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Março/Abril 2014Jornal Saúde da Família
Capa
Relatos de especialistas que lidam
diariamente com o Programa Mais Médicos,
lançado em 2013 pelo Ministério da Saúde
Página 04
Aconteceu
Notícias institucionais, informações
sobre os próximos eventos e o processo
eleitoral da SBMFC para o próximo biênio
Página 11
Especial
Conheça como funciona o método
Aprendizado Baseado em Problemas,
e suas vantagens para o ensino
Página 03
Sociedade Brasileira
de Medicina de Família
e Comunidade
Ano III Edição 22
JORNAL
SAÚDE DA FAMÍLIA
Em 2013, a população brasileira acompa-
nhou a implementação do Programa Mais
Médicos. A iniciativa, inédita no Brasil, foi
alvo de diversas discussões pelos médi-
cos, estudantes de medicina, imprensa e
sociedade em geral. Nesta edição do Jornal
Saúde da Família, você confere depoimentos
Desafios e conquistas do MM
de alguns especialistas sobre as mudanças
que vivenciaram com o MM, suas conquis-
tas e desafios, e o que pensam sobre o futuro
do Mais Médicos. Além disso, o diretor de
Pesquisa e Pós-Graduação Lato Sensu da
SBMFC, Daniel Knupp, destaca as propos-
tas da Sociedade para aumentar o número
de residentes de MFC no País e como esse
quantitativo vem diminuindo com o Programa
de Valorização dos Profissionais da Atenção
Básica (Provab) e o MM. Veja também como
o modelo Aprendizado Baseado em Problemas
incentiva o conhecimento pela discussão de
problemas em situações concretas.
©TâniaRego/ABr
Médicos estrangeiros que ingressaram no MM realizaram treinamento no Brasil
Março/Abril 2014Jornal Saúde da Família
2
Ademir Lopes Jr.
Diretor de Comunicação da SBMFC
Editorial
Discutindo o MM e a
formação dos profissionais
E
m julho de 2013, o Ministério da
Saúde lançou o Programa Mais
Médicos (MM) como medida
emergencial para o provimento
de médicos na Atenção Primária à Saúde
(APS). O MM contou com a participação
de médicos estrangeiros e brasileiros, em
especial cubanos que já tinham partici-
pado de outras expedições internacionais.
Na ocasião, a SBMFC divulgou
posicionamento sobre o assunto, reco-
nhecendo a necessidade de políticas que
enfrentassem a escassez de profissionais
no interior do país, entretanto, ressaltava
que o MM deveria estar acompanhado de
políticas públicas consistentes e perma-
nentes que visassem a melhoria da quali-
dade e resolutividade dos serviços de APS.
Quase um ano após a implementação do
MM, para a matéria de capa desta edição,
ouvimos tutores Médicos de Família que
convivem diretamente com as mudanças,
desafios e dificuldades do MM.
Nessa edição, também conheça uma
das propostas da SBMFC consideradas
estratégicas para a estruturação da APS
a longo prazo: a expansão das vagas de
residência em MFC e o incentivo a ocu-
pação dessas vagas. O diretor de Pesquisa
e Pós-Graduação Lato Sensu da SBMFC,
Daniel Knupp, detalha a proposta e explica
as mudanças observadas na ocupação
de vagas desses programas de residên-
cia após o Mais Médicos e o Programa de
Valorização dos Profissionais da Atenção
Básica (Provab). Boa leitura!
DIRETORIA (órgão executivo - gestão 2012-2014)
Presidente: Nulvio Lermen Junior
Vice-Presidente: Thiago Gomes Trindade
Secretário-Geral: Paulo Poli Neto
Diretor Financeiro: Cléo Borges
Diretor de Comunicação: Ademir Lopes Junior
Diretor de Pesquisa e
Pós-Graduação Lato Sensu: Daniel Knupp
Diretor de Graduação e
Pós-Graduação Stricto Sensu: Roberto Umpierre
Diretora Científica: Juliana Oliveira Soares
Diretor de Titulação: Emílio Rossetti Pacheco
Diretor de Exercício Profissional: Oscarino dos Santos Barreto Jr.
Diretor de Medicina Rural: Nilson Massakazu Ando
Expediente
Jornalista responsável:
Roberto Souza | MTB: 11.408
Editor: Rodrigo Moraes
Subeditoras: Samantha Cerquetani e Tatiana Piva
Reportagem: Vinicius Morais
Revisão: Paulo Furstenau
Projeto Gráfico: Luiz Fernando Almeida
Diagramação: Felipe Santiago, Leonardo Fial,
Luiz Fernando Almeida, Rafael Tadeu Sarto e
Willian Fernandes
Quase um ano após a implementação do
MM, para a matéria de capa desta edição,
ouvimos tutores Médicos de Família que
convivem diretamente com as mudanças,
desafios e dificuldades do MM
Jornal Saúde da Família2014 Março/Abril
3Especial
A
s metodologias ativas de
ensino são alternativas às ati-
vidades didático-pedagógicas
tradicionais. Ao contrário
da condição de passividade em que se
encontra o aluno em uma aula apenas
expositiva, esses métodos incentivam o
conhecimento pela discussão de proble-
mas em situações concretas. A Escola de
Saúde Pública do Ceará (ESP-CE) vem
aplicando um desses métodos nos cursos
de extensão, o Aprendizado Baseado em
Problemas, principalmente na Atenção
Primária à Saúde (APS).
O ABP tem suas origens dentro das gra-
duações de medicina, e seus pioneiros são
a Universidade McMaster, no Canadá, e a
Universidade de Maastricht, na Holanda.
A metodologia chegou ao Brasil em 1990, e
a ESP a desenvolve desde 1996. O médico e
supervisor do Centro de Desenvolvimento
Educacional em Saúde da ESP, José Batista
Cisne Tomaz, experiente na área, explica
que a base de conhecimento do ABP é o
construtivismo: “Essas ideias surgiram a
partir de idealizações de alguns autores,
inclusive bem representados pelo peda-
gogo Paulo Freire, onde o conhecimento,
em vez de adquirido, se constrói”.
Em vez das tradicionais aulas exposi-
tivas e repasse de conteúdos divididos em
disciplina, a ESP organiza seu curso por
meio de definição de competência profis-
sionais e pelo método da ABP. No curso
de APS, Tomaz foi responsável pelo uso da
ABP no ensino sobre saúde do idoso,
campo ainda muito carente no Ceará,
devido à falta de geriatras, e a aplicação
Modelo Aprendizado Baseado em Problemas
promove educação mais ativa com situações reais
do aprendizado baseado em problemas
seguia a estrutura de um facilitador com
um grupo de 10 alunos. Após as discus-
sões de casos, há um período de consulta
à literatura e o retorno para encontrar
uma solução.
Ainda que o método apresente alguma
dificuldade de assimilação, Tomaz afirma
que os resultados iniciais são eficientes
porque ele incentiva tanto docentes como
alunos em um aprendizado mais dinâmico.
Em tese defendida na Universidade de
Maastricht, sobre o tema em cursos a dis-
tância online, Tomaz concluiu que “a abor-
dagem EAD é aceitável para os profissio-
nais de saúde da família e que os médicos
de família avaliaram muito bem um curso
baseado em ABP”.
