A imagem. Essa companheira inseparável de nossos corpos. Devido a ela é que nos sentimos como que perseguidos por todas as horas do dia. Manifestadora dos enigmáticos desejos, medos e movimentos deste sentir-se vivo. Contudo, independente de tão grande polêmica envolvida na imagem corporal, a abordagem deste trabalho concentra-se na grande área da Antropologia Cultural, tendo em vista sua relevância no processo etnográfico que aqui será levantado e inserido na discussão da Educação Física ou Educação Motora para a contemporaneidade.
2. “Dois especialistas franceses escreveram um livro pedagógico sobre os
homossexuais, destinado (utopicamente, é claro) a substituir nas bancas de
jornal as obras análogas de caráter erótico, escandaloso, comercial, etc. É
um livro que se pretende honesto, claro, exaustivo, democrático,
moderado.”
Pier Paolo Pasolini.
2
3. Aimagem.
Essa companheira inseparável de nossos corpos. Devido a ela é que nos
sentimos como que perseguidos por todas as horas do dia . Manifestadora dos
enigmáticos desejos, medos e movimentos deste sentir-se vivo. Contudo,
independente de tão grande polêmica envolvida na imagem corporal, a
abordagem concentra-se na grande área da Antropologia Cultural, tendo em
vista sua relevância no processo etnográfico que aqui será levantado e inserido
na discussão da Educação Física ou Educação Motora para a
contemporaneidade1
.
A Cultura é o conjunto dos comportamentos, saberes e saber-fazer
característicos de um grupo humano ou de uma sociedade dada, sendo essas
atividades adquiridas através de um processo de aprendizagem, e transmitidas
ao conjunto de seus membros2
. Ou seja, responsável pelo desenvolvimento do
homem em comunhão com a Natureza. Sendo nosso corpo expressão de nossa
cultura (KOFES, 1985) e sua construção implicitamente permeada por uma
dinâmica de aprendizagem motora. Atualmente, boa parte dos acadêmicos e
profissionais atentos às notáveis transformações da última década deste
milênio, envolvem-se num entendimento aquiescente para a nova era do
corpo.
Tendo em vista as vastas dimensões que tal fenômeno poderia
suscitar-nos, detenho-me na investigação de uma sub-área da sexualidade
1
In: DAOLIO, J. Contribuições da Antropologia ao Estudo da Aprendizagem Motora. p. 65.
2
De acordo com LAPLANTINE, F. Aprender Antropologia. p.120.
3
4. humana considerada a partir da cultura corporal: a subcultura3
homossexual
masculina ou subcultura guei4
.
Notoriamente, o ensinar movimento implica num sem número de
interações que convivem entre professores e alunos indistintamente, e que não
se envolve em intimidades “indiscretas e indevidas”. Mas o fato de que muitos
significados da cultura possam estar inseridos e presentes numa aula de
Educação Motora é indiscutível. Não persuadir o caráter da aula unicamente em
terapia psicomotora é uma condição importante para que haja um encontro
espontâneo entre a sensibilidade e a inteligência do aluno e da turma.
VOTRE el alii (1993) consideram toda investigação sendo, num certo
sentido, descritiva, sem deixar de ser também relativamente interpretativa.
Logo, estamos frente a questões de grau, e não de categorias discretas. Isso
idealiza um nível interpretativo, proporcionando razões e explicações a partir
de categorias invisíveis, que dão conta do modo organizacional do mundo
visível.
3
O termo é utilizado por GOODWIN, J.P. (1989, pp. 27-28) In: ‘It Takes One To Know One: communication and
identification in the gay subculture’, no qual ele determina níveis de aculturação a partir da típica comunicação. A
observação sistemática no distanciamento da cultura masculina padrão ocorre quando o indivíduo alcança o que ele
estabelece como: terceiro nível de aculturação - sua primeira associação com a subcultura - desde este ponto, ele
inevitavelmente se transforma num portador passivo dessas tradições. Além disso, a comunicação não verbal ocorre
sobre um nível de subconsciência, ele quase certamente tornar-se-á um indivíduo ativo portador de ao menos este
aspecto da comunicação guei, usando alguma coisa disso - sem seu conhecimento - para identificar outros e deixá-los
conhecer sua orientação. Se ele alcança o quarto nível, passa a praticar seu novo conhecimento conscientemente,
então no quinto estágio passa a servir de modelo para outros novos adeptos. Se essa comunicação não satisfizesse as
necessidades da subcultura guei, essa não existiria. Suas funções de várias formas, ajudam a definir a subcultura,
marcando ambos, membros e não membros; é um meio através do qual a herança cultural da comunidade guei pode
ser conduzida.
