Os reinos Iorubás floresceram entre os séculos VI e IX na região sudoeste da atual Nigéria. Sua cultura teve origem na cidade sagrada de Ifé e se expandiu através das dinastias estabelecidas pelos filhos do ancestral fundador Oduduwa. Até hoje, Ifé continua sendo o centro espiritual dos Iorubás.
3. • Os reinos Iorubás floresceram
ao sul do rio Níger. Suas origens encontram-se
numa antiga população indígena que tinha
como centro a cidade de Ifé. Depois chegaram
os conquistadores, guiados por Oduduwa, o
legendário antepassado fundador.
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5. • Os filhos de Oduduwa iniciaramas diversas
dinastias Iorubás que se instalaram na região
entre os anos 600 e
900 da nossa Era, vindos provavelmente do
Alto Nilo. Alguns especialistas afirmam
que a cultura Iorubá tem parentesco com a
egípcia, e outros, com a da Núbia.
6. • Ambas as opiniões consideram também a
possibilidade de que, através da
Abissínia (região onde fica a atual Etiópia), a
cultura Iorubá tenha parentesco
com a helenista. Alguns afirmam que
Ifé, cidade santa dos Iorubá, seja Ufa, a
cidade mencionada na bíblia onde
os fenícios adquiriam ouro a pedido do rei
Salomão.
7. • Até hoje, no entanto, nenhuma
das hipóteses foi comprovada.
11. • Capital do primeiro reino, Ifé
alcançou rapidamente um notável
desenvolvimento religioso e político,
desempenhando numerosas funções no seio
dos diversos reinos Iorubás,
especialmente no campo espiritual.
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13. • Ifé atingiu o auge do resplendor entre os
séculos XII e XIV. Seu apogeu foi no século XIII.
A partir do século XIV, deixa de ser o centro
político da potência Iorubá, mas continua a
exercer o papel de cidade santa. O rei de Ifé é
considerado opai de todos os reis Iorubás.
14. • A cidade é ainda capital do reino originário e,
segundo se acredita, constitui o centro da
terra. Ali, a terra teria começado a
se formar e ali teria descido a divindade pai –
ou mãe – de todos os viventes
para fundar e reinar sobre "sua" primeira
cidade.
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16. • De fato, um mito mesclando
história e lenda afirma que Oduduwa, o
ancestral divino de todos os Iorubá,
desceu do céu e depositou sobre as águas um
pouco de terra e uma galinha. Esta,
ao ciscar, lançou terra em diversas direções. É
assim que, ao redor de Ifé, o mundo começou
a ser criado.
17. • Não é de se estranhar, portanto, que os
Iorubá tenham como centro de sua
religiosidade um Deus criador e que possuam
um forte sentido da constante presença divina
em sua vida
cotidiana. O que não os impede, no entanto,
de seguir uma religião politeísta,
com sociedades secretas nas quais se
celebravam festas com sacrifícios humanos.
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19. • Isso explica também o motivo
de, ainda hoje, os Iorubá serem muito
religiosos, embora pluralistas no que diz
respeito a que religião praticar. Há, por
exemplo, famílias nas quais o pai é
muçulmano, a mãe segue a religião tradicional
e os filhos são católicos ou protestantes.
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21. • Dentre os elementos presentes nesta obra-
prima da oralidade iorubá estão os Oriki –
evocações; os Orin – cantos; os Orin-Esa –
cantigas em louvor aos ancestrais masculinas;
os Orin-Efe – canções dirigidas às ancestrais
femininas; as Aduras – orações; os Ibás –
saudações. Nos poemas maiores, os Iremoje e
os Ijala, estão preservados os elementos mais
significativos da trajetória mitológica deste
povo.
22. • O cosmo iorubá é arquitetado em uma estrutura
quádrupla, daí os sacerdotes serem também
enquadrados em categorias que correspondem a esta
visão de mundo. Os babalaôs dirigem o culto a Ifá, na
dimensão da interação humana; os babalorixás e
ialorixás – pais e mães que presidem as iniciações no
orixá – lideram a adoração a estas divindades; os
babalossaim – símbolos da paternidade – são os
responsáveis pelo culto a Ossaim, a esfera das folhas,
representantes da Natureza; e os babalojés/ babaojés
– que protagonizam os pais na veneração aos
ancestrais da linhagem masculina – comandam a
adoração aos mortos.
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24.
25. • Nas terras americanas os iorubás procuram
reproduzir esta representação espacial
geográfica e cosmológica. Cada esfera do
recinto sagrado na América reflete a mesma
teia sagrada que marca o universo iorubá no
continente africano. O Ifá atua como o
protetor do saber sagrado, um depósito
palpitante das memórias desta civilização.
30. Linguagem, Localidade e
População dos Iorubás:
• Os iorubás ou iorubas (em iorubá: Yorùbá),
são um dos maiores grupo étno-linguístico ou
grupo étnico na África Ocidental,composto
por 30 milhões de pessoas em toda a região.
Constituem o segundo maior grupo étnico na
Nigéria, com aproximadamente 21% da sua
população total.
31.
32. • A maioria dos iorubás falam a língua iorubá
(iorubá: èdèe Yorùbá ou èdè). Vivem em
grande parte no sudoeste do país; também há
comunidades de iorubás significativas no
Benin, Togo, Serra Leoa, Cuba e Brasil.
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34. • Os iorubás são o principal grupo étnico nos
estados de Ekiti, Kwara, Lagos, Ogun, Ongo,
Osun, e Oyo. Um número considerável de
iorubas vive na República do Benin, ainda
podendo ser encontradas pequenas
comunidades no campo, em Togo, Serra Leoa,
Brasil e Cuba.
35. • Eles tinham saída para o mar e compartilham
fronteiras com os Borgu (também chamados
Bariba e Borgawa) no noroeste, os Nupe (que
eles chamam muitas vezes, "Tapa") e os Ebira
no norte, os Edo que também são conhecidos
como Bini ou povo benin (não-relacionado
com o povo da República do Benin), e os Ẹsan
e Afemai para o sudeste.
36. • Embora a maioria dos iorubás vivam no oeste
da Nigéria, há também importantes
comunidades yorubás indígenas na República
do Benin, Gana e Togo. A maioria dos iorubás
é cristã, com os ramos locais das igrejas
Anglicana, Católica, Pentecostal, Metodista, e
nativas de que são adeptos.
37. • O islamismo inclui aproximadamente um
quarto da população iorubá, com a tradicional
religião iorubá respondendo pelo resto. Os
iorubas têm uma história urbana que data de
500 d.C.