Este documento contém informações sobre eventos religiosos em Viana do Castelo, Portugal, incluindo datas de oração pelos defuntos, reuniões de oração e santos comemorados em junho. Também fornece detalhes sobre uma possível peregrinação a Fátima e citações do Papa Francisco sobre a misericórdia de Deus.
1. c h a m a d o c a r m o . b l o g s p o t . c o m
Telefone 258 822 264 viana@carmelitas.pt
A v s o s
ChAMADO CARMO
DE VIANA DO CASTELO
17 Dia de oração pelos Defuntos da Ordem.
19 17:45 | Reunião do Grupo de Oração.
21 S. Luis Gonzaga (1568-1591).
DOMINGO XI DO TEMPO COMUM
JUNHO 16 2013
NS 193
A Palavra
DOMINGO XI DO TEMPO COMUM (23 DE JUNHO)
• Zacarias 12:10-11. 13:1.
• Salmo 62:2-6.8-9.
• Gálatas 3:26-29.
• Lucas 9:18-24.
Oração
LITURGIA DAS HORAS
• Semana III do Saltério.
AINDA SE PODE INSCREVER PARA A
PEREGRINAÇÃO
AO SANTUÁRIO DE FÁTIMA
nos dias 6 e 7 de Julho.
«O ROSTO DE DEUS É DE UM PAI
misericordioso, que sempre tem paciência.
Vocês já pensaram na paciência de Deus?
Deus não se cansa de nos perdoar.
O problema é que nós nos cansamos de
pedir perdão. Não nos cansemos mais.»
PAPA FRANCISCO – Primeiro Angelus, 17.III.13
FÉ
As orações dos homens
subam eternamente aos teus ouvidos;
eternamente aos teus ouvidos soem
os cânticos da terra.
No turvo mar da vida,
onde aos parcéis do crime a alma naufraga,
a derradeira bússola nos seja,
Senhor, tua palavra.
A melhor segurança
da nossa íntima paz, Senhor, é esta;
esta a luz que há de abrir à estância eterna
o fulgido caminho.
Ah ! feliz o que pode,
no extremo adeus às cousas deste mundo,
quando a alma, despida de vaidade,
vê quanto vale a terra;
Quando das glórias frias
que o tempo dá e o mesmo tempo some,
despida já, — os olhos moribundos
volta às eternas glórias;
Feliz o que nos lábios,
no coração, na mente põe teu nome,
e só por ele cuida entrar cantando
no seio do infinito.
[Machado de Assis] Jesus e os pecadores
2. Jesus e os pecadores
Uma cena e três personagens.
A cena é contraditória; tem tanto de serenidade
como de tensão explosiva. Talvez por isso é bem
impactante. Passa-se durante um jantar ameno
em casa de um fariseu importante, entretanto
interrompido por uma mulher, provavelmente
prostituta. A cena é silenciosa porque a mulher
entra em casa alheia sem pedir licença, com um
frasco de perfume na mão; aproxima-se calada e
calada se ajoelha aos pés de Jesus.
As personagens. Primeiro, Jesus, o doce Jesus.
Doce no sentido de acolhedor e misericordioso.
Foi convidado para um jantar de gala em casa do
fariseu Simão. Está à mesa quando irrompe
inesperadamente a mulher na sala, lhe beija e
banha os pés com lágrimas, lhos enxuga com os
seus cabelos e os perfuma profusamente.
Simultaneamente Jesus lê os pensamentos do
fariseu, que, calado, censura o Mestre; e se Jesus
bem os leu também conhece e leu o coração da
mulher sem jamais ter falado com ela. Apesar de
toda a tensão Jesus não se retrai, condena ou
amaldiçoa. E depois, ainda converteu. A ambos.
