), de forma     a acelerar e melhorar o
processo de produção preservando valor com o menor esforço possível (ŌNO,
1988) (SHINGŌ, 1989).
         Este conceito é aplicado diretamente em Lean Startups de forma que se
obtenha um modelo de negócios com o maior rendimento possível com a menor
quantidade de esforços. Este modelo pode ser encarado como um grande programa
composto por projetos e subprojetos. Dá-se um início com uma idéia, segue com a
descoberta de clientes para esta idéia, a validação destes clientes e possíveis
ajustes no modelo de negócios. Com um modelo de negócios definido inicia-se a
criação de uma base de clientes, aumento da escala de produção e de estrutura
para a finalização com a saída dos investidores / fundadores (BLANK, 2006).
         O modelo tradicional de gerência de projetos trabalha com a premissa de
que o problema e a solução são conhecidos. Este modelo trabalha com maneiras
conhecidas de satisfazer um conjunto de requisitos conhecidos e usa práticas como
as encontradas no Guia PMBOK (4a Edição, 2008) ou PRINCE2 (5a Edição, 2009).
         Metodologias ágeis como o Scrum, abordam um problema conhecido, mas
fazem iterações para descobrir como solucioná-lo. Este modelo tem um conjunto
conhecido de requisitos, mas não uma maneira clara de alcançá-los (SCHWABER,
2004).
6



       O modelo de Lean Startups trabalha com um conjunto desconhecido de
requisitos (o modelo de negócio) que não tem uma maneira clara de satisfazê-los (o
produto). Dentro da maioria dos subprojetos usam-se metodologias ágeis em sua
execução (BLANK, 2006) .
       O ciclo de vida de uma Lean Startup pode ser representado por um
programa que consiste em vários projetos. O escopo, que inicialmente é um
completo mistério, é definido gradualmente com a progressão dos projetos.




       Diagrama 1. Projetos no ciclo de vida de uma Lean Startup (GUTHRIE, 2010)


       Na primeira linha do Diagrama 1 vemos uma lista ordenada de objetivos que
a Startup deve alcançar. Na segunda linha vemos quatro projetos que compõe a
parte operacional do programa. A terceira linha representa um grande projeto de
coleta de informações e opiniões dos clientes e usuários do produto/serviço. Já a
última linha mostra os projetos de captação de investimentos para financiar todo o
projeto (GUTHRIE, 2010).
       Cada linha de projetos no Diagrama 1 é constituída por projetos que seguem
as recomendações e metodologias de um modelo diferente, são todas
complementares entre si, mas provenientes de fontes diversas. Todos os projetos
operacionais que compõe: criar um protótipo, encontrar o mercado adequado,
aprender a escalar e ganhar escala vêm da metodologia de Lean Startups de Steven
Blank e Eric Ries, unidos aos objetivos e marcos definidos por Sean Ellis. A coleta
de informações e métricas é proveniente das métricas AARRR criadas por Dave
7



MacClure e os projetos dos conceitos de Venture Capital tradicionais no Vale do
Silício nos EUA (GUTHRIE, 2010).
RISCOS EM PROJETOS INOVADORES OU EMPREENDEDORES


       Para melhor estudar os riscos em projetos envolvendo inovação e
empreendedorismo podemos dividir os riscos comumente identificados em quatro
categorias, que iremos denominar riscos dos tipos A a D.
       Riscos do tipo A, que podem ser ignorados com segurança. São riscos de
pequena conseqüência e pouca probabilidade de ocorrer. Podem ser eventos com
impacto positivo como uma mudança favorável no câmbio ou um desconto na
compra de mercadorias ou eventos com impactos negativos como atraso na entrega
de produtos ou um pneu furado antes de uma reunião.
       Já os riscos do tipo B são incômodos que podem ser mitigados com
mudanças simples de comportamento. Geralmente são eventos recorrentes ou
previsíveis, mas podem ser eventuais, apesar de ser simples de mitigá-los. São
exemplos típicos a falta de material (que pode ser evitada mudando hábitos de
compra), serviço interrompido (um contrato com SLA ou ter mais de um fornecedor
resolvem este problema) ou arquivos perdidos (facilmente controlável com o hábito
de se fazer cópias de segurança).
       Riscos que envolvem itens seguráveis caem na categoria dos riscos de tipo
C. São eventos de pouca probabilidade de ocorrência, mas que podem ter seus
efeitos inteiramente ou em parte cobertos pela seguradora. São exemplos típicos
propriedades, causalidades, a vida de executivos, erros e omissões, perdas e danos,
etc.
       Os riscos que serão abordados neste artigo pertencem à quarta categoria, a
dos riscos que podem causar falência. Estes riscos têm probalidade relativamente
alta de não acontecer, mas são muito perigosos quando combinados. Eles devem
ser analisados como um todo e não individualmente, pois podem destruir o projeto.
Na Tabela 1 pode-se ver uma lista de eventos e a probabilidade individual de
ocorrência, assim como a probabilidade combinada de todos eles acontecerem
simultaneamente.
8




       Probabilidade                                        Evento

            90%                  Haver necessidade de mercado

            90%                  Ter um mercado de tamanho suficiente

            90%                  Conseguir implementar a inavação

            90%                  Vender com lucro

            90%                  Acertar na contratação da equipe

            90%                  Estar à frente da competição

            90%                  Não sofrer processos judiciais

            90%                  Não afundar em burocracia

            90%                  Ter dinheiro disponível no projeto

            90%                  Não ter outros problemas que imeçam o projeto

            35%                  Sucesso absoluto do projeto

        Tabela 1. Probabilidade de ocorrência de vários eventos simultâneos


        Os riscos do tipo D podem ser subdivididos em sete categorias que serão
abordadas em detalhes:
        • Riscos de mercado;
        • Riscos competitivos;
        • Riscos tecnológicos e operacionais;
        • Riscos financeiros;
        • Riscos humanos;
        • Riscos legais e regulatórios;
        • Riscos sistêmicos.
RISCOS DE MERCADO


        É muito comum identificar-se como um risco de mercado o ¨não vender o
produto no preço desejado¨. Este item não representa um risco, mas sim o efeito ou
resultado de dois possíveis riscos: o de não haver mercado grande o suficiente ou
simplesmente não haver mercado algum e o de não conseguir se comunicar com os
possíveis clientes e não alcançá-los. Ambos os riscos descritos resultam no efeito
citado. Portanto, o primeiro erro geralmente está na identificação do risco.
9



        O risco de não haver mercado suficientemente grande ou de não haver
mercado algum para o produto ou serviço em questão pode ser abordado de
diversas formas: conhecer o mercado, acompanhar os concorrentes e ter um contato
direto e constante com os possíveis clientes.
        Pesquisas de mercado, conversas com possíveis clientes e parceiros e ir a
campo para tentar resolver o problema proposto são formas de se minimizar este
risco. Estas práticas são recomendadas e resumidas no modelo de Lean Startups na
expressão ¨saia do prédio¨. Steve Blank diz que uma das características mais
importantes de empreendimentos de sucesso é que em algum momento as pessoas
saíram do prédio que sediava a empresa e foram ao mercado entender como o
cliente compra, usa e o que ele quer do produto. Esta prática envolve num primeiro
momento descobrir qual é o seu real mercado e se ele realmente existe.
        Acompanhar os concorrentes é uma boa forma de conhecer mais de
mercado em que se pretende atuar, mas a quantidade de concorrentes é um bom
indicador do tamanho do mercado. Nenhum concorrente geralmente indica que não
há mercado para o produto ou serviço, exceto em casos de inovação radical, mas
mesmo nestes casos deve haver uma ¨maneira antiga¨ para resolver o problema
com empresas explorando este mercado. Ter muitos concorrentes é um bom
indicador de que há um mercado grande o suficiente para sustentar várias
empresas, especialmente quando é um mercado maduro e não em consolidação.
        O Lean Startup também aborda a última solução, a de se ter um contato
constante e direto com os clientes por meio da criação rápida de protótipos
funcionais, contato direto com o cliente, métricas de diversos tipos e a criação, teste
de hipóteses e se necessário mudança de conceito ou de mercado (chamado de
pivoting).
        A metodologia propõe criar um protótipo funcional da idéia, não apenas
desenhar a estrutura ou o projeto técnico, mas realmente criar algo que possa ser
usado por possíveis clientes. Este processo encerra-se quando há um modelo de
negócios inicial que tenta capitalizar a idéia e um protótipo que possa ser usado e
testado por clientes. É comum refazer o protótipo totalmente algumas vezes ou
refazer boa parte de sua estrutura até alcançar o objetivo do protótipo funcional para
o cliente, nestes casos faz-se necessário alterar a idéia original (BLANK, 2006).
10