Ensino e saúde
José Batista Cisne Tomaz, médico e supervisor do Centro
de Desenvolvimento Educacional em Saúde da ESP-CE
©JoséBatistaCisneTomaz/Arquivopessoal
Março/Abril 2014Jornal Saúde da Família
4 Reportagem
C
om o objetivo de diminuir a
carênciademédicosnosmuni-
cípios do interior e nas peri-
ferias das grandes cidades do
País, o governo federal lançou em julho de
2013 o Programa Mais Médicos. Na ocasião,
Mais Médicos em debate
Confira opiniões de especialistas sobre o MM
lançado em julho de 2013 pelo governo federal
Foto:©Shutterstock
foi definido que a atuação dos profissionais
deveria ser acompanhada por supervisores e
tutores. Quase um ano após sua implemen-
tação, o Jornal Saúde da Família conversou
com alguns profissionais que vivenciam no
dia a dia as vantagens e dificuldades do MM.
*A SBMFC ressalta que as opiniões dos profissionais não representam o posicionamento da Sociedade.
Jornal Saúde da Família2014 Março/Abril
5
“O Mais Médicos é um programa inédito no
Brasil. Atuo em áreas rurais, fiz parte da pri-
meira turma de médicos do Programa de
ValorizaçãodosProfissionaisdaAtençãoBásica
(Provab),fuiresidenteemmedicinadefamília
ecomunidade.OsgestoresdoGovernodeve-
riamsepreocuparemofereceracessoàsaúde,
desde as regiões remotas até os grandes cen-
tros e aglomerações urbanas. Ser MFC é ser
“Como tutores do Programa Mais Médicos,
trabalhamos no sentido de garantir que as
supervisões pedagógicas ocorram men-
salmente a seus participantes, planejando
atividades como os encontros regionais
trimestrais, auxiliando os supervisores e
colocando-nos à disposição dos super-
visores e supervisionados como segunda
opinião formativa. São muitos os avanços
que tivemos com a implementação do Mais
Médicos: o Programa já atende a aproxima-
damente 43 milhões de brasileiros que antes
não tinham acesso ao profissional médico
na Atenção Primária à Saúde (APS). Outra
conquista importante é o número expres-
sivo dos profissionais que compõem o Mais
Médicos ter como especialidade a medicina
de família e comunidade.
A adequação das grades curriculares dos
cursos de medicina, com um enfoque mais
visível para a APS, bem como a interiori-
zação de novos cursos, também constitui
um elemento do Programa. Os desafios
são aqueles inerentes ao Sistema Único de
Saúde: garantia de condições que viabilizem
a resolutividade na APS, acabando com a
ineficiência de alguns serviços e proporcio-
nando insumos em quantidade e qualidade
adequadas. Além disso, o processo de diá-
logo entre os entes federativos é um exer-
cício que deverá ser praticado mais aberta-
mente e com tranquilidade, deixando claro
o papel, as funções e responsabilidades de
cada um deles. Hoje o maior desafio de
nosso trabalho como médico de família e
comunidade é dar visibilidade ao potencial
de resolução de problemas que a APS pode
atingir tendo um MFC como o médico que
compõe as equipes. É preciso entender que
o MFC é especialista nas pessoas que cuida,
e tem como função coordenar o cuidado,
trabalhando a promoção, prevenção e cura,
além de prevenir o excesso de intervenções
médicas desnecessárias.”
um médico comprometido com a vida dos
indivíduos no decorrer de suas existências,
e em muitos lugares isso se torna complexo,
principalmentecomosatuaisavançostecno-
lógicos, que ao mesmo tempo aproximam e
afastam as pessoas. Os desafios de atuar na
área são: ser reconhecido; ser inserido nas
políticas públicas; ser valorizado economi-
camente e como membro de uma equipe.”
©JeanSales/Arquivopessoal©FredericoEsteche/Arquivopessoal
CEArÁ: Frederico Esteche
Tutor do Mais Médicos e coordenador das residências em MFC
AMAZONAS: Jean Claudio Colares Sales
Supervisor do Programa Mais Médicos de Manaus (AM)
Março/Abril 2014Jornal Saúde da Família
6 Reportagem
“O Mais Médicos é um programa do governo
federal que, se bem conduzido e melhor
desenhado, tem tudo para dar certo. Não
envolve somente o provimento de médicos
estrangeiros no País, mas possui um arca-
bouço muito maior, como a expansão dos
cursosdegraduaçãoemmedicina,ampliando
a formação médica no País e a expansão das
vagas de residência médica no Brasil, com
foco na medicina de família e comunidade
e regulação de vagas das demais especialida-
des, como ocorre em outros países que têm
uma APS forte. E a SBMFC tem tido um diá-
logo muito positivo com os Ministérios da
Educação e da Saúde, discutindo as possí-
veis melhorias do Mais Médicos. Atualmente
estou à frente da atenção primária no muni-
cípio de Manaus, mas nos últimos oito anos
atuo em duas áreas rurais - uma ribeirinha,
em uma unidade de saúde fluvial, e uma
plataforma de petróleo terrestre, no meio
da floresta amazônica, com uma popula-
ção em situação de confinamento. Acredito
que o próximo ministro da Saúde deveria
“Não tenho críticas em relação aos médi-
cos do MM, principalmente os cubanos,
em relação ao seu preparo, mas acredito
que há outros desafios para além da for-
mação. O primeiro é a falta de qualificação
e estrutura física, instrumental e medi-
camentosa dos postos de saúde no País.
O segundo é um fator político: os prefei-
tos contratam qualquer profissional para
a ESF, não se preocupando com qualifica-
ção ou perfil. Os prefeitos não valorizam
a especialização em Medicina de Família
e Comunidade nem estabelecem um
plano de carreira.”
priorizar a expansão da cobertura da APS no
Brasil, ainda baixa, sobretudo nos grandes
centros urbanos, mas de forma qualificada,
priorizando a formação de especialistas para
atuar na APS. E não somente de MFC, mas
de toda a equipe da APS, além de melho-
rar a infraestrutura dos estabelecimentos de
saúde, para possibilitar o aumento da reso-
lubilidade da APS. Isso tudo, logicamente,
denota um maior investimento por parte
da União no setor da saúde, mantendo os
investimentos que os estados e municípios
já adotam. Desenvolver ações de saúde de
forma qualitativa, possibilitando o acesso,
a longitudinalidade do cuidado, sendo o
primeiro contato dessas comunidades, é
algo inovador e só possível no Brasil. Entre
os desafios de ser MFC está a expansão da
especialidade, sobretudo com a abertura
de novos serviços de residência médica em
MFC e a identificação da especialidade por
parte dos demais especialistas focais. Ser
MFC é estar em contato direto com as pes-
soas e comunidades em que estão inseridas.”
©LucioBarreto/Arquivopessoal©RSPress/Divulgação
Minas Gerais: Lucio Tarcia Barreto
Coordenador/regulador do Programa Mais Médicos em Caeté (MG)
AMAZONAS: Nilson Massakazu Ando
Diretor de Medicina Rural da SBMFC
Jornal Saúde da Família2014 Março/Abril
7Entrevista
Residência de MFC
Por Samantha Cerquetani
Conheça as propostas da SBMFC para aumentar o número
de residentes de medicina de família e comunidade no País
E
m entrevista ao Jornal Saúde da
Família,odiretordePesquisaePós-
-GraduaçãoLatoSensudaSBMFC,
DanielKnupp,relataoquemudou
após a implementação do Programa Mais
Médicos, destaca o Programa de Valorização
dosProfissionaisdaAtençãoBásica(Provab)e
a redução do número de residentes de medi-
cinadefamíliaecomunidade(MFC)noPaís.
