O documento apresenta um resumo sobre:
1) A definição de sujeito como um ser social e histórico, construído a partir de suas relações com o mundo.
2) A abordagem psicossocial no uso de drogas, que considera fatores biológicos, psicológicos e sociais, enfatizando a família e a rede social do indivíduo.
3) As transformações da família moderna e a importância de considerar o contexto familiar em abordagens sobre o uso de drogas.
O artigo discute a relação entre Psicologia Social e trabalho em dois tempos. No primeiro tempo, analisa o texto seminal de Ignácio Marín-Baró que propõe uma abordagem política do trabalho na América Latina, atenta às peculiaridades e desigualdades estruturais. No segundo tempo, retoma dois textos contemporâneos que dialogam com o trabalho, valorizando as formas alternativas de trabalho e compreendendo os sujeitos em seus modos de trabalhar. Ao longo do texto, defende-se a importância de uma psicologia social do trabalho atenta
Este plano de ensino descreve uma disciplina de Psicologia e Práticas Comunitárias. O curso visa contribuir para o desenvolvimento da psicologia comunitária como disciplina, estimulando sua pesquisa e formando profissionais capazes de aplicar seus conhecimentos teóricos e metodológicos na solução de problemas da comunidade. O curso abordará conceitos como sociedade, comunidade e cidadania, além de discutir a atuação do psicólogo em organizações e movimentos sociais.
O documento descreve a história da psicologia social comunitária, começando com seu desenvolvimento após a Primeira Guerra Mundial para compreender crises sociais. Nos EUA, nos anos 1950-1960, modelos de ação comunitária surgiram para promover saúde mental. Na América Latina, nos anos 1960-1980, psicólogos trabalharam com comunidades sob ditaduras militares. A psicologia social comunitária se consolida nos anos 1990 como disciplina acadêmica comprometida com mudanças sociais e desenvolvimento humano.
O documento discute um projeto de intervenção psicossocial comunitária com adolescentes de baixa renda em Teresina, Piauí. O projeto "Despertar" visava fornecer um espaço de reflexão sobre temas relacionados à realidade dos adolescentes e compreender os impactos sociais nestes jovens. Foram realizadas atividades semanais com 27 adolescentes durante 4 meses para promover o desenvolvimento do senso crítico e da autonomia.
O documento discute a relação entre ética, educação e cidadania segundo os filósofos gregos. A ética trata do comportamento moral dos indivíduos na pólis e está ligada aos costumes e leis. A educação é fundamental para transmitir virtudes e desenvolver a excelência moral dos cidadãos. Ser cidadão significa desfrutar de direitos que permitem a participação política e social, e uma sociedade só é justa quando esses direitos são garantidos a todos.
Mendes pimentel ética e cidadania aplicada a educaçãoRusemberg Reis
O professor tem formação acadêmica em Administração Pública e Direito Público. Ele possui mestrado em Gestão Integrada e Políticas Urbanas do Território e leciona em um instituto educacional na pós-graduação.
Bioética, vulnerabilidade e dignidade humanaFamília Cristã
O documento discute a dignidade humana, a vulnerabilidade e a justiça social. Em particular, destaca que todos os seres humanos são vulneráveis e merecem proteção de suas necessidades básicas, e que a dignidade humana requer respeito mútuo e solidariedade entre as pessoas.
O documento discute a ética profissional do assistente social e sua atuação na comunidade Tucunduba em Belém-Pará. A intervenção do assistente social na comunidade enfrentou desafios como a supressão dos direitos sociais em favor de interesses políticos. No entanto, com a participação de movimentos sociais, a situação da comunidade melhorou, proporcionando uma melhor qualidade de vida para os moradores.
O artigo discute a relação entre Psicologia Social e trabalho em dois tempos. No primeiro tempo, analisa o texto seminal de Ignácio Marín-Baró que propõe uma abordagem política do trabalho na América Latina, atenta às peculiaridades e desigualdades estruturais. No segundo tempo, retoma dois textos contemporâneos que dialogam com o trabalho, valorizando as formas alternativas de trabalho e compreendendo os sujeitos em seus modos de trabalhar. Ao longo do texto, defende-se a importância de uma psicologia social do trabalho atenta
Este plano de ensino descreve uma disciplina de Psicologia e Práticas Comunitárias. O curso visa contribuir para o desenvolvimento da psicologia comunitária como disciplina, estimulando sua pesquisa e formando profissionais capazes de aplicar seus conhecimentos teóricos e metodológicos na solução de problemas da comunidade. O curso abordará conceitos como sociedade, comunidade e cidadania, além de discutir a atuação do psicólogo em organizações e movimentos sociais.
O documento descreve a história da psicologia social comunitária, começando com seu desenvolvimento após a Primeira Guerra Mundial para compreender crises sociais. Nos EUA, nos anos 1950-1960, modelos de ação comunitária surgiram para promover saúde mental. Na América Latina, nos anos 1960-1980, psicólogos trabalharam com comunidades sob ditaduras militares. A psicologia social comunitária se consolida nos anos 1990 como disciplina acadêmica comprometida com mudanças sociais e desenvolvimento humano.
O documento discute um projeto de intervenção psicossocial comunitária com adolescentes de baixa renda em Teresina, Piauí. O projeto "Despertar" visava fornecer um espaço de reflexão sobre temas relacionados à realidade dos adolescentes e compreender os impactos sociais nestes jovens. Foram realizadas atividades semanais com 27 adolescentes durante 4 meses para promover o desenvolvimento do senso crítico e da autonomia.
O documento discute a relação entre ética, educação e cidadania segundo os filósofos gregos. A ética trata do comportamento moral dos indivíduos na pólis e está ligada aos costumes e leis. A educação é fundamental para transmitir virtudes e desenvolver a excelência moral dos cidadãos. Ser cidadão significa desfrutar de direitos que permitem a participação política e social, e uma sociedade só é justa quando esses direitos são garantidos a todos.
Mendes pimentel ética e cidadania aplicada a educaçãoRusemberg Reis
O professor tem formação acadêmica em Administração Pública e Direito Público. Ele possui mestrado em Gestão Integrada e Políticas Urbanas do Território e leciona em um instituto educacional na pós-graduação.
Bioética, vulnerabilidade e dignidade humanaFamília Cristã
O documento discute a dignidade humana, a vulnerabilidade e a justiça social. Em particular, destaca que todos os seres humanos são vulneráveis e merecem proteção de suas necessidades básicas, e que a dignidade humana requer respeito mútuo e solidariedade entre as pessoas.
O documento discute a ética profissional do assistente social e sua atuação na comunidade Tucunduba em Belém-Pará. A intervenção do assistente social na comunidade enfrentou desafios como a supressão dos direitos sociais em favor de interesses políticos. No entanto, com a participação de movimentos sociais, a situação da comunidade melhorou, proporcionando uma melhor qualidade de vida para os moradores.
[1] O documento discute a ética e bioética na enfermagem e como esses princípios devem guiar as ações dos profissionais de saúde no cuidado com os pacientes; [2] A bioética se baseia em quatro princípios - beneficência, não-maleficência, autonomia e justiça - que devem ser usados para analisar situações éticas complexas no cotidiano dos serviços de saúde; [3] Os profissionais devem agir com consciência, solidariedade e responsabilidade, respeitando
O documento descreve a evolução histórica da Psicologia Social Comunitária no Brasil e na América Latina desde os anos 1960. Apresenta os principais marcos no desenvolvimento da área, como o surgimento dos primeiros trabalhos comunitários nas décadas de 1960-1970 e a consolidação da Psicologia Social Comunitária como disciplina obrigatória nos cursos de Psicologia a partir da década de 1990. Também discute as mudanças nas práticas psicológicas comunitárias a partir da década de 1990, com o surgimento de novas demandas
Este documento discute as ciências sociais e seus campos de estudo. 1) As ciências sociais estudam o ser humano individual e em sociedade, incluindo psicologia, sociologia, economia, antropologia, história e linguística. 2) Cada campo tem seu objeto de estudo, como a psicologia estuda a mente humana e o comportamento, enquanto a sociologia estuda estruturas e instituições sociais. 3) O documento também discute conceitos como isolamento, contato, interação e cooperação entre indivíduos e grupos na
O documento discute a bioética como uma nova ciência ética interdisciplinar que combina humildade, responsabilidade e competência intercultural para promover o senso de humanidade. A bioética é baseada em um modelo de complexidade que reconhece a ordem, o caos, a interação e a organização na natureza e na sociedade.
