Módulo 13 âmbito da Contabilidade Analitica

1. Contabilidade e
Fiscalidade
Módulo 13- âmbito da Contabilidade Analítica
( 20 tempos)

2. A Contabilidade Financeira ou Geral
• Objetivo- dar uma imagem fiel do património das entidades, da sua situação
financeira e dos resultados apurados
• Aumento da dimensão da empresa determinada pelo alargamento do
mercado e inovação tecnológica
• Necessidade de os gestores
• Informações atempadas que permitam auxiliar a tomada de decisões/medidas
( Ex: fazer face à concorrência, aumentar os resultados e lançar novos produtos)

3. Contabilidade Geral Informações insuficientes virada para exterior
Contabilidade Analítica, Contabilidade de Custos ou de Gestão
virada para o interior- contabilidade Interna

4. Contabilidade Analítica
• Objeto: apuramento e análise dos custos industriais ( classificação e
imputação dos custos industriais de acordo com os critérios e sistemas
seguidos na empresa, de modo a obter-se custos que sirvam para o controlo
da gestão industrial)
• Principal função: determinar e analisar os custos dos produtos que são
fabricados e vendidos pela empresa, bem como a sua repartição por secções
e por períodos de tempo, por forma a avaliar a eficiência de cada serviço na
empresa

5. A utilização de uma Contabilidade Analítica permite à entidade completar as
informações fornecidas pela Contabilidade Geral, já que:
• analisa e explica, com maior pormenor, as componentes que contribuem para a
formação
do resultado
• mede com exatidão a rentabilidade dos fatores de produção
• fixa responsabilidades aos diferentes agentes de cada uma das secções
• Elabora estudos previsionais que, comparados com a realidade, permitem a análise de
desvios e correção das politicas de atuação da entidade
• Ajuda a fixar um limite mínimo para os preços de venda, abaixo dos quais as entidades
não podem ou não devem vender, pois suportarão prejuízos
• Determina quais os produtos mais rentáveis e os não rentáveis
• Controla o valor das existências em armazém, de forma a evitar tanto as faltas como os
excessos

6. • Dá a conhecer o valor das existências em armazém
• Testa a eficiência de diferentes processos e técnicas de produção
• Avalia a eficiência dos diferentes departamentos em que a empresa se encontra dividida
• Controla perdas, desperdícios e roubos nas existências
• Estabelece pontes com as contas de caráter financeiro

7. Com a Contabilidade Analítica, se pretendem atingir diversos objetivos.
1. Calcular custos
• Internamente procura:
• Calcular o custo pelo qual lhe fica cada bem adquirido ou fabricado
• Determinar o valor das existências de mercadorias, matérias e produtos fabricados
• Determinar o resultado analítico por produtos, grupos de produtos, secções ou divisões da
empresa
• Em relação ao exterior, permite:
• A determinação da posição da empresa face à concorrência;
• O cálculo de preços de venda mais seguros, graças ao conhecimento correto dos preços de custo
2. Controlar os Custos
É o segundo grande objetivo da contabilidade analítica. Para controlar custos, a empresa é dividida em
centros de atividade( aprovisionamento, produção, vendas, etc…). Cada centro tem à frente um responsável
que assegura a sua gestão.
Cada um destes centros de atividade, chefiado por um responsável, constitui um centro de custos

8. 3. Ajudar a tomada de decisões
Uma empresa que utilize Contabilidade Analítica pode tomar decisões mais fundamentadas, viradas para o
futuro, para a ação. Enquanto a Contabilidade Financeira regista factos passados, factos históricos, a
Contabilidade Analitica procura projetar a empresa no futuro, baseando-se para o efeito, no caudal de
informações que quer a Contabilidade Financeira quer outas fontes de informação lhe fornecem.

9. 2. Criação de valor acrescentado
Após a elaboração das contas anuais, a empresa deve analisar e interpretar as
informações de que dispõe para compreender como se efetuou a formação do
resultado. A comparação do resultado obtido num exercício com o resultado de
exercícios anteriores permite compreender a sua evolução, identificar as causas
de degradação ou, pelo contrário, verificar a melhoria de certos valores,
avaliando as forças e fraquezas da empresa.

