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Em que direção deve ser conduzida a seleção da raça nelore?
                           (William Koury Filho)

     “O melhoramento dentro dos rebanhos é uma das pedras fundamentais do
desenvolvimento de qualquer raça; e qualquer raça que pare de evoluir já iniciou o
caminho para a extinção”
                                                                    J.J.Daly

      “Se o homem não sabe a que porto se dirige, nenhum vento lhe será favorável.”
                                                                   Sêneca

        Para respondermos à pergunta que dá título ao artigo, deveríamos atentar para
outras indagações, sejam elas: como se originou o gado zebuíno? Como era o nelore que
chegou no Brasil? Como eram caracterizados os sistemas de produção do Brasil na
época? Como é atualmente o nelore brasileiro? Como estão caracterizados os sistemas de
produção no Brasil de hoje? Qual é o mercado? Quais são os anseios do mercado de
carne bovina no Brasil e no mundo? A partir daí, podemos pensar como iremos conduzir
a seleção do gado nelore brasileiro?
        Nesse momento os leitores devem estar questionando o porquê de tantas
perguntas, e poderiam ser pelo menos mais uma dúzia delas, quando o esperado seria
uma possível resposta à pergunta que dá título ao artigo.
        Minha resposta pode ser frustrante para alguns, mas espero que seja intrigante
para a maioria, pois não será uma resposta direta, seria muita pretensão de minha parte
tentar sozinho e em poucas palavras responder a uma questão tão complexa. Assim,
apenas irei colocar algumas reflexões para pensarmos a respeito do assunto.
        Quando falamos em melhoramento genético estamos nos referindo a um processo
embasado em muito estudo, que resulta em números que podem ser estimativas de
valores genéticos ou fenotípicos, e que, através da seleção, irá conduzir a população em
questão para a direção da melhor eficiência produtiva. Se os critérios de seleção
utilizados apontarem para uma direção errada, a conseqüência será que, ao longo do
tempo, essa população perderá em performance, ou seja, haverá uma “piora genética”.

                              Por que tocamos neste assunto?
         Vale lembrar que as raças zebuínas foram importadas da Índia e do Paquistão e
aqui no território brasileiro encontraram condições adequadas de ambiente, isto é,
adaptaram-se muito bem às condições do nosso país e dessa forma tiveram um ótimo
desempenho, principalmente reprodutivo. Tal processo não se deu por acaso, mas sim
pelo fato desses animais passarem por milhares de anos de seleção natural, onde só os
touros mais fortes e férteis e as vacas férteis e que tinham capacidade de criar um bom
bezerro deixavam descendentes. A seleção natural é muito eficiente, e um exemplo muito
claro é olharmos para a condição corporal e vitalidade de animais selvagens tais como
zebras, gnus, antílopes, girafas e outros grandes mamíferos que vivem nas rústicas
savanas africanas.
         O grande sucesso do nelore no Brasil não deve-se à grande pressão de seleção
artificial exercida na Índia, mas sim aos milhares de anos de seleção natural durante o seu
processo evolutivo. A verdade é que a genética que veio para o Brasil já era fantástica,
selecionada nada mais nada menos pela mãe Natureza que, sem modismos ou interesses
comerciais, por milhares de anos se preocupou única e exclusivamente em criar
indivíduos melhores adaptados ao ambiente em que estavam inseridos.
        Tudo o que a teoria da seleção natural diz resume-se no seguinte: se em uma
espécie há uma variação nas características hereditárias dos indivíduos, e algumas são
mais úteis à sobrevivência e à reprodução do que outras, então tais características,
obviamente, se disseminarão mais amplamente na população.
Charles Darwin certa vez resumiu a seleção natural em: “Multiplicar, variar, que o mais
forte sobreviva, que o mais fraco morra.”
