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Club Drugs
Matheus Cheibub David Marin
GREA - Programa Interdisciplinar de Estudos de Álcool e outras drogas
Programa Redenção
Núcleo de Álcool e Drogas do Hospital Sírio-Libanês
Introdução
• Grupo heterogêneo de substâncias que incluem drogas sintéticas,
lícitas ou ilícitas, com mecanismos de ação e efeitos diversos em
sistema nervoso central.
• O agrupamento destas substâncias em um categoria reflete
características da população usuária, geralmente adultos jovens e o
contexto de uso recreativo caracterizado pelo consumo em bares,
danceterias, shows e festas tipo “rave”.
• SPA com alto de risco de mortalidade.
NIDA (National Institute on Drugs Abuse)
Club Drugs segundo a definição do NIDA
Nome Químico Abreviatura Nome nas ruas Classe
Methilenedioximetanfetamina MDMA Ecstasy, Bala Estimulante
Dietilamida do ácido lisérgico LSD Ácido, papel, doce, Flash Alucinógeno
Ketamina K Alucinógeno
γ-hidroxibutirato GHB “Ecstasy liquido” Sedativo
Flunitrazepam Rohypnol ®, Roofies, “Rape
Drugs”,
“Boa noite Cinderela”
Sedativo
Metanfetamina Cristal, ice, Speed Estimulante
MDMA, Metanfetamina e Anfetamínicos
MDMA, Metanfetamina e Anfetamínicos
• 2ª classe de SPA ilícita mais utilizada no mundo (perdem apenas para
a cannabis.
• Estima-se que aproximadamente 29 milhões de pessoas em todo o
mundo, entre 15 e 65 anos, tenham consumido anfetaminas/ano.
• A Metanfetamina (MA) é considerada o derivado mais potente das
anfetaminas, com maior duração de ação e maior capacidade de
atravessar a BHE.
• Anfetamínicos de classe médica são mais comuns na população de
sexo feminino para fins de emagrecimento ou profissionais que
trabalham em período noturno.
Siefried (2020)
Neurobiologia
• Aumenta os níveis de monoaminas na fenda sináptica através de um
aumento da liberação e de um bloqueio na recaptação.
• Efeitos devido o aumento na liberação de dopamina no núcleo accumbens,
parece ser a principal ação da anfetamina no SNC (ao contrário da cocaína -
bloqueio da captação na fenda sináptica .
• As anfetaminas aumentam a liberação de noradrenalina e dopamina recém
sintetizadas, enquanto que a cocaína age em pool de armazenamento de
catecolaminas.
• Os efeitos farmacológicos de anfetaminas também duram mais que o da
cocaína.
• Início dos sintomas de 20-60 minutos, pico máxima entre 1 a 2 horas após
a ingestão, sendo a meia-vida de cerca de 8 a 9 horas.
Saddock (2007)
Farmacologia Clínica
• MDMA/MA podem levar à hipertermia; convulsões; taquiarritmias; hipertensão, redução
do apetite; diaforese; um senso de alerta elevado, aumento do foco e concentração;
aumento de energia, diminuição de fadiga; humor elevado/irritabilidade; insônia e
dilatação pupilar.
• Associação com IAM, insuficiência renal e morte.
• Possível toxicidade hepática também é sugerida.
• Danos ao sistema neurológico, incluindo lesões cerebrais, infartos e hemorragia, com
consequente comprometimento neurológico, além de distúrbio dos movimentos.
• Transtornos psiquiátricos como depressão, ataques de pânico e alucinações, aumento da
impulsividade e psicose.
• MDMA esgota as reservas de serotonina nos neurônios, doses subsequentes produzem
euforia diminuída e aumento de efeitos adversos, como depressão e agitação.
• Consequências sociais: violência, crime e acidentes.
