1. Curso: Técnicas de Precificação e
negociação para o atacado.
Docente: Julia Renata
2. A importância do estudo dos custos
para a precificação:
Para que as empresas consigam se enquadrar em um
contexto atual de competição, elas devem seguir um
adequado sistema de custos. Os gestores devem utilizar
as informações propostas por esses sistemas para definir
seu preço e traçar suas estratégias comerciais, sobretudo
para suas vendas em atacado.
As empresas devem conhecer seus custos e também
terem a capacidade de reconhecer que hoje existe uma
série de custos não relacionados com a produção, mas
que influenciam de modo significativo a sua posição no
mercado, como: custo de logística, marketing,
distribuição, entre outros.
3. A importância do estudo dos custos:
O custo é um grande instrumento que auxilia as
organizações à tomada de decisão.
As industrias devem ter cuidado com as seguintes
áreas:
Finanças
Gerenciais
Custos
4. Razões para o fracasso de um sistema
de custos:
• Foco do sistema apenas no financeiro, esquecendo a
gestão;
• As informações geradas não estão adequadas com o
controle;
• As informações não são utilizadas de forma tempestiva
para a tomada de decisão; e
• Os custos dos produtos não são calculados
adequadamente, levando à decisões incorretas.
5. Características que auxiliam a
capacidade produtiva da empresa:
• Geração de informação que ajude a melhoria contínua de
processos e produtos;
• Medição da rentabilidade do produto;
• Identificação dos custos relevantes e diferentes;
• Identificação das atividades que não agregam valor ao
cliente; e
• Capacidade de identificar a rentabilidade dos
equipamentos utilizados na produção.
6. Em resumo, as indústrias devem ter cuidado desde o
trabalho da coleta de dados até a produção de
informações gerenciais, destacando sua organização
interna.
Quanto aos custos, elas devem pensar em como:
Registrar,
Alocar,
Organizar, e
Relatar custos atuais e futuros.
7. Terminologias aplicadas aos estudos
dos custos:
Custo: Gasto relativo a um bem ou serviço utilizado
na produção de outros bens ou serviços. Pode-se
dizer que ele passa a ser um custo no momento da
utilização dos fatores de produção para a fabricação
de um produto ou execução de um serviço.
Despesa: Bem ou serviço consumido direta ou
indiretamente para obtenção de receitas. As
despesas são itens que reduzem o patrimônio
líquido das empresas. Pode-se dizer que se trata de
um sacrifício para a obtenção de receitas, sendo
dispendido fora da área da produção.
8. Gasto: Sacrifício financeiro que a empresa faz para
a obtenção de um produto ou serviço qualquer,
representado pela entrega ou promessa de entrega
de ativos. Só é gasto no ato da passagem para a
propriedade da empresa, ou seja, no momento que
reconhece a dívida assumida ou a redução do ativo
dado em pagamento. O termo gasto é um termo
bem genérico, podendo ser atribuído a toda e
qualquer aquisição realizada pela empresa. O gasto
diminui as disponibilidades ou aumenta as
obrigações exigíveis da empresa em troca de um
bem de investimento ou de consumo.
9. Investimentos: é o gasto com bens ou serviços para
aumentar sua vida útil, podem ser também os benefícios
atribuíveis a períodos futuros.
Perda: trata-se de um gasto não intencional decorrente
de fatores externos ou da atividade normal da empresa
(por exemplo, perdas normais da matéria-prima). É
incorporada ao custo da produção.
Desembolso: pagamento resultante da aquisição de bens
ou serviços.
Preço: Valor estabelecido e aceito pelas partes
(comprador e vendedor) para transferir a propriedade de
um bem ou para prestar um serviço.
10. Atividade
Classifique as operações e contas a seguir em: C
usto (C), Despesa (D), Investimento (I) e Perdas (P)
.
