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SELEÇÃO DE PARCEIROS, FLERTE, NAMORO E
CASAMENTO:
UMA ABORDAGEM OBSERVACIONAL/EXPERIMENTAL
Orientação do Prof. Dr. Ailton A. da Silva
Alessandra Gotuzo Seabra Capovilla
Alexandre Batista Reis
Célia Fajtlowicz
Stella Pereira de Almeida
julho/1996
1
Introdução
Durante o curso: “Seleção de parceiros, flerte, namoro e casamento: Uma
abordagem observacional/experimental” tivemos contato com diversos autores e
teorias sobre o relacionamento amoroso, suas origens e manutenção. Faremos uma
breve exposição dos diferentes enfoques sobre este complexo tema.
Em relação à seleção de parceiros, a teoria sócio-biológica fornece uma
explicação baseada em características genéticas selecionadas ao longo do processo
evolucionário. Um de seus principais representantes, Buss, defende que variáveis
sociológicas como raça, faixa etária, escolaridade e religião são as melhores
preditoras de quem se casa com quem (Buss, 1994). É desfeito o mito romântico de
que somos absolutamente livres na nossa escolha de parceiros; o “amor” parece ser
muito menos arbitrário do que se pensa. Como toda regra, a homogamia
(semelhanças dos parceiros) tem exceções, mas estudos como de Michael e col.
(1965) mostram que casamentos homogâmicos tendem a durar mais, sendo a
heterogamia ligada a índices mais altos de divórcio. Neste sentido, a durabilidade e a
satisfação em um relacionamento estaria ligada a uma seleção eficiente de parceiros.
A seleção de parceiros é um processo complexo, governado em grande parte,
segundo esta teoria, por nossa carga genética. Como sugerem os evolucionistas,
homens e mulheres valorizam características diferentes na escolha de seus parceiros.
As mulheres valorizam a capacidade econômica, generosidade e confiabilidade.
Posto que ter filhos demanda um investimento muito grande, o sexo casual é
evolutivamente desvantajoso para a mulher na medida em que ela corre o risco de
ter que arcar sozinha com todo o investimento, acabando por ameaçar a
sobrevivência de sua prole. Os homens, por sua vez, buscam principalmente
mulheres bonitas e confiáveis. Tais características são desejadas pois a beleza
pressupõe sinais de saúde e de fertilidade, e a confiabilidade sugere fidelidade e,
consequentemente, que o investimento numa futura prole será vantajoso. Para os
2
homens, o sexo casual é bastante interessante, pois quanto mais parceiras e
consequentemente mais filhos ele tiver, mais garantida estará a perpetuação de seus
gens. Em nossa história evolutiva, mulheres que praticavam sexo casual não
sobreviveram nem procriaram tanto quanto as que buscavam um parceiro fixo.
Portanto, indivíduos que buscavam parceiros com as características citadas foram
selecionados ao longo da evolução, fazendo com que esse tipo de característica
genética ficasse mais difundido na espécie humana.
Embora fundamental, uma escolha de parceiro eficiente não garante o sucesso
de um casamento. Rusbult e col. (1993) empregam uma teoria sociológica,
analisando a interdependência para compreender como e por que algumas relações
sobrevivem e outras terminam. Para estes autores, o comprometimento, o grau de
satisfação e a disponibilidade de alternativas são fatores interdependentes em um
relacionamento. Assim, um aumento na satisfação leva a uma diminuição na
atratividade por outras alternativas, elevando o compromentimento; da mesma
forma que uma falta de alternativas aumenta o comprometimento do casal,
aumentando a sensação de satisfação. Mas um forte comprometimento não garante
a sobrevivência de um casamento. A manutenção de um relacionamento depende
de uma série de comportamentos, como por exemplo disposição para ceder,
tendências à acomodação à retaliações eventuais do parceiro, depreciação de
alternativas ameaçadoras ao relacionamento, administração do ciúme, percepção de
superioridade em relação à outros relacionamentos.
Segundo a teoria dialética, o relacionamento é algo extremamente dinâmico.
Montgomery (1993) enfatiza que os parceiros estão em constantes ajustamentos,
transformando a todo momento a relação. Para esta autora a manutenção de um
relacionamento exige ajustamento à presença simultânea de forças opostas,
privilegiando diferentes pólos dessas forças em diferentes momentos do
relacionamento. Por outro lado Parkman (1995) analisa a manutenção de um
relacionamento da perspectiva econômica, isto é, em função das vantagens obtidas
3
pelos parceiros. Segundo ele, a especialização, ou seja, a divisão de tarefas é muito
importante para o ganho dos parceiros. Mas como esta especialização se transforma
ao longo do tempo o término de uma relação pode ser consequência de um ganho
desigual: quando o casamento passa a ser vantajoso apenas para um dos parceiros
ele pode terminar.
Vemos, assim, que relacionamentos amorosos são extremamente complexos
em todos os seus estágios, desde a seleção de parceiros, até a manutenção de um
casamento. Há várias teorias que pretendem explicar tais estágios, focalizando sobre
aspectos genéticos, culturais, econômicos, e muitos outros. Provavelmente esses
aspectos têm realmente influência sobre os relacionamentos, mas não de forma
única, e sim simultânea, todos eles atuando conjuntamente e resultando nas
complexas formas de relacionamento existentes.
Nesse trabalho pretendemos enfocar particularmente o ajustamento entre
parceiros que vivem juntos. Pretendemos traduzir um instrumento para medir o
ajustamento da díade, o que consideramos de grande relevância diante da ausência
de instrumentos confiáveis para se estudar relacionamentos amorosos. Temos ainda
como objetivo realizar uma aplicação piloto deste instrumento, correlacionando
respostas entre os parceiros, analisando a divergência entre eles e correlacionando
esta divergência com variáveis como tempo de namoro, tempo de coabitação, onde e
como os parceiros se conheceram, entre outras.
Método
1. Sujeitos
Serviram como sujeitos 27 casais que moravam juntos sendo ou não
legalmente casados.
4
2. Instrumentos
Foram usados dois questionários. O questionário 1 foi desenvolvido pelo Dr.
Ailton A. da Silva, e contém três questões, sendo a primeira sobre onde o sujeito
conheceu os três últimos namorados, a segunda questão sobre como os conheceu, e
a terceira sobre quanto tempo durou cada namoro. Cópia deste questionário
encontra-se no Anexo 1.
O questionário 2 foi traduzido e adaptado do original Dyadic Adjustament
Scale, desenvolvido por Spanier (1976), e tem como objetivo avaliar o grau de
ajustamento dos cônjuges segundo quatro fatores: consenso mútuo, expressão de
afeto, satisfação da díade, e coesão da díade.
