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O Olú Ìṣẹ̀ṣe Àgbáyé (O Supremo Sacerdote da Religião Indígena Iorubá) representando (tornando-se) o Òrìṣà Àmọ̀tẹ́kùn (Leopardo), fonte ORISHADA
Ẹ̀sìn Ìbílẹ̀ Yorùbá ou Ìṣẹ̀ṣe é como é chamada e conhecida a tradicional Religião Indígena Iorubá. Uma religião ancestral praticado dês dos primórdios
da Terra, há milênios.
A tradicional religião nigeriana, também referida como Religião Indígena Iorubá, engloba manifestações e fundamentos culturais, sociais e religiosos
de um país da África, chamado Nigéria O Ẹ̀sìn ìbílẹ̀ yorùbá (religião/culto indígena iorubá) possui ensinamentos, práticas e rituais que organizam a
estrutura das sociedades nativas nigerianas, permitindo também, concepções próprias a respeito de Deus e do Universo em geral. Porém, mesmo
dentro de uma mesma comunidade, cidade ou estado, podem existir pequenas divergências em relação às concepções a respeito do s obrenatural. É
uma tradição religiosa que em quase nada foi influenciada pelas religiões surgidas recentemente, como o Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo,
entre outras. Pelo contrário, assim como no Brasil, muitos cristãos e mulçumanos vão à procura de sacerdotes da Religião Trad icional Iorubá para se
tratarem, sacerdotes como os Bàbáláwo (adivinhos, detentores dos segredos), por exemplo. É um culto que além de praticado na Nigéria, muito vem
sendo praticado e difundido em países da América, Ásia e Europa.
O Ìṣẹ̀ṣe é uma religião completamente étnica e tribal, por mais que sua base seja única, possui também suas diferenças, varian do seus costumes e
liturgias de acordo com cada etnia e tribo. De todos os Cultos Africanos, foi e é o mais influente no Brasil, falando religiosamente. A primeira vez
que este veio ao nosso país foi em meados do século XVIII, com a vinda de escravos africanos de origem Nàgó (yorùbá, ìjẹ̀ṣà, igbó, ẹ̀gbá, etc.), através
do tráfico escravista. Chegando aqui, pela diferença cultural, o mesmo teve que ser readaptado as nossas terras e a cultura existente, nascendo ai o
Candomblé, um CULTO AFRO-BRASILEIRO, mas de MATRIZ AFRICANA. Então, muito desta tradição religiosa perdeu-se e muito de outras culturas
religiosas foi agregado a esta, originando o Candomblé que conhecemos hoje. Mas na década de 80, alguns nigerianos e também alguns brasileiros
começam o resgate ao Culto Tradicional Indígena Iorubá em nossas terras, trazendo ao Brasil sacerdotes oriundos da Nigéria. E então, esta
religiosidade retorna à nossa terra e hoje, diferente da primeira vez, podemos ter o livre arbítrio e o privilégio de cultuar as divindades iorubás, como
estas eram e são cultuadas em sua terra natal, a Nigéria. Atualmente podemos encontrar espalhadas pelo Brasil diversas casas de culto que praticam
o Ẹ̀sìn Ìbílẹ̀ Yorùbá (Ìṣẹ̀ṣe). Essas casas seguem as mais variadas tradições religiosas, oriundas de Abẹ́òkúta, Ìbàdàn, Òṣogbo, Èkìtì, etc. A Religião
Iorubá prega a existência de uma Divindade regente e governante da Terra, chamada Olódùmarè, que equivale ao Deus/Alá/Jeová d os outros povos.
Este criou a raça humana e governa a Terra (chamada pelos iorubas de Àiyé) com o auxílio de outras divindades, chamadas Imọlẹ̀ (popularmente
conhecidas como Orixás no Brasil). Cada divindade destas possui seu corpo sacerdotal, que através de comunidades (conventos, templos, casas,
sociedades) difundem e preservam seus cultos. A maior autoridade sacerdotal desta religião hoje no mundo é o Bàbá Awóyẹmí (Chief Àdìsá
Mọ́kọranwálé Awóreni), da cidade de Ilé Ifẹ̀ na Nigéria, que além de Àràbà Àgbáyé (Chefe Universal de todos os Sacerdotes de Ọ̀rúnmìlà), detém o
título de Olú Ìṣẹ̀ṣe Àgbáyé (Senhor desta Religião no Mundo), sua pessoa para os seguidores deste religião, equivale ao Papa para os católicos. É um
representante de Ọ̀rúnmìlà sobre a Terra e é considerado um descendente consanguíneo desta divindade. Guarda segredos incalculáveis da
humanidade. É também uma autoridade política na Nigéria. O mesmo esteve no Brasil em Setembro de 2009. O Culto Tradicional Io rubá, como já
dito, foi o culto que deu origem a diversos outros cultos religiosos no Novo Mundo, como a Santeria em Cuba e o Candomblé no Brasil. A cidade de
Ilê Ifé (Ilé Ifẹ̀) é considerada pelos iorubas o lugar de origem de suas primeiras tribos, de seus ancestrais primordiais. lfé é o berço de toda religião
tradicional iorubá, é um lugar sagrado, onde as divindades (Orixás) chegaram, criaram, povoaram o mundo e depois ensinaram aos mortais como as
cultuar. Os iorubás mais tradicionais seguem um calendário lunar, com semanas de apenas quatro dias (ọjọ́ Ọbàtálá, ọjọ́ Awo, ọjọ́ Ògún, ọjọ́ Jàkúta),
nos quais cultuam suas divindades. No Ọjọ́ Ọ̀sẹ̀ (Ọjọ́ Ọbàtálá), Dia de Ọbàtálá, dia em que rendem homenagem às divindades primordiais, criadoras,
os Funfun, cultuam Ọbàtálá (Primogênito de Olódùmarè, o criador da raça humana, senhor de todos os òrìṣà [imọlẹ̀ funfun]), Yèmọwó (Esposa de
Ọbàtálá, divindade dos búzios e da prosperidade), Èṣù (Divindade organizadora do Universo), Orò (Ancestral primordial), Egúngún (Ancestrais
masculinos), Òkè (Divindade das montanhas) e Agẹmọ (Divindade representada pelo camaleão, a primeira a caminhar sobre a Terra com seus
descendentes).
No Ọjọ́ Awo (Ọjọ́ Ọ̀rúnmìlà), Dia do Segredo, dia em que rendem homenagem às divindades detentoras dos segredos, mais precisamente Ọ̀rúnmìlà
(Ifá), a divindade da sabedoria. Cultuam Ẹ̀là (Divindade da Luz), Ọ̀rúnmìlà (Divindade da Sabedoria), Òdù (Odùlọ́gbòjé, primeira esposa de Ifá, mãe
dos Odù), Ọ̀ṣun (Divindade da maternidade), Ọ̀sanyìn (Divindade detentora dos segredos das folhas), Olókun (A poderosa e riquíssima divindade dos
mares), Yèmọja (Divindade dos rios e protetora das cabeças). No Ọjọ́ Ògún, Dia do Guerreiro, dia em que rendem homenagem as divindades
guerreiras e caçadoras, cultuam Ògún (Patrono de todos os caçadores e divindade do ferro), Ọ̀ṣọ́ọ̀sì (Divindade caçadora que protege contra as
feiticeiras), Ìja (Divindade da família de Ògún), Ọlọ́ògùn Ẹdẹ (Divindade Caçadora e Feiticeira), Erinlẹ̀ e Otín (Divindades femininas, caçadoras e
valentes), Òrìṣà Oko (Divindade funfun da fazenda e da agricultura e grande caçador). *Bàbá Abọ̀gún (Sacerdotes de Ògún) em Ẹdẹ - Nigéria, fonte
Facebook de Sangosakin Ajala. No Ọjọ́ Jàkúta (Ọjọ́ Ṣàngó), Dia do Mortífero atirador de pedras, rendem homenagens às divindades Ṣàngó (Divindade
do trovão e grande ancestral de Ọ̀yọ́), Ọya (Divindade dos ventos e tempestades, esposa de Ṣàngó), Baáyànnì (Divindade da família de Ṣàngó),
Ṣọ̀npọ̀nná (Divindade da terra, das doenças e epidemias) e Nàná Bùkúù (Divindade antiga da morte e esposa de Ṣọ̀npọ̀nná, chamada também de
Ọmọlú em Abẹ́òkúta), Òṣùmàrè (Divindade do arco-íris e da riqueza). Ẹlẹ́gùn Ọya (Sacerdotisa de Ọya-Ìyásán) e Ẹlẹ́gùn Ṣàngó (Sacerdote de Ṣàngó)
em Òṣogbo - Nigéria, fonte Facebook da Iyalorisa Oyelola Elebuibon
Ao contrário do Brasil, onde várias divindades passaram a serem cultuadas em um mesmo templo, na Nigéria as divindades são cultuadas cada uma
em seus respectivos templos ou sociedades. Existindo em cada cidade nigeriana, os respectivos templos de cada divindade. Porém, cada divindade
possui seu templo principal na cidade de sua origem, por exemplo, o principal templo de Ṣàngó encontra-se em Ọ̀yọ́, o principal templo de Ọ̀ṣun,
encontra-se em Òṣogbo, o principal templo de Yèmọja localiza-se em Abẹ́òkúta, o principal templo de Ọ̀rúnmìlà encontra-se em Ilé Ifẹ̀ e assim por
diante. Quando existem pessoas que devem ser iniciadas à uma determinada divindade e não existe o templo desta na cidade natal da pessoa, a
mesma é encaminhada ao templo mais próximo desta divindade no país (Nigéria). Com toda esta recriação do Culto no Brasil, o culto não teve
apenas percas, mas ganhos também, o ato de cultuarem várias divindades em um mesmo templo, por exemplo, facilitando de certa maneira para os
iniciados e devotos das mesmas. Bom, este foi apenas um pouco do que é esta esplendida e complexa religião, que a cada dia, mais e mais devotos
vem semeando em nossas terras (Brasil). Infelizmente, ainda muito mal interpretada por alguns, porém, muito amada por outros, por sua simples e
ao mesmo tempo complexa ritualística, pelos seus ensinamentos de moral e conduta e principalmente, pelas suas magníficas divindades. Esperamos
que através desse artigo possamos incentivar aos leitores a busca de mais conhecimentos sobre essa magnífica religião – Ẹ̀sìn Ìbílẹ̀ Yorùbá.
Por Hérick Lechinski (Ọlọ́ṣùmàrè Ejòtọ́lá)
O Jogo de Búzios (Mẹ́rìndínlógún Ifá ou Owó Ẹyọ Mẹ́rìndínlógún) é um oráculo divinatório (divino) de origem Iorubá (Yorùbá), muito utilizado pelos
sacerdotes de Orixá (Imọlẹ̀).
Sua origem se explica no fato de que: Ọ̀ṣun quando era esposa de Ọ̀rúnmìlà (Ifá), aprendeu com ele algumas informações sobre os dezesseis
principais odù (signos de Ifá). Pois, até então, os oráculos utilizados por Ọ̀rúnmìlà, tanto os Ikin Ifá, quanto o Ọ̀pẹ̀lẹ̀ Ifá, davam acesso aos 256 odù, o
que fugia do conhecimento de Ọ̀ṣun. Porém, com o auxilio de Èṣù e de algumas outras divindades, Ọ̀ṣun veio a criar um oráculo que desse acesso
apenas aos dezesseis odù’s principais, dos quais ela detinha conhecimento. Assim, foi criado o “Jogo Búzios”, para que os Bàb á e Ìyálọ́òrìṣà pudessem
consultar Ọ̀rúnmìlà sem a necessidade de conhecerem os 256 odù, e sim apenas os 16 principais deles, os mẹ́rìndínlógún odù àgbà.
