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DESONERAÇÃO DA FOLHA DE PAGAMENTO...


A desoneração da folha de pagamento é constituída por duas medidas complementares.

1ª. O governo está eliminando a atual contribuição previdenciária sobre a folha e adotando uma nova contribuição
previdenciária sobre a receita bruta das empresas (descontando as receitas de exportação), em consonância com o
disposto nas diretrizes da Constituição Federal.

2ª Essa mudança de base da contribuição também contempla uma redução da carga tributária dos setores
beneficiados, porque a alíquota sobre a receita bruta foi fixada em um patamar inferior àquela alíquota que
manteria inalterada a arrecadação (a chamada alíquota neutra).

Essa mudança não atinge todas as empresas apenas para aquelas que se enquadrarem nas atividades econômicas
ou que fabricarem produtos industriais listados na Medida Provisória, além daquelas já beneficiadas pela Lei nº
12.546/2011, que inaugurou a desoneração da folha.

Nesses casos, a empresa obrigatoriamente terá de passar a pagar sua contribuição previdenciária sobre a receita
bruta oriunda da venda daqueles produtos.

A substituição da base folha pela base faturamento se aplica apenas à contribuição patronal paga pelas empresas,
equivalente a 20% de suas folhas salariais. Todas as demais contribuições incidentes sobre a folha de pagamento
permanecerão inalteradas, inclusive o FGTS e a contribuição dos próprios empregados para o Regime Geral da
Previdência Social. Ou seja, se a empresa for abrangida pela mudança, ela continuará recolhendo a contribuição dos
seus empregados e as outras contribuições sociais incidentes sobre a folha de pagamento (como seguro de acidente
de trabalho, salário-educação, FGTS e sistema S) da mesma forma que hoje – apenas a parcela patronal deixará de
ser calculada como proporção dos salários e passará a ser calculada como proporção da receita bruta.

Com relação à alíquota sobre a Receita Bruta, a mesma irá depender do setor em que a empresa atua ou o produto
que produza. O governo decidiu adotar duas alíquotas diferentes:

    •    1% para as empresas que produzem determinados produtos industriais (identificados pelo código da
         Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados – TIPI)
    •    2,0% para as empresas do setor de serviços, como aquelas do ramo hoteleiro, de call center e design
         houses, e que prestam os serviços de tecnologia de informação e tecnologia de informação e
         comunicação

Se uma empresa produzir tipos diferentes de produtos ou prestar diferentes tipos de serviços, sendo apenas alguns
deles elencados na Medida Provisória, então ela deverá proporcionalizar sua receita de acordo com os
serviços/produtos enquadrado e não enquadrados na Medida Provisória e recolher a contribuição previdenciária
em duas guias: uma parcela sobre a receita e outra sobre a folha.

Por exemplo, uma empresa tiver 70% de sua receita derivada de produtos enquadrados na Medida Provisória e 30%
de fora, então ela deverá recolher a alíquota de 1% sobre 70% de sua receita e aplicar a alíquota previdenciária
normal, de 20%, sobre 30% da folha salarial. Digamos que a receita de uma empresa nesta situação seja de 1000 e
sua folha de salários de 200. Atualmente, essa empresa recolhe 20% de 200, pagando 40 de contribuição
previdenciária. Pela nova sistemática, ela pagará 19 (1% x 70% x 1000 + 20% x 30% x 200.

A contribuição previdenciária das empresas sobre a folha é recolhida, em geral, via Guia da Previdência Social (GPS),
juntamente com a contribuição do empregado, no código 2100. A contribuição sobre a receita bruta das empresas,
que agora está sendo estendida para outros setores, é recolhida por meio de Documento de Arrecadação de
Receitas Federais (DARF), com os seguintes códigos*:

I – 2985: Contribuição Previdenciária Sobre Receita Bruta – Empresas Prestadoras de Serviços de Tecnologia da
Informação (TI) e Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC);

II – 2991: Contribuição Previdenciária Sobre Receita Bruta – Demais.
Os objetivos da desoneração da folha de pagamento são: Ampliar a competitividade da indústria nacional, por meio
da redução dos custos laborais, e estimula as exportações, isentando-as da contribuição previdenciária; Estimular
ainda mais a formalização do mercado de trabalho, uma vez que a contribuição previdenciária dependerá da receita
e não mais da folha de salários. Por fim, reduz as assimetrias na tributação entre o produto nacional e importado,
impondo sobre este último um adicional sobre a alíquota de Cofins-Importação igual à alíquota sobre a receita
bruta que a produção nacional pagará para a Previdência Social.