Esta escala de 32 ítens foi denvolvida para ser utilizada tanto com casados
como com casais que co-habitam (não casados). Apesar de muito difundida a análise
essencialmente teórica sobre o conceito de ajustamento, o estudo de Spanier
procede de uma posição pragmática, que é um novo procedimento de pesquisa,
teóricamente relevante e altamente confiável. O estudo faz uma análise fatorial de
ajustamento diádico, definindo conceitualmente quatro componentes do
ajustamento, que foram empiricamente verificados, onde cada um desses
componentes podem ser usados como sub-escalas (consenso mútuo, expressão de
afeto, satisfação da díade e coesão da díade). Os 32 itens do questionário dividem-se
entre essas quatro sub-escalas da seguinte maneira: consenso mútuo (Fator 1): itens
1, 2, 3, 5, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15; expressão de afeto (Fator 2): itens 4, 6, 29, 30;
satisfação da díade (Fator 3): itens 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 31, 32; coesão da
díade (Fator 4): itens 24, 25, 26, 27, 28.
O questionário original foi traduzido e revisado por um grupo de cinco alunos
do curso de pós-graduação da USP. A cópia deste questionário encontra-se no
Anexo 2.
5
3. Procedimento
Os questionários foram aplicados por quatro alunos. Quando possível a
aplicação era feita simultaneamente com os dois parceiros. Para garantir o sigilo aos
sujeitos, cada casal sorteava um número anotando-o em seus questionários
possibilitando a posterior identificação dos pares. Após respondidos os questionários
eram guardados em um envelope. Os sujeitos eram informados de que a tabulação
seria feita por pessoas por eles desconhecidos. Em alguns casos, dada a dificuldade
de aplicação conjunta os questionários foram entregues a um dos parceiros que se
responsabilizava por devolvê-los preenchidos, pessoalmente ou via postal. A
tabulação foi feita conforme o estabelecido pelo autor. Cada pergunta corresponde a
um dos quatro fatores e possui uma pontuação específica (vide Anexo 2). O escore
total corresponde à somatória da pontuação obtida em cada fator.
6
Resultados
1. Correlação entre os escores de maridos e mulheres no questionário 2:
Com o cálculo dessa correlação nosso objetivo é verificar se o escore de um
dos cônjuges está correlacionado com o escore do outro cônjuge. A correlação foi
feita para o escore em cada um dos quatro fatores e para o escore total.
A Figura 1 ilustra os escores médios de homens e mulheres para os fatores 1, 2,
3, 4 e para o total.
1.1. Correlação para o Fator 1 (consenso mútuo):
Houve correlação significante entre os escores dos cônjuges para o Fator 1 (r =
0.47, p = 0.014).
1.2. Correlação para o Fator 2 (expressão de afeto):
Houve correlação significante entre os escores dos cônjuges para o Fator 2 (r =
0.57, p = 0.002).
1.3. Correlação para o Fator 3 (satisfação da díade):
Houve correlação significante entre os escores dos cônjuges para o Fator 3 (r =
0.71, p = 0.002).
1.4. Correlação para o Fator 4 (coesão da díade):
Houve correlação significante entre os escores dos cônjuges para o Fator 4 (r =
0.65, p < 0.000).
1.5. Correlação para o escore total:
Houve correlação significante entre os escores totais dos cônjuges (r = 0.71, p
< 0.000).
7
0
20
40
60
80
100
120
Escore
médio
Fator1 Fator2 Fator3 Fator4 Total
Homem
Mulher
Figura 1. Escores médios de homens e mulheres para os fatores 1, 2, 3, 4 e para o
total.
2. Correlação entre o índice de divergência entre os cônjuges e outras variáveis:
Para realizar esta análise foi calculado o índice de divergência para cada casal,
que consistia no resultado da subtração entre o escore do marido e o escore da
esposa. Este índice de divergência foi calculado para cada um dos quatro fatores e
para o escore total. Assim, por exemplo, se o marido obteve escore total 130, e a
esposa, escore total 120, o índice de divergência total é 10 (= 130 - 120).
Foi então calculada a correlação entre o índice de divergência total entre os
cônjuges e as variáveis:
-situação conjugal;
- tempo de coabitação;
- tempo de namoro;
8
- número de filhos;
- diferença de idade entre os cônjuges;
- diferença de escolaridade entre os cônjuges.
O objetivo era verificar se a divergência entre as respostas de maridos e
esposas aumentava ou diminuía em função destas variáveis.
Os resultados indicam que não houve correlação significante entre o índice de
divergência dos casais e nenhuma das variáveis acima citadas.
3. Análise de variância de escore no questionário 2 como função do sexo:
Foi calculada Anova inter-sujeitos para verificar se havia diferenças
significantes entre os escores de homens e de mulheres para cada um dos quatro
fatores e para o escore total.
Os resultados indicam que não houve efeito significante de sexo (homem x
mulher) para os escores em cada um dos quatro fatores e para o escore total. Ou
seja, não houve evidência de diferença significante entre os escores de homens e de
mulheres.
4. Análise de variância entre o índice de divergência entre os cônjuges e as variáveis
“onde” e “como conheceram o parceiro”:
O objetivo era verificar se a divergência entre os casais no questionário 2
variava como função de onde e como os parceiro se conheceram.
4.1. Análise de variância entre o índice de divergência entre os cônjuges e
“onde” os parceiros se conheceram:
Houve efeito significante do local onde os parceiros se conheceram e o índice
de divergência entre eles. As maiores divergências entre as respostas dos parceiros
9
(i.e., os maiores índices de divergência) ocorreram quando eles se conheceram nas
condições:
- C (estudávamos na mesma escola mas não na mesma classe), índice de
divergência = 22.17;
- D (estudávamos na mesma classe), índice de divergência = 11.33;
- F (nos conhecemos num local de paquera), índice de divergência = 11.00.
As menores divergência entre as respostas dos parceiros (i.e., os menores
índices de divergência) ocorreram nas condições:
- H (outro tipo de local), índice de divergência = 2.17;
- G (nos em uma viagem de férias), índice de divergência = 2.75;
- E (conheci em uma festa), índice de divergência = 3.50.
A Figura 2 ilustra o índice de divergência entre os cônjuges como função do
local onde eles se conheceram.
0
5
10
15
20
25
Índice
de
divergência
entre
os
cônjuges
A B C D E F G H
Onde se conheceram (questão 1)
Figura 2. Índice de divergência entre os cônjuges como função do local onde eles se
conheceram.
10
4.2. Análise de variância entre o índice de divergência entre os cônjuges e
onde” os parceiros se conheceram:
Não houve correlação significante entre o índice de divergência entre os
parceiros e o modo pelo qual eles se conheceram. A Figura 3 ilustra o índice de
divergência entre os cônjuges como função de como eles se conheceram.
0
2
4
6
8
10
12
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Índice
de
divergência
entre
os
cônjuges
A B C D E F
Como se conheceram (questão 2)
Figura 3. Índice de divergência entre os cônjuges como função de como eles se
conheceram.
