O documento discute como a velhice é frequentemente vista de forma negativa na sociedade ocidental versus como é vista em outras culturas. Ele argumenta que a velhice não deve ser vista apenas como um declínio, mas como uma fase do desenvolvimento humano. Também sugere formas de mudar mentalidades, como valorizar a experiência dos idosos e ensinar o respeito pelos idosos às crianças.
1. UC – Psicologia do Desenvolvimento
Maria João Gomes – aluna 700481 – Turma E6
2. Um dia acordas e esfregas os olhos: já não sabes
porque acordaste. O que o dia te traz, conheces tu
com exactidão: a Primavera ou o Inverno, os
cenários habituais, o tempo, a ordem da vida. Não
pode acontecer nada de inesperado: não te
surpreende nem o imprevisto, nem o invulgar ou o
horrível, porque conheces todas as probabilidades,
tens tudo calculado, já não esperas nada, nem o
bem, nem o mal... e isso é precisamente a velhice.
Sándor Márai, in 'As Velas Ardem Até ao Fim'
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3. A velhice é entendida muitas vezes a duas cores, preto e
branco com cinzento à mistura, como estes slides.
A velhice é encarada como uma fase de deterioração
física e mental sem lugar numa sociedade, cada vez mais
veloz, onde não há tempo para quem tem de andar mais
devagar .
A velhice é vista como uma fase de retrocesso, de perda de
capacidades e, os idosos, assumidos como um peso
morto que a sociedade tem que carregar e que tenta, muitas
vezes, esquecer.
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4. Os “idosos”, como são vulgarmente chamados, são normalmente
associados à solidão e ao isolamento, à pobreza e à exclusão social
e familiar.
Vêem o seu estatuto profissional e social ser desvalorizado com a
entrada na reforma e são percepcionados e apontados pela
sociedade como inúteis, meros “parasitas” sendo, muitas vezes,
excluídos socialmente.
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5. Será a velhice, como é comummente aceite, apenas uma
fase de declínio? E os velhos “destroços de uma vida “
inúteis e descartáveis?
Em muitas culturas nomeadamente nas orientais, o “idoso” é
visto de uma forma respeitosa, é considerado um sábio.
Aquela pessoa a quem nos podemos dirigir para pedir
conselho, que sabe sempre o que dizer, alguém cuja
sagacidade é imensurável.
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6. Nas tribos indígenas os curandeiros são anciãos porque,
logicamente, a sua experiência é superior à dos mais
Jovens e isso confere-lhe um outro estatuto.
Então o que estará errado na cultura ocidental?
Talvez seja a evolução de uma sociedade consumista,
onde quem já não produz, preconceituosamente, deixa
de ter qualquer valor.
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7. Ou talvez:
A nossa obsessão pela eterna juventude;
O medo da morte que nos leva a esconder e a negar a
velhice como se de uma doença altamente contagiosa se
tratasse.
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8. O que fazer para mudar mentalidades?
Criar laços de proximidade com os idosos , ouvir e valorizar a sua
experiência e as suas histórias de vida;
Ensinar às crianças o respeito pelo idoso, isto porque a criança de
hoje será o idoso do futuro.
Favorecer e apoiar a inclusão do idoso como pessoa válida que é.
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9. É urgente reconhecer o envelhecimento como uma outra fase do
desenvolvimento humano, e não apenas aquele patamar de
decadência que antecede o fim.
Associar a ideia de velhice à experiência, à paciência, à
tolerância , à capacidade para escutar e, acima de tudo, à
sabedoria.
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10. Nesta velhice pintada a duas cores não existe, por vezes, espaço
para a alegria é como se a vida se tivesse já extinto ainda antes de
se extinguir.
Nesta velhice pintada a duas cores cabe a cada um
de nós ajudar a pintar a vida de cada “idoso” de
cores mais alegres e vivas atribuindo-lhes o
verdadeiro valor e posicionando-os, social e
profissionalmente, no no lugar onde eles merecem
estar.
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