10. 2.1Margem Comercial
• Calcula-se nas entidades comerciais, i.e, empresas que adquirem mercadorias
para as revender no mesmo estado
Margem comercial= Vendas- Custo das mercadorias vendidas
A relação
𝑚𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑐𝑜𝑚𝑒𝑟𝑐𝑖𝑎𝑙
𝑣𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝑑𝑎𝑠 𝑚𝑒𝑟𝑐𝑎𝑑𝑜𝑟𝑖𝑎𝑠
mede a margem deixada à entidade na
venda de mercadorias
Quanto mais este rácio se aproxima de 1, maior a margem do comerciante; pelo
contrário, quanto mais perto de 0, mais fraca é a margem

11. 2.2 Produção do Período
• Calcula-se nas empresas industriais, i.é, empresas que compram matérias
primas e as transformam em produtos acabados. Este indicador mede a
atividade industrial da empresa
Produção do período= Produção vendida + variação da produção em stock +
trabalhos para a própria empresa

12. 2.3. Margem Industrial
• Calcula-se nas empresas Industriais
Margem Industrial= Vendas – CMC ( compras de matérias+- variação de stocks)
A relação
𝑚𝑎𝑟𝑔𝑒𝑚 𝑖𝑛𝑑𝑢𝑠𝑡𝑟𝑖𝑎𝑙
𝑣𝑒𝑛𝑑𝑎𝑠 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠 𝑎𝑐𝑎𝑏𝑎𝑑𝑜𝑠,𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑚é𝑑𝑖𝑜𝑠 𝑒 𝑠𝑢𝑏𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠
mede a margem que a
empresa industrial obtém com a venda dos bens que produz e vende

13. 2.4. Valor Acrescentado
• É calculado para todo o tipo de empresas
• Mede a riqueza criada pelo conjunto de atividades desenvolvidas por uma empresa,
mas também a contribuição da empresa para a economia do país.
• A nível nacional, o valor acrescentado é o somatório do valor acrescentado de todas
as empresas
• Pode ser calculado segundo 2 óticas
• Ótica da produção
• Ótica da repartição

14. Valor Acrescentado- ótica da produção
• É o excedente resultante da diferença entre o valor da produção e o valor dos
consumos para produzir determinados bens
VA= vendas+ prestações de serviços+ trabalhos para a própria empresa-
CMVMC- fornecimentos e serviços externos- outros gastos e perdas
• É um indicador extremamente utilizado quando relacionado com outros
valores

15. 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝐴𝑐𝑟𝑒𝑠𝑐𝑒𝑛𝑡𝑎𝑑𝑜
𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑒 𝑛𝑒𝑔ó𝑐𝑖𝑜𝑠
Mede a aptidão da empresa para criar
riqueza a partir da sua atividade. Em
empresas de serviços, esta relação pode ser
próxima de 1
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑎𝑐𝑟𝑒𝑠𝑐𝑒𝑛𝑡𝑎𝑑𝑜
𝐶𝑎𝑝𝑖𝑡𝑎𝑖𝑠 𝑃𝑟ó𝑝𝑟𝑖𝑜𝑠
Mede a aptidão da empresa para criar
riqueza a partir dos capitais próprios que
foram investidos. Em empresas comerciais
e de serviços pode ser largamente superior
a 1
𝑔𝑎𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑐𝑜𝑚 𝑃𝑒𝑠𝑠𝑜𝑎𝑙
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝐴𝑐𝑟𝑒𝑠𝑐𝑒𝑛𝑡𝑎𝑑𝑜 Estes 3 indicadores medem o peso relativo
dos respetivos gastos em relação ao valor
acrescentado da entidade ou conjunto de
entidades em análise
𝐼𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜𝑠
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝐴𝑐𝑟𝑒𝑠𝑐𝑒𝑛𝑡𝑎𝑑𝑜
𝐺𝑎𝑠𝑡𝑜𝑠 𝑒 𝑃𝑒𝑟𝑑𝑎𝑠 𝐹𝑖𝑛𝑎𝑛𝑐𝑒𝑖𝑟𝑎𝑠
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝐴𝑐𝑟𝑒𝑠𝑐𝑒𝑛𝑡𝑎𝑑𝑜