Haber (2015)
Manejo Clínico
• O tratamento da intoxicação aguda pode ser realizado visando os
potenciais focos de descompensação clínica. As principais alterações
a serem tratadas: ansiedade e agitação intensas, convulsões,
hiponatremia, hipertensão grave, hipertermia, síndrome
serotoninérgica e falência múltipla de órgãos
Manejo Clínico
• Tratamento da dependência:
• Review: 43 RCT
• poucos candidatos farmacológicos demonstraram fracos sinais positivos para o
tratamento.
• resultados positivos mais consistentes: estimulantes tratamento agonista
(dexanfetamina e metilfenidato, 5), naltrexona (5) e topiramato (2)
• Benefícios menos consistentes com bupropiona (6), o agente glutamatérgico, riluzol (1) e
mirtazapina (3)
• Antidepressivos – Não foram eficazes
• Terapias de substituição teve resultados mais promissores
• Terapias comportamentais
Siefried (2020)
LSD
LSD
• Início nos anos 60, queda na década de 80, abrangendo principalmente
população universitária, hippies e festas de música eletrônica.
• Substância inodora, incolor e hidrossolúvel, podendo apresentar-se sob
diversas formas: barras, cápsulas, tiras de gelatina, cristais, micropontos e
“blotter acid” (forma mais comum)
• Em estudantes universitários nas 27 capitais brasileiras, os usos na vida e
no último ano foram relatados por 7,6 e 2,6% respectivamente (I LENAD,
2010)
• Absorção oral, sublingual, podendo ser até injetado ou inalado, com início
dos efeitos de 30 a 60 minutos
• Metabolizado no fígado e excreção renal, meia-vida de +/- 2,5 horas;
porém, os seus efeitos mantêm-se por até 12 horas.
• Atua nos receptores 5-HT cerebrais, produzindo efeitos agonistas ou
antagonistas parciais na atividade serotoninérgica.
• Liberação de glutamato nos terminais tálamo-corticais, produzindo
dissociação entre os centros sensoriais e o córtex cerebral.
• Atua no córtex produzindo alterações no humor, percepção e
cognição, e no locus coeruleus, produzindo efeitos
simpaticomiméticos.
Neurobiologia
Britt (2005), Guerreiro (2011)
Farmacologia Clínica
• alterações do pensamento, humor, orientação e “flashbacks”
• “bad trip” caracterizado por sintomas de ansiedade com crises de
pânico, sensação de perda de controle da identidade e medo.
• reações paranóides e alucinações visuais e auditivas que podem
resultar em comportamento violento e ideação suicida.
• Os efeitos físicos mais comuns são sinais simpaticomiméticos, tais
como midríase, hipertensão, taquicardia e, raramente, hipertermia.
• Detectado na urina até 120h após o uso
Haber (2015)
Manejo Clínico
• O potencial do LSD para desencadear dependência é controverso
• Tratamento dos sintomas psicóticos, agitação psicomotora e
agressividade – antipsicóticos.
• Considerar sedativos (BZD) para sintomas ansiosos e
simpatomimético.
Britt (2005), Guerreiro (2011)
GHB (Gama-HidroxiButirato)
GHB (Gama-HidroxiButirato)
• Disponível na forma de líquido claro, pó branco, comprimido ou
cápsula.
• Pode ser fabricado em residências particulares com ingredientes e
receitas obtidos na Internet.
Neurobiologia
• GHB é um composto que existe naturalmente no cérebro (provável
neurotransmissor)
• Estruturalmente, semelhante ao GABA (ácido gama-amino butírico)
• Se liga à receptores GABA-B, levando à liberação da dopamina e opióides
endógenos, afetando outros neurotransmissores, tais como a serotonina
(5-HT), glutamato e acetilcolina
• Receptores de GHB de alta e baixa afinidade, altamente específicos para
GHB em hipocampo, córtex e áreas dopaminérgicas (estriado, tratos
olfativos e substância negra). O GHB inibe a liberação de dopamina e ativa
a tirosina hidroxilase, que atuam juntas para aumentar os níveis centrais de
dopamina.
• 20-30 minutos a atingir a concentração plasmática máxima e duração 3-4
horas.