       Outro processo sugerido é a descoberta de clientes, que consiste em fazer
várias iterações que consistem em levantar, testar e verificar hipóteses com o
objetivo de descobrir clientes e validar a necessidade e requisitos que estes impõem
à idéia desenvolvida. Idéia esta que sofrerá muitas alterações, podendo até mesmo
ser totalmente refeita, com algo que não tenha relação alguma com a idéia inicial
(BLANK, 2006).
       Com um modelo de negócio definido, uma boa idéia de quem são os clientes
para o produto e um bom protótipo ou uma versão inicial, a Startup deve passar para
uma fase de crescimento, com a criação de uma base de clientes, a formalização do
modelo de negócios e a criação de uma estrutura robusta para a empresa. Neste
ponto, devem haver várias maneiras de medir e coletar informações sobre o uso,
hábitos de compra e tudo o que está relacionado, direta e indiretamente, ao modelo
de negócios. Quando se fizer necessário, o modelo de negócios e a idéia devem ser
alterados como resposta ao ambiente de mercado num processo chamado de
pivoteamento do modelo de negócios (BLANK, 2006).
       É sabido que várias empresas de renome passaram pelo processo de
pivoting em sua história. Por exemplo:
       • O YouTube, comprado pelo Google, começou como um site para namoro
 baseado em vídeos e tornou-se uma plataforma de distribuição de vídeos;
       • O Google começou como uma ferramenta de buscas de documentos para
 empresas e se tornou o maior buscador na Internet;
       • A Nintendo foi criada para ser uma empresa de jogos de cartas e
 transformou-se numa gigante de jogos eletrônicos;
       • A Pixar tinha o objetivo de ser a melhor empresa de equipamentos para
 computação gráfica e tornou-se um estúdio de animações;
       • O Flicker foi criado como um jogo online de representações de papéis e
 transformou-se num dos maiores sites para troca e publicação de fotos;
       • A Avon era uma empresa de venda de livros que dava perfumes de
 brindes, que tornaram-se mais importantes que os livros vendidos;
       • A Nokia foi criada como produtora de papel, transformou-se em fabricante
 de botas de borracha e finalmente tornou-se uma empresa de telefonia;
       • A 3M era uma empresa de mineração antes de tornar-se a gigante em
 soluções.
11



       • Antes de fabricar creme dental, a Colgate fazia sabão, vela e amido;
       • A BMW foi criada para produzir motores aeronáuticos e migrou para a
 produção de automóveis depois da segunda guerra mundial.
       Em paralelo, inicia-se um projeto para coletar informações em métricas
aplicáveis a este ponto do modelo de negócios. Aqui são registradas informações
que permitem acompanhar a aquisição, retenção, monetização de clientes, margem
de lucro, rentabilidade e crescimento (GUTHRIE, 2010).
       O processo de validação de clientes tem por objetivo aprender a cativar o
cliente. Esta é a forma que as Lean Starups usam para minimizar o risco de não
saber como alcançar e se comunicar com os clientes. Para isto são usadas as
métricas coletadas até o momento, com comunicação direta por email, pesquisas,
grupos de foco, discussões com clientes e até mesmo a criação de um grupo de
conselho de clientes, além de diversas outras formas de entrar em contato com os
clientes (BLANK, 2006).
       Este é o momento onde o modelo de negócio criado é colocado à prova com
diversas formas de se criar demanda visando aprender como se comunicar com o
cliente, vender e ganhar escala no mercado em questão. Simultaneamente a
usabilidade e design do serviço/produto serão repetidamente incrementados a partir
do Minimum Desirable Product (BLANK, 2006).
RISCOS COMPETITIVOS


       Alguns dos riscos que geralmente são identificados envolvem a relação da
empresa ou do projeto com seus concorrentes. Diferentemente dos riscos de
mercado que não tem um agente identificado, estes riscos estão sempre ligados
com a concorrência, que pode ser identificada e nomeada.
       A maior parte desta categoria de riscos envolve o competidor, ou
competidores, tirar o produto ou serviço, que está sendo desenvolvido, do mercado.
Isto pode acontecer por meios leais e legais ou por concorrência desleal e ilegal. No
segundo caso não ha muito o que fazer a não ser denunciar às entidades
reguladoras de mercado e posteriormente processar juridicamente a concorrência.
No primeiro caso há basicamente três ações que podem mitigar estes riscos:
fortalecer seus pontos fracos, conhecer muito bem a concorrência e manter a
liderança no que faz bem.
12



        Duas ações práticas para mitigar estes tipos de risco são: fortalecer os seus
pontos fracos e manter a liderança no que é bom. Ambas as ações são
contempladas nas metodologias ágeis. Os processos de criação de protótipo,
criação e validação de clientes pedem que a empresa saia de seu escritório e entre
em contato direto com seus clientes ou possíveis clientes, o que faz com que se
obtenha maior compreensão de seus pontos fortes e fracos. Apenas com o
conhecimento dos pontos que são considerados fortes e fracos por seus clientes a
empresa poderá fortalecer os que apresentam maiores necessidades. Da mesma
forma, para continuar fazendo aquilo que faz bem, é preciso conhecer o que o
cliente valoriza no produto ou serviço oferecidos.
        Os processos de Descoberta e Validação de Clientes tem por fim identificar
quem são os clientes, quais seus interesses e o que o faz adquirir o produto ou
serviço. Estas informações servem de base para descobrir quais são suas forças e
fraquezas, com estas informações tem-se subsídio para mitigar os riscos
competitivos.
RISCOS TECNOLÓGICOS E OPERACIONAIS


        Uma parte dos riscos identificados em projetos de inovação envolvem a
tecnologia em si e a execução do projeto. Se o desenvolvimento ou aperfeiçoamento
de uma tecnologia está intimamente ligado com o escopo do projeto surgem riscos
como o de não conseguir desenvolver a tecnologia como esperado, alcançar um
custo de produção que inviabilize o produto ou serviço e não dominar
suficientemente a tecnologia utilizada. Os processos propostos pela metodologia de
Lean Startups conseguem, de forma indireta, mitigar alguns destes riscos sem,
entretanto os elimina.
        Todos os processos ágeis propostos para o desenvolvimento do produto ou
serviço conseguem decompor o problema tecnológico em partes pequenas o
suficiente para se ter um controle e uma previsão melhor dos riscos tecnológicos.
Adicionalmente o paradigma de falhar rapidamente faz com que os problemas sejam
antecipados ou previstos com maior facilidade. A visibilidade de uma provável falha
no desenvolvimento ou no domínio da tecnologia faz com que o risco de que isto
leve o projeto a fracassar diminua, pois dá a oportunidade de reagir e mudar antes
dele acontecer.
13



       Há também os riscos operacionais, e dentre eles o risco de uma falha
operacional é um dos mais comuns. Uma das formas de mitigar estes tipos de riscos
é dividir o produto ou serviço em partes menores, mais simples de compreender,
mais fáceis de desenvolver e consertar em caso de falhas e com menos
possibilidades de falhas. O processo ágil de desenvolvimento decompõe o problema
em partes menores que são mais fáceis de gerenciar e provê os resultados citados
anteriormente na mitigação dos riscos envolvidos.
       Outra forma recomendada de mitigar o risco de falhas operacionais é
criando ou usando processos definidos na operação do projeto. O simples fato de se
adotar as práticas da metodologia de Lean Startups faz com que seja adotado um
processo formal para a execução do projeto. Pode-se também buscar melhorias nos
processos já existentes, o que definitivamente está alinhado com a busca de
melhoria contínua das metodologias ágeis.
       Uma das maneiras de se melhorar um processo consiste em automatizá-lo,
sem necessariamente alterá-lo. Uma das práticas sugeridas pela metodologia de
Lean Startups é exatamente a de se automatizar ao máximo e diminuir o tempo de
intervenções no processo de construção e execução do produto ou serviço.
Certamente há muito mais espaço para automatizarmos a construção de um produto
do que a execução de um serviço, mas ainda assim é possível.
       Mesmo com processos definidos e automatizados, há o risco de falhas na
execução dos planos ou processos. O que mitigaria ou eliminaria este risco é a
experiência em inovação e projetos inovadores, e como isto não pode sor adquirido
por meio de teoria ou com o uso de processos ou metodologias, apenas podemos
abordar este risco marginalmente tentando contê-lo. A metodologia de Lean Startups
propõe que haja mais de um fundador, pelo menos um técnico e um da área
administrativa. Preferencialmente ter um dos fundadores com maior experiência em
inovação e se possível mentores que possam instruí-lo neste tipo de projetos. Estar
associado com pessoas de outras áreas e, principalmente, com experiência em
inovação e empreendedorismo diminui a necessidade de se ter adquirido a
experiência na área. Outra forma de mitigar este tipo de risco é lançar mão de
paradigma de falhar rapidamente, que foi citado anteriormente. Esta forma de
pensar molda a execução do projeto proporcionando agilidade para mudar e
detectar com antecedência os problemas que ocorreriam posteriormente. Para que
14



isto aconteça o produto deve ter um protótipo funcional e ser usado pelos
consumidores mesmo antes de estar finalizado. Colher opiniões, considerações e
reclamações destes testadores faz com que os problemas (técnicos, de concepção
ou design) possam ser vistos antes do lançamento do produto ou serviço.
RISCOS FINANCEIROS