Este oráculo permite ao sacerdote apurar a vontade do Orí (divindade tutelar de uma pessoa) do devoto (ou consulente) e conhecer parte de seu
destino (Ìpín) e então, solucionar um problema ou garantir uma bênção ao mesmo.
Aos devotos dos Orixás (Imọlẹ̀) ou às pessoas comuns, é recomendado sempre que possível efetuar uma consulta ao oráculo (Jogo de Búzios), a fim
de receberem as orientações espirituais necessárias para terem uma vida muito mais equilibrada, feliz e repleta de sucesso.
O jogo apresenta um ou mais odù (signo oracular) e através dos ìtàn’s (relatos antigos) referentes aos odù apresentados, normalmente o problema
vivido pela pessoa será narrado e respectivamente sua solução, seja através do ẹbọ (ritual de fortalecimento espiritual) ou das orientações de
conduta.
Por Zarcel Carnielli (Ọlọ́bàtálá Òṣàláṣínà)
Os Imọlẹ̀ (Orixás) mais cultuados na tradicional Religião Indígena Iorubá - Ẹ̀sìn Ìbílẹ̀ Yorùbá
OLÓDÙMARÈ/OLÓRUN/OLÚWA: Para os iorubas, Olódùmarè é o Deus supremo, não é cultuado com oferendas e nem com sacrifícios, é apenas
saudado e exaltado. D’Ele vem o axé (àse) dos orixás. Cultuamos Olódùmarè, cultuado os Irúnmolè (Divindades).
ILÈ/ONÍLÈ/ÀPÈPÈ-ALÈ: É a Grande Mãe Terra, a Dona da Terra/terra, homenageada (cultuada) para que sempre haja existência, saúde e vida longa.
Mãe de Edan.
ÈSÙ/ÀGBÓ-ÒDÀRÀ/ELÉGBÁRA: Divindade masculina e primordial, guardião da casa de Olódùmarè/Deus, mensageiro entre as Divindades e Senhor
do Àse (força vital). Seu culto é indispensável antes de qualquer ritual. Deus da ordem, disciplina e organização cultuado por seus iniciados e devotos
para que aja isso.
OBÀTÁLÁ/OBÀTÁRÌSÀ/GBEGBEKÚNÈGBÈ: Grande divindade, primogênito de Olódùmarè, líder de todos os Funfun (Òrìsà - Divindades da Criação),
relacionado à criação do Mundo (Àiyé) e dos seres humanos, cultuado por seus devotos para se ter saúde longevidade e sabedoria.
ÒDÙ/ODÙLÓGBÒJÉ/ÌYÁ-ELÉHÀÁ: Divindade feminina primordial, representada pelo Igbá Odù (Cabaça de Odù), também chamada de
Odùa, é a primeira esposa de Òrúnmìlà, “mãe” de todos os odù (signos de Ifá). A Iniciação dentro do culto desta Divindade é chamada de
Ìpínodù/Ìpanodù. Cultuada assim como Òrúnmìlà, para que aja a correção de um destino negativo, equilíbrio e realizações por parte de seus devotos
e iniciados.
ÒRÚNMÌLÀ/IFÁ/ÀGBONMÌRÈGÙN: O Vice de Deus (Olódùmarè), Senhor da sabedoria e do destino, senhor dos oráculos sagrados. Cultuado assim
como Ìyá Odùa, para que a pessoa encontre-se na vida, conheça seu destino e trilhe por caminhos melhores. A iniciação dentro do culto deÒrúnmìlà
chama-se Itefá, pode ser realizada por todas as pessoas que desejem a correção de seu destino negativo ou uma vida plena de realização.
YÈMOWÓ: Divindade (Funfun), mulher de Obàtálá, está ligada a menstruação e aos búzios. É cultuada por mulheres que possuam problemas
menstruais, e para a aquisição de filhos e prosperidades.
ÈLÀ: Em Abéòkúta, Èlà é uma divindade feminina, considerada uma das esposas de Òrúnmìlà, divindade da luz, da paz e da harmonia. Cultuada por
seus devotos, para possuir um destino harmônico, prospero e feliz.
ÀPÉRÉ/ORÍ-INÚ/ÌPÍN-ÈDÁ (ORÍ): Divindade primordial. Está relacionado à origem de cada ser, é a Divindade tutelar de cada pessoa. É a Divindade que
faz a ligação da pessoa com seus Ancestrais, Divinos e Materiais. Após Èsù, é a primeira Divindade (Irúnmolè) que uma pessoa deve louvar, cultuar e
agradecer. TODOS devem propiciar (cultuar) Orí, este Òrìsà é cultuado para equilíbrio TOTAL e REALIAZAÇÃO.
ÀJÀLÀ: Òrìsà funfun, divindade também muito ligada a Obàtálá e foi uma das quais também tiveram seu culto esquecido no Brasil, ou então,
miscigenado ao de Obàtálá (Oxalá). É uma Divindade que possui seu culto ligado ao da Divindade Orí (Àpéré). Cultuado para trazer equilíbrio mental,
emocional e espiritual.
ÒKÈ/OLÓKÈ/AJÍBÍSE: Òrìsà Funfun, Divindade da Montanha, muito Ligado a Obàtálá. No Brasil, seu culto foi confundido com o de Obàtálá (Òsàlá) e o
deSàngó, mas é uma divindade totalmente distinta de ambos, com culto próprio. No Brasil é bastante cultuado no Candomblé de N ação Èfòn. É
Cultuado para elevação material ou espiritual do homem.
ODÙDÚWÀ: Òrìsà funfun, irmão de Obàtálá e esposo de Ìyá Olókun. Divindade considerada por muitos iorubas como criadora do Mundo (Àiyé),
grande Ancestral da humanidade, o patriarca da Civilização Iorubá. Cultuado para que sempre tenhamos boa conduta e vitórias.
OLÓKUN: Divindades dos mares e oceanos, esposa de Odùdúwà e mãe de Yèmoja e Ajésálúgà. No Brasil, teve seu culto esquecido e seus domínios
perdidos para Yèmoja, sua filha. Divindade cultuada para que haja felicidade, prosperidade e riqueza.
OLÓSÀ: Divindade dos lagos e lagoas, irmã de Olókun e também sua grande rival. Também foi esposa de Odùdúwà. É cultuada para que haja
purificação espiritual.
YÈMOJA/ÀWÒYÒ/OLÓMÚ: Irúnmolè (Orixá) do Rio Ògùn, na Nigéria, filha de Olókun e mãe deÒsun, é a Deusas da pororoca (encontro do rio com o
mar) e da pesca. A Divindade mais cultuada no Brasil. Garante aos seus devotos proteção, prosperidade e uma boa pesca.
AJÉSÁLÚGÀ/ÒGÚNGÚNNÍSÒ/ALÁJÉ: Filha de Olókun, Divindade das espumas do Mar e da Riqueza. Proporciona aos seus devotos riquezas em todos
os âmbitos.
ÒRÌSÀ OKO (Aja-n-gele): Òrìsà funfun, foi um grande caçador. Divindade fálica da fazenda e do inhame. Cultuado para que haja fartura dentro de
casa e na vida de seus devotos.
ÒGÚN/LÁKÁAYÉ/YÁNKÁNNÍRÈ: Orixá primordial, líder de todos os caçadores, filho de Odùdúwá, foi a divindade que descobriu o ferro, tornando-se o
regente do mesmo, protege todas as pessoas que trabalhem com este elemento. Muito importante para o desenvolvimento da humanidade, abre os
caminhos, protege seus devotos contra acidentes e assaltos.
ÒSÓÒSÌ (Òrìsà-ode-aperan): Caçador que veste Màrìwò pààko, foi o principal discípulo de Ògún na arte da caça, tornando-se o caçador de uma única
flecha, possui o poder da estratégia, poder esse que abençoa seus devotos e cultuadores. É também bastante cultuado para acabar com a
negatividade advinda das Àjé (feiticeiras) sobre uma pessoa.
ÌJA: Caçador irmão mais novo de Ògún, possui os mesmo atributos de Ode Òsóòsì e é cultuado para a mesma finalidade, proteção, fartura e
estratégia.
ERINLÈ (Òsòòsin): Grande caçadora, muito poderosa, tem forte ligação com a Magia (Ìyámi) eÒsanyìn, para muitos é esposa de Ògún, para outros
de Òsanyìn e para outros ainda, é esposa deOlóògùn Ede. Ligada aos Elefantes, é protetora das caçadoras. Cultuada para trazer prosperidade e
coragem.
OTIN: Caçadora, possui quase os mesmos atributos de Erinlè e proporciona as mesmas bênçãos, é esposa de Ode Òsóòsì.
OLÓÒGÙN EDE: Divindade MASCULINA, o grande Feiticeiro de Ede, filho e mensageiro de Òsun, ligado a Ìyámi, é cultuado para trazer força,
sabedoria e dinheiro. Dá aos seus iniciados e devotos o poder do “encantamento”.
ÒSANYÌN: Divindade das folhas, ligada à cura e a magia (possui grande ligação com Ìyámi Òsòròngà), cultuado para que s empre tenhamos saúde,
divindade bastante cultuada por Curandeiros (Onísegùn) e Magos (Olóògùn).
AKÓGÙN: Divindade relacionada com a magia e com Òsanyìn, cultuada para aumentar poderes de magia.
EDAN: Divindade feminina, primordial, filha de Alálè(Ìyámi Ayé), cultuada na Egbé Ògbóni. É cultuada para que haja equilíbrio terrestre e vida longa.
OMOLÚ/BÚRUKÚ: No culto tradicional Yorùbá (tradição religiosa de Abéòkúta), é o nome pelo qual a divindade Nàná Bùkúù é chamada, divindade da
terra e da água, da bexiga, considerada por alguns, como mãe de Obalúayé, por outros, como esposa do mesmo, é cultuada para evitar morte
prematura e doença.
SÒNPÒNNÁ/OBALÚAYÉ/BÀBÁ OLÓDE:Divindade da terra, da quentura, da febre e das doenças contagiosas. Cultuado para evitar doenças e morte,
também está relacionado à prosperidade.
ÒSÙMÀRÈ (ESÙMARÈ)/ EJÒLÁ/ ARÁKA:Divindade do Arco-íris e da transformação, relacionado às águas da chuva e as águas dos rios, é a divindade
responsável pelo fluxo das águas no Mundo (Àiyé), está também relacionado à Lua (Òsùpá), muito ligado a Omolú, quando cultuado por seus
devotos, ajuda o ser humano a melhorar de vida, prosperar, enriquecer.
IJÒKÚ: Esposa de Òsùmàrè, divindade cultuada junto ao mesmo, gerando o equilíbrio de sua energia, cultuada para proporcionar vida longa e
prosperidade.
YÈWÁ: Divindade feminina, do rio Yèwá em Egbádo, relacionada às serpentes, a Òsùmàrè e a Òrúnmìlà, alguns acreditam ser esposa de Obalúayé. É
cultuada para trazer serenidade.
OLÚWÉRÉ (ÌRÓKÒ): Divindade cultuada aos pés do Ìrókò - Arvore sagrado, faz tanto o bem quanto o mal, ajuda as mulheres a engravidar e aos
homens a terem vida longa, mas também é capaz de provocar a hemorragia e o aborto. No Brasil foi apenas chamado de Ìrókò. Deixamos claro que,
mesmo Olúwéré sendo uma Divindade cultuada aos pés do Ìrókò, a Igi Ìrókò (Árvore Ìrókò) possui suas particularidades dentro do c ulto.