        “O mais forte”, como ele bem sabia, não significa necessariamente o mais
vigoroso, mas o melhor adaptado ao ambiente com aptidão para a tarefa de transmitir
seus genes para a geração seguinte. Aptidão é aquilo que a seleção natural, ao redesenhar
continuadamente as espécies, pretende permanentemente maximizar. Se refletirmos no
fato de que a seleção artificial no Brasil para a raça é relativamente nova, pois alguns dos
grandes genearcas que mais influenciaram o atual rebanho vieram para este território na
importação de 1962, aptidão é o que fez o nelore ser o que é hoje.
        A natureza é sábia, porém o seu processo de seleção é muito lento. No mundo
globalizado em que vivemos, não há espaço para poesia na produção animal. Assim, o
adágio popular “tempo é dinheiro” é o que conduz os sistemas capitalistas, e quem for
capaz de evoluir mais rápido terá maiores probabilidades de ganhar os diferentes
mercados, que, além da exigência da eficiência produtiva, está cada vez mais preocupado
com o impacto ambiental e com o bem-estar de animais e homens envolvidos na
atividade.

        Seleção artificial e sua eficiência quando comparada à seleção natural
        Entre os seres humanos atuais e o Australopithecus, que caminhava ereto mas
tinha o cérebro do tamanho do cérebro de um macaco, transcorreram alguns milhões de
anos de seleção natural e cerca de 200 mil gerações. Talvez não pareça muito. Mas
através da seleção artificial que foi realizada nos canídeos, foram necessários algo em
torno de 5 mil gerações para transformar um lobo em um Chihuahua – e, ao mesmo
tempo, por uma linhagem paralela, em um São Bernardo.
        Quando o homem assumiu o papel de conduzir a seleção artificialmente, ele
passou a determinar quais animais irão gerar descendentes. Esse é o conceito de seleção:
escolha dos indivíduos que irão proliferar seus genes na população com maiores ou
menores freqüências. Assim, ao relembrarmos a história da bovinocultura de corte no
Brasil, notaremos que existem inúmeros exemplos de seleção conduzida por modismo ou
paixão, e não por resultados, como deveria ser. Cabe aqui um parêntese para salientar a
competência dos grandes selecionadores brasileiros que durante o pouco espaço de tempo
que vêm trabalhando com a raça, fizeram do nelore brasileiro, sem dúvida alguma, uma
das melhores alternativas para a produção de carne no mundo tropical.
        É fato que inúmeras boas características do gado zebuíno são inerentes à espécie –
selecionada com muita destreza e paciência pela sábia mãe Natureza – e que temos que
ter muita habilidade para mantê-las e melhorar o que pode e vem sendo melhorado em
performance para características como: ganho de peso, rendimento de carcaça,
precocidade sexual, precocidade de acabamento e maciez da carne, entre outras.
        Porém, vale lembrar que ainda hoje existem criadores que se “apaixonam” por
determinados animais com algum problema, sendo ainda mais grave quando se trata de
problemas reprodutivos, e assim insistem para que o mesmo permaneça em seu rebanho
proliferando seus genes de maneira natural com muito custo ou através da utilização de
fármacos e até biotecnologias como a FIV (fecundação in vitro). A incapacidade de
desmamar um bom bezerro também deve ser repudiada. Quando uma vaca precisa de
ajuda neste sentido, ela de maneira alguma pode ser considerada uma boa matriz.
        O sul-africano Prof. Bosman tinha como rigor técnico eliminar da população
selecionada indivíduos que apresentassem características indesejáveis, principalmente
nos atributos reprodutivos e funcionais.
        A seleção mal conduzida pode levar uma população ou raça à extinção. Se
pensarmos como capitalistas, realidade do mundo competitivo, errar pode levar à
incapacidade de competir com outras raças que disputam o mercado e conseqüentemente
ao fracasso.
        O zebu brasileiro está inserido em um mercado mundial extremamente
competitivo no universo de raças bovinas produtoras de carne.
Para decidirmos onde queremos ir com a raça nelore, não podemos deixar de saber de
onde ela veio e como ela é atualmente.