O especialista expõe as propostas da SBMFC
pararesolveraquestão.Vejadetalhesaseguir:
Daniel Knupp, diretor de Pesquisa e Pós-Graduação Lato Sensu da SBMFC
©DanielKnupp/Arquivopessoal
Março/Abril 2014Jornal Saúde da Família
8 Entrevista
Quais foram as mudanças na área de
residência de MFC com o Programa Mais
Médicos?
Já foi possível identificar que o Mais
Médicos causou uma redução significa-
tiva na procura pela residência na espe-
cialidade. Até o ano passado, vínhamos
de uma série de 10 anos seguidos com
aumento do número absoluto de residen-
tes de medicina de família e comunidade
(MFC) no País e uma taxa de ocupação
das vagas credenciadas sempre variando
próximo de 30% a 35%. Mesmo com o
Programa de Valorização dos Profissionais
da Atenção Básica (Provab), não havíamos
notado impacto nesses índices. Entretanto,
na primeira entrada de residentes após a
implementação do Mais Médicos, não só
notamos uma diminuição da taxa de ocu-
pação, que deve ficar pouco acima de 25%,
como também houve redução do número
absoluto de residentes de medicina de
família e comunidade no País.
Esse é um cenário muito desalenta-
dor quando se tem como objetivo que
pelo menos 40% das vagas de residência
seja para MFC, e que essas vagas estejam
integralmente ocupadas. Essa proporção
de MFC sobre todos os médicos especia-
listas é essencial para o equilíbrio de um
sistema de saúde de financiamento público
que se fundamenta nos princípios de uni-
versalidade, integralidade e equidade, e que
tenha um modelo assistencial baseado na
atenção primária à saúde.
Qual a proposta da SBMFC para reduzir
essa ociosidade?
A proposta é que a residência se torne
etapa obrigatória para o exercício da medi-
cina para os graduandos que se formarem
a partir de 2020, e que a distribuição das
vagas entre as especialidades seja feita pelo
Governo, seguindo as necessidades sociais
e do sistema de saúde, o que garantiria
pelo menos 40% das vagas em MFC. Até
lá, passaríamos por um período de tran-
sição marcado por ações de expansão das
vagas de residência em MFC e políticas
de estímulos ao ingresso na especiali-
dade e redução da ociosidade das vagas
de residência. Como uma dessas políticas
de estímulos, a SBMFC vem propondo
o que temos chamado Mais Médicos -
Residência, onde o residente de medicina
de família e comunidade faria jus à bolsa
com valor equivalente ao dos bolsistas
do Programa Mais Médicos, ocupando
uma vaga definida para o Mais Médicos
e seguindo o currículo e as atividades da
residência médica. Essa proposta é viável
em qualquer município onde coexistam
um programa de residência em MFC e o
Programa Mais Médicos, e são inúmeros
os municípios nessa situação.
ApropostadoMaisMédicos -Residência
não tem impacto financeiro para o governo
federal, uma vez que já temos mais de 13
mil médicos no Programa, o que repre-
senta um número mais do que suficiente.
Indo além, essas bolsas concedidas pelo
Programa Mais Médicos poderiam cobrir
aproximadamente 85% do total de vagas
de residência médica no País. A bolsa de
residência médica, entretanto, é cerca de
um quarto do valor da bolsa do Programa
Mais Médicos, ou seja, não parece haver
limitação orçamentária.
A regulação da formação de especialistas
não limitaria a liberdade de escolha dos gra-
duandos? Como ocorre em outros países?
A SBMFC vem
propondo o que
temos chamado Mais
Médicos - Residência,
onde o residente de
medicina de família
e comunidade faria
jus à bolsa com
valor equivalente
ao dos bolsistas
do Programa Mais
Médicos, ocupando
uma vaga definida
para o Mais Médicos
e seguindo o currículo
e as atividades da
residência médica
Jornal Saúde da Família2014 Março/Abril
9
Qualquer convívio em sociedade implica
algum grau de restrição às liberdades indi-
viduais. No Brasil, a Constituição Federal
diz que a saúde é direito de todos e dever
do Estado. Certamente, para alcançarmos
isso, a sociedade deverá abdicar de algum
grau de liberdade individual em prol do
coletivo. Naturalmente, não é diferente em
outros países que pretendem ter sistemas
de saúde universais e de financiamento
público – Canadá, Inglaterra, Espanha,
Holanda e Portugal são só alguns exem-
plos, além de a residência médica ser obri-
gatória e as vagas definidas pelo governo,
segundo necessidade do sistema de saúde.
Por lá, a proporção de vagas de MFC é de
aproximadamente 40% ou mais - essa é a
regra nos países onde predomina o finan-
ciamento público dos serviços de saúde.
Curiosamente, no Brasil e nos Estados
Unidos, onde temos um financiamento
majoritariamente privado dos serviços
de saúde, com mais de 50% dos gastos em
saúde sendo de origem privada em ambos
os casos, a proporção de vagas de residên-
cia em MFC é muito parecida: cerca de 8%
do total aqui e 11% lá.
Não existe um país que tenha desen-
volvido um sistema de saúde universal,
público e de qualidade sem que Estado
e sociedade façam sua parte. E cabe ao
governo ir conduzindo essa transforma-
ção, se assim entender por bem. Vejamos
como o próximo Governo conduzirá a
questão. No fim das contas, o sistema de
saúde e, por consequência, o modelo de
formação médica, são simplesmente um
reflexo dos valores da sociedade.
Qual o perfil do preceptor para a residên-
cia de MFC?
O preceptor ideal para a residência de MFC
éalguémquetenhafeitoresidênciaemMFC,
experiência em serviços de atenção primá-
ria à saúde, preferencialmente na mesma
área onde recebe o residente, e formação
específica para a prática da preceptoria em
residência médica. A SBMFC já formou
mais de mil preceptores com sua Oficina de
Capacitação de Preceptores. Além disso, o
númerodemédicosdefamíliaecomunidade
com residência ou titulação já ultrapassa
os três mil. Considerando uma proporção
de dois a quatro residentes por preceptor,
que são números razoáveis, o universo de
potenciais preceptores que já temos hoje é
suficiente para atender a uma larga expan-
são das atuais vagas de residência.
É preciso considerar também que na
medida em que aumenta o número de
médicos de família e comunidade egres-
sos das residências de MFC, também
aumenta a oferta de potenciais precepto-
res para futuras expansões da residência.
O número de preceptores, portanto, não
é um obstáculo intransponível à expansão
da residência em MFC.
Como conseguir esses preceptores espe-
cialistas em MFC em tão pouco tempo se
há escassez de médicos de família e comu-
nidade (ou MFCs) no País atualmente?
A SBMFC desenvolveu um plano para o
aumento gradual e escalonado do número
de preceptores em MFC para os próximos
anos. No que tange à formação específica
para a prática da preceptoria, temos duas
frentes de trabalho. A primeira, que temos
chamado carinhosamente de BRASACT,
em uma alusão ao EURACT, o programa
de formação de preceptores da associa-
ção europeia de preceptores e professores
O número de
médicos de família
e comunidade
com residência ou
titulação já ultrapassa
os três mil.
Considerando uma
proporção de dois a
quatro residentes por
preceptor, que são
números razoáveis, o
universo de potenciais
preceptores que
já temos hoje é
suficiente para
atender a uma larga
expansão das atuais
vagas de residência
Março/Abril 2014Jornal Saúde da Família
10 Entrevista
de MFC, é uma atualização da Oficina
de Capacitação de Preceptores. Trata-se
de um curso presencial, intensivo, pau-
tado por metodologias ativas de ensino e
aprendizado, que terá como público-alvo
os médicos de família e comunidade que
já concluíram a residência e estão atuando
nos serviços de atenção primária à saúde,
em condição de iniciar a prática da pre-
ceptoria em caráter mais imediato.
