O documento discute diversos aspectos das religiões ao longo da história, incluindo definições iniciais de religião, crenças e práticas de religiões primitivas, o desenvolvimento de religiões na Índia como o hinduísmo e o budismo, e temas comuns entre religiões como a crença na vida após a morte.
3. O que, afinal, é religião?
• A religião é uma das formas da produção
espiritual, cuja história não pode ser
desvinculada do desenvolvimento econômico
e social global da sociedade.
• Independente da origem, o termo é adotado
para designar qualquer conjunto de crenças e
valores que compõem a fé de determinada
pessoa ou conjunto de pessoas. Cada religião
inspira certas normas e motiva certas práticas.
4. • Dentro do que se define como religião pode-se
encontrar muitas crenças e filosofias diferentes.
As diversas religiões do mundo são de fato muito
diferentes entre si. Porém ainda assim é possível
estabelecer uma característica em comum entre
todas elas. É fato que toda religião possui um
sistema de crenças no sobrenatural, geralmente
envolvendo divindades ou deuses. As religiões
costumam também possuir relatos sobre a
origem do Universo, da Terra e do Homem, e o
que acontece após a morte. A maior parte crê na
vida após a morte.
5. • Em seu sentido geral e sociocultural, a religião
é um conjunto cultural suscetível de articular
todo um sistema de crenças em Deus ou num
sobrenatural e um código de gestos, de
práticas e de celebrações rituais; admite uma
dissociação entre a “ordem natural” e a
“ordem sacral” ou sobrenatural. Toda religião
acredita possuir a verdade sobre as questões
fundamentais (as chamadas questões
metafísicas) do homem, mas apoiando-se
sempre numa fé ou crença.
6. Questões metafísicas
• A metafísica clássica ocupa-se das "questões últimas"
da filosofia, tais como: há um sentido último para a
existência do mundo? A organização do mundo é
necessariamente essa com que deparamos, ou seriam
possíveis outros mundos? Existe um Deus? Se existe,
como podemos conhecê-lo? Existe algo como um
"espírito"? Há uma diferença fundamental entre mente
e matéria? Os seres humanos são dotados de almas
imortais? São dotados de livre arbítrio? Tudo está em
permanente mudança, ou há coisas e relações que, a
despeito de todas as mudanças aparentes,
permanecem sempre idênticas?
9. Morte e Religião
• Os registros mais frequentes na arqueologia pré histórica são em
relação aos ritos funerários que constituem as fontes mais antigas
das ideias religiosas de nossos remotos antepassados.
• As cerimônias funerárias são universais e tão antigas quanto o
homem.
• Algumas características: - Crença na existência pós-morte. –
Convencimento da permanência da personalidade. – Necessidade
de honrar os mortos.
• Diferentes interpretações para o pós-morte: - Entrada em um lugar
situado nos céus ou abaixo da terra. – Lugar de delícias ou suplícios.
– Reencarnação em outros corpos (humanos ou animais). – o vagar
invisível dos espíritos por este mundo .
• Esses são aspectos fundamentais na história das religiões.
10. Arte e religião
• Estão unidos estreitamente ao longo
de toda história. Sem a arte as ideias
religiosas careceriam de uma
aparência brilhante, grandiosa,
comovedora e de um meio de
acolher, ensinar e dirigir os fiéis.
• As cavernas pintadas do paleolítico
são as precursoras dos templos
ricamente decorados.
11. Aspectos das religiões primitivas
• O primitivo vivia aterrorizado pelos os espíritos invisíveis (visíveis e
quase reais em sua imaginação), agentes de todas enfermidades e
catástrofes, que em sua maioria não explicam a partir de causas
naturais, mas atribuem aos mortos ou encantamentos.
• Em todos continentes se encontram registros de magia que incluem
ritos a partir da convicção de que qualquer ação que se execute
sobre a reprodução de um ser repercute sobre o original.