( ) Consumo de Matéria Prima
( ) Aquisição de Máquinas
( ) Seguro da Fábrica ( ) Despesa com Propaganda
( ) Comissões de vendedores
( ) Materiais Deteriorados
11. Terminologias aplicadas aos custos:
Custeio:
É o método para apropriação dos custos, diretos e
indiretos, aos produtos.
Custear:
“Significa coletar, acumular, organizar, analisar, int
erpretar e informar custos e dados de custos, co
m o objetivo de auxiliar a gerência da empresa”.
12. Classificação e apropriação dos
custos:
Custo Direto:
É aquele facilmente identificado no produto.
Não precisa de critérios de rateio.
Exemplos de Custos Diretos:
• Matéria Prima
• Material de embalagens
• Mão de Obra direta
13. Classificação e apropriação dos
custos:
Custo Indireto: é aquele que depende de
cálculos, rateios ou estimativas.
Exemplos de Custos Indiretos:
• Depreciação de equipamentos;
• Aluguel e limpeza da fabrica;
• Salários de encarregados
14. Classificação dos custos,
de acordo com os níveis de produção:
Com relação aos níveis de produção, os custos
podem ser classificados em:
• Fixos
• Variáveis
15. Custo Fixo: são aqueles cujos valores são os
mesmos, qualquer que seja o volume de produção.
Exemplos de custos fixos:
• Aluguel da fabrica
• Depreciação de máquinas
IMPORTANTE: Custos fixos são fixos em relação ao
volume de produção, mas podem variar de valor
no decorrer do tempo.
16. Custos Variáveis: são aqueles cujos valores se
alteram em função do volume de produção da
empresa.
Como exemplo de custos variáveis temos a
matéria prima consumida, quanto mais
unidades de um produto, forem produzidos,
maior será o gasto com a aquisição da
respectivas mp.
17. Classificação quanto aos
departamentos:
Departamentos são considerados a menor unidade
administrativa de unidade industrial, representada
por pessoal e equipamento, desenvolvendo atividades
homogêneas, sob a chefia de um gerente, supervisor ou
responsável.
Os departamentos podem ser divididos em:
• Departamento de produção
(Promovem a modificação).
• Departamento de serviços
(Apoiam a produção).
18. Classificação quanto à controlabilidade
Custos Controláveis: são aqueles
que, em algum nível hierárquico da indústria,
podem ser controlados através de decisões
administrativas. Ex.: Salários.
Custos não controláveis: determinados de fora
da empresa, sem condição de controle por
parte da administração. EX.: Tributos.
19. Custos dos produtos em uma política
de preços:
Para que se alcance os objetivos específicos das empresas,
elas precisam definir os preços se baseando nos seguintes
elementos:
Gastos para fabricar e vender
+
Custo de fabricação
+
Despesas administrativas, de vendas e despesas com finanças
+
Lucro desejado.
20. Custo da Produção do Período:
Custos de produção do período são os custos
incorridos no processo produtivo num
determinado período de tempo.
O custo de produção do período é, normalmente,
composta da seguinte forma:
CPP= MD + MOD + CIF
CPP: Custo de produção do período
MD: Material Direto, Composto: ‐ Matéria prima ‐
Material Secundário ‐ Material de embalagem
MOD: Mão de Obra direta
CIF: Custo Indireto de Fabricação.
21. Custo primário:
O custo primário ou direto é a parte do custo de produ
ção do período que pode ser apurada sem a necessida
de de rateio. É calculado por meio de soma do materi
al direto com a mão de obra direta.
CP = MD + MOD
MD: Material Direto, Composto:
‐ Matéria prima ‐ Material Secundário ‐
Material de embalagem
MOD: Mão de Obra direta
22. Custo de transformação:
Custo de Transformação (Ctr): é a parte do custo
de produção do período que não considera o
material empregado, apenas o esforços
empregados em sua transformação. Ele é
calculado por meio da soma da mão de obra direta
com os custos indiretos de fabricação.