Com relação às importações, somente sofrerão cobrança adicional de Cofins as importações dos mesmos produtos
industriais que, no caso de fabricação no país, estiverem tendo sua receita bruta tributada pela nova contribuição
previdenciária. Ou seja, os importados cujos códigos TIPI estejam elencados na Medida Provisória. Por exemplo,
uma peça de confecção produzida no Brasil terá sua receita bruta auferida no mercado doméstico tributada em 1%
pela contribuição previdenciária; e uma peça de confecção importada terá uma alíquota adicional de 1% na Cofins-
importação.

Sobre a compensação para o fundo de Previdência, a legislação estabelece que a União compensará o Fundo do
Regime Geral de Previdência Social no valor correspondente à estimativa de renúncia previdenciária decorrente da
desoneração, conforme previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal, de forma a não afetar a apuração do resultado
financeiro do Regime Geral de Previdência Social.

Para que os impactos fiscais da medida como também o resultado econômico, o governo está constituindo uma
Comissão Tripartite que terá a participação de membros do governo, representantes de trabalhadores e dos
empresários.

Setores e alíquotas que irão participar da desoneração da folha de pagamento:

Têxtil                                                   1,00%
Confecções                                               1,00%
Couro e Calcados                                         1,00%
Plásticos                                                1,00%
Material elétrico                                        1,00%
Bens de capital – Mecânico                               1,00%
Ônibus                                                   1,00%
Auto peças                                               1,00%
Naval                                                    1,00%
Aéreo                                                    1,00%
Móveis                                                   1,00%
TI & TIC                                                 2,00%
Hotéis                                                   2,00%
Call Center                                              2,00%
Design Houses (chips)                                    2,00%


Fonte: MINISTÉRIO DA FAZENDA

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Desoneração da folha de pagamento: entenda como funciona a redução dos custos trabalhistas

