1) O documento descreve o primeiro convento carmelita fundado por Santa Teresa de Jesus em Duruelo, Espanha.
2) O convento era muito pequeno e simples, com poucos recursos, mas os frades viviam em oração e devoção.
3) Santa Teresa ficou impressionada com o espírito de fé e sacrifício dos frades, apesar das dificuldades materiais.
1. PARÁGRAFO TERESIANO
No primeiro ou segundo domingo do Advento deste
ano de 1568, celebrou-se a primeira Missa naquele
pequenino portal de Belém, que não creio fosse
melhor. Na quaresma seguinte passei por lá, de
caminho para a fundação de Toledo. Cheguei de
manhã. Estava o Padre Frei António varrendo a
porta da igreja com o rosto alegre de sempre. «Que
é isto, meu Padre?» – lhe disse – «Que é feito da
honra?» – «Maldigo o tempo em que a tive!»,
respondeu, mostrando-me assim o seu grande
contentamento.
Ao entrar na igreja, fiquei espantada por ver o
espírito que o Senhor ali havia posto. E não só eu,
mas também dois comerciantes, meus amigos, que
me acompanhavam desde Medina, que não faziam
senão chorar. Tantas cruzes! Tantas caveiras! Nunca
mais me esquece uma cruz pequena de pau que
estava junto da água-benta. Tinha pegada uma
imagem de papel representando um Cristo. Pareceme que fazia mais devoção de que se fora coisa
muito bem lavrada.
O coro era no sótão que tinha, no meio, altura
suficiente para poderem recitar as Horas, mas
tinham que abaixar-se muito para entrar e para
ouvir Missa. Nos dois cantos do lado da igreja
estavam duas ermidazitas onde não podiam estar
senão deitados ou sentados. Estavam cheias de feno
porque o lugar era muito frio e o telhado quase
lhes tocava nas cabeças. Tinham dois postigos que
davam sobre o altar, duas pedras por cabeceiras, e
lá estavam também as cruzes e caveiras. Soube que,
desde o fim de Matinas até Prima, não tornavam a
sair, ficando ali em oração, e tão elevada que
acontecia levarem muita neve nos hábitos quando
iam para Prima sem que a tivessem sentido.
Recitavam as Horas com um padre Calçado que foi
passar com eles um tempo, não tendo chegado a
mudar de hábito por ser muito doente, e um jovem
frade que não era ordenado.
SANTA TERESA DE JESUS (1515 - 1582)
LIVRO DAS FUNDAÇÕES (14:6)
[FUNDAÇÃO DO PRIMEIRO CONVENTO
CARMELITA, EM DURUELO]
Avi s o s
01 Santa Maria Mãe de Deus.
XLVII Dia Mundial da Paz.
Não se celebra a Missa das 08:00h.
02 Dia de São Basílio (329 - 379).
e São Gregório de Nazianzo (329 - 389).
ChAMA
DO CARMO
DE VIANA DO CASTELO
FESTA DA SAGRADA FAMÍLIA
209
DEZEMBRO 29 2013
03 Bem-aventurado Círiaco Elias (1805 - 1871)
05 Solenidade da Epifania do Senhor.
06 21:00 | Encontro com a Bíblia.
chamadocarmo.blogspot.com
Telefone 258 822 264
viana@carmelitas.pt
NO DIA 1 DE JANEIRO
No dia de Ano Novo suspendemos a Missa
das 08:00h.
A todos amigos e benfeitores desejamos um
Ano Novo bem mais promissor e com mais
prosperidade partilhada.
A EXPOSIÇÃO DE PRESÉPIOS
continua aberta nos claustros até ao fim
do Tempo do Natal, no dia 12 de Janeiro.
Oração
LITURGIA DAS HORAS
• Semana I do Saltério.
A Palavra
SAGRADA FAMÍLIA DE NAZARÉ
• Isaías 60:1-6.
• Salmo 71.
• Efésios 3:2-3.5-6.
• Mateus 2:1-12.
( 29 DE DEZEMBRO )
Como são os teus rituais?
2. Natal. Não gostamos de pensar.Talvez por que os músculos não estejam treinados, ou, talvez, por que cada vez
tenhamos mais músculos e menos com que pensar. Ainda não sei ao certo as linhas da equação. Sei que pensar tem
os seus custos. Pelo sexto ano consecutivo erguemos na comunidade a Exposição de Presépios com a colaboração de
uns e de outros, ajudas, empréstimos e o gozo e alegria discretos de muitos. Todos os anos há uma novidade.
Pequenina que seja é uma novidade. Este ano ela dá que pensar. Mais uma vez. Por favor entre nos claustros e
contemple. Perca por ali uns minutos e isso é ganho. Não incomoda ninguém e até nos alegra a sua visita. Talvez
para si tudo seja novo, talvez já não seja a primeria vez que vem e até se lembra da do ano passado. Talvez
encontre uma novidade que não a minha. Não importa. O interessante é que vá por ali, deixando o olhar correr,
pousar e descansar. Páre onde parar, mas não deixe de pensar: Como são os teus rituais? Eu também páro por lá.
