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OH PAI!
Louco? Messias? Charlatão? Entenda um pouco mais o
universo de Inri Cristo, o profeta nacional!
CAUÃ REYMOND | GIOVANNA LANCELLOTTI | NEGRA LI | FESTIVAIS DE MÚSICA
#9
Ano 2
Número 9
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12 CINEMA
Wagner Moura fala sobre novo filme
14 TEATRO
Entrevista Com Danilo Gentilli
16 ARTE
Artista italiano e suas pinturas
22 MÚSICA
Tudo sobre os festivais de 2013
26 MÚSICA
Negra Li fala sobre Hip Hop
30 CAPA
Exclusiva com Inri Cristo
42 64
38
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ÍNDICE
36 ENTREVISTA
Giovanna Lancellotti fala sobre carreira
38 ENTREVISTA
Na cola de Cauã Reymond
40 MODA
Tendência Inverno 2013
42 EDITORIAL
Summer Power
58 ACONTECE
O que rolou nos últimos dias
64 TURISMO
Uma volta pela linda Espanha
01 01
30
22
3626
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ENTRE NÓS
Personagens que amamos
Boa Leitura,
Andrew Wambaster
Editor
Fazer jornalismo é uma maravilha. No decorrer da nossa vida vamos conhecendo
personagens impressionantes. Pessoas que dariam para escrever uma biografia e
não uma matéria jornalística. Tive esse sentimento quando conheci a história do
Inri Cristo, que estampa nossa capa. “Um homem que se diz ser Jesus?”, pensei
quando me sugeriram a pauta. Depois do processo de produção, que não foi fácil
para um homem que não pode nem ser tocado, tirei as minhas conclusões e vou
deixar para que você, leitor, tire a sua.
Além disso, nossa revista está cheia de assuntos fantásticos. Uma matéria exclusi-
va anuncia os principais festivais que irão turbinar o cenário musical no país. Eles
estão recheados de astros internacionais, do jeito que a gente gosta. Também
conversamos com duas personalidades incríveis, que dividem, entre muitas carac-
terísticas, carisma, beleza e muito, mas muito talento - são queridinhos da Rede
Globo. Cauã Reymond e Giovanna Lancellotti.
Como estamos na estação mais quente do ano, a Pop Up realizou um ensaio com
muito brilho e cores vibrantes para quem quiser arrasar na piscina, na praia, ou no
luau. Fora tudo isso, muitas dicas para quem é apaixonado por este universo de
moda, cultura e entretenimento.
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Diretor Executivo
Jiovanne Lisboa
Editores
Andrew Wambaster
Pedro Ribeiro
Editor de Arte
João Américo
Diretor de Marketing
Leonardo Cicci Durce
Diretor Jurídico
José Roberto Oliveira
Colaboradores
Adriana Izel, Felipe Costa,
Fernanda Mourão, Haland
Guilarde, Jean Sette, Nei Costa,
Ricardo Botelho, Susana Tavares
Expediente
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SGAS 910 Bl. E Sala 201
Brasília-DF
CEP 70390-100
CNPJ 14.235.561/0001-84
ELE JÁ ESTÁ ENTRE NÓS!
CAPA
28 | popupmag.com
D
esliguem os celulares”. Essa é a primeira palavra de
ordem que ouvimos ao chegar a Suprema Ordem
Universal da Santíssima Trindade - SOUST, nova
ordem mística de Inri Cristo. Seus seguidores
nos recebem com total simpatia, em vestes azuis
e brancas e com uma serenidade surreal. Após
seguir suas frias instruções de como se comportar na frente de
seu “mestre”, caminhamos em direção a uma capela onde aproxi-
madamente 15 pessoas, também vestidas de azul e branco, nos
aguardavam. Lá iria acontecer uma espécie de missa, rito que é
obrigatório para o inicio de nossa entrevista. A “missa” é breve,
nada além de mais que uma benção de Inri ou uma abertura
de trabalhos espirituais. O curioso é que este é o único rito da
doutrina, feito diariamente e uma única vez no dia.
Ao fim da liturgia, abre-se uma cortina e teatralmente surge Inri
Cristo, com sua túnica branca de linho puro segundo o próprio.
Sua aparição é intimidadora. Seu discurso, mais ainda. Por cinco
minutos, torno-me um fiel e me convenço de sua explicação
sobre o ceticismo das pessoas, sobre sua auto-afirmação de re-
encarnação de Jesus. “Há séculos atrás as pessoas torturaram
Galileu por afirmar que a terra era redonda e girava em torno
do sol. E mesmo o mundo não acreditando nisso, a terra nunca
deixou de ser redonda, nem de girar”, justifica.
Suas falas são longas e treinadas para prender a atenção. Inri é
um bom orador. Mesmo com um sotaque incomum o qual ele
garante ter uma boa resposta: “Meu pai me deu este sotaque
diferente de todos para que eu fosse um estrangeiro em qual-
quer lugar do mundo”.
Seus seguidores, em grande maioria mulheres popularizadas
de “Inricretes”, observam tudo atentamente, sem interferir na
entrevista. Apenas opinam quando perguntadas por ele para
complementar suas respostas. Toda a entrevista é gravada e fil-
mada por elas para que nada seja distorcido por nenhum veí-
culo de comunicação. Sua preocupação com a mídia é tamanha
que ele acredita que é completamente excluído dos grandes
meios. “Sou vitima de um boicote dessa grande imprensa de-
sorganizada”, afirma ele. Para ele, a mídia nacional entrou em
um consenso para excluí-lo de sua agenda de assuntos.
Por outro lado, sua revolta não chega aos programas humo-
rísticos. Ele inclusive tem grande apreço pelos programas de
jornalismo pautados com humor: “Os humoristas possuem uma
grande espiritualidade. Eles agem livremente e sabem me res-
peitar. Se não fosse eles, esse projeto de boicote da imprensa
iria prosperar”.
É visível que o humor lhe toca e – inclusive - dá o tom da sua
prosa em certos momentos quando fala sobre o fim do mundo
e sobre a profecia maia. “Sim, o mundo vai acabar! Mas só para
todos aqueles que morrerem nesta data”, brinca fazendo refe-
rencia ao dia 21 de dezembro de 2012.