  • 1. DESONERAÇÃO DA FOLHA DE PAGAMENTO... A desoneração da folha de pagamento é constituída por duas medidas complementares. 1ª. O governo está eliminando a atual contribuição previdenciária sobre a folha e adotando uma nova contribuição previdenciária sobre a receita bruta das empresas (descontando as receitas de exportação), em consonância com o disposto nas diretrizes da Constituição Federal. 2ª Essa mudança de base da contribuição também contempla uma redução da carga tributária dos setores beneficiados, porque a alíquota sobre a receita bruta foi fixada em um patamar inferior àquela alíquota que manteria inalterada a arrecadação (a chamada alíquota neutra). Essa mudança não atinge todas as empresas apenas para aquelas que se enquadrarem nas atividades econômicas ou que fabricarem produtos industriais listados na Medida Provisória, além daquelas já beneficiadas pela Lei nº 12.546/2011, que inaugurou a desoneração da folha. Nesses casos, a empresa obrigatoriamente terá de passar a pagar sua contribuição previdenciária sobre a receita bruta oriunda da venda daqueles produtos. A substituição da base folha pela base faturamento se aplica apenas à contribuição patronal paga pelas empresas, equivalente a 20% de suas folhas salariais. Todas as demais contribuições incidentes sobre a folha de pagamento permanecerão inalteradas, inclusive o FGTS e a contribuição dos próprios empregados para o Regime Geral da Previdência Social. Ou seja, se a empresa for abrangida pela mudança, ela continuará recolhendo a contribuição dos seus empregados e as outras contribuições sociais incidentes sobre a folha de pagamento (como seguro de acidente de trabalho, salário-educação, FGTS e sistema S) da mesma forma que hoje – apenas a parcela patronal deixará de ser calculada como proporção dos salários e passará a ser calculada como proporção da receita bruta. Com relação à alíquota sobre a Receita Bruta, a mesma irá depender do setor em que a empresa atua ou o produto que produza. O governo decidiu adotar duas alíquotas diferentes: • 1% para as empresas que produzem determinados produtos industriais (identificados pelo código da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados – TIPI) • 2,0% para as empresas do setor de serviços, como aquelas do ramo hoteleiro, de call center e design houses, e que prestam os serviços de tecnologia de informação e tecnologia de informação e comunicação Se uma empresa produzir tipos diferentes de produtos ou prestar diferentes tipos de serviços, sendo apenas alguns deles elencados na Medida Provisória, então ela deverá proporcionalizar sua receita de acordo com os serviços/produtos enquadrado e não enquadrados na Medida Provisória e recolher a contribuição previdenciária em duas guias: uma parcela sobre a receita e outra sobre a folha. Por exemplo, uma empresa tiver 70% de sua receita derivada de produtos enquadrados na Medida Provisória e 30% de fora, então ela deverá recolher a alíquota de 1% sobre 70% de sua receita e aplicar a alíquota previdenciária normal, de 20%, sobre 30% da folha salarial. Digamos que a receita de uma empresa nesta situação seja de 1000 e sua folha de salários de 200. Atualmente, essa empresa recolhe 20% de 200, pagando 40 de contribuição previdenciária. Pela nova sistemática, ela pagará 19 (1% x 70% x 1000 + 20% x 30% x 200. A contribuição previdenciária das empresas sobre a folha é recolhida, em geral, via Guia da Previdência Social (GPS), juntamente com a contribuição do empregado, no código 2100. A contribuição sobre a receita bruta das empresas, que agora está sendo estendida para outros setores, é recolhida por meio de Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF), com os seguintes códigos*: I – 2985: Contribuição Previdenciária Sobre Receita Bruta – Empresas Prestadoras de Serviços de Tecnologia da Informação (TI) e Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC); II – 2991: Contribuição Previdenciária Sobre Receita Bruta – Demais.
  • 2. Os objetivos da desoneração da folha de pagamento são: Ampliar a competitividade da indústria nacional, por meio da redução dos custos laborais, e estimula as exportações, isentando-as da contribuição previdenciária; Estimular ainda mais a formalização do mercado de trabalho, uma vez que a contribuição previdenciária dependerá da receita e não mais da folha de salários. Por fim, reduz as assimetrias na tributação entre o produto nacional e importado, impondo sobre este último um adicional sobre a alíquota de Cofins-Importação igual à alíquota sobre a receita bruta que a produção nacional pagará para a Previdência Social. Com relação às importações, somente sofrerão cobrança adicional de Cofins as importações dos mesmos produtos industriais que, no caso de fabricação no país, estiverem tendo sua receita bruta tributada pela nova contribuição previdenciária. Ou seja, os importados cujos códigos TIPI estejam elencados na Medida Provisória. Por exemplo, uma peça de confecção produzida no Brasil terá sua receita bruta auferida no mercado doméstico tributada em 1% pela contribuição previdenciária; e uma peça de confecção importada terá uma alíquota adicional de 1% na Cofins- importação. Sobre a compensação para o fundo de Previdência, a legislação estabelece que a União compensará o Fundo do Regime Geral de Previdência Social no valor correspondente à estimativa de renúncia previdenciária decorrente da desoneração, conforme previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal, de forma a não afetar a apuração do resultado financeiro do Regime Geral de Previdência Social. Para que os impactos fiscais da medida como também o resultado econômico, o governo está constituindo uma Comissão Tripartite que terá a participação de membros do governo, representantes de trabalhadores e dos empresários. Setores e alíquotas que irão participar da desoneração da folha de pagamento: Têxtil 1,00% Confecções 1,00% Couro e Calcados 1,00% Plásticos 1,00% Material elétrico 1,00% Bens de capital – Mecânico 1,00% Ônibus 1,00% Auto peças 1,00% Naval 1,00% Aéreo 1,00% Móveis 1,00% TI & TIC 2,00% Hotéis 2,00% Call Center 2,00% Design Houses (chips) 2,00% Fonte: MINISTÉRIO DA FAZENDA