       Uma grande fonte de riscos para projetos que envolvem inovação são as
finanças, especialmente o descontrole financeiro e a falta de recursos. Dentro das
práticas das Lean Startups a busca por recursos financeiros e a criação de
projeções financeiras vêm para minimizar o efeito destes riscos. Estas ações são
sugeridas e os melhores momentos para buscar recursos financeiros são indicados,
mas os métodos e maneiras para as realizar ficam ao encargo do Gerente do
Projeto, sua equipe e stakeholders decidirem.
       Algumas ações sugeridas nas práticas de Scrum e Lean Startups diminuem
o risco de não conseguir investimento. Uma das formas é diminuir o custo mensal
para produzir ou desenvolver o projeto. O valor deste custo mensal é chamado de
Burn Rate e ele pode ser diminuindo ao se aumentar a eficiência da equipe, o que é
possível com ferramentas de desenvolvimento ágil.
       Outras duas ações usadas pelos praticantes da metodologia de Lean
Startups estão relacionadas entre si, e são: colocar o produto no mercado o quanto
antes possível e fazer o mínimo necessário para vender. Juntas, estas duas ações
diminuem o risco de falhar por falta de recursos financeiros pois minimiza o tempo
que a empresa atua sem renda. Quanto antes o produto entrar no mercado, antes
serão conhecidas as falhas, as necessidades dos clientes e a adequação do produto
ou serviço à estas necessidades.
RISCOS HUMANOS


       Há riscos inerentes à contratação e demissão de pessoas. Este processo de
troca de pessoal traz o risco de se perder capital intelectual. Como a metodologia de
Lean Startups recomenda a prática de metodologias ágeis como a eXtreme
Programming (XP) e Scrum, este risco é em muito mitigado. O Scrum traz para a
gerência do projeto a avaliação constante da execução das atividades e apresenta
uma forma de adaptar a distribuição das atividades às qualidades e talentos de cada
profissional da equipe. A avaliação constante é uma prática que leva os profissionais
15



a buscarem melhorar sua eficiência, aprender e compreender os diferentes aspectos
de suas atividades no projeto e especializar-se em seu papel na equipe. Esta prática
é especialmente importante para os novos integrantes da equipe.
           Para minimizar o risco da perda de conhecimento quando pessoas se
desligam da equipe, a metodologia ágil XP propõe o uso de práticas como o pair
programming e o test driven development. A primeira prática, o pair programming,
coloca duas pessoas para trabalhar lado-a-lado numa mesma atividade por um
tempo, com regularidade. Estes pares trocam com alguma freqüência, de forma que
cada integrante da equipe sabe como exercer as atividades e compreende as
tarefas dos outros. Assim, se há um desligamento na equipe a perda do capital
intelectual é mitigada pela distribuição do conhecimento que estas práticas
trouxeram.
RISCOS LEGAIS E REGULATÓRIOS


           Estes riscos envolvem problemas relacionados com o ambiente legal e
órgãos regulatórios. Nenhum dos riscos nesta categoria são abordados pelas
metodologias ágeis como XP e Scrum, nem pelas metodologias das Lean Startups.
As formas de lidar com estes tipos de risco envolvem conhecer o ambiente legal e
instruções regulatórias da área e ter uma constante consultoria jurídica durante o
projeto.
RISCOS SISTÊMICOS


           Uma as categorias mais peculiares de riscos para empresas com produtos
ou serviços que envolvem são os riscos sistêmicos. Esta categoria envolve riscos
que atingem toda a sociedade numa determinada região, país ou até mesmo todo o
mundo. Estes riscos tem como exemplos crises políticas e financeiras, catástrofes,
acidentes e forças da natureza que afetam todo o mercado, atingindo tanto a
empresa quanto seus parceiros e concorrentes.
           Estes riscos são altamente imprevisíveis tanto em seu impacto quando na
probabilidade de ocorrência. Ao mesmo tempo são os que contam com o menor
número de respostas, que basicamente podem ser resumidas em: aceitar o risco
como tal ou reagir rapidamente. A grande questão está no fato de que para se reagir
rapidamente a um risco destes é necessário muito preparo e provavelmente uma
série de planos de contingência apto para a situação em questão.
16



        O grande problema é que é praticamente impossível prever uma catástrofe
natural ou uma crise com antecedência suficiente para se preparar um plano de
contingência adequado e a maior parte das empresas não consegue mudar ou
adotar uma estratégia com a velocidade necessária para minimizar o impacto deste
tipo de risco.
        Felizmente o fato de que empresas que adotam o modelo de Lean Startups
são em grande parte das vezes empresas bem pequenas e que estão relativamente
acostumadas com incertezas as torna fortes candidatos para conseguirem passar
por estes tipos de situações. Uma grande vantagem apara este tipo de empresas é
que suas equipes já adotam metodologias ágeis, o que permite que elas reajam
rapidamente nestas situações.
CONCLUSÃO


        Apesar do fato de que tratar com a inovação e empreendedorismo não é
algo novo, pois a humanidade sempre usou destas ferramentas em seu
desenvolvimento, foi à partir do século XX que se propôs um estudo mais
sistemático destes temas. Ainda não há consenso, não há um modelo ou a
sistematização de uma ciência ao redor destes temas, mas há como vermos os
primeiros resultados replicáveis de uma proposta de modelo chamada Lean
Startups.
        Esta proposta vem sendo desenvolvida há alguns anos e ainda está em
pleno crescimento em termos de adoção, aquisição de dados estatísticos e
formulação de hipóteses para os fotos encontrados na pratica diária de um grande
número de empresas de diversos mercados e áreas de atuação. Mesmo sendo o
embrião de uma sistematização maior, ela já apresenta complexidade suficiente para
abordar os riscos mais comuns para empresas que atuam com inovação e
empreendedorismo.
        A inovação e o empreendedorismo como temas complexos exigem práticas
complexas para tornar a solução simples. John Maeda, um renomado professor do
MIT e um dos maiores estudiosos sobre simplicidade, diz em sua nona lei sobre a
simplicidade: ¨Aceite o fato do que algumas coisas nunca poderão se tornar simples¨
(MAEDA, 2006).
17



REFERÊNCIAS


       BLANK, Steven. The four steps to the epiphany: successful strategies for
products that win. Foster City, California: Cafepress.com, 2006. ISBN 0976470705.
       ELLIS, Sean. The Startup Pyramid. Acessado em Fevereiro de 2011. http://
startup-marketing.com/the-startup-pyramid/
       GUTHRIE, Gordon. Dashboards for Startups. Acessado em Feveiro de 2011.
http://hypernumbers.com/howto/dashboards-for-startups/ .
       MACCLURE, David. Startup Metrics For Pirates. Acessado em Fevereiro de
2011. http://www.slideshare.net/dmc500hats/startup-metrics-for-pirates-sf-jan-2010
       MAEDA, John. The Laws of Simplicity. Cambridge, Massachusetts: The MIT
Press, 2006. ISBN 0262134721.
       MARCONDES, Alexandre. Uma Correlação entre Lean Startups e
Gerenciamento de Projetos. Curitiba, Paraná. Fundação Getúlio Vargas, 2010.
       MOORE, Geoffrey A. Crossing the chasm: marketing and selling disruptive
products to mainstream customers. New York, New York: HarperBusiness Essentials,
2002. ISBN 0060517123.
       ŌNO, Taiichi. Toyota production system: beyond large-scale production.
Cambridge, Massashushets: Productivity Press, 1988. ISBN 0915299143.
       OSTERWALDER, Alexander, Yves PIGNEUR, e Tim CLARK. Business
model generation: a handbook for visionaries, game changers, and challengers.
Hoboken, New Jersey: Wiley, 2010. ISBN 0470876417.
       RIES, Eric. Startup Lessons Learned. Acessado em Fereiro de 2011. http://
www.startuplessonslearned.com/
       SHINGŌ, Shigeo e Andrew P. DILLON. A study of the Toyota production
system from an industrial engineering viewpoint. Cambridge, Massashushets:
Productivity Press, 1989. ISBN 0915299178.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Reflexão estratégica em Economia Criativa - Rossana Pavanelli
Reflexão estratégica em Economia Criativa - Rossana PavanelliReflexão estratégica em Economia Criativa - Rossana Pavanelli
Reflexão estratégica em Economia Criativa - Rossana Pavanelliecocriativa2012
 
Apresentacao roadmap tecnologico
Apresentacao roadmap tecnologicoApresentacao roadmap tecnologico
Apresentacao roadmap tecnologicoauspin
 
Workshop Inovação - Inove para ganhar mais
Workshop Inovação - Inove para ganhar maisWorkshop Inovação - Inove para ganhar mais
Workshop Inovação - Inove para ganhar mais
Fabio De Paula Augusto
 
Minicurso Fundamentos da Análise de Negócio 3.0
Minicurso Fundamentos da Análise de Negócio 3.0Minicurso Fundamentos da Análise de Negócio 3.0
Minicurso Fundamentos da Análise de Negócio 3.0
Rildo (@rildosan) Santos
 
Scrum, o tutorial definitivo
Scrum, o tutorial definitivo Scrum, o tutorial definitivo
Scrum, o tutorial definitivo
Rildo (@rildosan) Santos
 
Gestão da Inovação na Prática 5 anos (2009-2014)
Gestão da Inovação na Prática 5 anos (2009-2014)Gestão da Inovação na Prática 5 anos (2009-2014)
Gestão da Inovação na Prática 5 anos (2009-2014)
Innoscience Consultoria em Gestão da Inovação
 
Os três direcionadores da inovação
 Os três direcionadores da inovação Os três direcionadores da inovação
Os três direcionadores da inovaçãoEloGroup
 
Workshop de Inovação - AMCHAM - SP
Workshop de Inovação - AMCHAM - SPWorkshop de Inovação - AMCHAM - SP
Workshop de Inovação - AMCHAM - SPinnoscience_
 