5. Análise de variância entre o grau de satisfação dos cônjuges e as variáveis “onde”
e “como conheceram o parceiro”:
O grau de satisfação dos cônjuges foi medido pelo Fator 3 (satisfação da
díade). Foi então feita anova para verificar se este grau de satisfação variava em
função de onde e como os parceiros se conheceram.
Resultados indicam ausência de efeito significante para ambas as variáveis
onde e como se conheceram. A Figura 4 ilustra ilustra o grau de satisfação entre os
11
cônjuges (Fator 3) como função do local onde eles se conheceram, e a Figura 5
ilustra o grau de satisfação entre os cônjuges como função de como eles se
conheceram.
0
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30
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Grau
de
satisfação
(Fator
3)
A B C D E F G H
Onde se conheceram (questão 1)
Homem
Mulher
Figura 4. Grau de satisfação entre os cônjuges (Fator 3) como função do local onde
eles se conheceram.
12
0
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20
25
30
35
40
45
Grau
de
satisfação
(Fator
3)
A B C D E F
Como se conheceram (questão 2)
Figura 5. Grau de satisfação entre os cônjuges (Fator 3) como função de como eles se
conheceram.
6. Correlação entre o grau de satisfação dos cônjuges e o tempo de duração do
namoro:
Resultados indicam ausência de correlação significante entre grau de
satisfação dos cônjuges e tempo de duração do namoro (r = -0.205, p = 0.137)
13
Discussão
Os resultados sugerem que os cônjuges concordam entre si em relação ao
ajustamento da díade de modo geral. A concordância também ocorre para cada
fator em particular: consenso, expressão de afeto, satisfação e coesão da díade. Ou
seja, as avaliações feitas pelo homem e pela mulher sobre tais fatores estão
correlacionadas.
Porém esta correlação entre os cônjuges não parece ser função das variáveis
situação conjugal, tempo de coabitação, tempo de namoro, número de filhos,
diferença de idade entre os cônjuges, e diferença de escolaridade entre os cônjuges.
Também não foram encontrados efeitos de sexo sobre o escore total, nem de
“onde” e “como os parceiros se conheceram” sobre a concordância entre eles e sobre
o grau de satisfação dos parceiros.
Tais resultados sugerem que, apesar de haver concordância entre as respostas
dos cônjuges sobre ajustamento da díade, o grau de concordância não depende das
variáveis externas avaliadas neste estudo (tempo de namoro e de coabitação, onde
e como se conheceram, etc.).
Não houve ainda evidências de que o grau de satisfação dos cônjuges seja
função do tempo de namoro entre eles. Um resultado que talvez fosse esperado mas
que não foi encontrado neste estudo é de que o grau de satisfação dos cônjuges
seria função de onde e como eles de conheceram, no sentido de que cônjuges que se
conheceram em locais de trabalho ou estudo comuns, e que já possuíam algum
contato prévio antes do namoro teriam maior grau de satisfação no relacionamento
por apresentarem mais características em comum e por se conhecerem melhor. Tal
resultado não foi constatado, talvez devido ao número relativamente pequeno de
casais avaliados (n = 27).
Reconhecemos que este estudo possui limitações por vários motivos, desde
pelo fato de ser uma tradução inicial do questionário original em inglês, até o
14
número limitado de casais entrevistados. Porém, nossa tentativa foi de iniciar a
adaptação brasileira de um instrumento para avaliação de ajustameno diádico, visto
que ainda não existia nada parecido no Brasil. Apesar de ser este um estudo simples,
conseguimos obter alguns resultados significantes como os descritos acima. Embora
tais resultados não sejam generalizáveis, foi um primeiro passo em que fica clara a
necessidade de se realizarem estudos porteriores sobre o tema.
Ao longo deste estudo, nos deparamos com algumas algumas dificuldades em
relação aos questionários aplicados, e expomos aqui nossas críticas.
No questionário 1 sugerimos as seguintes alterações:
- no item anos de escolaridade, a substituição para grau de escolaridade;
- no item opção sexual, a substituição de outros para bissexual;
- inverter as explicações das alternativas (A, B, C, D, E, F, G, H), colocando antes delas
as opções de resposta para os três últimos namorados, tanto em onde conheceu o
namorado, quanto em como.
No questionário 2, sugerimos as seguintes alterações em relação à tradução
que foi aplicada nesse estudo:
- na questão 16, alterar para "com que frequência vocês conversam ou pensam na
possibilidade de seu divórcio, separação ou término do relacionamento?";
- na questão 31, notamos que quando é afirmado que o ponto do meio, feliz,
representa o grau de felicidade da maioria dos casais, o questionário tendencia a
resposta (enviezando para o lado "feliz"). Além disso, as opções para "mais feliz que o
normal" são diferentes das opções para "menos feliz que o normal", pois as primeiras
são: muito feliz, extremamente feliz, e perfeito; e as segundas são: pouco infeliz,
bastante infeliz, e extremamente infeliz. A nosso ver, as opções para "mais feliz que o
normal" deveriam ser: muito feliz, bastante feliz, e extremamente feliz.
15
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Cap3 - Men want something else, pp 49- 72), Cap 4 - Casual Sex, pp. 73 - 96).
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Givens, D. B. (1978). The nonverbal basis of attraction: Flirtation, courtship, and
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16
Kenrick, D.T. (1994) Evolutionary social psychology: From sexual selection to social
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Capítulo 3 - Who are our sex partners?, pp 42 -66, Capítulo 4 - Finding a
Partner, pp. 67 - 87. New York, Warner Books.
Montgomery, B. M. (1993) Relatinship maintenance versus relationship change: a
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17
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Rusbult, C.E.A. & Buunk, B. P. (1993). Commitment processes in close relationships:
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10, 175 - 204.
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Spanier, G. B. (1976) Measuring Dyadic Adjustment: New Scales for Assessing the
Quality of Marrige and Similar Dyads. Journal of Marrige and The Family, 138,
1, 15 - 28.
18
Anexo 1
Questionário 1
Idade:____anos Sexo: ( )masc. ( )fem. Anos de Escolaridade:_________
Opção sexual: ( )heterossexual ( )homossexual ( )outros ___________________
Situação conjugal atual: ( )morando junto ( )casado
Tempo de co-habitação: ______________ Número de filhos: _____________
Relembre o nome dos seus últimos três namorados (as) (inclua o atual, se tiver).
Pense em cada um deles para responder cada uma das questões abaixo.
1- Onde você conheceu cada um deles? Assinale uma ou mais letras para responder.
A- Morava próximo da minha casa.
B-Trabalhavamos no mesmo local.
C- Estudávamos na mesma escola mas não na mesma classe.
D- Estudávamos na mesma classe.
E- Conheci em uma festa.
F- Nos conhecemos em um local de paquera (bar, boate, etc.)
