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Ano XVIII - Número 107 - Junho




  Publicação mensal da Sociedade Brasileira de Cardiologia - www. cardiol.br                             Diretor de Comunicação: Miguel Antonio Moretti - Editor: Ibraim Masciarelli




      Jornal SBC entrevista Alexandre
         Padilha com exclusividade
A
       Sociedade       Brasileira    de
       Cardiologia conseguiu um espaço
       na agenda do ministro da Saúde,
       Alexandre Padilha, que respondeu
prontamente os questionamentos.

Alexandre Padilha fala do combate
às doenças cardiovasculares no Brasil
e nas Américas e dos programas do
governo federal para reduzir a incidência
e mortalidade; das parcerias com a
Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC)
e da ampliação desse trabalho; das ações
para melhorar a formação profissional do
médico; e dos recursos escassos para a
saúde no país.

Jornal SBC: No início do ano, o Ministério
da Saúde anunciou a gratuidade de
medicamentos para hipertensão e
diabetes, medida que foi bastante
comemorada, já que a SBC pleiteava
essas medidas havia uma década. Existe
algum plano ou previsão de estender o




                                                                                                                                                                                       Foto: Elza Fiuza / ABr
programa para os remédios que controlam
o colesterol?

Alexandre Padilha: Com o “Saúde
Não Tem Preço”, cumprimos um dos
principais compromissos da presidenta
Dilma Rousseff, o de ampliar o acesso dos brasileiros         a distribuição de medicamentos teve crescimento de           atenção básica e nas emergências cardiovasculares.
a medicamentos para hipertensão e diabetes. Por               61,39% para os de hipertensão, e de 50,09% para os de
que essas doenças e não outras? Porque são muito              diabetes.                                                    Para isso, é preciso discutir e regulamentar as condutas
importantes do ponto de vista epidemiológico,                                                                              a serem tomadas pelos profissionais de saúde nos
responsáveis por 34% do total de óbitos no Brasil. São        Jornal SBC: A SBC promove, ao longo do ano, uma série        diferentes pontos de atenção, baseando-se nas
doenças de alta prevalência, e o nosso objetivo, com a        de atividades e campanhas de orientação à população          melhores evidências científicas. A Sociedade Brasileira
medida, é melhorar a qualidade de vida e aumentar a           em datas temáticas. Em 2010, o Ministério da Saúde           de Cardiologia deve ser parceira fundamental nessa
longevidade dos brasileiros.                                  apoiou a campanha “Eu sou 12 por 8”. Como a SBC e
                                                                                                                           tarefa.
                                                              o Ministério da Saúde podem interagir para ampliar
No total de 1,3 milhão de beneficiários do programa           ainda mais o impacto dessas ações e criar iniciativas        No que se refere às campanhas para a população, elas
“Aqui Tem Farmácia Popular”, do Ministério da Saúde,          como essas também para outras doenças cardíacas de           devem ser cuidadosamente preparadas para coincidir
contabilizamos 660 mil hipertensos e 300 mil diabéticos.      relevância nacional?
                                                                                                                           com as iniciativas assistenciais e preventivas. O “Eu sou
Como a rede dispõe de mais de 13 mil farmácias
                                                              Alexandre Padilha: O Ministério da Saúde reconhece           12 por 8” é uma campanha perfeita nesse sentido, já que
conveniadas ao programa e aptas ao recém-lançado
“Saúde Não Tem Preço”, decidimos utilizá-la para fazer        que as doenças cardiovasculares são a principal causa de     o Ministério da Saúde tem forte atuação no controle
esses medicamentos chegarem a cada vez mais pessoas.          morte no Brasil e devem receber atenção prioritária, seja    da hipertensão e de diabetes, no âmbito da atenção
                                                              do ministério, seja das gestões estaduais e municipais.      primária.
Por enquanto, não temos previsão de estendê-lo,               É fundamental que se organize o atendimento
ainda estamos avaliando seu impacto na rede. E esse           cardiovascular em todos os níveis de atenção, desde a        A entrevista que abre esta edição do Jornal SBC continua
impacto tem sido excelente: em um mês de gratuidade,          prevenção ao cuidado especializado, com ênfase na            na página 17.