Economia de Projetos
Economia de ProjetosEconomia de Projetos
Inovação: O caminho para o crescimento sustentável.
Inovação: O caminho para o crescimento sustentável.Inovação: O caminho para o crescimento sustentável.
Inovação: O caminho para o crescimento sustentável.
Rildo (@rildosan) Santos
 
Como demonstrar ROI das entregas de valor com Business Case
Como demonstrar ROI das entregas de valor com Business Case Como demonstrar ROI das entregas de valor com Business Case
Como demonstrar ROI das entregas de valor com Business Case
Rildo (@rildosan) Santos
 
10 dimensões da gestão de inovação - síntese e perguntas para reflexão
10 dimensões da gestão de inovação - síntese e perguntas para reflexão10 dimensões da gestão de inovação - síntese e perguntas para reflexão
10 dimensões da gestão de inovação - síntese e perguntas para reflexão
Jose Claudio Terra
 
Benefícios da inovação aberta
Benefícios da inovação abertaBenefícios da inovação aberta
Benefícios da inovação aberta
Eduardo Fagundes
 
UM BREVE RESUMO DO GUIA BABOK V3 DE ANÁLISE DE NEGÓCIOS
UM BREVE RESUMO DO GUIA BABOK V3 DE ANÁLISE DE NEGÓCIOSUM BREVE RESUMO DO GUIA BABOK V3 DE ANÁLISE DE NEGÓCIOS
UM BREVE RESUMO DO GUIA BABOK V3 DE ANÁLISE DE NEGÓCIOS
Marcelo Neves
 
Escolas de Testes de Software
Escolas de Testes de SoftwareEscolas de Testes de Software
Escolas de Testes de SoftwareAlan Carlos
 
Ferramentas de inovação aberta
Ferramentas de inovação abertaFerramentas de inovação aberta
Ferramentas de inovação aberta
Inventta
 
Transformação Ágil
Transformação ÁgilTransformação Ágil
Transformação Ágil
Rildo (@rildosan) Santos
 

Mais procurados (19)

Reflexão estratégica em Economia Criativa - Rossana Pavanelli
Reflexão estratégica em Economia Criativa - Rossana PavanelliReflexão estratégica em Economia Criativa - Rossana Pavanelli
Reflexão estratégica em Economia Criativa - Rossana Pavanelli
 
Apresentacao roadmap tecnologico
Apresentacao roadmap tecnologicoApresentacao roadmap tecnologico
Apresentacao roadmap tecnologico
 
Workshop Inovação - Inove para ganhar mais
Workshop Inovação - Inove para ganhar maisWorkshop Inovação - Inove para ganhar mais
Workshop Inovação - Inove para ganhar mais
 
Minicurso Fundamentos da Análise de Negócio 3.0
Minicurso Fundamentos da Análise de Negócio 3.0Minicurso Fundamentos da Análise de Negócio 3.0
Minicurso Fundamentos da Análise de Negócio 3.0
 
Scrum, o tutorial definitivo
Scrum, o tutorial definitivo Scrum, o tutorial definitivo
Scrum, o tutorial definitivo
 
Gestão da Inovação na Prática 5 anos (2009-2014)
Gestão da Inovação na Prática 5 anos (2009-2014)Gestão da Inovação na Prática 5 anos (2009-2014)
Gestão da Inovação na Prática 5 anos (2009-2014)
 
Os três direcionadores da inovação
 Os três direcionadores da inovação Os três direcionadores da inovação
Os três direcionadores da inovação
 
Workshop de Inovação - AMCHAM - SP
Workshop de Inovação - AMCHAM - SPWorkshop de Inovação - AMCHAM - SP
Workshop de Inovação - AMCHAM - SP
 
Economia de Projetos
Economia de ProjetosEconomia de Projetos
Economia de Projetos
 
Inovação: O caminho para o crescimento sustentável.
Inovação: O caminho para o crescimento sustentável.Inovação: O caminho para o crescimento sustentável.
Inovação: O caminho para o crescimento sustentável.
 
Como demonstrar ROI das entregas de valor com Business Case
Como demonstrar ROI das entregas de valor com Business Case Como demonstrar ROI das entregas de valor com Business Case
Como demonstrar ROI das entregas de valor com Business Case
 
10 dimensões da gestão de inovação - síntese e perguntas para reflexão
10 dimensões da gestão de inovação - síntese e perguntas para reflexão10 dimensões da gestão de inovação - síntese e perguntas para reflexão
10 dimensões da gestão de inovação - síntese e perguntas para reflexão
 
Benefícios da inovação aberta
Benefícios da inovação abertaBenefícios da inovação aberta
Benefícios da inovação aberta
 
UM BREVE RESUMO DO GUIA BABOK V3 DE ANÁLISE DE NEGÓCIOS
UM BREVE RESUMO DO GUIA BABOK V3 DE ANÁLISE DE NEGÓCIOSUM BREVE RESUMO DO GUIA BABOK V3 DE ANÁLISE DE NEGÓCIOS
UM BREVE RESUMO DO GUIA BABOK V3 DE ANÁLISE DE NEGÓCIOS
 
Escolas de Testes de Software
Escolas de Testes de SoftwareEscolas de Testes de Software
Escolas de Testes de Software
 
Ferramentas de inovação aberta
Ferramentas de inovação abertaFerramentas de inovação aberta
Ferramentas de inovação aberta
 
Aula3 4 pl..
Aula3 4 pl..Aula3 4 pl..
Aula3 4 pl..
 
Transformação Ágil
Transformação ÁgilTransformação Ágil
Transformação Ágil
 
Ipt fev/2006
Ipt fev/2006Ipt fev/2006
Ipt fev/2006
 

Destaque

Neggocio.com.br - Apresentação cliente
Neggocio.com.br - Apresentação clienteNeggocio.com.br - Apresentação cliente
Neggocio.com.br - Apresentação cliente
Alexandre Rocha Lima e Marcondes
 
Compilando o Android 5 para o Nexus 5
Compilando o Android 5 para o Nexus 5Compilando o Android 5 para o Nexus 5
Compilando o Android 5 para o Nexus 5
Alexandre Rocha Lima e Marcondes
 
Palestra Xamarin.Android - GUX
Palestra Xamarin.Android - GUXPalestra Xamarin.Android - GUX
Palestra Xamarin.Android - GUX
Alexandre Rocha Lima e Marcondes
 
iOS 8 com swift
iOS 8 com swiftiOS 8 com swift
Android Open Source Project - AOSP
Android Open Source Project  - AOSPAndroid Open Source Project  - AOSP
Android Open Source Project - AOSP
Alexandre Rocha Lima e Marcondes
 
Outmovel - Ganhe dinheiro com seu carro e por convidar amigos
Outmovel - Ganhe dinheiro com seu carro e por convidar amigosOutmovel - Ganhe dinheiro com seu carro e por convidar amigos
Outmovel - Ganhe dinheiro com seu carro e por convidar amigosBill Tavares
 
Neggocio.com.br - Apresentação consultor
Neggocio.com.br - Apresentação consultorNeggocio.com.br - Apresentação consultor
Neggocio.com.br - Apresentação consultor
Alexandre Rocha Lima e Marcondes
 

Destaque (7)

Neggocio.com.br - Apresentação cliente
Neggocio.com.br - Apresentação clienteNeggocio.com.br - Apresentação cliente
Neggocio.com.br - Apresentação cliente
 
Compilando o Android 5 para o Nexus 5
Compilando o Android 5 para o Nexus 5Compilando o Android 5 para o Nexus 5
Compilando o Android 5 para o Nexus 5
 
Palestra Xamarin.Android - GUX
Palestra Xamarin.Android - GUXPalestra Xamarin.Android - GUX
Palestra Xamarin.Android - GUX
 
iOS 8 com swift
iOS 8 com swiftiOS 8 com swift
iOS 8 com swift
 
Android Open Source Project - AOSP
Android Open Source Project  - AOSPAndroid Open Source Project  - AOSP
Android Open Source Project - AOSP
 
Outmovel - Ganhe dinheiro com seu carro e por convidar amigos
Outmovel - Ganhe dinheiro com seu carro e por convidar amigosOutmovel - Ganhe dinheiro com seu carro e por convidar amigos
Outmovel - Ganhe dinheiro com seu carro e por convidar amigos
 
Neggocio.com.br - Apresentação consultor
Neggocio.com.br - Apresentação consultorNeggocio.com.br - Apresentação consultor
Neggocio.com.br - Apresentação consultor
 

Semelhante a Uma proposta de gerenciamento de riscos para o empreendedorismo

Paloma costa mba gestao de projetos
Paloma costa   mba gestao de projetosPaloma costa   mba gestao de projetos
Paloma costa mba gestao de projetos
Paloma Costa
 
Investigando o papel da gestão por processos nos sistemas verdes
Investigando o papel da gestão por processos nos sistemas verdesInvestigando o papel da gestão por processos nos sistemas verdes
Investigando o papel da gestão por processos nos sistemas verdes
EloGroup
 
Os três direcionadores da inovação from BPM Global Trends
Os três direcionadores da inovação from BPM Global TrendsOs três direcionadores da inovação from BPM Global Trends
Os três direcionadores da inovação from BPM Global Trends
EloGroup
 
Artigo piramide lean final
Artigo piramide lean   finalArtigo piramide lean   final
Artigo piramide lean finalStartupi
 