Para uma boa visualização do entrevistado, é preciso esquecer a
figura de um Cristo sério e intocável. Aliás, é intocável sim - em
certo ponto. Inri não deixa que qualquer pessoa lhe toque e faz
graça com isso: “Convivo com dezenas de pessoas todos os dias.
Pra que falar me tocando, me pegando? Não há a menor neces-
sidade disso! Mas é claro que há pessoas que me tocam para cor-
tar meu cabelo, minhas unhas, me ajudarem em tarefas diárias”.
(Inri acredita que cada indivíduo possui um campo magnético de
força, que não precisa ser invadido sempre).
Eloqüente, divertido, apaixonado e excêntrico: adjetivos que
facilitam uma boa identificação dessa figura impar a qual en-
contramos. Legítimo ou não, não cabe a nós esse julgamento.
Mas que encerre a dúvida sobre seu poder como figura pública
que ganha a atenção de milhares de curiosos. É com esse então
ícone de nossa cultura pop nacional que conversamos, tiramos
algumas dúvidas e finalmente conhecemos mais de sua litera-
tura para entender seu universo “particular”.
Abril, meses depois que o mundo não acabou e quando o ano começou de fato, quem melhor
para dar as boas novas e o start em 2013 se não ele: Inri Cristo! O auto-intitulado Messias
está entre nós e traz vários recados ao povo mundano
|| por Pedro Ribeiro | Foto João Américo
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A voz interior apareceu pela primeira vez com
quantos anos? Qual foi a primeira reação? Inri ime-
diatamente reconheceu a voz como algo divino,
que deveria ser levado a sério?
INRI CRISTO: “Desde criança ouço uma única voz, forte
e imperiosa, que me comandava e que só no jejum em
1979 se revelou e revelou minha identidade. Quando
menino, desde os 5 anos de idade, eu era acordado na
calada da noite por visões terríveis de pessoas se con-
torcendo, se arrastando sobre seus próprios membros...
Era uma imagem nítida do fim deste mundo caótico.
Um quadro terrível do futuro da humanidade. E então,
aquela voz imperativa se manifestava dizendo veemen-
temente que eu não podia falar nada pra ninguém, nem
mesmo ao casal que me criou. Às vezes em que eu relu-
tava em obedecer, era acometido por dores de cabeça.
Então sabia em meu foro íntimo que devia obedecer.
Obediente a essa voz, saí de casa aos 13 anos e vivi
independente da família, exercendo os mais diversos
ofícios: fui verdureiro, padeiro, mascate, garçom... sem-
pre em contato com as pessoas. Aos 21 anos, também
obediente a essa voz imperativa, iniciei minha vida pú-
blica como profeta, falando sobre o Cosmos, o Infinito.
Embora continuasse ateu, era profeta de um Deus des-
conhecido, uma vez que eu repudiava o “deus” que os
homens fizeram.
Quando e como o senhor teve a revelação de que
era a reencarnação de Jesus Cristo?
INRI CRISTO: “Foi em setembro de 1979, quando o
Senhor conduziu-me ao jejum em Santiago do Chile.
Sendo a primeira vez que jejuava, não sabia da ne-
cessidade de ingerir água, ou seja, ‘jejuei a seco’. Meu
corpo estava em vias de um processo de inanição. De
repente, aquela voz que me comandava desde a in-
fância – mas que até então eu não sabia quem era –
disse, da forma mais imperiosa e veemente que nunca:
“Levanta-te!”. Ao levantar, mareei, porque, quando se
jejua, o sangue demora subir à cabeça. Minhas mãos
não me ampararam, bambearam para trás. Meus bra-
ços não me sustentaram e caí com o nariz no chão,
como podeis ver até hoje a cicatriz resultante da que-
da. Então, em meio a uma poça de sangue, a voz disse:
“As dores são necessárias. O sangue é necessário para
que, quando te insultarem e reprovarem, te lembres
que é o mesmo sangue que derramaste na cruz. Eu
sou o DEUS de Abraão, de Isaac e de Jacob. Eu sou teu
SENHOR e DEUS. E tu és meu Filho, o mesmo Cristo
que crucificaram. E
doravante, caminharás sobre a Terra como um pere-
grino errante. Serás prisioneiro, expulso, humilhado,
odiado. Pagarás para dormir e não te deixarão dormir.
Tua túnica estará suja e não terás quem a lave. Muitos
rirão e debocharão de ti para que conheças bem os
corações de teus filhos, que são o teu povo. Mas Eu
serei contigo”. Então Ele revelou o mistério do meu
nome, cuja segunda letra estava invertida (Iuri # Inri).
INRI é meu novo nome; o nome que paguei com meu
sangue na cruz. I.N.R.I.; o nome que Pilatos escreveu
acima de minha cabeça quando eu agonizava na cruz,
quando cuspiam em meu rosto, quando me humilha-
vam, quando se cumpriam as Escrituras. INRI é o nome
que custou o preço do sangue.
Qual foi a primeira pessoa a quem contou? Como
foi a reação?
INRI CRISTO: “A bem da verdade, não fui eu que fiz
essa revelação a uma pessoa. Após o SENHOR haver
revelado minha identidade no jejum, algumas pesso-
as vieram diante de mim e disseram que haviam me
reconhecido porque DEUS lhes mostrara. A primeira
pessoa que viu quem sou, e até reconheceu-me pela
minha voz quando ouviu-me na rádio Portales de San-
tiago do Chile, foi Alamiro Tápia. Foi ele quem adquiriu
o tecido de linho puro para confeccionar minha pri-
meira túnica.
Sofre ou sofreu preconceito ou retaliação por con-
ta disso?
INRI CRISTO: “É claro que sim. Todas as retaliações e
preconceitos que me são ministrados estão previstos.
Há dois mil anos eu disse que quando viesse aqui na
Terra, antes de ser reconhecido pela humanidade, teria
que ser reprovado por minha geração (“Mas primeiro é
necessário que ele sofra muito e seja rejeitado por esta
geração. Assim como foi nos tempos de Noé, assim
será também quando vier o Filho do Homem” – Lucas
c.17 v.25 a 35). Portanto isso faz parte e eu administro
tranquilo e serenamente. Os críticos de hoje serão os
mais sólidos seguidores de amanhã”.