G- Nos conhecemos em uma viagem de férias.
H- Outro tipo de local (escrever qual foi o local)
Último/atual namorado: A,B,C,D,E,F,G,H.
Penúltimo namorado: A,B,C,D,E,F,G,H.
Antepenúltimo namorado: A,B,C,D,E,F,G,H.
2- Como você conheceu os seus três últimos namorados? Assinale uma ou mais
letras para responder.
A- Não nos conhecíamos. Nos olhamos à distância, paqueramos; um nós abordou
o outro; nos apresentamos e começamos a namorar.
B- Nós não nos conhecíamos. Tivemos um primeiro contato devido a um motivo
extra-amoroso (pedido de informação, sentar-se na poltrona ao lado em uma viagem,
esperar juntos em uma fila, etc.). Em seguida houve uma paquera durante a conversa
e começamos a namorar.
C- Não nos conhecíamos. Tivemos contato através de um serviço de aproximação
de casais (agência de casamentos, anúncio em revista, telenamoro, etc.) e
começamos a namorar.
D- Nos conhecemos através de um conhecido em comum que nos apresentou. Nos
interessamos um pelo outro e começamos a namorar.
E- Já tinhamos contato por outro motivo (amizade, trabalhar juntos, estudar na
mesma classe/escola, freqüentar o mesmo clube, etc.). Paqueramos durante as
nossas conversas e começamos a namorar.
F- Nos conhecemos de outra forma pela (especificar como:__________ ).
Último/atual namorado: A,B,C,D,E,F.
Penúltimo namorado: A,B,C,D,E,F.
Antepenúltimo namorado: A,B,C,D,E,F.
3- Quanto tempo durou cada namoro? (Não computar o tempo de casado ou
morando juntos)
Último/atual namoro: _____ anos e _____meses.
Penúltimo namoro: _____ anos e _____ meses.
Antepenúltimo namoro: _____ anos e _____ meses
19
Anexo 2
Questionário 2
Grande parte das pessoas têm desentendimentos em seus relacionamentos. Por
favor, marque com um X o grau de acordo ou desacordo entre você e seu parceiro,
para cada um dos itens abaixo:
Sempre
concor-
damos
Quase
sempre
concor-
damos
Ocasio-
nalmente
discorda-
mos
Frequen-
temente
discorda-
mos
Quase
sempre
discorda-
mos
Sempre
discorda-
mos
1. Administração das
finanças da família
2. Meios de
divertimento
3. Questões religiosas
4. Demonstração de
afeto
5. Amigos
6. Relações sexuais
7. Convenções sociais
(maneiras apropriadas
de se comportar)
8. Filosofia de vida
9. Maneiras de lidar
com pais e sogro (a)
10. Desejos, objetivos
e coisas que acreditam
ser importantes
11. Quantidade de
tempo que passam
juntos
12. Tomada de
decisões importantes
13. Tarefas domésticas
14. Interesses e
atividades de lazer
15. Decisões
profissionais
20
O
tempo
todo
Grande
parte
do
tempo
Maior
parte
do
tempo
Ocasio-
nalmente
Raramen-
te
Nunca
16. Com que
frequência vocês
conversam ou pensam
em: divórcio,
separação, ou término
do relacionamento?
17. Com que
frequência um de
vocês sai de casa após
uma briga?
18. Com que
frequência você pensa
que as coisas entre
vocês estão indo bem?
19. Você confia em seu
parceiro?
20. Você se arrepende
de ter casado (viver
junto)?
21.Com que
frequência vocês
discutem?
22. Com que
frequência um "tira o
outro do sério"?
Todos os
dias
Quase
todos os
dias
Ocasional-
mente
Raramente Nunca
23. Você beija seu
parceiro?
Todos A maioria Alguns Poucos Nenhum
24. Além dos
interesses de casa,
vocês têm outros em
comum?
21
Com que frequência você diria que acontessem as seguintes situações entre vocês:
Nunca Menos
de uma
vez por
mês
Uma ou
duas
vezes
por
mês
Uma ou
duas
vezes
por
semana
Uma vez
por dia
Mais
frequente
25. Ter uma
estimulante troca de
idéias
26. Rir juntos
27. Discutir algo
calmamente
28. Trabalhar juntos
em um projeto
Há algumas coisas as quais os casais às vezes concordam e às vezes discordam. Indique
se cada item abaixo causou diferenças de opinião ou se houve dificuldades em seu
relacionamento durante as últimas semanas.
Sim Não
29. Estar muito cansado(a) para ter relação sexual ( ) ( )
30. Não demonstrar amor ( ) ( )
31. Os pontos na linha abaixo representam os diferentes graus de felicidade no seu
relacionamento. O ponto do meio, “feliz”, representa o grau de felicidade da maioria dos
relacionamentos. Por favor marque o ponto que melhor descreve seu grau de felicidade
considerando seu relacionamento como um todo.
32. Qual das frases abaixo melhor descreve seu sentimento em relação ao futuro de seu
relacionamento?
Extremamente
infeliz
Bastante
infeliz
Pouco
infeliz
Feliz Perfeito Muito
feliz
Extremamente
feliz
Eu quero desesperadamente que meu relacionamento tenha êxito, e
faria quase qualquer coisa para que isso aconteça.
Eu quero muito que meu relacionamento tenha êxito, e vou fazer
tudo o que posso para que isso aconteça.
Eu quero muito que meu relacionamento tenha êxito, e farei a minha
parte para que isso aconteça.
Seria bom que meu relacionamento tivesse êxito, mas eu não posso
fazer muito mais do que tenho feito para que isso aconteça.
Seria bom que meu relacionamento tivesse êxito, mas eu me recuso a
fazer mais do que tenho feito para mantê-lo.
Meu relacionamento não poderá ter êxito, e não há nada mais que eu
posssa fazer para mantê-lo.