Além da sociedade os dramas e os conflitos do espaço socialAlexandre Nicácio
O documento discute a condição do "homem-particular" na sociedade moderna segundo Agnes Heller e outros teóricos. A vida cotidiana é estruturada em torno da realidade do "homem-particular", um ser alienado das instituições e processos sociais que o pressionam. O indivíduo se torna "homem-particular" devido aos processos de alienação inerentes ao modo de produção capitalista.
O documento discute os conceitos fundamentais da sociologia de acordo com Max Weber. A ação social ocorre quando um ator orienta seus atos levando em consideração outras pessoas. Isso gera padrões sociais que formam diferentes tipos de organização social, como grupos, comunidades e sociedades. Essas organizações são reguladas por status, papéis e instituições sociais.
Psicologia comunitaria uma abordagem conteitualFran Cedeño
Este documento apresenta uma revisão das principais tentativas de conceituação da Psicologia Comunitária, analisando suas origens na Psicologia Social. Discute-se que a Psicologia Comunitária é um saber em construção e pragmático, derivado da Psicologia Social, e que muitas de suas teorias e técnicas são adaptadas de referenciais teóricos existentes. Também aborda os desafios teóricos enfrentados, como a falta de um referencial teórico adequado e a necessidade de melhor articulação entre teoria
O documento discute conceitos fundamentais da sociologia como Comte, Durkheim, Weber e Marx. Aborda temas como ação social, cultura, instituições sociais e o papel do indivíduo na sociedade de consumo moderna.
O documento discute a importância do capital social para a humanização da assistência médica no SUS. Aponta que o capital social, composto por confiança, redes sociais e normas compartilhadas, é fundamental para que o processo de humanização hospitalar ocorra de forma efetiva. Também aborda a comunicação pública como meio de envolver os cidadãos e estabelecer fluxos de informação entre estado e sociedade para promover a humanização.
Uma reflexão sobre a psicologia social comunitáriaIsabella Costa
O documento discute a história e conceitos da psicologia social comunitária no Brasil. Ele descreve como a área emergiu nas décadas de 1960-1970 para promover a conscientização crítica e melhorar a qualidade de vida das comunidades carentes. Também define comunidade e explica como os psicólogos comunitários trabalham de forma interdisciplinar para transformar indivíduos em sujeitos ativos por meio de visitas domiciliares e mapeamento de problemas comunitários.
Durkheim procura definir a sociologia como uma ciência, estabelecendo seu objeto de estudo nos fatos sociais. Fatos sociais são experienciados como realidades externas ao indivíduo e exercem coerção sobre ele através de sanções. Durkheim analisa como a educação e a arte ajudam a internalizar normas sociais, e vê a sociedade ora em estado normal ora patológico, dependendo do grau de consenso sobre os fatos sociais.
Este documento apresenta um resumo do prefácio e introdução do livro "Ética e Serviço Social: Fundamentos Ontológicos" de Maria Lúcia Barroco. No prefácio, José Paulo Netto elogia a qualificação intelectual de Barroco e vê o livro como uma importante contribuição para a fundamentação ética de um projeto profissional crítico e humanista no Serviço Social. A introdução explica que a análise é baseada no método dialético de Marx e visa compreender a gênese da profissão e a base on
Este documento fornece informações sobre educação de jovens e adultos, abordando tópicos como: 1) o material é organizado para aqueles que desejam completar os estudos rapidamente e de maneira eficiente; 2) o material foi elaborado por profissionais qualificados e respeita metodologias de aprendizagem modernas; 3) acredita-se que entendimento e reflexão sobre princípios como transparência e respeito permitirão alcançar padrões morais e éticos mais elevados.
1) O documento é um artigo de revisão sobre ética do cuidado voltado para pessoas idosas, refletindo sobre o tema da perspectiva da relação interpessoal.
2) A ética do cuidado é entendida como proposta ética central para a saúde, não como um elemento isolado. Cuidar envolve uma atitude de preocupação, responsabilidade e aproximação afetiva com o outro.
3) Ao longo da história, diferentes abordagens como a mitológica, filosófica e psicológica contribuíram para o desenvolvimento
O documento discute a diversidade e relatividade cultural. Aponta que culturas desenvolvem respostas variadas aos problemas em seu meio, levando a diferentes padrões culturais e formas de vida. Também explica que o comportamento humano só pode ser compreendido dentro de seu contexto cultural específico, e que cada cultura deve ser julgada pelos seus próprios padrões.
Durkheim acreditava que os sistemas de símbolos culturais, como valores e crenças, são importantes para integrar sociedades. Ele observou que em sociedades complexas os símbolos precisam ser mais abstratos para fornecer unidade, mas também mais concretos para regular relações especializadas. Durkheim estudou a religião aborígene e concluiu que a adoração aos deuses na verdade representa a adoração à própria sociedade e aos laços gerados por interações entre pessoas.
O documento discute os conceitos de ética, moral, valores e liberdade ao longo da história. A ética antiga focava na educação das paixões e na harmonia entre o indivíduo e a sociedade. A ética cristã via como um dever obedecer a leis divinas. Pensadores posteriores como Rousseau, Kant, Hegel, Marx e Nietzsche contestaram essas visões, debatendo a origem da moral e a liberdade. A cidadania está ligada à liberdade e igualdade perante a lei.
O documento descreve os quatro pilares da psicologia comunitária: empowerment, cidadania, luta contra a pobreza e saúde mental. A psicologia comunitária tem como objetivo melhorar a saúde mental e competências da comunidade através da prevenção de problemas e atribuição de poder à população.
O documento discute dois instrumentos para avaliação familiar - F.I.R.O. e A.P.G.A.R. - e outro instrumento chamado P.R.A.C.T.I.C.E. para obtenção de informações sobre dinâmica familiar. O F.I.R.O. analisa as dimensões de Inclusão, Controle e Intimidade e o A.P.G.A.R. avalia Adaptação, Participação, Crescimento, Afeto e Resolução. O P.R.A.C.T.I.C
O documento discute como a escola contribui para a exclusão social através do insucesso escolar e da falta de acesso a diferentes tipos de letramento. Ele propõe que a escola deve estabelecer conexões entre as culturas dos alunos e a cultura valorizada na escola, e inseri-los em ambientes onde possam desenvolver práticas de letramento permanentes para evitar a exclusão social. A reprovação frequente no ensino fundamental leva à evasão e exclusão, então políticas como a promoção automática são sugeridas para garantir a
[1] O documento discute a ética e bioética na enfermagem e como esses princípios devem guiar as ações dos profissionais de saúde no cuidado com os pacientes; [2] A bioética se baseia em quatro princípios - beneficência, não-maleficência, autonomia e justiça - que devem ser usados para analisar situações éticas complexas no cotidiano dos serviços de saúde; [3] Os profissionais devem agir com consciência, solidariedade e responsabilidade, respeitando
O documento descreve a evolução histórica da Psicologia Social Comunitária no Brasil e na América Latina desde os anos 1960. Apresenta os principais marcos no desenvolvimento da área, como o surgimento dos primeiros trabalhos comunitários nas décadas de 1960-1970 e a consolidação da Psicologia Social Comunitária como disciplina obrigatória nos cursos de Psicologia a partir da década de 1990. Também discute as mudanças nas práticas psicológicas comunitárias a partir da década de 1990, com o surgimento de novas demandas
Este documento discute as ciências sociais e seus campos de estudo. 1) As ciências sociais estudam o ser humano individual e em sociedade, incluindo psicologia, sociologia, economia, antropologia, história e linguística. 2) Cada campo tem seu objeto de estudo, como a psicologia estuda a mente humana e o comportamento, enquanto a sociologia estuda estruturas e instituições sociais. 3) O documento também discute conceitos como isolamento, contato, interação e cooperação entre indivíduos e grupos na
O documento discute a bioética como uma nova ciência ética interdisciplinar que combina humildade, responsabilidade e competência intercultural para promover o senso de humanidade. A bioética é baseada em um modelo de complexidade que reconhece a ordem, o caos, a interação e a organização na natureza e na sociedade.
Além da sociedade os dramas e os conflitos do espaço socialAlexandre Nicácio
O documento discute a condição do "homem-particular" na sociedade moderna segundo Agnes Heller e outros teóricos. A vida cotidiana é estruturada em torno da realidade do "homem-particular", um ser alienado das instituições e processos sociais que o pressionam. O indivíduo se torna "homem-particular" devido aos processos de alienação inerentes ao modo de produção capitalista.
O documento discute os conceitos fundamentais da sociologia de acordo com Max Weber. A ação social ocorre quando um ator orienta seus atos levando em consideração outras pessoas. Isso gera padrões sociais que formam diferentes tipos de organização social, como grupos, comunidades e sociedades. Essas organizações são reguladas por status, papéis e instituições sociais.
