O documento discute as tendências genéticas da pecuária brasileira, argumentando que a inseminação artificial, o cruzamento de raças e a seleção de animais mais produtivos irão melhorar a rentabilidade dos criadores. A utilização de raças européias para cruzamentos industriais e a produção de animais tricross são apontadas como caminhos para dobrar a produção de carne com o mesmo espaço.
EFEITO DO ESTANDE DE PLANTAS NA EXPRESSÃO DA VIROSE EM AMENDOIM NO ESTADO DE ...
As tendências genéticas da nossa pecuária
1. As tendências genéticas
da nossa pecuária
www.CRIgenetica.com.br NOSSA ORIGEM, SEU MELHOR RESULTADO
(16) 3362 3888
2. NOSSA ORIGEM, SEU MELHOR RESULTADO
Utilizando as informações trazidas do
campo, quero convidá-lo a uma reflexão
sobre as tendências da cria analisadas pelo
prisma da genética, em que inexoravelmente
abordarei os diversos sistemas de manejo
utilizados pelos pecuaristas para que cada um
tire suas próprias conclusões.
Antes de iniciar nossa discussão, devemos
lembrar que os pobres índices produtivos da
bovinocultura de corte brasileira são reflexo,
primeiro, da tradição extrativista herdada do
nosso antepassado, a qual sempre pregou
a cultura da pecuária econômica, em que o
criador deveria gastar pouco ou quase nada,
colhendo os bezerros na desmama com índices
que nem ele ao certo sabia.
Há25anostrabalhando
nas empresas de
inseminação artificial
vemos que a técnica
disparou nos últimos
8 anos através
da utilização da
Inseminação Artificial
por Tempo Fixo (IATF),
levando muitos criadores
que não dispunham de mão de obra treinada a
lançar mão dessa ferramenta primorosa, a qual
para muitos profissionais e consultores tenha
talvez a mesma importância para a pecuária
que o trator teve para a agricultura, traduzindo-
se em uma verdadeira revolução no meio.
Tenho que citar a IATF para iniciar a discussão
sobre as tendências genéticas para nosso
rebanho, pois é a partir dela que observamos
um aumento significativo do cruzamento,
onde pelos cálculos dos produtores, os
30 kg de sobrepeso dos bezerros cruzados
desmamados em relação aos não cruzados,
custeiam toda a reprodução da fazenda. E
ainda, caso os bezerros sejam recriados e
engordados na propriedade, perfazendo o ciclo
completo,estima-seumlucroaindamaiorcomo
adiantamentode12mesesnoabatedoscruzados
em relação ao gado não cruzado.
3. NOSSA ORIGEM, SEU MELHOR RESULTADO
Oque já estamos vivenciando nas grandes
fazendas de cria é o aumento do uso
de até 2 IATF na mesma vaca ou a chamada
“ressincronização” nas matrizes que não
emprenhem na 1ª IATF. De acordo com
pesquisas recentes, a economia que se
consegue com o uso da ressincronização é
substancial, visto que nesse caso a quantidade
de touros alocados na fazenda para servirem
no repasse da IATF cai pela metade.
Outro fator que influenciará no direcionamento
genético dos rebanhos diz respeito a reposição
de matrizes de qualidade, em que uma simples
análise de custo mensal por cabeça nos leva
a buscar as matrizes mais precoces possíveis,
pois se a 1ª cria de uma novilha vier 12 meses
antes que outra mais tardia, economizaremos
2@ no custo de produção do bezerro nascido
de uma novilha precoce (considerando um
custo anual de 2@ por novilha no pasto).
Analisando pelo âmbito do manejo e seus
custos, temos estudos de experientes analistas
e consultores demonstrando que o custo fixo
da propriedade é o maior peso na conta final de
um boi, em que alguns casos tais custos fixos
(depreciações, salários, contas fixas) de um
animal criado, recriado e abatido na fazenda
pode chegar a 60% do custo total, ou seja,
quanto mais jovem o animal for para o abate,
menor o custo para se criar, aumentando assim
o lucro da fazenda dentro da porteira.
Já pelo ângulo da nutrição e disponibilidade de resíduos da agricultura, nos deparamos com
uma farta disponibilidade de farelos advindos da avalanche lavourista em todas direções que
sinalizaram terras agricultáveis, pois jamais em toda história de nosso país se plantou tanto.
Desse modo, veremos possivelmente rações formuladas com preços finais muito atrativos para quem
deseja intensificar seu sistema de engorda.