Ctr = MOD + DIF
23. Resumo dos custos na indústria de
transformação:
São apurados de forma primária:
Custo primário= materiais diretos + mão-de-obra direta.
Apurando o custo industrial:
Custo da produção do período= materiais diretos + mão-
de-obra direta + custos indiretos de fabricação.
Custo complexivo = custo industrial + despesas de vendas
+ despesas administrativas.
24. Esquema básico para apuração dos
custos:
1º Passo: deve-se realizar a separação entre custos
e despesas.
2º Passo: deve-se realizar a apropriação dos custos
diretos.
3º Passo: deve-se realizar a apropriação dos custos
indiretos.
Com o esquema montado é necessário realizar a
departamentalização para que se possa realizar os
rateios dos custos indiretos de forma consistente.
25. Etapa da departamentalização:
Para que se atribuam os custos aos produtos é
necessário que eles sejam distribuídos pelos
diversos departamentos atingindo uma melhor
alocação. O que fazer, então?
Faz-se uma investigação sobre a ligação entre
cada custo e departamento onde foi incorrido.
26. Vantagens do métodos de custeio
por departamentalização:
• Melhor controles internos associados ao custos;
• Melhor alocação dos custos;
• Melhorias no rateio; e
• Ação direta ao Resultado.
27. Vamos fazer um exemplo de custeio por
departamentalização?
A indústria Cerâmica Piso Forte Ltda
costuma vender mensalmente 300 unidades de potes
rústicos e 200 unidades de cerâmicas vitrificadas
pelos preços R$ 7,50 e R$ 9,50 respectivamente.
Descrição Potes Rústicos Cerâmicas
Vitrificadas
Custos
Indiretos
Total
Materiais 900,00 800,00 600,00 2.300,00
Mão-de-obra 300,00 200,00 400,00 900,00
Depreciação
das máquinas
1.000,00 1.000,00
Soma 1.200,00 1.000,00 2.000,00 4.200,00
28. Dados da empresa:
• O critério de rateio utilizado pela empresa foi o número de
unidades produzidas, que deu um total de 500 unidades. Com
os seguintes custos:
Descrição Potes Rústicos Cerâmicas Total
Materiais 900,00 800,00 1.700,00
Mão-de-obra Direta 300,00 200,00 500,00
CIFs 1.200,00 800,00 2.000,00
Rateio % 60% 40% 100%
Soma 2.400,00 1.800,00 4.200,00
Unidades 300 200 500
Custos unitários 8,00 9,00
29. Conclusão que podemos chegar:
Assim a empresa apresenta um prejuízo na
comercialização dos:
Potes Rústicos:
• Prejuízo unitário de R$ 0,50 (R$ 7,50 – 8,00)
E apresenta uma operação com Lucro
por meio da comercialização das cerâmicas:
• Lucro Unitário de R$ 0,50 (R$ 9,50 – R$ 9,00)
30. Métodos de custeio:
Existem dois métodos de custeio: Custeio por
Absorção e Custeio Direto (Variável).
O Custeio por Absorção é o único legalmente aceito
no Brasil, já que esse critério considera como
elemento do custo industrial todos os elementos
direta ou indiretamente ligados à produção. Ele tem
origem no chão da fábrica, orienta o controle da
produção monitorando volume, tempo e custo.
31. Custeio por absorção:
O método de Custeio do Absorção pode ser
chamado também de custeio funcional, custeio
tradicional e possui as seguintes características:
• Atende às exigências societárias e fiscais, além de
estar de acordo com os princípios e normas da
contabilidade;
• Consiste em alocar aos produtos todos os custos
incorridos no processo de fabricação.
• As despesas não incorporam os custos do
produto, sendo registrado no resultado.