Psicologia comunitaria uma abordagem conteitualFran Cedeño
Este documento apresenta uma revisão das principais tentativas de conceituação da Psicologia Comunitária, analisando suas origens na Psicologia Social. Discute-se que a Psicologia Comunitária é um saber em construção e pragmático, derivado da Psicologia Social, e que muitas de suas teorias e técnicas são adaptadas de referenciais teóricos existentes. Também aborda os desafios teóricos enfrentados, como a falta de um referencial teórico adequado e a necessidade de melhor articulação entre teoria
O documento discute conceitos fundamentais da sociologia como Comte, Durkheim, Weber e Marx. Aborda temas como ação social, cultura, instituições sociais e o papel do indivíduo na sociedade de consumo moderna.
O documento discute a importância do capital social para a humanização da assistência médica no SUS. Aponta que o capital social, composto por confiança, redes sociais e normas compartilhadas, é fundamental para que o processo de humanização hospitalar ocorra de forma efetiva. Também aborda a comunicação pública como meio de envolver os cidadãos e estabelecer fluxos de informação entre estado e sociedade para promover a humanização.
Uma reflexão sobre a psicologia social comunitáriaIsabella Costa
O documento discute a história e conceitos da psicologia social comunitária no Brasil. Ele descreve como a área emergiu nas décadas de 1960-1970 para promover a conscientização crítica e melhorar a qualidade de vida das comunidades carentes. Também define comunidade e explica como os psicólogos comunitários trabalham de forma interdisciplinar para transformar indivíduos em sujeitos ativos por meio de visitas domiciliares e mapeamento de problemas comunitários.
Durkheim procura definir a sociologia como uma ciência, estabelecendo seu objeto de estudo nos fatos sociais. Fatos sociais são experienciados como realidades externas ao indivíduo e exercem coerção sobre ele através de sanções. Durkheim analisa como a educação e a arte ajudam a internalizar normas sociais, e vê a sociedade ora em estado normal ora patológico, dependendo do grau de consenso sobre os fatos sociais.
Este documento apresenta um resumo do prefácio e introdução do livro "Ética e Serviço Social: Fundamentos Ontológicos" de Maria Lúcia Barroco. No prefácio, José Paulo Netto elogia a qualificação intelectual de Barroco e vê o livro como uma importante contribuição para a fundamentação ética de um projeto profissional crítico e humanista no Serviço Social. A introdução explica que a análise é baseada no método dialético de Marx e visa compreender a gênese da profissão e a base on
Este documento fornece informações sobre educação de jovens e adultos, abordando tópicos como: 1) o material é organizado para aqueles que desejam completar os estudos rapidamente e de maneira eficiente; 2) o material foi elaborado por profissionais qualificados e respeita metodologias de aprendizagem modernas; 3) acredita-se que entendimento e reflexão sobre princípios como transparência e respeito permitirão alcançar padrões morais e éticos mais elevados.
1) O documento é um artigo de revisão sobre ética do cuidado voltado para pessoas idosas, refletindo sobre o tema da perspectiva da relação interpessoal.
2) A ética do cuidado é entendida como proposta ética central para a saúde, não como um elemento isolado. Cuidar envolve uma atitude de preocupação, responsabilidade e aproximação afetiva com o outro.
3) Ao longo da história, diferentes abordagens como a mitológica, filosófica e psicológica contribuíram para o desenvolvimento
O documento discute a diversidade e relatividade cultural. Aponta que culturas desenvolvem respostas variadas aos problemas em seu meio, levando a diferentes padrões culturais e formas de vida. Também explica que o comportamento humano só pode ser compreendido dentro de seu contexto cultural específico, e que cada cultura deve ser julgada pelos seus próprios padrões.
Durkheim acreditava que os sistemas de símbolos culturais, como valores e crenças, são importantes para integrar sociedades. Ele observou que em sociedades complexas os símbolos precisam ser mais abstratos para fornecer unidade, mas também mais concretos para regular relações especializadas. Durkheim estudou a religião aborígene e concluiu que a adoração aos deuses na verdade representa a adoração à própria sociedade e aos laços gerados por interações entre pessoas.
O documento discute os conceitos de ética, moral, valores e liberdade ao longo da história. A ética antiga focava na educação das paixões e na harmonia entre o indivíduo e a sociedade. A ética cristã via como um dever obedecer a leis divinas. Pensadores posteriores como Rousseau, Kant, Hegel, Marx e Nietzsche contestaram essas visões, debatendo a origem da moral e a liberdade. A cidadania está ligada à liberdade e igualdade perante a lei.
O documento descreve os quatro pilares da psicologia comunitária: empowerment, cidadania, luta contra a pobreza e saúde mental. A psicologia comunitária tem como objetivo melhorar a saúde mental e competências da comunidade através da prevenção de problemas e atribuição de poder à população.
O documento discute dois instrumentos para avaliação familiar - F.I.R.O. e A.P.G.A.R. - e outro instrumento chamado P.R.A.C.T.I.C.E. para obtenção de informações sobre dinâmica familiar. O F.I.R.O. analisa as dimensões de Inclusão, Controle e Intimidade e o A.P.G.A.R. avalia Adaptação, Participação, Crescimento, Afeto e Resolução. O P.R.A.C.T.I.C
O documento discute como a escola contribui para a exclusão social através do insucesso escolar e da falta de acesso a diferentes tipos de letramento. Ele propõe que a escola deve estabelecer conexões entre as culturas dos alunos e a cultura valorizada na escola, e inseri-los em ambientes onde possam desenvolver práticas de letramento permanentes para evitar a exclusão social. A reprovação frequente no ensino fundamental leva à evasão e exclusão, então políticas como a promoção automática são sugeridas para garantir a
Este documento describe el Ecomapa o mapa ecológico de la familia, un instrumento que representa gráficamente las conexiones e interacciones de una familia con los sistemas externos como la salud, educación y trabajo. El Ecomapa dibuja a cada miembro de la familia y los conecta a través de líneas a los diferentes sistemas, indicando la naturaleza y intensidad de esas relaciones. Esto permite identificar posibles fuentes de estrés, recursos disponibles y áreas donde la familia o sus miembros podrían
El documento describe el origen y propósito del ecograma y el genograma como herramientas creadas por la trabajadora social Ann Hartman en 1978. El ecograma representa gráficamente las interacciones de una familia con los sistemas externos como salud, educación y religión para identificar fuentes de estrés, apoyo y recursos. Se dibuja colocando círculos alrededor del genograma y conectándolos con líneas para indicar la naturaleza de las relaciones.
O documento discute conceitos de alfabetização, letramentos e tecnologias para uso em sala de aula. Aborda a evolução histórica dos conceitos, tipos e gêneros textuais, e estratégias pedagógicas com uso de TICs, incluindo avaliação. Recomenda o uso de diversos recursos digitais para desenvolver múltiplos letramentos contextualizados.
El documento presenta información sobre dos familias, Calderón Juárez y Juárez Hernández, incluyendo los nombres, fechas de nacimiento y nivel educativo alcanzado de cada miembro. También enumera sus intereses y actividades como deportes, escuela, trabajo, amigos y religión.
O documento discute abordagem familiar em serviços de saúde, definindo conceitos de família, tipos de famílias, subsistemas familiares e ferramentas para abordagem como ciclos de vida, genograma e ecomapa.
El mapa de sistemas representa el entorno en el que se desarrollan las familias y las interacciones entre la familia y los sistemas externos como la familia extendida, amigos, instituciones de salud y educación. Permite identificar recursos, estresores potenciales, y determinar si la familia o sus miembros están aislados de recursos. El mapa representa estas relaciones de forma gráfica y resumida.
O documento discute técnicas de abordagem familiar na medicina de família e comunidade. Apresenta conceitos de família e ferramentas para trabalhar com famílias, incluindo associação, avaliação, educação em saúde, facilitação e referência. Também descreve ciclos de vida familiares e suas características e tarefas associadas, como famílias com filhos pequenos, adolescentes e idosos.
Este documento describe tres herramientas para el diagnóstico familiar: el genograma, el ecomapa y el APGAR familiar. El genograma muestra la estructura y relaciones de la familia a través de generaciones. El ecomapa representa gráficamente las conexiones de la familia con su entorno social. El APGAR familiar evalúa la percepción de la funcionalidad familiar a través de cinco parámetros.
