O documento discute cemitérios como espaços livres e sua relação com a violência urbana. Aponta que áreas com mais vegetação têm menos violência, enquanto a ausência de espaços livres e áreas verdes está associada a maiores índices. Também destaca os riscos de contaminação do solo e das águas por necrochorume em cemitérios sem as devidas precauções ambientais.

1. Planejamento da Paisagem
Urbana
E q u i p a m e n t o U r b a n o – C e m i t é r i o
Uma sugestão para uma discussão
nacional: Cemitério como uma
categoria dos Espaços Livres?

2. mais espaços
livres e bairros
mais vegetados
VIOLÊNCIA
- VIOLÊNCIA EM AREAS + VEGETADAS
+ VIOLÊNCIA EM ÁREAS - VEGETADAS menos espaços livres e
bairros menos vegetados
RELAÇÃO ENTRE A
QUALIDADE DE
VIDA E OS
ESPAÇOS LIVRES

3. Fatores que podem contribuir para a violência
• Ausência de infraestrutura urbana
• Ausência de transporte coletivo
• Ausência de espaços livres para recreação
• Ausência de áreas vegetadas
• Alto índice de degradação ambiental
• Alto índice de áreas edificadas
• Concentração urbana territorial

4. Exemplo:
Favela de Paraisópolis no coração do Morumbi

5. Jardim Ângela -SP
• distrito do Jardim Ângela possui 300 mil habitantes e é vizinho
do Capão Redondo na zona sul de São Paulo o distrito
apresentava uma taxa de:
• 112 homicídios por 100 mil hab em 1995,
(este índice que subia para 200 homicídios por 100 mil hab.
quando calculado apenas sobre a população masculina entre
15 e 25 anos)
• No fim dos anos 90 foi apontado pela ONU como a região
mais violenta do planeta.
• Apenas para efeito comparativo, à mesma época o distrito
das Perdizes-SP, onde se localiza a Pontifícia Universidade
Católica, a taxa era de 6 homicídios por 100 mil habitantes.
• De 1999 até 2005 o número de homicídios no Jardim Ângela
teve queda de mais de 50%
• 2005 = 43 homicídios/100 mil habitantes.
(o índice atingiu seu número mais baixo em décadas)

6. A paisagem do bairro Jardim Ângela em 2005

7. Cemitério São Luís no Jardim Ângela-SP

8. O Cemitério com paisagem do bairro

9. O Cemitério como o
jardim de casa
Fronteiras incertas
entre os
conjuntos
Habitacionais e o
cemitério São Luís

10. O Cemitério como próximo
endereço dos meninos entre 15 e 25
anos
Do bairro ao cemitério é um fluxo
que precisa ser revertido

11. O Cemitério como foco de
poluição
Necrochorume é o liquido
da decomposição
orgânica e é altamente
poluente, pois concentra
partículas tóxicas que
contaminam o solo, os
vegetais e as águas
superficiais e
subterrâneas.

12. Conselho Nacional do Meio Ambiente
Resolução 335 de 28 de maio de 2003 que dispõe
sobre o licenciamento ambiental de cemitérios.
Necrochorume: um escoamento viscoso, com
coloração acinzentada, cuja composição é 60% de
água, 30% de sais minerais e 10% de substâncias
orgânicas, duas delas altamente tóxicas, a putrescina e
a cadaverina, que com precipitação em forma deLeoni (2010, p.01)
chuva, atinge o lençol freático.
uma pessoa de 70 quilos pode produzir cerca
de 30 litros de necrochorume ao longo da
decomposição e esta poderá vazar de dentro
da sepultura atingindo o solo / lençol freático
e, ainda, podendo percorrer uma distancia de
400 metros além do cemitério.
(Silva, 2007)
Alberto Pacheco

13. O cemitério como reflexão uma categoria de espaço livre
Fim de tarde no Cemitério São Luís

14. Aprofundar com:
DENT, Body. Universidade Tecnológica de Sidney (Austrália), 1995
(o Hidrogeólogo constatou no cemitério da cidade australiana de Botany, aumento da condutividade
elétrica e da concentração de sais minerais em águas subterrâneas próximas de sepultamentos
recentes.)
PACHECO, ALberto. Universidade de São Paulo, 1980
(o Hidrogeólogo estuda sobre contaminação de cemitérios paulistas de Vila Nova Cachoeirinha, Vila
Formosa, Santos (SP) onde a água subterrânea próxima a sepultamentos recentes apresentava alta
condutividade elétrica e íons de cloreto e nitrato, além de bactérias e vírus.)
SILVA, Robson Willians da Costa; MALAGUTTI Filho, Walter. Cemitérios: fontes potenciais de contaminação.
Publicado Revista Ciência Hoje. 15/09/2009. Atualizado em 11/06/2010
SILVA, Leziro Marques. Universidade de São Judas Tadeu, 1995.
(o geólogo estudou 600 cemitérios do país constatando que entre 15 e 20% apresentam contaminação
de subsolo por necrochorume. Indicou poços de monitoramento para o controle da contaminação de
subsolo em Piracibaba e Rio Claro)
LEONI, Álvaro Henrique. Necrochorume: um veneno. In: D'Incao Instituo de Ensino [Internet]. Disponível em
hhttp://www.dincao.com.br /noticias/2010/04/07/ necrochorume-um-veneno/.
Neira DF, Terra VT, Prate-Santos R & Barbiéri RS. Impactos do necrochorume nas águas subterrâneas do
cemitério de Santa Inês, Espírito Santo. Brasil Natureza on line 6, 36-41, 2008 [Internet]. Disponível em http://
www.naturezaonline.com.br/natureza/conteudo /pdf/07_NeiraDFetal_3641.pdf.
RAMOS, Luiz Gustavo de Oliveira. A questão do necrochorume em Sergipe. Jus Navigandi, Teresina, ano
16, n. 3085, 12 dez. 2011.
Política Nacional do Meio Ambiente (Decreto no 99.274/1990)
Resolução CONAMA n. 237 de 19 de dezembro de 1997
Resolução CONAMA n. 281, de 12.07.01
Resolução CONAMA n. 286, de 30.08.01
Resolução CONAMA n. 335 de 28 de maio de 2003