SÀNGÓ/ÀRÌRÀ/AYÍLÉGBÉ ÒRUN: Grande divindade, senhor do trovão e o amado marido deOya. É cultuado para trazer longevidade e bens materiais.
OYA/ÌYÁSAN/ABORÍMÉSAN: Divindade feminina, do rio Oya (Niger), uma das esposas de Sàngó, a preferida, sempre cultuada junto ao mesmo, é
ligada aos ventos e aos nossos ancestrais (Egún), tem força para trazer bons acontecimentos, cultuada para purificação e força de realização.
ÒSUN/ÒSÉMINÍBÚ/ÒPÀRÀ: Divindade feminina, Funfun (da Criação). Òsun foi uma grande rainha em terras Ìjèsà, foi esposa de Òrúnmìlà,
Ògún, Òsóòsì eSàngó, mãe de Olóògùn Ede, é a divindade que rege a gestação, o nascimento. Senhora do rio Òsun emÒsogbo, é a Senhora do cobre
e do ouro. Cultuada por mães que desejam ter filhos (sadios), para pessoas que buscam a prosperidade e o luxo. Propicia casamentos, bons filhos e
prosperidades aos seus seguidores.
OBÀ: Divindade feminina, do rio Obà, uma das esposas de Sàngó, que lidera a Egbé Elékò (Sociedade composta apenas por mulheres guerreiras –
amazonas), cultuada para que não haja desentendimentos no casamento.
DÀDA ÀJÀKÀ: Irmão mais velho de Sàngó, foi um dos reis (Aláàfìn) de Òyó, é cultuado para trazer liderança, principalmente as lideranças justas e
pacificadoras, está ligado as crianças que nascem de cabelo enrolando, chamadas de Dàda. No Brasil, Àjàkà passo u a ser cultuado como um título
(qualidade) de Sàngó, mas não é, e sim seu irmão, de personalidade bem distinta inclusive.
AGONJÚ: Filho de Àjàkà foi também um dos reis (Aláàfìn) de Òyó, está ligado a terra e aos vulcões. No Brasil é cultuado também como um título
(qualidade) de Sàngó (Olùfínràn), mas não é, é uma divindade distinta, tal qual seu pai. Cultuado para trazer força e vencer inimigos.
BÁYÀNNÌ: Irmã mais velha de Sàngó, ajudou ele a se tornar rei de Òyó, tem força para levar o homem a fama e é cultuada por seus devotos para tal.
ÒRÁNMÍYÀN: Grande rei, filho de Odùdúwà (o patriarca dos Iorubás) e pai de Báyànnì, Àjàkà eSàngó, foi o primeiro rei de Òyó. No Brasil, assim como
Àjàkà e Agonjú, é cultuado como se fosse título (qualidade) de Sàngó, mas é uma divindade distinta do mesmo, seu PAI e ANCESTRAL.Òránmíyàn é
cultuado para que haja liderança bem sucedida e paz.
ÌBEJÌ/ÈJÌRÉ/EDÚNJOBÍ: É a Divinização dos Gêmeos, ou seja, Gêmeos que se tornam divindades. Divindade que protege os gêmeos. Divindade da
Dualidade de uma forma geral. Cultuado por famílias, pais e irmãos que possuam gêmeos na família, propiciam bênçãos e realizações em todos os
sentidos.
ÌDÒWÚ: É um aspecto de Èsù que está relacionado à Ìbejì. Representado pela criança que nasce após os gêmeos. Toda pessoa que cultua Ìbejì, tem
que cultuar Ìdòwú também, para que aja a realização do que foi pedido a Ìbejì.
KÓNKÓTO (KÓRI): Kóri é uma divindade não conhecida no Brasil (Candomblé), em Cuba (Santeria) é considerada uma Oxum. Kóri é u ma divindade
jovem (Èwe) e protetora dos jovens. É considerada uma jovem caçadora, protege os jovens e também as crianças órfãs e adotadas .
ARÁGBÓ (EGBÉ): É uma sociedade composta por espíritos amigos, que encontram-se em sociedades no Òrun (espaço espiritual), liderada por Ìyálóde
e Jàgùn. Propiciam ao seus cultuadores, alegrias, bem estar, amizades, boa convivência social e realizações.
EGÚNGÚN: É o Culto aos Ancestrais Masculinos, cultuado tanto por homens, quanto por mulheres, para o aperfeiçoamento familiar e social.
GÈLÈDÈ: É o Culto aos Ancestrais Femininos, realizado de maneira coletiva, cultuada tanto por homens, quanto por mulheres, para o
aperfeiçoamento familiar e social.
ÌGUNNOKO: Divindade da Agricultura, está relacionado aos Ancestrais Masculinos e Femininos de modo coletivo. Cultuado para proporcionar boas
colheitas, fertilidade a terra e as mulheres. Comunhão com os ancestrais e paz social.
AGEMO: É uma sociedade masculina.
ORÒ: É uma sociedade masculina, completamente restrita a homens.
ÌYÁMI ÒSÒRÒNGÀ/ELÉYE/EYENÍMÒÒRÈ:Divindade feminina, da magia e bruxaria, Deusa das Feiticeiras. Aspecto negativo da grande Mãe Odùa.
Cultuada de maneira apaziguadora, para proteção contra o mal, contra feitiços e para barrar o mal advindo de Àjé (feiticeira) e Osó (feiticeiro).
Divindade bastante perigosa. CUIDADO.
Este é um dos temas que muitos devotos da Religião Tradicional Indígena Iorubá (Ẹ̀sìn Ìbílẹ̀ Yorùbá) devem ou deveriam buscar um maior
esclarecimento.
O Ẹbọ (sacrifício/oferenda) ou Etùtù (rito de apaziguamento) têm como objetivo neutralizar alguma negatividade e/ou atrair alguma positividade
para a vida do devoto. Quando Ifá (oráculo) é consultado, ele apresenta através da sabedoria do sacerdote, o que pode ser feito através de
oferendas para neutralizar o negativo e atrair o positivo. Os elementos utilizados nestas, devem todos ser comprados com o dinheiro do ofertante,
pois, isso é uma parte do sacrifício (destinar parte de seus ganhos à divindade). Outra parte do sacrifício é pagar ao sacerdote o valor combinado pelo
trabalho, pois, o mesmo não só trabalhou fisicamente como também teve um gasto energético para intermediar você e a divindade, logo, é o velho
ditado, “toda fonte que se tira água e não se repõem um dia seca”, portanto, o dinheiro pago ao sacerdote não é o dinheiro que o mesmo vai pagar
suas contas ou enriquecer, não, é o dinheiro que o mesmo receberá para recarregar suas próprias energias e também, é uma forma do devoto
(ofertante) agradecer ao ORÍ do sacerdote pela realização do trabalho.
Quanto mais isso for valorizado pelo ofertante, melhor para ambos, sacerdote e ofertante.
Não cabe ao sacerdote impor preços abusivos, dificultando a realização do trabalho, ao contrário, cabe ao sacerdote facilitar ao devoto, mas cabe
também ao devoto a consciência de que as oferendas de comida e bicho em si, não bastam...
Até mesmo os sacerdotes, quando raramente precisam fazer ẹbọ's em si mesmos, precisam pagar em dinheiro o sacrifício, o dinheiro normalmente é
deixado em cima da oferenda na encruzilhada ou dado de esmola à quem o Ifá (oráculo) determinar. Sempre o dinheiro fará parte da oferenda, e é
preciso entender também, que o ẹbọ para trazer o resultado buscado, precisa estar completo, com todos os itens, caso contrário, será um ẹbọ
incompleto e a vida não é incompleta, “ou se está vivo ou morto”, não metade vivo...
É preciso ressaltar também que, o trabalho deve ser pago com prazer, porque o pagamento faz parte da oferenda, do ritual e se isso for feito de uma
forma negativa, essa negatividade pode prejudicar e muito o ofertante e o próprio sacerdote. É importante esclarecer isso, já que os devo tos de
Irúnmọlẹ̀ (Orixás) não podem ter a visão de que o dinheiro é algo sujo, não, pelo contrário, inclusive temos uma divindade d entro de nossa religião
cultuada para isso, chamada Ajé (Divindade da Riqueza). E também é preciso lembrar que só somos valorizados, quando nos valorizamos.
Sacerdote nenhum deve ficar rico através da religião, a não ser que ele cobre valores abusivos e pessoas desesperadas paguem por isso...
Em suma, espero que a visão do pagamento, não seja vista apenas como um cliente pagando por um produto, e sim como uma parte do ritual, da
oferenda, o que de fato é.
Àjẹ́ é como são conhecidas as feiticeiras em território Ioruba (Nigéria), também chamadas de Ẹlẹ́yẹ (Senhora do Pássaro) e “carinhosamente” de
Ìyámi (Minha Mãe), maneira apaziguadora de se referir as feiticeiras.
No Brasil tem existindo grande confusão em relação à Ìyámi Òṣòròngà (Divindade Senhora das Feiticeiras, também chamada de Ìyámi Àjẹ́ e Ìyámi
Ẹlẹ́yẹ), Ìyámi Ayé (Divindade Terrestre) e principalmente as Àjẹ́ (Feiticeiras), o termo ioruba ÌYÁMI (que literalmente quer dizer MINHA MÃE) é um
termo utilizado para referir-se a diversas energias, e é ai onde mora o perigo e resulta nesta enorme confusão encontrada hoje no Brasil, pessoas se
declarando Àjẹ́, iniciando-se em Ìyámi e até entrando em transe de algo que desconhecem e inúmeras outras coisas absurdas.
Na Nigéria o culto a Ìyámi Òṣòròngà, consequentemente o culto de Àjẹ́ (feiticeira) e Oṣó (feiticeiro), é secreto e muito restrito a iniciados e as pessoas
que são pactuadas nesta energia, e as mesmas não saem declarando isso aos quatro ventos, como ocorre no Brasil. Existindo inc lusive, famílias de Ifá
na Nigéria que não aconselham a iniciação de pessoas neste culto.
Hoje em dia no Brasil, com a grande disseminação da religião Wicca (religião que respeito bastante), muitas pessoas querem ser bruxas e bruxos e
isso acaba percutindo de uma maneira negativa dentro de nossa Religião (Ẹ̀sìn Ìbílẹ̀ Yorùbá), pois, as pessoas acreditam que basta ser iniciado
(raridade) ou pactuado no culto a Ìyámi Òṣòròngà e já podem sair por ai se declarando Àjẹ́ = bruxas e Oṣó = bruxos.
Aos incautos, desejo apenas cuidado...
Espiritualmente falando, as Àjẹ́ e Oṣó pertencem ao grupo dos Àjògún, guerreiros que lutam contra o homem e prezam o equilíbrio do Universo,
liderados por Èṣù e Ìyámi Òṣòròngà, energias que só devem ser cultuadas por aqueles que possuem equilíbrio, que não é o caso de muitos aqui no
Brasil e limites, para que amanhã não acabem tornando-se o alimento destas energias (espíritos).
Essas energias vieram ao mundo pela primeira vez, através do Odù (signo de Ifá) Ọ̀sá méjì (Ọ̀sá Ẹlẹ́yẹ), na cidade nigeriana de Ọ̀tà, Ògún State,
Nigéria.
Quando encarnadas, possuem forças espirituais fabulosas, passando a serem respeitadas e muito temidas pela sociedade. Deixand o claro que, uma
Àjẹ́ de verdade, dificilmente declara-se.
