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FALA E ESCRITA
K O C H , I N G E D O R E V. ; E L I A S ,
VA N D A M A R I A . L E R E
E S C R E V E R : E S T R AT É G I A S D E
P R O D U Ç Ã O T E X T U A L . S Ã O
PA U L O : C O N T E X T O , 2 0 0 9 .
FALA E ESCRITA: DUAS
MODALIDADES DE UM
CONTINUUM
O texto é um evento
sociocomunicativo, que ganha
existência dentro de um processo
interacional. Todo texto é resultado de
uma coprodução entre interlocutores:
o que distingue o texto escrito do
falado é a forma como tal coprodução
se realiza.
No TEXTO ESCRITO a
coprodução se resume à
consideração daquele
para quem se escreve,
não havendo
participação direta e
ativa deste na elaboração
lingüística do texto. A
dialogicidade constitui-
se numa relação “ideal”.
Os contextos de
produção e recepção não
são coincidentes.
O TEXTO FALADO,
por sua vez, emerge no
próprio momento de
interação. Ele é o seu
próprio “rascunho”.
Por estarem os
interlocutores
copresentes, ocorre
uma interlocução ativa
que implica um
processo de coauoria,
refletido na
materialidade
lingüística.
CONDIÇÕES DE PRODUÇÃO
Fala e escrita são, portanto, duas
modalidades da língua. Assim,
embora se utilizem do mesmo
sistema linguístico, cada uma
delas possui características
próprias. Ou seja, a escrita não
constitui mera transcrição da fala,
como muitas vezes se pensa.
Isso não significa, porém, que fala e
escrita devam ser vistas de forma
dicotômica, estanque, como era
comum até há algum tempo e, por
vezes, como acontece ainda hoje.
Vem-se postulando que os diversos
tipos de práticas sociais de
produção textual situam-se ao longo
de um contínuo tipológico, em cujas
extremidades estariam, de um lado, a
escrita formal e, de outro, a
conversação espontânea, coloquial.
Assim, Marcuschi frisa que “as
diferenças entre fala e escrita se dão
dentro de um continuum tipológico das
práticas sociais e não na relação
dicotômica de dois polos opostos”.
A seguir serão vistos quadros
representativos dessas duas abordagens
teóricas para o tratamento da relação
entre fala e escrita: a visão dicotômica e
a visão não-dicotômica.
VISÃO DICOTÔMICA: FALA X ESCRITA
FALA ESCRITA
contextualizada descontextualizada
implícita explícita
redundante condensada
não planejada planejada
predominância do modus pragmático predominância do modus
sintático
fragmentada não fragmentada
incompleta completa
pouco elaborada elaborada
pouca densidade informacional densidade informacional
predominância de frases curtas, simples ou
coordenadas
predominância de frases
complexas, com subordinação
pequena frequência de passivas emprego frequente de passivas
poucas nominalizações abundância de nominalizações
VISÃO NÃO-DICOTÔMICA: CONTINUUM
“Aspecto central nesta questão é a
impossibilidade de situar a oralidade e a
escrita em sistemas lingüísticos diversos, de
modo que ambas fazem parte do mesmo
sistema da língua. São realizações de uma
gramática única, mas, do ponto de vista
semiológico, podem ter particularidades
com diferenças bem acentuadas, de tal
modo que a escrita não representa a fala.
Portanto, não postulamos uma simetria de
representação entre fala e escrita, mas uma
relação sistêmica no aspecto central das
articulações estritamente lingüísticas”
(MARCUSCHI,
MARCAS DA ORALIDADE NA
ESCRITA
Koch (2009:18) destaca algumas marcas de
oralidade que a criança imprime ao seu texto
escrito, não apenas na fase de aquisição, mas,
por vezes, ainda por um tempo relativamente
longo, já que continua usando as mesmas
estratégias de construção e os mesmos
recursos de linguagem que utiliza na interação
face a face.
1. a questão da referência;
2. as repetições;
3. o uso de marcadores
conversacionais
(e, daí, então, (d)aí então etc.);
4. a justaposição de enunciados
sem qualquer conexão explícita;
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6. a segmentação gráfica.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Trabalhando as interferências e marcas da
oralidade separadamente na fase de aquisição
de escrita, o professor fará com que o aluno
perceba que o texto escrito difere daquele
utilizado na interação face a face, tendo,
portanto, suas especificidades. Assim, o aluno
acabará por construir um outro modelo de texto,
o escrito, e será capaz de (se e quando
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recursos próprios desta modalidade.