4
Segundo o Novo Dicionário AURÉLIO da Língua Portuguesa (1986): [do ing. gay, ‘alegre’, ‘gaio’] Adj. Diz-se
de, ou pessoa homossexual; gay.
4
5. A imagem do gesto, seu nível simbólico, pode oferecer interpretação
seguindo padrões de comportamentos já tipificados pela cultura.
Todo o contexto da cultura corporal enfatizada na aula, tanto a
coletividade como a individualidade e respeitando as visões de mundo
diferenciadas, as vivências e a consciência corporal corrobora, àquele envolvido
com a licenciatura, quando compreende a dinâmica desta referida subcultura.
Contribuindo substancialmente num afastamento da situação de aula das idéias
subjetivas ou estigmatizantes.
Além de que não se deve propor exigência de eficiência motora como
finalidade da aula, também considero a diversidade de expressividade do aluno
para que ele vivencie a aula satisfatoriamente. A ressalva inicial que se faz para
um aprofundamento teórico na expressividade do aluno caracterizado com
tendência homossexual apresenta-se a partir do trabalho de MACRAE(1990),
que procura diferenciação entre o comportamento, os papéis, categorizações e
identidades homossexuais5
. Contudo, alcançar as intenções desse mundo de
categorias sexuais não determina que necessariamente “aquele” aluno se
integre na subcultura homossexual.
Uma psicanalista de crianças que muito tem contribuído, através de
observações clínicas e de suas obras, Françoise Dolto, relata a partir de um
estudo de caso, quando uma mãe apresenta-lhe o problema de seu filho de sete
anos e meio, que só gosta de brincar com as meninas e fazer bordados; e
quando na televisão, ele vê uma apresentação de balé, começa a dançar.
Ela menciona que é muito difícil sê-lo. A descoberta de “sua”
homossexualidade, em alguns casos, é muito dolorosa e suscita “culpas”,
levando o corpo desperto nessa orientação à dificuldade em suportar contatos
5
Sobre esse ponto cf. Peter Fry, apud MACRAE, E. In: Identidade Homossexual e Política. p. 47.
5
6. corporais ambivalentes de um diálogo vivido em nível da sensibilidade
somático-afetiva6
.
Muito se fala sobre a Dança enquanto atividade que discrimina
culturalmente os meninos que se enveredam por tal prática. Todavia, deve ser
entendida em concordância à obra de um Coletivo de Autores (1992) que a
posiciona na Educação Física Escolar como “capacidade da expressão corporal” e
que vai se desenvolvendo a partir de uma continuidade de experiências
temáticas, onde o corpo é suporte dessa comunicação evolutiva.
Constato assim a dança, como técnica corporal, e que quando
estigmatizada por uma conjuntura sócio-cultural, possa ser o “refúgio motor”
que o aluno com essa tendência se vale para sublimar aquelas que ele considera
desfavoráveis, e que não lhe atribuem satisfação interativa naquele momento.
Mas, sobretudo coadjuvantes à individuação e às sensações de bem-estar ou
mal-estar, que participam na compreensão global de cultura corporal dos
indivíduos. Dessa maneira estou atento ao caráter profundamente respeitável
dessa subcultura e à sua diversa heterogeneidade intraespecífica.
A censura observada num contexto sócio-histórico deve vincular-se ao
nível das condutas corporais e da ideologia que, na modernidade, consolidaram
os arquétipos homossexual ou heterossexual. Porém de acordo com a
elaboração do “arco cultural”, segundo BENEDICT7
, escontramos determinados
segmentos onde seus comportamentos são mais valorizados e assim,
compartilhados com membros que sentem as mesmas inclinações e/ou
aversões.
6
Conforme LAPIERRE, A. & AUCOUTURIER, B. Fantasmas Corporais e Prática Psicomotora. p. 83.
7
Ruth Benedict, apud. LAPLANTINE, F., pp.126-127.
6
7. Geralmente, quando se trata de “culpas de caráter individual” - tais
como a homossexualidade, segundo GOFFMAN - o estigmatizado quando numa
mesma situação social, aqui compreendida no fato histórico-social aula de
Educação Motora, pode tornar o contato corporal prejudicado pela resistência à
diferença, ou seja, em ocorrência da presença física imediata do outro.
Este outro é fisiologicamente igual, mas para o aluno com essa
orientação, pode ser sentido como objeto imediato de seu desejo. A simples
previsão de tais contatos levaria alunos masculinos e os estigmatizados a
organizar a vida de forma a evitá-los. Presumivelmente, isso terá maiores
conseqüências para os estigmatizados.