Por que o senhor acha que a maioria das pessoas
não dá crédito à sua fala de que é a ressurreição
de Cristo?
INRI CRISTO: “Porque a maioria das pessoas estão (sic)
alienadas, treinadas, manipuladas, monitoradas para se-
guirem o Cristo folclórico – que ora é um boneco de fer-
ro, de gesso, de mármore; ora é um Cristo que vem nas
nuvens voando como um pássaro. A maioria das pessoas
é vítima da maior pedra de tropeço da Cristandade, que
é justamente a crença de que eu fui de carne e osso para
o céu, o “dogma” da ressurreição. Isso é uma crendice
que, além de contrariar a eterna lei divina prevista em
Gênesis c.3 v.19: “Tu és pó, do pó tu foste tomado e ao pó
retornarás”, viola as leis naturais, a lei da sobrevivência. E
Deus jamais violaria a lei que Ele mesmo criou só para
agradar aos insanos que, delirando, baseiam suas vidas
no engodo da fantasia e da mentira”.
Como o senhor consegue dinheiro para se sus-
tentar?
INRI CRISTO: “Meu Pai é o provedor. Não peço nada de
ninguém porque não sou mendigo, não vendo nada para
ninguém, não chantageio o dízimo, sou contra a venda
de falsos sacramentos – todo e qualquer sacramento
com preço é falso, desde que eu disse há dois mil anos:
“Dai de graça o que de graça recebestes” (Mateus c.10
v.8). Portanto, como sou legítimo, meu Pai é o provedor.
Ele inspira os filhos dele, e eles dão com a mão direita
sem que a esquerda saiba quanto (Mateus c.6 v.3)”.
Seus seguidores vivem com o senhor?
INRI CRISTO: “Os discípulos eclesiásticos, aqueles que
receberam a indumentária eclesiástica, que optaram
dedicar suas vidas unicamente ao Senhor, meu Pai, vi-
vem comigo aqui na sede do Reino de Deus, formali-
zado pela SOUST, em Brasília, que é a Nova Jerusalém
do Apocalipse c.21. Já os discípulos ecléticos são os
voluntários e beneméritos que vivem, dentro do pos-
sível, a disciplina, a doutrina que ensino – basicamente
a liberdade consciencial – em suas casas, em seus lares.
E vale salientar que aqui não é meramente uma igreja;
a SOUST é uma escola mística e filosófica onde ensino
meus filhos a viver dentro da lei de DEUS. A SOUST é o
Reino de Deus formalizado na Terra”.
popupmag.com | 31
O senhor já se apaixonou alguma vez por alguém ou já teve
desejos carnais?
INRI CRISTO: “Eu sou eternamente apaixonado pelo meu PAI. Sou
coerente com o que disse há dois mil anos: “Ninguém serve a
dois senhores” (Mateus c.6 v.24). No meu coração, no meu espí-
rito, só existe lugar para esse amor fantástico, transcendental. E
por amor a Ele, por esse amor que tenho pelo meu PAI, é que
luto para transmitir, transbordar esse amor aos meus filhos, aos
que me ouvem. Quanto aos desejos carnais, até 1979 vivi como
homem no mundo. Mas quando meu Pai deu-me consciência de
minha identidade, Ele concedeu-me também poder sobre a carne.
E, desde então, já não vivo como homem no mundo. Já não tenho
mais as inquietudes carnais que são inerentes aos seres humanos.
Olho para todos os homens como meus filhos e para todas as
mulheres como minhas filhas. Assim podeis compreender por que
eu disse há dois mil anos: “Animai-vos, eu venci o mundo” (João
c.16 v.33). Qual o sentido de dizer que venci o mundo se antes
não estivesse sujeito ao mundo? E onde estive há dois mil anos,
dos 13 aos 30 anos, que a Bíblia não relata? Nesse período, com o
nome de Emanuel, eu estava comendo manteiga e mel, conforme
previsto em Isaías c.7 v.14 (“Uma virgem conceberá e dará à luz um
filho que se chamará Emanuel. Ele comerá manteiga e mel até que
aprenda a separar o mal do bem”). Só depois de ser batizado por
João Batista, é que passei a me chamar Jesus. Ou seja, antes dis-
so eu estava experimentando os pecados do mundo para depois
vencer o mundo; estava adquirindo conhecimentos de sociologia
na prática para depois compreender e ajudar meus filhos nas suas
fraquezas e misérias. Eis por que sou puro, mas não sou ingênuo.
Se fosse um Cristo ingênuo, na ocasião em que me interpelaram
objetivando apedrejar Maria Madalena, não teria autoridade para
dizer: “Aquele de vós que estiver sem pecado que atire a primeira
pedra” (João c.8 v.7)”.
O que o senhor acha do celibato?
INRI CRISTO: “O celibato, na minha opinião, é uma opção, e não
é para quem quer, é para quem pode. O celibato sem hipocrisia,
sem falsidade, sem jogo escondido, é uma opção. No meu caso,
DEUS me deu poder sobre a carne. E, nessa condição, vivo o celi-
bato. No meu caso, não chega a ser uma opção e sim uma graça,
uma vitória que DEUS me deu. E os meus discípulos, à custa de
muito esforço, perseverança e boa vontade, conseguem, através
de oração, transmutar as energias do sexo e, consequentemente,
viver a vida celibatária, alicerçada na conscientização”. (PS: Du-
rante essa pergunta, Inri ensina ao fotógrafo João Américo uma
oração para perder a libido)
Como conseguiu arrecadar recursos necessários para a fun-
dação da SOUST?
INRI CRISTO: “Depois que pratiquei o Ato Libertário em Belém do
Pará em 1982, o Senhor Deus, meu Pai, colocou em meu caminho
alguns filhos predestinados que tiveram a missão de prover os re-
cursos necessários à fundação da SOUST - a começar pelo assessor
jurídico, Dr. Edson Centanini, ex-delegado de polícia e ex-juiz de
Direito, que executou os procedimentos jurídicos sem demandar
honorários advocatícios e, até o fim de seus dias, voluntariamente
presidiu a assessoria jurídica da SOUST. E assim se organizou a
sede provisória da SOUST em Curitiba, onde permaneceu durante
24 anos até a transferência para Brasília.