                            Genótipo X Sistemas de Produção
        Vale refletir que o que ocorre hoje no Brasil, é que são várias as possibilidades de
ambiente, pois tem-se climas diferentes nas distintas regiões do país, e ainda muitas
possibilidades de sistemas de produção em cada uma dessas regiões. O raciocínio deve
ser o seguinte: se os rebanhos fossem criados em sistemas de produção bem definidos,
sem a inclusão de material genético oriundo de outros sistemas de produção, e se a
seleção fosse baseada em critérios bem definidos para melhor eficiência produtiva,
principalmente no que diz respeito a índices de fertilidade, certamente depois de algum
tempo teríamos biótipos com características particulares em cada uma das situações de
ambiente.
        O que ocorre atualmente é que muitos selecionadores e associações de raça têm a
intenção de achar que seu rebanho, ou sua raça, pode ser a melhor para todas essas
condições. Creio que seria muito mais adequado focar melhor que tipo de animal se quer
produzir e para qual mercado em específico. Ou seja, o nelore criado em pastagens de
“brachiarão” suplementado com um bom mineral e ainda com suplementação protéica
para as categorias mais jovens, a seleção caminhará para os indivíduos de melhor
performance nesse sistema de produção e o mercado deverá ser os criadores que possuem
sistemas de produção próximos ao sistema em que esses animais foram selecionados.
        Extremos desse exemplo são animais criados em “brachiarinha” ou pastagens
naturais em terras mais fracas e animais criados na cocheira para participarem de
exposições agropecuárias. Logicamente o ótimo para qualquer uma dessas situações
deverá ser diferente do que o é para a outra. Se colocarmos bezerras selecionadas por
critérios de pista no ambiente fraco, essas fêmeas provavelmente terão maiores
dificuldades em estarem em bom estado corporal na estação de monta e
conseqüentemente terão maiores dificuldades em conceber, da mesma forma que as
fêmeas selecionadas no ambiente mais fraco provavelmente não terão um desempenho
satisfatório na cocheira quando comparadas às selecionadas para este fim.
        Vale ressaltar que estávamos falando de extremos e que em terras mais fracas não
temos muito o que fazer para criarmos com eficiência senão trabalharmos com animais
nutricionalmente menos exigentes. Já a pista pode apontar para um desenho e frame de
animais mais condizentes com a realidade de boas pastagens e uma boa suplementação
mineral/protéica, o que parece ser hoje o caminho apontado pelos jurados: não ir tão além
dessa realidade.
        É importante salientar que o que faz o Brasil ser tão competitivo no mercado
mundial de carne bovina, é o menor custo de produção por quilograma de produto, isso
devido à grande aptidão do país para criação de animais em regime de pastagens.
        Voltando ao raciocínio que deu origem a essa reflexão, se destinarmos todas as
raças para a seleção para as mesmas características, daqui a muitos milhares de anos elas
serão muito mais próximas, pois a origem de todas elas é a mesma, o bos primigenius,
que é considerado o ancestral das raças bovinas criadas atualmente. Grosseiramente, se os
criadores de zebuínos pensarem em melhorar cegamente as precocidades (sexual e de
acabamento) e qualidade de carcaça e os de taurinos continuarem a selecionar
radicalmente para adaptabilidade aos trópicos que inclui resistência a parasitos, tolerância
ao calor, etc. ao longo de muitos e muitos anos eles serão mais parecidos. Isso seria
interessante?
        Não é difícil afirmar que atualmente a nelore é a raça que melhor se adapta à
maioria dos sistemas de produção existentes no país, mas não podemos dizer que é a
melhor raça para todas as situações possíveis de produção. Também não podemos ignorar
que o produto final obtido vai ser valorizado pelo mercado consumidor, o qual varia com
os gostos e costumes regionais.
        Creio que as raças separadas geograficamente por milhares e milhares de anos
têm suas particularidades, e devem sim ser selecionadas para características
economicamente importantes, mas de forma estratégica para não se perder as excelentes
características que levaram milhares de anos para se fixarem e definirem estas
populações, pois não existe um super bovino, melhor em performance, para todas as
condições de ambiente, e nem nunca existirá.