A segunda é um curso a distância, que
tem como público-alvo os próprios resi-
dentes de MFC, e será realizado ao longo
dos dois anos de residência, preferencial-
mente, e, se possível, para todos os resi-
dentes de MFC do País. Não se trata, dessa
forma, de um público que possa ser inte-
grado ao universo de potenciais precepto-
res imediatamente, mas é um contingente
que garante a continuidade da expansão
da residência em MFC.
Naturalmente é preciso defender a
valorização da prática da preceptoria por
meio de remuneração e outros estímulos
à carreira. Não se faz ensino de qualidade
sem um investimento maciço no docente.
Essa enorme expansão não colocaria em
risco a qualidade dos MFCs?
Considerar uma residência médica obri-
gatória para a prática da profissão e uma
expansão significativa da residência em
MFC certamente muda a cara da residên-
cia médica no País. É preciso desenvolver
práticas pedagógicas próprias, modelos
de avaliação mais avançados e capazes de
certificar o desenvolvimento das compe-
tências necessárias aos especialistas. Há,
certamente, o risco de a qualidade da for-
mação ser afetada, mas isso pode ser evi-
tado. A essência da formação de qualidade
em residência médica é a prática cotidiana
supervisionada por profissionais de elevada
competência. Desde que seja preservada
essa essência, o que podemos garantir por
meio da formação específica para a prática
da preceptoria, é possível assegurar uma
expansão e mudança de modelo da resi-
dência médica sem que seja colocada em
risco a qualidade da formação.
Qual seria o papel da titulação da SBMFC
nesse novo panorama?
É importante lembrar que, assim como
existem riscos nesse novo panorama da
residência, também existem ganhos possí-
veis. Os médicos residentes provavelmente
teriam maior integração com os serviços
e precisariam desenvolver maior grau de
autonomia. Essa integração - da teoria
com a prática, se assim podemos dizer -
e autonomia são duas prerrogativas da
formação médica pós-graduada que, em
algumas situações, mais frequentes em
outras especialidades do que na MFC, não
se fazem muito presentes.
Nesse cenário, a titulação poderia alcan-
çar seu objetivo primário, que é a congrega-
ção dos profissionais de uma determinada
especialidade visando ao desenvolvimento
do conhecimento científico naquela área,
a certificação e a garantia de manutenção
das competências essenciais ao especia-
lista. A titulação, dessa maneira, não per-
deria seu valor, mas abandonaria o caráter
de equivalência que tem hoje para adquirir
um status de complementariedade, poten-
cializando a formação dos especialistas.
Diretor destaca as propostas da SBMFC
para reduzir a ociosidade de profissionais
©DanielKnupp/Arquivopessoal
Jornal Saúde da Família2014 Março/Abril
11Aconteceu
A Comissão Eleitoral da SBMFC ini-
ciou processo eleitoral para a nova dire-
toria executiva da entidade. As chapas
tiveram até 31 de março para se ins-
crever. Até 20 de abril, os interessados
enviaram o material de votação para os
sócios, e a postagem dos votos deve ser
feita até 30 de maio. Todos os sócios
em dia, titulados e com mais de um
ano de associação, são elegíveis para os
cargos da diretoria. É vedado a qual-
quer membro da diretoria reeleito no
último pleito e assumido a função por
qualquer prazo inscrever-se mais uma
vez como candidato ao mesmo cargo.
Próximas etapas do processo eleitoral:
Confira aqui o edital de convocação e
aqui o regulamento das eleições.
Em entrevista concedida ao site da SBMFC,
o editor da Revista Brasileira de Medicina de
Família e Comunidade (RBMFC), Armando
Norman, repercutiu a escolha da publicação
entre 48 periódicos científicos contempla-
dos pelo edital da Fundação Carlos Chagas
FilhodeAmparoàPesquisadoEstadodoRio
de Janeiro (Faperj) n° 44/2013 - Programa
Apoio à Publicação de Periódicos Científicos
e Tecnológicos Institucionais – 2013. Entre os
assuntos, Norman ressaltou a importância
do reconhecimento ao trabalho realizado
nos últimos dois anos, e de como a RBMFC
vem melhorando nos aspectos organizacio-
nais, tanto na padronização de pareceres e
do conteúdo do website como no processo
de avaliação e revisão por pares da revista.
Confira a íntegra da entrevista.
©ArmandoHenriqueNorman/Arquivopessoal
Processo eleitoral da
SBMFC para o próximo biênio
Etapas Período
Postagem dos votos 30/mai
Apuração e resultados 21/jun
Posse da nova diretoria 28/jul
Editor da RBMFC comenta apoio da Faperj
Divulgação do
WONCA 2016 na
conferência europeia
A SBMFC estará presente no 19th
WONCA Europe Conference, que
será realizado entre 2 e 5 de julho,
em Lisboa, Portugal. Com o objetivo
de divulgar o WONCA 2016, a
Sociedade ficará em um estande
na área de exposição, repetindo a
ação promocional do último evento
sediado em Praga, na República
Tcheca, quando custeou a participação
de residentes e médicos recém-
-formados (até cinco anos) no evento
para colaborar no estande da entidade.
A ajuda de custo contempla apenas
inscrição, e a SBMFC não arcará com
os custos de hospedagem e passagem.
Março/Abril 2014Jornal Saúde da Família
12
Curtas
Parceria SBMFC e Grupo A
Sócios da SBMFC têm 15% de desconto em
obras da editora Grupo A. Para ter acesso,
basta entrar na área restrita do site da
SBMFC e clicar no banner do Grupo A.
Promef
Conheça o Programa de Atualização
em MFC (Promef), dirigido ao médico
especialista em cuidados integrais,
continuados e contextualizados. Os autores
são profissionais experientes na prática
clínica da Atenção Primária à Saúde (APS)
e selecionados pela SBMFC.
Seja um leitor da RBMFC
Todos estão convidados a acessar o
conteúdo da Revista Brasileira de
Medicina de Família e Comunidade
(RBMFC), gratuita para os associados
da SBMFC, que discute temas relevantes
para a especialidade. Os cadastrados
recebem, via e-mail, uma notificação
sobre as novas edições.
Atenção básica tem
aumento de orçamento,
segundo ministro da Saúde
No dia 11 de abril, durante o
11º Congresso da Rede Unida,
o ministro da Saúde, Arthur Chioro, destacou
o aumento do orçamento destinado para
a atenção básica nestes últimos quatro
anos, além de ressaltar a importância da
construção de políticas voltadas para as
Unidades Básicas de Saúde.
Aconteceu
Para celebrar o Dia Mundial do Médico de Família e Comunidade, comemorado
em 19 de maio, a SBMFC está lançando um aplicativo móvel para celulares e
tablets com os sistemas Android e IOS. O objetivo é aproximar a Sociedade de
seus associados. Estão disponíveis as seguintes ferramentas:
A Associação de Medicina de Família e
Comunidade do Estado do Rio de Janeiro
(AMFaC-RJ) reforça o convite aos associados
da SBMFC para seu quarto congresso, a ser rea-
lizado entre 19 e 23 de agosto de 2014, no Rio
de Janeiro (RJ). Sob o tema A Ciência e a Arte da
Medicina de Família e Comunidade para Todos,
SBMFC lança aplicativo para celular
	 Telessaúde: a SBMFC estabeleceu par-
ceria com o Telessaúde-RS, visando
auxiliar nossos associados por meio da
oferta de teleconsultorias sobre casos
clínicos, processo de trabalho, educa-
ção em saúde, planejamento, monitora-
mento e avaliação de ações em Atenção
Primária à Saúde (APS).