(Galloway et al., 2000)
Farmacologia Clínica
• Efeitos semelhantes ao álcool.
• Relaxamento, euforia, sedação
• Alterações cardiológicas: Bradicardia e hipotensão
• Hipotermia
• Alterações neuropsiquiátricas: agressividade, ataxia e alucinações
• Depressão respiratória e morte
Guerreiro (2011)
Manejo Clínico
• Intoxicação: Suporte (complicações respiratórias centrais e
hemodinâmicas)
• Síndrome de Abstinência: tratamento semelhante ao álcool
(Lorazepam, Diazepam e Clordiazepóxido)
• Barbitúricos, propofol.
• Substituição por GBL? (análogo lipofílico de baixa toxicidade)
Busardò (2018), Britt (2005),
Flunitrazepam
Neurobiologia
• Medicamento de classe BZD
• Se liga a receptores agonistas GABA A, inibindo a neutransmissão no
cérebro e medula espinhal.
• Canais de cloro de neurônios e resultando em um influxo de cloreto e
hiperpolarização da célula. Isso diminui a excitabilidade da célula.
• Os efeitos clínicos dos benzodiazepínicos incluem sedação, atividade
anticonvulsivante e redução da ansiedade.
Britt, 2005
Farmacologia Clínica
• É comumente associado a agressões sexuais devido à sedação profunda que causa,
juntamente com sua propriedade amnésica anterógrada em que um indivíduo não
consegue se lembrar de eventos que ocorreram sob a influência da droga (DEA, 2004b).
• É inodoro e insípido e é facilmente dissolvido em bebidas (NIDA), permitindo que um
agressor o adicione à bebida de uma potencial vítima.
• Uso recreativo em nightclubs e raves (DEA, 2004a)
• A potencialmente preferência para fins de abuso sexual, bem como para uso recrativo
pode ser devido ao seu início mais rápido (15 a 20 minutos) e maior duração da ação (12
horas ou mais) e seus efeitos mais fortes em doses mais baixas, além de proporcionar
sedação sem muitos efeitos colaterais (ONDCP, 2004b).
• Os efeitos adversos agudos associados à ingestão de Rohypnol® incluem: hipotermia,
sedação, comprometimento cognitivo e psicomotor, hipotensão arterial, distúrbios
visuais, confusão e retenção urinária.
• S.A. – cefaléia, tensão, ansiedade, inquietação, dor muscular, fotofobia, dormência,
parestesias e convulsões (Britt, 2005).
ONDCP (2004b), DEA (2004), NIDA
Manejo Clínico
• Superdosagens - podem levar à perda de consciência, depressão
respiratória e morte Medidas de Suporte (carvão ativado, suporte
respiratório.
• Antídoto: Flumazenil (Romazicon™) é um antagonista específico que
podem ser administrados para reverter os efeitos da toxicidade do
flunitrazepam.
• Síndrome de Abstinência – Substituição por BZD de meia-vida mais
longa com redução gradual
(Schwartz 2000)
KETAMINA
• Agente anestésico pouco usado na medicina, maior aplicação na
veterinária (reutilizado novamente na psiquiatria, possível tratamento
para Transtornos de humor)
• Reações pós-anestésicas desagradáveis como sintomas psicóticos e
sonhos conturbados.
• Prevalência em adulto jovem (média de 24 anos de idade), sexo
masculino, usuário de múltiplas SPA com situação laboral instável.
• Via de utilização oral, inalada ou injetada
• K-hole: estado dissociativo, com imobilização física, desrealização,
desorientação e alucinações
KETAMINA
Guereiro (2011), Gahlinger (2004)
Neurobiologia
• Início de ação rápido (1-30 min) com duração de 30-180 min
• Funciona como um agonista não-competitivo ao nível dos receptores
NMDA bloqueando os canais de cálcio. Este bloqueio determina uma
diminuição da neurotransmissão associada aos aminoácidos
excitatórios, glutamato e aspartato.
• Aumento da neurotransmissão dopaminérgica no lobo pré-frontal e
no mesencéfalo.