O Pensamento Lean-Agile nos Negócios do Século XXI
O Pensamento Lean-Agile nos Negócios do Século XXIO Pensamento Lean-Agile nos Negócios do Século XXI
O Pensamento Lean-Agile nos Negócios do Século XXI
Luiz C. Parzianello
 
ManualBoasPrticas_V8semgoverno.pdf
ManualBoasPrticas_V8semgoverno.pdfManualBoasPrticas_V8semgoverno.pdf
ManualBoasPrticas_V8semgoverno.pdf
EduardodeLimaeSilva1
 
Metodologia Lean Startup
Metodologia Lean StartupMetodologia Lean Startup
Metodologia Lean Startup
Franciele Sena
 
1º FASE - GP - Projetos.pdf
1º FASE -  GP - Projetos.pdf1º FASE -  GP - Projetos.pdf
1º FASE - GP - Projetos.pdf
Marcos Rodrigues
 
Aula 2 - O papel da empresa.pptx
Aula 2 - O papel da empresa.pptxAula 2 - O papel da empresa.pptx
Aula 2 - O papel da empresa.pptx
DaniDu3
 
Estudos de caso de projetos de empreendedorismo e sugestões de ações futuras ...
Estudos de caso de projetos de empreendedorismo e sugestões de ações futuras ...Estudos de caso de projetos de empreendedorismo e sugestões de ações futuras ...
Estudos de caso de projetos de empreendedorismo e sugestões de ações futuras ...Alexandre Rocha Lima e Marcondes
 
Lean Thinking
Lean ThinkingLean Thinking
MBA SGI UNISANTA - Disciplina: Modelagem e Gestão por ProcessosProcessos
MBA SGI UNISANTA - Disciplina: Modelagem e Gestão por ProcessosProcessosMBA SGI UNISANTA - Disciplina: Modelagem e Gestão por ProcessosProcessos
MBA SGI UNISANTA - Disciplina: Modelagem e Gestão por ProcessosProcessos
Marco Viveiros
 
Um Nova Gestão de Negócios para uma Nova Economia
Um Nova Gestão de Negócios para uma Nova EconomiaUm Nova Gestão de Negócios para uma Nova Economia
Um Nova Gestão de Negócios para uma Nova Economia
Luiz C. Parzianello
 

Semelhante a Uma proposta de gerenciamento de riscos para o empreendedorismo (13)

Paloma costa mba gestao de projetos
Paloma costa   mba gestao de projetosPaloma costa   mba gestao de projetos
Paloma costa mba gestao de projetos
 
Investigando o papel da gestão por processos nos sistemas verdes
Investigando o papel da gestão por processos nos sistemas verdesInvestigando o papel da gestão por processos nos sistemas verdes
Investigando o papel da gestão por processos nos sistemas verdes
 
Os três direcionadores da inovação from BPM Global Trends
Os três direcionadores da inovação from BPM Global TrendsOs três direcionadores da inovação from BPM Global Trends
Os três direcionadores da inovação from BPM Global Trends
 
Artigo piramide lean final
Artigo piramide lean   finalArtigo piramide lean   final
Artigo piramide lean final
 
O Pensamento Lean-Agile nos Negócios do Século XXI
O Pensamento Lean-Agile nos Negócios do Século XXIO Pensamento Lean-Agile nos Negócios do Século XXI
O Pensamento Lean-Agile nos Negócios do Século XXI
 
ManualBoasPrticas_V8semgoverno.pdf
ManualBoasPrticas_V8semgoverno.pdfManualBoasPrticas_V8semgoverno.pdf
ManualBoasPrticas_V8semgoverno.pdf
 
Metodologia Lean Startup
Metodologia Lean StartupMetodologia Lean Startup
Metodologia Lean Startup
 
1º FASE - GP - Projetos.pdf
1º FASE -  GP - Projetos.pdf1º FASE -  GP - Projetos.pdf
1º FASE - GP - Projetos.pdf
 
Aula 2 - O papel da empresa.pptx
Aula 2 - O papel da empresa.pptxAula 2 - O papel da empresa.pptx
Aula 2 - O papel da empresa.pptx
 
Estudos de caso de projetos de empreendedorismo e sugestões de ações futuras ...
Estudos de caso de projetos de empreendedorismo e sugestões de ações futuras ...Estudos de caso de projetos de empreendedorismo e sugestões de ações futuras ...
Estudos de caso de projetos de empreendedorismo e sugestões de ações futuras ...
 
Lean Thinking
Lean ThinkingLean Thinking
Lean Thinking
 
MBA SGI UNISANTA - Disciplina: Modelagem e Gestão por ProcessosProcessos
MBA SGI UNISANTA - Disciplina: Modelagem e Gestão por ProcessosProcessosMBA SGI UNISANTA - Disciplina: Modelagem e Gestão por ProcessosProcessos
MBA SGI UNISANTA - Disciplina: Modelagem e Gestão por ProcessosProcessos
 
Um Nova Gestão de Negócios para uma Nova Economia
Um Nova Gestão de Negócios para uma Nova EconomiaUm Nova Gestão de Negócios para uma Nova Economia
Um Nova Gestão de Negócios para uma Nova Economia
 

Mais de Alexandre Rocha Lima e Marcondes

Estudos de caso de projetos de empreendedorismo e sugestões de ações futuras ...
Estudos de caso de projetos de empreendedorismo e sugestões de ações futuras ...Estudos de caso de projetos de empreendedorismo e sugestões de ações futuras ...
Estudos de caso de projetos de empreendedorismo e sugestões de ações futuras ...
Alexandre Rocha Lima e Marcondes
 
Uma proposta de gerenciamento de riscos para o empreendedorismo
Uma proposta de gerenciamento de riscos para o empreendedorismoUma proposta de gerenciamento de riscos para o empreendedorismo
Uma proposta de gerenciamento de riscos para o empreendedorismo
Alexandre Rocha Lima e Marcondes
 
Análise das metodologias para definição de escopo em Lean Startups
Análise das metodologias para definição de escopo em Lean StartupsAnálise das metodologias para definição de escopo em Lean Startups
Análise das metodologias para definição de escopo em Lean Startups
Alexandre Rocha Lima e Marcondes
 
Uma correlação entre Lean Startups e Gerenciamento de Projetos
Uma correlação entre Lean Startups e Gerenciamento de ProjetosUma correlação entre Lean Startups e Gerenciamento de Projetos
Uma correlação entre Lean Startups e Gerenciamento de Projetos
Alexandre Rocha Lima e Marcondes
 
AmishConnect
AmishConnectAmishConnect

Mais de Alexandre Rocha Lima e Marcondes (7)

Controle de versão com o git
Controle de versão com o gitControle de versão com o git
Controle de versão com o git
 
Metodologias Ágeis
Metodologias ÁgeisMetodologias Ágeis
Metodologias Ágeis
 
Estudos de caso de projetos de empreendedorismo e sugestões de ações futuras ...
Estudos de caso de projetos de empreendedorismo e sugestões de ações futuras ...Estudos de caso de projetos de empreendedorismo e sugestões de ações futuras ...
Estudos de caso de projetos de empreendedorismo e sugestões de ações futuras ...
 
Uma proposta de gerenciamento de riscos para o empreendedorismo
Uma proposta de gerenciamento de riscos para o empreendedorismoUma proposta de gerenciamento de riscos para o empreendedorismo
Uma proposta de gerenciamento de riscos para o empreendedorismo
 
Análise das metodologias para definição de escopo em Lean Startups
Análise das metodologias para definição de escopo em Lean StartupsAnálise das metodologias para definição de escopo em Lean Startups
Análise das metodologias para definição de escopo em Lean Startups
 
Uma correlação entre Lean Startups e Gerenciamento de Projetos
Uma correlação entre Lean Startups e Gerenciamento de ProjetosUma correlação entre Lean Startups e Gerenciamento de Projetos
Uma correlação entre Lean Startups e Gerenciamento de Projetos
 
