Este documento discute fábulas, narrativas curtas que usam animais para transmitir lições morais. Ele explica que fábulas surgiram oralmente e se espalharam da Índia para a Grécia antiga, onde Esopo as popularizou. O documento também descreve as características, estrutura e alguns dos autores mais famosos de fábulas, como Esopo, Fedro e La Fontaine.
2. Fábula (lat. fari + falar e gr. Phaó + dizer, contar algo) é uma narração
breve (de natureza simbólica), cujas personagens, por regra, são
animais que pensam, agem e sentem como os seres humanos. Esta
narrativa tem por objetivo transmitir uma lição de moral.
O que é uma fábula?
Origens da fábula
Antes de ser considerada um género, a fábula passou dispersa na
boca do povo.
A fábula nasceu, simultaneamente, em África, na Europa e no
Oriente.
As fábulas orientais foram passando da Índia para a China , ao
Tibete e à Pérsia, terminando na Grécia, com Esopo, que soube
adaptar as histórias orientais à sabedoria grega.
3. Características
Apresenta os elementos essenciais da narrativa (personagens,
tempo, espaço, ação e narrador).
A narrativa é curta, geralmente com diálogo.
As personagens são quase sempre animais, mas também podem
ser pessoas, objetos, plantas ou outros elementos da Natureza.
Transmite um ensinamento, uma lição.
No final da história, destaca-se uma moral
ou moralidade.
4. Estrutura
Situação inicial
Obstáculos, problemas, complicações
Tentativas de resolução
Resultado final
Através das fábulas podemos fazer duas leituras independentes:
1. A Narrativa propriamente dita, cuja estrutura
narrativa sempre se repete:
2. Moral – por vezes surge sob a forma de um provérbio conhecido
ou aparece resumida numa frase.
5. Autores conhecidos
Esopo
(séc. VII e VI a.C.)
Fedro
Esopo foi um escravo grego, que mais tarde
foi libertado, que contou (não escreveu)
inúmeras fábulas.
As fábulas de Esopo são curtas, bem
humoradas e suas mensagens e
ensinamentos estão relacionados com os
factos do quotidiano.
Fedro recontou as fábulas de Esopo
sob a forma de poesia. As suas
histórias mostram, através da sátira, a
sua revolta contra as injustiças e o
crime.
6. “Sirvo-me de animais para instruir os
homens.
[...]
Procuro tornar o vício ridículo;
por não poder atacá-lo com braço de
Hércules.
[...]
Algumas vezes oponho, através de
uma dupla imagem,
o vício à virtude, a tolice ao bom
senso.
[...]
Uma moral nua provoca o tédio:
o conto faz passar o preceito com ele,
nessa espécie de fingimento, é preciso
instruir e agradar
pois contar por contar, me parece de
pouca monta.”
La Fontaine
(1621-1695)
7. Não há nomes de grandes
fabulistas e a sua prática foi
esporádica.
No século XVI, Sá de Miranda
compôs duas fábulas "O rato do
campo e o rato da cidade" e "O
cavalo e o cervo".
Depois de Bocage, Almeida Garrett
reuniu várias fábulas num volume
"Fábulas e Contos" (1853).
"As Fábulas" (1955), de Cabral do
Nascimento, poeta e publicista
português, reúne talvez os
melhores exemplares em
português.
Fabulistas Portugueses