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LOGÍSTICA:
CONCEITOS E
APLICAÇÕES
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Logística: Conceitos e Aplicações
ÍNDICE
UNIDADE DE APRENDIZAGEM 1 - DEFINIÇÃO E IMPORTÂNCIA DA LOGÍSTICA..................................................................4
1.1 Origem da logística..................................................................................................................................6
1.2 Definição de logística...............................................................................................................................6
1.3 Importância da logística..........................................................................................................................7
UNIDADE DE APRENDIZAGEM 2 - OBJETIVOS E RAZÕES PARA O SURGIMENTO DA LOGÍSTICA.........................................8
2.1 Objetivos da logística............................................................................................................................9
2.2 Razões para o surgimento da logística...............................................................................................15
UNIDADE DE APRENDIZAGEM 3 - A CADEIA LOGÍSTICA..........................................................................................17
UNIDADE DE APRENDIZAGEM 4 - AS ATIVIDADES DA LOGÍSTICA............................................................................30
4.1 Atividades Primárias da Logística......................................................................................................32
4.2 Atividades de apoio da logística........................................................................................................36
UNIDADE DE APRENDIZAGEM 5 - A EVOLUÇÃO DA LOGÍSTICA..............................................................................43
5.1 Primeira fase da evolução da logística.............................................................................................44
5.2 Evolução da logística: segunda fase.................................................................................................46
5.3 Evolução da logística: terceira fase...................................................................................................48
5.4 Evolução da logística: a quarta fase - o supply chain management.................................................50
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................................................................56
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Logística: Conceitos e Aplicações
Apresentação
Logística: Conceitos e Aplicações
Prezado Aluno,
Seja bem-vindo ao curso Logística: Conceitos e Aplicações do SEST/ SENAT.
Nele iremos tratar dos conceitos, definições, atividades da logística e com a organização do suprimento e da
distribuição de produtos, no âmbito da logística.
Assim, vamos procurar desenvolver e/ou aperfeiçoar as seguintes competências:
 Conhecer os principais conceitos e definições relacionados à logística empresarial.
 Identificar as diversas atividades de uma cadeia logística e avaliar o papel de cada uma delas para o
atendimento das metas de serviço logístico das empresas.
 Entender os conceitos de logística integrada e de supply chain management.
 Estruturar cadeias de suprimento.
 Identificar os diversos segmentos e seus papéis nas cadeias de suprimento.
Ao final deste, pretende-se que você, tenha desenvolvido uma habilidade extremamente necessária para o bom
desempenho do trabalhador da área de transportes e logística: Identificar nas cadeias logísticas os agentes
participantes e as principais atividades logísticas nelas desenvolvidas.
Para cumprirmos com os objetivos enunciados , vamos dividir nosso conteúdo em 5 módulos, quais sejam:
Módulo 1: Definição e importância da logística.
Módulo 2: Objetivos e razões para o surgimento da logística.
Módulo 3: A cadeia logística.
Módulo 4: As atividades logísticas.
Módulo 5: A evolução da logística.
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Logística: Conceitos e Aplicações
Unidade de Aprendizagem 1
DEFINIÇÃO E IMPORTÂNCIA
DA LOGÍSTICA
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Logística: Conceitos e Aplicações
1. DEFINIÇÃO E IMPORTÂNCIA DA LOGÍSTICA
Você tem ouvido a palavra logística inúmeras vezes? Pois, ela está na moda! Apesar disso, não se trata de um
modismo passageiro. Nós iremos compreender que ela tem uma importância fundamental para se obter
vantagens competitivas (reduções de custos, melhoria do atendimento ao cliente) nos negócios.
Vamos praticar com um exercício para escolher a melhor definição para a logística, dentre as opções
apresentadas a seguir?
1. ( ) a organização dos processos e atividades em uma determinada área produtiva é conhecida como
2. ( ) logística consiste na organização e gestão das atividades de um evento, por exemplo, um congresso, um
seminário.
3. ( ) a logística de uma empresa consiste no planejamento de suas atividades de produção.3.
4. ( ) a logística refere-se à construção de estradas, portos, aeroportos e ferrovias, no Brasil.
5. ( ) a gestão da movimentação das mercadorias (matérias-primas e produtos prontos para o consumo) e das
informações que as colocam em movimento desde um ponto de origem da matéria-prima até o ponto de
consumo do produto acabado, numa determinada cadeia produtiva é mais conhecida como logística.
6. ( ) a logística é o conjunto de todas as atividades realizadas numa organização (empresa, organização
governamental etc...) sejam elas financeiras, de produção, de recursos humanos, de comercialização ou de
distribuição.
7. ( ) a organização das eleições para prefeito, governador ou presidente, com a alocação dos eleitores aos
seus respectivos locais de votação pode ser entendida como logística.
Você percebeu como há diferentes maneiras possíveis de se conceituar a logística em nosso país. Provavelmente,
você já ouviu no rádio, na televisão ou das pessoas, ou leu em jornais e revistas a maioria dessas expressões
como sendo a definição da palavra logística. Na verdade, a palavra sofreu certa “banalização” nos últimos tempos
em nosso país. Em outras palavras, ela começou a ser empregada para definir qualquer processo de organização
de atividades em diferentes setores, áreas ou domínios. No entanto, dentre as opções que apresentamos só
existe uma que traz a definição correta de logística, tal qual ela foi concebida há alguns anos e tal qual ela é
entendida nos meios acadêmico e produtivo.
>> Qual opção você assinalou?
Pois bem, a definição correta de logística é a alternativa 5, que fala da gestão dos fluxos de mercadorias desde os
fornecedores até o consumidor final.
Logística: Conceitos e Aplicações
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1.1 ORIGEM DA LOGÍSTICA
O termo logística tem origem na língua francesa. Ele vem do verbo loger, que em francês significa alojar. A palavra
logística foi pela primeira vez utilizada pelos militares durante a Segunda Guerra Mundial, entre os anos 1940 e
1945, no século passado.
Você sabia que ela era usada para designar as atividades relativas ao transporte, ao abastecimento e ao
alojamento das tropas nos campos de batalha? Pois veja, desde aquela época, a logística já era importante fator
para o sucesso das missões militares. Já imaginou o que poderia acontecer se as armas e munições não
estivessem disponíveis no campo de batalha para os soldados, no momento em que elas fossem necessárias?
Para que tudo corresse bem era necessário que houvesse uma logística eficiente. Em outras palavras, era preciso
que se planejasse e se fizesse uma organização das atividades necessárias para disponibilizar as armas e munições
aos soldados, no momento em que eles delas necessitassem.
Vamos apresentar agora as definições mais utilizadas para a logística.
1.2 DEFINIÇÃO DE LOGÍSTICA
A definição mais tradicional e ampla para a logística empresarial foi dada pelo Council Of Logistics Management
(www.cscmp.org) dos Estados Unidos. Essa organização é um Conselho de profissionais, acadêmicos e empresas
que trabalham pela divulgação, desenvolvimento e pesquisa na área de logística. A definição é a seguinte:
“Logística é o processo de planejamento, implementação e controle eficiente e eficaz do fluxo e armazenagem de
mercadorias, serviços e informações relacionadas desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o
objetivo de atender às necessidades do cliente”. Note que ela pode perfeitamente ser ilustrada pela seguinte
figura:
Definição de Logística
Fonte: Novaes (2001)
Processo de Planejar + Implementar + Controlar
Fluxo e Armazenagem
Matérias-primas
Produtos em Processo
Produtos Acabados
Informações

Ponto de Origem Ponto de Consu-
De Forma Eficiente e Efetiva Em correspondência com Ne-
cessidades dos Clientes
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Logística: Conceitos e Aplicações
1.3 Importância da Logística
Veja o que dizem os autores LAMBERT, STOCK e VANTINE em seu livro “Administração Estratégica da Logística”,
publicado aqui no Brasil, em 1998:
1. Quantas vezes você foi a uma loja comprar um produto que havia sido anunciado e não o encontrou na
prateleira?
2. Alguma vez você já comprou um produto por correio, por telefone e recebeu a mercadoria errada?
3. Você já enviou uma encomenda a um cliente e o pacote chegou avariado ou nem chegou?
4. Algum fornecedor já descumpriu os prazos de entrega, causando atrasos ou mesmo interrupções noseu
processo de produção ou até a perda de um cliente?
5. Qual foi a última vez que lhe prometeram entregar um produto em alguns dias e levaram semanas?
6. Por que sempre parece que as encomendas para outros países levam muito mais tempo para chegar 6. do
que as entregas domésticas?
Essas são algumas perguntas que evidenciam todo tipo de problemas que encontramos no dia a dia de nossas
empresas e de nossas vidas. São típicos problemas gerados por uma logística ineficiente.
A LOGÍSTICA TEM PAPEL FUNDAMENTAL para a solução desses tipos de problemas.
Estima-se que no Brasil os gastos com as atividades logísticas correspondam a cerca de 17% do PIB, com base no
fato de que os gastos com transportes correspondem a 10% do PIB e que na média o transporte corresponde a
60% dos custos logísticos (FLEURY, 2000). Os custos logísticos também correspondem a 19% da receita total, de
forma que a redução desses custos resulta em maior lucro para a organização.
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Logística: Conceitos e Aplicações
Unidade de Aprendizagem 2
OBJETIVOS E RAZÕES PARA O
SURGIMENTO DA LOGÍSTICA
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Logística: Conceitos e Aplicações
2. OBJETIVOS E RAZÕES PARA O SURGIMENTO DA LOGÍSTICA
Neste módulo, nosso propósito é estudar junto com você os objetivos da logística e trazer um pouco
de história, relembrando os principais acontecimentos do mundo dos negócios que tiveram influência
no surgimento da logística. Vamos lá?
2.1 OBJETIVOS DA LOGÍSTICA
Como podemos observar os objetivos são minimizar custos e maximizar o serviço fornecido ao cliente.
 Vamos detalhar um pouco mais esses dois objetivos?
A) PRIMEIRO OBJETIVO: MINIMIZAR CUSTOS TOTAIS
Nós vimos que a logística é a responsável pela movimentação das mercadorias entre os pontos de for-
necimento e os pontos de consumo, não é mesmo?
Pois bem, para conseguir movimentar e gerenciar as mercadorias é necessário realizar algumas ativi-
dades.
Atingir
Nível de Serviço
Custos Totais
As atividades necessárias para a gestão e movimentação das mercadorias entre dois pontos
geográficos são chamadas de atividades logísticas.
IMPORTANTE
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Logística: Conceitos e Aplicações
Alguns exemplos de atividades são: o transporte, os pedidos, o estoque, a armazenagem de produtos, a
embalagem etc...
Simplificando, poderíamos apenas dizer que essas atividades são as geradoras dos chamados custos logísticos.