AmishConnect
AmishConnectAmishConnect
AmishConnect
 

Uma proposta de gerenciamento de riscos para o empreendedorismo

  • 1. ISAE/FGV - MBA EM GESTÃO DE PROJETOS 3° FÓRUM UMA PROPOSTA DE GERENCIAMENTO DE RISCOS PARA O EMPREENDEDORISMO CURITIBA 2011
  • 2. ALEXANDRE ROCHA LIMA E MARCONDES UMA PROPOSTA DE GERENCIAMENTO DE RISCOS PARA O EMPREENDEDORISMO Tr a b a l h o d a d i s c i p l i n a d e 3 ° Seminário de Aquisição e Aplicação de Conteúdos do MBA em Gerenciamento de Projetos, Turma 3/2010 da ISAE/FGV. Orientador: Rui Wagner R. Sedor CURITIBA 2011
  • 3. ÍNDICE RESUMO!...........................................................................................................4 PALAVRAS-CHAVE!...........................................................................................4 SINOPSE!...........................................................................................................4 INTRODUÇÃO!..................................................................................................4 BASE TEÓRICA!................................................................................................5 RISCOS EM PROJETOS INOVADORES OU EMPREENDEDORES!..............7 RISCOS DE MERCADO!...................................................................................8 RISCOS COMPETITIVOS!..............................................................................11 RISCOS TECNOLÓGICOS E OPERACIONAIS!.............................................12 RISCOS FINANCEIROS!.................................................................................14 RISCOS HUMANOS !.......................................................................................14 RISCOS LEGAIS E REGULATÓRIOS!............................................................15 RISCOS SISTÊMICOS!...................................................................................15 CONCLUSÃO! ..................................................................................................16 REFERÊNCIAS!...............................................................................................17
  • 4. 4 RESUMO O trabalho propõe uma forma de compreender o gerenciamento de riscos em projetos de empreendedorismo baseado em Lean Startups e nas metodologias relacionadas. Muito das atividades recomendadas em processos de Lean Startups tem como objetivo principal, ou secundário, o gerenciamento de riscos inerentes ao empreendedorismo e à criação de produtos inovadores. O artigo traz a interpretação de situações práticas da experiência do autor e suas ligações com o processo de gerenciamento de riscos de Lean Startups. PALAVRAS-CHAVE Startup, Lean, Lean Startup, empreendedorismo, gerenciamento, risco, incerteza, inovação SINOPSE Este artigo tem como objetivo propor formas de usar as ferramentas e processos propostos pela metodologia Lean Startup para gerenciar riscos nos ambientes de incerteza em projetos empreendedores ou de inovação. Uma Startup é uma instituição humana criada para entregar um novo produto ou serviço sob condições de extrema incerteza, não tem relação com o tamanho, setor ou tempo de vida da empresa (BLANK, 2006). INTRODUÇÃO Startups são empresas com uma história operacional curta. Estas empresas novas estão numa fase de pesquisa e desenvolvimento em seu mercado e, geralmente, apresentam uma alta taxa de crescimento e são voltadas para tecnologia de ponta. São geralmente mais escaláveis do que empresas estabelecidas, pois podem potencialmente crescer muito com um pequeno investimento. Este tipo de empresa geralmente tem várias opções de financiamento e seu principal desafio é validar, compreender e desenvolver suas idéias ou conceitos de negócio, assim como seu potencial comercial (MOORE, 2002). Lean Startups baseiam-se nas seguintes premissas: operam sem gastar mais do que o necessário em cada fase, otimizando custos e aumentando o retorno sobre o investimento; adotam o gerenciamento ágil de projetos e tecnologia de
  • 5. 5 ponta; tem foco no cliente em todos os seus processos (OSTERWALDER et al., 2010). O uso das ferramentas e processos das Lean Startups proporciona uma forma diferenciada de gerenciar riscos em projetos inovadores que, na maioria da vezes, não tem requisitos definidos. As abordagens tradicionais de gerenciamento de riscos não conseguem lidar com a quantidade de incertezas presente em projetos empreendedores ou inovares. BASE TEÓRICA Para compreender o conceito de Lean Startup é necessário compreender primeiramente o que é Lean. O modelo Lean de produção foi criado por Sakichi Toyoda, o fundador da Toyota, seu filho Kiichiro Toyoda e o engenheiro Taiichi Ohno entre 1948 e 1975, como um meio para combater o desperdício (muda), a sobrecarga (muri) e a inconsistência (mura), de forma a acelerar e melhorar o processo de produção preservando valor com o menor esforço possível (ŌNO, 1988) (SHINGŌ, 1989). Este conceito é aplicado diretamente em Lean Startups de forma que se obtenha um modelo de negócios com o maior rendimento possível com a menor quantidade de esforços. Este modelo pode ser encarado como um grande programa composto por projetos e subprojetos. Dá-se um início com uma idéia, segue com a descoberta de clientes para esta idéia, a validação destes clientes e possíveis ajustes no modelo de negócios. Com um modelo de negócios definido inicia-se a criação de uma base de clientes, aumento da escala de produção e de estrutura para a finalização com a saída dos investidores / fundadores (BLANK, 2006). O modelo tradicional de gerência de projetos trabalha com a premissa de que o problema e a solução são conhecidos. Este modelo trabalha com maneiras conhecidas de satisfazer um conjunto de requisitos conhecidos e usa práticas como as encontradas no Guia PMBOK (4a Edição, 2008) ou PRINCE2 (5a Edição, 2009). Metodologias ágeis como o Scrum, abordam um problema conhecido, mas fazem iterações para descobrir como solucioná-lo. Este modelo tem um conjunto conhecido de requisitos, mas não uma maneira clara de alcançá-los (SCHWABER, 2004).
  • 6. 6 O modelo de Lean Startups trabalha com um conjunto desconhecido de requisitos (o modelo de negócio) que não tem uma maneira clara de satisfazê-los (o produto). Dentro da maioria dos subprojetos usam-se metodologias ágeis em sua execução (BLANK, 2006) . O ciclo de vida de uma Lean Startup pode ser representado por um programa que consiste em vários projetos. O escopo, que inicialmente é um completo mistério, é definido gradualmente com a progressão dos projetos. Diagrama 1. Projetos no ciclo de vida de uma Lean Startup (GUTHRIE, 2010) Na primeira linha do Diagrama 1 vemos uma lista ordenada de objetivos que a Startup deve alcançar. Na segunda linha vemos quatro projetos que compõe a parte operacional do programa. A terceira linha representa um grande projeto de coleta de informações e opiniões dos clientes e usuários do produto/serviço. Já a última linha mostra os projetos de captação de investimentos para financiar todo o projeto (GUTHRIE, 2010). Cada linha de projetos no Diagrama 1 é constituída por projetos que seguem as recomendações e metodologias de um modelo diferente, são todas complementares entre si, mas provenientes de fontes diversas. Todos os projetos operacionais que compõe: criar um protótipo, encontrar o mercado adequado, aprender a escalar e ganhar escala vêm da metodologia de Lean Startups de Steven Blank e Eric Ries, unidos aos objetivos e marcos definidos por Sean Ellis. A coleta de informações e métricas é proveniente das métricas AARRR criadas por Dave
  • 7. 7 MacClure e os projetos dos conceitos de Venture Capital tradicionais no Vale do Silício nos EUA (GUTHRIE, 2010). RISCOS EM PROJETOS INOVADORES OU EMPREENDEDORES Para melhor estudar os riscos em projetos envolvendo inovação e empreendedorismo podemos dividir os riscos comumente identificados em quatro categorias, que iremos denominar riscos dos tipos A a D. Riscos do tipo A, que podem ser ignorados com segurança. São riscos de pequena conseqüência e pouca probabilidade de ocorrer. Podem ser eventos com impacto positivo como uma mudança favorável no câmbio ou um desconto na compra de mercadorias ou eventos com impactos negativos como atraso na entrega de produtos ou um pneu furado antes de uma reunião. Já os riscos do tipo B são incômodos que podem ser mitigados com mudanças simples de comportamento. Geralmente são eventos recorrentes ou previsíveis, mas podem ser eventuais, apesar de ser simples de mitigá-los. São exemplos típicos a falta de material (que pode ser evitada mudando hábitos de compra), serviço interrompido (um contrato com SLA ou ter mais de um fornecedor resolvem este problema) ou arquivos perdidos (facilmente controlável com o hábito de se fazer cópias de segurança). Riscos que envolvem itens seguráveis caem na categoria dos riscos de tipo C. São eventos de pouca probabilidade de ocorrência, mas que podem ter seus efeitos inteiramente ou em parte cobertos pela seguradora. São exemplos típicos propriedades, causalidades, a vida de executivos, erros e omissões, perdas e danos, etc. Os riscos que serão abordados neste artigo pertencem à quarta categoria, a dos riscos que podem causar falência. Estes riscos têm probalidade relativamente alta de não acontecer, mas são muito perigosos quando combinados. Eles devem ser analisados como um todo e não individualmente, pois podem destruir o projeto. Na Tabela 1 pode-se ver uma lista de eventos e a probabilidade individual de ocorrência, assim como a probabilidade combinada de todos eles acontecerem simultaneamente.