4. NOSSA ORIGEM, SEU MELHOR RESULTADO
Não poderíamos nos abster de discorrer
sobre a carne que compramos, mesmo
que o maior consumo seja por carne de panela
de baixa qualidade (entende-se por qualidade
no Brasil – maciez), devemos
considerar sobretudo a
inclusão de 40 milhões de
brasileiros na classe C,
indicando nas pesquisas que
um naco do aumento salarial
de cada trabalhador dessa
classe vira carne vermelha,
sendo cortes nobres, aqueles usados para o
churrasco semanal. Destrinchando o mercado
consumidor com mais detalhe, enxergamos o
interessante mercado da alta gastronomia, no
qual existe a busca por esta carne fina e macia,
frigoríficos criam marcas de carnes, com cortes
especiais, que tenham em sua proporção
maior grau de raças taurinas, pois pesquisas
no mundo todo concluíram que quanto maior
o grau de sangue taurino maior a maciez da
carne. Tais programas levam a pagamentos de
prêmios que chegam a 8% sobre o preço da
arroba quando atendem todos
os requisitos no abate.
Em vista desses aspectos, se
quisermos fazer uma pecuária
mais rentável, a tendência
para os próximos anos será
o direcionamento da seleção
do nosso Nelore buscando precocidade e
habilidade materna, devendo haver uma busca
por “touros maternos” que transmitam essas
características e que ainda sejam vendidos
com melhores preços apenas os animais
geneticamente superiores avaliados em
programas de melhoramento.
“...pesquisas no mundo
todo concluíram que
quanto maior o grau de
sangue taurino maior a
maciez da carne.”
5. NOSSA ORIGEM, SEU MELHOR RESULTADO
Veremos também o aumento do uso da
“ressincronização” da IATF a passos
largos utilizando sêmen de raças europeias
britânicas para que sejam retidas e utilizadas
como matrizes, as quais serão expostas a
reprodução com 14 meses de idade, produzindo
seu primeiro bezerro antes dos 24 meses.
Tais matrizes sustentam seus bezerros e
desmamam os mesmos sempre mais pesados,
pois sua produção de leite é maior que uma
vaca não cruzada.
Também veremos o aumento da venda de
touros taurinos adaptados como Bonsmara,
Senepol e Caracu, os quais trabalham muito
bem no repasse da IATF, gerando 100% de
heterose, bem como geram ao mesmo tempo
adaptabilidade, heterose e carcaças com
carne de maciez inigualável quando cruzados
com as matrizes F1 Angus ou F1 Hereford.
Da mesma forma, crescerá a olhos vistos
a demanda por touros Braford, Brangus e
Canchim, que cobrem muito bem no campo
e produzem bezerros com metabolismo
ideal para ser terminado no confinamento.
Em consonância com o manejo alimentar mais
detalhado e maior tecnologia na técnica do
confinamento, a procura por animais de maior
metabolismo se fará presente. Dessa forma,
haverá uma corrida na direção de animais
tricross, devendo no Centro Oeste aumentar
o número de superprecoces confinados e
precoces recriados na Integração Lavoura
Pecuária (ILP).
TRICROSS CARACU X ½ RED ANGUS
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Aliás, quando falamos de matrizes de qualidade, vemos que haverá ainda o aumento na
procura da novilha meio sangue Angus ou meio sangue Hereford para engorda e abate,
sendo que essa carne apresenta gordura clara, ótima maciez e cobertura de gordura e é vendida
por melhores preços a nichos de mercado mais exigentes. Considerada por muitos a “rainha da
pecuária brasileira” por seus atributos reprodutivos, essa matriz F1 naturalmente precoce e fértil
apresenta uma versatilidade inigualável servindo de base para outros programas de produção.
Alexandre Zadra
Supervisor de Vendas CRI
zadra@crigenetica.com.br
Como se não bastasse, quando pensamos no sistema de
produção do superprecoce, animal abatido antes da primeira
muda de dentição, a F1 Britânica entra como a base a ser
inseminada com outras raças europeias, tais como Simental e
Charolês, criando aí o produto tricross com alto metabolismo
requerido na engorda do superprecoce, o qual deve ganhar
se possível na faixa de 1.800 g ao dia.
Devemos nos conscientizar que se queremos fugir dessa
ultrapassadarealidadedenossapecuáriaedobraraprodução
de carne na mesma área, não há outro caminho que não seja
manter as vacas no pasto melhorando-as paulatinamente
através da seleção e utilizando-as no cruzamento industrial
com raças maternas para, assim, produzir os excepcionais
tricross que deverão ser confinados, seja após uma pequena
recria nas áreas de Integração Lavoura Pecuária, ou mesmo
confinados tão logo sejam desmamados.