• Animismo: a manifestação religiosa imanente a todos os elementos
do Cosmos (Sol, Lua, estrelas), a todos os elementos
da natureza (rio, oceano, montanha, floresta, rocha), a todos
os seres vivos (animais, fungos, vegetais) e a todos os fenômenos
naturais (chuva, vento, dia, noite); Tudo no Cosmo tem ânima;
• Todo o ânima é transferível;
• Totemismo: É a crença de que existem traços de parentesco entre
um grupo humano e outro grupo de seres ou objetos.
• Prática comum entre os povos imobilizar o cadáver.
12. Período Neolítico
• Com o início da agricultura (que representou uma
revolução fundamental para a vida humana, jamais
superada) e a domesticação de animais (em que a mulher
teve um papel fundamental), se produziu uma inversão de
papéis entre o homem e a mulher, dando início ao
matriarcado.
• Passagem do nomadismo ao sedentarismo: início da
cidade, cidade-estado e ao estado propriamente dito.
Passagem da era dos clãs a era dos impérios.
• Origem do culto a grande deusa mãe, que foi predominante
durante o neolítico sob diversas formas, persistindo até
nossos dias, quando falamos em mãe natureza, mãe terra,
ou simplesmente natureza, estamos usando dessa tradição.
13. Algumas ideais religiosas dos
primitivos semelhantes a atuais
• Na polinésia, os maoris possuíam ideias religiosas semelhantes ao
cristianismo. Acreditavam num Deus supremo, bom, providente.
Criador e ordenador da divisão da luz e trevas, da água e da terra.
• Os Índios da América do Norte: creem num grande espírito na
origem e senhor de todos os seres, geralmente confunde-se com o
céu (em quase todas religiões aparece essa divindade primordial);
O grande dilúvio é aspecto constante em toda a América; O sol
como símbolo da vida e cultos em sua homenagem (aspecto quase
universal).
• As tribos Yamatas adoravam a um Deus supremo com poderes
absolutos sobre a vida e a morte, invisível, residente no céu e que
julga os homens por suas ações.
• Pratica comum a diversas religiões foi também a divinização de
seres humanos, as famílias reinantes, normalmente como
descendentes do sol, o princípio básico.
14.
15. As religiões da Índia
• Complexidade de ideais religiosas e filosóficas, assim como,
sua expressão artística em diversos estilos e suas
inumeráveis línguas.
• O povo Indiano foi sempre gente muito piedosa, inclinados
ao misticismo e grandes aficcionados pela filosofia e seus
livros sagrados estão repletos de complexas questões
metafísicas (no entanto a filosofia na Índia não alcançou a
absoluta independência que obtiveram os gregos, isto
limitou sua constituição como ciência a parte livre de
complicações teológicas). O princípio básico é que o mundo
nasceu da ignorância, e a ignorância é criadora, por isso a
missão da religião é libertasse da existência pelo
conhecimento.
• O Brahma é Deus. Para conhecê-lo deve-se amar e se
reconhecer em todos os seres, assim se chega a seu próprio
ser (Atman) que abarca o todo. Esse é o fundamento do
famoso panteísmo Indiano, que afirma que Deus e o
universo se identificam em um só ser.
16. • Uma das escolas religiosas-filosóficas Indianas mais
conhecidas no ocidente é o Yoga que valoriza a prática
da saúde física e mental. Ele se subdivide em sete
subescolas, a mais espiritual se baseia em cinco
princípios essenciais: O homem possui muitas
existências, é parte do grande organismo do universo,
onde tudo progride até um fim superior em que se
cumprirá a perfeição final e absoluta; o homem está
submetido a lei de causa e efeito, seus atos anteriores
ao momento presente são determinantes inevitáveis
de consequências, mas é dono de seu futuro segundo
seus atos atuais; não existe o pecado, o perdão nem a
redenção o homem tem 5 planos de consciência: física,
emocional, intelectual, intuitiva e volitiva, e
geralmente exercita as inferiores esquecendo-se das
superiores; o objetivo do homem é penetrar na
existência de todas consciências.