Então, a atividade de transporte gera o custo de transporte, a de pedidos gera o custo com os pedidos de
compra, a de manutenção de estoques gera o custo com estoques, a de embalagem o custo com embalagem, e
assim por diante para todas as atividades logísticas. É, portanto, a soma dos custos das diferentes atividades que
a logística visa minimizar. Esta soma é chamada de CUSTO LOGÍSTICO TOTAL.
VAMOS A UM EXEMPLO PRÁTICO DE UM PROBLEMA LOGÍSTICO QUE PODE SER ANALISADO SOB O PONTO DE
VISTA DOS CUSTOS LOGÍSTICOS TOTAIS?
Determinar a frequência em que se deve comprar um determinado item para a empresa, seja ela do ramo
industrial, de transportes ou comercial, é um dos problemas importantes que o profissional de logística precisa
resolver.
Frequência pode ser entendida aqui como o número de vezes que se compra um artigo durante
determinado período de tempo. Por exemplo: minha empresa compra computadores 2 vezes por mês.
Essa é a frequência de aquisição de computadores na minha empresa.
RELEMBRANDO
Há alguns fatores que influenciam a decisão sobre a frequência da compra:
 Quanto maior a frequência de compra, ou seja, se as compras forem realizadas em intervalos de tempo me-
nores, maior será o custo com transportes, já que serão compradas menores quantidades, elevando o custo
unitário do frete;
 Quanto maior a frequência de compra, menores serão os custos com estoques, uma vez que menos capital
será imobilizado;
 Quanto maior a frequência de compra, maiores serão os custos com os pedidos, pois estes últimos serão
efetuados mais vezes em determinado período;
 O custo total da logística é o somatório dos custos das diversas atividades envolvidas no processo.
A maior preocupação ao definir a frequência da compra é determinar o intervalo ótimo de tempo para as aquisi-
ções (tempo decorrido entre uma compra e a seguinte), de forma a minimizar o custo logístico total.
Observe a figura, a seguir, que traz um gráfico com as curvas de custo das atividades logísticas (eixo Y) em função
da frequência da compra (eixo X).
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Logística: Conceitos e Aplicações
Veja que as curvas têm esse formato porque estão em acordo com os fatores que influenciam a decisão sobre a
frequência da compra.
Agora já sabemos que o custo total das atividades logísticas é dado pelo somatório dos custos de
todas as atividades envolvidas no processo ou no problema que vai ser tratado. Não é isso?
RELEMBRANDO
Outro conceito importante relativo aos custos logísticos é o do TRADE-OFF. Em português essa expressão pode
ser entendida como um processo de compensação de custos.
>> Como podemos explicá-lo?
Vamos voltar ao gráfico da frequência de compras que acabamos de estudar. Note que os custos de transporte
aumentam com o aumento da frequência da compra (observe a evolução da curva de custos de transporte),
assim como os custos de pedidos. Contrariamente, os custos de estoque reduzem-se com o aumento da fre-
quência da compra. Esse efeito inverso que a frequência da compra tem nos custos das diversas atividades lo-
gísticas é chamado de COMPENSAÇÃO DE CUSTOS OU TRADE-OFF. Assim, a decisão da frequência da compra
levando em conta os custos logísticos deve ser orientada pelo conceito de compensação de custos e deve pro-
curar a frequência que minimize o custo logístico total. No gráfico, apresentado na página anterior a frequência
ótima de compra está marcada com a linha que parte do ponto mínimo da curva de custo total e encontra o
eixo das abcissas (frequência de compra).
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Logística: Conceitos e Aplicações
 Vamos agora estudar o segundo objetivo da logística?
B) SEGUNDO OBJETIVO: MAXIMIZAR O NÍVEL DE SERVIÇO LOGÍSTICO AO CLIENTE
Você lembra que a definição de logística dizia que era importante servir o consumidor de acordo com suas
necessidades e de forma eficiente e efetiva?
Então, torna-se fundamental oferecer serviços logísticos de qualidade. Como isso pode ser feito?
ATRAVÉS DE UMA BOA GESTÃO DOS FLUXOS DE BENS E SERVIÇOS!
A QUALIDADE DO GERENCIAMENTO DOS FLUXOS DE BENS E SERVIÇOS DEFINE O QUE SE ENTENDE POR NÍVEL DE
SERVIÇO LOGÍSTICO.
Há três fatores fundamentais para identificar o nível de serviço logístico ao cliente:
 disponibilidade;
 desempenho;
 confiabilidade.
A) DISPONIBILIDADE
É a capacidade da empresa de ter o produto em estoque (disponível) no exato momento em que ele é desejado
pelo cliente.
>>NOTA
É importante também ressaltar que as atividades de transporte e
de estoques originam grande parte dos custos logísticos totais
>>EXEMPLO
Duas empresas vendem o mesmo produto. A empresa “A” tem o produto disponível quando o
cliente o procura em 95% dos casos. Já a empresa “B” consegue ter o produto pronto para
ser vendido ao cliente em 67% dos casos. Pergunta-se: Qual empresa tem o melhor serviço
logístico ao cliente?
A grande maioria das decisões logísticas leva em consideração o custo logístico total das
atividades necessárias para a execução do trabalho. O objetivo é a minimização dos custos logísticos totais.
IMPORTANTE
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Logística: Conceitos e Aplicações
A resposta, evidentemente, é a empresa “A”, pois ela consegue atender quase a totalidade dos seus clientes.
Mas como se consegue maior disponibilidade do produto?
Resposta: Aumentando a quantidade de produto em estoque. A empresa estará, então, com níveis de serviço
mais elevados.
B) DESEMPENHO
O desempenho avalia se o nível de serviço ao cliente está condizente com o que foi acordado no contrato de
compra e venda ou de prestação do serviço firmado entre o fornecedor e o cliente. O desempenho pode ser
medido por alguns fatores:
Velocidade: é o tempo decorrido entre a solicitação de um produto ao fornecedor (pedido) até a chegada do item
ao cliente. Normalmente, a velocidade é expressa em termos de PRAZO DE ENTREGA. Esse fator dá ideia da
agilidade que o fornecedor tem para prestar o serviço. Em geral, o prazo de entrega é expresso em dias e algumas
vezes em semanas ou meses.
Flexibilidade: é a capacidade da empresa de lidar com solicitações extraordinárias de serviço dos clientes. O
desempenho logístico de uma empresa está relacionado, muitas vezes, com a forma como são tratadas situações
inesperadas.
Na logística, há algumas situações típicas que exigem flexibilidade da empresa no atendimento a seus clientes. Eis
algumas delas:
 mudanças ocasionais nos serviços de entrega;
 entregas emergenciais;
 introdução de novos produtos no mercado;
 retirada de produtos do mercado;
 troca de produtos fornecidos com defeitos.
Danos à mercadoria: compreende as avarias, roubos e extravios ocorridos com a mercadoria desde o despacho
até a chegada ao cliente. Este parâmetro é normalmente expresso em porcentagem de produtos danificados no
total de produtos encomendados.
C) CONFIABILIDADE
Trata-se da variação em torno dos prazos fixados para o atendimento ao cliente, para a entrega das mercadorias
etc... Nesta ótica, uma empresa confiável seria aquela que obedece aos prazos acordados em contrato para
disponibilizar o produto. Em muitas ocasiões na logística é melhor para o cliente escolher um fornecedor que
exige um prazo mais longo para entregar sua mercadoria, mas que cumpre com rigor esse prazo, do que
selecionar um fornecedor que promete um prazo bem mais curto, mas não o cumpre na maioria das vezes.
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Logística: Conceitos e Aplicações
Vamos agora exemplificar, citando alguns parâmetros comumente usados para avaliar o nível de serviço logístico
praticado pelas empresas no atendimento das solicitações dos clientes:
 tempo de ciclo do pedido (tempo decorrido entre o pedido e a entrega do produto ao cliente);
 disponibilidade de estoque;
 tempo de entrega (tempo de transporte);
 confiabilidade (variação no prazo de entrega);
 porcentagem dos pedidos atendidos completamente e proporção dos pedidos atendidos com exatidão;
 facilidade de substituir produtos defeituosos;
 restrições ao tamanho dos pedidos;
 porcentagem de avarias e danos nos produtos;
 reclamações dos clientes;
 porcentagem de itens em falta no depósito do fornecedor a qualquer instante.
Uma pesquisa de satisfação do cliente, realizada por LAVALLE (2001) em São Paulo e no Rio de Janeiro, procurou
determinar o percentual de clientes varejistas insatisfeitos com o nível de serviço logístico fornecido pelas
indústrias na distribuição de seus produtos. Três aspectos do nível de serviço foram considerados:
 a disponibilidade do produto;
 a confiabilidade do prazo de entrega (consistência);
 o tempo de ciclo do pedido (tempo decorrido entre a transmissão do pedido de compra e o
recebimento da mercadoria).
Poderíamos então resumir o nível de serviço na seguinte figura:
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Logística: Conceitos e Aplicações
A tabela a seguir traz os resultados encontrados em percentuais de insatisfação entre os anos de 1994
e 2001.
2.2 RAZÕES PARA O SURGIMENTO DA LOGÍSTICA
Alguns acontecimentos e mudanças ocorridos ao longo do tempo motivaram e deram forças para o desenvolvi-
mento da logística. No módulo 5 deste curso, detalharemos com você os diversos períodos da evolução da logísti-
ca nas organizações, no Brasil e no mundo, até chegarmos à fase em que ela se encontra atualmente.
Porém, já descreveremos aqui alguns fatos que determinaram seu surgimento e crescimento Novae (1989).
A) ALTA CRESCENTE DOS PREÇOS DO PETRÓLEO
Os preços dos derivados do petróleo subiram apreciavelmente nas últimas décadas. Como eles são insumos bási-
cos do setor de transportes, então as tarifas de fretes também aumentaram consideravelmente, elevando em
consequência os custos logísticos. Isso gerou a necessidade de se pesquisar soluções mais racionais para os pro-
blemas de transporte e de movimentação de produtos.
B) CONGESTIONAMENTO CRESCENTE NAS REGIÕES URBANAS
Com o crescimento das grandes regiões metropolitanas, os problemas de coleta e distribuição de mercadorias
tornaram-se cada vez mais complexos. Os congestionamentos de tráfego implicam não somente em gastos mais
elevados com combustível, manutenção, mão-de-obra de motoristas e ajudantes etc., como também reduzem
bastante as horas de utilização produtiva dos veículos, visto que eles permanecem presos no tráfego por longas
horas.
