Curso Para Administradores Dos Munipios Urbanas, Maio 2013. Módulo 4: Alteracoes Climaticas e Assentamentos Humanos Urbano. Presentador: Development Workshop Director, Allan Cain. Por: Instituto de Formação da Administração Local (IFAL).
Adaptação às Alterações Climáticas em Assentamentos Urbanos
1. Módulo 4
CURSO PARA ADMINISTRADORES E UNIDADES URBANAS/ 2013
Adaptação às Alterações Climáticas em
Assentamentos Urbanos
Apresentado por
Arqo
. Allan Cain
Development Workshop Angola
2. • As alterações climáticas são mudanças ao longo do
tempo quer devido à variabilidade natural ou como
resultado da actividade humana.
• Geralmente as alterações climáticas agravarão as
vulnerabilidades existentes.
• Variabilidade de precipitação, ou chuvas mais
intensas, implicam modificações dos parâmetros
das bacias fluviais (por exemplo a probabilidade de
inundações).
• As correntes da costa marítima (como a Corrente de
Benguela) são parte do sistema global e podem
modificar devido a alterações climáticas.
Alterações climáticas
3. • Uma consequência das alterações climáticas é
que, até aos finais do século XXI, as temperaturas
serão mais elevadas de que actualmente.
• Os modelos climáticos indicam que haverá um
aumento de mais ou menos 3,0 na temperatura
durante os próximos 100 anos.
• Na costa marítima é a subida do nível do mar.
• Tem implicações para a adaptação e orientação de
habitação.
• O planeamento dos assentamentos humanos no
litoral devem tomar em conta também os riscos de
cheias e a necessidade de reduzir os riscos de
erosão dos solos
4. • O aumento das temperaturas pode ter um impacto
na saúde humana através duma modificação da
distribuição geográfica de doenças como o
Paludismo
• Poderá haver um impacto sobre o conforto humano
ao trabalhar em temperaturas elevadas devido às
ilhas de calor urbanas.
• Inundações mais frequentes podem criar riscos de
doenças ligadas a situações de saneamento
deficiente.
• Durante certos períodos áreas habitadas estarão
mais sujeitas aos riscos de inundação e de erosão
que outras áreas devido a chuvas torrenciais (e
caudais altos)
5. • Os limitados dados meteorológicos disponíveis em
Angola sugerem que a costa de Angola tem
demonstrado um aumento de variabilidade do clima
(principalmente chuva) de um ano para o outro.
• Esta variabilidade se estende de alguma forma
para o interior.
• Factores que afectam essa variabilidade incluem a
influência da Corrente de Benguela e
• Da posição da Zona de Convergência Inter-Tropical
(ZCIT).
• O aumento da temperatura na Corrente de
Benguela pode levar a maior pluviosidade ao longo
da costa e, por vezes interior (embora os efeitos
podem ser localizados).
Aumento da variabilidade do clima
Angolano
6. Factores ambientais
Aguas Insolação
Percipitação
O clima de Angola é diverso. Angola situa-se entre áreas
áridas e semi-áridas ao sul, e áreas húmidas ao norte.
Por isso há muitas incertezas sobre o impacto das
alterações climáticas nesta região. Provavelmente o
impacto vai ser diferente conforme a área do país
7. • A guerra resultou na destruição de infra-estruturas e
instituições durante quarenta anos.
• A capacidade do Governo para manter uma
presença administrativa e colectar dados de todos
os tipos também foi afectada.
• As últimas estatísticas meteorológicas nacionais
completas foram publicadas para o ano 1974.
• O governo colonial tinha acumulado uma extensa
rede de mais de 500 estações meteorológicas em
todo o país.
• Excepto algumas estações urbanas como Luanda os
relatórios cessaram ou as mesmas foram
abandonadas no ano seguinte.
Estatísticas meteorológicas
e conflicto
8. Estatísticas meteorológicas
e conflicto
A lacuna nos dados de mais de 30 anos de
informações meteorológicas coincide com o
recente período de acelerada mudança
climática.
1932 1972 2007
9. Assentamentos humanos
e habitação
Quatro décadas de
guerra causaram
uma grande
mudança
demográfica
As populações
rurais nas áreas de
conflito fugiram
para a segurança
dos assentamentos
urbanos no litoral
Resultando em uma
urbanização rápida
do país.