32. Vantagens do custeio por absorção:
• Está de acordo com as leis tributárias;
• É menos custoso porque não requer a separação dos
custos de produção nos componentes fixos e variáveis;
• Os resultados são aceitos para a preparação de
demonstrações contábeis de uso externo e para
obtenção de soluções de longo prazo, onde este
método é recomendado.
• A apropriação dos custos diretos não apresenta
nenhuma dificuldade, já os custos indiretos precisam
de um critério de rateio que por ser subjetivo pode
haver arbitrariedades.
33. Esquema básico do custeio por
absorção:
Receita de Vendas
(-) CPV (aqui inclui todos os custos da produção)
(=) Lucro Bruto
(-) Despesas
(=) Resultado Líquido
34. Custeio Variável (Direto):
Nesse método são agregados aos produtos apenas seus
custos variáveis, os custos fixos são
classificados como despesas, direto no resultado.
Informações importantes:
• Não é aceito pelo Fisco no Brasil.
• Proporciona maior ênfase na análise e controle dos
custos e despesas variáveis, podendo gerar problemas
de subavaliação no resultado;
• É indicado para tomada de decisões à curto
prazo, isso pode prejudicar um projeto da
empresa a longo prazo.
35. Esquema básico do custeio direto ou
variável:
Receita de Vendas
(-) Custo Variável do produto vendido + Despesa Variável do
produto vendido
(=) Margem de Contribuição
(-) Despesas Fixas + Custos Fixos
(=) Resultado Líquido
36. Vamos ver na prática como funciona?
Dados: Uma empresa que fabrica vestidos
vendeu 50% do seu estoque por R$ 240.000,00.
Para fabricar toda a mercadoria ela sofreu os
seguintes gastos:
Custos Fixos de Fabricação= R$ 120.000,00
Custos Variáveis de Fabricação= R$ 100.000,00
Despesas Fixas= R$ 40.000,00
Despesas Variáveis= R$ 100.000,00
37. Resultado pelo custeio por absorção:
Receita de Vendas
240.000,00
(-) Custo do Produto Vendido (120.000,00+100.000,00)
220.000,00
(=) Lucro Bruto
20.000,00
(-) Despesas (40.000,00+ 100.000,00)
140.000,00
(=) Resultado Líquido (-
120.000,00)
38. Resultado pelo custeio variável ou
direto:
Receita de Vendas
240.000,00
(-) Custo Variável + Despesa Variável (50.000,00 + 50.000,00)
100.000,00
(=) Margem de Contribuição
140.000,00
(-) Despesas Fixas + Custos Fixos (40.000,00 + 120.000,00)
(160.000,00)
(=) Resultado Líquido
(-20.000,00)
39. Notaram a diferença?
• O critério aceito pelo fisco (custeio por
absorção) mostra um prejuízo de R$
120.000,00, já o critério só para fins gerenciais
(custeio variável) apresenta um prejuízo de R$
20.000,00. Sendo o primeiro mais realístico
que o segundo. A longo prazo o primeiro
critério é o mais indicado para fins gerenciais
por ser mais preciso com a realidade.
40. Os Custos de Produção do período são
divididos em 3 categorias:
MATÉRIA PRIMA: São os materiais incorporados ao produto final. As
matérias-primas correspondem a qualquer tipo de material usado no produto
final.
MÃO-DE-OBRA: São os gastos com os salários dos funcionários da fábrica.
Podemos classificar a mão-de-obra em direta e indireta, sendo direta aquela
que está diretamente relacionada ao processo produtivo, ou seja, a dos
funcionários que atuam sobre o produto. E indireta a mão-de-obra de
funcionários supervisores, carregadores de materiais, sendo que são
funcionários que não se pode definir com exatidão o quanto contribuíram
para cada produto.
CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO (CIF´s): Incluem todos os custos exceto
matéria-prima direta e mão-de-obra direta. Os custos gerais de produção
abrangem itens, tais como manutenção, reparo de equipamentos de
produção, seguro, depreciação, etc.