Tal parâmetro estabelece que uma pessoa estigmatizada não exibe
interação social e afetiva verdadeiramente intercambiada, determinando por
exemplo, uma situação em que muitas vezes sua insegurança o conduz ao
afastamento.
O conceito de identidade, sob o ponto de vista psicanalítico, como
qualidade ulterior que o indivíduo estabelece em si, deve-se a um conceito
mais amplo de identificação:
“Num primeiro momento ela está para além de uma mera relação de
semelhança. Longe de ligar dois sujeitos distintos, transformando-se um deles
no outro, a identificação se produz, ao contrário, no espaço psíquico de um
único e mesmo sujeito, ou seja, na relação da criança com o objeto, nos
registros do real, do imaginário e do simbólico” ·8
.
8
In: HASSON, M. B. C. et alii. A Identidade Sexual e o Vínculo com o Corpo: as Diferenças do Masculino e do
Feminino na Relação Psicomotora. p.17.
7
8. Na mesclagem desses pontos de vista saliento a cooperatividade para
uma interpretação, tanto através do discurso antropológico como do
psicanalítico, que possa vir a ser formulada concernente ao fenômeno e ao
discurso que se faz relativo ao mesmo.
As autoras9
abordaram a temática da relação psicomotora implicadas à
identidade, desde:
“(...) à origem e à gênese do sujeito a partir de seu vivido corporal(...) Partindo
da busca de prazer, da vivência pulsional sem nenhuma noção de si mesmo,
fusionado nas primeiras relações com a mãe, o indivíduo tornar-se-á sujeito,
num proceso de identificação”.
A variabilidade de causa-efeito na estrutura dessa sensação cenestésica10
pode influenciar a formação da identidade individual e que segundo PAIVA
(1990) :
“o senso de identidade pessoal constrói-se no processo de desenvolvimento
psicológico junto com a construção do mundo externo, do outro(...) nessa
construção, a chamada identidade sexual é um componente essencial da
identidade total”.
Contudo, deve-se observar cautela em função do discurso nele
representado, particularmente, em função de sessões de psicomotricidade
9
In: HASSON, M. B. C. et alii.: A Identidade Sexual e o Vínculo com o Corpo: as Diferenças do Masculino e do
Feminino na Relação Psicomotora. p.17.
10
In: DOLTO,F. No Jogo Do Desejo. p.21.
8
9. relacional; não conveniente enquanto código de identidade sexual para a
Antropologia Cultural.
Uma profunda crise desses modelos têm conduzido a identidade total do
indivíduo a uma constante transformação.Num processo de crise cultural que
têm transformado os valores no século XXI, não é de se surpreender que a
dificuldade na aproximação corporal já evidenciada na dinâmica das relações11
estabelece riscos ainda maiores quando essa situação remete, notadamente, a
dois jovens masculinos em nossa cultura. LAPIERRE & AUCOUTURIER(1984),
dedicam longo estudo científico ao contato corporal e seus “fantasmas
inconscientes”, sendo:
“(...) os primeiros contatos estáticos, estáveis ou intermitentes, sem
deslocamento nas zonas de contato(...) os deslizes efetivamente suscitam
relações mais erógenas”.
Nesse sentido os conteúdos simbólicos que conduzem o menino a se
auto-afirmar não permitiriam contatos corporais menos agressivos ou
manifestações explícitas de carícias sobre o corpo do outro, mesmo quando a
intensidade desses contatos sejam superficiais ou hesitantes, os quais,
segundo esses autores12
“(...)respondem ao mesmo desejo, porém refreados pelos
tabus e defesas; o medo do corpo do outro(...)”. Este diálogo da cultura corporal se
torna um combate, um duelo de diferenças, pois o corpo em orientação sexual
homossexual não veicula o “feedback” permanente ao outro corpo oposto,
11
Conforme HASSON, M. B. C. et alii. p. 07.
12
In: LAPIERRE, A. & AUCOUTURIER, B. Fantasmas Corporais e Prática Psicomotora. pp.83-85
9
10. normatizado masculino. Essa relação pode parecer especulativa, porém,
segundo LAPIERRE & AUCOUTURIER(1984):
“(...)o corpo emocional do outro é vivido como espelho, como referência
permanente de seu próprio corpo. Pode-se falar, a este propósito, do papel da
simetria estruturante do corpo do outro”.