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  • 1. FALA E ESCRITA K O C H , I N G E D O R E V. ; E L I A S , VA N D A M A R I A . L E R E E S C R E V E R : E S T R AT É G I A S D E P R O D U Ç Ã O T E X T U A L . S Ã O PA U L O : C O N T E X T O , 2 0 0 9 .
  • 2. FALA E ESCRITA: DUAS MODALIDADES DE UM CONTINUUM O texto é um evento sociocomunicativo, que ganha existência dentro de um processo interacional. Todo texto é resultado de uma coprodução entre interlocutores: o que distingue o texto escrito do falado é a forma como tal coprodução se realiza.
  • 3. No TEXTO ESCRITO a coprodução se resume à consideração daquele para quem se escreve, não havendo participação direta e ativa deste na elaboração lingüística do texto. A dialogicidade constitui- se numa relação “ideal”. Os contextos de produção e recepção não são coincidentes. O TEXTO FALADO, por sua vez, emerge no próprio momento de interação. Ele é o seu próprio “rascunho”. Por estarem os interlocutores copresentes, ocorre uma interlocução ativa que implica um processo de coauoria, refletido na materialidade lingüística. CONDIÇÕES DE PRODUÇÃO
  • 4. Fala e escrita são, portanto, duas modalidades da língua. Assim, embora se utilizem do mesmo sistema linguístico, cada uma delas possui características próprias. Ou seja, a escrita não constitui mera transcrição da fala, como muitas vezes se pensa.
  • 5. Isso não significa, porém, que fala e escrita devam ser vistas de forma dicotômica, estanque, como era comum até há algum tempo e, por vezes, como acontece ainda hoje. Vem-se postulando que os diversos tipos de práticas sociais de produção textual situam-se ao longo de um contínuo tipológico, em cujas extremidades estariam, de um lado, a escrita formal e, de outro, a conversação espontânea, coloquial.
  • 6. Assim, Marcuschi frisa que “as diferenças entre fala e escrita se dão dentro de um continuum tipológico das práticas sociais e não na relação dicotômica de dois polos opostos”. A seguir serão vistos quadros representativos dessas duas abordagens teóricas para o tratamento da relação entre fala e escrita: a visão dicotômica e a visão não-dicotômica.
  • 7. VISÃO DICOTÔMICA: FALA X ESCRITA FALA ESCRITA contextualizada descontextualizada implícita explícita redundante condensada não planejada planejada predominância do modus pragmático predominância do modus sintático fragmentada não fragmentada incompleta completa pouco elaborada elaborada pouca densidade informacional densidade informacional predominância de frases curtas, simples ou coordenadas predominância de frases complexas, com subordinação pequena frequência de passivas emprego frequente de passivas poucas nominalizações abundância de nominalizações
  • 9. “Aspecto central nesta questão é a impossibilidade de situar a oralidade e a escrita em sistemas lingüísticos diversos, de modo que ambas fazem parte do mesmo sistema da língua. São realizações de uma gramática única, mas, do ponto de vista semiológico, podem ter particularidades com diferenças bem acentuadas, de tal modo que a escrita não representa a fala. Portanto, não postulamos uma simetria de representação entre fala e escrita, mas uma relação sistêmica no aspecto central das articulações estritamente lingüísticas” (MARCUSCHI,
  • 10. MARCAS DA ORALIDADE NA ESCRITA Koch (2009:18) destaca algumas marcas de oralidade que a criança imprime ao seu texto escrito, não apenas na fase de aquisição, mas, por vezes, ainda por um tempo relativamente longo, já que continua usando as mesmas estratégias de construção e os mesmos recursos de linguagem que utiliza na interação face a face.
  • 11. 1. a questão da referência; 2. as repetições; 3. o uso de marcadores conversacionais (e, daí, então, (d)aí então etc.); 4. a justaposição de enunciados sem qualquer conexão explícita; 5. o discurso direto 6. a segmentação gráfica.
  • 12. CONSIDERAÇÕES FINAIS Trabalhando as interferências e marcas da oralidade separadamente na fase de aquisição de escrita, o professor fará com que o aluno perceba que o texto escrito difere daquele utilizado na interação face a face, tendo, portanto, suas especificidades. Assim, o aluno acabará por construir um outro modelo de texto, o escrito, e será capaz de (se e quando necessário) utilizar de modo adequado os recursos próprios desta modalidade.