  • 8. 8 Probabilidade Evento 90% Haver necessidade de mercado 90% Ter um mercado de tamanho suficiente 90% Conseguir implementar a inavação 90% Vender com lucro 90% Acertar na contratação da equipe 90% Estar à frente da competição 90% Não sofrer processos judiciais 90% Não afundar em burocracia 90% Ter dinheiro disponível no projeto 90% Não ter outros problemas que imeçam o projeto 35% Sucesso absoluto do projeto Tabela 1. Probabilidade de ocorrência de vários eventos simultâneos Os riscos do tipo D podem ser subdivididos em sete categorias que serão abordadas em detalhes: • Riscos de mercado; • Riscos competitivos; • Riscos tecnológicos e operacionais; • Riscos financeiros; • Riscos humanos; • Riscos legais e regulatórios; • Riscos sistêmicos. RISCOS DE MERCADO É muito comum identificar-se como um risco de mercado o ¨não vender o produto no preço desejado¨. Este item não representa um risco, mas sim o efeito ou resultado de dois possíveis riscos: o de não haver mercado grande o suficiente ou simplesmente não haver mercado algum e o de não conseguir se comunicar com os possíveis clientes e não alcançá-los. Ambos os riscos descritos resultam no efeito citado. Portanto, o primeiro erro geralmente está na identificação do risco.
  • 9. 9 O risco de não haver mercado suficientemente grande ou de não haver mercado algum para o produto ou serviço em questão pode ser abordado de diversas formas: conhecer o mercado, acompanhar os concorrentes e ter um contato direto e constante com os possíveis clientes. Pesquisas de mercado, conversas com possíveis clientes e parceiros e ir a campo para tentar resolver o problema proposto são formas de se minimizar este risco. Estas práticas são recomendadas e resumidas no modelo de Lean Startups na expressão ¨saia do prédio¨. Steve Blank diz que uma das características mais importantes de empreendimentos de sucesso é que em algum momento as pessoas saíram do prédio que sediava a empresa e foram ao mercado entender como o cliente compra, usa e o que ele quer do produto. Esta prática envolve num primeiro momento descobrir qual é o seu real mercado e se ele realmente existe. Acompanhar os concorrentes é uma boa forma de conhecer mais de mercado em que se pretende atuar, mas a quantidade de concorrentes é um bom indicador do tamanho do mercado. Nenhum concorrente geralmente indica que não há mercado para o produto ou serviço, exceto em casos de inovação radical, mas mesmo nestes casos deve haver uma ¨maneira antiga¨ para resolver o problema com empresas explorando este mercado. Ter muitos concorrentes é um bom indicador de que há um mercado grande o suficiente para sustentar várias empresas, especialmente quando é um mercado maduro e não em consolidação. O Lean Startup também aborda a última solução, a de se ter um contato constante e direto com os clientes por meio da criação rápida de protótipos funcionais, contato direto com o cliente, métricas de diversos tipos e a criação, teste de hipóteses e se necessário mudança de conceito ou de mercado (chamado de pivoting). A metodologia propõe criar um protótipo funcional da idéia, não apenas desenhar a estrutura ou o projeto técnico, mas realmente criar algo que possa ser usado por possíveis clientes. Este processo encerra-se quando há um modelo de negócios inicial que tenta capitalizar a idéia e um protótipo que possa ser usado e testado por clientes. É comum refazer o protótipo totalmente algumas vezes ou refazer boa parte de sua estrutura até alcançar o objetivo do protótipo funcional para o cliente, nestes casos faz-se necessário alterar a idéia original (BLANK, 2006).
  • 10. 10 Outro processo sugerido é a descoberta de clientes, que consiste em fazer várias iterações que consistem em levantar, testar e verificar hipóteses com o objetivo de descobrir clientes e validar a necessidade e requisitos que estes impõem à idéia desenvolvida. Idéia esta que sofrerá muitas alterações, podendo até mesmo ser totalmente refeita, com algo que não tenha relação alguma com a idéia inicial (BLANK, 2006). Com um modelo de negócio definido, uma boa idéia de quem são os clientes para o produto e um bom protótipo ou uma versão inicial, a Startup deve passar para uma fase de crescimento, com a criação de uma base de clientes, a formalização do modelo de negócios e a criação de uma estrutura robusta para a empresa. Neste ponto, devem haver várias maneiras de medir e coletar informações sobre o uso, hábitos de compra e tudo o que está relacionado, direta e indiretamente, ao modelo de negócios. Quando se fizer necessário, o modelo de negócios e a idéia devem ser alterados como resposta ao ambiente de mercado num processo chamado de pivoteamento do modelo de negócios (BLANK, 2006). É sabido que várias empresas de renome passaram pelo processo de pivoting em sua história. Por exemplo: • O YouTube, comprado pelo Google, começou como um site para namoro baseado em vídeos e tornou-se uma plataforma de distribuição de vídeos; • O Google começou como uma ferramenta de buscas de documentos para empresas e se tornou o maior buscador na Internet; • A Nintendo foi criada para ser uma empresa de jogos de cartas e transformou-se numa gigante de jogos eletrônicos; • A Pixar tinha o objetivo de ser a melhor empresa de equipamentos para computação gráfica e tornou-se um estúdio de animações; • O Flicker foi criado como um jogo online de representações de papéis e transformou-se num dos maiores sites para troca e publicação de fotos; • A Avon era uma empresa de venda de livros que dava perfumes de brindes, que tornaram-se mais importantes que os livros vendidos; • A Nokia foi criada como produtora de papel, transformou-se em fabricante de botas de borracha e finalmente tornou-se uma empresa de telefonia; • A 3M era uma empresa de mineração antes de tornar-se a gigante em soluções.
  • 11. 11 • Antes de fabricar creme dental, a Colgate fazia sabão, vela e amido; • A BMW foi criada para produzir motores aeronáuticos e migrou para a produção de automóveis depois da segunda guerra mundial. Em paralelo, inicia-se um projeto para coletar informações em métricas aplicáveis a este ponto do modelo de negócios. Aqui são registradas informações que permitem acompanhar a aquisição, retenção, monetização de clientes, margem de lucro, rentabilidade e crescimento (GUTHRIE, 2010). O processo de validação de clientes tem por objetivo aprender a cativar o cliente. Esta é a forma que as Lean Starups usam para minimizar o risco de não saber como alcançar e se comunicar com os clientes. Para isto são usadas as métricas coletadas até o momento, com comunicação direta por email, pesquisas, grupos de foco, discussões com clientes e até mesmo a criação de um grupo de conselho de clientes, além de diversas outras formas de entrar em contato com os clientes (BLANK, 2006). Este é o momento onde o modelo de negócio criado é colocado à prova com diversas formas de se criar demanda visando aprender como se comunicar com o cliente, vender e ganhar escala no mercado em questão. Simultaneamente a usabilidade e design do serviço/produto serão repetidamente incrementados a partir do Minimum Desirable Product (BLANK, 2006). RISCOS COMPETITIVOS Alguns dos riscos que geralmente são identificados envolvem a relação da empresa ou do projeto com seus concorrentes. Diferentemente dos riscos de mercado que não tem um agente identificado, estes riscos estão sempre ligados com a concorrência, que pode ser identificada e nomeada. A maior parte desta categoria de riscos envolve o competidor, ou competidores, tirar o produto ou serviço, que está sendo desenvolvido, do mercado. Isto pode acontecer por meios leais e legais ou por concorrência desleal e ilegal. No segundo caso não ha muito o que fazer a não ser denunciar às entidades reguladoras de mercado e posteriormente processar juridicamente a concorrência. No primeiro caso há basicamente três ações que podem mitigar estes riscos: fortalecer seus pontos fracos, conhecer muito bem a concorrência e manter a liderança no que faz bem.
  • 12. 12 Duas ações práticas para mitigar estes tipos de risco são: fortalecer os seus pontos fracos e manter a liderança no que é bom. Ambas as ações são contempladas nas metodologias ágeis. Os processos de criação de protótipo, criação e validação de clientes pedem que a empresa saia de seu escritório e entre em contato direto com seus clientes ou possíveis clientes, o que faz com que se obtenha maior compreensão de seus pontos fortes e fracos. Apenas com o conhecimento dos pontos que são considerados fortes e fracos por seus clientes a empresa poderá fortalecer os que apresentam maiores necessidades. Da mesma forma, para continuar fazendo aquilo que faz bem, é preciso conhecer o que o cliente valoriza no produto ou serviço oferecidos. Os processos de Descoberta e Validação de Clientes tem por fim identificar quem são os clientes, quais seus interesses e o que o faz adquirir o produto ou serviço. Estas informações servem de base para descobrir quais são suas forças e fraquezas, com estas informações tem-se subsídio para mitigar os riscos competitivos. RISCOS TECNOLÓGICOS E OPERACIONAIS Uma parte dos riscos identificados em projetos de inovação envolvem a tecnologia em si e a execução do projeto. Se o desenvolvimento ou aperfeiçoamento de uma tecnologia está intimamente ligado com o escopo do projeto surgem riscos como o de não conseguir desenvolver a tecnologia como esperado, alcançar um custo de produção que inviabilize o produto ou serviço e não dominar suficientemente a tecnologia utilizada. Os processos propostos pela metodologia de Lean Startups conseguem, de forma indireta, mitigar alguns destes riscos sem, entretanto os elimina. Todos os processos ágeis propostos para o desenvolvimento do produto ou serviço conseguem decompor o problema tecnológico em partes pequenas o suficiente para se ter um controle e uma previsão melhor dos riscos tecnológicos. Adicionalmente o paradigma de falhar rapidamente faz com que os problemas sejam antecipados ou previstos com maior facilidade. A visibilidade de uma provável falha no desenvolvimento ou no domínio da tecnologia faz com que o risco de que isto leve o projeto a fracassar diminua, pois dá a oportunidade de reagir e mudar antes dele acontecer.