Britt (2005), Guerreiro (2011)
Farmacologia Clínica
• quadro de instalação súbita de agitação psicomotora, hiperexcitabilidade e
sintomas psicóticos
• Taquicardia, hipertensão arterial e náuseas.
• hipotermia associada à imobilização prolongada e depressão respiratória
transitória
• Pode-se observar-se aumento da CK devido a eventual rabdomiólise ou
hipocalêmia originada pelos vómitos.
• Distúrbios neurospiquiátricos: alucinações visuais e sensação de fusão com o
meio circundante, sintomas dissociativos, psicóticos e as alterações da memória
podem permanecer durante alguns dias mesmo quando os indivíduos se mantêm
sem consumir.
• Usuários crônicos x esporádicos - apresentam déficit da memória e de função
executiva e maior intensidade de sintomas psicóticos e dissociativos
Guerreiro (2011), Gahlinger (2004)
Manejo Clínico
• Intoxicação: medidas de suporte
• Considerar antipsicóticos em vigência de agressividade, agitação ou
sintomas psicóticos.
Guerreiro, 2011
Outras substâncias
• N-Bomb ou Nbome
• Alucinógeno serotoninérgico semelhante ao LSD
• Sintetizado em laboratório, com possibilidade de potencializar suas
propriedades consequentemente efeitos, com múltiplas fatalidades.
(Halberstadt, 2017)
• Neurotoxicidade 50x > MDMA “in vitro” (Xu P., 2019)
• Poppers
• Nitritos inaladados em spray
• Relaxamento musculatura lisa
Referência:
• Haber P, Day C, Farrell M, editors. Addiction medicine: principles and practice. Research: IP Communications, Pty. Ltd; 2015.
• American Psychiatric Association. Diagnostic and statistical manual of mental disorders (DSM-V).
• Siefried KJ - Pharmacological Treatment of Methamphetamine/Amphetamine Dependence: A Systematic Review. CNS Drugs. 2020
Apr;34(4):337-365. doi: 10.1007/s40263-020-00711-x.
• Busardò FP, Gottardi M, Tini A, Minutillo A, Sirignano A, Marinelli E, Zaami S. - Replacing GHB with GBL in Recreational Settings: A
New Trend in Chemsex. - Curr Drug Metab. 2018; 19(13):1080-1085. doi: 10.2174/1389200219666180925090834. Review.
• Drug Enforcement Administration (DEA). Disponível em: http://www.dea.gov/concern/ghb-1actsheet.html (accessed January
2004a).
• Drug Enforcement Administration (DEA). Disponível em: http://www.dea.gov/pubs/inteI/01026/index.html (accessed January
2004b)
• National Institute on Drug Abuse (NIDA). NIDA Community Drug Alert Bulletin-Club Drugs. Em Disponível em:
http://www.drugabuse.gov/clubalert/clubdrugalert.html
• Schwartz, R. H., Milteer, R., LeBeau, M. A. (2000). Drug-facilitated sexual assault ('date rape') South. Med. 1. 93:558-561.
• GUERREIRO et al, Club drugs - Acta Med Port. 2011; 24(5):739-756
• Gena Covell Britt - A Brief Overview of the Clinical Pharmacology of "Club Drugs" - Substallce Use & Misuse, 40:1189-1201
Copyright © 2005 Taylor & Francis Inc. ISSN: 1082-6084 (print); 1532-2491 (online) 001: 10.1081/JA-200066730
• Paul Gahlinger - Club Drugs: MDMA, Gamma-Hydroxybutyrate (GHB), Rohypnol, and Ketamine - AMERICAN FAMILY PHYSICIAN,
www.aafp.org/afp VOLUME 69, NUMBER 11 / JUNE 1, 2004
• Xu P. - 25C-NBOMe, a Novel Designer Psychedelic, Induces Neurotoxicity 50 Times More Potent Than Methamphetamine In Vitro. -
Neurotox Res. 2019 May;35(4):993-998. doi: 10.1007/s12640-019-0012-x. Epub 2019 Feb 26. Current Top Beahv Neurosci.