  Destaques desta edição


    3       Mais de 50 cidades
            envolvidas na
            campanha “Eu
                                                9        Novidade nos
                                                         debates científicos
                                                         do 66º CBC
                                                                                         16              Periódicos podem
                                                                                                         ser acessados
                                                                                                         na Universidade
                                                                                                                                           18               SBC seleciona
                                                                                                                                                            bolsista que
                                                                                                                                                            vai estudar na
            sou 12 por 8”                                                                                Corporativa                                        Duke University
ENTREVISTA

               Padilha considera essencial a
            participação da SBC na discussão de
             políticas públicas para as doenças
                         do coração
Jornal SBC: O Ministério da Saúde pretende continuar       de ação que vise assegurar um patamar mínimo de                                      Pretendemos aumentar as parcerias, tanto com
com as atuais parcerias que tem com a SBC?                 qualidade para os jovens egressos dessas escolas?                                    instituições de ensino superior como com associações
                                                                                                                                                e sociedades de especialistas, no sentido de aumentar
Alexandre Padilha: Na verdade, pretendemos que a           Alexandre Padilha: O Ministério da Saúde já dispõe                                   cada vez mais as oportunidades de educação
SBC participe ativamente na revisão e implementação        de uma série de ações nesse sentido, em parceria com                                 permanente para os médicos. Cabe ressaltar aqui o
da Política Nacional de Atenção em Doenças                 o Ministério da Educação, e pretendemos aprimorá-                                    papel decisivo da Rede de Escolas Técnicas do SUS,
Cardiovasculares, que englobe as ações citadas. Já         las ainda mais. Nossa atuação envolve ações voltadas                                 formada por 36 escolas técnicas distribuídas por todos
existe uma Câmara Técnica de Atenção Cardiovascular        à reorientação da formação dos futuros profissionais                                 os Estados, que são responsáveis pela formação e
de Alta Complexidade, da qual a SBC faz parte. Deverá      de saúde, como o Programa Nacional de Reorientação                                   qualificação dos trabalhadores de nível fundamental e
ser criado um Grupo de Trabalho mais amplo, para           da Formação Profissional e Saúde, o Pró-Saúde, e o                                   nível médio do SUS. Esses trabalhadores representam
abordagem das doenças cardiovasculares em todos            Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde, o                                   60% da força de trabalho envolvida na atenção à saúde
os níveis de atenção, com a participação dos setores       PET Saúde. Eles atingem aproximadamente 600 cursos                                   no SUS.
pertinentes do Ministério da Saúde e da SBC. A parceria    de graduação e mais de 100 mil estudantes.
e o suporte da SBC são essenciais para que essa política                                                                                        A combinação dessas estratégias tem se mostrado
seja bem-sucedida.                                         Apoiamos ainda a educação continuada e a educação                                    efetiva no enfrentamento aos desafios colocados pelas
                                                                                                                                                nossas políticas, como tem sido o Pacto de Redução
                                                           permanente dos profissionais que já estão em serviço,
Jornal SBC: A vice-presidente da SBC, Márcia                                                                                                    da Mortalidade Infantil, o combate à dengue e a
                                                           em programas como o Telessaúde Brasil e com a
Barbosa, acaba de ser eleita presidente da Sociedade                                                                                            qualificação dos profissionais para a Saúde Mental, com
                                                           Universidade Aberta do SUS, a Unasus. O Telessaúde                                   ênfase no atendimento aos pacientes vítimas do crack,
Interamericana de Cardiologia. Márcia Barbosa irá
                                                           Brasil está implementado em cerca de 1.200 unidades                                  entre outros.
promover o desenvolvimento de diretrizes sobre
                                                           de Saúde da Família nas cinco regiões do país. Oferece
problemas que envolvam o continente americano,
como as doenças reumáticas, chagas e outras moléstias      teleconsultas aos profissionais conforme suas demandas                               Jornal SBC: Por fim, o Brasil investe muito pouco do
tropicais. De que forma o Ministério tem atuado com        e necessidades. O portal do programa (www.telessaude.                                que deveria em saúde. O nosso investimento per capita
os países vizinhos? E como a SBC pode ajudar nessa         org.br) disponibiliza na internet, de forma aberta, as                               é a metade de países como a Argentina e a Colômbia,
interlocução internacional?                                perguntas e respostas, estruturadas nas segundas                                     apenas para citar dois exemplos de nações vizinhas. Não