A psicologia social surgiu no século XX para estabelecer uma ponte entre a psicologia e as ciências sociais, tendo como objeto de estudo o comportamento dos indivíduos em interação. Ela aborda conceitos como percepção social, comunicação, atitudes, processo de socialização, grupos sociais e papéis sociais. Recentemente, novas configurações familiares, como casais homoafetivos e famílias homoparentais, vêm desafiando modelos tradicionais.
A psicologia social estuda a interação social e seu impacto no comportamento humano. Ela examina como os indivíduos se percebem uns aos outros e se comunicam, formam atitudes e papéis sociais, e são influenciados por grupos. A socialização, percepção social e representações sociais moldam a identidade humana e subjetividade.
O documento discute a Psicologia Social, sua história e abordagens. A Psicologia Social surgiu da associação entre Psicologia e Sociologia para estudar a influência dos fatores sociais no comportamento humano. Atualmente, a Psicologia Social estuda indivíduos e grupos em contextos sociais reais para promover relações humanas e melhorar a organização da sociedade.
O documento descreve as características fundamentais do ser humano, incluindo a capacidade de pensamento racional, linguagem e abstração. Também discute como os seres humanos são produtos de suas culturas e histórias, e como a reflexão permite que eles reavaliem e interpretem sua realidade. Além disso, destaca que os seres humanos são livres para escolher, mas responsáveis pelas consequências de suas ações.
O documento discute a importância dos grupos na vida humana e o estudo da dinâmica de grupos. Aborda como os seres humanos dependem da interação social para sobreviver e como participam de grupos primários e secundários. Também apresenta conceitos-chave da dinâmica de grupos como líderes, resistência, bodes expiatórios e silenciosos.
O documento discute a natureza biológica, sociocultural e biossociocultural da mente humana. A mente é influenciada pelo cérebro e corpo, mas também pela cultura e experiências sociais de uma pessoa. O pensamento e comportamento são produtos complexos dessas diversas dimensões.
O documento discute um projeto de intervenção psicossocial comunitária realizado com adolescentes de baixa renda em Teresina, Piauí. O Projeto Despertar teve como objetivo proporcionar reflexão sobre temas da realidade dos adolescentes e compreender os impactos sociais nestes. Foram realizadas atividades semanais com 27 adolescentes por 4 meses, avaliando-se positivamente a troca de informações entre os envolvidos. A psicologia social comunitária pode ajudar no desenvolvimento do senso crítico e autonomia dos suje
O documento discute as instituições sociais, definindo-as como normas, valores e atitudes consolidadas na sociedade que influenciam o comportamento social. Ele lista sete instituições universais presentes em todas as sociedades: linguagem, família, estado, economia, educação, religião e lazer. Cada uma desempenha um papel importante na organização e funcionamento da sociedade.
O documento discute os conceitos de interações sociais e grupos sociais. Apresenta diferentes tipos de interações sociais formais e não formais e discute a relatividade das ações sociais dependendo do contexto cultural. Também define grupos sociais e lista elementos caracterizadores como relações, comunicações, normas e objetivos comuns. Distingue grupos estruturados e não estruturados e tipos de grupos de acordo com a pertença, função social e proximidade entre membros.
Eu nos contextos - Modelo Ecológico do DesenvolvimentoGijasilvelitz 2
O documento descreve o modelo ecológico do desenvolvimento de Bronfenbrenner, que propõe estudar o ser humano no contexto em que habita. O modelo define cinco sistemas de contexto que influenciam o desenvolvimento da pessoa: microssistema, mesossistema, exossistema, macrossistema e cronossistema. Cada pessoa está inserida numa rede de contextos interligados que influenciam mutuamente o seu desenvolvimento de forma única.
O documento discute a relação entre filosofia e serviço social, destacando como a filosofia influencia as decisões e escolhas no trabalho social. Apresenta breve histórico da filosofia e como conceitos filosóficos estão presentes em práticas humanas e sociais como política, cidadania e educação.
Espaço Publicitário: Comportamento Social face às Representações e Estereótip...Pâmela Guimarães
1) O documento discute as representações e estereótipos homossexuais na publicidade brasileira e como isso influencia o comportamento social.
2) Ele analisa como a publicidade pode reforçar ou construir opiniões positivas ou negativas sobre a homossexualidade entre os públicos.
3) Também aborda como as representações sociais moldam a percepção da homossexualidade ao longo da história e como isso afeta sua aceitação na sociedade.
O documento discute a importância do estudo das interações sociais na Sociologia. Aponta que as interações sociais, mesmo as mais simples, envolvem comportamentos complexos entre indivíduos. Também ressalta que as interações sociais são relativas ao tempo e espaço em que ocorrem e devem ser compreendidas dentro de seu contexto cultural.
O documento discute os fundamentos da sociologia e sociologia da educação. A sociologia surgiu no século XIX para compreender problemas sociais decorrentes da industrialização. Estuda a sociedade e sua influência no comportamento humano usando métodos científicos. A sociologia da educação analisa os processos sociais de ensino e aprendizagem e como a sociedade fornece educação. Discute conceitos como interação social, estrutura social, grupos, status e papel social, mobilidade social e desigualdade social.
O documento resume o modelo bioecológico do desenvolvimento humano de Bronfenbrenner, que propõe que o desenvolvimento ocorre através da interação entre vários sistemas de contextos, incluindo o microssistema, mesossistema, exossistema e macrossistema, e que esses sistemas influenciam-se mutuamente de forma dinâmica.
Este documento fornece um resumo sobre educação de jovens e adultos, apresentando os principais conceitos da sociologia em 3 frases:
1) O material visa auxiliar aqueles que desejam completar o ensino médio rapidamente e de forma eficiente, respeitando metodologias de aprendizagem modernas.
2) A sociologia estuda as relações sociais e formas de associação humana, enquanto a economia analisa a produção e distribuição de bens e serviços.
3) Marx desenvolveu o conceito de alienação para mostrar como o
Este documento fornece um resumo sobre educação de jovens e adultos, destacando que o material foi elaborado para permitir que os participantes completem seus estudos de ensino médio de forma rápida e eficiente estudando sozinhos. Também discute brevemente as principais teorias sociológicas como o positivismo, Durkheim, Weber e Marx.
1) O documento discute como o indivíduo se desenvolve através da interação com o meio social, apropriando-se dos conteúdos culturais e transformando-se a si mesmo e ao meio.
2) O desenvolvimento depende das condições e recursos disponíveis no meio, incluindo as relações com outras pessoas.
3) O significado social é apropriado pelo indivíduo, que constrói um sentido pessoal baseado em suas motivações e experiência.
A interação social é essencial para o desenvolvimento das sociedades e ocorre por meio da comunicação entre indivíduos e grupos. Os grupos sociais se formam com base nas interações entre pessoas que compartilham objetivos e valores. Existem grupos primários como a família e grupos secundários como grupos religiosos.
Semelhante a Curso de Prevenção às Drogas Capitulo 2 (20)
Concepção, gravidez, parto e pós-parto: perspectivas feministas e interseccionais
Livro integra a coleção Temas em Saúde Coletiva
A mais recente publicação do Instituto de SP traça a evolução da política de saúde voltada para as mulheres e pessoas que engravidam no Brasil ao longo dos últimos cinquenta anos.
A publicação se inicia com uma análise aprofundada de dois conceitos fundamentais: gênero e interseccionalidade. Ao abordar questões de saúde da mulher, considera-se o contexto social no qual a mulher está inserida, levando em conta sua classe, raça e gênero. Um dos pontos centrais deste livro é a transformação na assistência ao parto, influenciada significativamente pelos movimentos sociais, que desde a década de 1980 denunciam o uso irracional de tecnologia na assistência.
Essas iniciativas se integraram ao movimento emergente de avaliação tecnológica em saúde e medicina baseada em evidências, resultando em estudos substanciais que impulsionaram mudanças significativas, muitas das quais são discutidas nesta edição. Esta edição tem como objetivo fomentar o debate na área da saúde, contribuindo para a formação de profissionais para o SUS e auxiliando na formulação de políticas públicas por meio de uma discussão abrangente de conceitos e tendências do campo da Saúde Coletiva.
Esta edição amplia a compreensão das diversas facetas envolvidas na garantia de assistência durante o período reprodutivo, promovendo uma abordagem livre de preconceitos, discriminação e opressão, pautada principalmente nos direitos humanos.
Dois capítulos se destacam: ‘“A pulseirinha do papai”: heteronormatividade na assistência à saúde materna prestada a casais de mulheres em São Paulo’, e ‘Políticas Públicas de Gestação, Práticas e Experiências Discursivas de Gravidez Trans masculina’.
Parabéns às autoras e organizadoras!
Prof. Marcus Renato de Carvalho
www.agostodourado.com
Livro do Instituto da Saúde: amplia visões e direitos no ciclo gravídico-puer...