16. Excedente Bruto de Exploração
• São recursos resultantes da atividade corrente da entidade.
• Mede a capacidade de a empresa gerar fundos a partir da sua atividade
corrente de exploração
• EBE= valor acrescentado+ Subsídios à exploração – Impostos e taxas-
Gastos com pessoal

17. Valor Acrescentado- ótica da repartição
• O valor acrescentado dá a conhecer qual a soma dos rendimentos de que a
entidade pode dispor e que pode ser utilizada para:
• Remunerar o pessoal- Ordenados e Salários; Encargos com remunerações; outros
gastos com pessoal
• Remunerar os financiadores- Juros de empréstimos; Dividendos atribuídos aos sócios
• Remunerar os serviços do estado- Impostos diretos; Impostos sobre o rendimento
• Assegurar a manutenção e o crescimento da empresa- Depreciações e Provisões; Lucros
retidos

19. Custos do Período e Custos dos Produtos
• O preço de custo corresponde a todos os encargos suportados pela empresa
relativamente a um bem, desde que se iniciou a sua produção até ao
momento da entrega definitiva ao consumidor.
• O custo de um produto é um somatório de custos, ou seja, uma acumulação
de custos
• Tais custos incluem os custos de todas as fases por que as matérias e/ou
produtos passam na fábrica até atingirem a forma de produto acabado

20. No que respeita às funções que os originam, podemos distinguir numa empresa as seguintes espécies de
custos
• De Aprovisionamento: respeitam à compra, armazenagem e distribuição de matérias
• De Produção ou Fabricação: todos os que a fabricação implica
• De Comercialização ou Distribuição: todos os que respeitam à realização de vendas e à entrega
dos produtos
• De Administração: os que respeitam à administração e controlo de atividades da empresa
• De Financiamento: os que representam o custo dos capitais alheios aplicados na empresa
• FT2

21. Formação do custo dos produtos
• Na fabricação de um produto, podemos, desde logo, considerar os seguintes
gastos de fabricação
• Matérias-primas
• Mão de obra direta
• Gasto gerais de fabrico- são os gastos necessários para produzir o produto e que não
constituem matérias primas nem mão de obra direta EX: matérias subsidiárias, mão de
obra indireta e outros gastos

22. Custo Industrial=∑ gastos em matérias primas, mão de obra direta e GGF
Quanto
à
configuração
Custo primo
Custo industrial, de
transformação ou
conversão
Custo comercial
Custo complexivo
Custo económico,
económico- técnico ou
completo

23. Custo Primo = MP + MOD
Custo Industrial = Custo Primo + GGF
Custo Comercial = Custo Industrial + Gastos de distribuição
Custo Complexivo = Custo comercial+ Gastos administrativos + gastos financeiros
Nota: o custo complexivo é o custo abaixo do qual a empresa vende com prejuízo
Custo económico ou completo – é o resultado do somatório do custo complexivo com os gastos
figurativos

24. Outros Tipos de Gastos
Classificação
de
Gastos
Quanto à incorporação - incorporáveis
-não incorporáveis
Quanto à imputação: - diretos
-indiretos
Quanto à ligação com as quantidades produzidas
:- Variáveis; -Fixos; - semivariáveis
Quanto ao momento de cálculo: reais e
predeterminados

25. Gastos incorporáveis- gastos cujo montante é integrado na formação do custo Ex: gastos em MP
Gastos não incorporáveis- gastos cujo montante não é integrado na formação do custo
Ex: provisões para riscos
Gastos diretos- são gastos que podem afetar imediatamente, sem cálculos intermédios, a uma determinada
secção ou ao custo dos produtos considerados.