Publicado em 2003 na revista da ABCZ.

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Em que direção deve ser conduzida a seleção da raça nelore

  • 1. Em que direção deve ser conduzida a seleção da raça nelore? (William Koury Filho) “O melhoramento dentro dos rebanhos é uma das pedras fundamentais do desenvolvimento de qualquer raça; e qualquer raça que pare de evoluir já iniciou o caminho para a extinção” J.J.Daly “Se o homem não sabe a que porto se dirige, nenhum vento lhe será favorável.” Sêneca Para respondermos à pergunta que dá título ao artigo, deveríamos atentar para outras indagações, sejam elas: como se originou o gado zebuíno? Como era o nelore que chegou no Brasil? Como eram caracterizados os sistemas de produção do Brasil na época? Como é atualmente o nelore brasileiro? Como estão caracterizados os sistemas de produção no Brasil de hoje? Qual é o mercado? Quais são os anseios do mercado de carne bovina no Brasil e no mundo? A partir daí, podemos pensar como iremos conduzir a seleção do gado nelore brasileiro? Nesse momento os leitores devem estar questionando o porquê de tantas perguntas, e poderiam ser pelo menos mais uma dúzia delas, quando o esperado seria uma possível resposta à pergunta que dá título ao artigo. Minha resposta pode ser frustrante para alguns, mas espero que seja intrigante para a maioria, pois não será uma resposta direta, seria muita pretensão de minha parte tentar sozinho e em poucas palavras responder a uma questão tão complexa. Assim, apenas irei colocar algumas reflexões para pensarmos a respeito do assunto. Quando falamos em melhoramento genético estamos nos referindo a um processo embasado em muito estudo, que resulta em números que podem ser estimativas de valores genéticos ou fenotípicos, e que, através da seleção, irá conduzir a população em questão para a direção da melhor eficiência produtiva. Se os critérios de seleção utilizados apontarem para uma direção errada, a conseqüência será que, ao longo do tempo, essa população perderá em performance, ou seja, haverá uma “piora genética”. Por que tocamos neste assunto? Vale lembrar que as raças zebuínas foram importadas da Índia e do Paquistão e aqui no território brasileiro encontraram condições adequadas de ambiente, isto é, adaptaram-se muito bem às condições do nosso país e dessa forma tiveram um ótimo desempenho, principalmente reprodutivo. Tal processo não se deu por acaso, mas sim pelo fato desses animais passarem por milhares de anos de seleção natural, onde só os touros mais fortes e férteis e as vacas férteis e que tinham capacidade de criar um bom bezerro deixavam descendentes. A seleção natural é muito eficiente, e um exemplo muito claro é olharmos para a condição corporal e vitalidade de animais selvagens tais como zebras, gnus, antílopes, girafas e outros grandes mamíferos que vivem nas rústicas savanas africanas. O grande sucesso do nelore no Brasil não deve-se à grande pressão de seleção artificial exercida na Índia, mas sim aos milhares de anos de seleção natural durante o seu processo evolutivo. A verdade é que a genética que veio para o Brasil já era fantástica,
  • 2. selecionada nada mais nada menos pela mãe Natureza que, sem modismos ou interesses comerciais, por milhares de anos se preocupou única e exclusivamente em criar indivíduos melhores adaptados ao ambiente em que estavam inseridos. Tudo o que a teoria da seleção natural diz resume-se no seguinte: se em uma espécie há uma variação nas características hereditárias dos indivíduos, e algumas são mais úteis à sobrevivência e à reprodução do que outras, então tais características, obviamente, se disseminarão mais amplamente na população. Charles Darwin certa vez resumiu a seleção natural em: “Multiplicar, variar, que o mais forte sobreviva, que o mais fraco morra.” “O mais forte”, como ele bem sabia, não significa necessariamente o mais vigoroso, mas o melhor adaptado ao ambiente com aptidão para a tarefa de transmitir seus genes para a geração seguinte. Aptidão é aquilo que a seleção natural, ao redesenhar