32 | popupmag.com
HÁ SÉCULOS ATRÁS AS PESSOAS
TORTURARAM GALILEU POR AFIR-
MAR QUE A TERRA ERA REDONDA E
GIRAVA EM TORNO DO SOL E MES-
MO O MUNDO NÃO ACREDITANDO
NISSO A TERRA NUNCA DEIXOU DE
SER REDONDA NEM DE GIRAR
“
”
popupmag.com | 33
Por que escolheram Brasília para ser a sede definitiva da SOUST?
INRI CRISTO: “Quando estive em Brasília pela primeira vez, em 1980,
hospedado no Hotel das Américas, abri a janela de manhã e, con-
templando a esplanada, o SENHOR disse: “Eis que aqui é a Nova Je-
rusalém. Aqui será instituída a sede do meu Reino”. Vede que Ele me
disse isso dois anos antes de ser fundada a SOUST. Por esse motivo,
estava previsto, nos estatutos da SOUST, desde a fundação em 1982,
que a sede definitiva seria transferida para Brasília - o que veio a se
concretizar em maio de 2006”. Na verdade, gostaria de entender
melhor o funcionamento da comunidade...
Quantos discípulos moram aí? Tem uma organização central,
um grupo voltado para arrecadação e controle da verba?
Existem outros grupos responsáveis, por exemplo, na prepa-
ração das refeições?
INRI CRISTO: “Existem os discípulos eclesiásticos, juramentados,
que fizeram um voto de fidelidade ao Senhor; e os discípulos ec-
léticos, que vivem em suas casas independente da SOUST e, even-
tualmente, vêm aqui prestar algum serviço voluntário. Dentre os
que residem na sede da SOUST, incluindo os discípulos juramen-
tados e os voluntários, são em torno de quinze pessoas. Há, dentre
os discípulos ecléticos, aqueles que fazem parte da confraria dos
beneméritos. São pessoas abnegadas que, inspiradas pela Divina
Providência, integram a provedoria da SOUST e contribuem es-
pontaneamente para suprir os encargos sociais da Casa do Senhor,
uma vez que na SOUST não é permitido o comércio de sacramen-
tos, tampouco se pratica a chantagem do dízimo. E como não são
grandes os recursos que gerem a SOUST, até porque somos uma
instituição sem fins lucrativos, não há necessidade de um grupo
para administrar. Mas só participam da provedoria aqueles que
sentem vontade e necessidade de cultivar um vínculo com a causa
do Senhor. Nós somos vegetarianos e buscamos nos alimentar da
forma mais simples e saudável possível. Por vivermos numa cháca-
ra, há um espaço onde cultivamos uma horta e buscamos extrair
da mãe terra tudo que é possível para nossa subsistência. Desde a
parte administrativa até o preparo das refeições, todo o trabalho
é executado por pessoas voluntárias, que não demandam salário
e agem unicamente por ideal. É claro que, dentro da eterna lei
da igualdade (que consiste unicamente em distribuir-se desigual-
mente os desiguais na medida em que se desigualam), existem as
pessoas com o perfil para executar cada tarefa necessária”.
No episódio no Belém, em 82, Inri passou por alguns tes-
tes psicológicos. Qual foi a conclusão dos psicólogos?
Houve algum questionamento sobre sua saúde mental?
INRI CRISTO: “Por ocasião do Ato Libertário, o juiz Dr. Jaime
dos Santos Rocha decretou minha prisão preventiva e nomeou
uma junta psiquiátrica, presidida pelo Dr. Nerival Barros, com a
missão de definir minha condição psíquica. Este, após longos
interrogatórios na sala de biotipologia do presídio São José,
declarou à imprensa que, ‘conforme perspectivas otimistas, só
no dia do Juízo Final poderiam concluir um laudo’. Argumen-
tou que não podiam avaliar minha condição porque, no parecer
deles, meu cérebro atua além dos limites humanos de compre-
ensão, numa esfera mental transcendental, considerada atípica.
A única conclusão a que chegaram, dentro dos parâmetros da
psiquiatria, é que tenho a condição mental de um ‘superdota-
do’. Um dos psiquiatras, Dr. Antenor Costa, diretor de um hos-
pital psiquiátrico espírita, sofria de leucemia. Ele pediu e ob-
teve a bênção do Senhor; ao realizar novo exame laboratorial,
constatou que fora curado da doença. Não obstante, quando
convidado para um debate na TV, foi impedido de dar depoi-
mento, sob ameaça de demissão. Enquanto permaneci recluso
no presídio São José, esse Dr. Antenor Costa me trazia água de
coco e, carinhosamente, providenciou um mosquiteiro para me
proteger dos insetos comuns naquela região, uma vez que lá
os detentos dormiam em redes. Aquele dia 28 de fevereiro que
vós chamais ‘fatídico’ foi o dia mais belo, mais sublime, de toda
a minha vida. Foi o dia em que marquei o cumprimento de uma
profecia, quando enunciei aos que me indagaram como distin-
guir entre o falso e o verdadeiro: ‘Pelas obras vós os reconhece-
reis. Não colhereis bons frutos de má árvore, nem maus frutos
de boa árvore’ (Mateus 7:15-23). Naquele dia que vós chamais
‘fatídico’, eu expus meu corpo à violência, à prisão, por amor à
liberdade consciencial. Naquele dia, eu simbolicamente libertei
o meu povo dos dogmas, da escravidão, da idolatria, da fantasia
e da mentira, quando quebrei minha própria estátua perante o
povo (eram dez mil pessoas testemunhando, além da televi-
são, que depois boicotou). Por aquele dia, eu vim ao mundo.
Depois, conforme podeis constatar nos registros jornalísticos,
saí da prisão sem depender de advogados. O juiz, Dr. Jaime dos
Santos Rocha, deu a cadeira dele para eu sentar-me (sic) e disse:
“Eu não te crucifiquei como Pilatos. Eu te mantive cativo para
proteger-te dos teus inimigos”. Meu Pai disse que, por causa da-
quele dia, toda a humanidade saberá que voltei à Terra de carne
e osso. As gerações vindouras saberão que um dia o Filho de
DEUS voltou, falou durante três horas na TV Guajará, canal 4 (na
época uma emissora livre), e marcou encontro com o povo na
catedral de Belém para renascer perante a humanidade. Aquele
foi o dia do renascimento do Filho de Deus, no sentido simbó-
lico, místico da palavra; porque foi lá em Belém que, ao praticar
o Ato Libertário, cumpri a promessa de que, através das obras,
os meus haveriam de reconhecer-me.