2017;32:283-311. doi: 10.1007/7854_2016_64.

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Os principais club drugs: propriedades, efeitos e tratamento

  • 1. Club Drugs Matheus Cheibub David Marin GREA - Programa Interdisciplinar de Estudos de Álcool e outras drogas Programa Redenção Núcleo de Álcool e Drogas do Hospital Sírio-Libanês
  • 2. Introdução • Grupo heterogêneo de substâncias que incluem drogas sintéticas, lícitas ou ilícitas, com mecanismos de ação e efeitos diversos em sistema nervoso central. • O agrupamento destas substâncias em um categoria reflete características da população usuária, geralmente adultos jovens e o contexto de uso recreativo caracterizado pelo consumo em bares, danceterias, shows e festas tipo “rave”. • SPA com alto de risco de mortalidade. NIDA (National Institute on Drugs Abuse)
  • 3. Club Drugs segundo a definição do NIDA Nome Químico Abreviatura Nome nas ruas Classe Methilenedioximetanfetamina MDMA Ecstasy, Bala Estimulante Dietilamida do ácido lisérgico LSD Ácido, papel, doce, Flash Alucinógeno Ketamina K Alucinógeno γ-hidroxibutirato GHB “Ecstasy liquido” Sedativo Flunitrazepam Rohypnol ®, Roofies, “Rape Drugs”, “Boa noite Cinderela” Sedativo Metanfetamina Cristal, ice, Speed Estimulante
  • 4. MDMA, Metanfetamina e Anfetamínicos
  • 5. MDMA, Metanfetamina e Anfetamínicos • 2ª classe de SPA ilícita mais utilizada no mundo (perdem apenas para a cannabis. • Estima-se que aproximadamente 29 milhões de pessoas em todo o mundo, entre 15 e 65 anos, tenham consumido anfetaminas/ano. • A Metanfetamina (MA) é considerada o derivado mais potente das anfetaminas, com maior duração de ação e maior capacidade de atravessar a BHE. • Anfetamínicos de classe médica são mais comuns na população de sexo feminino para fins de emagrecimento ou profissionais que trabalham em período noturno. Siefried (2020)
  • 6. Neurobiologia • Aumenta os níveis de monoaminas na fenda sináptica através de um aumento da liberação e de um bloqueio na recaptação. • Efeitos devido o aumento na liberação de dopamina no núcleo accumbens, parece ser a principal ação da anfetamina no SNC (ao contrário da cocaína - bloqueio da captação na fenda sináptica . • As anfetaminas aumentam a liberação de noradrenalina e dopamina recém sintetizadas, enquanto que a cocaína age em pool de armazenamento de catecolaminas. • Os efeitos farmacológicos de anfetaminas também duram mais que o da cocaína. • Início dos sintomas de 20-60 minutos, pico máxima entre 1 a 2 horas após a ingestão, sendo a meia-vida de cerca de 8 a 9 horas.