11. • Angola ao longo deste período foi o país mais
rapidamente urbanizado na região da África Austral.
• A cidade de Luanda, com uma taxa de crescimento
média de 7% é a cidade que mais cresce na África.
Urbanização rápida
Fonte: UNHabitat 2011
12. • Doenças diarreicas como a Cólera têm sido
endêmicas em Luanda e em algumas outras cidades
costeiras, o que leva a surtos periódicos, como em
2006, com mais de trinta mil casos e algumas
centenas de mortes.
• Uma sucessão de enchentes devastadoras nos
últimos anos em cidades acima e abaixo da costa,
incluindo Luanda, Benguela e Namibe
pode ser atribuída a uma combinação de factores,
– incluindo a crescente variabilidade climática e
– mudanças ambientais induzidas pela liquidação em zonas
vulneráveis e
– a remoção da vegetação natural nas bacias hidrográficas
contíguas.
Assentamentos Angolanos e a
variabilidade climática
14. • Uma pesquisa recente pela Development Workshop
tem demonstrado que, em Luanda, muitos deslocados
internos e outras famílias pobres se instalaram nas
zonas ambientalmente mais arriscadas da cidade.
• Devido ao rápido aumento dos preços de propriedade
os pobres, muitas vezes por necessidade económica,
são realocados em áreas de risco ambiental.
• Essas áreas tendem a ser baixas, zonas costeiras e
bacias hidrográficas suscetíveis a inundações ou com
riscos de erosão elevados.
• Essas áreas são quase sempre sem serviços de
saneamento e abastecimento de água, o que significa
que a água do solo seja poluída.
Assentamentos em risco
15. • Uma.
Assentamentos em risco
Áreas onde asÁreas onde as
águas daságuas das
chuvas mantêmchuvas mantêm
se visíveis.se visíveis. (Fotos(Fotos
tiradas num voo sobre atiradas num voo sobre a
cidade)cidade)
Levantamento dos danos e riscos
17. Modelo digital do terreno (GIS)
MapeamentoMapeamento
participativoparticipativo dosdos
danos e riscosdanos e riscos
baseou-se nestebaseou-se neste
conjunto de dadosconjunto de dados
Senso Remoto
18. Monitoria e Informação dosMonitoria e Informação dos
Sistemas de AguaSistemas de Agua
• A DW tem utilizado o Sistema de Informação Geográfica
(GIS) como instrumento de suporte a mobilização social
com o propósito de monitorar o funcionamento do
serviço e planear intervenções.
• O GIS é um poderoso instrumento
de avaliação do impacto do
programa de água e da
sustentabilidade financeira da
gestão do sistema
• Por ex.: o GIS permite delinear a
densidade populacional, ilustrar
indicadores de saúde pública, preço
da água e distâncias a percorrer a
pé entre os pontos de água.
19. Áreas e tipos de inundação
Declives
Buracos
Desabamento
Lago
Desabamento/lagoa
Lagoa
Ravinas e inundação
Águas estagnadas
<15m
15 – 30m
30 -45m
45 – 60m
>60m
Avaliação dos tipos de
risco ambiental
22. Problemas crónicas
ambientais urbanas
• A situação ambiental nas áreas periféricas das cidades
de Angola foi se deteriorando progressivamente
durante muitas décadas de conflitos armados.
• Podem ser consideradas como estando em crise
crónica de saúde pública e de saneamento ambiental.
• O crescimento dos sistemas de saneamento e a
manutenção não manteve o ritmo do crescimento
populacional.
• As populações mais vulneráveis estão localizadas em
sítios de riscos ambientais tal como ao longo de rios ou
linhas de drenagem susceptíveis a erosões severas.
• As grandes cidades costeiras de Angola estão
localizadas na foz das bacias hidrográficas o que
coloca estes assentamentos em locais de risco
particularmente elevado no que toca a mudanças
climáticas.
25. • Áreas urbanas de risco ambiental já estão
localizadas desproporcionalmente em áreas baixas
do litoral. As alterações climáticas vão aumentar o
risco de elevação dos mares, o risco de inundações
e fortes tempestades tropicais
• Preparação para desastres e planos de gestão são
componentes vitais de uma estratégia de adaptação.