                                                           opiniões formativas.                                                                 se faz saúde de qualidade com poucos recursos. Então,
Alexandre Padilha: O Ministério da Saúde mantém                                                                                                 qual seria a solução?
trabalhos regulares com os países do Mercosul, tendo       Já a Unasus é formada por uma rede de universidades
sido desenvolvidas, como em outras áreas de atenção à      e secretarias de Saúde que compartilha um acervo                                     Alexandre Padilha: Nós pretendemos aprimorar a
saúde, diretrizes para uma política comum voltada à alta   colaborativo de material instrucional e oferece cursos,                              gestão do SUS. Eu não tenho dúvidas de que a gente
complexidade cardiovascular.                               desde capacitações pontuais até especializações.                                     pode fazer muito mais com os recursos à disposição.
                                                           Atualmente, o Ministério da Saúde tem contratada, a                                  Nossa prioridade é, na verdade, dupla: investir melhor
Temos trabalhado também em colaboração com                 cargo da Unasus, a especialização em Saúde da Família                                o que já temos e ter mais para investir cada vez melhor.
a Organização Panamericana de Saúde (Opas), em             de aproximadamente 22 mil profissionais já inseridos na
                                                                                                                                                No debate com a sociedade, o Ministério da Saúde
conjunto com a SBC e a Sociedade Interamericana            Estratégia de Saúde da Família.                                                      pretende mostrar seu empenho para fazer mais com o
de Cardiologia, num Plano de Ação para a Prevenção
                                                                                                                                                recurso já disponível, aumentando, inclusive, o controle
e Controle das Doenças Cardiovasculares para               Outra ação é a destinação anual de cerca de R$ 80
                                                                                                                                                social. Temos de debater ainda como montar pactos
todo o continente americano. A meta é a redução            milhões, na modalidade fundo a fundo, a secretarias
                                                                                                                                                entre a União, os Estados e os municípios, cada vez mais
da mortalidade por doenças cardiovasculares no             estaduais e municipais de Saúde para a implementação                                 claros, definindo melhor suas prioridades.
continente em 20%, até 2020.                               de seus respectivos planos de educação permanente.
                                                           Eles são planos sempre voltados aos trabalhadores do                                 Essas discussões são essenciais para que a sociedade
O Ministério da Saúde parabeniza a SBC e a Dra. Márcia     SUS. Com isso, Estados e municípios têm a oportunidade                               tenha clareza de como está o financiamento da saúde, e
Barbosa pela eleição e considera esta uma oportunidade     de implementar, em articulação com os programas                                      que, com o crescimento da economia, possamos colocar
ímpar para potencializarmos as interações com outros       nacionais prioritários, iniciativas voltadas às suas                                 mais recursos na saúde e cheguemos mais perto do
países, em especial os da América Latina.                  necessidades regionais devidamente identificadas.                                    patamar de países desenvolvidos.
Jornal SBC: O Brasil é campeão mundial de internações
por insuficiência cardíaca. O que tem sido feito para
mudar essa realidade? A insuficiência cardíaca é um                                                                                             Raio X do ministro da Saúde
exemplo de um fato que também ocorre com o infarto,
o AVC, entre outras doenças. Existem iniciativas de                                                                                             Alexandre Padilha é médico infectologista formado
programas de educação e capacitação médica em                                                                                                   pela Unicamp, com especialização pela USP.
todo território nacional para melhorar o diagnóstico, a                                                                                         Coordenou o Núcleo de Extensão em Medicina
abordagem e o tratamento dessas enfermidades?                                                                                                   Tropical do Departamento de Doenças Infecciosas e
                                                                                                                                                Parasitárias da Faculdade de Medicina da USP, entre
Alexandre Padilha: A insuficiência cardíaca, o infarto                                                                                          2000 e 2004, período que foi também coordenador
agudo do miocárdio e o acidente vascular cerebral,                                                                                              de Projetos de Pesquisa, Vigilância e Assistência em
além do diabetes e da hipertensão arterial são focos de                                                                                         Doenças Tropicais, no Pará, realizado em parceria
linhas de cuidado que estão sendo desenvolvidas pelo                                                                                            com a Opas e o Fundo de Pesquisa em Doenças
Ministério da Saúde, no âmbito de redes de atenção.                                                                                             Tropicais da Organização Mundial de Saúde. Ainda em
                                                                                                                Foto: Marcello Casal Jr / ABr