  • 8. Farmacologia Clínica • MDMA/MA podem levar à hipertermia; convulsões; taquiarritmias; hipertensão, redução do apetite; diaforese; um senso de alerta elevado, aumento do foco e concentração; aumento de energia, diminuição de fadiga; humor elevado/irritabilidade; insônia e dilatação pupilar. • Associação com IAM, insuficiência renal e morte. • Possível toxicidade hepática também é sugerida. • Danos ao sistema neurológico, incluindo lesões cerebrais, infartos e hemorragia, com consequente comprometimento neurológico, além de distúrbio dos movimentos. • Transtornos psiquiátricos como depressão, ataques de pânico e alucinações, aumento da impulsividade e psicose. • MDMA esgota as reservas de serotonina nos neurônios, doses subsequentes produzem euforia diminuída e aumento de efeitos adversos, como depressão e agitação. • Consequências sociais: violência, crime e acidentes. Haber (2015)
  • 9. Manejo Clínico • O tratamento da intoxicação aguda pode ser realizado visando os potenciais focos de descompensação clínica. As principais alterações a serem tratadas: ansiedade e agitação intensas, convulsões, hiponatremia, hipertensão grave, hipertermia, síndrome serotoninérgica e falência múltipla de órgãos
  • 10. Manejo Clínico • Tratamento da dependência: • Review: 43 RCT • poucos candidatos farmacológicos demonstraram fracos sinais positivos para o tratamento. • resultados positivos mais consistentes: estimulantes tratamento agonista (dexanfetamina e metilfenidato, 5), naltrexona (5) e topiramato (2) • Benefícios menos consistentes com bupropiona (6), o agente glutamatérgico, riluzol (1) e mirtazapina (3) • Antidepressivos – Não foram eficazes • Terapias de substituição teve resultados mais promissores • Terapias comportamentais Siefried (2020)
  • 11. LSD
  • 12. LSD • Início nos anos 60, queda na década de 80, abrangendo principalmente população universitária, hippies e festas de música eletrônica. • Substância inodora, incolor e hidrossolúvel, podendo apresentar-se sob diversas formas: barras, cápsulas, tiras de gelatina, cristais, micropontos e “blotter acid” (forma mais comum) • Em estudantes universitários nas 27 capitais brasileiras, os usos na vida e no último ano foram relatados por 7,6 e 2,6% respectivamente (I LENAD, 2010) • Absorção oral, sublingual, podendo ser até injetado ou inalado, com início dos efeitos de 30 a 60 minutos • Metabolizado no fígado e excreção renal, meia-vida de +/- 2,5 horas; porém, os seus efeitos mantêm-se por até 12 horas.
  • 13. • Atua nos receptores 5-HT cerebrais, produzindo efeitos agonistas ou antagonistas parciais na atividade serotoninérgica. • Liberação de glutamato nos terminais tálamo-corticais, produzindo dissociação entre os centros sensoriais e o córtex cerebral. • Atua no córtex produzindo alterações no humor, percepção e cognição, e no locus coeruleus, produzindo efeitos simpaticomiméticos. Neurobiologia Britt (2005), Guerreiro (2011)
  • 14. Farmacologia Clínica • alterações do pensamento, humor, orientação e “flashbacks” • “bad trip” caracterizado por sintomas de ansiedade com crises de pânico, sensação de perda de controle da identidade e medo. • reações paranóides e alucinações visuais e auditivas que podem resultar em comportamento violento e ideação suicida. • Os efeitos físicos mais comuns são sinais simpaticomiméticos, tais como midríase, hipertensão, taquicardia e, raramente, hipertermia. • Detectado na urina até 120h após o uso Haber (2015)
  • 15. Manejo Clínico • O potencial do LSD para desencadear dependência é controverso • Tratamento dos sintomas psicóticos, agitação psicomotora e agressividade – antipsicóticos. • Considerar sedativos (BZD) para sintomas ansiosos e simpatomimético. Britt (2005), Guerreiro (2011)
  • 17. GHB (Gama-HidroxiButirato) • Disponível na forma de líquido claro, pó branco, comprimido ou cápsula. • Pode ser fabricado em residências particulares com ingredientes e receitas obtidos na Internet.