Curso de Prevenção às Drogas Capitulo 2
1. Ileno Izídio da Costa
Professor Adjunto do Departamento de Psicologia Clínica, Ex-Vice-Di-
retor do Instituto de Psicologia da UnB e do Centro de Atendimento e
Estudos Psicológicos (Clínica-escola). Atual Coordenador de Projetos
Especiais do Instituto de Psicologia da UnB, do Grupo Personna (Es-
tudos e Pesquisas sobre violência e criminalidade), do Grupo de Inter-
venção Precoce nas Psicoses (GIPSI) e do Curso de Especialização
em Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas (Lato Sensu), em parceria
com o Ministério da Saúde. Presidente da Associação de Saúde Men-
tal do Cerrado (ASCER).
2. O sujeito, os contextos e a aborda-
gem psicossocial no uso de drogas
Ileno Izídio da Costa
2
3.
4. 47
O sujeito, os contextos e a abordagem psicossocial no uso de drogas
O sujeito, os contextos e a
abordagem psicossocial no uso de
drogas
Breve apresentação
No Capítulo 1, apresentamos a história e os contextos sociais do uso
de álcool e outras drogas. No Capítulo atual, pretendemos discutir,
a partir do sujeito que usa (abusa de) essas substâncias, quais são
os principais aspectos psicossociais que devemos considerar para
complexificar sua abordagem. Assim, pretendemos caracterizar a
noção de sujeito como um ser social e historicamente construído,
identificar os principais componentes da abordagem psicossocial do
uso de substâncias psicoativas, enfatizar a importância da família
como protagonista dessa realidade, apresentar alguns meios de como
abordá-la como fator fundamental para essa compreensão, situar,
de forma geral, os impactos na família diante do uso abusivo dessas
substâncias e caracterizar o que seja rede social significativa e o papel
da comunidade nessa realidade, além de enfatizar a importância da
reinserçãosocialdossujeitosquefazemusodeálcool edeoutrasdrogas.
5. 48
Módulo 1
O que é sujeito
O conceito de sujeito é amplo. Podemos dizer que sujeito faz referência
à pessoa em relação com o mundo, ou seja, é um ser que tem consci-
ência e experiências únicas, a partir de seu relacionamento com outros
seres que existem fora de si mesmo; isto é, somos sujeitos em relação
aos outros e às coisas existentes no mundo, e aí se encontra o sentido de
nossa existência.
Um aspecto importante do sujeito é a sua relação com o seu próprio
corpo, que tem uma dimensão biológica dada, mas que, ao mesmo tem-
po, se organiza socialmente sobre a base das emoções experimentadas
pelo sujeito em seus diferentes sistemas de relações. Assim, o corpo é
também um histórico de relações do sujeito, sendo, portanto, composto
por aspectos sociais e culturais, e cultiva emoções que contemplam as
relações de sua realidade. Essa visão de sujeito histórico-social-cultural
remete a diversos momentos da vida do sujeito, pois, ao pertencer a um
determinado espaço social, ele também está construindo sua própria
condição existencial.
Dessa maneira, sabe-se que, à medida que o sujeito se insere na socieda-
de, acrescenta um pouco mais à sua história pessoal e constitui-se cada
vez mais sujeito atuante e participante de sua própria subjetividade.
Sujeito e subjetividade
Sujeito e subjetividade são temas que não se separam. A subjeti-
vidade caracteriza-se pela possibilidade de os sujeitos, através das
várias formas de expressão, concretizarem sua condição humana,
através das experiências vividas, seus significados e sentidos, defi-
nidos dentro do espaço psicossocial em que se constituem.
O sujeito, então, é um agregado de relações sociais. A conversão das
relações sociais em sujeito social se faz por meio da diferenciação
6. 49
O sujeito, os contextos e a abordagem psicossocial no uso de drogas
e apropriação que ele realiza do que foi partilhado com os outros,
tornando-se um ser singular, ao mesmo tempo que troca experi-
ências comuns com os outros. Assim, também podemos falar em
subjetividade social.
A subjetividade, então, é compreendida como um processo de pro-
dução no qual existem múltiplos componentes, resultantes da apre-
ensão que o ser humano realiza, permanentemente, a partir de uma
heterogeneidade de elementos do contexto social. Nesse sentido,
valores, ideias e significados ganham um registro singular, tornan-
do-se matéria-prima para a expressão dos afetos vividos e base para
os relacionamentos interpessoais e vínculos de redes psicossociais.
O sujeito, a partir das relações que vivencia no mundo, produz sig-
nificações que lhe permitem singularizar os objetos coletivos. As-
sim, todo processo de construção do sujeito é realizado na relação
com os grupos e redes sociais. Inserido nesse cenário de múltiplas
singularidades que se entrecruzam, o sujeito, ao realizar sua histó-
ria, também realiza a dos outros, na mesma medida em que é reali-
zado por essa mesma história, sendo, por isso, produto e produtor
da sociedade e participante ativo de seu tempo histórico.
O ser humano, assim, é um ser social e histórico que passa por di-
versas mudanças e processos no decorrer do tempo, devido à cultura
e às condições sociais produzidas pela humanidade. A internaliza-
ção desses processos sociais acontece mediada por sistemas simbó-
licos. O ser humano e seu projeto de vida possuem uma origem e
uma finalidade, e a sociedade apresenta os limites e possibilidades
de elaboração e construção, baseando-se nos modos culturalmente
construídos para ordenar a realidade.
O projeto de vida deve considerar as expectativas do sujeito em relação
ao seu futuro e as suas possibilidades reais, enfatizando as escolhas pes-
soais na definição das estratégias para atingir esse futuro e assumindo a
responsabilidade pelas decisões e comportamentos adotados.
7. 50
Módulo 1
Saiba mais
Projeto de vida é um fenômeno psicológico, mas que se constitui mediado
pelas relações pessoais significativas; seus aspectos constituintes emer-
gem de três dimensões articuladas entre si:
a. sociocognitiva: estabelecimento de processos reflexivos, da produ-
ção de ideias sobre si mesmo na relação com o mundo que o cerca.
Resulta na racionalidade subjetiva, que implica a mediação do sujei-
to com o mundo exterior e o desenvolvimento de processos simbóli-
cos, de significação das coisas, pessoas e situações;
b. socioafetiva: definições da ação humana enquanto capacidade de
ser afetada pelos outros e pelas coisas, resultando na constituição
dos afetos, das paixões, da ética, na mediação entre o sofrimento e
a felicidade, entre o prazer e o desprazer;
c. espaço-temporal: o cotidiano é a interface entre o passado, o pre-
sente e o futuro nas duas esferas da vida cotidiana: o público e a
intimidade. O passado se refere à história e à memória; o presente,
à ordem da experiência como superação do passado pela mediação
do presente, sendo o futuro um aspecto central no projeto de vida.
Por uma abordagem psicossocial
A abordagem psicossocial compreende que a nossa história de vida é
marcada pelas relações em rede, cujas estruturas social e familiar, bem
como as experiências culturais, se manifestam no dia a dia, constituindo
o sujeito em sua totalidade, que afeta e é afetado no mundo, enfatizando
a interação e a interdependência dos fenômenos biopsicossociais e bus-
cando pesquisar a natureza dos processos dinâmicos do homem em sua
vivência cotidiana.
Contempla, portanto, articulações entre o que está na ordem da socieda-
de e o que faz parte da subjetividade, do psíquico, concebendo o sujeito
8. 51
O sujeito, os contextos e a abordagem psicossocial no uso de drogas
na multidimensionalidade da vida, na qual estão envolvidos aspectos de
interação entre o físico, o psicológico, o meio ambiente natural e o social.
Nessa perspectiva, as relações do sujeito com sua rede familiar e co-
munitária passam a ocupar um lugar privilegiado, convocando-se os
atores sociais envolvidos a participarem da compreensão dos proces-
sos em que estão implicados e a se responsabilizarem pela transfor-
mação do seu entorno.
Sendo assim, uma ação psicossocial, portanto, tenta compreender a
complexidade do ser humano em seus processos de troca e no desenvol-
vimento de ligações baseadas nas experiências construídas individual
e coletivamente. Essa prática, que se volta para o sofrimento ou pro-
blemas decorrentes da dimensão psicossocial, ressalta ações dirigidas
para a atenção ao usuário, em uma perspectiva integral, o que requer
o questionamento de posições reducionistas, voltadas somente para as
intervenções bioquímicas e direcionadas para as perspectivas fisiopato-
lógicas do usuário.