Nos Estados Unidos um estudo experimental de um psiquiatra gerou um
impasse jornalístico acerca da estrutura da identidade sexual. Em entrevista à
SIKOV(1987), o psiquiatra disse que muitos adolescentes que atuam
persistentemente como garotas se tornarão homossexuais ou bissexuais. Ainda,
segundo ele, esses gêmeos foram a metáfora para seu estudo e finaliza
afirmando uma interação entre fatores culturais, genéticos e de parentesco.
O processo observado pela passagem de individuação do jovem à
maturidade de seus sentimentos amorosos pode ocasionar desilusões. A
homossexualidade deve ser compreendida enquanto possibilidade de
individuação nas sociedades contemporâneas, enquanto representante da
diferença na abordagem da sexualidade estabelecida pelo pensamento
judaico-cristão. E o professor inserido no desenvolvimento da motricidade
(observada no conjunto indissociável da sexualidade), deve estar atento aos
corpos de seus alunos e saber lidar com suas diferenças.
Esse prazer diferente, esquematizado por Michel Foucault a partir de
suas observações dos desejos dos gregos; esclarece que:
“Para dizer as coisas de modo bastante esquemático: temos tendência hoje
em dia a pensar que as práticas de prazer, quando ocorrem entre dois
parceiros do mesmo sexo, implicam um desejo cuja estrutura é particular;
10
11. mas, sustentamos - se formos “tolerantes” - que isso não constitue uma
razão para submetê-la a uma moral ou ainda menos, a uma legislação,
diferente daquela que e’ comum a todos. O ponto de interrogação nós o
colocamos sobre essa singularidade de um desejo que não se dirige ao outro
sexo; e ao mesmo tempo afirmamos que não se deve atribuir a esse tipo de
relação um valor menor, nem reserva-lhe um status particular.” 13
Considero que as relações afetivas costumam cingir-se de caracteres
masculinos e femininos independendo do sexo envolvido. Os indivíduos que
sofrem o contato sexual, a ação ou o ato participam de um jogo simbólico, onde
o desejo observa a possibilidade de inversão criativa. Conscientes ou
inconscientes despertamos “perdedores” ou “vencedores” afim de que, a
representatividade prevaleça. Esses papéis podem ser evidenciados nas formas
de comportamentos empregados pelas pessoas para a manutenção sexual entre
parceiros.
Comportamentos típicos de grupos masculinos, observados na conduta
corporal, podem viabilizar a sublimação do desejo heterossexual, e de acordo
com o artigo da antropóloga americana Helen Fisher14
esse desvio do desejo em
nossa cultura direciona as amizades.
“(...) Os homens por outro lado, adquirem intimidade fazendo coisas lado a
lado - como jogar ou observar a prática de esportes . O que é um jogo de
futebol senão uma ação espacial e competição agressiva , como era a
caçada para os nossos ancestrais ? Na verdade , sentar lado a lado com
13
In: FOUCAULT, M. História da Sexualidade 2: o uso dos prazeres. p.171.
14
In: FISHER, H. Sexo Milenar. p.37.
11
12. alguém para assistir a um jogo de futebol pela televisão não é muito
diferente de plantar-se atrás de um arbusto na selva africana, tentando
adivinhar em que direção o antílope correrá.”
Neste pátio de oposições não há saída, tanto o jovem com identidade
simbolizada como homossexual ou aquele que se considera consciente de sua
identidade masculina, demonstram uma dura batalha consigo mesmo para que
sua expressão - seja ela aqui codificada corporalmente - torne-se,
particularmente, cada vez mais criativa. Afastando-os, momentaneamente, da
imagem simbólica estabelecida no outro e que os conduz à identidade total,
pertencente a uma categoria guei ou masculina típica.
Em suas obras, Alexander Lowen estabeleceu a homossexualidade
enquanto doença do corpo, e que este corpo deveria ser curado. Ainda que ele
tenha desenvolvido suas técnicas direcionadas ao bem-estar de qualquer
indivíduo, numa conjuntura que perturba suas funções físicas.
Julius Fast escreve em seu livro A Linguaguem do Corpo que os seres
humanos se utilizam de máscaras para defender seus espaços pessoais e que a
presença que apresentamos ao mundo exterior raramente é a verdadeira. O
gesto carinhoso, o toque em outro homem é desculpado pela amizade como
“coisa de amigos” e de companheirismo. Essa supressão da manifestação
corpóreo-afetiva, em nome da religiosidade e do padrão social por ela
estabelecida.
Entre os homens, nota-se algumas vezes um caminho de linguagem
comum que expressa a virilidade característica de sua natureza. Muitas vezes o
discurso masculino localiza palavras que descrevem situações obscenas.