Ìyámi Àjẹ́ são energias que, até mesmo os mais sábios sacerdotes (mẹ̀gùn) ou magos (ọlọ́ògùn) experientes possuem cautela ao manipularem.
Encontramos três tipos de Àjẹ́, assim como Oṣó (o masculino delas).
Àjẹ́ funfun, feiticeiras ligadas ao àṣẹ funfun (branco), são as menos perigosas, mais “sensatas” e proporcionam proteção aos seus, mas deixo claro
que, também MATAM, mesmo que seja para proteger.
Àjẹ́ pupa, feiticeiras ligadas ao àṣẹ pupa (vermelho), completamente letais, capazes de causarem doenças, epidemias e grande derramamento de
sangue, até a uma comunidade ou família inteira, matam de maneira muito dolorosa.
Àjẹ́ dúdú, feiticeiras ligadas ao àṣẹ dúdú (preto), as mais TEMIDAS, trabalham na madrugada e levam a morte certeira, aos incautos, mais uma vez,
CUIDADO...
Quando encarnadas essas forças não se prendem a laços emocionais com ninguém, nem mesmo aos próprios filhos ou entes queridos. Participam de
sociedades secretas, sabem transformar seus espíritos em pássaros e vão até a casa de seus inimigos ou de inimigos dos outros promoverem males e
se “alimentarem”.
A todos aqueles que gostam de manipular a energia de Ìyámi Àjẹ́ (Ìyámi Òṣòròngà) e de seu séquito = àwọn àjẹ́ (feiticeiras), como se fossem
brincadeira de criança, simplesmente para mostrar poder e gerar temor nos outros, cuidado...
Elas são completamente insensíveis e dolorosas... Por Hérick Lechinski (Ọlọ́jòlá Ejòtọ́lá)
Já é do conhecimento de todos, que Ifá é um culto direcionado ao deus do destino, conhecido principalmente como Ọ̀rúnmìlà. Sabemos que, este
culto faz parte da Religião Indígena Yorùbá – Ẹ̀sìn Ìbílẹ̀ Yorùbá, onde são cultuadas inúmeras outras divindades (divindades estas chamadas de
Irúnmọlẹ̀ - Orixás) e não apenas Ifá, além de cultos restritos direcionados aos ancestrais, as mães veneráveis e a prática da magia.
É do conhecimento de todos também, que Ifá ou Ọ̀rúnmìlà ocupa um papel de destaque dentro dessa tradição religiosa, pois, é dentro de Ifá que se
é detectado qual energia ou quais energias um determinado ORÍ precisa prestar culto para ter uma vida equilibrada e realizada. Veja bem, Ifá não
promete RIQUEZAS, Ele propõe equilíbrio, que deve ser conquistado com o esforço do devoto.
Dentro de Ifá existem alguns rituais, que determinam a função do individuo dentro do culto, como suas res ponsabilidades perante a divindade, isso é
acreditado em toda Yorubaland (região yorùbá), ou seja, não tem a desculpa de que em determinadas aldeias é diferente, porque não são, TODAS
sem duvidas respeitam esses critérios.
A seguir leia com atenção e descubra o que cada rito significa:
IṢẸ́FÁ: Antes de qualquer coisa é preciso entender a etimologia desta palavra, ou seja, a origem da mesma. Miticamente falando, dentro do ODÙ
Ọ̀ṣẹ́-orógbè, Ọ̀ṣun é a primeira divindade a passar por este ato, que literalmente quer dizer: IṢẸ́ (TRABALHO) + FÁ (IFÁ), ou seja, trabalho de Ifá. Este
ato NÃO É UMA INICIAÇÃO, nele o individuo NÃO RECEBE ORÚKỌ (NOME INICIÁTICO) tão pouco é sacado um Odù para o mesmo, não! Este ato
consiste em, um BÀBÁLÁWO prepara 16 IKIN e entrega para uma pessoa que deseja cultuar Ifá, mas que não possui condições de realizar uma
iniciação, ou seja, o Ifá é assentado para a pessoa. O individuo que passa por isso, não possui direito nenhum dentro do culto, a não ser o de cultuar
os IKIN (IFÁ) que recebeu. Em algumas tradições, uma pessoa que passa por esse ritual deve após um determinado tempo fazer de fato a iniciação de
Ifá, caso contrário este rito perde o valor.
ITEFÁ: A etimologia desta palavra consiste em dizer: ITA (TERCEIRO DIA) + FÁ (IFÁ), três dias de Ifá, pois, a iniciação de Ifá pode ser feita em três dias,
onde são feitos os atos principais da mesma, e onde o devoto no terceiro dia passa pelo ritual chamado Ita, onde é entregue u m ẹbọ ao Oníta (dono
do terceiro dia) e onde as consultas oraculares são encerradas e o novo destino da pessoa é revelado. Essa iniciação também pode ser feita em sete
dias, o sétimo dia se faz um ato semelhante ao terceiro, porém é chamado de Ijè. A pessoa que passa por essa iniciação é submetida ao IGBÓDÙ, ou
seja, é apresentado à Ìyá Òdù (Odúlọ́gbòjé) em um local sagrado para ser reconhecido pela mesma, como filho de Ifá e também para que a mesma
permita que o Odù (signo divinatório) do individuo seja revelado ao Bàbáláwo. Igbódù é diferente de Igbádù. Igbó-dù é um ritual, Igbá-dù é um
assentamento.
Homens e mulheres, idosos e crianças podem fazer Itefá, a fim de compreenderem melhor seu destino e isso não implica que eles tenham que se
tornarem sacerdotes de Ifá, na realidade, é nessa iniciação que o Ifá determina se o iniciante tem caminhos para ser seu sacerdote ou não, mas
lembro de que, ter caminhos não basta, é preciso mais que isso. Falarei disso adiante.
Quem passa pelo Itefá, pode começar a se aprofundar em Ifá, mas ainda não é permitida a prática com terceiros, e sim se aprofundar para
conhecimento pessoal.
ÌPÍNÒDÙ OU ÌPÁNÒDÙ: A todos que fazem Itefá é fundamental que depois de um determinado tempo venham a fazer este ritual, o único problema é
que, este ato não tem como ser feito fora da Nigéria, pois, necessita de uma série de materiais que só existem lá, além da presença de um grupo de
Bàbáláwo. Este ato é feito em três dias, e tem como objetivo iniciar o devoto no culto de Òdù (Ìyámi Òdù), a esposa mítica de Ifá. Nessa iniciação o
devoto tem seu destino alinhado com Òdù. Ela permitirá ao devoto trabalhar com os sinais dos Odù sem risco de se contrair as negatividades do
mesmo. Todos podem fazer este ritual, inclusive mulheres. A única coisa é que, apenas os homens recebem o assentamento de Òdù , chamado de
Igbádù.
O individuo que passa por este ritual, mesmo recebendo IGBÁDÙ, não sai deste ato “feito-bàbáláwo”, de forma alguma, ele sai deste ato um devoto
(iniciado) de Òdù (Odùlọ́gbòjé). Esta liturgia é um complemento para a iniciação de Ifá.
O que faz um homem BÀBÁLÁWO (SACERDOTE DE IFÁ)?
Na Nigéria para um homem ser Bàbáláwo ele precisa de: ter feito ITEFÁ e na mesma ter sido apontado como escolhido por Ifá para ser sacerdote.
Após isso, esse homem normalmente ainda criança, com 6 ou 7 anos de idade, irá viver na casa de seu Bàbáláwo iniciador, ou próximo a casa do
mesmo, e trabalhará para ele, auxiliando o mesmo tanto nos serviços domésticos como nas consultas, ètùtù e iniciações.
Este homem obviamente terá de ter feito também o Ìpínòdù (Iniciação em Òdù), como forma de se proteger de algumas negatividades.
Durante um período de 15 a 30 anos este homem aprenderá diariamente com seu mestre, até que, o mestre do mesmo sinta que seu aprendiz está
capacitado à ser avaliado por outros sacerdotes mais velhos. Este ato de avaliação é chamado de ÌKO-ÀTẸ. É feito publicamente, podendo levar 16
dias.
Nesse ritual o aprendiz é obrigado a recitar ao menos dois ìtàn Odù de cada um dos 256 Odù, como realizar a interpretação dos mesmos, e
prescrever os ètùtù a serem feitos. Ou seja, é preciso MEMORIZAR. Por isso o aprendizado leva anos.
O porquê memorizar?
Pois, na hora de recitar os contos ele precisará buscar na sua memória, justamente aquele que o Ifá aponta para aquele consulente, e não todos. O
que, se por um exemplo, for se consultar numa apostila, não se tem como saber qual realmente é o que o Ifá quer que seja revelado ao consulente.
Bem, sendo assim, caso aprovado, o aprendiz será reconhecido pela comunidade como um BÀBÁLÁWO, sacerdote de Ifá e irá ocupar um cargo
dentro da Ẹgbẹ́ Bàbáláwo de seu mestre.
Se o aprendiz na avaliação só precisa conhecer dois ìtàn de cada um dos 256 Odù, para ser reconhecido como Bàbáláwo, ele prec isa então conhecer
ao menos 512 histórias de Ifá, que lhe serão úteis para interpretar o jogo de ikin ou ọ̀pẹ̀lẹ̀-Ifá. Mas, como o aprendizado não acaba nunca, um
Bàbáláwo completo, ou seja, um bom Bàbáláwo, deve conhecer ao menos dezesseis histórias de cada um dos 256 odù, o que contabiliza 4096
histórias.
Digo isto, pois infelizmente alguns aprendizes apressados e por não terem aprendido o principal mandamento de Ifá, a prática do SÙÚRÚ
(PACIÊNCIA), nem se quer esperam serem avaliados, e já saem se alto-intitulando sacerdotes, sem nem se quer conhecer de fato o próprio ìtàn Odù
deles mesmos, quem dirá dos outros Odù... Mas, recorrem a livros e apostilas, como se Ifá pudesse falar conosco através disso .
Vulgarizando este culto milenar, que sempre teve como base a memorização e oralidade. É só uma questão de raciocínio: Se para jogar ikin e ọ̀pẹ̀lẹ̀,
basta ver o sinal e consultar num livro ou apostila para ver o que aquele sinal (Odù) fala, qualquer um pode ser sacerdote, e na realidade ser alto-
suficiente, uma vês que, a memorização, vivência e oralidade aí seriam totalmente descartáveis.
Bem, acredito que através deste artigo consegui explicar bem o que realmente é cada rito dentro do Ifá, e o que faz de um ser humano sacerdote
deste culto, se mesmo assim, as pessoas preferirem cair em mãos de sacerdotes recém-iniciados, aí é uma triste escolha do Orí de cada um, e Orí
burúkú (cabeça ruim) dificilmente aceita um bom caminho...
Ifá gbéè àwa o!
Ire o!
Este artigo é dedicado à Bàbá Fábùnmí, o grande AWO RERE que o Brasil já teve pisando em seu solo, minha luta pela verdade, é uma luta por sua
memória e para que seu trabalho não tenha sido em vão.
Àbọrú Àbọyè o Bàbá mi!