Assim, o cuidado essencial com o ser humano deve fundamentar-se em
uma visão que supere as dicotomias corpo/mente, sujeito/objeto, saúde/
doença, individual/social, e outras tantas cisões, configurando-se como
uma prática apoiada em perspectivas em que a interdisciplinaridade
seja um desafio constante.
Para que possamos especificar melhor a complexidade envolvida na
abordagem psicossocial, destaquemos três dimensões fundantes: a fa-
mília, a comunidade e a rede social.
A família e suas transformações
O termo ‘família’ é derivado do latim ‘famulus’, que significa “escravo
doméstico”. Esse termo foi criado na Roma Antiga para designar um
novo grupo social que surgiu entre as tribos latinas, ao serem introduzi-
das na agricultura e também na escravidão legalizada. Latim famulus =
que serve, lugar em função de. Latim fa-ama = casa; famulo = do verbo
facere, a indicar que faz, que serve.
9. 52
Módulo 1
A família é unidade básica da sociedade formada por sujeitos com an-
cestrais em comum ou ligados por laços afetivos. É a primeira referência
da pessoa. Mediadora entre o sujeito e a sociedade, é onde aprendemos
a perceber o mundo e a nos situarmos nele. É um dos grupos responsá-
veis por nossa formação pessoal.
A partir da década de 1960, a família sofreu muitas modificações: cresceu
o número de separações e divórcios; a religião foi perdendo sua força,
não mais conseguindo segurar casamentos com relações insatisfatórias; a
igualdade passou a ser um pressuposto em muitas relações matrimoniais.
No século XXI, costuma-se falar da “crise da instituição família”. Não se
trata, porém, propriamente do enfraquecimento da instituição família,
mas de inúmeras transformações que ela vem sofrendo em sua interio-
ridade, em função de mudanças socioculturais contemporâneas: novas
relações entre os sexos, mediante o maior controle da natalidade e a
inserção massiva da mulher no mercado de trabalho; ao mesmo tempo,
o homem aprendeu a ser mais cuidadoso nas relações familiares e nos
trabalhos domésticos (ver Figura 1). Também houve mudanças nos pre-
conceitos em relação à homossexualidade. Isso levou a diferentes confi-
gurações familiares, como podemos ver no Quadro 1.
10. 53
O sujeito, os contextos e a abordagem psicossocial no uso de drogas
Quadro 1: A família na contemporaneidade
Tipos de
Família
Características
Família nuclear
Pai e mãe estão presentes, morando na mesma casa, e todas as
crianças são filhos deste casal.
Família
monoparental
Apenas a mãe (ou o pai) está presente, vivendo com seus filhos e,
eventualmente, com outros menores de idade sob sua responsabi-
lidade, sem nenhuma pessoa maior de 18 anos, que não seja filho,
morando na casa.
Família recasada
Pai e/ou mãe vivendo em nova união, legal ou consensualmente,
e podem ter seus filhos vivendo ou não juntos na mesma casa,
sejam deles próprios, sejam de casamentos anteriores.
Família não
convencional
Grupo mais amplo que consiste na família nuclear (pai, mãe,
filhos) mais os parentes diretos de ambos os lados, existindo uma
extensão das relações entre pais e filhos para pais, avós e netos.
Família
homoafetiva
Casais do mesmo sexo adotam filhos ou um deles faz insemina-
ção artificial ou via barriga de aluguel.
Família de pais
separados
Família dissolvida, porém os ex-cônjuges ficam com a guarda
compartilhada dos filhos.
Família de filhos
adotivos
Devido a algum problema de infertilidade, o casal adota filhos ou,
além de terem filhos biológicos, optam pela adoção também.
Família
uniparental
É assim definida quando o ônus da criação do filho é de apenas do
marido ou da mulher, seja por viuvez, seja por maus tratos, etc.
Família sem
filhos
Resulta da combinação de mudanças na maternidade (muitos ca-
sais esperam mais tempo para ter filhos ou excluem a gestação de
seus planos) ou, na evolução da educação e da renda, permitem
que os filhos saiam de casa para estudar e trabalhar.
11. 54
Módulo 1
Figura 1: A nova família brasileira (Censo Demográfico 2010/IBGE)
UNIPESSOAL - 12,2%
São cerca de 57 milhões de lares brasileiros
51,2%
48,8%
Homens morando
sozinhos
Mulheres morando
sozinhas
NUCLEAR - 66,2%
20,7%
61,9%
Casal sem filhos
Casal com filhos
2,3%
15,1%
Homem com filhos
Mulher com filhos
15,8%Outros tipos
ESTENDIDA - 19%
3,6%
26,7%
43%
10,9%
Homem com filhos
e outro parente
Mulher com filhos
e outro parente
Casal com filhos
e outro parente
Casal sem filhos
e outro parente
40,6%Outros tipos
3,5%
15,8%
30,1%
9,9%
Homem com filhos
com NÃO parentes
Mulher com filhos
com NÃO parentes
Composta - 2,5%
Casal com filhos
com NÃO parentes
Casal sem filhos
com NÃO parentes
51,2%
48,8%
RESPONSÁVEL PELA FAMÍLIA
Homens
Mulheres
Há responsabilidade compartilhada
em 29,6%dos lares
Casais que trabalham e não têm filhos,
chamados de dinks, somam2 milhões
Pessoas morando com amigos, somam 400 mil
CASAIS GAYS - 60.000
46,2%
53,8%
De Homens
De Mulheres
Fonte: UNIGRANRIO (2012), adaptado por NUTE-UFSC.
12. 55
O sujeito, os contextos e a abordagem psicossocial no uso de drogas
Formas de conhecer (mapear) a família
Genograma: representação gráfica da família, na qual são apresentados
os diferentes membros da família, de diferentes gerações, o padrão de re-
lacionamento entre eles e seus principais relacionamentos (ver Figura 2).
Representa a estrutura familiar. Por estrutura entende-se a organização ou
disposição de componentes que se inter-relacionam de maneira particular
e recorrente. Desse modo, a estrutura familiar compõe-se de um conjunto
de sujeitos com condições, posições e uma interação particular.
Figura 2: Exemplo de genograma
Homem Separação
Divórcio
Falecimento
Sujeito
em estudo
Mulher
Casamento
União de fato
Agregado familiar
Relação excelente
Boa relação
Relação distante
*Para melhor organização do genograma
I
1
1
*
isquêmica
1
1
1
2
2
2
2
3
3
3
3
4
4
4
4
5
5
5 6
6
6
7
II
III
IV
V
1878? ? ?
1908
1964
1912
1996
1900
1946
1956 1960 1962 1971
1950
2004
2003
2000 2007
1912 1904 1907
1936
1961
Asma
Surdez Saudável
HTA
IRC(diálise) Neointestino
Hipotireoidismo
HTA
IRC
Dislipidemia
Ansiedade
Neointestino Neointestino
Saudável
SaudávelReumatismoDoença coronária
C.
D.
A.T.
Saudável
Assassinado
Abandonou lar
Saudável
MA
VG MB VD
Abuso tabaco
Hemorroidas
Legenda:
Fonte: Pessoa e Sérgio (2012), adaptado por NUTE-UFSC.
13. 56
Módulo 1
Ecomapa: diagrama das relações entre a família e a comunidade que ajuda a avaliar
os apoios e suportes disponíveis e sua utilização pela família. Avalia força, impac-
to e qualidade de ligação entre a família e a comunidade ou rede, como veremos
adiante. O ecomapa fornece uma visão ampliada da família, desenhando a estrutura
de sustentação e retratando a ligação da família com o mundo (ver Figura 3). Esse
instrumento demonstra, portanto, a conexão das circunstâncias do meio ambiente
e mostra o vínculo entre os membros da família e os recursos comunitários.
Figura 3: Exemplo de ecomapa
Legenda:
Intensidade das relações
Igreja
Evangélica
de Deus
Enfermeira e
recepcionista
da clínica
Clínica de
hematologia
Pai de
Tadeu
Avó
materna
Primo
Mateus,
tio materno
Auxílio
doença
HU
Túlio
Taís
Tadeu
Mônica
Jeremias
USF
Apoio forte
Apoio normal
Apoio fraco
Vizinhos
Fluxo de energia
Conflituosa
Ausência de apoio
Fonte: Nóbrega, Collet, Silva e Coutinho (2010), adaptado por NUTE-UFSC.
14. 57
O sujeito, os contextos e a abordagem psicossocial no uso de drogas
Mapa de Rede: campo relacional total do sujeito. A rede social integra
todos aqueles que o sujeito reconhece e qualifica como significativos.