Para a implementação delas, é também essencial que                                                                                              2004, assumiu o cargo de diretor Nacional de Saúde
tenhamos a participação da SBC.
                                                                                                                                                Indígena da Funasa. No ano seguinte, assumiu funções
Jornal SBC: O Ministério da Saúde pensa em apoiar ou                                                                                            políticas e institucionais do governo federal. Alexandre
exercer ações conjuntas com o Ministério da Educação                                                                                            Padilha é integrante do PT, participou da coordenação
e com órgãos representativos da classe médica, no                                                                                               das duas campanhas presidenciais de Luiz Inácio Lula
sentido de monitorar a qualidade das escolas médicas                                                                                            da Silva e da campanha de Dilma Rousseff.
e dos profissionais por elas formados? Existe um plano


                                                                                                                                                                        Jornal SBC 107 | Junho 2011
                                                                                                                                                                                                           17

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Entrevista com ministro Alexandre Padilha no jornal da Sociedade Brasileira de Cardiologia

  • 1. Ano XVIII - Número 107 - Junho Publicação mensal da Sociedade Brasileira de Cardiologia - www. cardiol.br Diretor de Comunicação: Miguel Antonio Moretti - Editor: Ibraim Masciarelli Jornal SBC entrevista Alexandre Padilha com exclusividade A Sociedade Brasileira de Cardiologia conseguiu um espaço na agenda do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que respondeu prontamente os questionamentos. Alexandre Padilha fala do combate às doenças cardiovasculares no Brasil e nas Américas e dos programas do governo federal para reduzir a incidência e mortalidade; das parcerias com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e da ampliação desse trabalho; das ações para melhorar a formação profissional do médico; e dos recursos escassos para a saúde no país. Jornal SBC: No início do ano, o Ministério da Saúde anunciou a gratuidade de medicamentos para hipertensão e diabetes, medida que foi bastante comemorada, já que a SBC pleiteava essas medidas havia uma década. Existe algum plano ou previsão de estender o Foto: Elza Fiuza / ABr programa para os remédios que controlam o colesterol? Alexandre Padilha: Com o “Saúde Não Tem Preço”, cumprimos um dos principais compromissos da presidenta Dilma Rousseff, o de ampliar o acesso dos brasileiros a distribuição de medicamentos teve crescimento de atenção básica e nas emergências cardiovasculares. a medicamentos para hipertensão e diabetes. Por 61,39% para os de hipertensão, e de 50,09% para os de que essas doenças e não outras? Porque são muito diabetes. Para isso, é preciso discutir e regulamentar as condutas importantes do ponto de vista epidemiológico, a serem tomadas pelos profissionais de saúde nos responsáveis por 34% do total de óbitos no Brasil. São Jornal SBC: A SBC promove, ao longo do ano, uma série diferentes pontos de atenção, baseando-se nas doenças de alta prevalência, e o nosso objetivo, com a de atividades e campanhas de orientação à população melhores evidências científicas. A Sociedade Brasileira medida, é melhorar a qualidade de vida e aumentar a em datas temáticas. Em 2010, o Ministério da Saúde de Cardiologia deve ser parceira fundamental nessa longevidade dos brasileiros. apoiou a campanha “Eu sou 12 por 8”. Como a SBC e tarefa. o Ministério da Saúde podem interagir para ampliar No total de 1,3 milhão de beneficiários do programa ainda mais o impacto dessas ações e criar iniciativas No que se refere às campanhas para a população, elas “Aqui Tem Farmácia Popular”, do Ministério da Saúde, como essas também para outras doenças cardíacas de devem ser cuidadosamente preparadas para coincidir contabilizamos 660 mil hipertensos e 300 mil diabéticos. relevância nacional? com as iniciativas assistenciais e preventivas. O “Eu sou Como a rede dispõe de