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  • 1. SELEÇÃO DE PARCEIROS, FLERTE, NAMORO E CASAMENTO: UMA ABORDAGEM OBSERVACIONAL/EXPERIMENTAL Orientação do Prof. Dr. Ailton A. da Silva Alessandra Gotuzo Seabra Capovilla Alexandre Batista Reis Célia Fajtlowicz Stella Pereira de Almeida julho/1996 1
  • 2. Introdução Durante o curso: “Seleção de parceiros, flerte, namoro e casamento: Uma abordagem observacional/experimental” tivemos contato com diversos autores e teorias sobre o relacionamento amoroso, suas origens e manutenção. Faremos uma breve exposição dos diferentes enfoques sobre este complexo tema. Em relação à seleção de parceiros, a teoria sócio-biológica fornece uma explicação baseada em características genéticas selecionadas ao longo do processo evolucionário. Um de seus principais representantes, Buss, defende que variáveis sociológicas como raça, faixa etária, escolaridade e religião são as melhores preditoras de quem se casa com quem (Buss, 1994). É desfeito o mito romântico de que somos absolutamente livres na nossa escolha de parceiros; o “amor” parece ser muito menos arbitrário do que se pensa. Como toda regra, a homogamia (semelhanças dos parceiros) tem exceções, mas estudos como de Michael e col. (1965) mostram que casamentos homogâmicos tendem a durar mais, sendo a heterogamia ligada a índices mais altos de divórcio. Neste sentido, a durabilidade e a satisfação em um relacionamento estaria ligada a uma seleção eficiente de parceiros. A seleção de parceiros é um processo complexo, governado em grande parte, segundo esta teoria, por nossa carga genética. Como sugerem os evolucionistas, homens e mulheres valorizam características diferentes na escolha de seus parceiros. As mulheres valorizam a capacidade econômica, generosidade e confiabilidade. Posto que ter filhos demanda um investimento muito grande, o sexo casual é evolutivamente desvantajoso para a mulher na medida em que ela corre o risco de ter que arcar sozinha com todo o investimento, acabando por ameaçar a sobrevivência de sua prole. Os homens, por sua vez, buscam principalmente mulheres bonitas e confiáveis. Tais características são desejadas pois a beleza pressupõe sinais de saúde e de fertilidade, e a confiabilidade sugere fidelidade e, consequentemente, que o investimento numa futura prole será vantajoso. Para os 2
  • 3. homens, o sexo casual é bastante interessante, pois quanto mais parceiras e consequentemente mais filhos ele tiver, mais garantida estará a perpetuação de seus gens. Em nossa história evolutiva, mulheres que praticavam sexo casual não sobreviveram nem procriaram tanto quanto as que buscavam um parceiro fixo. Portanto, indivíduos que buscavam parceiros com as características citadas foram selecionados ao longo da evolução, fazendo com que esse tipo de característica genética ficasse mais difundido na espécie humana. Embora fundamental, uma escolha de parceiro eficiente não garante o sucesso de um casamento. Rusbult e col. (1993) empregam uma teoria sociológica, analisando a interdependência para compreender como e por que algumas relações sobrevivem e outras terminam. Para estes autores, o comprometimento, o grau de satisfação e a disponibilidade de alternativas são fatores interdependentes em um relacionamento. Assim, um aumento na satisfação leva a uma diminuição na atratividade por outras alternativas, elevando o compromentimento; da mesma forma que uma falta de alternativas aumenta o comprometimento do casal, aumentando a sensação de satisfação. Mas um forte comprometimento não garante a sobrevivência de um casamento. A manutenção de um relacionamento depende de uma série de comportamentos, como por exemplo disposição para ceder, tendências à acomodação à retaliações eventuais do parceiro, depreciação de alternativas ameaçadoras ao relacionamento, administração do ciúme, percepção de superioridade em relação à outros relacionamentos. Segundo a teoria dialética, o relacionamento é algo extremamente dinâmico. Montgomery (1993) enfatiza que os parceiros estão em constantes ajustamentos, transformando a todo momento a relação. Para esta autora a manutenção de um relacionamento exige ajustamento à presença simultânea de forças opostas, privilegiando diferentes pólos dessas forças em diferentes momentos do relacionamento. Por outro lado Parkman (1995) analisa a manutenção de um relacionamento da perspectiva econômica, isto é, em função das vantagens obtidas 3
  • 4. pelos parceiros. Segundo ele, a especialização, ou seja, a divisão de tarefas é muito importante para o ganho dos parceiros. Mas como esta especialização se transforma ao longo do tempo o término de uma relação pode ser consequência de um ganho desigual: quando o casamento passa a ser vantajoso apenas para um dos parceiros ele pode terminar. Vemos, assim, que relacionamentos amorosos são extremamente complexos em todos os seus estágios, desde a seleção de parceiros, até a manutenção de um casamento. Há várias teorias que pretendem explicar tais estágios, focalizando sobre aspectos genéticos, culturais, econômicos, e muitos outros. Provavelmente esses aspectos têm realmente influência sobre os relacionamentos, mas não de forma única, e sim simultânea, todos eles atuando conjuntamente e resultando nas complexas formas de relacionamento existentes. Nesse trabalho pretendemos enfocar particularmente o ajustamento entre parceiros que vivem juntos. Pretendemos traduzir um instrumento para medir o ajustamento da díade, o que consideramos de grande relevância diante da ausência de instrumentos confiáveis para se estudar relacionamentos amorosos. Temos ainda como objetivo realizar uma aplicação piloto deste instrumento, correlacionando respostas entre os parceiros, analisando a divergência entre eles e correlacionando esta divergência com variáveis como tempo de namoro, tempo de coabitação, onde e como os parceiros se conheceram, entre outras. Método 1. Sujeitos Serviram como sujeitos 27 casais que moravam juntos sendo ou não legalmente casados. 4