continuadamente as espécies, pretende permanentemente maximizar. Se refletirmos no fato de que a seleção artificial no Brasil para a raça é relativamente nova, pois alguns dos grandes genearcas que mais influenciaram o atual rebanho vieram para este território na importação de 1962, aptidão é o que fez o nelore ser o que é hoje. A natureza é sábia, porém o seu processo de seleção é muito lento. No mundo globalizado em que vivemos, não há espaço para poesia na produção animal. Assim, o adágio popular “tempo é dinheiro” é o que conduz os sistemas capitalistas, e quem for capaz de evoluir mais rápido terá maiores probabilidades de ganhar os diferentes mercados, que, além da exigência da eficiência produtiva, está cada vez mais preocupado com o impacto ambiental e com o bem-estar de animais e homens envolvidos na atividade. Seleção artificial e sua eficiência quando comparada à seleção natural Entre os seres humanos atuais e o Australopithecus, que caminhava ereto mas tinha o cérebro do tamanho do cérebro de um macaco, transcorreram alguns milhões de anos de seleção natural e cerca de 200 mil gerações. Talvez não pareça muito. Mas através da seleção artificial que foi realizada nos canídeos, foram necessários algo em torno de 5 mil gerações para transformar um lobo em um Chihuahua – e, ao mesmo tempo, por uma linhagem paralela, em um São Bernardo. Quando o homem assumiu o papel de conduzir a seleção artificialmente, ele passou a determinar quais animais irão gerar descendentes. Esse é o conceito de seleção: escolha dos indivíduos que irão proliferar seus genes na população com maiores ou menores freqüências. Assim, ao relembrarmos a história da bovinocultura de corte no Brasil, notaremos que existem inúmeros exemplos de seleção conduzida por modismo ou paixão, e não por resultados, como deveria ser. Cabe aqui um parêntese para salientar a competência dos grandes selecionadores brasileiros que durante o pouco espaço de tempo que vêm trabalhando com a raça, fizeram do nelore brasileiro, sem dúvida alguma, uma das melhores alternativas para a produção de carne no mundo tropical. É fato que inúmeras boas características do gado zebuíno são inerentes à espécie – selecionada com muita destreza e paciência pela sábia mãe Natureza – e que temos que ter muita habilidade para mantê-las e melhorar o que pode e vem sendo melhorado em performance para características como: ganho de peso, rendimento de carcaça, precocidade sexual, precocidade de acabamento e maciez da carne, entre outras. Porém, vale lembrar que ainda hoje existem criadores que se “apaixonam” por
  • 3. determinados animais com algum problema, sendo ainda mais grave quando se trata de problemas reprodutivos, e assim insistem para que o mesmo permaneça em seu rebanho proliferando seus genes de maneira natural com muito custo ou através da utilização de fármacos e até biotecnologias como a FIV (fecundação in vitro). A incapacidade de desmamar um bom bezerro também deve ser repudiada. Quando uma vaca precisa de ajuda neste sentido, ela de maneira alguma pode ser considerada uma boa matriz. O sul-africano Prof. Bosman tinha como rigor técnico eliminar da população selecionada indivíduos que apresentassem características indesejáveis, principalmente nos atributos reprodutivos e funcionais. A seleção mal conduzida pode levar uma população ou raça à extinção. Se pensarmos como capitalistas, realidade do mundo competitivo, errar pode levar à incapacidade de competir com outras raças que disputam o mercado e conseqüentemente ao fracasso. O zebu brasileiro está inserido em um mercado mundial extremamente competitivo no universo de raças bovinas produtoras de carne. Para decidirmos onde queremos ir com a raça nelore, não podemos deixar de saber de onde ela veio e como ela é atualmente. Genótipo X Sistemas de Produção Vale refletir que o que ocorre hoje no Brasil, é que são várias as possibilidades de ambiente, pois tem-se climas diferentes nas distintas regiões do país, e ainda muitas possibilidades de sistemas de produção em cada uma dessas regiões. O