Segundo, a mulher. Chega silenciosa, decidida e
convertida. Entra em território alheio, em casa
dum puro ela que é impura. É tão forte a sua
resolução que não lhe incomodam os olhares e
as censuras sociais. Condenada por todos
(Estariam no jantar alguns dos seus amantes?) ela
Amor e perdão. Sei de gente que em determinados assuntos preferia mudar de Papa. Não é que não
lhes agrade este ou aquele Papa ou o Papa do momento, o que não lhes agrada mesmo é que o máximo
Pontífice não coincida sempre com as suas opiniões. A seguir citamos o Papa Francisco, que a meu ver
cita Santa Teresa que há 500 anos disse o mesmo. A ela ninguém a leu, ou então todos se esqueceram de
a contestar. Disse o Papa no primeiro Domingo que falou como papa: «Deus não se cansa de perdoar,
nós é que nos cansamos de pedir perdão»! E é verdade. E é, afinal, verdade, que isso é o Evangelho. É
uma frase que vale um pontificado, uma divisa. Deus, pai bom, jamais desiste dum filho.
chora aos pés do homem verdadeiro que
finalmente a compreende e ama!
Terceiro, Simão. É um homem muito bem
considerado no seu contexto social. Conhece bem
os preceitos sociais, morais e religiosos em que
não transige. Estuda a Lei com afinco diário, paga
os impostos, reza com fervor. Poderá um homem
assim ter defeitos? Sim, tem. Simão é devoto, mas
é frio e não ama. Permite-se julgar porque se
sente justo e do lado da Lei, e afinal o que quer é
apenas manter as distâncias para não se
contaminar.
É nesta cena ou contexto que se desenrola a
acção, e são estas as personagens. Jesus, Deus e
homem, é o cume da humanidade. É no coração
de Jesus que se intersectam e acolhem as vidas
daquela mulher pecadora e a daquele homem
aparentemente perfeito. Ambos entram ali e saem
mudados, convertidos. O interessante do
Evangelho é que Jesus converte a ambos.
A mulher com sua delicadeza por Jesus ensina-
-nos que a medida do julgamento de Deus é o
amor e o perdão. Ela que tanto se magoara a si
mesma, afinal também amara. E Deus que é amor
reconhece o amor mesmo quando ele é
interesseiro, quando se apresenta frágil e em
pedaços e até desesperado.
Deus é diferente de nós, reconhece ao longe o
latir do amor e por isso é capaz de saltar todas
as lógicas humanas, e olhando para dentro de
nós vê toda a dor e toda a verdade; e perdoa de
graça e sem condições.
Deus não ama só os de amor frágil, ama também
os de amor gélido. E por isso traz também para
a conversão o presunçoso Simão.
Calada e altivamente Simão censura Jesus por
acolher a mulher pecadora. Jesus surpreende-lhe
as censuras, e com delicadeza e sem raiva,
propõe-lhe uma parábola como uma seta veloz
dirigida ao dique do coração: a dos sois
devedores; um deve pouco, outro muitíssimo. Os
dois são perdoados: quem ficará mais feliz?
Não é um caso para pensar muito, apenas para
pensar e julgar, julgar segundo o coração de
Deus que sempre perdoa, o muito e o pouco.
Simão responde o óbvio, por que chegara
entretanto ao alcance do amor de Deus.
E é aqui que o fariseu Simão, zeloso dos
preceitos e devoções, é também ele perdoado e
convertido por que na sua honestidade Jesus
encontrou também um grãozinho de amor.
Sim, a quem muito ama muito se perdoa; e o
inverso também. É assim Jesus, que veio para os
pecadores, não para os perfeitos. Que importam
carradas de devoção sem amor? Que importam
paletes de boas obras que possamos fazer se
elas se suportam na desfaçatez da injustiça?
Na sala daquele jantar — nem no jantar Jesus se
livra da presença dos pecadores! — estão pelo
menos dois pecadores, sendo que um deles se
considera e se defende pretensamente perfeito.
Jesus, mais atento ao amor que ao pecado, não
liga a indelicadezas — E se alguém fora
indelicado, esse foi o Simão, o anfitrião! — mas
ao amor. A titude de Jesus é tão boa, e até
surpreendentemente tão positiva, que está
disposto a semear amor onde o não vir. É a sorte
de Simão e de todos os Simões. A nossa. O
próximo jantar com Jesus será concerteza outro!