41. Cálculo individual da matéria-prima:
MP= Estoque inicial de matéria-prima+ Compras
de matéria-prima- Estoque final de matéria-
prima.
42. Na determinação do custo pretende-se
atingir:
• A definição de preço de venda;
• O fornecimento de elementos para a apuração
dos estoques; e
• Informações para a gestão.
Para a perfeita apuração dos custos dos produtos
vendidos é necessário ter cuidado com o custo dos
materiais tendo em vista a possibilidade da
existência de unidades de uma mesma mercadoria
a valores unitários diferentes. Para isso vamos
estudar os métodos de valorização dos estoques.
43. Métodos de controle do estoque:
• PEPS- Primeiro que entra é o primeiro que sai.
• UEPS- Último que entra é o primeiro que sai.
• MÉDIA PONDERADA- Valor médio ponderado
do saldo que tenha em estoque.
44. Resumo do que acontece em cada um
deles:
• PEPS- implica um custo de produção menor, com a
apuração de um estoque final maior. Se toda produção
do período for vendida, o custo dos produtos vendidos
estaria menor, assim a empresa teria um lucro maior e
consequentemente pagaria mais tributos.
• UEPS- implica um custo de produção maior, com a
apuração de um estoque final menor. Se toda produção
do período for vendida, o custo dos produtos vendidos
ficaria maior e a empresa teria um lucro menor, como
consequência pagaria menos tributos.
45. • MÉDIA PONDERADA- É o sistema mais utilizado
no Brasil por ser um meio termo dos que foram
apresentados.
A legislação brasileira não permite o uso do UEPS,
de toda forma o administrador, contador ou
responsável pelos custos de produção devem
considerar a flutuação dos preços dos insumos
utilizados na fabricação dos produtos da empresa,
de forma que não provoque distorções na apuração
dos custos dos produtos vendidos e também no
lucro líquido da empresa.
46. Margem de Contribuição por unidade:
A margem de contribuição é a diferença entre o
preço de venda do produto e o custo variável
associado a cada produto, isso representa a
contribuição que cada unidade traz à empresa para
cobrir os custos fixos e gerar lucro.
Por meio dela é possível analisar a viabilidade de
produção de um produto, se ela trouxer um
resultado positivo significa a viabilidade da
produção daquele item, caso seja negativa ou nula
é viável descartá-lo por não gerar benefícios.
47. Decisões que são facilitadas pela
margem de contribuição:
• Decidir que produtos devem merecer maior esforço de
venda ou ser colocados em segundo plano, ou ainda,
tolerados pelos benefícios de vendas que geram a
outros produtos.
• Auxiliar aos administradores na escolha de qual
seguimento a empresa deve se manter.
• Avaliar alternativas para que se possam criar a redução
de preços, descontos especiais, campanhas
publicitárias e uso de prêmios para aumentar o volume
de vendas.
• Decidir como utilizar determinado grupo de recursos
(máquinas, insumos) de maneira mais lucrativa.
48. Decisão sobre preço utilizando a
margem de contribuição:
• Preço Máximo: o preço máximo de venda é
estabelecido pela demanda do consumidor.
• Preço Mínimo: à curto prazo é estabelecido pelos
custos variáveis de produzir e vender.
A margem de contribuição ajuda os gerentes a
entender a relação entre custos, volume, preços e
lucros, gerando decisões mais sábias sobre preços.
Isso leva a um ponto de nivelamento ou equilíbrio
da empresa, ou seja, do volume mínimo para
produção e vendas para que não haja prejuízo.
49. Ponto de equilíbrio:
Devemos considerar que uma atividade de uma
empresa visando obter resultados positivos deve
trabalhar de uma forma que cubra os custos
operacionais, os impostos e remunerem o capital
aplicado pelos investidores. Assim, o ponto de
equilíbrio objetiva indicar qual a produção mínima
que deve ser realizada para empatar os custos com
a receita gerada pela atividade da empresa. Ou
seja, é o ponto no qual a empresa não apresenta
nem lucro nem prejuízo em suas operações.
