O documento discute as crianças denominadas "Índigo" e "Cristal", originadas por conceitos da Nova Era. Há divergências entre pesquisadores sobre a validade científica dessas categorias e se rotulá-las pode atrasar diagnósticos. Alguns apontam que a crença nessas crianças gera lucro para quem vende livros e serviços relacionados.
1. Crianças Índigos e Cristal. O que a ciência tem a ver com
isso?
Ana Lúcia Hennemann
Figura 1- http://www.picturesdepot.com/images/20633/cute+angel+baby.html
Muito se tem falado sobre crianças Índigos e Cristais, mas quem
são elas onde vivem? Como surgiram?
A denominação Criança Índigo se originou com a parapsicóloga,
sinesteta e psíquica Nancy Ann Tappe, por volta dos anos 70. Em 1982
Tappe publicou o livro “ Entendendo Sua Vida Através da Cor”, onde ela
descreveu este conceito, afirmando que por volta dos anos 60 ela
começou a perceber que muitas crianças nasciam com suas auras
“índigas”(aura com predominância da cor azul índigo). Em 1998, a ideia
foi popularizada e foi lançado o livro “ As Crianças índigo: As novas
crianças chegaram”, escrito por Lee Carroll e Jan Tober. Em 2002, no
2. Havaí, ocorreu uma conferência internacional sobre crianças índigos,
com 600 participantes. Nos anos subsequentes, estas conferências
ocorreram na Flórida e em Oregon . Os anos passaram e vários filmes e
documentários foram produzidos sobre o assunto.
Contrapondo-se a isso, Sarah Whedon W., em 2009 escreve um
artigo onde alega que os pais rotulam seus filhos como ‘índigo” para
fornecer uma explicação alternativa para o comportamento indevido de
seus filhos, decorrentes do Transtorno de Déficit de Atenção e
Hiperatividade (TDAH).
Russell Barkley, psicólogo, comenta que essas terminologias
“Índigo e Cristal, que surgiram no movimento Nova Era, ainda não
produziram evidências empíricas da existência de tais crianças, pois
para ele, as características descritas são muito vagas. Especialistas em
saúde mental estão preocupados por rotular uma criança como “índigo
ou Cristal”, pois muitas vezes, pode se retardar o diagnóstico e
tratamento adequado que poderia ajudar a criança. Nick Colangelo,
professor especialização na educação de crianças com altas
habilidades, faz questionamentos de quem está lucrando com estas
terminologias, uma vez que muitos livros, apresentações e vídeos estão
sendo comercializados com esse assunto.
Dentro desta mesma linha, Lorie Anderson, em seu artigo “Índigo:
A cor do dinheiro”, argumenta que a crença em crianças índigos tem um
valor comercial significativo, devido às vendas de livro, vídeo, sessões
de aconselhamento para crianças, filmes, acampamentos de verão e
conferências que visam que os pais acreditem que seus filhos são
“Índigos”.
Crianças índigo são crianças que possuem dons especiais, às
vezes sobrenaturais ou altas habilidades. Grande crença de que eles
são curiosos, de temperamento forte, independentes e muitas vezes
3. visto pelos amigos e familiares como “estranhos”. Apresentam uma forte
espiritualidade inata, mas que necessariamente não implicam num
interesse direto em áreas espirituais e religiosas. Também possuem um
alto quociente de inteligência, grande capacidade de intuição e
resistência a regras rígidas, controles baseados em paradigmas de
autoridade.
Segundo Tober e Caroll, as crianças Índigo nem sempre
apresentam bons resultados em escolas convencionais, devido à sua
rejeição a autoridade rígida, pois muitas vezes são mais inteligentes (ou
maduros espiritualmente) que seus professores. Também, os mesmos
autores, fazem uma crítica ao uso de medicações para estas crianças,
vistas por eles como índigas, e pela comunidade escolar com crianças
com TDAH, sendo que segundo eles, muitas dessas crianças são ou
foram educadas em casa.
Conforme Doreen Virtue, estas crianças são criativas apresentado
dom musical, facilidade para poesia, criatividade na confecção de
objetos...), são propensos a vícios, com um histórico de depressão, ou
até mesmo pensamentos suicidas, tem grande oscilação na auto estima
(por vezes muito alta, em ouras muito baixa), possuem um grande
desejo de ajudar o mundo e grandes laços com plantas ou animais.
Crianças Cristal são crianças que tem uma consciência universal,
não são individualistas, preocupam-se com o próximo. Apresentam o
dom da telepatia ou então iniciam a falar numa fase posterior a outras
crianças ou muito antes. Conforme Doreen Virtue, devido à sua
capacidade de comunicação telepática podem ser rotuladas como
“lentas” ou “autistas”, embora não seja o caso. Estas crianças têm uma
aura de cristal colorido, campo um teórico de radiação em torno do corpo
que alguns afirmam ser capazes de ver. São altamente carinhosas,
interessam-se por cristais e pedras. Por muitas pessoas são
4. denominadas crianças arco-íris. Acredita-se que as primeiras Crianças
Cristal tenham nascido por volta do ano 2000.
Cientificamente nenhum estudo comprova a existência de tais
crianças e os mais céticos acreditam que estes traços podem ser
encontrados na maioria das crianças, porém a psicóloga Lídia de
Noronha apresenta detalhes em comum entre estas crianças:
Figura 2 http://www.ligiadenoronha.com/wp-content/uploads/2010/03/Criancas-Indigo-e-Cristal1.pdf
Referências:
DANCOES, Dumari. The New Children. Maio/2006. Disponível online em:
http://www.childrenlights.com/Articles/the_children.htm Acesso em 24/05/2012
NORONHA, Ligia de. Crianças Índigo e Cristal. Março/2003 Disponível online em:
http://www.ligiadenoronha.com/wp-content/uploads/2010/03/Criancas-Indigo-e-
Cristal1.pdf Acesso em 26/05/2012
Índigo Children. Maio/2012 Disponível online em:
http://en.wikipedia.org/wiki/Indigo_children Acesso em 22/05/2012.