12
13. Quando se quer ameaçar expressivamente o outro, geralmente, aparecem os
“palavrões”. ARANGO(1991)15
, fez uma análise desta conflituosa comunicação.
“Talvez não exista outro modo de expressão que mostre tão dramaticamente
o intento profundo e oculto da vitória e do domínio de um homem sobre
outro”.
PASOLINI(1990), contradiz o senso comum da comunicação viril quando,
observa sinteticamente, que:
“(...)quem exprimiu - mesmo numa situação de emergência a própria
homossexualidade(...)não será nunca mais , ao menos neste campo racista e
perseguidor(...) e, no melhor dos casos terá enriquecido o seu conhecimento
das pessoas do seu próprio sexo, com quem suas relações só podem , fatal e
naturalmente, ser de caráter homo-erótico, tanto no ódio como na
fraternidade”.
Tanto a comunicação viril como a comunicação guei orienta a essência
estratégica da convivência, que voltadas para uma vertente objetivada nos
papéis sexuais, satisfaz a manutenção dessas diferenças discursivas e
imagéticas.
A gama de sentimentos homossexuais quando em casos de extrema culpa
pode registrar um sensível afastamento do indivíduo do plano afetivo.
Presumo que os contatos neste caso tendem a tornar-se vazios e sem
identificação do outro como interagente recíproco.
15
In: ARANGO, A. C. Os Palavrões: virtudes terapêuticas da obscenidade. pp.59-64.
13
14. Por este motivo, durante a história do corpo, foram desenvolvidas
estratégias que transformaram a intimidade e sua forma habitual para a
comunicação nessa subcultura. Não obstante que se observe alguns sinais na
identificação do desejo homossexual, dependentes das barreiras que o ambiente
sócio-cultural tem comportado.
Segundo GOODWIN (1989) a comunicação nessa subcultura é baseada
numa estratégia de humor e de ambigüidade, pois:
“A natureza velada de muitas mensagens é criada pelos sinais ambíguos,
qualquer elemento chave para uma definitiva interpretação é falha da
comunicação. Sinais ambíguos são usados de forma que a mensagem possa
ser recusada se o receptor se ofende quando ele interpreta a informação
como o emissor deve ter originalmente intencionado”.
Ele conclui que o problema com a ambigüidade é que ela pode resultar
em má interpretação quando nada é pretendido. Esse autor diz ainda que um
sinal ambíguo vai-se reforçando à medida que outras insinuações para o
receptor pretendido não contenham qualquer dúvida quanto à mensagem.
As hipóteses desse comportamento verbal estão num mundo
circunstancial, imediatamente e paulatinamente declarado também na relação
professor-aluno, pois é o professor que aciona o comando dos movimentos e
da conduta corporal, assim encaminho este debate sobre a homossexualidade;
que tal fenômeno, provocador de “constrangimentos” observados no
decorrer da história do corpo, merece um significante questionamento na
atuação deste professor, tanto em suas manifestações textuais como
não-verbais.
14
15. A exigência de uma “imagem viril” não possibilita consciência corporal
individualizada, o que se observa é como o corpo masculino deve ser tratado.
Considero que, até hoje professores observaram a simbologia dos corpos de
seus alunos sob uma perspectiva particularizada, dessa forma se mantiveram
em pólos, numa manutenção centralizadora da comunicação na aula sobre o
fenômeno.
Muitos estudiosos contribuíram substancialmente na compreensão deste
fenômeno, destacando-se Alfred Kinsey e Michel Foucault, até então encarado
como enfermidade e perversidade ou em outros séculos como pecado e
maldição.
Aqui situo GIDDENS (1993) que faz uma moderna abordagem sobre
sexualidade, enquanto “linguagem da revolução” e para sua reflexão devemos
representá-la num “reino potencial da liberdade”.
Segundo MACRAE (1990), num dos pontos relacionados ao discurso da
homossexualidade, cita Michel Foucault quando:
(...) ele afirma ser importante termos a possibilidade de escolher a nossa
sexualidade, lembrando que os direitos humanos relacionados à sexualidade
continuam a ser importantes e que nem sempre são respeitados”.
Essa liberdade que tanto Michel Foulcault como Anthony Giddens
propõem deve primeiramente vincular-se à liberdade da imagem que o sujeito
assume de si e de seu corpo. Ainda que contextualizada no momento de uma
cultura baseada em contradições de linguagens corporais.
Até hoje prevalece um antagonismo nas técnicas do corpo pelo sexismo.