50. Os pontos de equilíbrio que devem ser
estudados:
• Ponto de equilíbrio operacional (a respeito do
aspecto volume de produção);
• Ponto de equilíbrio contábil (contado o efeito
dos impostos); e
• Ponto de equilíbrio financeiro (considerando o
capital investido).
51. Ponto de equilíbrio operacional:
Aqui consideraremos o nível de venda necessário para:
• Cobrir todos os custos operacionais; e
• Avaliar a lucratividade associada a vários níveis de
vendas.
Podendo ser encontrado através da seguinte fórmula:
Receita de Vendas (Preço unitário x quantidade)
(-) Custos Operacionais Fixos
(-) Custos Operacionais Variáveis (custo variável x
quantidade)
(=) Lucro antes de juros e imposto de renda
52. Ponto de equilíbrio operacional:
Partindo do lucro antes do imposto de renda
sendo igual a zero(0), podemos calcular com a
seguinte fórmula:
Q= Custo Fixo/ (Preço unitário – Custo Variável
unitário)
53. Vejamos o exemplo:
A empresa ABC teve apresentou em 2017 os seguintes
resultados: o custo fixo para produzir os três foi de R$
150.000,00. Exercício 2017 Produto X Produto Y Produto Z
Preço Unitário R$ 24 R$ 24 R$ 26
Custo Variável
Unitário
R$ 13 R$ 12 R$ 14
Margem de
Contribuição
R$ 11 R$ 12 R$ 12
57. Análise do ponto de equilíbrio operacional:
De 2017 para 2018:
• O produto X atinge o ponto de equilíbrio em
13.636 unidades em 2017, para 2018 seria
11.538 unidades.
• O produto Y atinge o ponto de equilíbrio em
12.500 unidades em 2017, para 2018 seria 9.375
unidades.
• O produto Z atinge o ponto de equilíbrio em
12.500 unidades em 2017, para 2018 seria
18.343 unidades.
58. Em qual produto ele mais se esforçaria nas
vendas?
• QX tem o ponto de equilíbrio em 2018 de 2.098
unidades a menos que em 2017. Isso representa
um esforço a menos de 15,4% nas vendas.
• QY tem o ponto de equilíbrio em 2018 de 3.125
unidades a menos que em 2017. Isso representa
um esforço a menos de 25% nas vendas.
• QZ tem o ponto de equilíbrio em 2018 de 5.843
unidades a mais que em 2017. Isso representa
um esforço de 46, 7% a mais nas vendas.
59. Ponto de equilíbrio contábil:
• O ponto de equilíbrio contábil de uma empresa é
o nível de vendas necessário para igualar o
faturamento a todos os custos contábeis,
incluindo:
Custos fixos;
Custos variáveis;
Despesa com depreciação;
O impacto do imposto de renda nesses valores.