Por Zarcel Carnielli (Onífá Ilésire Ṣówùnmí
ọmọ Bàbáláwo Fábùnmi Ọ̀pẹ̀kí Ṣówùnmí - NI IRANTI)
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  • 1. O Olú Ìṣẹ̀ṣe Àgbáyé (O Supremo Sacerdote da Religião Indígena Iorubá) representando (tornando-se) o Òrìṣà Àmọ̀tẹ́kùn (Leopardo), fonte ORISHADA Ẹ̀sìn Ìbílẹ̀ Yorùbá ou Ìṣẹ̀ṣe é como é chamada e conhecida a tradicional Religião Indígena Iorubá. Uma religião ancestral praticado dês dos primórdios da Terra, há milênios. A tradicional religião nigeriana, também referida como Religião Indígena Iorubá, engloba manifestações e fundamentos culturais, sociais e religiosos de um país da África, chamado Nigéria O Ẹ̀sìn ìbílẹ̀ yorùbá (religião/culto indígena iorubá) possui ensinamentos, práticas e rituais que organizam a estrutura das sociedades nativas nigerianas, permitindo também, concepções próprias a respeito de Deus e do Universo em geral. Porém, mesmo dentro de uma mesma comunidade, cidade ou estado, podem existir pequenas divergências em relação às concepções a respeito do s obrenatural. É uma tradição religiosa que em quase nada foi influenciada pelas religiões surgidas recentemente, como o Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo, entre outras. Pelo contrário, assim como no Brasil, muitos cristãos e mulçumanos vão à procura de sacerdotes da Religião Trad icional Iorubá para se tratarem, sacerdotes como os Bàbáláwo (adivinhos, detentores dos segredos), por exemplo. É um culto que além de praticado na Nigéria, muito vem sendo praticado e difundido em países da América, Ásia e Europa. O Ìṣẹ̀ṣe é uma religião completamente étnica e tribal, por mais que sua base seja única, possui também suas diferenças, varian do seus costumes e liturgias de acordo com cada etnia e tribo. De todos os Cultos Africanos, foi e é o mais influente no Brasil, falando religiosamente. A primeira vez que este veio ao nosso país foi em meados do século XVIII, com a vinda de escravos africanos de origem Nàgó (yorùbá, ìjẹ̀ṣà, igbó, ẹ̀gbá, etc.), através do tráfico escravista. Chegando aqui, pela diferença cultural, o mesmo teve que ser readaptado as nossas terras e a cultura existente, nascendo ai o Candomblé, um CULTO AFRO-BRASILEIRO, mas de MATRIZ AFRICANA. Então, muito desta tradição religiosa perdeu-se e muito de outras culturas religiosas foi agregado a esta, originando o Candomblé que conhecemos hoje. Mas na década de 80, alguns nigerianos e também alguns brasileiros começam o resgate ao Culto Tradicional Indígena Iorubá em nossas terras, trazendo ao Brasil sacerdotes oriundos da Nigéria. E então, esta religiosidade retorna à nossa terra e hoje, diferente da primeira vez, podemos ter o livre arbítrio e o privilégio de cultuar as divindades iorubás, como estas eram e são cultuadas em sua terra natal, a Nigéria. Atualmente podemos encontrar espalhadas pelo Brasil diversas casas de culto que praticam o Ẹ̀sìn Ìbílẹ̀ Yorùbá (Ìṣẹ̀ṣe). Essas casas seguem as mais variadas tradições religiosas, oriundas de Abẹ́òkúta, Ìbàdàn, Òṣogbo, Èkìtì, etc. A Religião Iorubá prega a existência de uma Divindade regente e governante da Terra, chamada Olódùmarè, que equivale ao Deus/Alá/Jeová d os outros povos. Este criou a raça humana e governa a Terra (chamada pelos iorubas de Àiyé) com o auxílio de outras divindades, chamadas Imọlẹ̀ (popularmente conhecidas como Orixás no Brasil). Cada divindade destas possui seu corpo sacerdotal, que através de comunidades (conventos, templos, casas, sociedades) difundem e preservam seus cultos. A maior autoridade sacerdotal desta religião hoje no mundo é o Bàbá Awóyẹmí (Chief Àdìsá Mọ́kọranwálé Awóreni), da cidade de Ilé Ifẹ̀ na Nigéria, que além de Àràbà Àgbáyé (Chefe Universal de todos os Sacerdotes de Ọ̀rúnmìlà), detém o título de Olú Ìṣẹ̀ṣe Àgbáyé (Senhor desta Religião no Mundo), sua pessoa para os seguidores deste religião, equivale ao Papa para os católicos. É um representante de Ọ̀rúnmìlà sobre a Terra e é considerado um descendente consanguíneo desta divindade. Guarda segredos incalculáveis da humanidade. É também uma autoridade política na Nigéria. O mesmo esteve no Brasil em Setembro de 2009. O Culto Tradicional Io rubá, como já dito, foi o culto que deu origem a diversos outros cultos religiosos no Novo Mundo, como a Santeria em Cuba e o Candomblé no Brasil. A cidade de Ilê Ifé (Ilé Ifẹ̀) é considerada pelos iorubas o lugar de origem de suas primeiras tribos, de seus ancestrais primordiais. lfé é o berço de toda religião tradicional iorubá, é um lugar sagrado, onde as divindades (Orixás) chegaram, criaram, povoaram o mundo e depois ensinaram aos mortais como as cultuar. Os iorubás mais tradicionais seguem um calendário lunar, com semanas de apenas quatro dias (ọjọ́ Ọbàtálá, ọjọ́ Awo, ọjọ́ Ògún, ọjọ́ Jàkúta), nos quais cultuam suas divindades. No Ọjọ́ Ọ̀sẹ̀ (Ọjọ́ Ọbàtálá), Dia de Ọbàtálá, dia em que rendem homenagem às divindades primordiais, criadoras, os Funfun, cultuam Ọbàtálá (Primogênito de Olódùmarè, o criador da raça humana, senhor de todos os òrìṣà [imọlẹ̀ funfun]), Yèmọwó (Esposa de Ọbàtálá, divindade dos búzios e da prosperidade), Èṣù (Divindade organizadora do Universo), Orò (Ancestral primordial), Egúngún (Ancestrais masculinos), Òkè (Divindade das montanhas) e Agẹmọ (Divindade representada pelo camaleão, a primeira a caminhar sobre a Terra com seus descendentes).
  • 2. No Ọjọ́ Awo (Ọjọ́ Ọ̀rúnmìlà), Dia do Segredo, dia em que rendem homenagem às divindades detentoras dos segredos, mais precisamente Ọ̀rúnmìlà (Ifá), a divindade da sabedoria. Cultuam Ẹ̀là (Divindade da Luz), Ọ̀rúnmìlà (Divindade da Sabedoria), Òdù (Odùlọ́gbòjé, primeira esposa de Ifá, mãe dos Odù), Ọ̀ṣun (Divindade da maternidade), Ọ̀sanyìn (Divindade detentora dos segredos das folhas), Olókun (A poderosa e riquíssima divindade dos mares), Yèmọja (Divindade dos rios e protetora das cabeças). No Ọjọ́ Ògún, Dia do Guerreiro, dia em que rendem homenagem as divindades guerreiras e caçadoras, cultuam Ògún (Patrono de todos os caçadores e divindade do ferro), Ọ̀ṣọ́ọ̀sì (Divindade caçadora que protege contra as feiticeiras), Ìja (Divindade da família de Ògún), Ọlọ́ògùn Ẹdẹ (Divindade Caçadora e Feiticeira), Erinlẹ̀ e Otín (Divindades femininas, caçadoras e valentes), Òrìṣà Oko (Divindade funfun da fazenda e da agricultura e grande caçador). *Bàbá Abọ̀gún (Sacerdotes de Ògún) em Ẹdẹ - Nigéria, fonte Facebook de Sangosakin Ajala. No Ọjọ́ Jàkúta (Ọjọ́ Ṣàngó), Dia do Mortífero atirador de pedras, rendem homenagens às divindades Ṣàngó (Divindade do trovão e grande ancestral de Ọ̀yọ́), Ọya (Divindade dos ventos e tempestades, esposa de Ṣàngó), Baáyànnì (Divindade da família de Ṣàngó), Ṣọ̀npọ̀nná (Divindade da terra, das doenças e epidemias) e Nàná Bùkúù (Divindade antiga da morte e esposa de Ṣọ̀npọ̀nná, chamada também de Ọmọlú em Abẹ́òkúta), Òṣùmàrè (Divindade do arco-íris e da riqueza). Ẹlẹ́gùn Ọya (Sacerdotisa de Ọya-Ìyásán) e Ẹlẹ́gùn Ṣàngó (Sacerdote de Ṣàngó) em Òṣogbo - Nigéria, fonte Facebook da Iyalorisa Oyelola Elebuibon Ao contrário do Brasil, onde várias divindades passaram a serem cultuadas em um mesmo templo, na Nigéria as divindades são cultuadas cada uma em seus respectivos templos ou sociedades. Existindo em cada cidade nigeriana, os respectivos templos de cada divindade. Porém, cada divindade possui seu templo principal na cidade de sua origem, por exemplo, o principal templo de Ṣàngó encontra-se em Ọ̀yọ́, o principal templo de Ọ̀ṣun, encontra-se em Òṣogbo, o principal templo de Yèmọja localiza-se em Abẹ́òkúta, o principal templo de Ọ̀rúnmìlà encontra-se em Ilé Ifẹ̀ e assim por diante. Quando existem pessoas que devem ser iniciadas à uma determinada divindade e não existe o templo desta na cidade natal da pessoa, a mesma é encaminhada ao templo mais próximo desta divindade no país (Nigéria). Com toda esta recriação do Culto no Brasil, o culto não teve apenas percas, mas ganhos também, o ato de cultuarem várias divindades em um mesmo templo, por exemplo, facilitando de certa maneira para os iniciados e devotos das mesmas. Bom, este foi apenas um pouco do que é esta esplendida e complexa religião, que a cada dia, mais e mais devotos vem semeando em nossas terras (Brasil). Infelizmente, ainda muito mal interpretada por alguns, porém, muito amada por outros, por sua simples e ao mesmo tempo complexa ritualística, pelos seus ensinamentos de moral e conduta e principalmente, pelas suas magníficas divindades. Esperamos que através desse artigo possamos incentivar aos leitores a busca de mais conhecimentos sobre essa magnífica religião – Ẹ̀sìn Ìbílẹ̀ Yorùbá. Por Hérick Lechinski (Ọlọ́ṣùmàrè Ejòtọ́lá) O Jogo de Búzios (Mẹ́rìndínlógún Ifá ou Owó Ẹyọ Mẹ́rìndínlógún) é um oráculo divinatório (divino) de origem Iorubá (Yorùbá), muito utilizado pelos sacerdotes de Orixá (Imọlẹ̀). Sua origem se explica no fato de que: Ọ̀ṣun quando era esposa de Ọ̀rúnmìlà (Ifá), aprendeu com ele algumas informações sobre os dezesseis principais odù (signos de Ifá). Pois, até então, os oráculos utilizados por Ọ̀rúnmìlà, tanto os Ikin Ifá, quanto o Ọ̀pẹ̀lẹ̀ Ifá, davam acesso aos 256 odù, o que fugia do conhecimento de Ọ̀ṣun. Porém, com o auxilio de Èṣù e de algumas outras divindades, Ọ̀ṣun veio a criar um oráculo que desse acesso apenas aos dezesseis odù’s principais, dos quais ela detinha conhecimento. Assim, foi criado o “Jogo Búzios”, para que os Bàb á e Ìyálọ́òrìṣà pudessem consultar Ọ̀rúnmìlà sem a necessidade de conhecerem os 256 odù, e sim apenas os 16 principais deles, os mẹ́rìndínlógún odù àgbà. Este oráculo permite ao sacerdote apurar a vontade do Orí (divindade tutelar de uma pessoa) do devoto (ou consulente) e conhecer parte de seu destino (Ìpín) e então, solucionar um problema ou garantir uma bênção ao mesmo. Aos devotos dos Orixás (Imọlẹ̀) ou às pessoas comuns, é recomendado sempre que possível efetuar uma consulta ao oráculo (Jogo de Búzios), a fim de receberem as orientações espirituais necessárias para terem uma vida muito mais equilibrada, feliz e repleta de sucesso. O jogo apresenta um ou mais odù (signo oracular) e através dos ìtàn’s (relatos antigos) referentes aos odù apresentados, normalmente o problema vivido pela pessoa será narrado e respectivamente sua solução, seja através do ẹbọ (ritual de fortalecimento espiritual) ou das orientações de conduta. Por Zarcel Carnielli (Ọlọ́bàtálá Òṣàláṣínà)