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Entrevista de INRI CRISTO na Revista Pop Up Magazine

  • 1. popupmag.com | 1 OH PAI! Louco? Messias? Charlatão? Entenda um pouco mais o universo de Inri Cristo, o profeta nacional! CAUÃ REYMOND | GIOVANNA LANCELLOTTI | NEGRA LI | FESTIVAIS DE MÚSICA #9 Ano 2 Número 9 R$ 7,90 www.popupmag.com
  • 2. 12 CINEMA Wagner Moura fala sobre novo filme 14 TEATRO Entrevista Com Danilo Gentilli 16 ARTE Artista italiano e suas pinturas 22 MÚSICA Tudo sobre os festivais de 2013 26 MÚSICA Negra Li fala sobre Hip Hop 30 CAPA Exclusiva com Inri Cristo 42 64 38 2 | popupmag.com ÍNDICE
  • 3. 36 ENTREVISTA Giovanna Lancellotti fala sobre carreira 38 ENTREVISTA Na cola de Cauã Reymond 40 MODA Tendência Inverno 2013 42 EDITORIAL Summer Power 58 ACONTECE O que rolou nos últimos dias 64 TURISMO Uma volta pela linda Espanha 01 01 30 22 3626 popupmag.com | 3
  • 4. 4 | popupmag.com ENTRE NÓS Personagens que amamos Boa Leitura, Andrew Wambaster Editor Fazer jornalismo é uma maravilha. No decorrer da nossa vida vamos conhecendo personagens impressionantes. Pessoas que dariam para escrever uma biografia e não uma matéria jornalística. Tive esse sentimento quando conheci a história do Inri Cristo, que estampa nossa capa. “Um homem que se diz ser Jesus?”, pensei quando me sugeriram a pauta. Depois do processo de produção, que não foi fácil para um homem que não pode nem ser tocado, tirei as minhas conclusões e vou deixar para que você, leitor, tire a sua. Além disso, nossa revista está cheia de assuntos fantásticos. Uma matéria exclusi- va anuncia os principais festivais que irão turbinar o cenário musical no país. Eles estão recheados de astros internacionais, do jeito que a gente gosta. Também conversamos com duas personalidades incríveis, que dividem, entre muitas carac- terísticas, carisma, beleza e muito, mas muito talento - são queridinhos da Rede Globo. Cauã Reymond e Giovanna Lancellotti. Como estamos na estação mais quente do ano, a Pop Up realizou um ensaio com muito brilho e cores vibrantes para quem quiser arrasar na piscina, na praia, ou no luau. Fora tudo isso, muitas dicas para quem é apaixonado por este universo de moda, cultura e entretenimento.
  • 5. popupmag.com | 5 Diretor Executivo Jiovanne Lisboa Editores Andrew Wambaster Pedro Ribeiro Editor de Arte João Américo Diretor de Marketing Leonardo Cicci Durce Diretor Jurídico José Roberto Oliveira Colaboradores Adriana Izel, Felipe Costa, Fernanda Mourão, Haland Guilarde, Jean Sette, Nei Costa, Ricardo Botelho, Susana Tavares Expediente www.popupmag.com SGAS 910 Bl. E Sala 201 Brasília-DF CEP 70390-100 CNPJ 14.235.561/0001-84
  • 6. ELE JÁ ESTÁ ENTRE NÓS! CAPA 28 | popupmag.com D esliguem os celulares”. Essa é a primeira palavra de ordem que ouvimos ao chegar a Suprema Ordem Universal da Santíssima Trindade - SOUST, nova ordem mística de Inri Cristo. Seus seguidores nos recebem com total simpatia, em vestes azuis e brancas e com uma serenidade surreal. Após seguir suas frias instruções de como se comportar na frente de seu “mestre”, caminhamos em direção a uma capela onde aproxi- madamente 15 pessoas, também vestidas de azul e branco, nos aguardavam. Lá iria acontecer uma espécie de missa, rito que é obrigatório para o inicio de nossa entrevista. A “missa” é breve, nada além de mais que uma benção de Inri ou uma abertura de trabalhos espirituais. O curioso é que este é o único rito da doutrina, feito diariamente e uma única vez no dia. Ao fim da liturgia, abre-se uma cortina e teatralmente surge Inri Cristo, com sua túnica branca de linho puro segundo o próprio. Sua aparição é intimidadora. Seu discurso, mais ainda. Por cinco minutos, torno-me um fiel e me convenço de sua explicação sobre o ceticismo das pessoas, sobre sua auto-afirmação de re- encarnação de Jesus. “Há séculos atrás as pessoas torturaram Galileu por afirmar que a terra era redonda e girava em torno do sol. E mesmo o mundo não acreditando nisso, a terra nunca deixou de ser redonda, nem de girar”, justifica. Suas falas são longas e treinadas para prender a atenção. Inri é um bom orador. Mesmo com um sotaque incomum o qual ele garante ter uma boa resposta: “Meu pai me deu este sotaque diferente de todos para que eu fosse um estrangeiro em qual- quer lugar do mundo”. Seus seguidores, em grande maioria mulheres popularizadas de “Inricretes”, observam tudo atentamente, sem interferir na entrevista. Apenas opinam quando perguntadas por ele para complementar suas respostas. Toda a entrevista é gravada e fil- mada por elas para que nada seja distorcido por nenhum veí- culo de comunicação. Sua preocupação com a mídia é tamanha que ele acredita que é completamente excluído dos grandes meios. “Sou vitima de um boicote dessa grande imprensa de- sorganizada”, afirma ele. Para ele, a mídia nacional entrou em um consenso para excluí-lo de sua agenda de assuntos. Por outro lado, sua revolta não chega aos programas humo- rísticos. Ele inclusive tem grande apreço pelos programas de jornalismo pautados com humor: “Os humoristas possuem uma grande espiritualidade. Eles agem livremente e sabem me res- peitar. Se não fosse eles, esse projeto de boicote da imprensa iria prosperar”. É visível que o humor lhe toca e – inclusive - dá o tom da sua prosa em certos momentos quando fala sobre o fim do mundo e sobre a profecia maia. “Sim, o mundo vai acabar! Mas só para todos aqueles que morrerem nesta data”, brinca fazendo refe- rencia ao dia 21 de dezembro de 2012. Para uma boa visualização