  • 5. 2. Instrumentos Foram usados dois questionários. O questionário 1 foi desenvolvido pelo Dr. Ailton A. da Silva, e contém três questões, sendo a primeira sobre onde o sujeito conheceu os três últimos namorados, a segunda questão sobre como os conheceu, e a terceira sobre quanto tempo durou cada namoro. Cópia deste questionário encontra-se no Anexo 1. O questionário 2 foi traduzido e adaptado do original Dyadic Adjustament Scale, desenvolvido por Spanier (1976), e tem como objetivo avaliar o grau de ajustamento dos cônjuges segundo quatro fatores: consenso mútuo, expressão de afeto, satisfação da díade, e coesão da díade. Esta escala de 32 ítens foi denvolvida para ser utilizada tanto com casados como com casais que co-habitam (não casados). Apesar de muito difundida a análise essencialmente teórica sobre o conceito de ajustamento, o estudo de Spanier procede de uma posição pragmática, que é um novo procedimento de pesquisa, teóricamente relevante e altamente confiável. O estudo faz uma análise fatorial de ajustamento diádico, definindo conceitualmente quatro componentes do ajustamento, que foram empiricamente verificados, onde cada um desses componentes podem ser usados como sub-escalas (consenso mútuo, expressão de afeto, satisfação da díade e coesão da díade). Os 32 itens do questionário dividem-se entre essas quatro sub-escalas da seguinte maneira: consenso mútuo (Fator 1): itens 1, 2, 3, 5, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15; expressão de afeto (Fator 2): itens 4, 6, 29, 30; satisfação da díade (Fator 3): itens 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 31, 32; coesão da díade (Fator 4): itens 24, 25, 26, 27, 28. O questionário original foi traduzido e revisado por um grupo de cinco alunos do curso de pós-graduação da USP. A cópia deste questionário encontra-se no Anexo 2. 5
  • 6. 3. Procedimento Os questionários foram aplicados por quatro alunos. Quando possível a aplicação era feita simultaneamente com os dois parceiros. Para garantir o sigilo aos sujeitos, cada casal sorteava um número anotando-o em seus questionários possibilitando a posterior identificação dos pares. Após respondidos os questionários eram guardados em um envelope. Os sujeitos eram informados de que a tabulação seria feita por pessoas por eles desconhecidos. Em alguns casos, dada a dificuldade de aplicação conjunta os questionários foram entregues a um dos parceiros que se responsabilizava por devolvê-los preenchidos, pessoalmente ou via postal. A tabulação foi feita conforme o estabelecido pelo autor. Cada pergunta corresponde a um dos quatro fatores e possui uma pontuação específica (vide Anexo 2). O escore total corresponde à somatória da pontuação obtida em cada fator. 6
  • 7. Resultados 1. Correlação entre os escores de maridos e mulheres no questionário 2: Com o cálculo dessa correlação nosso objetivo é verificar se o escore de um dos cônjuges está correlacionado com o escore do outro cônjuge. A correlação foi feita para o escore em cada um dos quatro fatores e para o escore total. A Figura 1 ilustra os escores médios de homens e mulheres para os fatores 1, 2, 3, 4 e para o total. 1.1. Correlação para o Fator 1 (consenso mútuo): Houve correlação significante entre os escores dos cônjuges para o Fator 1 (r = 0.47, p = 0.014). 1.2. Correlação para o Fator 2 (expressão de afeto): Houve correlação significante entre os escores dos cônjuges para o Fator 2 (r = 0.57, p = 0.002). 1.3. Correlação para o Fator 3 (satisfação da díade): Houve correlação significante entre os escores dos cônjuges para o Fator 3 (r = 0.71, p = 0.002). 1.4. Correlação para o Fator 4 (coesão da díade): Houve correlação significante entre os escores dos cônjuges para o Fator 4 (r = 0.65, p < 0.000). 1.5. Correlação para o escore total: Houve correlação significante entre os escores totais dos cônjuges (r = 0.71, p < 0.000). 7
  • 8. 0 20 40 60 80 100 120 Escore médio Fator1 Fator2 Fator3 Fator4 Total Homem Mulher Figura 1. Escores médios de homens e mulheres para os fatores 1, 2, 3, 4 e para o total. 2. Correlação entre o índice de divergência entre os cônjuges e outras variáveis: Para realizar esta análise foi calculado o índice de divergência para cada casal, que consistia no resultado da subtração entre o escore do marido e o escore da esposa. Este índice de divergência foi calculado para cada um dos quatro fatores e para o escore total. Assim, por exemplo, se o marido obteve escore total 130, e a esposa, escore total 120, o índice de divergência total é 10 (= 130 - 120). Foi então calculada a correlação entre o índice de divergência total entre os cônjuges e as variáveis: -situação conjugal; - tempo de coabitação; - tempo de namoro; 8
  • 9. - número de filhos; - diferença de idade entre os cônjuges; - diferença de escolaridade entre os cônjuges. O objetivo era verificar se a divergência entre as respostas de maridos e esposas aumentava ou diminuía em função destas variáveis. Os resultados indicam que não houve correlação significante entre o índice de divergência dos casais e nenhuma das variáveis acima citadas. 3. Análise de variância de escore no questionário 2 como função do sexo: Foi calculada Anova inter-sujeitos para verificar se havia diferenças significantes entre os escores de homens e de mulheres para cada um dos quatro fatores e para o escore total. Os resultados indicam que não houve efeito significante de sexo (homem x mulher) para os escores em cada um dos quatro fatores e para o escore total. Ou seja, não houve evidência de diferença significante entre os escores de homens e de mulheres. 4. Análise de variância entre o índice de divergência entre os cônjuges e as variáveis “onde” e “como conheceram o parceiro”: O objetivo era verificar se a divergência entre os casais no questionário 2 variava como função de onde e como os parceiro se conheceram. 4.1. Análise de variância entre o índice de divergência entre os cônjuges e “onde” os parceiros se conheceram: Houve efeito significante do local onde os parceiros se conheceram e o índice de divergência entre eles. As maiores divergências entre as respostas dos parceiros 9
  • 10. (i.e., os maiores índices de divergência) ocorreram quando eles se conheceram nas condições: - C (estudávamos na mesma escola mas não na mesma classe), índice de divergência = 22.17; - D (estudávamos na mesma classe), índice de divergência = 11.33; - F (nos conhecemos num local de paquera), índice de divergência = 11.00. As menores divergência entre as respostas dos parceiros (i.e., os menores índices de divergência) ocorreram nas condições: - H (outro tipo de local), índice de divergência = 2.17; - G (nos em uma viagem de férias), índice de divergência = 2.75; - E (conheci em uma festa), índice de divergência = 3.50. A Figura 2 ilustra o índice de divergência entre os cônjuges como função do local onde eles se conheceram. 0 5 10 15 20 25 Índice de divergência entre os cônjuges A B C D E F G H Onde se conheceram (questão 1) Figura 2. Índice de divergência entre os cônjuges como função do local onde eles se conheceram. 10
  • 11. 4.2. Análise de variância entre o índice de divergência entre os cônjuges e onde” os parceiros se conheceram: Não houve correlação significante entre o índice de divergência entre os parceiros e o modo pelo qual eles se conheceram. A Figura 3 ilustra o índice de divergência entre os cônjuges como função de como eles se conheceram. 0 2 4 6 8 10 12 14 Índice de divergência entre os cônjuges A B C D E F Como se conheceram (questão 2) Figura 3. Índice de divergência entre os cônjuges como função de como eles se conheceram. 5. Análise de variância entre o grau de satisfação dos cônjuges e as variáveis “onde” e “como conheceram o parceiro”: O grau de satisfação dos cônjuges foi medido pelo Fator 3 (satisfação da díade). Foi então feita anova para verificar se este grau de satisfação variava em função de onde e como os parceiros se conheceram. Resultados indicam ausência de efeito significante para ambas as variáveis onde e como se conheceram. A Figura 4 ilustra ilustra o grau de satisfação entre os 11