	 Segunda opinião formativa: 700 dúvidas
já respondidas e de livre acesso, desen-
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4º Congresso da AMFaC-RJ
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  • 1. Março/Abril 2014Jornal Saúde da Família Capa Relatos de especialistas que lidam diariamente com o Programa Mais Médicos, lançado em 2013 pelo Ministério da Saúde Página 04 Aconteceu Notícias institucionais, informações sobre os próximos eventos e o processo eleitoral da SBMFC para o próximo biênio Página 11 Especial Conheça como funciona o método Aprendizado Baseado em Problemas, e suas vantagens para o ensino Página 03 Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade Ano III Edição 22 JORNAL SAÚDE DA FAMÍLIA Em 2013, a população brasileira acompa- nhou a implementação do Programa Mais Médicos. A iniciativa, inédita no Brasil, foi alvo de diversas discussões pelos médi- cos, estudantes de medicina, imprensa e sociedade em geral. Nesta edição do Jornal Saúde da Família, você confere depoimentos Desafios e conquistas do MM de alguns especialistas sobre as mudanças que vivenciaram com o MM, suas conquis- tas e desafios, e o que pensam sobre o futuro do Mais Médicos. Além disso, o diretor de Pesquisa e Pós-Graduação Lato Sensu da SBMFC, Daniel Knupp, destaca as propos- tas da Sociedade para aumentar o número de residentes de MFC no País e como esse quantitativo vem diminuindo com o Programa de Valorização dos Profissionais da Atenção Básica (Provab) e o MM. Veja também como o modelo Aprendizado Baseado em Problemas incentiva o conhecimento pela discussão de problemas em situações concretas. ©TâniaRego/ABr Médicos estrangeiros que ingressaram no MM realizaram treinamento no Brasil
  • 2. Março/Abril 2014Jornal Saúde da Família 2 Ademir Lopes Jr. Diretor de Comunicação da SBMFC Editorial Discutindo o MM e a formação dos profissionais E m julho de 2013, o Ministério da Saúde lançou o Programa Mais Médicos (MM) como medida emergencial para o provimento de médicos na Atenção Primária à Saúde (APS). O MM contou com a participação de médicos estrangeiros e brasileiros, em especial cubanos que já tinham partici- pado de outras expedições internacionais. Na ocasião, a SBMFC divulgou posicionamento sobre o assunto, reco- nhecendo a necessidade de políticas que enfrentassem a escassez de profissionais no interior do país, entretanto, ressaltava que o MM deveria estar acompanhado de políticas públicas consistentes e perma- nentes que visassem a melhoria da quali- dade e resolutividade dos serviços de APS. Quase um ano após a implementação do MM, para a matéria de capa desta edição, ouvimos tutores Médicos de Família que convivem diretamente com as mudanças, desafios e dificuldades do MM. Nessa edição, também conheça uma das propostas da SBMFC consideradas estratégicas para a estruturação da APS a longo prazo: a expansão das vagas de residência em MFC e o incentivo a ocu- pação dessas vagas. O diretor de Pesquisa e Pós-Graduação Lato Sensu da SBMFC, Daniel Knupp, detalha a proposta e explica as mudanças observadas na ocupação de vagas desses programas de residên- cia após o Mais Médicos e o Programa de Valorização dos Profissionais da Atenção Básica (Provab). Boa leitura! DIRETORIA (órgão executivo - gestão 2012-2014) Presidente: Nulvio Lermen Junior Vice-Presidente: Thiago Gomes Trindade Secretário-Geral: Paulo Poli Neto Diretor Financeiro: Cléo Borges Diretor de Comunicação: Ademir Lopes Junior Diretor de Pesquisa e Pós-Graduação Lato Sensu: Daniel Knupp Diretor de Graduação e Pós-Graduação Stricto Sensu: Roberto Umpierre Diretora Científica: Juliana Oliveira Soares Diretor de Titulação: Emílio Rossetti Pacheco Diretor de Exercício Profissional: Oscarino dos Santos Barreto Jr. Diretor de Medicina Rural: Nilson Massakazu Ando Expediente Jornalista responsável: Roberto Souza | MTB: 11.408 Editor: Rodrigo Moraes Subeditoras: Samantha Cerquetani e Tatiana Piva Reportagem: Vinicius Morais Revisão: Paulo Furstenau Projeto Gráfico: Luiz Fernando Almeida Diagramação: Felipe Santiago, Leonardo Fial, Luiz Fernando Almeida, Rafael Tadeu Sarto e Willian Fernandes Quase um ano após a implementação do MM, para a matéria de capa desta edição, ouvimos tutores Médicos de Família que convivem diretamente com as mudanças, desafios e dificuldades do MM
  • 3. Jornal Saúde da Família2014 Março/Abril 3Especial A s metodologias ativas de ensino são alternativas às ati- vidades didático-pedagógicas tradicionais. Ao contrário da condição de passividade em que se encontra o aluno em uma aula apenas expositiva, esses métodos incentivam o conhecimento pela discussão de proble- mas em situações concretas. A Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP-CE) vem aplicando um desses métodos nos cursos de extensão, o Aprendizado Baseado em Problemas, principalmente na Atenção Primária à Saúde (APS). O ABP tem suas origens dentro das gra- duações de medicina, e seus pioneiros são a Universidade McMaster, no Canadá, e a Universidade de Maastricht, na Holanda. A metodologia chegou ao Brasil em 1990, e a ESP a desenvolve desde 1996. O médico e supervisor do Centro de Desenvolvimento Educacional em Saúde da ESP, José Batista Cisne Tomaz, experiente na área, explica que a base de conhecimento do ABP é o construtivismo: “Essas ideias surgiram a partir de idealizações de alguns autores, inclusive bem representados pelo peda- gogo Paulo Freire, onde o conhecimento, em vez de adquirido, se constrói”. Em vez das tradicionais aulas exposi- tivas e repasse de conteúdos divididos em disciplina, a ESP organiza seu curso por meio de definição de competência profis- sionais e pelo método da ABP. No curso de APS, Tomaz foi responsável pelo uso da ABP no ensino sobre saúde do idoso, campo ainda muito carente no Ceará, devido à falta de geriatras, e a aplicação Modelo Aprendizado Baseado em Problemas promove educação mais ativa com situações reais do aprendizado baseado em problemas seguia a estrutura de um facilitador com um grupo de 10 alunos. Após as discus- sões de casos, há um período de consulta à literatura e o retorno para encontrar uma solução. Ainda que o método apresente alguma dificuldade de assimilação, Tomaz afirma que os resultados iniciais são eficientes porque ele incentiva tanto docentes como alunos em um aprendizado mais dinâmico. Em tese defendida na Universidade de Maastricht, sobre o tema em cursos a dis- tância online, Tomaz concluiu que “a abor- dagem EAD é aceitável para os profissio- nais de saúde da família e que os médicos de família avaliaram muito bem um curso baseado em ABP”. Ensino e saúde José Batista Cisne Tomaz, médico e supervisor do Centro de Desenvolvimento Educacional em Saúde da ESP-CE ©JoséBatistaCisneTomaz/Arquivopessoal
  • 4. Março/Abril 2014Jornal Saúde da Família 4 Reportagem C om o objetivo de diminuir a carênciademédicosnosmuni- cípios do interior e nas peri- ferias das grandes cidades do País, o governo federal lançou em julho de 2013 o Programa Mais Médicos. Na ocasião, Mais Médicos em debate Confira opiniões de especialistas sobre o MM lançado em julho de 2013 pelo governo federal Foto:©Shutterstock foi definido que a atuação dos profissionais deveria ser acompanhada por supervisores e tutores. Quase um ano após sua implemen- tação, o Jornal Saúde da Família conversou com alguns profissionais que vivenciam no dia a dia as vantagens e dificuldades do MM. *A SBMFC ressalta que as opiniões dos profissionais não representam o posicionamento da Sociedade.