do entrevistado, é preciso esquecer a figura de um Cristo sério e intocável. Aliás, é intocável sim - em certo ponto. Inri não deixa que qualquer pessoa lhe toque e faz graça com isso: “Convivo com dezenas de pessoas todos os dias. Pra que falar me tocando, me pegando? Não há a menor neces- sidade disso! Mas é claro que há pessoas que me tocam para cor- tar meu cabelo, minhas unhas, me ajudarem em tarefas diárias”. (Inri acredita que cada indivíduo possui um campo magnético de força, que não precisa ser invadido sempre). Eloqüente, divertido, apaixonado e excêntrico: adjetivos que facilitam uma boa identificação dessa figura impar a qual en- contramos. Legítimo ou não, não cabe a nós esse julgamento. Mas que encerre a dúvida sobre seu poder como figura pública que ganha a atenção de milhares de curiosos. É com esse então ícone de nossa cultura pop nacional que conversamos, tiramos algumas dúvidas e finalmente conhecemos mais de sua litera- tura para entender seu universo “particular”. Abril, meses depois que o mundo não acabou e quando o ano começou de fato, quem melhor para dar as boas novas e o start em 2013 se não ele: Inri Cristo! O auto-intitulado Messias está entre nós e traz vários recados ao povo mundano || por Pedro Ribeiro | Foto João Américo
  • 8. 30 | popupmag.com A voz interior apareceu pela primeira vez com quantos anos? Qual foi a primeira reação? Inri ime- diatamente reconheceu a voz como algo divino, que deveria ser levado a sério? INRI CRISTO: “Desde criança ouço uma única voz, forte e imperiosa, que me comandava e que só no jejum em 1979 se revelou e revelou minha identidade. Quando menino, desde os 5 anos de idade, eu era acordado na calada da noite por visões terríveis de pessoas se con- torcendo, se arrastando sobre seus próprios membros... Era uma imagem nítida do fim deste mundo caótico. Um quadro terrível do futuro da humanidade. E então, aquela voz imperativa se manifestava dizendo veemen- temente que eu não podia falar nada pra ninguém, nem mesmo ao casal que me criou. Às vezes em que eu relu- tava em obedecer, era acometido por dores de cabeça. Então sabia em meu foro íntimo que devia obedecer. Obediente a essa voz, saí de casa aos 13 anos e vivi independente da família, exercendo os mais diversos ofícios: fui verdureiro, padeiro, mascate, garçom... sem- pre em contato com as pessoas. Aos 21 anos, também obediente a essa voz imperativa, iniciei minha vida pú- blica como profeta, falando sobre o Cosmos, o Infinito. Embora continuasse ateu, era profeta de um Deus des- conhecido, uma vez que eu repudiava o “deus” que os homens fizeram. Quando e como o senhor teve a revelação de que era a reencarnação de Jesus Cristo? INRI CRISTO: “Foi em setembro de 1979, quando o Senhor conduziu-me ao jejum em Santiago do Chile. Sendo a primeira vez que jejuava, não sabia da ne- cessidade de ingerir água, ou seja, ‘jejuei a seco’. Meu corpo estava em vias de um processo de inanição. De repente, aquela voz que me comandava desde a in- fância – mas que até então eu não sabia quem era – disse, da forma mais imperiosa e veemente que nunca: “Levanta-te!”. Ao levantar, mareei, porque, quando se jejua, o sangue demora subir à cabeça. Minhas mãos não me ampararam, bambearam para trás. Meus bra- ços não me sustentaram e caí com o nariz no chão, como podeis ver até hoje a cicatriz resultante da que- da. Então, em meio a uma poça de sangue, a voz disse: “As dores são necessárias. O sangue é necessário para que, quando te insultarem e reprovarem, te lembres que é o mesmo sangue que derramaste na cruz. Eu sou o DEUS de Abraão, de Isaac e de Jacob. Eu sou teu SENHOR e DEUS. E tu és meu Filho, o mesmo Cristo que crucificaram. E doravante, caminharás sobre a Terra como um pere- grino errante. Serás prisioneiro, expulso, humilhado, odiado. Pagarás para dormir e não te deixarão dormir. Tua túnica estará suja e não terás quem a lave. Muitos rirão e debocharão de ti para que conheças bem os corações de teus filhos, que são o teu povo. Mas Eu serei contigo”. Então Ele revelou o mistério do meu nome, cuja segunda letra estava invertida (Iuri # Inri). INRI é meu novo nome; o nome que paguei com meu sangue na cruz. I.N.R.I.; o nome que Pilatos escreveu acima de minha cabeça quando eu agonizava na cruz, quando cuspiam em meu rosto, quando me humilha- vam, quando se cumpriam as Escrituras. INRI é o nome que custou o preço do sangue. Qual foi a primeira pessoa a quem contou? Como foi a reação? INRI CRISTO: “A bem da verdade, não fui eu que fiz essa revelação a uma pessoa. Após o SENHOR haver revelado minha identidade no jejum, algumas pesso- as vieram diante de mim e disseram que haviam me reconhecido porque DEUS lhes mostrara. A primeira pessoa que viu quem sou, e até reconheceu-me pela minha voz quando ouviu-me na rádio Portales de San- tiago do Chile, foi Alamiro Tápia. Foi ele quem adquiriu o tecido de linho puro para confeccionar minha pri- meira túnica. Sofre ou sofreu preconceito ou retaliação por con- ta disso? INRI CRISTO: “É claro que sim. Todas as retaliações e preconceitos que me são ministrados estão previstos. Há dois mil anos eu disse que quando viesse aqui na Terra, antes de ser reconhecido pela humanidade, teria que ser reprovado por minha geração (“Mas primeiro é necessário que ele sofra muito e seja rejeitado por esta geração. Assim como foi nos tempos de Noé, assim será também quando vier o Filho do Homem” – Lucas c.17 v.25 a 35). Portanto isso faz parte e eu administro tranquilo e serenamente. Os críticos de