O mapa de redes expressa, de forma gráfica, as relações de proximidade
e distância entre as redes sociais significativas do sujeito, expressando a
presença ou ausência do apoio social (ver Figura 4). Pode ser um ótimo
instrumento para a intervenção no diagnóstico de situações e de inter-
venções no campo psicossocial, em especial nos problemas relaciona-
dos ao uso de álcool e de outras drogas.
Figura 4: Sistemas Ecológicos Familiares e Mapa Mínimo de Rede
Microssistema
Núcleo Familiar
Escola
Mesossistema
Relação família
escola - amigos
Exossistema
Serviços Públicos
Empresas
Trabalho
Meios de
Comunicação
Macrossistema
Cultura
Religião
Estado
Valores
Estilo de vida
Fonte: Menéndez (2013), adaptado por NUTE-UFSC.
Esses instrumentos fazem parte da abordagem sistêmica. Nela, defende-
se que alguém que faz uso problemático de álcool e outras drogas, por
exemplo, exerce uma importante função na família, que se organiza de
15. 58
Módulo 1
modo a atingir um equilíbrio dentro do sistema, mesmo que para isso
inclua a codependência em seu funcionamento.
Sabemos que a família desempenha papel fundamental não só na rela-
ção com seus membros, mas também na relação com o Estado, na pers-
pectiva de instituição social decisiva ao desenvolvimento do processo de
integração/inclusão social de seus membros.
Assim, a família, através da construção da autonomia e independência
de seus membros, deve favorecer a formação de um sujeito capaz de
organizar sua própria vida e responsabilizar-se por suas relações sociais,
fortalecendo a manutenção de laços afetivos já existentes, bem como
formando novos laços.
A inclusão da família é muito importante na construção de qualquer
processo de compreensão e intervenção com o usuário, devendo ser in-
cluída desde o começo em todas as ações em saúde, o que torna funda-
mental conhecê-la, em suas potencialidades e fraquezas, suas redes e
suas determinações para as possibilidades (ou não) de mudanças. As-
sim, a família deveria ser protagonista de todo o processo de acompa-
nhamento do sujeito.
É através da consideração familiar que os membros passam a receber
atenção não só para suas angústias, mas também começam a receber
informações fundamentais para a melhor compreensão do sofrimento
que o sujeito e ela vivenciam. Saber abordar, avaliar, acompanhar e tra-
tar a família torna-se, portanto, imperioso.
A família e o contexto de uso e abuso de substâncias
psicoativas
O impacto que a família sofre com o uso problemático de álcool e outras
drogas por um de seus membros é correspondente às reações que vão
ocorrendo com o sujeito que as utiliza. Podemos resumir esse impacto
através de quatro estágios pelos quais a família progressivamente passa
sob a influência das drogas e do álcool.
1. Na primeira etapa, é preponderantemente o mecanismo de ne-
gação. Ocorre tensão e desentendimento, e as pessoas deixam de
falar sobre o que realmente pensam e sentem.
16. 59
O sujeito, os contextos e a abordagem psicossocial no uso de drogas
2. Em um segundo momento, a família demonstra muita preocu-
pação com essa questão, tentando controlar o uso da substância,
bem como as suas consequências físicas, emocionais, no campo
do trabalho e no convívio social. Mentiras e cumplicidades relati-
vas ao uso problemático de álcool e outras drogas instauram um
clima de segredo familiar. A regra é não falar do assunto, manten-
do a ilusão de que as drogas e o álcool não estão causando proble-
mas na família.
3. Na terceira fase, a desorganização da família começa a ocorrer.
Seus membros assumem papéis rígidos e previsíveis. As famílias
assumem responsabilidades de atos que não são seus. Assim, o
usuário problemático perde a oportunidade, muitas vezes, de per-
ceber as consequências do abuso de álcool e de outras drogas. É
comum ocorrer uma inversão de papéis e funções; por exemplo, a
esposa que passa a assumir todas as responsabilidades da casa em
decorrência o alcoolismo do marido, ou a filha mais velha passa
a cuidar dos irmãos em consequência do uso de álcool e outras
drogas por parte da mãe.
4. O quarto estágio é caracterizado pela exaustão emocional, po-
dendo surgir graves distúrbios de comportamento e de saúde em
vários de seus membros. A situação fica insustentável, levando ao
afastamento dos membros e gerando rupturas familiares.
Dados esses processos, é fundamental que as famílias sejam incluídas
em programas de prevenção1
e de tratamento2
e incentivadas em seu
protagonismo.
Lembre-se
Embora tais estágios definam um padrão da evolução do impacto das
substâncias, não se pode afirmar que em todas as famílias o processo será
o mesmo, mas indubitavelmente existe uma tendência de os familiares se
sentirem culpados e envergonhados por terem um de seus membros nes-
sa situação. Muitas vezes, devido a sentimentos, a família demora muito
tempo para admitir o problema e procurar ajuda externa e profissional, o
que corrobora para agravar o desfecho do caso.
1
Veja no
Capítulo 7.
2
Veja no
Capítulo 8.
17. 60
Módulo 1
A família e o contexto cultural1
são fatores importantes na determinação
do padrão do consumo de álcool e de outras drogas. Há várias evidências
de que os padrões culturais têm papel significativo no desenvolvimen-
to dos problemas relacionados ao uso dessas substâncias. Culturas, por
exemplo, que seguem rituais estabelecidos de onde, quando e como beber
têm menores taxas de uso abusivo de álcool, se comparadas a culturas que
simplesmente proíbem seu uso. O que é ou não socialmente aceitável de-
pende das características da família e da comunidade em questão – seus
valores, sua cultura (o álcool não é socialmente aceitável em comunidades
muçulmanas, por exemplo) – e não do risco que a droga representa em si.
Comunidade: uma abordagem necessária
A palavra ‘comunidade’ vem do latimcommunitas, de cum mais unitas, pode
ser definida em função dos laços de parentesco, localização geográfica, cons-
tituição territorial, interesses políticos, crença religiosa, composição étnica,
características físicas ou problemas de saúde ou de saúde mental compar-
tilhados por uma coletividade. O conceito de comunidade2
engloba não
somente o conjunto de pessoas que a formam, mas também as complexas
relações sociais que existem entre seus membros, o sistema de crenças que
professam e as normas sociais que a regem. Por isso, a apreciação da singu-
lar complexidade de cada comunidade é essencial para a compreensão dos
sujeitos que nela se inscrevem e, em decorrência, de como as pessoas tomam
decisões que afetam a saúde e o seu bem-estar.
Redes sociais significativas
O homem, como ser social, estabelece sua primeira rede de relação no
momento em que vem ao mundo. A interação com a família, como vi-
mos, confere-lhe o aprendizado e a socialização, que se estendem para
outras redes sociais. É pela convivência com grupos e pessoas que se
moldarão muitas das características pessoais determinantes da sua iden-
tidade social. Surgem, nesse contexto, o reconhecimento e a influência
dos grupos como elementos decisivos para a manutenção do sentimen-
to de pertinência e de valorização pessoal.
1
Veja no
Capítulo 1.
2
Veja o aprofun-
damento do tema
da comunidade no
Capítulo 9: “O tra-
balho comunitário
e a construção de
redes de cuidado e
proteção”.
18. 61
O sujeito, os contextos e a abordagem psicossocial no uso de drogas
Todo sujeito carece de aceitação, e é na vida em grupo que ele irá exter-
nar e suprir essa necessidade. Os vínculos estabelecidos tornam-se in-
tencionais, definidos por afinidades e interesses comuns. O grupo pas-
sa, então, a influenciar comportamentos e atitudes, funcionando como
ponto em uma rede de referências composta por outros grupos, pessoas
ou instituições, cada qual com uma função específica na vida da pessoa.
Rede social significativa é o conjunto de relações interpessoais concre-
tas que vinculam sujeitos a outros sujeitos, tecendo laços de reciproci-
dade e cooperação. Esse conceito vem se ampliando dia a dia, à medida
que se percebe o poder da cooperação como atitude que enfatiza pon-
tos comuns em um grupo para gerar solidariedade e parceria.
O termo ‘apoio social’ nos remete à ideia de solidariedade, acolhimento,
pertencimento, entre outros conceitos que emergem da reciprocidade e
interação entre os sujeitos frente a determinadas situações. Os conceitos
“rede social”, “suporte social”, “rede de apoio”, “rede de pertencimento”,
entre outros, aparecem em muitos estudos para definir as mesmas pers-
pectivas sobre apoio social.
Na análise de redes sociais, a função do apoio e/ou suporte social é cen-
tral para se pensar processos de intervenção psicossocial, pois descreve
o conjunto de pessoas que oferecem ajuda e apoio de forma real e dura-
doura ao sujeito ou à família.