  • 12. cônjuges (Fator 3) como função do local onde eles se conheceram, e a Figura 5 ilustra o grau de satisfação entre os cônjuges como função de como eles se conheceram. 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 Grau de satisfação (Fator 3) A B C D E F G H Onde se conheceram (questão 1) Homem Mulher Figura 4. Grau de satisfação entre os cônjuges (Fator 3) como função do local onde eles se conheceram. 12
  • 13. 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 Grau de satisfação (Fator 3) A B C D E F Como se conheceram (questão 2) Figura 5. Grau de satisfação entre os cônjuges (Fator 3) como função de como eles se conheceram. 6. Correlação entre o grau de satisfação dos cônjuges e o tempo de duração do namoro: Resultados indicam ausência de correlação significante entre grau de satisfação dos cônjuges e tempo de duração do namoro (r = -0.205, p = 0.137) 13
  • 14. Discussão Os resultados sugerem que os cônjuges concordam entre si em relação ao ajustamento da díade de modo geral. A concordância também ocorre para cada fator em particular: consenso, expressão de afeto, satisfação e coesão da díade. Ou seja, as avaliações feitas pelo homem e pela mulher sobre tais fatores estão correlacionadas. Porém esta correlação entre os cônjuges não parece ser função das variáveis situação conjugal, tempo de coabitação, tempo de namoro, número de filhos, diferença de idade entre os cônjuges, e diferença de escolaridade entre os cônjuges. Também não foram encontrados efeitos de sexo sobre o escore total, nem de “onde” e “como os parceiros se conheceram” sobre a concordância entre eles e sobre o grau de satisfação dos parceiros. Tais resultados sugerem que, apesar de haver concordância entre as respostas dos cônjuges sobre ajustamento da díade, o grau de concordância não depende das variáveis externas avaliadas neste estudo (tempo de namoro e de coabitação, onde e como se conheceram, etc.). Não houve ainda evidências de que o grau de satisfação dos cônjuges seja função do tempo de namoro entre eles. Um resultado que talvez fosse esperado mas que não foi encontrado neste estudo é de que o grau de satisfação dos cônjuges seria função de onde e como eles de conheceram, no sentido de que cônjuges que se conheceram em locais de trabalho ou estudo comuns, e que já possuíam algum contato prévio antes do namoro teriam maior grau de satisfação no relacionamento por apresentarem mais características em comum e por se conhecerem melhor. Tal resultado não foi constatado, talvez devido ao número relativamente pequeno de casais avaliados (n = 27). Reconhecemos que este estudo possui limitações por vários motivos, desde pelo fato de ser uma tradução inicial do questionário original em inglês, até o 14
  • 15. número limitado de casais entrevistados. Porém, nossa tentativa foi de iniciar a adaptação brasileira de um instrumento para avaliação de ajustameno diádico, visto que ainda não existia nada parecido no Brasil. Apesar de ser este um estudo simples, conseguimos obter alguns resultados significantes como os descritos acima. Embora tais resultados não sejam generalizáveis, foi um primeiro passo em que fica clara a necessidade de se realizarem estudos porteriores sobre o tema. Ao longo deste estudo, nos deparamos com algumas algumas dificuldades em relação aos questionários aplicados, e expomos aqui nossas críticas. No questionário 1 sugerimos as seguintes alterações: - no item anos de escolaridade, a substituição para grau de escolaridade; - no item opção sexual, a substituição de outros para bissexual; - inverter as explicações das alternativas (A, B, C, D, E, F, G, H), colocando antes delas as opções de resposta para os três últimos namorados, tanto em onde conheceu o namorado, quanto em como. No questionário 2, sugerimos as seguintes alterações em relação à tradução que foi aplicada nesse estudo: - na questão 16, alterar para "com que frequência vocês conversam ou pensam na possibilidade de seu divórcio, separação ou término do relacionamento?"; - na questão 31, notamos que quando é afirmado que o ponto do meio, feliz, representa o grau de felicidade da maioria dos casais, o questionário tendencia a resposta (enviezando para o lado "feliz"). Além disso, as opções para "mais feliz que o normal" são diferentes das opções para "menos feliz que o normal", pois as primeiras são: muito feliz, extremamente feliz, e perfeito; e as segundas são: pouco infeliz, bastante infeliz, e extremamente infeliz. A nosso ver, as opções para "mais feliz que o normal" deveriam ser: muito feliz, bastante feliz, e extremamente feliz. 15
  • 16. Referências Bibliográficas: Baxter, Leslie A. & Simon, Eric P. (1993) Relationship maintenance strategies and dialectical contradictions in personal relationships. Journal of Social and Personal Relatioships, 10, 225 - 242. Beall, A.B. & Sternberg, R.J.(1995).The social construction of love. Journal of Social and Personal Relationships, 12, 3, 417 - 438. Buss, M.D. (1994) The Evolution of Desire. Cap2 - What Women Want, pp 19 -48), Cap3 - Men want something else, pp 49- 72), Cap 4 - Casual Sex, pp. 73 - 96). New York, Basic Books. Buss, M.D. e col. (1990). International preferences in selecting mates. Journal os Cross-Cultural Psychology, 21, 1, 5 - 47. Buss, M.D. & Schmitt, D. P.(1993). Sexual strategies theory: A evolutionary perspective on human mating. Psychological Review, 100, 2, 204 - 232. Dion, K.K. & Dion, K.L.(1993). Individualistic and collectivistic perspectives on gender and cultural context of love and intimacy. Journal of Social Issues, 49, 53 - 69. Fisher, H. (1995).“Anatomia do Amor”, Cap. 1 : O Namoro. Os jogos de sedução, Cap. 2 : A Paixão. Por que Ele? Por que Ela? São Paulo, Editora Eureka. Givens, D. B. (1978). The nonverbal basis of attraction: Flirtation, courtship, and seduction. Psychiatry, 41, 346 - 359. 16
  • 17. Kenrick, D.T. (1994) Evolutionary social psychology: From sexual selection to social cognition. Advances in Experimental Psychology, 26, 77 - 94. Kenrick, D.T., Sadalla, E. K., Groth, G. and Trost, M. R. (1990). Evolution, traits, and the stages of human courtship: Qualifying the parental investment model. Journal of Personality. 58(1), 97 - 116. Levine, R., Sato, S., Hashimoto, T. and Verma, J. (1995). Love and Marrige in eleven cultures. Journal of Cross-Cultural Psychology, 26, 5, 554 - 571. Levine, S. B. (1988). Intrapsychic and individual aspects of sexual desire. Em Leibrum, S.R. and Rosen, R.C. (Eds). Sexual Desire Disorders. New York, The Guilford Press, pp.-21-43. Michael, R.T., Gagnon, J.H., Laumann, D.O., and Kolata, G. (1995). Sex in America. Capítulo 3 - Who are our sex partners?, pp 42 -66, Capítulo 4 - Finding a Partner, pp. 67 - 87. New York, Warner Books. Montgomery, B. M. (1993) Relatinship maintenance versus relationship change: a dialectical dilemma. Journal of Social Personal Relationships, 10, 225 - 223. Moore, M. M. (1985). Nonverbal courtship patterns in omen. Context and consequences. Ethology and Sociobiology, 6, 237 - 247. Muehlenhard, C.L. e col. (1986). Verbal and nonverbal cues that convey interest in dating: Two studies. Behavior Therapy, 17, 404 - 419. 17