  • 3. Os Imọlẹ̀ (Orixás) mais cultuados na tradicional Religião Indígena Iorubá - Ẹ̀sìn Ìbílẹ̀ Yorùbá OLÓDÙMARÈ/OLÓRUN/OLÚWA: Para os iorubas, Olódùmarè é o Deus supremo, não é cultuado com oferendas e nem com sacrifícios, é apenas saudado e exaltado. D’Ele vem o axé (àse) dos orixás. Cultuamos Olódùmarè, cultuado os Irúnmolè (Divindades). ILÈ/ONÍLÈ/ÀPÈPÈ-ALÈ: É a Grande Mãe Terra, a Dona da Terra/terra, homenageada (cultuada) para que sempre haja existência, saúde e vida longa. Mãe de Edan. ÈSÙ/ÀGBÓ-ÒDÀRÀ/ELÉGBÁRA: Divindade masculina e primordial, guardião da casa de Olódùmarè/Deus, mensageiro entre as Divindades e Senhor do Àse (força vital). Seu culto é indispensável antes de qualquer ritual. Deus da ordem, disciplina e organização cultuado por seus iniciados e devotos para que aja isso. OBÀTÁLÁ/OBÀTÁRÌSÀ/GBEGBEKÚNÈGBÈ: Grande divindade, primogênito de Olódùmarè, líder de todos os Funfun (Òrìsà - Divindades da Criação), relacionado à criação do Mundo (Àiyé) e dos seres humanos, cultuado por seus devotos para se ter saúde longevidade e sabedoria. ÒDÙ/ODÙLÓGBÒJÉ/ÌYÁ-ELÉHÀÁ: Divindade feminina primordial, representada pelo Igbá Odù (Cabaça de Odù), também chamada de Odùa, é a primeira esposa de Òrúnmìlà, “mãe” de todos os odù (signos de Ifá). A Iniciação dentro do culto desta Divindade é chamada de Ìpínodù/Ìpanodù. Cultuada assim como Òrúnmìlà, para que aja a correção de um destino negativo, equilíbrio e realizações por parte de seus devotos e iniciados. ÒRÚNMÌLÀ/IFÁ/ÀGBONMÌRÈGÙN: O Vice de Deus (Olódùmarè), Senhor da sabedoria e do destino, senhor dos oráculos sagrados. Cultuado assim como Ìyá Odùa, para que a pessoa encontre-se na vida, conheça seu destino e trilhe por caminhos melhores. A iniciação dentro do culto deÒrúnmìlà chama-se Itefá, pode ser realizada por todas as pessoas que desejem a correção de seu destino negativo ou uma vida plena de realização. YÈMOWÓ: Divindade (Funfun), mulher de Obàtálá, está ligada a menstruação e aos búzios. É cultuada por mulheres que possuam problemas menstruais, e para a aquisição de filhos e prosperidades. ÈLÀ: Em Abéòkúta, Èlà é uma divindade feminina, considerada uma das esposas de Òrúnmìlà, divindade da luz, da paz e da harmonia. Cultuada por seus devotos, para possuir um destino harmônico, prospero e feliz. ÀPÉRÉ/ORÍ-INÚ/ÌPÍN-ÈDÁ (ORÍ): Divindade primordial. Está relacionado à origem de cada ser, é a Divindade tutelar de cada pessoa. É a Divindade que faz a ligação da pessoa com seus Ancestrais, Divinos e Materiais. Após Èsù, é a primeira Divindade (Irúnmolè) que uma pessoa deve louvar, cultuar e agradecer. TODOS devem propiciar (cultuar) Orí, este Òrìsà é cultuado para equilíbrio TOTAL e REALIAZAÇÃO.
  • 4. ÀJÀLÀ: Òrìsà funfun, divindade também muito ligada a Obàtálá e foi uma das quais também tiveram seu culto esquecido no Brasil, ou então, miscigenado ao de Obàtálá (Oxalá). É uma Divindade que possui seu culto ligado ao da Divindade Orí (Àpéré). Cultuado para trazer equilíbrio mental, emocional e espiritual. ÒKÈ/OLÓKÈ/AJÍBÍSE: Òrìsà Funfun, Divindade da Montanha, muito Ligado a Obàtálá. No Brasil, seu culto foi confundido com o de Obàtálá (Òsàlá) e o deSàngó, mas é uma divindade totalmente distinta de ambos, com culto próprio. No Brasil é bastante cultuado no Candomblé de N ação Èfòn. É Cultuado para elevação material ou espiritual do homem. ODÙDÚWÀ: Òrìsà funfun, irmão de Obàtálá e esposo de Ìyá Olókun. Divindade considerada por muitos iorubas como criadora do Mundo (Àiyé), grande Ancestral da humanidade, o patriarca da Civilização Iorubá. Cultuado para que sempre tenhamos boa conduta e vitórias. OLÓKUN: Divindades dos mares e oceanos, esposa de Odùdúwà e mãe de Yèmoja e Ajésálúgà. No Brasil, teve seu culto esquecido e seus domínios perdidos para Yèmoja, sua filha. Divindade cultuada para que haja felicidade, prosperidade e riqueza. OLÓSÀ: Divindade dos lagos e lagoas, irmã de Olókun e também sua grande rival. Também foi esposa de Odùdúwà. É cultuada para que haja purificação espiritual. YÈMOJA/ÀWÒYÒ/OLÓMÚ: Irúnmolè (Orixá) do Rio Ògùn, na Nigéria, filha de Olókun e mãe deÒsun, é a Deusas da pororoca (encontro do rio com o mar) e da pesca. A Divindade mais cultuada no Brasil. Garante aos seus devotos proteção, prosperidade e uma boa pesca. AJÉSÁLÚGÀ/ÒGÚNGÚNNÍSÒ/ALÁJÉ: Filha de Olókun, Divindade das espumas do Mar e da Riqueza. Proporciona aos seus devotos riquezas em todos os âmbitos. ÒRÌSÀ OKO (Aja-n-gele): Òrìsà funfun, foi um grande caçador. Divindade fálica da fazenda e do inhame. Cultuado para que haja fartura dentro de casa e na vida de seus devotos. ÒGÚN/LÁKÁAYÉ/YÁNKÁNNÍRÈ: Orixá primordial, líder de todos os caçadores, filho de Odùdúwá, foi a divindade que descobriu o ferro, tornando-se o regente do mesmo, protege todas as pessoas que trabalhem com este elemento. Muito importante para o desenvolvimento da humanidade, abre os caminhos, protege seus devotos contra acidentes e assaltos.
  • 5. ÒSÓÒSÌ (Òrìsà-ode-aperan): Caçador que veste Màrìwò pààko, foi o principal discípulo de Ògún na arte da caça, tornando-se o caçador de uma única flecha, possui o poder da estratégia, poder esse que abençoa seus devotos e cultuadores. É também bastante cultuado para acabar com a negatividade advinda das Àjé (feiticeiras) sobre uma pessoa. ÌJA: Caçador irmão mais novo de Ògún, possui os mesmo atributos de Ode Òsóòsì e é cultuado para a mesma finalidade, proteção, fartura e estratégia. ERINLÈ (Òsòòsin): Grande caçadora, muito poderosa, tem forte ligação com a Magia (Ìyámi) eÒsanyìn, para muitos é esposa de Ògún, para outros de Òsanyìn e para outros ainda, é esposa deOlóògùn Ede. Ligada aos Elefantes, é protetora das caçadoras. Cultuada para trazer prosperidade e coragem. OTIN: Caçadora, possui quase os mesmos atributos de Erinlè e proporciona as mesmas bênçãos, é esposa de Ode Òsóòsì. OLÓÒGÙN EDE: Divindade MASCULINA, o grande Feiticeiro de Ede, filho e mensageiro de Òsun, ligado a Ìyámi, é cultuado para trazer força, sabedoria e dinheiro. Dá aos seus iniciados e devotos o poder do “encantamento”. ÒSANYÌN: Divindade das folhas, ligada à cura e a magia (possui grande ligação com Ìyámi Òsòròngà), cultuado para que s empre tenhamos saúde, divindade bastante cultuada por Curandeiros (Onísegùn) e Magos (Olóògùn). AKÓGÙN: Divindade relacionada com a magia e com Òsanyìn, cultuada para aumentar poderes de magia. EDAN: Divindade feminina, primordial, filha de Alálè(Ìyámi Ayé), cultuada na Egbé Ògbóni. É cultuada para que haja equilíbrio terrestre e vida longa. OMOLÚ/BÚRUKÚ: No culto tradicional Yorùbá (tradição religiosa de Abéòkúta), é o nome pelo qual a divindade Nàná Bùkúù é chamada, divindade da terra e da água, da bexiga, considerada por alguns, como mãe de Obalúayé, por outros, como esposa do mesmo, é cultuada para evitar morte prematura e doença. SÒNPÒNNÁ/OBALÚAYÉ/BÀBÁ OLÓDE:Divindade da terra, da quentura, da febre e das doenças contagiosas. Cultuado para evitar doenças e morte, também está relacionado à prosperidade.
  • 6. ÒSÙMÀRÈ (ESÙMARÈ)/ EJÒLÁ/ ARÁKA:Divindade do Arco-íris e da transformação, relacionado às águas da chuva e as águas dos rios, é a divindade responsável pelo fluxo das águas no Mundo (Àiyé), está também relacionado à Lua (Òsùpá), muito ligado a Omolú, quando cultuado por seus devotos, ajuda o ser humano a melhorar de vida, prosperar, enriquecer. IJÒKÚ: Esposa de Òsùmàrè, divindade cultuada junto ao mesmo, gerando o equilíbrio de sua energia, cultuada para proporcionar vida longa e prosperidade. YÈWÁ: Divindade feminina, do rio Yèwá em Egbádo, relacionada às serpentes, a Òsùmàrè e a Òrúnmìlà, alguns acreditam ser esposa de Obalúayé. É cultuada para trazer serenidade. OLÚWÉRÉ (ÌRÓKÒ): Divindade cultuada aos pés do Ìrókò - Arvore sagrado, faz tanto o bem quanto o mal, ajuda as mulheres a engravidar e aos homens a terem vida longa, mas também é capaz de provocar a hemorragia e o aborto. No Brasil foi apenas chamado de Ìrókò. Deixamos claro que, mesmo Olúwéré sendo uma Divindade cultuada aos pés do Ìrókò, a Igi Ìrókò (Árvore Ìrókò) possui suas particularidades dentro do c ulto. SÀNGÓ/ÀRÌRÀ/AYÍLÉGBÉ ÒRUN: Grande divindade, senhor do trovão e o amado marido deOya. É cultuado para trazer longevidade e bens materiais. OYA/ÌYÁSAN/ABORÍMÉSAN: Divindade feminina, do rio Oya (Niger), uma das esposas de Sàngó, a preferida, sempre cultuada junto ao mesmo, é ligada aos ventos e aos nossos ancestrais (Egún), tem força para trazer bons acontecimentos, cultuada para purificação e força de realização. ÒSUN/ÒSÉMINÍBÚ/ÒPÀRÀ: Divindade feminina, Funfun (da Criação). Òsun foi uma grande rainha em terras Ìjèsà, foi esposa de Òrúnmìlà, Ògún, Òsóòsì eSàngó, mãe de Olóògùn Ede, é a divindade que rege a gestação, o nascimento. Senhora do rio Òsun emÒsogbo, é a Senhora do cobre e do ouro. Cultuada por mães que desejam ter filhos (sadios), para pessoas que buscam a prosperidade e o luxo. Propicia casamentos, bons filhos e prosperidades aos seus seguidores. OBÀ: Divindade feminina, do rio Obà, uma das esposas de Sàngó, que lidera a Egbé Elékò (Sociedade composta apenas por mulheres guerreiras – amazonas), cultuada para que não haja desentendimentos no casamento.