  • 5. Jornal Saúde da Família2014 Março/Abril 5 “O Mais Médicos é um programa inédito no Brasil. Atuo em áreas rurais, fiz parte da pri- meira turma de médicos do Programa de ValorizaçãodosProfissionaisdaAtençãoBásica (Provab),fuiresidenteemmedicinadefamília ecomunidade.OsgestoresdoGovernodeve- riamsepreocuparemofereceracessoàsaúde, desde as regiões remotas até os grandes cen- tros e aglomerações urbanas. Ser MFC é ser “Como tutores do Programa Mais Médicos, trabalhamos no sentido de garantir que as supervisões pedagógicas ocorram men- salmente a seus participantes, planejando atividades como os encontros regionais trimestrais, auxiliando os supervisores e colocando-nos à disposição dos super- visores e supervisionados como segunda opinião formativa. São muitos os avanços que tivemos com a implementação do Mais Médicos: o Programa já atende a aproxima- damente 43 milhões de brasileiros que antes não tinham acesso ao profissional médico na Atenção Primária à Saúde (APS). Outra conquista importante é o número expres- sivo dos profissionais que compõem o Mais Médicos ter como especialidade a medicina de família e comunidade. A adequação das grades curriculares dos cursos de medicina, com um enfoque mais visível para a APS, bem como a interiori- zação de novos cursos, também constitui um elemento do Programa. Os desafios são aqueles inerentes ao Sistema Único de Saúde: garantia de condições que viabilizem a resolutividade na APS, acabando com a ineficiência de alguns serviços e proporcio- nando insumos em quantidade e qualidade adequadas. Além disso, o processo de diá- logo entre os entes federativos é um exer- cício que deverá ser praticado mais aberta- mente e com tranquilidade, deixando claro o papel, as funções e responsabilidades de cada um deles. Hoje o maior desafio de nosso trabalho como médico de família e comunidade é dar visibilidade ao potencial de resolução de problemas que a APS pode atingir tendo um MFC como o médico que compõe as equipes. É preciso entender que o MFC é especialista nas pessoas que cuida, e tem como função coordenar o cuidado, trabalhando a promoção, prevenção e cura, além de prevenir o excesso de intervenções médicas desnecessárias.” um médico comprometido com a vida dos indivíduos no decorrer de suas existências, e em muitos lugares isso se torna complexo, principalmentecomosatuaisavançostecno- lógicos, que ao mesmo tempo aproximam e afastam as pessoas. Os desafios de atuar na área são: ser reconhecido; ser inserido nas políticas públicas; ser valorizado economi- camente e como membro de uma equipe.” ©JeanSales/Arquivopessoal©FredericoEsteche/Arquivopessoal CEArÁ: Frederico Esteche Tutor do Mais Médicos e coordenador das residências em MFC AMAZONAS: Jean Claudio Colares Sales Supervisor do Programa Mais Médicos de Manaus (AM)
  • 6. Março/Abril 2014Jornal Saúde da Família 6 Reportagem “O Mais Médicos é um programa do governo federal que, se bem conduzido e melhor desenhado, tem tudo para dar certo. Não envolve somente o provimento de médicos estrangeiros no País, mas possui um arca- bouço muito maior, como a expansão dos cursosdegraduaçãoemmedicina,ampliando a formação médica no País e a expansão das vagas de residência médica no Brasil, com foco na medicina de família e comunidade e regulação de vagas das demais especialida- des, como ocorre em outros países que têm uma APS forte. E a SBMFC tem tido um diá- logo muito positivo com os Ministérios da Educação e da Saúde, discutindo as possí- veis melhorias do Mais Médicos. Atualmente estou à frente da atenção primária no muni- cípio de Manaus, mas nos últimos oito anos atuo em duas áreas rurais - uma ribeirinha, em uma unidade de saúde fluvial, e uma plataforma de petróleo terrestre, no meio da floresta amazônica, com uma popula- ção em situação de confinamento. Acredito que o próximo ministro da Saúde deveria “Não tenho críticas em relação aos médi- cos do MM, principalmente os cubanos, em relação ao seu preparo, mas acredito que há outros desafios para além da for- mação. O primeiro é a falta de qualificação e estrutura física, instrumental e medi- camentosa dos postos de saúde no País. O segundo é um fator político: os prefei- tos contratam qualquer profissional para a ESF, não se preocupando com qualifica- ção ou perfil. Os prefeitos não valorizam a especialização em Medicina de Família e Comunidade nem estabelecem um plano de carreira.” priorizar a expansão da cobertura da APS no Brasil, ainda baixa, sobretudo nos grandes centros urbanos, mas de forma qualificada, priorizando a formação de especialistas para atuar na APS. E não somente de MFC, mas de toda a equipe da APS, além de melho- rar a infraestrutura dos estabelecimentos de saúde, para possibilitar o aumento da reso- lubilidade da APS. Isso tudo, logicamente, denota um maior investimento por parte da União no setor da saúde, mantendo os investimentos que os estados e municípios já adotam. Desenvolver ações de saúde de forma qualitativa, possibilitando o acesso, a longitudinalidade do cuidado, sendo o primeiro contato dessas comunidades, é algo inovador e só possível no Brasil. Entre os desafios de ser MFC está a expansão da especialidade, sobretudo com a abertura de novos serviços de residência médica em MFC e a identificação da especialidade por parte dos demais especialistas focais. Ser MFC é estar em contato direto com as pes- soas e comunidades em que estão inseridas.” ©LucioBarreto/Arquivopessoal©RSPress/Divulgação Minas Gerais: Lucio Tarcia Barreto Coordenador/regulador do Programa Mais Médicos em Caeté (MG) AMAZONAS: Nilson Massakazu Ando Diretor de Medicina Rural da SBMFC
  • 7. Jornal Saúde da Família2014 Março/Abril 7Entrevista Residência de MFC Por Samantha Cerquetani Conheça as propostas da SBMFC para aumentar o número de residentes de medicina de família e comunidade no País E m entrevista ao Jornal Saúde da Família,odiretordePesquisaePós- -GraduaçãoLatoSensudaSBMFC, DanielKnupp,relataoquemudou após a implementação do Programa Mais Médicos, destaca o Programa de Valorização dosProfissionaisdaAtençãoBásica(Provab)e a redução do número de residentes de medi- cinadefamíliaecomunidade(MFC)noPaís. O especialista expõe as propostas da SBMFC pararesolveraquestão.Vejadetalhesaseguir: Daniel Knupp, diretor de Pesquisa e Pós-Graduação Lato Sensu da SBMFC ©DanielKnupp/Arquivopessoal