C) AUMENTO NAS TAXAS DE JUROS
O aumento do custo do dinheiro, materializado pelas altas taxas de juros cobradas pelo mercado financeiro, eleva
os custos com estoques de mercadorias. Pense na seguinte situação: quando você compra mercadorias e deixa-as
disponíveis para os clientes na prateleira de seu comércio, você está imobilizando seu capital. Você poderia, ao
invés de colocar seus recursos financeiros em produtos, aplicá-lo na poupança, por exemplo. Então, há um custo
para se manter mercadorias em estoque. Quanto maiores forem as taxas de juros, maior será esse custo, não é
mesmo?
DIMENSÕES
DO SERVIÇO
1994 1995 1997 1998 1999 2000 2001
Disponibilida-
de de Produto
30% 41% 31% 31% 26% 25% 26%
Consistência
do Prazo de
40% 71% 45% 67% 56% 56% 40%
Tempo de Ci-
clo do Pedido
19% 45% 35% 38% 35% 28% 19%
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Logística: Conceitos e Aplicações
D) EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA E MERCADOLÓGICA DOS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE PRODUTOS
Você se lembra que antigamente havia poucas opções de produtos disponíveis aos consumidores? Isso não tem
muito tempo!
Na década de 70, por exemplo, no Brasil as montadoras de automóveis eram poucas e fabricavam um número
reduzidíssimo de modelos, opcionais e tipos de acabamento para os veículos. Hoje, há uma gama quase que
infinita de opções de cores, de opcionais, de tipos de veículos, de fabricantes. Esse fenômeno pode ser, também,
notado para diversos outros setores produtivos, tais como, produção de ferramentas, de artigos para escritório,
de computadores, de alimentos etc... Esses sistemas de produção ditos “flexíveis” geram obviamente maiores
problemas de estocagem de produtos, de distribuição, de transporte, porque geram um número muito maior de
itens com consumo individual relativamente menor. Pense na dificuldade de gestão logística de um grande
hipermercado que precisa monitorar os fluxos e o abastecimento de cerca de 40 mil itens diferentes em suas
prateleiras. Isso evidencia a necessidade de se desenvolver técnicas apropriadas de logística para os negócios.
e) Evolução da informática
O desenvolvimento da informática tanto na forma de hardwares (máquinas e computadores) como na forma de
softwares (programas e aplicativos para as máquinas) foi de grande auxílio para a solução de problemas logísticos
cada vez mais complexos. Hoje a maioria dos produtos tem como se fosse uma “carteira de identidade”, graças ao
desenvolvimento da informática e da tecnologia da informação. Essa “carteira de identidade” é o código de barras
impresso nas embalagens dos produtos. Nele pode-se acumular uma série de informações úteis ao
gerenciamento dos fluxos dos produtos entre os fornecedores e os clientes, são exemplos dessas informações: o
nome do fornecedor do produto, o preço, a série de fabricação, a data de validade, entre outras. Observe que
grande parte dos produtos com os quais lidamos possui um código de barras.
f) Ampliação das alternativas para o transporte de mercadorias
Há várias modalidades de transporte para a movimentação das mercadorias (transporte aéreo, rodoviário,
ferroviário, aquaviário e dutoviário). Além das modalidades individuais, pode-se também combinar duas ou mais
modalidades de transporte para realizar a movimentação dos produtos. Isso resultou numa maior gama de
opções de movimentação e maior concorrência entre os vários modais, o que acarreta, em geral, redução dos
custos de transporte. Porém, esse aumento de opções implica na necessidade de serviços melhor estruturados e
articulados, mais uma razão para que a logística cresça e se estabeleça com força.
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Logística: Conceitos e Aplicações
Unidade de Aprendizagem 3
A Cadeia Logística
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Logística: Conceitos e Aplicações
3. A CADEIA LOGÍSTICA
O que é uma Cadeia Logística?
É importante dizer que qualquer cadeia logística é formada por um conjunto de nós e elos.
 Os nós são as partes estáticas da cadeia: são os depósitos, os armazéns, as indústrias, as lojas existentes no
trajeto entre as fontes de matérias-primas (os fornecedores) e os consumidores finais (em geral, as
famílias).
 Já os elos são as ligações existentes entre os nós, viabilizados pelo transporte, que estabelece a
comunicação entre os vários pontos da cadeia.
Numa cadeia logística, muito frequentemente, podem existir depósitos intermediários, entre a indústria e um
atacadista ou entre este e um varejista. O que irá determinar o número de pontos é a natureza do mercado, o tipo
de produto, o número de clientes, os custos das diferentes alternativas, entre outros fatores.
Observações:
 Entre os elos destaca-se a atividade de transporte.
 Nos diversos nós há mercadoria parada em estoque. Ela aguarda a procura do consumidor.
 Em qualquer nó da cadeia a atividade de entrada da mercadoria na empresa é chamada de suprimento
físico. Por outro lado, a saída da mercadoria da empresa para o cliente é chamada de distribuição física.
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Logística: Conceitos e Aplicações
Veja na figura a seguir um exemplo de cadeia logística encontrada com frequência na prática:
Uma cadeia logística completa
Obs.: CD = Centro de Distribuição.
De uma maneira mais simples, uma cadeia logística genérica também pode ser representada pelo seguinte esque-
ma:
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20
Logística: Conceitos e Aplicações
A cadeia logística genérica
Exemplo de Cadeia Logística ________________________________________________________________
Suponha que um determinado produto precise de insumos (matérias-primas) para ser produzido. Por exemplo:
para a montagem de um automóvel há necessidade de peças elétricas e de pneus entre outros itens. Esses com-
ponentes, chamados matérias-primas, vão ser fornecidos à montadora por diversas empresas. São os chamados
fornecedores da montadora. Convencionou-se chamar de suprimento físico a parte que trata da entrada dos pro-
dutos na empresa, no caso a montadora. Na empresa será fabricado o produto acabado, que será distribuído ao
mercado (concessionárias, agências de automóveis, revendas de carros), para ser vendido ao consumidor final. A
etapa de distribuição do produto acabado ao mercado (saída do produto da fábrica) é chamada de distribuição
física.
Conclusão
UMA CADEIA LOGÍSTICA É FORMADA POR, NO MÍNIMO, TRÊS AGENTES DE TROCAS: O FORNECEDOR, A EMPRESA
E O CLIENTE. É COMUM TAMBÉM DIZER QUE A LOGÍSTICA EMPRESARIAL É A CONJUNÇÃO DO SUPRIMENTO FÍSI-
CO OU ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS E A DISTRIBUIÇÃO FÍSICA (veja figura da cadeia logística).
>>Vamos detalhar o funcionamento de duas cadeias logísticas: Quais são elas?
a) A cadeia do suco de laranja encaixotado em embalagens do tipo ”tetra pack”.
b) A cadeia do automóvel.
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Logística: Conceitos e Aplicações
>> Comecemos pelo suco de laranja!
PASSO 1 Quais são os principais insumos para a produção do suco?
PASSO 2 Os fornecedores vendem os insumos para quem?
PASSO 3 Quem leva os insumos dos fornecedores até a indústria?
Um transportador. No Brasil, em geral, o transporte é feito por caminhão, utilizando
as rodovias.
PASSO 4 Depois de processado e embalado na indústria para onde vai o suco?
Ele pode ser adquirido por grandes atacadistas, que são empresas que compram das
indústrias em grandes quantidades e em seguida vendem o produto para as lojas de
varejo (supermercados, mercearias, padarias etc...). Essas últimas vendem o produto
diretamente ao consumidor final.
- A indústria também pode comercializar o suco diretamente para as empresas de
PASSO 5 Entre a indústria e o atacado e entre este e o varejo há o transporte que faz a movi-
mentação do produto. A mesma coisa acontece entre o varejo e o local de consumo
final (nossas casas, restaurantes, bares) do suco de laranja.
PASSO 6 Há diversas formas de se produzir o suco e distribuí-lo no mercado. Essa forma que
nós descrevemos é apenas uma das alternativas possíveis.
Nosso exemplo procura ilustrar o caso mais geral da cadeia do suco de laranja. Va-
mos então organizar um esquema / desenho que mostre os diversos nós e elos da
cadeia logística do suco de laranja?
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Logística: Conceitos e Aplicações
Cadeia logística do suco de laranja
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Logística: Conceitos e Aplicações
>> Agora vamos detalhar uma possível cadeia do automóvel!
PASSO 1 Quais são os principais fornecedores?
São fornecedores de bancos, pneus, tintas, peças e componentes.
PASSO 2 Como é feito o transporte dos insumos e componentes até a montadora?
É feito por caminhões que saem dos fornecedores e entregam os produtos dire-
tamente na montadora.
PASSO 3 A montadora fabrica o veículo e o estoca no seu pátio.
PASSO 4 A montadora distribui os veículos para as concessionárias autorizadas ou para
as agências de veículos. Ela pode também vendê-los diretamente ao consumidor
final.
PASSO 5 O transporte dos veículos é feito em caminhões conhecidos como cegonhas.
PASSO 6 O consumidor compra o veículo nas concessionárias ou nas agências.
Cabe destacar novamente que a cadeia logística que nós acabamos de descrever é uma
opção para fazer o produto sair do fornecedor e chegar ao consumidor final. Há casos em que
existem vários outros nós entre fornecedores e usuários finais: são os depósitos, os
intermediários, os distribuidores etc...
IMPORTANTE
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Logística: Conceitos e Aplicações
>> Vamos desenhar a cadeia logística do automóvel?
Exemplo de uma cadeia logística do automóvel
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Logística: Conceitos e Aplicações
Alternativas de canais de distribuição
Vamos agora conhecer quais são os fluxos que existem numa cadeia logística? ________________
São eles:
 físicos ou materiais (produtos, matérias-primas, componentes, equipamentos etc.).
 de informações.
 financeiros.
>> Qual é a direção dos fluxos nas cadeias logísticas?
Observe a figura a seguir que simula uma cadeia logística com três nós (fornecedor, empresa industrial e cliente).
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Logística: Conceitos e Aplicações
Fluxos logísticos
Nos primórdios da logística, a produção das mercadorias era do tipo “empurrada”. Em outras palavras, era
normalmente a indústria e seus fornecedores que definiam os produtos que iriam colocar no mercado à
disposição dos consumidores. Assim, na época, a informação de hábitos, gostos e desejos de consumo das
pessoas não eram tão importantes para o processo de fabricação dos bens.
Com a evolução da tecnologia, com as mudanças de hábitos de consumo das pessoas, com o aumento
considerável da demanda, com as exigências crescentes dos consumidores e com o aumento da concorrência
entre as empresas, entre outros fatores, a informação vinda do consumidor final passou a ser fundamental para
os produtores de bens e serviços. Hoje é o consumidor que define qual produto, de qual cor, com quais
características ele deseja consumir. Por isso, os produtores precisam escutá-lo e produzir os bens solicitados. É o
que se convencionou chamar de produção “puxada”. Ou seja, é o cliente que determina o que, quanto e quando o
produto será fabricado.