60. Podemos encontrar o ponto de equilíbrio contábil a partir
da seguinte fórmula:
Receita de Vendas (Preço unitário x quantidade)
(-) Custos operacionais fixos
(-) Custos operacionais variáveis (CVunitário x
quantidade)
(=) Lucro antes dos juros e imposto de renda
(-) Despesa com depreciação
(-) IR
= Lucro Operacional Contábil
61. Fórmula:
Q= Custo Fixo+ Depreciação – IR/Preço Unitário
– Custo Variável Unitário – IR
Considerando que o lucro contábil seja igual a
zero (0) vamos calcular a quantidade de
unidades necessárias para que a empresa atinja
seu ponto de equilíbrio contábil, vejamos o
exemplo no slide seguinte:
62. Exemplo:
Uma empresa apresentou o seguinte resultado em
2017: o custo fixo foi de R$ 150.000,00, a depreciação
dos bens foi de R$ 300.000,00 e o imposto de renda de
30%. Exercício 2017 Produto X Produto Y Produto Z
Preço Unitário R$ 24 R$ 24 R$ 26
Custo Variável R$ 13 R$ 12 R$ 14
Margem de
Contribuição Unitária
R$ 11 R$ 12 R$ 12
64. A empresa orçou para 2018:
• Depreciação de R$ 319.333,00
• Imposto de renda de 30% e custo fixo de R$
150.000,00
Exercício 2018 Produto X Produto Y Produto Z
Preço Unitário R$ 26 R$ 28 R$ 22
Custo Variável R$ 13 R$ 12 R$ 14
Margem de
Contribuição Unitária
R$ 13 R$ 16 R$ 8
66. Análise do ponto de equilíbrio contábil:
O produto X apresentou um PEC em 2017 de 40.909 unidades, já para
2018 seriam 36.103 unidades, apresentando um esforço menor. Em
termos percentuais seria uma redução de 11,7%.
O produto Y apresentou um PEC em 2017 de 37.500 unidades, já para
2018 seriam 29.333 unidades, apresentando um esforço menor. Em
termos percentuais seria uma redução de 21,8%.
Já o produto Z apresentou um PEC em 2017 de 37.500 unidades, já
para 2018 seriam 57.394 unidades, apresentando um esforço maior.
Em termos percentuais seria um aumento de 53,1%.
67. Ponto de equilíbrio financeiro:
O ponto de equilíbrio financeiro de uma empresa é
o nível de vendas necessário para igualar o
faturamento a todos os custos financeiros,
incluindo:
• Custos fixos;
• Custos variáveis;
• Custo do capital necessário à remuneração dos
sócios ou pagamento de financiamentos;
• O impacto do imposto de renda nesses valores e
a depreciação.
68. Demonstração no ponto de equilíbrio
financeiro:
Receita de Vendas (Preço x quantidade)
(-) Custos operacionais fixos
(-) Custos operacionais variáveis
(=) Lucro antes dos juros e imposto de renda
(-) Custo de capital
(-) Imposto de renda
(=) Lucro Financeiro
69. Cálculo das quantidades para atingir o
ponto de equilíbrio financeiro:
Partindo do lucro antes dos juros e imposto de
renda igual a zero, teremos:
Q= Custo Fixo+ Custo de Capital – Imposto de
renda / Preço unitário – Custo variável unitário –
Imposto de renda
70. Vejamos o exemplo:
A empresa ABC tem os custo de capital de R$ 555.099,00 a
depreciação de R$ 319.333,00 e os custos fixos de 150.000,00.
Vejamos seus resultados em 2017:
Exercício 2017 Produto X Produto Y Produto Z
Preço Unitário R$ 24 R$ 24 R$ 26
Custo Variável
Unitário
R$ 13 R$ 12 R$ 14
Margem de
Contribuição
R$ 11 R$ 12 R$ 12
74. Análise de 2017 para 2018:
O produto X em 2017 atingiu o PEF com 64.099
unidades, já em 2018 com 54.239 unidades, ou
seja, um esforço a menos de 15,40%.
O produto Y em 2017 atingiu o PEF com 58.758
unidades, já em 2018 com 44.068 unidades, ou
seja, um esforço a menos de 25,01%.
O produto Z em 2017 atingiu o PEF com 58.758
unidades, já em 2018 com 86.287 unidades, ou
seja, um esforço a mais de 46,85%.
75. Estratégias de formação de preço:
A formação do preço faz parte das estratégias das
empresas merecendo atenção especial. Entre os
diversos métodos de formação destaca-se o
markup (marcação de preço ou taxa de marcação).
O markup consiste em somar ao custo unitário do
produto uma margem fixa para obter o preço de
venda. Essa margem, geralmente em percentual,
deve cobrir todos os custos e despesas e propiciar
determinado nível de lucro.