  • 8. Março/Abril 2014Jornal Saúde da Família 8 Entrevista Quais foram as mudanças na área de residência de MFC com o Programa Mais Médicos? Já foi possível identificar que o Mais Médicos causou uma redução significa- tiva na procura pela residência na espe- cialidade. Até o ano passado, vínhamos de uma série de 10 anos seguidos com aumento do número absoluto de residen- tes de medicina de família e comunidade (MFC) no País e uma taxa de ocupação das vagas credenciadas sempre variando próximo de 30% a 35%. Mesmo com o Programa de Valorização dos Profissionais da Atenção Básica (Provab), não havíamos notado impacto nesses índices. Entretanto, na primeira entrada de residentes após a implementação do Mais Médicos, não só notamos uma diminuição da taxa de ocu- pação, que deve ficar pouco acima de 25%, como também houve redução do número absoluto de residentes de medicina de família e comunidade no País. Esse é um cenário muito desalenta- dor quando se tem como objetivo que pelo menos 40% das vagas de residência seja para MFC, e que essas vagas estejam integralmente ocupadas. Essa proporção de MFC sobre todos os médicos especia- listas é essencial para o equilíbrio de um sistema de saúde de financiamento público que se fundamenta nos princípios de uni- versalidade, integralidade e equidade, e que tenha um modelo assistencial baseado na atenção primária à saúde. Qual a proposta da SBMFC para reduzir essa ociosidade? A proposta é que a residência se torne etapa obrigatória para o exercício da medi- cina para os graduandos que se formarem a partir de 2020, e que a distribuição das vagas entre as especialidades seja feita pelo Governo, seguindo as necessidades sociais e do sistema de saúde, o que garantiria pelo menos 40% das vagas em MFC. Até lá, passaríamos por um período de tran- sição marcado por ações de expansão das vagas de residência em MFC e políticas de estímulos ao ingresso na especiali- dade e redução da ociosidade das vagas de residência. Como uma dessas políticas de estímulos, a SBMFC vem propondo o que temos chamado Mais Médicos - Residência, onde o residente de medicina de família e comunidade faria jus à bolsa com valor equivalente ao dos bolsistas do Programa Mais Médicos, ocupando uma vaga definida para o Mais Médicos e seguindo o currículo e as atividades da residência médica. Essa proposta é viável em qualquer município onde coexistam um programa de residência em MFC e o Programa Mais Médicos, e são inúmeros os municípios nessa situação. ApropostadoMaisMédicos -Residência não tem impacto financeiro para o governo federal, uma vez que já temos mais de 13 mil médicos no Programa, o que repre- senta um número mais do que suficiente. Indo além, essas bolsas concedidas pelo Programa Mais Médicos poderiam cobrir aproximadamente 85% do total de vagas de residência médica no País. A bolsa de residência médica, entretanto, é cerca de um quarto do valor da bolsa do Programa Mais Médicos, ou seja, não parece haver limitação orçamentária. A regulação da formação de especialistas não limitaria a liberdade de escolha dos gra- duandos? Como ocorre em outros países? A SBMFC vem propondo o que temos chamado Mais Médicos - Residência, onde o residente de medicina de família e comunidade faria jus à bolsa com valor equivalente ao dos bolsistas do Programa Mais Médicos, ocupando uma vaga definida para o Mais Médicos e seguindo o currículo e as atividades da residência médica
  • 9. Jornal Saúde da Família2014 Março/Abril 9 Qualquer convívio em sociedade implica algum grau de restrição às liberdades indi- viduais. No Brasil, a Constituição Federal diz que a saúde é direito de todos e dever do Estado. Certamente, para alcançarmos isso, a sociedade deverá abdicar de algum grau de liberdade individual em prol do coletivo. Naturalmente, não é diferente em outros países que pretendem ter sistemas de saúde universais e de financiamento público – Canadá, Inglaterra, Espanha, Holanda e Portugal são só alguns exem- plos, além de a residência médica ser obri- gatória e as vagas definidas pelo governo, segundo necessidade do sistema de saúde. Por lá, a proporção de vagas de MFC é de aproximadamente 40% ou mais - essa é a regra nos países onde predomina o finan- ciamento público dos serviços de saúde. Curiosamente, no Brasil e nos Estados Unidos, onde temos um financiamento majoritariamente privado dos serviços de saúde, com mais de 50% dos gastos em saúde sendo de origem privada em ambos os casos, a proporção de vagas de residên- cia em MFC é muito parecida: cerca de 8% do total aqui e 11% lá. Não existe um país que tenha desen- volvido um sistema de saúde universal, público e de qualidade sem que Estado e sociedade façam sua parte. E cabe ao governo ir conduzindo essa transforma- ção, se assim entender por bem. Vejamos como o próximo Governo conduzirá a questão. No fim das contas, o sistema de saúde e, por consequência, o modelo de formação médica, são simplesmente um reflexo dos valores da sociedade. Qual o perfil do preceptor para a residên- cia de MFC? O preceptor ideal para a residência de MFC éalguémquetenhafeitoresidênciaemMFC, experiência em serviços de atenção primá- ria à saúde, preferencialmente na mesma área onde recebe o residente, e formação específica para a prática da preceptoria em residência médica. A SBMFC já formou mais de mil preceptores com sua Oficina de Capacitação de Preceptores. Além disso, o númerodemédicosdefamíliaecomunidade com residência ou titulação já ultrapassa os três mil. Considerando uma proporção de dois a quatro residentes por preceptor, que são números razoáveis, o universo de potenciais preceptores que já temos hoje é suficiente para atender a uma larga expan- são das atuais vagas de residência. É preciso considerar também que na medida em que aumenta o número de médicos de família e comunidade egres- sos das residências de MFC, também aumenta a oferta de potenciais precepto- res para futuras expansões da residência. O número de preceptores, portanto, não é um obstáculo intransponível à expansão da residência em MFC. Como conseguir esses preceptores espe- cialistas em MFC em tão pouco tempo se há escassez de médicos de família e comu- nidade (ou MFCs) no País atualmente? A SBMFC desenvolveu um plano para o aumento gradual e escalonado do número de preceptores em MFC para os próximos anos. No que tange à formação específica para a prática da preceptoria, temos duas frentes de trabalho. A primeira, que temos chamado carinhosamente de BRASACT, em uma alusão ao EURACT, o programa de formação de preceptores da associa- ção europeia de preceptores e professores O número de médicos de família e comunidade com residência ou titulação já ultrapassa os três mil. Considerando uma proporção de dois a quatro residentes por preceptor, que são números razoáveis, o universo de potenciais preceptores que já temos hoje é suficiente para atender a uma larga expansão das atuais vagas de residência
  • 10. Março/Abril 2014Jornal Saúde da Família 10 Entrevista de MFC, é uma atualização da Oficina de Capacitação de Preceptores. Trata-se de um curso presencial, intensivo, pau- tado por metodologias ativas de ensino e aprendizado, que terá como público-alvo os médicos de família e comunidade que já concluíram a residência e estão atuando nos serviços de atenção primária à saúde, em condição de iniciar a prática da pre- ceptoria em caráter mais imediato. A segunda é um curso a distância, que tem como público-alvo os próprios resi- dentes de MFC, e será realizado ao longo dos dois anos de residência, preferencial- mente, e, se possível, para todos os resi- dentes de MFC do País. Não se trata, dessa forma, de um público que possa ser inte- grado ao universo de potenciais precepto- res imediatamente, mas é um contingente que garante a continuidade da expansão da residência em MFC. Naturalmente é preciso defender a valorização da prática da preceptoria por meio de remuneração e outros estímulos à carreira. Não se faz ensino de qualidade sem um investimento maciço no docente. Essa enorme expansão não colocaria em risco a qualidade dos MFCs? Considerar uma residência médica obri- gatória para a prática da profissão e uma expansão significativa da residência em