raciocínio deve ser o seguinte: se os rebanhos fossem criados em sistemas de produção bem definidos, sem a inclusão de material genético oriundo de outros sistemas de produção, e se a seleção fosse baseada em critérios bem definidos para melhor eficiência produtiva, principalmente no que diz respeito a índices de fertilidade, certamente depois de algum tempo teríamos biótipos com características particulares em cada uma das situações de ambiente. O que ocorre atualmente é que muitos selecionadores e associações de raça têm a intenção de achar que seu rebanho, ou sua raça, pode ser a melhor para todas essas condições. Creio que seria muito mais adequado focar melhor que tipo de animal se quer produzir e para qual mercado em específico. Ou seja, o nelore criado em pastagens de “brachiarão” suplementado com um bom mineral e ainda com suplementação protéica para as categorias mais jovens, a seleção caminhará para os indivíduos de melhor performance nesse sistema de produção e o mercado deverá ser os criadores que possuem sistemas de produção próximos ao sistema em que esses animais foram selecionados. Extremos desse exemplo são animais criados em “brachiarinha” ou pastagens naturais em terras mais fracas e animais criados na cocheira para participarem de exposições agropecuárias. Logicamente o ótimo para qualquer uma dessas situações deverá ser diferente do que o é para a outra. Se colocarmos bezerras selecionadas por critérios de pista no ambiente fraco, essas fêmeas provavelmente terão maiores dificuldades em estarem em bom estado corporal na estação de monta e conseqüentemente terão maiores dificuldades em conceber, da mesma forma que as fêmeas selecionadas no ambiente mais fraco provavelmente não terão um desempenho satisfatório na cocheira quando comparadas às selecionadas para este fim. Vale ressaltar que estávamos falando de extremos e que em terras mais fracas não
  • 4. temos muito o que fazer para criarmos com eficiência senão trabalharmos com animais nutricionalmente menos exigentes. Já a pista pode apontar para um desenho e frame de animais mais condizentes com a realidade de boas pastagens e uma boa suplementação mineral/protéica, o que parece ser hoje o caminho apontado pelos jurados: não ir tão além dessa realidade. É importante salientar que o que faz o Brasil ser tão competitivo no mercado mundial de carne bovina, é o menor custo de produção por quilograma de produto, isso devido à grande aptidão do país para criação de animais em regime de pastagens. Voltando ao raciocínio que deu origem a essa reflexão, se destinarmos todas as raças para a seleção para as mesmas características, daqui a muitos milhares de anos elas serão muito mais próximas, pois a origem de todas elas é a mesma, o bos primigenius, que é considerado o ancestral das raças bovinas criadas atualmente. Grosseiramente, se os criadores de zebuínos pensarem em melhorar cegamente as precocidades (sexual e de acabamento) e qualidade de carcaça e os de taurinos continuarem a selecionar radicalmente para adaptabilidade aos trópicos que inclui resistência a parasitos, tolerância ao calor, etc. ao longo de muitos e muitos anos eles serão mais parecidos. Isso seria interessante? Não é difícil afirmar que atualmente a nelore é a raça que melhor se adapta à maioria dos sistemas de produção existentes no país, mas não podemos dizer que é a melhor raça para todas as situações possíveis de produção. Também não podemos ignorar que o produto final obtido vai ser valorizado pelo mercado consumidor, o qual varia com os gostos e costumes regionais. Creio que as raças separadas geograficamente por milhares e milhares de anos têm suas particularidades, e devem sim ser selecionadas para características economicamente importantes, mas de forma estratégica para não se perder as excelentes características que levaram milhares de anos para se fixarem e definirem estas populações, pois não existe um super bovino, melhor em performance, para todas as condições de ambiente, e nem nunca existirá. Publicado em 2003 na revista da ABCZ.