Este documento descreve um estudo sobre o uso de radiação ultravioleta contínua e ozônio para desinfecção de efluentes municipais de tratamento primário. O estudo foi realizado em uma estação de tratamento de esgoto no México e avaliou os efeitos desses tratamentos na redução de patógenos e matéria orgânica. Os resultados mostraram que a radiação ultravioleta reduziu mais de 80% da atividade bacteriana, enquanto o uso de ozônio removeu cerca de 70% dos coliformes tota
Semelhante a Trabalho pronto! desinfecção de efluente primário municipal de águas residuais usando uv contínua e tratamento de ozônio - entregar em 10.04.2014
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Trabalho pronto! desinfecção de efluente primário municipal de águas residuais usando uv contínua e tratamento de ozônio - entregar em 10.04.2014
1. ExtraçãoBibliográficadoArtigoCientíficointitulado“Desinfection of Primary Municipal
Wastewater Effluents Using Continuous UV and Ozone
Treatment”,publicadonarevistaJournal of Water Resource and Protection.
A água é considerada o líquido mais
precioso da humanidade. Cerca de 2/3 do
Planeta é formado por água, sendo grande
parte, salobra. Uma pequena fração é
considerada água doce. Os rios e lagos e
mananciais são unidades presenciais de água
doce, estando elas paradas ou em
movimento. Várias partes da Terra não
dispõem de água doce para prover
abastecimento de suas populações. Isto se
faz como uma circunstância de
estabelecimento de povoamentos, uma vez
que o homem se vê obrigado a assentar-se
próximo aos corpos hídricos para garantir a
sobrevivência [1].
As descargas de despejos não tratados ou
sem procedência correta representam um
verdadeiro risco à estabilidade dos corpos
hídricos. Na última década, os problemas de
saúde advindos do consumo de água
contaminada minguaram a vida de 15
milhões de pessoas [2]. As águas residuais
municipais têm apresentado os maiores
índices de micro-organismos patogênicos,
culminando em 75% de afetação em
crianças abaixo de cinco anos de idade. A
liberação de consumo de águas residuais
municipais se faz importante, pois dela
derivam abastecimentos de municípios.
A cloração é um dos procedimentos mais
utilizáveis para tal, uma vez que o
mecanismo de degradação de patogênicos se
faz eficiente. O cloro rompe a parede celular
bacteriana, destruindo o patogênico.
Outrora, o sulfato de cobre pode ser
utilizado, mas o custo de aquisição
inviabiliza grandes tratamentos de águas
municipais [3]. Infelizmente, a cloração não
é um método completamente seguro de
desinfecção das águas municipais residuais,
pois o cloro pode interagir especificamente
com a matéria orgânica e promover a
formação de compostos cancerígenos ao
homem, bem como, os tri-halometanos
[4,5].
Em meio aos problemas advindos da
cloração, outros métodos de desinfecções de
águas municipais têm sido apresentados,
como aplicações de radiações ultravioletas e
concentrações de ozônio, um poderoso
agente oxidante [5]. A aplicação de radiação
ultravioleta é uma prática recente, no
entanto, existe uma tendência de aumentar-
se a mesma em virtude dos bons resultados
surgidos [3,5,7]. O gás ozônio tem se
mostrado excelente no que tange ao eliminar
de bactérias patogênicas e o seu excesso
auxilia na oxidação da matéria orgânica, o
que mitiga valores de DBO e DQO [8].
Como o uso do ozônio ainda se constitui
como uma novidade, o seu uso ainda não
está emplacado como sênior [9,10].
O objetivo deste trabalho é mostra as
aplicações de radiação ultravioleta e
concentrações de oxigênio para o combate à
patógenos e oxidação da matéria orgânica a
partir de processos de tratamento primário,
bem como, assegurar que tais tratamentos
possuem deliberação para que águas
municipais residuais sejam consumidas de
forma segura.
A caracterização e os estudos de desinfecção
foram realizados na estação de tratamento de
águas residuais localizada no Campus da
Universidade Autônoma Metropolitana da
Cidade do México. O método inclui o
tratamento físico-químico para até 1L/s de
águas residuais. Coagulação, floculação,
flotação e decantação foram aplicadas. Sub-
amostras foram tiradas a partir do efluente a
cada 4 horas durante um período de 24 h, e o
efluente foi medido para cada tempo de
amostragem. Uma amostra então composta
foi preparada com proporções com base no
fluxo de água, determinada em cada período
[11]. A amostra de águas residuais foi
2. caracterizado por diferentes fatores físico-
químicos (Demanda Química de Oxigênio,
Turbidez, Sólidos Suspensos Totais, pH) e
microbiológicos (Coliformes fecais). O uso
de uma membrana se faz importante para os
processos de desinfecção [12].