  • 7. DÀDA ÀJÀKÀ: Irmão mais velho de Sàngó, foi um dos reis (Aláàfìn) de Òyó, é cultuado para trazer liderança, principalmente as lideranças justas e pacificadoras, está ligado as crianças que nascem de cabelo enrolando, chamadas de Dàda. No Brasil, Àjàkà passo u a ser cultuado como um título (qualidade) de Sàngó, mas não é, e sim seu irmão, de personalidade bem distinta inclusive. AGONJÚ: Filho de Àjàkà foi também um dos reis (Aláàfìn) de Òyó, está ligado a terra e aos vulcões. No Brasil é cultuado também como um título (qualidade) de Sàngó (Olùfínràn), mas não é, é uma divindade distinta, tal qual seu pai. Cultuado para trazer força e vencer inimigos. BÁYÀNNÌ: Irmã mais velha de Sàngó, ajudou ele a se tornar rei de Òyó, tem força para levar o homem a fama e é cultuada por seus devotos para tal. ÒRÁNMÍYÀN: Grande rei, filho de Odùdúwà (o patriarca dos Iorubás) e pai de Báyànnì, Àjàkà eSàngó, foi o primeiro rei de Òyó. No Brasil, assim como Àjàkà e Agonjú, é cultuado como se fosse título (qualidade) de Sàngó, mas é uma divindade distinta do mesmo, seu PAI e ANCESTRAL.Òránmíyàn é cultuado para que haja liderança bem sucedida e paz. ÌBEJÌ/ÈJÌRÉ/EDÚNJOBÍ: É a Divinização dos Gêmeos, ou seja, Gêmeos que se tornam divindades. Divindade que protege os gêmeos. Divindade da Dualidade de uma forma geral. Cultuado por famílias, pais e irmãos que possuam gêmeos na família, propiciam bênçãos e realizações em todos os sentidos. ÌDÒWÚ: É um aspecto de Èsù que está relacionado à Ìbejì. Representado pela criança que nasce após os gêmeos. Toda pessoa que cultua Ìbejì, tem que cultuar Ìdòwú também, para que aja a realização do que foi pedido a Ìbejì. KÓNKÓTO (KÓRI): Kóri é uma divindade não conhecida no Brasil (Candomblé), em Cuba (Santeria) é considerada uma Oxum. Kóri é u ma divindade jovem (Èwe) e protetora dos jovens. É considerada uma jovem caçadora, protege os jovens e também as crianças órfãs e adotadas . ARÁGBÓ (EGBÉ): É uma sociedade composta por espíritos amigos, que encontram-se em sociedades no Òrun (espaço espiritual), liderada por Ìyálóde e Jàgùn. Propiciam ao seus cultuadores, alegrias, bem estar, amizades, boa convivência social e realizações. EGÚNGÚN: É o Culto aos Ancestrais Masculinos, cultuado tanto por homens, quanto por mulheres, para o aperfeiçoamento familiar e social. GÈLÈDÈ: É o Culto aos Ancestrais Femininos, realizado de maneira coletiva, cultuada tanto por homens, quanto por mulheres, para o aperfeiçoamento familiar e social.
  • 8. ÌGUNNOKO: Divindade da Agricultura, está relacionado aos Ancestrais Masculinos e Femininos de modo coletivo. Cultuado para proporcionar boas colheitas, fertilidade a terra e as mulheres. Comunhão com os ancestrais e paz social. AGEMO: É uma sociedade masculina. ORÒ: É uma sociedade masculina, completamente restrita a homens. ÌYÁMI ÒSÒRÒNGÀ/ELÉYE/EYENÍMÒÒRÈ:Divindade feminina, da magia e bruxaria, Deusa das Feiticeiras. Aspecto negativo da grande Mãe Odùa. Cultuada de maneira apaziguadora, para proteção contra o mal, contra feitiços e para barrar o mal advindo de Àjé (feiticeira) e Osó (feiticeiro). Divindade bastante perigosa. CUIDADO. Este é um dos temas que muitos devotos da Religião Tradicional Indígena Iorubá (Ẹ̀sìn Ìbílẹ̀ Yorùbá) devem ou deveriam buscar um maior esclarecimento. O Ẹbọ (sacrifício/oferenda) ou Etùtù (rito de apaziguamento) têm como objetivo neutralizar alguma negatividade e/ou atrair alguma positividade para a vida do devoto. Quando Ifá (oráculo) é consultado, ele apresenta através da sabedoria do sacerdote, o que pode ser feito através de oferendas para neutralizar o negativo e atrair o positivo. Os elementos utilizados nestas, devem todos ser comprados com o dinheiro do ofertante, pois, isso é uma parte do sacrifício (destinar parte de seus ganhos à divindade). Outra parte do sacrifício é pagar ao sacerdote o valor combinado pelo trabalho, pois, o mesmo não só trabalhou fisicamente como também teve um gasto energético para intermediar você e a divindade, logo, é o velho ditado, “toda fonte que se tira água e não se repõem um dia seca”, portanto, o dinheiro pago ao sacerdote não é o dinheiro que o mesmo vai pagar suas contas ou enriquecer, não, é o dinheiro que o mesmo receberá para recarregar suas próprias energias e também, é uma forma do devoto (ofertante) agradecer ao ORÍ do sacerdote pela realização do trabalho. Quanto mais isso for valorizado pelo ofertante, melhor para ambos, sacerdote e ofertante. Não cabe ao sacerdote impor preços abusivos, dificultando a realização do trabalho, ao contrário, cabe ao sacerdote facilitar ao devoto, mas cabe também ao devoto a consciência de que as oferendas de comida e bicho em si, não bastam... Até mesmo os sacerdotes, quando raramente precisam fazer ẹbọ's em si mesmos, precisam pagar em dinheiro o sacrifício, o dinheiro normalmente é deixado em cima da oferenda na encruzilhada ou dado de esmola à quem o Ifá (oráculo) determinar. Sempre o dinheiro fará parte da oferenda, e é preciso entender também, que o ẹbọ para trazer o resultado buscado, precisa estar completo, com todos os itens, caso contrário, será um ẹbọ incompleto e a vida não é incompleta, “ou se está vivo ou morto”, não metade vivo... É preciso ressaltar também que, o trabalho deve ser pago com prazer, porque o pagamento faz parte da oferenda, do ritual e se isso for feito de uma forma negativa, essa negatividade pode prejudicar e muito o ofertante e o próprio sacerdote. É importante esclarecer isso, já que os devo tos de Irúnmọlẹ̀ (Orixás) não podem ter a visão de que o dinheiro é algo sujo, não, pelo contrário, inclusive temos uma divindade d entro de nossa religião cultuada para isso, chamada Ajé (Divindade da Riqueza). E também é preciso lembrar que só somos valorizados, quando nos valorizamos.
  • 9. Sacerdote nenhum deve ficar rico através da religião, a não ser que ele cobre valores abusivos e pessoas desesperadas paguem por isso... Em suma, espero que a visão do pagamento, não seja vista apenas como um cliente pagando por um produto, e sim como uma parte do ritual, da oferenda, o que de fato é. Àjẹ́ é como são conhecidas as feiticeiras em território Ioruba (Nigéria), também chamadas de Ẹlẹ́yẹ (Senhora do Pássaro) e “carinhosamente” de Ìyámi (Minha Mãe), maneira apaziguadora de se referir as feiticeiras. No Brasil tem existindo grande confusão em relação à Ìyámi Òṣòròngà (Divindade Senhora das Feiticeiras, também chamada de Ìyámi Àjẹ́ e Ìyámi Ẹlẹ́yẹ), Ìyámi Ayé (Divindade Terrestre) e principalmente as Àjẹ́ (Feiticeiras), o termo ioruba ÌYÁMI (que literalmente quer dizer MINHA MÃE) é um termo utilizado para referir-se a diversas energias, e é ai onde mora o perigo e resulta nesta enorme confusão encontrada hoje no Brasil, pessoas se declarando Àjẹ́, iniciando-se em Ìyámi e até entrando em transe de algo que desconhecem e inúmeras outras coisas absurdas. Na Nigéria o culto a Ìyámi Òṣòròngà, consequentemente o culto de Àjẹ́ (feiticeira) e Oṣó (feiticeiro), é secreto e muito restrito a iniciados e as pessoas que são pactuadas nesta energia, e as mesmas não saem declarando isso aos quatro ventos, como ocorre no Brasil. Existindo inc lusive, famílias de Ifá na Nigéria que não aconselham a iniciação de pessoas neste culto. Hoje em dia no Brasil, com a grande disseminação da religião Wicca (religião que respeito bastante), muitas pessoas querem ser bruxas e bruxos e isso acaba percutindo de uma maneira negativa dentro de nossa Religião (Ẹ̀sìn Ìbílẹ̀ Yorùbá), pois, as pessoas acreditam que basta ser iniciado (raridade) ou pactuado no culto a Ìyámi Òṣòròngà e já podem sair por ai se declarando Àjẹ́ = bruxas e Oṣó = bruxos. Aos incautos, desejo apenas cuidado... Espiritualmente falando, as Àjẹ́ e Oṣó pertencem ao grupo dos Àjògún, guerreiros que lutam contra o homem e prezam o equilíbrio do Universo, liderados por Èṣù e Ìyámi Òṣòròngà, energias que só devem ser cultuadas por aqueles que possuem equilíbrio, que não é o caso de muitos aqui no Brasil e limites, para que amanhã não acabem tornando-se o alimento destas energias (espíritos). Essas energias vieram ao mundo pela primeira vez, através do Odù (signo de Ifá) Ọ̀sá méjì (Ọ̀sá Ẹlẹ́yẹ), na cidade nigeriana de Ọ̀tà, Ògún State, Nigéria. Quando encarnadas, possuem forças espirituais fabulosas, passando a serem respeitadas e muito temidas pela sociedade. Deixand o claro que, uma Àjẹ́ de verdade, dificilmente declara-se. Ìyámi Àjẹ́ são energias que, até mesmo os mais sábios sacerdotes (mẹ̀gùn) ou magos (ọlọ́ògùn) experientes possuem cautela ao manipularem.