17. O hinduísmo
• É o complexo de ideias religiosas que se forma no começo da
nossa era, de procedência da religião védica (Os Vedas são os
textos mais antigos do hinduísmo, e também influenciaram o
Budismo, o Jainismo e o Sikhismo. Os Vedas contêm hinos,
encantamentos e rituais da Índia antiga. Juntamente com
o Livro dos Mortos, com o Enuma Elish, I Ching e o Avesta,
eles estão entre os mais antigos textos religiosos existentes.
Além de seu valor espiritual, eles também oferecem uma
visão única da vida cotidiana na Índia antiga.
• Temas proeminentes nas (porém não restritos às) crenças
hinduístas incluem o darma (ética hindu), samsara (o contínuo
ciclo do nascimento, morte e renascimento), carma (ação e
consequente reação), mocsa (libertação do samsara), e as
diversas iogas (caminhos ou práticas).
18. • O Bhagavadgita: Se trata de setecentas estrofes do
Mahabharata que são o laço de união entre todos os
hinduístas. Uma das principais crenças é a transmigração
das almas, que supõe que quando um homem morre, seu
espírito volta a reencanar em outro homem, em um animal
ou em outro ser. Se a vida que teve foi justa voltará a
existência em uma forma superior, se não voltará em uma
casta inferior, se foi um grande pecador voltará como um
animal imundo.
• O hinduísmo é visto como a mais complexa de todas as
religiões históricas vivas do mundo
• Como doutrina é vago, variado, ironicamente, diz-se que o
que une os hinduístas é a crença na vaca como animal
sagrado.
• Há um sistema rígido de castas.
• Brahma cria mundos e eras; Vishnú conserva o universo e
rege as leis naturais, Shiva destrói o universo ao final de
cada era e o ciclo volta a se refazer.
19. • Possui crenças opostas, desde a crença em um Deus único, até o
mais exagerado politeísmo.
• uma grande quantidade de hindus acabaram por abraçar
o vegetarianismo numa tentativa de respeitar formas superiores de
vida, restringindo a sua dieta a plantas e vegetais. Cerca de 30% da
população hindu atual, especialmente em comunidades ortodoxas
no sul da Índia, em alguns estados do norte como o Guzerate e em
vários enclaves brâmanes à volta do subcontinente, é vegetariana.
Portanto, enquanto o vegetarianismo não é um dogma, é
recomendado como sendo um estilo de vida sátvico (purificado).
• Contrário a crença popular, o hinduísmo prático não
é politeístico nem estritamente monoteístico. A variedade de
deuses que são adorados pelos hindus são compreendidos como
diferentes formas da Verdade Única, algumas vezes vistos como
mais do que um mero Deus e um último terreno Divino (Brahman),
relacionado mas não limitado ao monismo, ou um princípio
monoteístico como Vishnu ou Xiva.
20. • Acreditando na origem única como sem forma (nirguna
brahman, sem atributos) ou como um Deus pessoal
(saguna Brahman, com atributos), os Hindus
compreendem que a verdade única pode ser vista de
forma variada por pessoas diferentes. O Hinduísmo
encoraja seus devotos a descreverem e desenvolverem
um relacionamento pessoal com sua deidade pessoal
escolhida (ishta devata) na forma de Deus ou Deusa.
• A maioria dos Hindus adora muitos deuses como
expressões variadas do mesmo prisma da Verdade.
Entre os mais populares estão Vishnu (como Krishna
ou Rama), Shiva, Devi, Ganesha, Skanda e Hanuman.
21. • O hinduísmo baseia-se no "tesouro acumulado de leis espirituais
descobertas por diferentes pessoas em diferentes tempos.“ As escrituras
foram transmitidas oralmente, na forma de versos - para auxiliar na sua
memorização, muitos séculos antes de serem escritos. Ao longo dos
séculos diversos sábios refinaram estes ensinamentos e expandiram o
cânone. Na crença hindu pós-védica e moderna a maior parte das
escrituras não costuma ser interpretadas literalmente; dá-se mais
importância aos significados éticos e metafóricos derivados deles
• A história de Krishna é uma das mais belas epopéias Indianas, com ela o
amor entre os amantes é o símbolo do que mutuamente sentem Deus e a
alma humana.