Neste sentido, você pode observar na figura dos fluxos logísticos o seguinte:
Primeiro ocorre um fluxo de informações que parte do cliente em direção aos fornecedores. Num segundo
momento, ocorre o fluxo material que parte dos fornecedores e vai para o cliente final. Há, ainda, o fluxo
financeiro que corresponde à remuneração paga pelo cliente pelo recebimento dos bens e serviços de seus
fornecedores.
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Logística: Conceitos e Aplicações
Agora cabe a seguinte pergunta:
Você acredita que os fluxos tenham somente essas direções nas cadeias logísticas?
Caso você tenha respondido negativamente, você estará com absoluta razão.
A própria evolução da logística e dos negócios impôs novas direções aos fluxos nas cadeias:
a) A informação atualmente anda nos dois sentidos. Após fazer um pedido, uma solicitação ao fornecedor, o
cliente precisa estar informado acerca do andamento de sua aquisição.
O que ele quer normalmente saber?
 Quando receberá o produto no seu estabelecimento.
 Qual transportador entregará sua mercadoria.
 Qual tipo de embalagem ou acondicionamento será colocado no produto.
 Que manuais de instalação e de assistência técnica acompanharão o produto.
b) O fluxo material também passou a ter os dois sentidos. Os processos de reaproveitamento de embalagens,
de resíduos e de reuso dos produtos depois de utilizados pelos consumidores exigiu que uma logística ao
contrário fosse criada. Hoje existe o que se convencionou chamar de LOGÍSTICA REVERSA. Ela trata da gestão
dos fluxos materiais e de informação desde os pontos de consumo até os pontos de origem.
Você já ouviu falar dos chamados “RECALL” que as montadoras de automóveis realizam frequentemente com
seus clientes? E o exemplo do fabricante de “achocolatado” que recolheu recentemente vários lotes do produto
do mercado por ter identificado erro na fórmula de fabricação?
São exemplos típicos de situações em que há necessidade de logística reversa!
>> No que ela consiste?
 Quando algum sistema ou peça de um dado tipo de veículo lançado recentemente no mercado pelo
fabricante apresenta algum defeito ou problema que compromete a sua qualidade ou o torna perigoso para
a segurança do usuário, a montadora faz uma chamada na televisão e nos jornais de grande circulação,
convocando todos os proprietários daquele tipo de veículo para comparecer à fábrica ou às concessionárias
para que o problema seja sanado. É necessário montar uma operação logística com suprimentos de novas
peças para realizar com sucesso a empreitada.
>>EXEMPLO
Hoje muitas empresas transportadoras e organizações industriais disponibilizam aos seus cli-
entes informações precisas e atualizadas sobre o andamento dos pedidos na Internet. Basta
acessar o site do fornecedor, digitar o número do pedido ou da nota fiscal e o cliente obterá
rapidamente as informações de que necessita.
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Logística: Conceitos e Aplicações
 Outro exemplo bem atual e recente de logística reversa consiste no recolhimento pelos fabricantes das
baterias usadas de telefones celulares nos mercados nos quais eles vendem seu produto. Aqui, a razão é
outra: não se trata de reaproveitar o bem, mas sim de retirá-lo do mercado porque contém na sua
composição material nocivo à saúde humana, e, portanto, não pode simplesmente ser despejado na
natureza.
c) O fluxo financeiro, em função das mudanças nos outros dois fluxos, também passou a ter duplo sentido. Antes
os recursos monetários eram repassados pelos clientes finais para as contas correntes dos fabricantes e de seus
fornecedores. Atualmente com o advento da logística reversa o fluxo financeiro também existe dos fornecedores
e fabricantes para os clientes finais. Como isso se explica?
Ora, as embalagens e produtos reutilizáveis e recicláveis têm seu valor e são, portanto, vendidos para as empresas
que os reprocessam.
NOTE COMO A LOGÍSTICA É IMPORTANTE: Até mesmo no reaproveitamento do lixo gerado pelas pessoas,
contribuindo com preservação do meio ambiente e com a geração de empregos.
 Qual é a conclusão a que nós chegamos?
A figura anterior dos fluxos logísticos deve ser atualizada. Vamos fazer isso?
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Logística: Conceitos e Aplicações
Fluxos logísticos atuais
Note agora que todos os fluxos têm as duas direções, ou seja, partem do fornecedor em direção ao cliente e do
cliente em direção ao fornecedor.
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Logística: Conceitos e Aplicações
Unidade de Aprendizagem 4
As Atividades da Logística
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Logística: Conceitos e Aplicações
4. AS ATIVIDADES DA LOGÍSTICA
Neste módulo, vamos conhecer com um pouco mais de detalhes as diversas atividades que compõem a logística e
que permitem uma gestão mais eficiente dos fluxos de matérias-primas, produtos acabados e informações ao
longo das cadeias logísticas, unindo os fornecedores aos seus clientes. Também veremos quais são as principais
funções de cada atividade e como elas contribuem com os objetivos finais da logística: a redução do custo
logístico total e a melhoria do nível de serviço ao cliente.
>> Vamos lá?
A figura, a seguir, traz as atividades logísticas existentes tanto na parte de entrada dos produtos na empresa – o
suprimento físico – como na fase de saída dos produtos da organização – a distribuição física. Você lembra da
definição de cadeia logística? Em caso negativo, volte, por favor, ao módulo 1 deste curso e recupere essa
definição.
Repare que as atividades são categorizadas em PRIMÁRIAS E DE APOIO. Elas estão presentes tanto no suprimento
físico como na distribuição física.
As atividades logísticas
PRIMÁRIAS
 TRANSPORTE
 ESTOCAGEM
 PROC. PEDIDOS
DISTRIBUIÇÃOSUPRIMENTO
APOIO
 ARMAZENAGEM
 MANUSEIO
 EMBALAGEM
 OBTENÇÃO
 INFORMAÇÕES
APOIO
 ARMAZENAGEM
 MANUSEIO
 EMBALAGEM
 PROGRAMAÇÃO
 INFORMAÇÕES
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Logística: Conceitos e Aplicações
4.1 ATIVIDADES PRIMÁRIAS DA LOGÍSTICA
Por que o transporte, a estocagem e o processamento de pedidos são considerados atividades primárias na
logística? Você tem ideia do motivo para elas serem categorizadas desta maneira?
>> Vamos às razões. Elas são consideradas primárias por três motivos:
a) Elas são responsáveis pela maior parcela do custo logístico total. Chegam a atingir até 2/3 do custo logístico
total em alguns setores.
b) São consideradas essenciais para a coordenação e o cumprimento da tarefa logística, qual seja, a de
disponibilizar os bens e serviços aos clientes com custo logístico mínimo e com bom nível de serviço.
c) Elas compõem o que se chama de ciclo crítico para atendimento aos clientes.
>> O que é o ciclo crítico?
É formado pelo conjunto das atividades realmente indispensáveis para a integralização do fluxo de produtos e
informações entre um fornecedor e seu cliente. Sem elas a tarefa logística não se concretiza. O ciclo crítico das
atividades logísticas primárias é ilustrado pela figura a seguir:
Ciclo crítico das atividades logísticas
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Logística: Conceitos e Aplicações
>> Como ele funciona na prática?
Em primeiro lugar um cliente solicita ao seu fornecedor os produtos de que necessita (faz o pedido e o transmite
ao fornecedor). O fornecedor verifica seus estoques, processa e monta o pedido e, em seguida, entrega a
mercadoria a um transportador que vai movimentá-la até o cliente. Essa é uma das cadeias logísticas mais simples
que existem. Você lembra das cadeias logísticas do suco de laranja e do automóvel? Elas eram bem mais
complexas, não é mesmo?
>> Vamos agora examinar em que consiste cada uma das três atividades primárias?
O que você acha de iniciarmos pelo PROCESSAMENTO DE PEDIDOS? Afinal é o pedido que dá início à operação.
Você notou isso?
4.1.1 PROCESSAMENTO DE PEDIDOS
A atividade de processamento de pedidos influencia diretamente o tempo necessário para levar bens e serviços
aos clientes. É com ela que se inicia a movimentação de produtos e a entrega de serviços.
4.1.2 MANUTENÇÃO DE ESTOQUES
Nossa segunda atividade primária é a manutenção de estoques. Depois do cliente ter feito sua solicitação de
aquisição de determinada mercadoria, o fornecedor verificará se ele tem o produto disponível, na quantidade e
na forma desejada em estoque. Em caso positivo, ele repassará a mercadoria imediatamente ao transportador
que, por sua vez, a entregará. Caso não haja o produto disponível e para atender ao pedido, então o fornecedor
terá que produzi-lo ou encomendá-lo a outro fornecedor, antes de entregar a mercadoria. Se essa última situação
acontecer, o prazo de entrega ou ciclo do pedido será evidentemente maior para atender ao cliente. É por esse
motivo que o estoque é importante na logística, pois ele permite que os tempos necessários para um cliente
receber o produto sejam reduzidos. ISSO SIGNIFICA OFERECER MELHOR NÍVEL DE SERVIÇO LOGÍSTICO. VOCÊ
LEMBRA DO CONCEITO?
Quando a empresa não tem estoque disponível para atender ao cliente num prazo de tempo aceitável, poderá
perdê-lo. Ele poderá procurar o produto num fornecedor que o tenha para pronta entrega. Você concorda que
isso acontece seguidamente mesmo no nosso dia a dia? Quantas vezes você já chegou em um açougue para
comprar determinado tipo de carne e não o encontrou disponível? Você provavelmente procurou outro açougue
onde havia a mercadoria desejada.
Percebeu como é importante a empresa ter o produto disponível no momento certo?
Há, porém um outro lado da moeda! Você sabe o que ele mostra?
Manter produtos em estoque custa dinheiro! Lógico, você estará com o dinheiro parado na prateleira.
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Logística: Conceitos e Aplicações
CONCLUSÃO
Manter estoque gera dinheiro, mas, também custa dinheiro!
Como Assim?
Há um trade-off (você lembra do conceito?) entre a redução do custo de perda de clientes (custo de não serviço)
quando temos o produto disponível e o custo de manter o produto na prateleira à espera de um comprador
(custo com estoque). Vamos representar esse trade-off na figura a seguir?
Note que quanto maior for a quantidade de produto disponível na empresa, maior será o custo com estoque. Em
compensação teremos menor custo de não serviço com vendas perdidas (os clientes encontrarão com maior
frequência o produto que procuram caso a disponibilidade seja maior). Isso é o que as curvas do gráfico querem
mostrar.
Nível de estoque e seus custos logísticos
4.1.3 TRANSPORTE
A atividade de transporte é aquela que viabiliza a movimentação dos produtos entre os pontos de produção e os
pontos de consumo nas cadeias logísticas. Ela é uma atividade essencial na logística porque nenhuma firma pode
realizar negócios sem movimentar suas matérias-primas ou produtos de alguma forma.