  • 10. Encontramos três tipos de Àjẹ́, assim como Oṣó (o masculino delas). Àjẹ́ funfun, feiticeiras ligadas ao àṣẹ funfun (branco), são as menos perigosas, mais “sensatas” e proporcionam proteção aos seus, mas deixo claro que, também MATAM, mesmo que seja para proteger. Àjẹ́ pupa, feiticeiras ligadas ao àṣẹ pupa (vermelho), completamente letais, capazes de causarem doenças, epidemias e grande derramamento de sangue, até a uma comunidade ou família inteira, matam de maneira muito dolorosa. Àjẹ́ dúdú, feiticeiras ligadas ao àṣẹ dúdú (preto), as mais TEMIDAS, trabalham na madrugada e levam a morte certeira, aos incautos, mais uma vez, CUIDADO... Quando encarnadas essas forças não se prendem a laços emocionais com ninguém, nem mesmo aos próprios filhos ou entes queridos. Participam de sociedades secretas, sabem transformar seus espíritos em pássaros e vão até a casa de seus inimigos ou de inimigos dos outros promoverem males e se “alimentarem”. A todos aqueles que gostam de manipular a energia de Ìyámi Àjẹ́ (Ìyámi Òṣòròngà) e de seu séquito = àwọn àjẹ́ (feiticeiras), como se fossem brincadeira de criança, simplesmente para mostrar poder e gerar temor nos outros, cuidado... Elas são completamente insensíveis e dolorosas... Por Hérick Lechinski (Ọlọ́jòlá Ejòtọ́lá) Já é do conhecimento de todos, que Ifá é um culto direcionado ao deus do destino, conhecido principalmente como Ọ̀rúnmìlà. Sabemos que, este culto faz parte da Religião Indígena Yorùbá – Ẹ̀sìn Ìbílẹ̀ Yorùbá, onde são cultuadas inúmeras outras divindades (divindades estas chamadas de Irúnmọlẹ̀ - Orixás) e não apenas Ifá, além de cultos restritos direcionados aos ancestrais, as mães veneráveis e a prática da magia. É do conhecimento de todos também, que Ifá ou Ọ̀rúnmìlà ocupa um papel de destaque dentro dessa tradição religiosa, pois, é dentro de Ifá que se é detectado qual energia ou quais energias um determinado ORÍ precisa prestar culto para ter uma vida equilibrada e realizada. Veja bem, Ifá não promete RIQUEZAS, Ele propõe equilíbrio, que deve ser conquistado com o esforço do devoto. Dentro de Ifá existem alguns rituais, que determinam a função do individuo dentro do culto, como suas res ponsabilidades perante a divindade, isso é acreditado em toda Yorubaland (região yorùbá), ou seja, não tem a desculpa de que em determinadas aldeias é diferente, porque não são, TODAS sem duvidas respeitam esses critérios. A seguir leia com atenção e descubra o que cada rito significa: IṢẸ́FÁ: Antes de qualquer coisa é preciso entender a etimologia desta palavra, ou seja, a origem da mesma. Miticamente falando, dentro do ODÙ Ọ̀ṣẹ́-orógbè, Ọ̀ṣun é a primeira divindade a passar por este ato, que literalmente quer dizer: IṢẸ́ (TRABALHO) + FÁ (IFÁ), ou seja, trabalho de Ifá. Este ato NÃO É UMA INICIAÇÃO, nele o individuo NÃO RECEBE ORÚKỌ (NOME INICIÁTICO) tão pouco é sacado um Odù para o mesmo, não! Este ato
  • 11. consiste em, um BÀBÁLÁWO prepara 16 IKIN e entrega para uma pessoa que deseja cultuar Ifá, mas que não possui condições de realizar uma iniciação, ou seja, o Ifá é assentado para a pessoa. O individuo que passa por isso, não possui direito nenhum dentro do culto, a não ser o de cultuar os IKIN (IFÁ) que recebeu. Em algumas tradições, uma pessoa que passa por esse ritual deve após um determinado tempo fazer de fato a iniciação de Ifá, caso contrário este rito perde o valor. ITEFÁ: A etimologia desta palavra consiste em dizer: ITA (TERCEIRO DIA) + FÁ (IFÁ), três dias de Ifá, pois, a iniciação de Ifá pode ser feita em três dias, onde são feitos os atos principais da mesma, e onde o devoto no terceiro dia passa pelo ritual chamado Ita, onde é entregue u m ẹbọ ao Oníta (dono do terceiro dia) e onde as consultas oraculares são encerradas e o novo destino da pessoa é revelado. Essa iniciação também pode ser feita em sete dias, o sétimo dia se faz um ato semelhante ao terceiro, porém é chamado de Ijè. A pessoa que passa por essa iniciação é submetida ao IGBÓDÙ, ou seja, é apresentado à Ìyá Òdù (Odúlọ́gbòjé) em um local sagrado para ser reconhecido pela mesma, como filho de Ifá e também para que a mesma permita que o Odù (signo divinatório) do individuo seja revelado ao Bàbáláwo. Igbódù é diferente de Igbádù. Igbó-dù é um ritual, Igbá-dù é um assentamento. Homens e mulheres, idosos e crianças podem fazer Itefá, a fim de compreenderem melhor seu destino e isso não implica que eles tenham que se tornarem sacerdotes de Ifá, na realidade, é nessa iniciação que o Ifá determina se o iniciante tem caminhos para ser seu sacerdote ou não, mas lembro de que, ter caminhos não basta, é preciso mais que isso. Falarei disso adiante. Quem passa pelo Itefá, pode começar a se aprofundar em Ifá, mas ainda não é permitida a prática com terceiros, e sim se aprofundar para conhecimento pessoal. ÌPÍNÒDÙ OU ÌPÁNÒDÙ: A todos que fazem Itefá é fundamental que depois de um determinado tempo venham a fazer este ritual, o único problema é que, este ato não tem como ser feito fora da Nigéria, pois, necessita de uma série de materiais que só existem lá, além da presença de um grupo de Bàbáláwo. Este ato é feito em três dias, e tem como objetivo iniciar o devoto no culto de Òdù (Ìyámi Òdù), a esposa mítica de Ifá. Nessa iniciação o devoto tem seu destino alinhado com Òdù. Ela permitirá ao devoto trabalhar com os sinais dos Odù sem risco de se contrair as negatividades do mesmo. Todos podem fazer este ritual, inclusive mulheres. A única coisa é que, apenas os homens recebem o assentamento de Òdù , chamado de Igbádù. O individuo que passa por este ritual, mesmo recebendo IGBÁDÙ, não sai deste ato “feito-bàbáláwo”, de forma alguma, ele sai deste ato um devoto (iniciado) de Òdù (Odùlọ́gbòjé). Esta liturgia é um complemento para a iniciação de Ifá. O que faz um homem BÀBÁLÁWO (SACERDOTE DE IFÁ)? Na Nigéria para um homem ser Bàbáláwo ele precisa de: ter feito ITEFÁ e na mesma ter sido apontado como escolhido por Ifá para ser sacerdote. Após isso, esse homem normalmente ainda criança, com 6 ou 7 anos de idade, irá viver na casa de seu Bàbáláwo iniciador, ou próximo a casa do mesmo, e trabalhará para ele, auxiliando o mesmo tanto nos serviços domésticos como nas consultas, ètùtù e iniciações. Este homem obviamente terá de ter feito também o Ìpínòdù (Iniciação em Òdù), como forma de se proteger de algumas negatividades. Durante um período de 15 a 30 anos este homem aprenderá diariamente com seu mestre, até que, o mestre do mesmo sinta que seu aprendiz está capacitado à ser avaliado por outros sacerdotes mais velhos. Este ato de avaliação é chamado de ÌKO-ÀTẸ. É feito publicamente, podendo levar 16 dias. Nesse ritual o aprendiz é obrigado a recitar ao menos dois ìtàn Odù de cada um dos 256 Odù, como realizar a interpretação dos mesmos, e prescrever os ètùtù a serem feitos. Ou seja, é preciso MEMORIZAR. Por isso o aprendizado leva anos.
  • 12. O porquê memorizar? Pois, na hora de recitar os contos ele precisará buscar na sua memória, justamente aquele que o Ifá aponta para aquele consulente, e não todos. O que, se por um exemplo, for se consultar numa apostila, não se tem como saber qual realmente é o que o Ifá quer que seja revelado ao consulente. Bem, sendo assim, caso aprovado, o aprendiz será reconhecido pela comunidade como um BÀBÁLÁWO, sacerdote de Ifá e irá ocupar um cargo dentro da Ẹgbẹ́ Bàbáláwo de seu mestre. Se o aprendiz na avaliação só precisa conhecer dois ìtàn de cada um dos 256 Odù, para ser reconhecido como Bàbáláwo, ele prec isa então conhecer ao menos 512 histórias de Ifá, que lhe serão úteis para interpretar o jogo de ikin ou ọ̀pẹ̀lẹ̀-Ifá. Mas, como o aprendizado não acaba nunca, um Bàbáláwo completo, ou seja, um bom Bàbáláwo, deve conhecer ao menos dezesseis histórias de cada um dos 256 odù, o que contabiliza 4096 histórias. Digo isto, pois infelizmente alguns aprendizes apressados e por não terem aprendido o principal mandamento de Ifá, a prática do SÙÚRÚ (PACIÊNCIA), nem se quer esperam serem avaliados, e já saem se alto-intitulando sacerdotes, sem nem se quer conhecer de fato o próprio ìtàn Odù deles mesmos, quem dirá dos outros Odù... Mas, recorrem a livros e apostilas, como se Ifá pudesse falar conosco através disso . Vulgarizando este culto milenar, que sempre teve como base a memorização e oralidade. É só uma questão de raciocínio: Se para jogar ikin e ọ̀pẹ̀lẹ̀, basta ver o sinal e consultar num livro ou apostila para ver o que aquele sinal (Odù) fala, qualquer um pode ser sacerdote, e na realidade ser alto- suficiente, uma vês que, a memorização, vivência e oralidade aí seriam totalmente descartáveis. Bem, acredito que através deste artigo consegui explicar bem o que realmente é cada rito dentro do Ifá, e o que faz de um ser humano sacerdote deste culto, se mesmo assim, as pessoas preferirem cair em mãos de sacerdotes recém-iniciados, aí é uma triste escolha do Orí de cada um, e Orí burúkú (cabeça ruim) dificilmente aceita um bom caminho... Ifá gbéè àwa o! Ire o! Este artigo é dedicado à Bàbá Fábùnmí, o grande AWO RERE que o Brasil já teve pisando em seu solo, minha luta pela verdade, é uma luta por sua memória e para que seu trabalho não tenha sido em vão. Àbọrú Àbọyè o Bàbá mi! Por Zarcel Carnielli (Onífá Ilésire Ṣówùnmí ọmọ Bàbáláwo Fábùnmi Ọ̀pẹ̀kí Ṣówùnmí - NI IRANTI) QUEM SOMOS (Ọlọ́ṣùmàrè Ejòtọ́lá & Ọlọ́bàtálá Òṣàláṣínà)
  • 13. JOGO DE BÚZIOS (Mẹ́rìndínlógún Ifá) FESTIVAIS (Àjọ̀dún) RELIGIÃO INDÍGENA IORUBÁ (Ẹ̀sìn Ìbílẹ̀ Yorùbá/Ìṣẹ̀ṣe) DIVINDADES IORUBÁ (Imọlẹ̀) ODÚS (Odù) FOLHAS (Ewé) COMIDAS (Onjẹ) ARTIGOS (Ìpilẹ̀sọ ọ̀rọ̀) LIVROS (Ìwé) PALESTRAS E CURSOS (Ìdánilẹ́kọ̀ọ́) FOTOS (Àwòrán) VÍDEOS (Àwòrán tí nrìn) LIVRO DE VISITAS (Ìwé àlejò) Parte superior do formulário CONTATO 41 9986-8832 (TIM) 11 96448-9094 (TIM) COMIDAS (Onjẹ)
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