A consciência de uma sexualidade liberta, plástica e sem preconceito
15
16. equivaleria à estrutura de corpo livre para movimentar-se em qualquer forma
da cultura corporal.
Já que...
“Alguma coisa está fora da ordem...”
Caetano Veloso
A história da cultura brasileira remonta um contraste impressionante.
No país do tudo ou nada ou de tudo e nada ao mesmo tempo, balançamos num
caos intermitente. Até quando? Segundo TREVISAN (1986):
“A própria bandeira brasileira ilustra o mecanismo de compensação
mediante o qual exibimos aquilo que mais nos faz falta: basta abrir os
jornais para constatar como estamos longe da ‘Ordem e Progresso’ tão
decantadas(...)”.
A “ordem” estabelecida entre severos modelos familiares, e o
“progresso” como resultado de forças de trabalho compartimentalizou nosso
cotidiano. Advento ideológico enfatizado pelo surgimento das sociedades
industriais, quando a existência humana foi tolhida da capacidade do
pensamento ou consciência que nos libertasse para uma auto-contemplação16
.
O ponto de partida na compreensão do referido estigma vem da conduta
eugênica da sociedade burguesa que acompanha até hoje a prática pedagógica.
16
In: ARENDT, H. A Condição Humana. p.304.
16
17. A profilaxia desse “desvio” esteve relacionada à educação do corpo
masculino que se deu desde a infância, de acordo com TREVISAN (1986):
“(...) uma educação cientificamente programada, onde os meninos deviam se
esmerar em exercícios físicos, para evitar a efeminação, e aprender a amar o
trabalho, para evitar uma perigosa indolência moral”.
Estes episódios já foram verificados no decorrer da História do Brasil,
relacionados à essa subcultura, e aqui aponto o conceito de violência que
PASOLINI(1990) 17
verifica neste sentido. Considerar acerca do caráter do
homem brasileiro respeitável e com sua possível dignidade masculina, me
parece ensaio de campanha política para um candidato. Mas, o corpo do
homem, desse “macho”, não poderá expressar-se fluentemente se nossas
emoções continuarem sendo disciplinadas e nossa personalidade forjada.
Vários foram os historiadores que anunciaram sobre o comportamento
sodomita18
brasileiro. E digo brasileiro num sentido amplo que inclina-se desde
os índios aos estrangeiros que aqui viveram . Por exemplo, segundo Pierre
Moreau19
, viajante francês que esteve no Brasil no século XVII, contou que,
durante o curto período da colonização holandesa em Pernambuco, todos
levavam uma vida escandalosa: judeus, cristãos, portugueses, holandeses,
ingleses, franceses, alemães, negros, brasileiros, tapuias, mulatos, mamelucos e
17
In: PASOLINI, P. P. Os Jovens Infelizes. p.156.
18
De acordo com BOSWELL(1989) , apud DUBERMAN, M. et alii , p.28: sodomia foi definida por
muitos clérigos como sendo emissão imprópria de sêmen. Mas muitos entendiam ‘sodomita’ especialmente
aplicado para o homem que preferia contato sexual com outro homem, generalizado ou exclusivo, e ‘sodomia’
apenas conferida a atos sexuais realizados neste contexto.
19
In: TREVISAN,J. S. Devassos no Paraíso. p.39.
17
18. crioulos de Salvador nos tempos coloniais participaram ativamente dessa
permissividade sexual.
Analiso que a história da homossexualidade, enquanto fenômeno
cultural, se envolve indiscutivelmente com a motricidade humana. Ou seja, no
campo de conhecimento da educação motora entre brasileiros, surgiram
caracteres histórico-culturais de homossexualidade em seus corpos. Sugerir
um paralelo entre estas áreas torna-se relevante pois, no Brasil, o discurso
sobre a Educação Motora é extremamente recente.
Comentar sobre o corpo a partir de referenciais
antropológico-culturais legitima uma compreensão mais abrangente de sua
motricidade. No que se refere à grande expansão dos contatos sexuais durante
a formação histórico-cultural do corpo do brasileiro ainda não posso
estabelecer com segurança a afirmação de que o pensamento médico-higienista
seja, unicamente, responsável pela manutenção do preconceito.
Numa composição etnográfica fundamentada no degredo de Portugal
não me surpreenderia observar que o preconceito às “libertinagens” fora
mantido tanto intra-geograficamente como exteriormente durante toda nossa
história. Mantendo-se vinculada à ideologia submetida ao ocidente cristão, as
classes dominantes no Brasil exorcizaram o prazer pelo prazer, que naquela
época, não era compreendido ademais de conduta sexual ou de ações
propriamente eróticas, mesmo a relação sexual contemplava princípios da
moral que foi estabelecida entre os cidadãos. “São também essas classes que, na
vida brasileira , articulam planos de repressão sexual contra a população, de maneira
sutil ou não” 20
.