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Logística: Conceitos e Aplicações
O transporte refere-se aqui aos vários modais e meios utilizados para se movimentar mercadorias.
Como modalidades de transporte nós temos a rodoviária, a ferroviária, a aquaviária, a aérea e a dutoviária.
Logicamente cada modalidade tem seus meios, os veículos.
>> A seguir são apresentados os principais veículos de carga utilizados em cada modalidade?
a) Transporte rodoviário = caminhões.
b) Transporte aéreo = aviões e helicópteros.
c) Transporte aquaviário = navios, barcos e lanchas.
d) Transporte ferroviário = trens.
e) Transporte dutoviário = dutos.
f) Transporte multimodal = combinação de dois ou mais modais.
A administração da atividade de transporte envolve geralmente decisões quanto à escolha do modal ou da
combinação de modais (multimodalidade) que será utilizada para movimentar produtos, quanto aos roteiros que
os veículos devem seguir para entregas e coletas de mercadorias, quanto à utilização da capacidade dos veículos,
quanto ao dimensionamento da frota, entre outras.
E qual é o papel do transportador moderno nas cadeias logísticas?____________________________
Até pouco tempo atrás, o papel do transportador nas cadeias logísticas era de simplesmente deslocar os produtos
de um ponto da cadeia a outro. Sua missão era de vencer espaços geográficos.
Com o desenvolvimento da logística, o transporte passou a ser fundamental para que seus objetivos sejam
atingidos: melhorar níveis de serviço aos clientes e reduzir o custo logístico total.
Assim, além de vencer as restrições espaciais (distâncias entre dois pontos), deslocando as mercadorias, a
atividade de transporte e os transportadores passaram a ter papel de maior destaque na cadeia logística. Não
basta mais deslocar mercadorias. É preciso também:
 cumprir os prazos de entrega (restrição de tempo);
 entregar os produtos sem danificá-los;
 procurar soluções logísticas para os problemas de forma a reduzir os custos logísticos totais;
 fornecer informações acerca do produto em tempo real durante o transporte;
 contribuir para a melhoria do serviço ao cliente;
 oferecer soluções de multimodalidade para os clientes;
 atuar em parceria com fornecedores e clientes do produto;
 oferecer serviços logísticos adicionais – Operador Logístico.
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Logística: Conceitos e Aplicações
Você notou que o papel do transportador evoluiu bastante tanto em termos de tarefas que ele executa como em
importância nas cadeias logísticas? Ele é quem estabelece a ligação entre os diversos agentes da cadeia. Hoje o
transporte tem muito mais atribuições numa cadeia logística do que há algum tempo atrás.
E você sabe o que é um Operador Logístico?__________________________________________________
Operadores logísticos são empresas prestadoras de serviços logísticos aos participantes de uma cadeia. Eles
nasceram do fenômeno de terceirização dos serviços de armazenagem e transporte, principalmente, por parte
das empresas industriais, que queriam se dedicar mais à sua atividade fim, deixando as tarefas logísticas como a
distribuição, o suprimento, o atendimento ao cliente, entre outras, por conta de empresas especializadas nesse
tipo de atividade.
4.2 ATIVIDADES DE APOIO DA LOGÍSTICA
Além das atividades primárias, há uma série de atividades adicionais que apoiam o transporte, a manutenção de
estoques e o processamento de pedidos. São as atividades de apoio:
 armazenagem;
 manuseio de materiais;
 embalagem de proteção;
 obtenção;
 programação de produtos;
 informações.
Nós vimos, anteriormente, que as atividades de apoio ocorrem tanto no suprimento físico como na distribuição
física. A exceção fica por conta da obtenção que faz parte do suprimento e tem como equivalente a programação
de produtos na distribuição física.
>>Vamos conhecer o significado e a função de cada uma delas?
4.2.1 Armazenagem
A atividade de armazenagem diz respeito ao espaço necessário para manter produtos em estoque. Assim, a
armazenagem pode ser feita em uma loja, em uma indústria, em um supermercado, em um depósito de uma
empresa transportadora, em um centro de distribuição etc... Aqui, nós trataremos depósito e armazém como
sinônimos, pois as diferenças existentes entre os dois são muito pequenas.
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Logística: Conceitos e Aplicações
Ao contrário do transporte que estabelece a ligação entre dois participantes das cadeias logísticas, a
armazenagem acontece, na grande maioria das vezes, em locais fixos, nos nós das cadeias logísticas. É nos nós
que estão localizados os depósitos ou armazéns para a estocagem dos produtos.
Razões para armazenar produtos___________________________________________________________
Você sabe quais são as razões básicas para que uma empresa necessite de espaço físico para estocar
mercadorias?
Elas são quatro, segundo Ballou(1993):
1. Para reduzir custos de transporte e produção;
2. Para coordenar o suprimento e a demanda;
3. Para as necessidades do processo produtivo;
4. Por considerações de marketing.
>> Vamos detalhá-las?
a) Redução de custos de transporte e produção.
Quando nós temos espaço de armazenagem disponível para estocar produtos, então podemos juntar uma maior
quantidade de produtos e transportá-los até os clientes em veículos maiores, em uma única vez. Isso reduz o
custo com transporte. Da mesma forma, os custos de produção podem ser reduzidos quando são fabricados lotes
maiores de produtos. Para isso, há necessidade de espaço para estocar os produtos até que sejam entregues aos
clientes.
b) Coordenação do suprimento e demanda
Essa razão é diretamente relacionada com as empresas que fabricam produtos com demanda sazonal. Por
exemplo, pense nas indústrias que fabricam ovos de páscoa, aparelhos de ar condicionado e brinquedos
natalinos. Essas empresas vendem seus produtos numa época bem definida do ano: na páscoa, no verão e no
natal. Em geral, elas montam esquemas de produção ao longo de todo o ano, pois custa menos produzir volumes
constantes, e formam estoques em seus depósitos para vender o produto na época da demanda.
c) Necessidades de produção
Há produtos que têm a armazenagem como uma etapa de seu processo de produção. Eles precisam ficar
guardados certo tempo até que estejam prontos para o consumo.
Você conhece o ditado? Quanto mais velho for o vinho, melhor ele será!
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Logística: Conceitos e Aplicações
Pois bem, produtos como queijos, vinho e outras bebidas alcoólicas necessitam de um período de tempo
estocados para atingirem a maturação ou o envelhecimento. Nesse caso o depósito é uma necessidade do
processo produtivo.
d) Considerações de marketing
Para o marketing das empresas é de suma importância que haja disponibilidade do produto no mercado. A
armazenagem próxima dos mercados consumidores proporciona essa disponibilidade e permite que se realizem
entregas mais rápidas. A melhoria do serviço ao cliente pode ter efeito positivo nas vendas.
Funções dos depósitos_______________________________________________________________________
Os depósitos têm funções bem determinadas. Vamos estudá-las agora para que você consiga identificar o papel e
a importância desses edifícios chamados também de facilidades logísticas?
As funções básicas dos depósitos são de prestar serviços aos usuários. Esses serviços são classificados em quatro
tipos: abrigo, consolidação, transferência ou transbordo e agrupamento de produtos.
Como cada um dos tipos de serviço funciona?________________________________________________
a) Abrigo de produtos
É o uso mais óbvio de um depósito para armazenagem de produtos. Ele serve para guardar mercadorias, dando-
lhes proteção e também para oferecer outros tipos de serviço como a rotação de estoques, o envelhecimento do
produto, reparos nas mercadorias etc...
b) Consolidação de mercadorias
Este tipo de depósito serve para reunir mercadorias que vêm de vários pontos de fornecimento e seguem para
um mesmo destino, seja para participar como matéria-prima ou componentes do processo produtivo de um outro
bem, ou mesmo para serem armazenados no ponto de venda ao consumidor final. Com o depósito intermediário,
localizado entre fornecedores e produtores ou comerciantes, consegue-se reduzir os custos logísticos de
transporte. Você já sabe a razão para isso, não é mesmo? Caso não a tenha ainda claramente na memória, discuta
com o seu tutor.
A figura, a seguir, traz um esquema de funcionamento de um depósito de consolidação de matérias-primas,
originárias de três localidades diferentes, que servirão como insumos para o processo de fabricação de um bem.
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Logística: Conceitos e Aplicações
c) Transferência ou transbordo de mercadorias
Uma das formas mais populares do uso de depósitos é desagregar ou fracionar quantidades de mercadorias
transferidas, em geral das fábricas, para as quantidades menores solicitadas pelos clientes.
Na transferência ou transbordo ocorre, na maioria das vezes, a mudança de meio de transporte. Por exemplo: da
fábrica até o depósito de transbordo, transportam-se mercadorias em grandes quantidades, por trem. Para
distribuir as mercadorias em menores quantidades para os diversos clientes a partir do depósito de transbordo,
usam-se caminhões. Essa situação é ilustrada pela figura a seguir.
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Logística: Conceitos e Aplicações
d) Agrupamento de produtos
Um uso bastante frequente e especializado para os depósitos é o agrupamento de itens de produtos. Em geral,
ele é utilizado por empresas que possuem uma grande linha de produtos e os fabricam em diversas plantas
industriais. Uma vez que os clientes compram a linha completa é mais econômico entregar a produção das
diversas plantas em um único depósito e, em seguida, agrupar os diferentes itens conforme os pedidos e entregá-
los em uma carga única aos clientes. Os atacadistas e distribuidores de produtos utilizam os depósitos como
centrais de distribuição, comprando itens diferentes de diversos clientes e agrupando-os num único local para
distribuir a gama completa de itens aos pontos de venda.
4.2.2 MANUSEIO DE MATERIAIS
O manuseio ou movimentação de materiais está associado à armazenagem e também apoia a manutenção de
estoques.
Seu objetivo primordial é a separação das cargas nos depósitos de acordo com as necessidades dos clientes. Há
três atividades principais que compõem o manuseio de cargas nos depósitos:
 o recebimento das mercadorias;
 a movimentação interna;
 a expedição de mercadorias.
Alguns problemas importantes a solucionar nesta atividade são a seleção do equipamento de movimentação, a
definição dos procedimentos para a preparação dos pedidos nos depósitos, as normas para recebimento e
expedição de mercadorias, os métodos de conferência para recebimento de produtos, entre outros.
Cliente A
Cliente B
Cliente C
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Logística: Conceitos e Aplicações
4.2.3 Embalagem de Proteção
A embalagem visa proteger os produtos de quebras e avarias durante as etapas de movimentação e de manuseio
ao longo da cadeia logística. Mas é só isso que ela proporciona como vantagem à movimentação dos produtos?
É evidente que não!