  • 13. 13 Há também os riscos operacionais, e dentre eles o risco de uma falha operacional é um dos mais comuns. Uma das formas de mitigar estes tipos de riscos é dividir o produto ou serviço em partes menores, mais simples de compreender, mais fáceis de desenvolver e consertar em caso de falhas e com menos possibilidades de falhas. O processo ágil de desenvolvimento decompõe o problema em partes menores que são mais fáceis de gerenciar e provê os resultados citados anteriormente na mitigação dos riscos envolvidos. Outra forma recomendada de mitigar o risco de falhas operacionais é criando ou usando processos definidos na operação do projeto. O simples fato de se adotar as práticas da metodologia de Lean Startups faz com que seja adotado um processo formal para a execução do projeto. Pode-se também buscar melhorias nos processos já existentes, o que definitivamente está alinhado com a busca de melhoria contínua das metodologias ágeis. Uma das maneiras de se melhorar um processo consiste em automatizá-lo, sem necessariamente alterá-lo. Uma das práticas sugeridas pela metodologia de Lean Startups é exatamente a de se automatizar ao máximo e diminuir o tempo de intervenções no processo de construção e execução do produto ou serviço. Certamente há muito mais espaço para automatizarmos a construção de um produto do que a execução de um serviço, mas ainda assim é possível. Mesmo com processos definidos e automatizados, há o risco de falhas na execução dos planos ou processos. O que mitigaria ou eliminaria este risco é a experiência em inovação e projetos inovadores, e como isto não pode sor adquirido por meio de teoria ou com o uso de processos ou metodologias, apenas podemos abordar este risco marginalmente tentando contê-lo. A metodologia de Lean Startups propõe que haja mais de um fundador, pelo menos um técnico e um da área administrativa. Preferencialmente ter um dos fundadores com maior experiência em inovação e se possível mentores que possam instruí-lo neste tipo de projetos. Estar associado com pessoas de outras áreas e, principalmente, com experiência em inovação e empreendedorismo diminui a necessidade de se ter adquirido a experiência na área. Outra forma de mitigar este tipo de risco é lançar mão de paradigma de falhar rapidamente, que foi citado anteriormente. Esta forma de pensar molda a execução do projeto proporcionando agilidade para mudar e detectar com antecedência os problemas que ocorreriam posteriormente. Para que
  • 14. 14 isto aconteça o produto deve ter um protótipo funcional e ser usado pelos consumidores mesmo antes de estar finalizado. Colher opiniões, considerações e reclamações destes testadores faz com que os problemas (técnicos, de concepção ou design) possam ser vistos antes do lançamento do produto ou serviço. RISCOS FINANCEIROS Uma grande fonte de riscos para projetos que envolvem inovação são as finanças, especialmente o descontrole financeiro e a falta de recursos. Dentro das práticas das Lean Startups a busca por recursos financeiros e a criação de projeções financeiras vêm para minimizar o efeito destes riscos. Estas ações são sugeridas e os melhores momentos para buscar recursos financeiros são indicados, mas os métodos e maneiras para as realizar ficam ao encargo do Gerente do Projeto, sua equipe e stakeholders decidirem. Algumas ações sugeridas nas práticas de Scrum e Lean Startups diminuem o risco de não conseguir investimento. Uma das formas é diminuir o custo mensal para produzir ou desenvolver o projeto. O valor deste custo mensal é chamado de Burn Rate e ele pode ser diminuindo ao se aumentar a eficiência da equipe, o que é possível com ferramentas de desenvolvimento ágil. Outras duas ações usadas pelos praticantes da metodologia de Lean Startups estão relacionadas entre si, e são: colocar o produto no mercado o quanto antes possível e fazer o mínimo necessário para vender. Juntas, estas duas ações diminuem o risco de falhar por falta de recursos financeiros pois minimiza o tempo que a empresa atua sem renda. Quanto antes o produto entrar no mercado, antes serão conhecidas as falhas, as necessidades dos clientes e a adequação do produto ou serviço à estas necessidades. RISCOS HUMANOS Há riscos inerentes à contratação e demissão de pessoas. Este processo de troca de pessoal traz o risco de se perder capital intelectual. Como a metodologia de Lean Startups recomenda a prática de metodologias ágeis como a eXtreme Programming (XP) e Scrum, este risco é em muito mitigado. O Scrum traz para a gerência do projeto a avaliação constante da execução das atividades e apresenta uma forma de adaptar a distribuição das atividades às qualidades e talentos de cada profissional da equipe. A avaliação constante é uma prática que leva os profissionais
  • 15. 15 a buscarem melhorar sua eficiência, aprender e compreender os diferentes aspectos de suas atividades no projeto e especializar-se em seu papel na equipe. Esta prática é especialmente importante para os novos integrantes da equipe. Para minimizar o risco da perda de conhecimento quando pessoas se desligam da equipe, a metodologia ágil XP propõe o uso de práticas como o pair programming e o test driven development. A primeira prática, o pair programming, coloca duas pessoas para trabalhar lado-a-lado numa mesma atividade por um tempo, com regularidade. Estes pares trocam com alguma freqüência, de forma que cada integrante da equipe sabe como exercer as atividades e compreende as tarefas dos outros. Assim, se há um desligamento na equipe a perda do capital intelectual é mitigada pela distribuição do conhecimento que estas práticas trouxeram. RISCOS LEGAIS E REGULATÓRIOS Estes riscos envolvem problemas relacionados com o ambiente legal e órgãos regulatórios. Nenhum dos riscos nesta categoria são abordados pelas metodologias ágeis como XP e Scrum, nem pelas metodologias das Lean Startups. As formas de lidar com estes tipos de risco envolvem conhecer o ambiente legal e instruções regulatórias da área e ter uma constante consultoria jurídica durante o projeto. RISCOS SISTÊMICOS Uma as categorias mais peculiares de riscos para empresas com produtos ou serviços que envolvem são os riscos sistêmicos. Esta categoria envolve riscos que atingem toda a sociedade numa determinada região, país ou até mesmo todo o mundo. Estes riscos tem como exemplos crises políticas e financeiras, catástrofes, acidentes e forças da natureza que afetam todo o mercado, atingindo tanto a empresa quanto seus parceiros e concorrentes. Estes riscos são altamente imprevisíveis tanto em seu impacto quando na probabilidade de ocorrência. Ao mesmo tempo são os que contam com o menor número de respostas, que basicamente podem ser resumidas em: aceitar o risco como tal ou reagir rapidamente. A grande questão está no fato de que para se reagir rapidamente a um risco destes é necessário muito preparo e provavelmente uma série de planos de contingência apto para a situação em questão.
  • 16. 16 O grande problema é que é praticamente impossível prever uma catástrofe natural ou uma crise com antecedência suficiente para se preparar um plano de contingência adequado e a maior parte das empresas não consegue mudar ou adotar uma estratégia com a velocidade necessária para minimizar o impacto deste tipo de risco. Felizmente o fato de que empresas que adotam o modelo de Lean Startups são em grande parte das vezes empresas bem pequenas e que estão relativamente acostumadas com incertezas as torna fortes candidatos para conseguirem passar por estes tipos de situações. Uma grande vantagem apara este tipo de empresas é que suas equipes já adotam metodologias ágeis, o que permite que elas reajam rapidamente nestas situações. CONCLUSÃO Apesar do fato de que tratar com a inovação e empreendedorismo não é algo novo, pois a humanidade sempre usou destas ferramentas em seu desenvolvimento, foi à partir do século XX que se propôs um estudo mais sistemático destes temas. Ainda não há consenso, não há um modelo ou a sistematização de uma ciência ao redor destes temas, mas há como vermos os primeiros resultados replicáveis de uma proposta de modelo chamada Lean Startups. Esta proposta vem sendo desenvolvida há alguns anos e ainda está em pleno crescimento em termos de adoção, aquisição de dados estatísticos e formulação de hipóteses para os fotos encontrados na pratica diária de um grande número de empresas de diversos mercados e áreas de atuação. Mesmo sendo o embrião de uma sistematização maior, ela já apresenta complexidade suficiente para abordar os riscos mais comuns para empresas que atuam com inovação e empreendedorismo. A inovação e o empreendedorismo como temas complexos exigem práticas complexas para tornar a solução simples. John Maeda, um renomado professor do MIT e um dos maiores estudiosos sobre simplicidade, diz em sua nona lei sobre a simplicidade: ¨Aceite o fato do que algumas coisas nunca poderão se tornar simples¨ (MAEDA, 2006).
  • 17. 17 REFERÊNCIAS BLANK, Steven. The four steps to the epiphany: successful strategies for products that win. Foster City, California: Cafepress.com, 2006. ISBN 0976470705. ELLIS, Sean. The Startup Pyramid. Acessado em Fevereiro de 2011. http:// startup-marketing.com/the-startup-pyramid/ GUTHRIE, Gordon. Dashboards for Startups. Acessado em Feveiro de 2011. http://hypernumbers.com/howto/dashboards-for-startups/ . MACCLURE, David. Startup Metrics For Pirates. Acessado em Fevereiro de 2011. http://www.slideshare.net/dmc500hats/startup-metrics-for-pirates-sf-jan-2010 MAEDA, John. The Laws of Simplicity. Cambridge, Massachusetts: The MIT Press, 2006. ISBN 0262134721. MARCONDES, Alexandre. Uma Correlação entre Lean Startups e Gerenciamento de Projetos. Curitiba, Paraná. Fundação Getúlio Vargas, 2010. MOORE, Geoffrey A. Crossing the chasm: marketing and selling disruptive products to mainstream customers. New York, New York: HarperBusiness Essentials, 2002. ISBN 0060517123. ŌNO, Taiichi. Toyota production system: beyond large-scale production. Cambridge, Massashushets: Productivity Press, 1988. ISBN 0915299143. OSTERWALDER, Alexander, Yves PIGNEUR, e Tim CLARK. Business model generation: a handbook for visionaries, game changers, and challengers. Hoboken, New Jersey: Wiley, 2010. ISBN 0470876417. RIES, Eric. Startup Lessons Learned. Acessado em Fereiro de 2011. http:// www.startuplessonslearned.com/ SHINGŌ, Shigeo e Andrew P. DILLON. A study of the Toyota production system from an industrial engineering viewpoint. Cambridge, Massashushets: Productivity Press, 1989. ISBN 0915299178.