20
In: TREVISAN, J. S. Devassos no Paraíso. p.94.
18
19. A veiculação da moralidade estigmatizante, então, assolou o
pensamento científico diante da homossexualidade no decorrer do passado e,
mesmo atualmente, pouco tem sido investigado sobre essa subcultura.
A mobilidade do corpo do homem brasileiro, comprendida além “da
simples motricidade ou das atividades mecânicas” necessitando “vinculá-lo a todo
seu modo de ser” 21
esteve controlada à manutenção dos referidos padrões de
censura motora que julgavam se, por acaso, um movimento poderia ser
tendenciosamente efeminado.
Talvez, se observarmos outras culturas ainda em nosso território,
poderíamos, estabelecer uma abordagem menos discriminatória.
Pesquisadores estrangeiros e nacionais da atualidade confirmaram os contatos
homoeróticos entre muitas tribos brasileiras, ainda que relutantes em seu
tempo, devido à tais revelações. Vale à pena ilustrar com a observação do
pesquisador Sérgio Domingues que viveu entre os índios Kraô (Goiás), o qual o
autor22
entrevistou em 1983:
“Segundo Sérgio, os Kraô são o povo menos guerreiro e mais poético no
sub-grupo cultural dos Timbiras, ao qual pertencem. Mesmo diante de
desconhecidos, eles mostram-se delicados e afetivos; cultivam a cordialidade
e a palavra; não gostam de valentia, que é para eles uma característica
negativa da personalidade. O pagé - cujos trejeitos delicados são constatados
também entre tribos como os Canela, Guarani e Bororo, da mesma família
cultural - quase não se distingue dentre os demais índios graças à delicadeza
geral da tribo. Na aldeia, os homens vestem-se com calção ou andam nus,
21
Silvino Santin apud PASSOS, S. C. E. In: Educação Física e Esportes no 3o. Grau: Perspectivas
Filosóficas e Antropológicas. p.63.
22
In: TREVISAN, J. S. Devassos no Paraíso. pp.95-97.
19
20. indistintamente; as mulheres antigamente usavam um minúsculo tapa-sexo
de palha, mas hoje preferem amarrar um pano na cintura; quanto aos
brancos que ali vivem, a FUNAI os proíbe de andarem nus entre os índios(...)
Sérgio diz quase nunca ter notado um tipo de afeto especial entre homem e
mulher; esse carinho, em todo caso, não excede a afetividade - essa sim
muito comum - que os homens têm uns pelos outros. Os varões solteiros
dormem todos juntos ao relento, no espaço masculino da aldeia, o kó (pátio
central), onde as mulheres temem entrar, exceto em época de festa; em
contrapartida os homens não costumam entrar no espaço feminino, o ikré
(casa), senão depois de casados. É no kó que os homens se reúnem duas vezes
por dia - antes de partir e após chegar da caça - para programar as
atividades da comunidade. Durante tais reuniões, formam-se grupos de
homens amontoados, com a cabeça recostada ora no peito ora no ombro uns
dos outros; também é frequente dois rapazes sentarem-se bem juntos, com o
de trás enlaçando a cintura do que está na frente; passam horas
penteando-se uns aos outros e gostam inclusive, de acariciar mutuamente
seus órgãos genitais. Na vida cotidiana da aldeia, é comum se ver dois
rapazes andando de mãos dadas sem conotação explicitamente erótica.”
20
21. Conclusão
Embora os índios pudessem manifestar dentro de sua estrutura cultural
uma homoeroticidade diferenciada daquela tão sistematicamente delimitada
em nossa sociedade ao longo dos anos, isso não significou que seus modelos de
comportamento corporal oportunizem uma transfomação da moral e do senso
de identidade pessoal contemporâneo.
Entretanto, elucida-nos que no campo da Antropologia Cultural, muitas
vezes a Educação Motora fundamenta-se numa pedagogia atenta às diferenças
entre os grupos e/ou indivíduos e atenta às manifestações de sua identidade
total. Estes subsídios teóricos são relevantes para refletirmos sobre o papel das
formas de “atividades expressivas corporais” 23
como o jogo, o esporte, a dança, a
ginástica, as lutas e outras, variáveis de acordo com a cultura.