Como são os teus rituais?
Natal é memória, ritual e celebração. É por isso
que nasceu o presépio, para ajudar a memória a
actualizar o acontecimento santo da Incarnação
do Verbo de Deus. Ele nasceu no meio do frio da
nossa história e a história o tem representado
em quadros cheios de simplicidade e beleza que
nos encantam e aconhegam a alma e a fé.
Natal é celebração, é presente. Presente
presencial, como se fosse agora. Como se fosse
agora que as pousadas se vão novemente
fechando à Virgem grávida e o Altíssimo de
novo voltasse a nascer num curral.
Natal é ritual, é tradição, é repetição de gestos,
movimentos e palavras que vão passando de
mão em mão, de coração a coração, que entram,
luminosos, pelos olhos até ao fundo da alma.
O ritual do Natal é maravilhamento de luz! Ora
sucedeu neste Natal vir uma família cumprir
um ritual: trazer um presépio novo para a
exposição. Que tenha vindo a família toda:
papá, mamã e Eva, já de si é muito significativo!
(O papá ergueu o presépio e a mamã ajudou no
que pôde, porque a Eva andava à volta pelos
claustros encantada com tantos Jesuses !)
O presépio destes jovens tem que se lhe diga, ou
melhor: tem que se veja. Vale a pena entrar nos
claustros só por ele. Ele é um imenso
paralelipípedo cheio de luz; na parte de cima
tem um Menino Jesus e uma árvore bonsai seca.
De um ramo seco da árvore pende uma pequena
rodela de laranja seca sugerindo... Sugerindo o
que você quiser que ela sugira. Por isso será
melhor que passe por lá.
Ora na noite antes da noite de Natal, quais reis
magos, andávamos por ali três zarandeando
pelos claustros. E mais uma vez o presépio de
luz nos bateu nos olhos, e ao bater bateu-nos a
frase que lhe serve de legenda: «Como são os
teus rituais?» E foi então que alguém sugeriu
que respondêssemos. Olhando de novo o
Menino e a pergunta, as respostas foram:
(1) Tudo estava seco, ressequido e duro. Toda a
terra estava como que desértica e seca como
aquele bonsai seco, até que nasceu o Menino
Deus que a tudo deu sentido; nasceu a Vida e a
vida em volta reverdesceu. Assim, não há como
esperar o Natal mais um ano para deixarmos
animar e reverdecer em nós a esperança.
Aquele presépio ali é como um grito a dizernos: tende esperança! Confiai! O que estava
ressequido vai renovar-se, a vossa alegria vai
voltar a animar as cidades dos homens!
(2) O Segundo disse: O tempo passa. Aquela
rodela de laranja suspensa da árvore é um
relógio a dizer-nos que o tempo passa depressa,
inexoravelmente, e que, inexoravelmente,
estamos impedidos de o deter. A vida é uma
roda que roda e ninguém pára. Roda a roda até
se cansar e desaparecer.
(3) O Terceiro disse: Há rituais e rituais. Uns são
de vida, outros são de morte. Há neste presépio
noite e luz, vida e morte. Tal como no mundo,
no nosso mundo. O Natal está a chegar e nós
vamos encantar-nos de mistério e de luz, do
mistério da Luz que nos apareceu. Mas ao lado
do acontecer do Mistério há árvores que
morrem, há vida que não reage nem se encanta
nem se maravilha com a chegada da Vida.
Neste Natal será mais uma vez Natal.
Correremos muito gastando aqui, ali e além os
últimos centavos em prendas quase simbólicas.
Para manter o ritual. As famílias vão juntar-se
e iremos repetir rituais seculares: quem puder
terá as mesas fartas, quem souber cantará
cantigas de embalar. Depois do calor e do
aconchego enfrentaremos o frio da noite, como
pastores vigilantes, para ir à Missa do Galo ver
o Menino que a Senhora tem. E o Terceiro
continuou: É mais uma vez Natal. Mas há
muitos rituais que não são Natal. Não são de
vida nem de morte, são de nada e de sem-sentido. Existem famílias que já não se juntam,
já não cantam nem se beijam, nem rezam
juntas nem rejubilam com o Nascimento.
Comem o mais cedo que podem, mas já não
comem frente a frente. Comem sandes enquanto
actualizam o Facebook, longe da lareira e com
as Doc Martens calçadas prontos a dar corda
aos sapatos e zarpar para a discoteca.
Eu concordo que os rituais possam mudar, mas
alguns têm de ser como raízes, daquelas fundas,
tão fundas que tenham entrado pelo tecto da
caverna do presépio e ali tenham beijado a Luz.