mais de 13 mil farmácias Alexandre Padilha: O Ministério da Saúde reconhece 12 por 8” é uma campanha perfeita nesse sentido, já que conveniadas ao programa e aptas ao recém-lançado “Saúde Não Tem Preço”, decidimos utilizá-la para fazer que as doenças cardiovasculares são a principal causa de o Ministério da Saúde tem forte atuação no controle esses medicamentos chegarem a cada vez mais pessoas. morte no Brasil e devem receber atenção prioritária, seja da hipertensão e de diabetes, no âmbito da atenção do ministério, seja das gestões estaduais e municipais. primária. Por enquanto, não temos previsão de estendê-lo, É fundamental que se organize o atendimento ainda estamos avaliando seu impacto na rede. E esse cardiovascular em todos os níveis de atenção, desde a A entrevista que abre esta edição do Jornal SBC continua impacto tem sido excelente: em um mês de gratuidade, prevenção ao cuidado especializado, com ênfase na na página 17. Destaques desta edição 3 Mais de 50 cidades envolvidas na campanha “Eu 9 Novidade nos debates científicos do 66º CBC 16 Periódicos podem ser acessados na Universidade 18 SBC seleciona bolsista que vai estudar na sou 12 por 8” Corporativa Duke University
  • 2. ENTREVISTA Padilha considera essencial a participação da SBC na discussão de políticas públicas para as doenças do coração Jornal SBC: O Ministério da Saúde pretende continuar de ação que vise assegurar um patamar mínimo de Pretendemos aumentar as parcerias, tanto com com as atuais parcerias que tem com a SBC? qualidade para os jovens egressos dessas escolas? instituições de ensino superior como com associações e sociedades de especialistas, no sentido de aumentar Alexandre Padilha: Na verdade, pretendemos que a Alexandre Padilha: O Ministério da Saúde já dispõe cada vez mais as oportunidades de educação SBC participe ativamente na revisão e implementação de uma série de ações nesse sentido, em parceria com permanente para os médicos. Cabe ressaltar aqui o da Política Nacional de Atenção em Doenças o Ministério da Educação, e pretendemos aprimorá- papel decisivo da Rede de Escolas Técnicas do SUS, Cardiovasculares, que englobe as ações citadas. Já las ainda mais. Nossa atuação envolve ações voltadas formada por 36 escolas técnicas distribuídas por todos existe uma Câmara Técnica de Atenção Cardiovascular à reorientação da formação dos futuros profissionais os Estados, que são responsáveis pela formação e de Alta Complexidade, da qual a SBC faz parte. Deverá de saúde, como o Programa Nacional de Reorientação qualificação dos trabalhadores de nível fundamental e ser criado um Grupo de Trabalho mais amplo, para da Formação Profissional e Saúde, o Pró-Saúde, e o nível médio do SUS. Esses trabalhadores representam abordagem das doenças cardiovasculares em todos Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde, o 60% da força de trabalho envolvida na atenção à saúde os níveis de atenção, com a participação dos setores PET Saúde. Eles atingem aproximadamente 600 cursos no SUS. pertinentes do Ministério da Saúde e da SBC. A parceria de graduação e mais de 100 mil estudantes. e o suporte da SBC são essenciais para que essa política A combinação dessas estratégias tem se mostrado seja bem-sucedida. Apoiamos ainda a educação continuada e a educação efetiva no enfrentamento aos desafios colocados pelas nossas políticas, como tem sido o Pacto de Redução permanente dos profissionais que já estão em serviço, Jornal SBC: A vice-presidente da SBC, Márcia da Mortalidade Infantil, o combate à dengue e a em programas como o Telessaúde Brasil e com a Barbosa, acaba de ser eleita presidente da Sociedade qualificação dos profissionais para a Saúde Mental, com Universidade Aberta do SUS, a Unasus. O Telessaúde ênfase no atendimento aos pacientes vítimas do crack, Interamericana de Cardiologia. Márcia Barbosa irá Brasil está implementado em cerca de 1.200 unidades entre outros. promover o desenvolvimento de diretrizes sobre de Saúde da Família nas cinco regiões do país. Oferece problemas que envolvam o continente americano, como as doenças reumáticas, chagas e outras moléstias teleconsultas aos profissionais conforme suas demandas Jornal SBC: Por fim, o Brasil investe muito pouco do tropicais. De que forma o Ministério tem atuado com e necessidades. O portal do programa (www.telessaude. que deveria em saúde. O nosso investimento per capita os países vizinhos? E como a SBC pode ajudar nessa org.br) disponibiliza na internet, de forma aberta, as é a metade de países como a Argentina e a Colômbia, interlocução internacional? perguntas e