Na evolução das análises dos efluentes
lançados nos corpos hídricos municipais, as
concentrações de coliformes fecais
assumiram valores bem elevados, o que
diagnostica um tratamento não eficaz que foi
aplicado aos dejetos, onde deveriam ter sido
então lançados após mais um tratamento, o
que não foi preconizado. Como os valores
de turbidez apresentaram quantidades
consideráveis, a presunção de matéria
orgânica está diretamente ligada à presença
de micro-organismos considerados
maléficos ao homem. As concentrações de
Unidades Formadoras de Colônias (UFC)
assumiram valores elevados, praticamente o
máximo, o que implica então na justificativa
para os altos índices de doenças por
veiculação hídrica [13]. Vale salientar que
as concentrações de fósforo e nitrogênio
também assumiram valores elevados em
virtude da presença de matéria orgânica em
demasia nos despejos. Isto implicou também
em excesso de turbidez, pois as algas se
multiplicaram (cianofíceas). As ciano-
toxinas são letais ao homem se as
concentrações apresentadas forem elevadas.
Como foi aplicado apenas o tratamento
primário de esgotos, a eliminação de
patógenos, que se faz na terceira etapa, não
foi levada a cabo, justificando os elevados
níveis de micro-organismos patogênicos.
Sem a presença de radiação UV, a atividade
de bactérias era bastante intensa e após o uso
da mesma, foi denotadaa desativação
bacteriana em 80%. Fica explicitado
também que quanto maior a presença de
matéria orgânica, em proporção deve ser a
intensidade de radiação UV [14]. As
variações de pH também se fizeram mister
nas observações. A máxima resistência
bacteriana foi obtida com pH = 7. Com a
redução do pH, as bactérias do tipo E.
colinão possuem tempo suficiente para
reagirem de forma efetiva e fazer com que a
homeostase celular proteja as paredes
celulares e contenham os danos causados
pelo aumento da concentração de íons
hidrogênio. O pH alcalino permite que as
bactérias se multipliquem sem a necessidade
de variar o fluxo de íons hidrogênio nas
condições de cultivo. Com a redução do pH,
o afluxo de íons hidrogênio, por difusão,
aumenta vertiginosamente, o que conduz à
parede celular bacteriana ao colapso, bem
como, as variações de concentração de íons
hidrogênio no leito celular desestabilizam as
organelas. A parede celular de bactérias
como E. coli passam a produzir ácidos
graxos como contenção ao aumento de
concentração de íons H+, entretanto,
dependendo da cinética de reação de
dissolução de íons H+, a resposta celular
pode não ser bem efetiva, o que traz danos
aos micro-organismos [15].
Foi observado também que o aumento do
pH induz ao também aumento da
permeabilidade de espécies oxidantes no
seio celular. Logicamente com valores de
pH maiores, a sensibilidade celular
aumentaria contra as variações do meio,
entretanto não foi esta a comprovação real.
Em pH neutro, a parede celular da E. coli
formada por um lipopolissacarídeo (LPS)
possui carga negativa e quando ocorre
aumento da concentração de íons
hidrogênio, tal carga líquida aumenta e isto
permite que espécies oxidantes adentrem, o
que preconiza a efetividade do tratamento
por meio de ozônio [16].
No que tange ao uso de ozônio, o teor de
oxidação do meio atinge valores muito
elevados. Isto fez com que a população
bacteriana diminuísse bastante [17]. O
ozônio também oxida a matéria orgânica
presente, diminuindo valores de DBO e
DQO que aumentariam caso o processo
ocorresse espontaneamente.
O consumo da matéria orgânica é
interessante para a aplicação da radiação
UV, pois o acúmulo material funciona como
um „escudo protetor‟, o que reduz a
3. eficiência do tratamento por radiação [18].
Por fim, a aplicação de radiação UV reduziu
mais de 80% da atividade bacteriana. O uso
de oxônio removeu cerca de 70% dos
coliformes totais.
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