• “O coração de um homem alcança a pureza quando ama qualquer coisa e
está disposto a sacrificar sua vida por um animal insignificante”.
• “Deves amar a teu próximo como a ti mesmo, porque tu és esse próximo;
é ilusório crer que esse próximo seja outro que tu.”
• Os hinduistas são tolerantes com todas as religiões, pois consideram;
“esforços da alma humana de alcançar o absoluto”
22.
23. O Budismo
• Budismo é uma religião, não-teísta que abrange uma
variedade de tradições, crenças e práticas, baseadas nos
ensinamentos atribuídos a Siddhartha Gautama, mais
conhecido como Buda (páli/sânscrito: "O Iluminado"). Buda
viveu e desenvolveu seus ensinamentos no nordeste do
subcontinente indiano, entre os séculos VI e IV a. C.
• Ele é reconhecido pelos adeptos como um mestre
iluminado que compartilhou suas ideias para ajudar os
seres sencientes a alcançar o fim do sofrimento,
alcançando o Nirvana (uma superação do apego
aos sentidos, do material e da ignorância; tanto como a
superação da existência, a pureza e a transgressão do
físico.) e escapando do que é visto como um ciclo de
sofrimento do renascimento.
24. • Via para salvação é o nobre caminho das oitos
trilhas: Enxergar a realidade como ela é, não
como ela parece ser; Intenção de renúncia,
libertação e inofensividade; Falar de forma
verdadeira e não agressiva; Agir de forma não
agressiva; Viver de forma não agressiva; Se
esforçar para melhorar; Estar atento para
enxergar as coisas com a consciência clara;
Correta meditação e concentração.
estar consciente da realidade presente dentro de
si mesmo, sem qualquer desejo ou aversão;
• Buda não ensina a adorar Deuses, não inventa
nenhum.
25. • De acordo com o Cânone Páli, As Quatro Nobres
Verdades foram os primeiros ensinamentos deixados
pelo Buda depois de atingir o nirvana. Algumas vezes,
são consideradas como a essência dos ensinamentos
do Buda.
• a vida como a conhecemos é finalmente levada ao
sofrimento e/ou mal-estar (dukkha), de uma forma ou
outra;
• o sofrimento é causado pelo desejo (trishna). Isso é,
muitas vezes, expressado como um engano agarrado a
um certo sentimento de existência, a individualidade,
ou para coisas ou fenômenos que consideramos
causadores da felicidade e infelicidade. O desejo
também tem seu aspecto negativo;
26. • O Carma é a força de samsara sobre alguém.
Boas ações e/ou ações ruins geram
"sementes" na mente, que virão a aflorar
nesta vida ou em um renascimento
subsequente.
• o sofrimento acaba quando termina o desejo.
Isso é conseguido através da eliminação da
ilusão (maya), assim alcançamos um estado
de libertação do iluminado (bodhi);
• esse estado é conquistado através
dos caminhos ensinados pelo Buda.
27. • Cada renascimento ocorre dentro de um dos seis reinos, de
acordo com os nossos reinos de desejos, podendo variar de
acordo com as escolas:
• seres dos infernos: aqueles que vivem em um dos muitos
infernos;
• preta: o reino de seres que padecem de necessidades sem
alívio, sofrimento, remorsos, fome, sede, nudez, miséria,
sintomas de doenças, entre outros;
• animais: um espaço de divisão com os humanos, mas
considerado como outra vida;
• seres humanos: um dos reinos de renascimento, em que é
possível atingir o nirvana.
• semideuses: variavelmente traduzido como "divindades
humildes", titãs e antideuses; não é reconhecido pelas
escolas Teravada e Maaiana, que os consideram como
devas de nível mais baixo;
• deva: comparado ao paraíso;
28. • Cinco mandamentos: não matar, não mentir,
não roubar, não desejar a mulher do próximo
e não tomar bebidas alcoólicas