hoje serão os mais sólidos seguidores de amanhã”. Por que o senhor acha que a maioria das pessoas não dá crédito à sua fala de que é a ressurreição de Cristo? INRI CRISTO: “Porque a maioria das pessoas estão (sic) alienadas, treinadas, manipuladas, monitoradas para se- guirem o Cristo folclórico – que ora é um boneco de fer- ro, de gesso, de mármore; ora é um Cristo que vem nas nuvens voando como um pássaro. A maioria das pessoas é vítima da maior pedra de tropeço da Cristandade, que é justamente a crença de que eu fui de carne e osso para o céu, o “dogma” da ressurreição. Isso é uma crendice que, além de contrariar a eterna lei divina prevista em Gênesis c.3 v.19: “Tu és pó, do pó tu foste tomado e ao pó retornarás”, viola as leis naturais, a lei da sobrevivência. E Deus jamais violaria a lei que Ele mesmo criou só para agradar aos insanos que, delirando, baseiam suas vidas no engodo da fantasia e da mentira”. Como o senhor consegue dinheiro para se sus- tentar? INRI CRISTO: “Meu Pai é o provedor. Não peço nada de ninguém porque não sou mendigo, não vendo nada para ninguém, não chantageio o dízimo, sou contra a venda de falsos sacramentos – todo e qualquer sacramento com preço é falso, desde que eu disse há dois mil anos: “Dai de graça o que de graça recebestes” (Mateus c.10 v.8). Portanto, como sou legítimo, meu Pai é o provedor. Ele inspira os filhos dele, e eles dão com a mão direita sem que a esquerda saiba quanto (Mateus c.6 v.3)”. Seus seguidores vivem com o senhor? INRI CRISTO: “Os discípulos eclesiásticos, aqueles que receberam a indumentária eclesiástica, que optaram dedicar suas vidas unicamente ao Senhor, meu Pai, vi- vem comigo aqui na sede do Reino de Deus, formali- zado pela SOUST, em Brasília, que é a Nova Jerusalém do Apocalipse c.21. Já os discípulos ecléticos são os voluntários e beneméritos que vivem, dentro do pos- sível, a disciplina, a doutrina que ensino – basicamente a liberdade consciencial – em suas casas, em seus lares. E vale salientar que aqui não é meramente uma igreja; a SOUST é uma escola mística e filosófica onde ensino meus filhos a viver dentro da lei de DEUS. A SOUST é o Reino de Deus formalizado na Terra”.
  • 9. popupmag.com | 31 O senhor já se apaixonou alguma vez por alguém ou já teve desejos carnais? INRI CRISTO: “Eu sou eternamente apaixonado pelo meu PAI. Sou coerente com o que disse há dois mil anos: “Ninguém serve a dois senhores” (Mateus c.6 v.24). No meu coração, no meu espí- rito, só existe lugar para esse amor fantástico, transcendental. E por amor a Ele, por esse amor que tenho pelo meu PAI, é que luto para transmitir, transbordar esse amor aos meus filhos, aos que me ouvem. Quanto aos desejos carnais, até 1979 vivi como homem no mundo. Mas quando meu Pai deu-me consciência de minha identidade, Ele concedeu-me também poder sobre a carne. E, desde então, já não vivo como homem no mundo. Já não tenho mais as inquietudes carnais que são inerentes aos seres humanos. Olho para todos os homens como meus filhos e para todas as mulheres como minhas filhas. Assim podeis compreender por que eu disse há dois mil anos: “Animai-vos, eu venci o mundo” (João c.16 v.33). Qual o sentido de dizer que venci o mundo se antes não estivesse sujeito ao mundo? E onde estive há dois mil anos, dos 13 aos 30 anos, que a Bíblia não relata? Nesse período, com o nome de Emanuel, eu estava comendo manteiga e mel, conforme previsto em Isaías c.7 v.14 (“Uma virgem conceberá e dará à luz um filho que se chamará Emanuel. Ele comerá manteiga e mel até que aprenda a separar o mal do bem”). Só depois de ser batizado por João Batista, é que passei a me chamar Jesus. Ou seja, antes dis- so eu estava experimentando os pecados do mundo para depois vencer o mundo; estava adquirindo conhecimentos de sociologia na prática para depois compreender e ajudar meus filhos nas suas fraquezas e misérias. Eis por que sou puro, mas não sou ingênuo. Se fosse um Cristo ingênuo, na ocasião em que me interpelaram objetivando apedrejar Maria Madalena, não teria autoridade para dizer: “Aquele de vós que estiver sem pecado que atire a primeira pedra” (João c.8 v.7)”. O que o senhor acha do celibato? INRI CRISTO: “O celibato, na minha opinião, é uma opção, e não é para quem quer, é para quem pode. O celibato sem hipocrisia, sem falsidade, sem jogo escondido, é uma opção. No meu caso, DEUS me deu poder sobre a carne. E, nessa condição, vivo o celi- bato. No meu caso, não chega a ser uma opção e sim uma graça, uma vitória que DEUS me deu. E os meus discípulos, à custa de muito esforço, perseverança e boa vontade, conseguem, através de oração, transmutar as energias do sexo e, consequentemente, viver a vida celibatária, alicerçada na conscientização”. (PS: Du- rante essa pergunta, Inri ensina ao fotógrafo João Américo uma oração para perder a libido) Como conseguiu arrecadar recursos necessários para a fun- dação da SOUST? INRI CRISTO: “Depois que pratiquei o Ato Libertário em Belém do Pará em 1982, o Senhor Deus, meu Pai, colocou em meu caminho alguns filhos predestinados que tiveram a missão de prover os re- cursos necessários à fundação da SOUST - a começar pelo assessor jurídico, Dr. Edson Centanini, ex-delegado de polícia e ex-juiz de Direito, que executou os procedimentos jurídicos sem demandar honorários advocatícios e, até o fim de seus dias, voluntariamente presidiu a assessoria jurídica da SOUST. E assim se organizou a sede provisória da SOUST em Curitiba, onde permaneceu durante 24 anos até a transferência para Brasília.