A embalagem também serve para a promoção e uso do produto. Em geral, as empresas utilizam a embalagem
como instrumento de marketing e de promoção de vendas para os produtos. Exemplo: um brinquedo
acondicionado em uma caixa bonita, com desenhos agradáveis, atrai muito mais as crianças, aumentando suas
vendas.
Por outro lado, a embalagem também serve como instrumento para melhorar a eficiência da logística,
principalmente, na distribuição dos produtos. Uma embalagem projetada corretamente facilita as atividades de
manuseio, transporte e armazenagem. Quando suas dimensões e design são desenvolvidos de forma racional,
permitem obter uma maior produtividade no carregamento e descarregamento dos veículos, sejam eles manuais
ou automáticos. Também permitem um maior aproveitamento dos espaços de estocagem nos depósitos.
Você percebeu que de uns tempos para cá muitos produtos de consumo que compramos (brinquedos, móveis,
bicicletas etc...) são desmontados e embalados? Qual é a razão para isso? Os fabricantes e distribuidores estão
usando a embalagem para proteger, para promover as vendas e para ganhar espaços nos depósitos, lojas e
mesmo no transporte.
4.2.4 Obtenção
A obtenção é atividade exclusiva do suprimento de produtos nas empresas. É ela que coloca os produtos
disponíveis para a cadeia logística.
Algumas tarefas típicas da obtenção numa cadeia logística são:
 Seleção das fontes de suprimento: em geral, há diversos fornecedores para um mesmo produto. Qual deles
a empresa escolherá? Isso é tarefa da atividade de obtenção;
 Determinação das quantidades de produtos que devem ser adquiridas;
 Programação das compras (itens, quantidades, cores, frequência de aquisição);
 Definição da forma pela qual o produto é adquirido (embalado, a granel, em lotes mínimos).
4.2.5 Programação do Produto
Enquanto a obtenção trata da gestão dos fluxos de suprimento (entrada dos produtos nas empresas), a
programação do produto trata dos fluxos de distribuição (saída dos produtos da empresa). Refere-se às decisões
tomadas dentro da empresa: quais quantidades devem ser produzidas por tipo de item, quando e onde devem ser
fabricadas.
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Logística: Conceitos e Aplicações
4.2.6 Manutenção de Informação
Você percebeu que nenhuma das atividades logísticas apresentadas, anteriormente, poderia ser
executada de maneira correta e eficiente sem as informações necessárias para o planejamento,
operacionalização e controle da cadeia logística?
A manutenção de uma base de dados nas empresas com informações importantes sobre a localização
dos clientes, os volumes de vendas, os prazos de entrega, os níveis de estoques, os transportadores
parceiros, dá sustentação para uma gestão logística eficiente da cadeia e das atividades primárias e de
apoio.
Essas são as atividades principais desenvolvidas pela logística. Vamos, a partir de agora, estudar um
pouco mais profundamente como a logística evoluiu através dos tempos?
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Logística: Conceitos e Aplicações
Unidade de Aprendizagem 5
As Evolução da Logística
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Logística: Conceitos e Aplicações
5. A EVOLUÇÃO DA LOGÍSTICA
Neste módulo, vamos apresentar a evolução do conceito de logística integrada, para que você compreenda todos
os conceitos relacionados com a supply chain management (gerenciamento da cadeia de suprimento). Para isso,
vamos dividir o estudo da evolução da logística em quatro fases:
 Na primeira fase, o gerenciamento está voltado para a administração de materiais, destacando-se a gestão
dos estoques.
 Na segunda fase, o gerenciamento concentra-se na distribuição dos produtos com a otimização dos
sistemas de transporte.
 Na terceira fase, a grande preocupação é com a implantação da logística integrada, unindo os diferentes
participantes da cadeia de suprimentos (o fornecedor, o cliente, o transportador etc). A tecnologia da
informação assume importante papel na evolução da logística nesta fase, com destaque para a troca
eletrônica de dados e o comércio eletrônico.
 Na quarta fase, a perspectiva dominante passa a ser o gerenciamento da cadeia de suprimento – supply
chain management. Nesta fase, procura-se aprimorar a integração incorporando ao processo novas
técnicas de gerenciamento dos negócios, como por exemplo, a resposta eficiente ao consumidor – ECR.
Nela predominam amplas alianças e parcerias entre as empresas.
>> Vamos então ao estudo das fases do desenvolvimento da logística?
5.1 PRIMEIRA FASE DA EVOLUÇÃO DA LOGÍSTICA
Ela iniciou-se logo após o final da segunda guerra mundial. Na época, as indústrias se aproveitaram da grande
capacidade ociosa existente, pois reduziram a produção de armas, de veículos militares e de munições, e
adequaram as suas instalações e equipamentos para fabricar bens duráveis e semiduráveis (geladeira, fogão,
carro, sapatos e etc.) a fim de atender ao crescente consumo da população.
Vale lembrar que nesta época não existiam computadores, tampouco a Internet, elementos que facilitam a
comunicação entre quem produz e quem vende as mercadorias. Desta maneira, as informações e os produtos
circulavam mais lentamente na cadeia.
Para superar o problema da lentidão em movimentar os produtos nas cadeias, as empresas necessitavam formar
grandes estoques. Nessa época, o estoque era a atividade chave para o bom desempenho da cadeia logística. Não
se podia trabalhar com estoques mínimos porque a chance de faltar o produto para entregar ao consumidor era
alta. Assim, ele funcionava como um amortecedor entre os diversos segmentos. Os estoques de produtos e de
matérias-primas estavam localizados nos vários nós da cadeia: nos depósitos da fábrica, nos centros de
distribuição, nas lojas de varejo e até mesmo em trânsito (estoque que estava sendo transportado). Assim, a
quantidade de mercadorias paradas (em estoque) em toda a cadeia era muito grande, acarretando um custo bem
elevado.
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Logística: Conceitos e Aplicações
A figura, a seguir, ilustra essa situação.
Ainda hoje, há empresas no Brasil que encontram-se nesta primeira fase de desenvolvimento da logística. A maior
preocupação para elas é o gerenciamento de seus estoques ou a administração dos materiais. Elas desenvolvem,
basicamente, as funções de estocagem, de compras e de movimentação de materiais (transporte de produto).
Cada uma dessas funções na empresa é de responsabilidade de um departamento ou setor, que trabalha de
forma isolada.
Outra preocupação das empresas nessa fase era com a redução dos preços dos fretes, que tinham mais
importância que a qualidade do serviço de transporte.
Esta fase caracteriza-se por empresas que atuam internamente de maneira desintegrada. Os diversos
departamentos exercem suas funções isoladamente, não há preocupação com seu desempenho como um todo,
mas apenas com o desempenho individual de cada setor. A figura, a seguir, retrata essa situação. Note que não há
comunicação entre as funções ou setores da empresa.
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Logística: Conceitos e Aplicações
5.2 EVOLUÇÃO DA LOGÍSTICA: SEGUNDA FASE
Na segunda fase de desenvolvimento da logística, a atuação das empresas já era apoiada por algum nível de
integração.
Nela as empresas trocavam informações mais frequentemente. Os produtos eram fabricados por orientação do
departamento de marketing. Nessa época, os produtos começaram a ser fabricados em diversos modelos e cores.
Veja o caso dos eletrodomésticos (fogão, geladeiras, televisões etc.): logo que eles começaram a ser produzidos
em grandes volumes, não apresentavam diferenças de um fabricante para o outro e os consumidores tinham
poucas opções de escolha nas lojas. Foi a partir dessa fase que as fábricas começaram a produzir os
eletrodomésticos com mais cores (antes a cor predominante era o branco). Também, outros produtos começaram
a fazer parte do dia a dia do consumidor, principalmente os produtos alimentícios, como novas bebidas, café
solúvel, sorvetes, entre outros.
O impacto dessas mudanças para a logística ocorreu com o aumento do volume de estoques e de serviços
(transporte, armazenagem) em toda a cadeia de suprimento, uma vez que havia maior número de produtos e
diferentes modelos do mesmo produto espalhados pelos diversos pontos da cadeia.
As empresas preocupavam-se com a administração de materiais (controle de estoques), mas também com a
administração da distribuição dos produtos, com foco principal na otimização do sistema de transporte.
No ambiente interno das empresas, iniciou-se a integração entre as funções e departamentos em torno de três
gerências: gerência de materiais, gerência de fabricação (gerência de produção) e gerência de distribuição. Já no
ambiente externo, as empresas incrementaram a troca de informações entre elas, visando dar maior agilidade à
movimentação de produtos na cadeia de suprimento.
A figura, a seguir, retrata a integração funcional no ambiente interno da empresa, mostrando os três níveis de
gerência: materiais, produção e distribuição.
COMPRAS
FORNECEDOR
CLIENTE
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Logística: Conceitos e Aplicações
Alguns acontecimentos ocorridos nessa fase condicionaram o desenvolvimento da logística e tiveram forte
impacto na atividade de transporte:
 Crise do petróleo: na década de 70 houve súbitos aumentos no preço do petróleo. Isso fez com que o preço
dos combustíveis aumentasse consideravelmente, encarecendo as atividades de transporte. As empresas
foram então obrigadas a procurar soluções mais criativas e mais otimizadas para movimentar as cargas, o
que favoreceu o desenvolvimento da logística.
 Aumento das aglomerações urbanas: com o aumento das aglomerações urbanas, provocado pelo aumento
da natalidade e pelo êxodo rural, as dificuldades de deslocamento de veículos multiplicaram-se nas cidades.
Houve então a necessidade de se procurar novas soluções logísticas e de transporte para coletar e distribuir
cargas nos centros urbanos cada vez mais congestionados.
 Aumento dos custos da mão-de-obra: essa situação ocorreu principalmente nos países desenvolvidos, o
que se refletiu diretamente nos preços dos fretes.
 As empresas buscaram algumas soluções logísticas para fazer frente a esses acontecimentos. Veja duas
delas, descritas a seguir:
 Utilização intensiva da multimodalidade: consiste no uso combinado de vários meios de transporte para
realizar a movimentação de produtos de um ponto a outro, com o objetivo de reduzir custos.
 Uso mais intensivo da informática: os computadores e os programas computacionais (os chamados
softwares) passaram a ser mais utilizados para realizar controle de estoques, para o planejamento da
produção e da distribuição de produtos.
GERÊNCIA DE
MATERIAIS
GERÊNCIA DE
DISTRIBUIÇÃO
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Logística: Conceitos e Aplicações
A busca da integração da cadeia de suprimento era feita, em geral, entre duas empresas (o fornecedor e a
indústria, a indústria e o cliente).
5.3 Evolução da Logística: Terceira Fase
Nesta fase, a perspectiva dominante é a logística integrada, com foco na visão sistêmica da empresa
(considerando todos os departamentos ou setores integrados para trabalhar com um objetivo comum: melhorar o
serviço aos clientes e reduzir os custos logísticos). A integração dá-se com o apoio da tecnologia da informação.