respostas, estruturadas nas segundas apenas para citar dois exemplos de nações vizinhas. Não opiniões formativas. se faz saúde de qualidade com poucos recursos. Então, Alexandre Padilha: O Ministério da Saúde mantém qual seria a solução? trabalhos regulares com os países do Mercosul, tendo Já a Unasus é formada por uma rede de universidades sido desenvolvidas, como em outras áreas de atenção à e secretarias de Saúde que compartilha um acervo Alexandre Padilha: Nós pretendemos aprimorar a saúde, diretrizes para uma política comum voltada à alta colaborativo de material instrucional e oferece cursos, gestão do SUS. Eu não tenho dúvidas de que a gente complexidade cardiovascular. desde capacitações pontuais até especializações. pode fazer muito mais com os recursos à disposição. Atualmente, o Ministério da Saúde tem contratada, a Nossa prioridade é, na verdade, dupla: investir melhor Temos trabalhado também em colaboração com cargo da Unasus, a especialização em Saúde da Família o que já temos e ter mais para investir cada vez melhor. a Organização Panamericana de Saúde (Opas), em de aproximadamente 22 mil profissionais já inseridos na No debate com a sociedade, o Ministério da Saúde conjunto com a SBC e a Sociedade Interamericana Estratégia de Saúde da Família. pretende mostrar seu empenho para fazer mais com o de Cardiologia, num Plano de Ação para a Prevenção recurso já disponível, aumentando, inclusive, o controle e Controle das Doenças Cardiovasculares para Outra ação é a destinação anual de cerca de R$ 80 social. Temos de debater ainda como montar pactos todo o continente americano. A meta é a redução milhões, na modalidade fundo a fundo, a secretarias entre a União, os Estados e os municípios, cada vez mais da mortalidade por doenças cardiovasculares no estaduais e municipais de Saúde para a implementação claros, definindo melhor suas prioridades. continente em 20%, até 2020. de seus respectivos planos de educação permanente. Eles são planos sempre voltados aos trabalhadores do Essas discussões são essenciais para que a sociedade O Ministério da Saúde parabeniza a SBC e a Dra. Márcia SUS. Com isso, Estados e municípios têm a oportunidade tenha clareza de como está o financiamento da saúde, e Barbosa pela eleição e considera esta uma oportunidade de implementar, em articulação com os programas que, com o crescimento da economia, possamos colocar ímpar para potencializarmos as interações com outros nacionais prioritários, iniciativas voltadas às suas mais recursos na saúde e cheguemos mais perto do países, em especial os da América Latina. necessidades regionais devidamente identificadas. patamar de países desenvolvidos. Jornal SBC: O Brasil é campeão mundial de internações por insuficiência cardíaca. O que tem sido feito para mudar essa realidade? A insuficiência cardíaca é um Raio X do ministro da Saúde exemplo de um fato que também ocorre com o infarto, o AVC, entre outras doenças. Existem iniciativas de Alexandre Padilha é médico infectologista formado programas de educação e capacitação médica em pela Unicamp, com especialização pela USP. todo território nacional para melhorar o diagnóstico, a Coordenou o Núcleo de Extensão em Medicina abordagem e o tratamento dessas enfermidades? Tropical do Departamento de Doenças Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina da USP, entre Alexandre Padilha: A insuficiência cardíaca, o infarto 2000 e 2004, período que foi também coordenador agudo do miocárdio e o acidente vascular cerebral, de Projetos de Pesquisa, Vigilância e Assistência em além do diabetes e da hipertensão arterial são focos de Doenças Tropicais, no Pará, realizado em parceria linhas de cuidado que estão sendo desenvolvidas pelo com a Opas e o Fundo de Pesquisa em Doenças Ministério da Saúde, no âmbito de redes de atenção. Tropicais da Organização Mundial de Saúde. Ainda em Foto: Marcello Casal Jr / ABr Para a implementação delas, é também essencial que 2004, assumiu o cargo de diretor Nacional de Saúde tenhamos a participação da SBC. Indígena da Funasa. No ano seguinte, assumiu funções Jornal SBC: O Ministério da Saúde pensa em apoiar ou políticas e institucionais do governo federal. Alexandre exercer ações conjuntas com o Ministério da Educação Padilha é integrante do PT, participou da coordenação e com órgãos representativos da classe médica, no das duas campanhas presidenciais de Luiz Inácio Lula sentido de monitorar a qualidade das escolas médicas da Silva e da campanha de Dilma Rousseff. e dos profissionais por elas formados? Existe um plano Jornal SBC 107 | Junho 2011 17