  • 18. Parkman, A. M. (1995). The deterioration of the family: A law and economics perspective. Em G.b. Melton (Editor), Nebraska Symposium on Motivation, 42, Lincoln, University of Nebraska Press. Rusbult, C.E.A. & Buunk, B. P. (1993). Commitment processes in close relationships: An interdependence analysis. Journal of Social and Personal Relationships, 10, 175 - 204. Scheflen, A. E. (1965). Quasi-courtship behavior in psychoterapy. Psychiatry, 28, 245 -257. Silva, A. A. Sexo casual. Revista Viver Psicologia. Spanier, G. B. (1976) Measuring Dyadic Adjustment: New Scales for Assessing the Quality of Marrige and Similar Dyads. Journal of Marrige and The Family, 138, 1, 15 - 28. 18
  • 19. Anexo 1 Questionário 1 Idade:____anos Sexo: ( )masc. ( )fem. Anos de Escolaridade:_________ Opção sexual: ( )heterossexual ( )homossexual ( )outros ___________________ Situação conjugal atual: ( )morando junto ( )casado Tempo de co-habitação: ______________ Número de filhos: _____________ Relembre o nome dos seus últimos três namorados (as) (inclua o atual, se tiver). Pense em cada um deles para responder cada uma das questões abaixo. 1- Onde você conheceu cada um deles? Assinale uma ou mais letras para responder. A- Morava próximo da minha casa. B-Trabalhavamos no mesmo local. C- Estudávamos na mesma escola mas não na mesma classe. D- Estudávamos na mesma classe. E- Conheci em uma festa. F- Nos conhecemos em um local de paquera (bar, boate, etc.) G- Nos conhecemos em uma viagem de férias. H- Outro tipo de local (escrever qual foi o local) Último/atual namorado: A,B,C,D,E,F,G,H. Penúltimo namorado: A,B,C,D,E,F,G,H. Antepenúltimo namorado: A,B,C,D,E,F,G,H. 2- Como você conheceu os seus três últimos namorados? Assinale uma ou mais letras para responder. A- Não nos conhecíamos. Nos olhamos à distância, paqueramos; um nós abordou o outro; nos apresentamos e começamos a namorar. B- Nós não nos conhecíamos. Tivemos um primeiro contato devido a um motivo extra-amoroso (pedido de informação, sentar-se na poltrona ao lado em uma viagem, esperar juntos em uma fila, etc.). Em seguida houve uma paquera durante a conversa e começamos a namorar. C- Não nos conhecíamos. Tivemos contato através de um serviço de aproximação de casais (agência de casamentos, anúncio em revista, telenamoro, etc.) e começamos a namorar. D- Nos conhecemos através de um conhecido em comum que nos apresentou. Nos interessamos um pelo outro e começamos a namorar. E- Já tinhamos contato por outro motivo (amizade, trabalhar juntos, estudar na mesma classe/escola, freqüentar o mesmo clube, etc.). Paqueramos durante as nossas conversas e começamos a namorar. F- Nos conhecemos de outra forma pela (especificar como:__________ ). Último/atual namorado: A,B,C,D,E,F. Penúltimo namorado: A,B,C,D,E,F. Antepenúltimo namorado: A,B,C,D,E,F. 3- Quanto tempo durou cada namoro? (Não computar o tempo de casado ou morando juntos) Último/atual namoro: _____ anos e _____meses. Penúltimo namoro: _____ anos e _____ meses. Antepenúltimo namoro: _____ anos e _____ meses 19
  • 20. Anexo 2 Questionário 2 Grande parte das pessoas têm desentendimentos em seus relacionamentos. Por favor, marque com um X o grau de acordo ou desacordo entre você e seu parceiro, para cada um dos itens abaixo: Sempre concor- damos Quase sempre concor- damos Ocasio- nalmente discorda- mos Frequen- temente discorda- mos Quase sempre discorda- mos Sempre discorda- mos 1. Administração das finanças da família 2. Meios de divertimento 3. Questões religiosas 4. Demonstração de afeto 5. Amigos 6. Relações sexuais 7. Convenções sociais (maneiras apropriadas de se comportar) 8. Filosofia de vida 9. Maneiras de lidar com pais e sogro (a) 10. Desejos, objetivos e coisas que acreditam ser importantes 11. Quantidade de tempo que passam juntos 12. Tomada de decisões importantes 13. Tarefas domésticas 14. Interesses e atividades de lazer 15. Decisões profissionais 20
  • 21. O tempo todo Grande parte do tempo Maior parte do tempo Ocasio- nalmente Raramen- te Nunca 16. Com que frequência vocês conversam ou pensam em: divórcio, separação, ou término do relacionamento? 17. Com que frequência um de vocês sai de casa após uma briga? 18. Com que frequência você pensa que as coisas entre vocês estão indo bem? 19. Você confia em seu parceiro? 20. Você se arrepende de ter casado (viver junto)? 21.Com que frequência vocês discutem? 22. Com que frequência um "tira o outro do sério"? Todos os dias Quase todos os dias Ocasional- mente Raramente Nunca 23. Você beija seu parceiro? Todos A maioria Alguns Poucos Nenhum 24. Além dos interesses de casa, vocês têm outros em comum? 21
  • 22. Com que frequência você diria que acontessem as seguintes situações entre vocês: Nunca Menos de uma vez por mês Uma ou duas vezes por mês Uma ou duas vezes por semana Uma vez por dia Mais frequente 25. Ter uma estimulante troca de idéias 26. Rir juntos 27. Discutir algo calmamente 28. Trabalhar juntos em um projeto Há algumas coisas as quais os casais às vezes concordam e às vezes discordam. Indique se cada item abaixo causou diferenças de opinião ou se houve dificuldades em seu relacionamento durante as últimas semanas. Sim Não 29. Estar muito cansado(a) para ter relação sexual ( ) ( ) 30. Não demonstrar amor ( ) ( ) 31. Os pontos na linha abaixo representam os diferentes graus de felicidade no seu relacionamento. O ponto do meio, “feliz”, representa o grau de felicidade da maioria dos relacionamentos. Por favor marque o ponto que melhor descreve seu grau de felicidade considerando seu relacionamento como um todo. 32. Qual das frases abaixo melhor descreve seu sentimento em relação ao futuro de seu relacionamento? Extremamente infeliz Bastante infeliz Pouco infeliz Feliz Perfeito Muito feliz Extremamente feliz Eu quero desesperadamente que meu relacionamento tenha êxito, e faria quase qualquer coisa para que isso aconteça. Eu quero muito que meu relacionamento tenha êxito, e vou fazer tudo o que posso para que isso aconteça. Eu quero muito que meu relacionamento tenha êxito, e farei a minha parte para que isso aconteça. Seria bom que meu relacionamento tivesse êxito, mas eu não posso fazer muito mais do que tenho feito para que isso aconteça. Seria bom que meu relacionamento tivesse êxito, mas eu me recuso a fazer mais do que tenho feito para mantê-lo. Meu relacionamento não poderá ter êxito, e não há nada mais que eu posssa fazer para mantê-lo. 22