Agora, pode-se dizer que a empresa funciona como um só corpo: todas as decisões são tomadas em conjunto,
envolvendo todos os seus setores.
Vamos a um exemplo? O lançamento de um novo modelo de fogão para atender ao consumidor será discutido
não só pela unidade de produção, mas também pelo departamento de aquisição da matéria-prima adequada para
a fabricação do produto e pelo setor responsável pela distribuição final do fogão para as lojas que o revendem ao
consumidor.
Com os outros agentes que formam a cadeia logística, a integração dá-se de forma dinâmica (as decisões são
tomadas em curto espaço de tempo). Assim, a empresa integra seu sistema com os agentes com quem tem uma
relação direta (fornecedores e clientes). Por exemplo, se a empresa representada na figura, abaixo, for uma
fábrica de fogões, então ela se relaciona diretamente com seu fornecedor, no suprimento, e com as lojas que
compram o produto (seus clientes), na distribuição. Por outro lado, não existe ainda uma integração direta entre
os fornecedores da fábrica e as lojas varejistas que vendem o produto. Veja, a seguir, a ilustração dessa situação:
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Logística: Conceitos e Aplicações
>> Você sabe o que quer dizer EDI?
Esta fase começou no final da década de 80, mas ainda está sendo implementada por muitas empresas. Foi o
avanço da informática que possibilitou o acesso rápido à informação. O uso do código de barras, hoje comum na
maioria das cadeias de suprimento, teve início nesta época (anos 80). Você lembra-se dele? Entre no site
www.codigodebarrasean.com e saiba tudo sobre o código de barras e as etiquetas inteligentes que auxiliam no
fuxo de informações entre os agentes da cadeia de suprimentos. Veja uma imagem do código de barras, a seguir.
Pense no exemplo de um supermercado: à medida que o consumidor passa o produto no check-out (caixa), os
leitores de código de barras acumulam as informações nele contidas no computador da empresa, que repassa a
informação ao estoque da loja e ao fornecedor, de forma que a reposição do produto passa a ser automática,
otimizando o suprimento do produto para a loja e para as gôndolas. É um típico exemplo da tecnologia da
informação (EDI, código de barras, softwares de controle de estoques e computadores) a serviço da logística.
Uma tendência marcante desta fase é a busca do estoque zero. Isso significa dizer que as empresas envolvidas na
cadeia logística tentam reduzir ao máximo seus produtos em estoque, imprimindo maior velocidade à
movimentação dos produtos e utilizando com maior intensidade e com mais eficiência a tecnologia da
informação.
O avanço no intercâmbio de dados entre empresas e entre empresas e o consumidor final, possibilitou que as
transações comerciais (compra e venda de produtos) chegassem a lugares e clientes nunca antes imaginados.
A prática do comércio eletrônico entre as empresas e entre elas e o consumidor apareceu e se intensificou nesta
fase (o site www.codigodebarrasean.com traz informações interessantes sobre esse tipo de comércio. Visite-o!).
>> Você pode estar pensando: O que a logística tem a ver com o comércio eletrônico?
Ora, nesse tipo de comércio é necessário ter uma estrutura empresarial e um planejamento logístico similar ao do
comércio tradicional. Logo, toda a estrutura logística para movimentar o produto até o consumidor final, no
tempo certo, na quantidade certa, no lugar certo e com o mínimo custo, será fundamental para o sucesso da
empresa.
O desenvolvimento da logística nesta fase baseou-se no intercâmbio eletrônico de
informações (a troca eletrônica de dados entre as empresas).
IMPORTANTE
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Logística: Conceitos e Aplicações
5.4 EVOLUÇÃO DA LOGÍSTICA: AQUARTA FASE - OSUPPLY CHAIN MANAGEMENT
Na quarta fase da evolução da logística, a perspectiva dominante é a integração completa entre todos os agentes
que participam de uma cadeia de suprimento (é o que se chama de supply chain management). A característica
principal é a integração estratégica, entre todos os agentes, incluindo fornecedores, a empresa e os agentes
presentes nos canais de distribuição.
As empresas, ao invés de tratarem suas operações pontualmente (trabalhando duas a duas para melhorar suas
operações), passam a tratar a questão de forma estratégica. Por exemplo: no lançamento de um novo produto, a
logística passa a ser usada em toda a cadeia de suprimento para se buscar um número maior de clientes. Agora, as
informações de todas as empresas que fazem parte da cadeia são compartilhadas e analisadas em conjunto, para
criar um novo produto que atenda às expectativas do consumidor e que tenha um preço compatível.
Para isso são formadas parcerias entre as empresas com o objetivo de reduzir custos e abrir novos mercados. A
figura, a seguir, ilustra a cadeia de suprimentos integrada.
Note que agora todos os agentes da cadeia comunicam-se diretamente uns com os
outros. Todos estão articulados para atingir um objetivo comum, qual seja: atender bem o
cliente e reduzir os custos logísticos.
IMPORTANTE
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Logística: Conceitos e Aplicações
No Brasil, são poucas as empresas que estão na quarta fase da evolução da logística. Destacam-se os setores:
automobilístico; confecções e informática. Mas, na verdade, a grande maioria das empresas brasileiras encontra-
se na primeira ou na segunda fase.
Novaes (2001) apresenta algumas características importantes da evolução da logística nesta fase. Nós as
reproduziremos a seguir:
 Postergação (atrasar uma operação): algumas empresas de confecção atrasam uma operação com o
objetivo de reduzir as incertezas da cadeia de suprimento. Um exemplo característico é o atraso deliberado
no processo de tingimento (dar cor à roupa). Primeiro o tecido é produzido numa cor neutra (cinza), a sua
coloração definitiva só é feita, quando já se sabe quais são as cores preferidas pelo consumidor naquele
ano. Esta operação é realizada com o objetivo de evitar que o produto fique encalhado nas prateleiras pela
escolha de cores que não têm a preferência dos consumidores. Assim, as empresas fabricam uma camiseta,
por exemplo, com uma cor neutra, enviam-na ao local de venda, onde ela será tingida na cor de preferência
do comprador.
 Empresas virtuais (empresas ágeis): vimos na fase anterior que hoje é comum a compra de produtos
através da Internet. Algumas empresas para serem mais rápidas no atendimento de um pedido do
consumidor montam suas fábricas ao lado de grandes aeroportos. Quando recebem um pedido, elas
acionam, através da Internet as fábricas de componentes, que enviam o lote pedido por via aérea para a
fábrica de equipamentos. O equipamento então é montado e enviado também por via aérea para os
compradores. Tudo isso num período de tempo bastante reduzido, em comparação com as cadeias
logísticas mais tradicionais.
 Logística verde: hoje também é muito comum a preocupação com o meio ambiente, isso porque a poluição
ambiental ganhou contornos bastante críticos. Para evitar danos à natureza exige-se, seguidamente, que as
fábricas utilizem o tratamento dos resíduos que são lançados no meio ambiente. Outra grande preocupação
característica desta fase é com o transporte de matérias-primas altamente poluentes. Para reduzir o risco
de acidentes, os veículos de carga são preparados adequadamente para transportar produtos perigosos.
 Logística reversa: todos os produtos comercializados retornam de alguma forma para sua origem. Por
exemplo, quando você compra um refrigerante em garrafa plástica, ela pode retornar ao fabricante de duas
formas: primeiro logo após a venda (pós-venda) se apresentar algum defeito, segundo após o consumo (pós
-consumo) através da coleta do lixo, que poderá ser reciclado. Esse caminho de retorno dos produtos é
chamado de logística reversa. Há também o processo de retorno dos equipamentos às fábricas para
correção de defeitos de fabricação. Isso é bastante comum na indústria automobilística e nas indústrias de
componentes eletrônicos. Um processo de logística reversa deve ser planejado para atender aos
consumidores.
Acrescente-se ainda o aparecimento na indústria supermercadista (a cadeia de supermercados com seus
fornecedores e clientes) de uma nova estratégia de atendimento ao cliente, chamada de resposta eficiente ao
consumidor (ECR – Efficient Consumer Response em inglês).
O ECR constitui-se em um conjunto de práticas ou métodos, cuja aplicação visa quebrar barreiras entre parceiros
comerciais. O ECR surgiu nos Estados Unidos, no início da década de 90. O movimento incluía inicialmente os
fabricantes, os atacadistas e os supermercados, com o objetivo de atender melhor, mais rápido e com menor
custo os desejos do cliente. Os pilares nos quais o ECR baseia-se são os seguintes:
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Logística: Conceitos e Aplicações
 Alta competitividade: com a globalização, as empresas passaram a competir com um número muito maior
de empresas. A permanência no mercado depende da eficiência da cadeia de suprimento na qual a
empresa está inserida.
 Pressão dos consumidores: com a maior variedade de produtos disponíveis no mercado, os consumidores
passaram a ter um leque mais amplo de opções na compra de um produto. Com isso seu poder de
barganha aumentou e as empresas passaram a ser pressionadas no sentido de oferecer cada vez mais,
melhores serviços e produtos, a preços compatíveis com o mercado.
 Mudança do relacionamento tradicional: no relacionamento tradicional entre fornecedores e compradores,
existe o ganha/perde, os dois setores brigam nas negociações principalmente por preços e um sempre
ganha (o mais forte) e o outro perde. No novo relacionamento, durante as negociações o que existe é o
ganha/ganha, ou seja, os dois setores procuram fazer um acordo em torno de formas de atuação que sejam
satisfatórias para os dois lados. O resultado é a oferta de produtos e serviços de melhor qualidade para o
cliente a preços mais baixos.
Ao criar o ECR, os pioneiros desta prática deram ênfase a dois princípios básicos:
 Enfoque no consumidor: a ideia é que o sucesso sustentável (durável) dos negócios somente é possível
quando se oferecem aos consumidores produtos e serviços que atendam ou superem de forma consistente
suas exigências e expectativas.
 Parcerias: os melhores produtos e serviços ao consumidor são oferecidos quando as empresas trabalham
em conjunto como parceiras comerciais.
Para chegar aos resultados de qualidade e atendimento ao cliente, o ECR definiu quatro estratégias de serviços.
São elas:
 Sortimento eficiente: visa otimizar o espaço da loja com estoques de produtos vendáveis nas gôndolas.
 Ressurgimento contínuo: visa repor os itens continuamente nas prateleiras e gôndolas para minimizar o
tempo e os custos envolvidos no sistema de reposição.
 Promoção eficiente: visa maximizar a eficiência de todo o sistema de promoção para o varejo e o
consumidor.
 Introdução eficiente de produto: visa maximizar a eficiência do desenvolvimento e a introdução de novos
produtos.