  • 10. 32 | popupmag.com HÁ SÉCULOS ATRÁS AS PESSOAS TORTURARAM GALILEU POR AFIR- MAR QUE A TERRA ERA REDONDA E GIRAVA EM TORNO DO SOL E MES- MO O MUNDO NÃO ACREDITANDO NISSO A TERRA NUNCA DEIXOU DE SER REDONDA NEM DE GIRAR “ ”
  • 11. popupmag.com | 33 Por que escolheram Brasília para ser a sede definitiva da SOUST? INRI CRISTO: “Quando estive em Brasília pela primeira vez, em 1980, hospedado no Hotel das Américas, abri a janela de manhã e, con- templando a esplanada, o SENHOR disse: “Eis que aqui é a Nova Je- rusalém. Aqui será instituída a sede do meu Reino”. Vede que Ele me disse isso dois anos antes de ser fundada a SOUST. Por esse motivo, estava previsto, nos estatutos da SOUST, desde a fundação em 1982, que a sede definitiva seria transferida para Brasília - o que veio a se concretizar em maio de 2006”. Na verdade, gostaria de entender melhor o funcionamento da comunidade... Quantos discípulos moram aí? Tem uma organização central, um grupo voltado para arrecadação e controle da verba? Existem outros grupos responsáveis, por exemplo, na prepa- ração das refeições? INRI CRISTO: “Existem os discípulos eclesiásticos, juramentados, que fizeram um voto de fidelidade ao Senhor; e os discípulos ec- léticos, que vivem em suas casas independente da SOUST e, even- tualmente, vêm aqui prestar algum serviço voluntário. Dentre os que residem na sede da SOUST, incluindo os discípulos juramen- tados e os voluntários, são em torno de quinze pessoas. Há, dentre os discípulos ecléticos, aqueles que fazem parte da confraria dos beneméritos. São pessoas abnegadas que, inspiradas pela Divina Providência, integram a provedoria da SOUST e contribuem es- pontaneamente para suprir os encargos sociais da Casa do Senhor, uma vez que na SOUST não é permitido o comércio de sacramen- tos, tampouco se pratica a chantagem do dízimo. E como não são grandes os recursos que gerem a SOUST, até porque somos uma instituição sem fins lucrativos, não há necessidade de um grupo para administrar. Mas só participam da provedoria aqueles que sentem vontade e necessidade de cultivar um vínculo com a causa do Senhor. Nós somos vegetarianos e buscamos nos alimentar da forma mais simples e saudável possível. Por vivermos numa cháca- ra, há um espaço onde cultivamos uma horta e buscamos extrair da mãe terra tudo que é possível para nossa subsistência. Desde a parte administrativa até o preparo das refeições, todo o trabalho é executado por pessoas voluntárias, que não demandam salário e agem unicamente por ideal. É claro que, dentro da eterna lei da igualdade (que consiste unicamente em distribuir-se desigual- mente os desiguais na medida em que se desigualam), existem as pessoas com o perfil para executar cada tarefa necessária”. No episódio no Belém, em 82, Inri passou por alguns tes- tes psicológicos. Qual foi a conclusão dos psicólogos? Houve algum questionamento sobre sua saúde mental? INRI CRISTO: “Por ocasião do Ato Libertário, o juiz Dr. Jaime dos Santos Rocha decretou minha prisão preventiva e nomeou uma junta psiquiátrica, presidida pelo Dr. Nerival Barros, com a missão de definir minha condição psíquica. Este, após longos interrogatórios na sala de biotipologia do presídio São José, declarou à imprensa que, ‘conforme perspectivas otimistas, só no dia do Juízo Final poderiam concluir um laudo’. Argumen- tou que não podiam avaliar minha condição porque, no parecer deles, meu cérebro atua além dos limites humanos de compre- ensão, numa esfera mental transcendental, considerada atípica. A única conclusão a que chegaram, dentro dos parâmetros da psiquiatria, é que tenho a condição mental de um ‘superdota- do’. Um dos psiquiatras, Dr. Antenor Costa, diretor de um hos- pital psiquiátrico espírita, sofria de leucemia. Ele pediu e ob- teve a bênção do Senhor; ao realizar novo exame laboratorial, constatou que fora curado da doença. Não obstante, quando convidado para um debate na TV, foi impedido de dar depoi- mento, sob ameaça de demissão. Enquanto permaneci recluso no presídio São José, esse Dr. Antenor Costa me trazia água de coco e, carinhosamente, providenciou um mosquiteiro para me proteger dos insetos comuns naquela região, uma vez que lá os detentos dormiam em redes. Aquele dia 28 de fevereiro que vós chamais ‘fatídico’ foi o dia mais belo, mais sublime, de toda a minha vida. Foi o dia em que marquei o cumprimento de uma profecia, quando enunciei aos que me indagaram como distin- guir entre o falso e o verdadeiro: ‘Pelas obras vós os reconhece- reis. Não colhereis bons frutos de má árvore, nem maus frutos de boa árvore’ (Mateus 7:15-23). Naquele dia que vós chamais ‘fatídico’, eu expus meu corpo à violência, à prisão, por amor à liberdade consciencial. Naquele dia, eu simbolicamente libertei o meu povo dos dogmas, da escravidão, da idolatria, da fantasia e da mentira, quando quebrei minha própria estátua perante o povo (eram dez mil pessoas testemunhando, além da televi- são, que depois boicotou). Por aquele dia, eu vim ao mundo. Depois, conforme podeis constatar nos registros jornalísticos, saí da prisão sem depender de advogados. O juiz, Dr. Jaime dos Santos Rocha, deu a cadeira dele para eu sentar-me (sic) e disse: “Eu não te crucifiquei como Pilatos. Eu te mantive cativo para proteger-te dos teus inimigos”. Meu Pai disse que, por causa da- quele dia, toda a humanidade saberá que voltei à Terra de carne e osso. As gerações vindouras saberão que um dia o Filho de DEUS voltou, falou durante três horas na TV Guajará, canal 4 (na época uma emissora livre), e marcou encontro com o povo na catedral de Belém para renascer perante a humanidade. Aquele foi o dia do renascimento do Filho de Deus, no sentido simbó- lico, místico da palavra; porque foi lá em Belém que, ao praticar o Ato Libertário, cumpri a promessa de que, através das obras, os meus haveriam de reconhecer-me.