A Psicomotricidade Relacional me favoreceu uma explanação inicial
entre algumas teorias científicas que a Psicologia define na estrutura da
individuação. Localizo considerável valor nesta proposta, pois já se conhece a
psicomotricidade relacional como complemento do ensino e especialmente, do
ensino dirigido através do corpo.
A Educação Motora na escola deveria ser prioritariamente uma
disciplina prazerosa. Entretanto, ainda se observa um desinteresse de alguns
alunos à essa prática. Proponho um questionamento relacionado às dificuldades
encontradas nestas aulas devido à presença da diferença, do corpo
virtualmente diferente. A aula enquanto priorizou a eficiência e a disciplina
sexista, não pôde proporcionar aprendizagem motora integral a partir da
23
Conforme Coletivo de Autores. Metodologia do Ensino de Educação Física. p.50.
21
22. abordagem etnográfica aqui apresentada. O que se observou foi a modelação e
até o “castigo” com exigências motrizes para os “corpos diferentes”. Ou seja,
“baixinhos”, “gordinhos” , “fraquinhos”, entre outros, não vislumbraram seu
espaço legítimo nessa aula que historicamente não deu conta de suas
desigualdades.
Há pessoas que quando se movimentam se sentem ridículas e essa
palavra pode expressar o estereótipo cultural do movimento “adequado” para
ele ou para ela. Portanto, proponho uma pedagogia atenta à essas diferenças e
penso que precisamos aprender sempre com o outro. Dessa maneira é
necessário uma pedagogia que desobedeça uma conduta corporal ou um
discurso virilizante, efetivamente crítica, conscientizada e que possibilite o
encontro e as amizades entre os alunos e a turma.
Sugiro uma pedagogia de convivência. E que trata o corpo humano
imerso em suas delimitações, porém as objetiva numa avaliação particular de
suas capacidades próprias. A homossexualidade masculina nunca atrapalhou a
Educação Motora. Por outro lado a beneficiou com uma melhor compreensão
do corpo masculino, em sua essência cultural, e suas possibilidades afetivas.
Não indico tratamento pedagógico particular para este corpo. Ele se dá
pela percepção do cotidiano na escola. Por isso o contato com esse corpo
virtualmente diferente pode ser, em determinados grupos de alunos
adolescentes, compreendido subjetivamente no universo pedagógico, e sua
dificuldade provém de um evidenciado desconhecimento dessa subcultura.
O discurso que se fez deste corpo foi tonificado pelo preconceito. Ou seja,
muitas vezes, se desconhece de fato a identidade sexual do adolescente, como
foi observado pelos autores, mas se sua imagem simbólica possui traços de
feminilidade ele é denunciado como homossexual.
22
23. Este ainda é o discurso observado na práxis da Educação Motora. Muito
apontado na obra de MOREIRA(1991)24
, e como foi descrito por
FOUCAULT(1990)25
, nossos direitos sexuais nem sempre são respeitados.
Em nossa cultura o processo que orienta a identidade sexual deve ser
resguardado, a fim de que o aluno encontre-se consigo mesmo e com seus
desejos conscientemente respeitados. O diálogo esclarecido favorece,
sobretudo, uma estruturação dessa identidade quando orienta o aluno com
argumentos críticos sobre essa conduta amorosa.
Atributos sócio-culturais da Educação Motora interferiram nos papéis
dessa identidade sexual. O conceito específico sobre identidade homossexual
trata seus representantes, enquadrados num grupo “étnico” identificado como
gay , eles organizaram uma conduta de vida multidimensional para a base de
sua homossexualidade.
A elevada visibilidade de grupos dentro das sociedades ocidentais
contemporâneas e seu desenvolvimento político, faz uma análise significante
nas comunidades, particularmente escolar. Mas, a evidência de Newport 26
chamou a atenção para outras formas nas quais as relações homossexuais têm
sido organizadas e compreendidas, diferenciadas, nomeadas e muitas vezes
anônimas.
Entretanto, organizações essencialmente masculinas no decorrer da
história puderam demonstrar manifestações, deliberadamente anônimas, de
comportamentos homossexuais. Estudos recentes, em outros países, têm
estabelecido com precisão a distinção entre comportamento homossexual
24
MOREIRA, W. W. Educação Física Escolar: uma Abordagem Fenomenológica.
25
In: MACRAE, E. op.cit. pp.60-61.
26
CHAUNCEY, George Jr. Christian Brotherhood or Sexual Perversion? Homosexual Identities and the
Construction of Sexual Boundaries in the World War I Era, apud DUBERMAN, M. et alii. p.294-317.
23
24. (presumivelmente como evidente fenômeno transhistórico) e para as outras
formas sociais da homossexualidade.
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