MFC certamente muda a cara da residên- cia médica no País. É preciso desenvolver práticas pedagógicas próprias, modelos de avaliação mais avançados e capazes de certificar o desenvolvimento das compe- tências necessárias aos especialistas. Há, certamente, o risco de a qualidade da for- mação ser afetada, mas isso pode ser evi- tado. A essência da formação de qualidade em residência médica é a prática cotidiana supervisionada por profissionais de elevada competência. Desde que seja preservada essa essência, o que podemos garantir por meio da formação específica para a prática da preceptoria, é possível assegurar uma expansão e mudança de modelo da resi- dência médica sem que seja colocada em risco a qualidade da formação. Qual seria o papel da titulação da SBMFC nesse novo panorama? É importante lembrar que, assim como existem riscos nesse novo panorama da residência, também existem ganhos possí- veis. Os médicos residentes provavelmente teriam maior integração com os serviços e precisariam desenvolver maior grau de autonomia. Essa integração - da teoria com a prática, se assim podemos dizer - e autonomia são duas prerrogativas da formação médica pós-graduada que, em algumas situações, mais frequentes em outras especialidades do que na MFC, não se fazem muito presentes. Nesse cenário, a titulação poderia alcan- çar seu objetivo primário, que é a congrega- ção dos profissionais de uma determinada especialidade visando ao desenvolvimento do conhecimento científico naquela área, a certificação e a garantia de manutenção das competências essenciais ao especia- lista. A titulação, dessa maneira, não per- deria seu valor, mas abandonaria o caráter de equivalência que tem hoje para adquirir um status de complementariedade, poten- cializando a formação dos especialistas. Diretor destaca as propostas da SBMFC para reduzir a ociosidade de profissionais ©DanielKnupp/Arquivopessoal
  • 11. Jornal Saúde da Família2014 Março/Abril 11Aconteceu A Comissão Eleitoral da SBMFC ini- ciou processo eleitoral para a nova dire- toria executiva da entidade. As chapas tiveram até 31 de março para se ins- crever. Até 20 de abril, os interessados enviaram o material de votação para os sócios, e a postagem dos votos deve ser feita até 30 de maio. Todos os sócios em dia, titulados e com mais de um ano de associação, são elegíveis para os cargos da diretoria. É vedado a qual- quer membro da diretoria reeleito no último pleito e assumido a função por qualquer prazo inscrever-se mais uma vez como candidato ao mesmo cargo. Próximas etapas do processo eleitoral: Confira aqui o edital de convocação e aqui o regulamento das eleições. Em entrevista concedida ao site da SBMFC, o editor da Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (RBMFC), Armando Norman, repercutiu a escolha da publicação entre 48 periódicos científicos contempla- dos pelo edital da Fundação Carlos Chagas FilhodeAmparoàPesquisadoEstadodoRio de Janeiro (Faperj) n° 44/2013 - Programa Apoio à Publicação de Periódicos Científicos e Tecnológicos Institucionais – 2013. Entre os assuntos, Norman ressaltou a importância do reconhecimento ao trabalho realizado nos últimos dois anos, e de como a RBMFC vem melhorando nos aspectos organizacio- nais, tanto na padronização de pareceres e do conteúdo do website como no processo de avaliação e revisão por pares da revista. Confira a íntegra da entrevista. ©ArmandoHenriqueNorman/Arquivopessoal Processo eleitoral da SBMFC para o próximo biênio Etapas Período Postagem dos votos 30/mai Apuração e resultados 21/jun Posse da nova diretoria 28/jul Editor da RBMFC comenta apoio da Faperj Divulgação do WONCA 2016 na conferência europeia A SBMFC estará presente no 19th WONCA Europe Conference, que será realizado entre 2 e 5 de julho, em Lisboa, Portugal. Com o objetivo de divulgar o WONCA 2016, a Sociedade ficará em um estande na área de exposição, repetindo a ação promocional do último evento sediado em Praga, na República Tcheca, quando custeou a participação de residentes e médicos recém- -formados (até cinco anos) no evento para colaborar no estande da entidade. A ajuda de custo contempla apenas inscrição, e a SBMFC não arcará com os custos de hospedagem e passagem.
  • 12. Março/Abril 2014Jornal Saúde da Família 12 Curtas Parceria SBMFC e Grupo A Sócios da SBMFC têm 15% de desconto em obras da editora Grupo A. Para ter acesso, basta entrar na área restrita do site da SBMFC e clicar no banner do Grupo A. Promef Conheça o Programa de Atualização em MFC (Promef), dirigido ao médico especialista em cuidados integrais, continuados e contextualizados. Os autores são profissionais experientes na prática clínica da Atenção Primária à Saúde (APS) e selecionados pela SBMFC. Seja um leitor da RBMFC Todos estão convidados a acessar o conteúdo da Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (RBMFC), gratuita para os associados da SBMFC, que discute temas relevantes para a especialidade. Os cadastrados recebem, via e-mail, uma notificação sobre as novas edições. Atenção básica tem aumento de orçamento, segundo ministro da Saúde No dia 11 de abril, durante o 11º Congresso da Rede Unida, o ministro da Saúde, Arthur Chioro, destacou o aumento do orçamento destinado para a atenção básica nestes últimos quatro anos, além de ressaltar a importância da construção de políticas voltadas para as Unidades Básicas de Saúde. Aconteceu Para celebrar o Dia Mundial do Médico de Família e Comunidade, comemorado em 19 de maio, a SBMFC está lançando um aplicativo móvel para celulares e tablets com os sistemas Android e IOS. O objetivo é aproximar a Sociedade de seus associados. Estão disponíveis as seguintes ferramentas: A Associação de Medicina de Família e Comunidade do Estado do Rio de Janeiro (AMFaC-RJ) reforça o convite aos associados da SBMFC para seu quarto congresso, a ser rea- lizado entre 19 e 23 de agosto de 2014, no Rio de Janeiro (RJ). Sob o tema A Ciência e a Arte da Medicina de Família e Comunidade para Todos, SBMFC lança aplicativo para celular Telessaúde: a SBMFC estabeleceu par- ceria com o Telessaúde-RS, visando auxiliar nossos associados por meio da oferta de teleconsultorias sobre casos clínicos, processo de trabalho, educa- ção em saúde, planejamento, monitora- mento e avaliação de ações em Atenção Primária à Saúde (APS). Segunda opinião formativa: 700 dúvidas já respondidas e de livre acesso, desen- volvidas com base em revisão bibliográ- fica nas melhores evidências científicas e clínicas. Biblioteca virtual: mais de 120 publica- ções de livre acesso. Vídeos online: acesso a aulas, palestras, entrevistas, guias de procedimentos e outros assuntos de interesse da MFC. Fotos: visualização de imagens de con- gressos e outros eventos da SBMFC. Eventos: agenda de todos os eventos relacionados à MFC para os próximos meses. Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade: acesso à RBMFC. Notícias: Confira as novidades da SBMFC. 4º Congresso da AMFaC-RJ o 4º Congresso da AMFaC-RJ será integrado ao 1º Seminário Internacional de Pesquisa em APS, à 2ª Oficina Ibero-Americana de Pesquisa em APS e ao 3º Fórum Nacional de Residências. Em breve, a Associação lançará oficialmente o congresso e trará mais informações sobre a pro- gramação. Reserve a data em sua agenda. ©SBMFC/Reprodução