76. Markup:
O preço deve ser suficiente para cobrir todos os custos,
despesas e impostos e no final gerar um lucro na venda
para manter a empresa ativa, desta forma podemos
simplificar a estrutura do mark-up onde o preço é igual a
somatória de todos os elementos inclusive o
lucro desejado.
(+) Custos
(+) Despesas
(+) Impostos
(+) Lucro
(=) Preço de venda
77. Fórmula Markup Divisor (MKD):
Suponhamos que você paga hoje R$
2,00 (Custo) no quilo da chapa de aço, o ICMS é
de 18%, PIS e COFINS 4,65%, comissão do
vendedor 2,5%, despesas administrativas 6% e
seu lucro desejado antes do imposto de 20%.
78. Estrutura:
Preço de venda (PV) = 100,00%
ICMS na venda = 18,00%
Pis e Cofins = 4,65%
Comissões = 2,50%
Depesas Adm = 6,00%
Lucro antes dos impostos = 20,00%
Total (CTV)- Custo Total Venda = 51,15%
79. MKD = (PV – CTV) / 100
MKD = (100 – 51,15) / 100
MKD = 48,85 / 100
MKD = 0,4885
Acharemos o preço de venda com a seguinte fórmula:
Se utilizarmos o índice do Markup Divisor seria o custo de R$
2,00 / 0,4885= R$ 4,09 o preço do quilo para garantir o
pagamento de todos os custos, impostos e gerar um lucro de
20%.
Preço de Venda= Custo de venda/ MKD
80. Markup multiplicador:
O markup multiplicador, além de nos dar o valor de venda, facilita a fórmula
de cálculo para demais produtos. Porém, para isso, precisamos já ter definido
o valor do markup divisor.
Calcularemos agora o preço de venda:
Encontraremos:
PV= 2 x 2,047708
PV= 4,09
MKM = 1 /MKD
MKM = 1 /0,4885
MKM = 2,047708
Preço de Venda= Custo de venda x MKM
81. Vamos calcular o preço de venda do produto da
Empresa ABC:
Empresa ABC Produto X Produto Y
Custo unitário direto R$ 122,00 R$ 168
Custo unitário indireto R$ 98,00 R$ 110,00
Despesa operacional 33,3% 33,3%
Margem de lucro
desejável
16% 12%
Preço de Venda
82. Margem de segurança:
É um conceito gerencial que trata do valor ou
percentual máximo de redução das vendas sem
haja prejuízo para a empresa.
É medida da seguinte forma:
MS= Vendas – Vendas no ponto de equilíbrio.
83. Custos com pessoal:
Aqui devemos ter cuidado em relação a alocação
desses custos. Devemos segregá-los de acordo com
a atividade, ou seja, eles podem ser classificado em
diretos (mão-de-obra direita) e indiretos
(supervisão, pessoal de apoio).
Listamos como custo com pessoal:
• Salários;
• Encargos sociais e trabalhistas;
• Benefícios diversos concedidos;
• Serviços profissionais contratados.
84. Encargos sociais e trabalhistas:
• Seguridade e previdência social (INSS);
• Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS);
• Encargos para SAT/RAT;
• Décimo terceiro salário;
• Férias e adicional;
• Ausência remunerada;
• Licenças remuneradas;
• Rescisão contratual;
• Outros benefícios.
85. Tabela da Previdência social:
Tabela para Empregado, Empregado Doméstico e Trabalhador
Avulso 2018
Salário de Contribuição (R$) Alíquota
Até R$ 1.693,72 8%
De R$ 1.693,73 a R$ 2.822,90 9%
De R$ 2.822,91 até R$ 5.645,80 11%
86. Referências:
Martins, Eliseu. Contabilidade de custos. 8. ed.
São Paulo: Atlas, 2001.
Ferreira, José Antônio Stark. Contabilidade de
custos. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.