Assim sendo, pensar em apoio social remete às relações pessoais signifi-
cativas, constituídas em forma de redes: (a) primárias: aquelas relações
escolhidas e definidas pelo sujeito no decorrer de toda sua existência,
não só pelo âmbito familiar, mas também dos amigos, dos vizinhos e
dos companheiros de trabalho (família e comunidade); e (b) secundá-
rias: relações organizadas de maneira específica, nas quais seus inte-
grantes possuem papéis predeterminados e definidos de acordo com os
lugares que ocupam em determinadas instituições (instituições sociais).
Suporte social
é uma forma de
relacionamento in-
terpessoal, grupal
ou comunitário que
fornece ao sujeito
um sentimento de
proteção e apoio
capaz de propiciar
redução do estres-
se e bem-estar
psicológico.
19. 62
Módulo 1
Reinserção social
Para entendermos o processo de reinserção, ou reintegração social, é
necessário que nos reportemos ao conceito de exclusão, como já citado
anteriormente, que é o ato pelo qual alguém é privado ou excluído de
determinadas funções. A exclusão social implica, pois, numa dinâmica
de privação por falta de acesso aos sistemas sociais básicos, como famí-
lia, moradia, trabalho formal ou informal, saúde, entre outros.
A reinserção assume o caráter de reconstrução das perdas, e seu objetivo
é a capacitação da pessoa para exercer em plenitude o seu direito à cida-
dania. O exercício da cidadania para o sujeito em tratamento significa o
estabelecimento ou resgate de uma rede social inexistente ou compro-
metida pelo período do uso problemático da droga. Nesse cenário, focar
somente na abstinência da droga para o sujeito deixa de ser o objetivo
maior do tratamento, pois, para o dependente, a sua maior dificuldade
é justamente não conseguir interromper o uso, geralmente relacionado
à sua situação de vulnerabilidade, decorrente da fragilidade de seus vín-
culos sociais. Assim, a reinserção social torna-se, neste milênio, o gran-
de desafio para o profissional que se dedica à área do uso problemático
de álcool e outras drogas.
O processo de reinserção começa com a avaliação social, momento em
que se mapeia a vida do sujeito em aspectos significativos que darão
suporte à retomada de seu projeto originário ou à construção de um
novo projeto de vida. Por isso, faz-se necessário assumir uma postu-
ra de acolhimento do sujeito, no qual a atitude solidária e a crença
na capacidade de ele construir e/ou restabelecer sua rede social irão
determinar o estabelecimento de um vínculo positivo entre ambos. É
uma parceria na qual a porta para a ajuda estará sempre aberta, desde
que o trânsito seja de mão dupla.
Assim, devemos entender a reinserção social como um processo longo
e gradativo que implica, inicialmente, a superação dos próprios precon-
ceitos, nem sempre explícitos.
20. 63
O sujeito, os contextos e a abordagem psicossocial no uso de drogas
Os assuntos individuais e sociais de maior relevância no contexto do sujeito
devem ser discutidos abertamente, com o objetivo de estimular uma consci-
ência social e humana mais participativa, resgatando a sua autoestima.
Recomendamos ler: Tratamento – Reinserção Social: definição
do Observatório Brasileiro de Informações sobre Drogas (OBID).
Disponível em: http://www.obid.senad.gov.br/portais/OBID/conteudo
/index.php?id_conteudo=11437&rastro=TRATAMENTO%2FReinser%C3%
A7%C3%A3o+Social/Defini%C3%A7%C3%A3o.
Resumo
Vimos, neste Capítulo, temas complexos tais como o sujeito, a subjetivi-
dade, a família, a rede, e a comunidade em suas relações com o fenôme-
no do álcool e outras drogas, seja por uso ou por abuso. Assim, objetiva-
mos compreender a complexidade dos fatores que levam o ser humano
a consumir essas substâncias, que podem ir do prazer ao sofrimento. De
fatores pessoais, mais profundos, até os sociais, cotidianos, havemos de
compreender que o consumo de álcool e outras drogas entra na vida de
cada um de forma diferente, de acordo com sua personalidade, suas re-
lações familiares e suas interações com o mundo; porém, esse fenômeno
não se reduz ao sujeito e suas relações, mas inclui o que chamamos de
“a outra ponta da drogadição”, que são as substâncias, ou os produtos, e
seus efeitos. É o que veremos no próximo Capítulo.
Referências
BUCHELE, F.; MARQUES, A. C. P. R.; CARVALHO, D. B. B. Importân-
cia da identificação da cultura e de hábitos relacionados ao álcool e outras
drogas. In: BRASIL. Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas. Atu-
alização de Conhecimentos sobre Redução da Demanda de Drogas. 1.
ed. Brasília: Ministério da Justiça, 2004. v. 1, p. 223-233.
21. 64
Módulo 1
CAMPOS, E. P. Quem cuida do Cuidador: uma proposta para os profis-
sionais da saúde. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 2005.
COHEN, H. De la desinstitucionalización a la atención en la co-
munidad. In: RODRIGUEZ, J. J. Salud mental en la comunidad.
Washignton (DC). Organización Panamericana de la Salud, 2009.
ELKAÏM, M. Panorama das Terapias Familiares. São Paulo: Summus,
1998.
ENRIQUEZ, E. et al. Psicossociologia: análise social e intervenção. Pe-
trópolis: Vozes, 1994.
FOUCAULT, M. A hermenêutica do sujeito. São Paulo: Martins
Fontes, 2004.
GIONGO, C. D. Tecendo relações: o trabalho com famílias na perspectiva
de redes sociais. In: SCHEUNEMANN, A. V.; HOCH, L. C. (Orgs.). Re-
des de apoio na crise. São Leopoldo: Escola Superior de Teologia, 2003.
MENÉNDEZ, S. Intervención familiar bajo um modelo ecossistêmico,
2013. Disponível em: http://mujeresnelmundo.blogspot.com.es/2013/08/
intervencion-familiar-bajo-un-modelo.html#more. Acesso em 25 de
maio 2014.
MILANESE, E. Tratamento Comunitário: Manual de Trabalho I. 2. ed.
São Paulo: Instituto Empodera; SENAD, 2012.
MOLON, S. Subjetividade e constituição do sujeito em Vygotsky. Petró-
polis: Vozes, 2003
NÓBREGA, V. M.; COLLET, N.; SILVA, K. L.; COUTINHO, S. E. D. Rede
e apoio social das famílias de crianças em condição crônica. Rev. Eletr.
Enf., Goiana, v. 12, n. 3, p. 431-440, 2010.
PEREIRA, A. P. S.; TEIXEIRA, G. M.; BRESSAN, C. A. B.; MARTINI, J.
G. O genograma e o ecomapa no cuidado de enfermagem em saúde da fa-
mília. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, v. 62, n. 3, p. 407-416
maio/jun. 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reben/v62n3/12.
pdf. Acesso em: 10 jun. 2013.
PESSOA, M.; SÉRGIO, C. Uma causa rara de hipertensão arte-
rial secundária. Rev Port Med Geral Fam, v. 28, n. 2, Lisboa, mar.
2012. Disponível em: http://www.scielo.oces.mctes.pt/scielo.php?pi-
d=S2182-51732012000200008&script=sci_arttext&tlng=pt. Acesso em:
25 maio 2014.
22. 65
O sujeito, os contextos e a abordagem psicossocial no uso de drogas
REY, F. G. Sujeito e subjetividade. São Paulo: Pioneira, 2003.
RODRIGUEZ, J. J. Salud mental en la comunidad. Washington (DC):
Organizacion Panamericana de la Salud, 2009.
SILVEIRA, D. X. Um guia para a família. Brasília: Presidência da Re-
pública; Casa Militar; Secretaria Nacional Antidrogas, 1999. Disponível
em: http://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/0240.pdf.
Acesso em: 7 jun. 2013.
SLUZKI, C. Redes Sociais: alternativa na prática terapêutica. São Paulo:
Casa do Psicólogo, 1997.
SUDBRACK, M. F. O. O trabalho comunitário e a construção de redes so-
ciais. In: BRASIL. Ministério da Justiça. Secretaria Nacional de Políticas
sobre Drogas. Prevenção do uso de drogas: capacitação para conselhei-
ros e lideranças comunitárias. 5. ed. Brasília: Senad, 2013.
UNIGRANRIO. A nova família brasileira. 2012. Disponível em: http://
blogs.unigranrio.com.br/formacaogeral/2012/08/31/a-nova-familia-brasi-
leira/. Acesso em: 15 maio 2014.