  • 18. Neurobiologia • GHB é um composto que existe naturalmente no cérebro (provável neurotransmissor) • Estruturalmente, semelhante ao GABA (ácido gama-amino butírico) • Se liga à receptores GABA-B, levando à liberação da dopamina e opióides endógenos, afetando outros neurotransmissores, tais como a serotonina (5-HT), glutamato e acetilcolina • Receptores de GHB de alta e baixa afinidade, altamente específicos para GHB em hipocampo, córtex e áreas dopaminérgicas (estriado, tratos olfativos e substância negra). O GHB inibe a liberação de dopamina e ativa a tirosina hidroxilase, que atuam juntas para aumentar os níveis centrais de dopamina. • 20-30 minutos a atingir a concentração plasmática máxima e duração 3-4 horas. (Galloway et al., 2000)
  • 19. Farmacologia Clínica • Efeitos semelhantes ao álcool. • Relaxamento, euforia, sedação • Alterações cardiológicas: Bradicardia e hipotensão • Hipotermia • Alterações neuropsiquiátricas: agressividade, ataxia e alucinações • Depressão respiratória e morte Guerreiro (2011)
  • 20. Manejo Clínico • Intoxicação: Suporte (complicações respiratórias centrais e hemodinâmicas) • Síndrome de Abstinência: tratamento semelhante ao álcool (Lorazepam, Diazepam e Clordiazepóxido) • Barbitúricos, propofol. • Substituição por GBL? (análogo lipofílico de baixa toxicidade) Busardò (2018), Britt (2005),
  • 22. Neurobiologia • Medicamento de classe BZD • Se liga a receptores agonistas GABA A, inibindo a neutransmissão no cérebro e medula espinhal. • Canais de cloro de neurônios e resultando em um influxo de cloreto e hiperpolarização da célula. Isso diminui a excitabilidade da célula. • Os efeitos clínicos dos benzodiazepínicos incluem sedação, atividade anticonvulsivante e redução da ansiedade. Britt, 2005
  • 23. Farmacologia Clínica • É comumente associado a agressões sexuais devido à sedação profunda que causa, juntamente com sua propriedade amnésica anterógrada em que um indivíduo não consegue se lembrar de eventos que ocorreram sob a influência da droga (DEA, 2004b). • É inodoro e insípido e é facilmente dissolvido em bebidas (NIDA), permitindo que um agressor o adicione à bebida de uma potencial vítima. • Uso recreativo em nightclubs e raves (DEA, 2004a) • A potencialmente preferência para fins de abuso sexual, bem como para uso recrativo pode ser devido ao seu início mais rápido (15 a 20 minutos) e maior duração da ação (12 horas ou mais) e seus efeitos mais fortes em doses mais baixas, além de proporcionar sedação sem muitos efeitos colaterais (ONDCP, 2004b). • Os efeitos adversos agudos associados à ingestão de Rohypnol® incluem: hipotermia, sedação, comprometimento cognitivo e psicomotor, hipotensão arterial, distúrbios visuais, confusão e retenção urinária. • S.A. – cefaléia, tensão, ansiedade, inquietação, dor muscular, fotofobia, dormência, parestesias e convulsões (Britt, 2005). ONDCP (2004b), DEA (2004), NIDA
  • 24. Manejo Clínico • Superdosagens - podem levar à perda de consciência, depressão respiratória e morte Medidas de Suporte (carvão ativado, suporte respiratório. • Antídoto: Flumazenil (Romazicon™) é um antagonista específico que podem ser administrados para reverter os efeitos da toxicidade do flunitrazepam. • Síndrome de Abstinência – Substituição por BZD de meia-vida mais longa com redução gradual (Schwartz 2000)
  • 26. • Agente anestésico pouco usado na medicina, maior aplicação na veterinária (reutilizado novamente na psiquiatria, possível tratamento para Transtornos de humor) • Reações pós-anestésicas desagradáveis como sintomas psicóticos e sonhos conturbados. • Prevalência em adulto jovem (média de 24 anos de idade), sexo masculino, usuário de múltiplas SPA com situação laboral instável. • Via de utilização oral, inalada ou injetada • K-hole: estado dissociativo, com imobilização física, desrealização, desorientação e alucinações KETAMINA Guereiro (2011), Gahlinger (2004)