• O planeamento urbano precisa reflectir, hipóteses
formais sobre as mudanças climáticas, tendo em
conta novas informações sobre possíveis variações
• As próprias comunidades, através de esforços de
micro-planejamento na organização colectiva, pode
desenvolver planos e infra-estruturas necessárias
para reduzir sua vulnerabilidade a desastres
naturais.
Concluções
26. 1. Montar uma programa da pesquisa para
contribuir para a compreensão do clima, da
variabilidade climática e mudança climática nas
zonas de assentamentos na região costeira.
2. Identificar os riscos ambientais urbanos (erosão e
inundações em relação ao abastecimento de
água, do nível do mar, e intrusão de água
salgada) e seus impactos sobre os
assentamentos costeiros.
3. Compreender os aspectos espaciais de acesso e
acessibilidade à água potável, níveis de pobreza e
vulnerabilidade ambiental em áreas urbanas.
4. Desenvolver um sistema de informação
geográfico (GIS) para o mapeamento dos
diferentes aspectos de acesso à água, pobreza e
riscos ambientais.
Recomendações programáticas
27. • Plantar árvores ao longo dos riosPlantar árvores ao longo dos rios
e valas de drenagem para ajudare valas de drenagem para ajudar
absorver a água e evitar erosãoabsorver a água e evitar erosão
do solo.do solo.
RECOMENDAÇÕES 1RECOMENDAÇÕES 1
28. • Fazer regularmente a manutençãoFazer regularmente a manutenção
das valas de drenagem para que asdas valas de drenagem para que as
águas possam escoar bem em casoáguas possam escoar bem em caso
de chuva.de chuva.
RECOMENDAÇÕES 2RECOMENDAÇÕES 2
29. • Ordenar os bairros informaisOrdenar os bairros informais
evitando a construção de novasevitando a construção de novas
casas nas partes mais baixas oucasas nas partes mais baixas ou
muito próximas dos rios e valasmuito próximas dos rios e valas
de drenagem.de drenagem.
RECOMENDAÇÕES 3RECOMENDAÇÕES 3
30. • Quando os bairros informais se inundam, o principalQuando os bairros informais se inundam, o principal
problema de saneamento são as latrinas. As águasproblema de saneamento são as latrinas. As águas
misturam-se com as fezes e contaminam o ambiente.misturam-se com as fezes e contaminam o ambiente.
O uso destas águas provoca cólera. Por isso éO uso destas águas provoca cólera. Por isso é
importantíssimo manter as latrinas fechadas eimportantíssimo manter as latrinas fechadas e
limpas.limpas.
RECOMENDAÇÕES 4RECOMENDAÇÕES 4
31. RECOMENDAÇÕES 5RECOMENDAÇÕES 5
• Nas áreas susceptíveis à inundação tem de seNas áreas susceptíveis à inundação tem de se
colocar os fontanários e as bombas de água acimacolocar os fontanários e as bombas de água acima
do nível máximo atingido pelas grandes cheiasdo nível máximo atingido pelas grandes cheias
passadas, ou pelo menos prever torneiraspassadas, ou pelo menos prever torneiras
elevadas, de maneira a poder ter acesso à águaelevadas, de maneira a poder ter acesso à água
limpa em qualquer situação.limpa em qualquer situação.
• Tem de se tratarTem de se tratar águaágua com desinfectantes.com desinfectantes.
32. • Ter um sistema de aviso prévio que nos dá tempo suficienteTer um sistema de aviso prévio que nos dá tempo suficiente
para implementar as acções de emergência.para implementar as acções de emergência.
• Se a situação se tornar muito crítica, há necessidade deSe a situação se tornar muito crítica, há necessidade de
evacuar as pessoas que correm mais risco. Tem de se preverevacuar as pessoas que correm mais risco. Tem de se prever
locais de acampamento com serviços básicos e posto delocais de acampamento com serviços básicos e posto de
socorro para as pessoas afectadassocorro para as pessoas afectadas
• Ter acesso à água limpa para beber em lugares que nãoTer acesso à água limpa para beber em lugares que não
podem ser atingidos pelas águas da cheia.podem ser atingidos pelas águas da cheia.
• Tem de se preparar reservas de alimentos suficientes para aTem de se preparar reservas de alimentos suficientes para a
população afectada.população afectada.
RECOMENDAÇÕES 6RECOMENDAÇÕES 6