  • 27. Neurobiologia • Início de ação rápido (1-30 min) com duração de 30-180 min • Funciona como um agonista não-competitivo ao nível dos receptores NMDA bloqueando os canais de cálcio. Este bloqueio determina uma diminuição da neurotransmissão associada aos aminoácidos excitatórios, glutamato e aspartato. • Aumento da neurotransmissão dopaminérgica no lobo pré-frontal e no mesencéfalo. Britt (2005), Guerreiro (2011)
  • 28. Farmacologia Clínica • quadro de instalação súbita de agitação psicomotora, hiperexcitabilidade e sintomas psicóticos • Taquicardia, hipertensão arterial e náuseas. • hipotermia associada à imobilização prolongada e depressão respiratória transitória • Pode-se observar-se aumento da CK devido a eventual rabdomiólise ou hipocalêmia originada pelos vómitos. • Distúrbios neurospiquiátricos: alucinações visuais e sensação de fusão com o meio circundante, sintomas dissociativos, psicóticos e as alterações da memória podem permanecer durante alguns dias mesmo quando os indivíduos se mantêm sem consumir. • Usuários crônicos x esporádicos - apresentam déficit da memória e de função executiva e maior intensidade de sintomas psicóticos e dissociativos Guerreiro (2011), Gahlinger (2004)
  • 29. Manejo Clínico • Intoxicação: medidas de suporte • Considerar antipsicóticos em vigência de agressividade, agitação ou sintomas psicóticos. Guerreiro, 2011
  • 30. Outras substâncias • N-Bomb ou Nbome • Alucinógeno serotoninérgico semelhante ao LSD • Sintetizado em laboratório, com possibilidade de potencializar suas propriedades consequentemente efeitos, com múltiplas fatalidades. (Halberstadt, 2017) • Neurotoxicidade 50x > MDMA “in vitro” (Xu P., 2019) • Poppers • Nitritos inaladados em spray • Relaxamento musculatura lisa
  • 31. Referência: • Haber P, Day C, Farrell M, editors. Addiction medicine: principles and practice. Research: IP Communications, Pty. Ltd; 2015. • American Psychiatric Association. Diagnostic and statistical manual of mental disorders (DSM-V). • Siefried KJ - Pharmacological Treatment of Methamphetamine/Amphetamine Dependence: A Systematic Review. CNS Drugs. 2020 Apr;34(4):337-365. doi: 10.1007/s40263-020-00711-x. • Busardò FP, Gottardi M, Tini A, Minutillo A, Sirignano A, Marinelli E, Zaami S. - Replacing GHB with GBL in Recreational Settings: A New Trend in Chemsex. - Curr Drug Metab. 2018; 19(13):1080-1085. doi: 10.2174/1389200219666180925090834. Review. • Drug Enforcement Administration (DEA). Disponível em: http://www.dea.gov/concern/ghb-1actsheet.html (accessed January 2004a). • Drug Enforcement Administration (DEA). Disponível em: http://www.dea.gov/pubs/inteI/01026/index.html (accessed January 2004b) • National Institute on Drug Abuse (NIDA). NIDA Community Drug Alert Bulletin-Club Drugs. Em Disponível em: http://www.drugabuse.gov/clubalert/clubdrugalert.html • Schwartz, R. H., Milteer, R., LeBeau, M. A. (2000). Drug-facilitated sexual assault ('date rape') South. Med. 1. 93:558-561. • GUERREIRO et al, Club drugs - Acta Med Port. 2011; 24(5):739-756 • Gena Covell Britt - A Brief Overview of the Clinical Pharmacology of "Club Drugs" - Substallce Use & Misuse, 40:1189-1201 Copyright © 2005 Taylor & Francis Inc. ISSN: 1082-6084 (print); 1532-2491 (online) 001: 10.1081/JA-200066730 • Paul Gahlinger - Club Drugs: MDMA, Gamma-Hydroxybutyrate (GHB), Rohypnol, and Ketamine - AMERICAN FAMILY PHYSICIAN, www.aafp.org/afp VOLUME 69, NUMBER 11 / JUNE 1, 2004 • Xu P. - 25C-NBOMe, a Novel Designer Psychedelic, Induces Neurotoxicity 50 Times More Potent Than Methamphetamine In Vitro. - Neurotox Res. 2019 May;35(4):993-998. doi: 10.1007/s12640-019-0012-x. Epub 2019 Feb 26. Current Top Beahv Neurosci. 2017;32:283-311. doi: 10.1007/7854_2016_64.