No Brasil, o ECR surgiu em 1997, depois de percorrer os EUA, Europa e Argentina. Assim como nos outros países,
aqui, é o setor supermercadista quem mais utiliza esses princípios. Você sabia que existe uma associação de ECR,
composta por indústrias, atacadistas e varejistas, que tem o objetivo de fortalecer o movimento no País?
Acesse o site da associação - www.ecrbrasil.com.br, para conhecer o movimento em maiores detalhes.
No ECR, quanto mais estreito for o relacionamento entre fornecedor e comprador, maiores serão as chances que
as boas práticas de cada parte sejam aplicadas para benefício de todos.
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Logística: Conceitos e Aplicações
Infelizmente, ainda são poucas as empresas que trabalham em parcerias com seus fornecedores. Na prática, o
mais comum, ainda, é o comprador ter muitos fornecedores para cada item. O argumento da área de compra
para isso é que uma única fonte de fornecimento não é confiável (pode falhar). Outro ponto de justificativa é de
que existe também a possibilidade de especular com os fornecedores e, assim, reduzir o custo da compra (menor
preço).
Entretanto, tais relacionamentos tendem a ser do tipo adversário (ganha/perde). Os grandes problemas são as
consequências nefastas que esse tipo de relação pode ocasionar. Neste sentido, a qualidade é uma das primeiras
a ser comprometida quando o relacionamento é baseado somente em negociações que priorizam o preço. Outro
item prejudicado é a qualidade do serviço do fornecedor, pois este não dá a devida prioridade ao pedido do
cliente (falha no horário de entrega, nas quantidades, na frequência) quando o preço do produto é muito
reduzido.
Por outro lado, o desenvolvimento de um relacionamento confiável e de longo prazo com um número limitado de
fornecedores pode trazer os seguintes benefícios:
 Prazo de entrega mais curto: como o planejamento da entrega dos produtos é feito com participação das
duas partes, haverá maior eficiência através de uma entrega programada.
 Promessas de entrega confiáveis: fornecedor e comprador serão mais fiéis, porque o acordo é para o médio
e longo prazos.
 Níveis de estoque mais baixos: não há necessidade por parte do comprador de manter altos níveis de
estoques para superar o problema de uma falha de entrega.
 Maior agilidade de alteração no pedido programado: se houver necessidade de ajustar o pedido, essa
alteração será rápida porque as duas partes estão trabalhando integradas.
 Menos problemas de qualidade: o padrão do produto que será entregue é acertado previamente.
 Preços competitivos e estáveis: o preço praticado é ajustado previamente de forma que cubra os custos
tanto do fornecedor como do comprador e proporcione boas margens de lucros a ambos.
 Maior prioridade dada aos pedidos: como o fornecedor tem garantia da compra do seu produto a longo
prazo, ele prioriza a entrega para esse tipo de fornecedor.
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Logística: Conceitos e Aplicações
Na tabela, a seguir, é apresentado um resumo da evolução histórica da logística.
Tabela: Evolução da logística
Fonte: Adaptado de Thomaz . W. J., Paulo. K. Z., Revista de administração de Empresas, v. 38, n. 3. 1998.
PRIMEIRA FASE SEGUNDA FASE TERCEIRA FASE QUARTA FASE
PERSPECTIVA
DOMINANTE
 Administração
de materiais
 Administração
de materiais +
distribuição
 Logística inte-
grada
 Supply chainmanagement
+ resposta eficiente ao
consumidor (ECR)
FOCOS
 gestão de esto-
que
 gestão de com-
pras e movi-
mentação de
materiais
 otimização do
sistema de
transporte
 visão sistêmica
da empresa
 integração por
sistemas de in-
formações
 visão sistêmica da empre-
sa, incluindo o uso de par-
cerias e alianças estra-
tégicas
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Logística: Conceitos e Aplicações
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVARENGA, A e NOVAES, A. G. Logística aplicada. São Paulo, Pioneira, 1994.
BALLOU, R. H. Logística empresarial. São Paulo: Ed. Atlas, 1993.
CHRISTOPHER, M. O. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos. São Paulo, Pioneira, 1997.
FLEURY, P. C. Logística integrada. In: FLEURY, P. C., WANKE, P. e FIGUEIREDO, K. F. (Orgs.). Logística empresarial: a
perspectiva brasileira. São Paulo: Editora Atlas, 2000.
HARRISON, Alan, Estratégia e Gerenciamento de Logística, São Paulo, Futura, 2003.
LAVALLE, C. Pesquisa Benchmark – Serviço ao Cliente. Relatório de Pesquisa. Rio de Janeiro: Coppead/CEL, 2001.
LEITE, P. R. Logística Reversa: meio ambiente e competitividade, São Paulo, Prentice Hall, 2003.
NOVAES, A. G. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Distribuição. Rio de Janeiro: Campus, 2001.
NOVAES, A. G. Sistemas Logísticos: Transporte, Armazenagem e Distribuição Física de Produtos. São Paulo: Ed.
Edgard Blücher, 1989.
PALADINI, Edson, Pacheco. Avaliação Estratégica da Qualidade, São Paulo, Atlas, 2002.
SUNIL, C. e PETER M. Gerenciamento da cadeia de suprimento, São Paulo, Prentice Hall, 2003.
Lista de sites
www.cscmp.org
www.cebralog.com
www.tecnologisticaonline.com.br
www.revistadistribuicao.com.br
www.mbatiespm.hpg.ig.com.br/logdic.htm

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  • 2. EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - suporteead@sestsenat.org.br | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br Logística: Conceitos e Aplicações ÍNDICE UNIDADE DE APRENDIZAGEM 1 - DEFINIÇÃO E IMPORTÂNCIA DA LOGÍSTICA..................................................................4 1.1 Origem da logística..................................................................................................................................6 1.2 Definição de logística...............................................................................................................................6 1.3 Importância da logística..........................................................................................................................7 UNIDADE DE APRENDIZAGEM 2 - OBJETIVOS E RAZÕES PARA O SURGIMENTO DA LOGÍSTICA.........................................8 2.1 Objetivos da logística............................................................................................................................9 2.2 Razões para o surgimento da logística...............................................................................................15 UNIDADE DE APRENDIZAGEM 3 - A CADEIA LOGÍSTICA..........................................................................................17 UNIDADE DE APRENDIZAGEM 4 - AS ATIVIDADES DA LOGÍSTICA............................................................................30 4.1 Atividades Primárias da Logística......................................................................................................32 4.2 Atividades de apoio da logística........................................................................................................36 UNIDADE DE APRENDIZAGEM 5 - A EVOLUÇÃO DA LOGÍSTICA..............................................................................43 5.1 Primeira fase da evolução da logística.............................................................................................44 5.2 Evolução da logística: segunda fase.................................................................................................46 5.3 Evolução da logística: terceira fase...................................................................................................48 5.4 Evolução da logística: a quarta fase - o supply chain management.................................................50 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................................................................56
  • 3. EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - suporteead@sestsenat.org.br | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br 3 Logística: Conceitos e Aplicações Apresentação Logística: Conceitos e Aplicações Prezado Aluno, Seja bem-vindo ao curso Logística: Conceitos e Aplicações do SEST/ SENAT. Nele iremos tratar dos conceitos, definições, atividades da logística e com a organização do suprimento e da distribuição de produtos, no âmbito da logística. Assim, vamos procurar desenvolver e/ou aperfeiçoar as seguintes competências:  Conhecer os principais conceitos e definições relacionados à logística empresarial.  Identificar as diversas atividades de uma cadeia logística e avaliar o papel de cada uma delas para o atendimento das metas de serviço logístico das empresas.  Entender os conceitos de logística integrada e de supply chain management.  Estruturar cadeias de suprimento.  Identificar os diversos segmentos e seus papéis nas cadeias de suprimento. Ao final deste, pretende-se que você, tenha desenvolvido uma habilidade extremamente necessária para o bom desempenho do trabalhador da área de transportes e logística: Identificar nas cadeias logísticas os agentes participantes e as principais atividades logísticas nelas desenvolvidas. Para cumprirmos com os objetivos enunciados , vamos dividir nosso conteúdo em 5 módulos, quais sejam: Módulo 1: Definição e importância da logística. Módulo 2: Objetivos e razões para o surgimento da logística. Módulo 3: A cadeia logística. Módulo 4: As atividades logísticas. Módulo 5: A evolução da logística.
  • 4. EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - suporteead@sestsenat.org.br | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br 4 Logística: Conceitos e Aplicações Unidade de Aprendizagem 1 DEFINIÇÃO E IMPORTÂNCIA DA LOGÍSTICA
  • 5. EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - suporteead@sestsenat.org.br | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br 5 Logística: Conceitos e Aplicações 1. DEFINIÇÃO E IMPORTÂNCIA DA LOGÍSTICA Você tem ouvido a palavra logística inúmeras vezes? Pois, ela está na moda! Apesar disso, não se trata de um modismo passageiro. Nós iremos compreender que ela tem uma importância fundamental para se obter vantagens competitivas (reduções de custos, melhoria do atendimento ao cliente) nos negócios. Vamos praticar com um exercício para escolher a melhor definição para a logística, dentre as opções apresentadas a seguir? 1. ( ) a organização dos processos e atividades em uma determinada área produtiva é conhecida como 2. ( ) logística consiste na organização e gestão das atividades de um evento, por exemplo, um congresso, um seminário. 3. ( ) a logística de uma empresa consiste no planejamento de suas atividades de produção.3. 4. ( ) a logística refere-se à construção de estradas, portos, aeroportos e ferrovias, no Brasil. 5. ( ) a gestão da movimentação das mercadorias (matérias-primas e produtos prontos para o consumo) e das informações que as colocam em movimento desde um ponto de origem da matéria-prima até o ponto de consumo do produto acabado, numa determinada cadeia produtiva é mais conhecida como logística. 6. ( ) a logística é o conjunto de todas as atividades realizadas numa organização (empresa, organização governamental etc...) sejam elas financeiras, de produção, de recursos humanos, de comercialização ou de distribuição. 7. ( ) a organização das eleições para prefeito, governador ou presidente, com a alocação dos eleitores aos seus respectivos locais de votação pode ser entendida como logística. Você percebeu como há diferentes maneiras possíveis de se conceituar a logística em nosso país. Provavelmente, você já ouviu no rádio, na televisão ou das pessoas, ou leu em jornais e revistas a maioria dessas expressões como sendo a definição da palavra logística. Na verdade, a palavra sofreu certa “banalização” nos últimos tempos em nosso país. Em outras palavras, ela começou a ser empregada para definir qualquer processo de organização de atividades em diferentes setores, áreas ou domínios. No entanto, dentre as opções que apresentamos só existe uma que traz a definição correta de logística, tal qual ela foi concebida há alguns anos e tal qual ela é entendida nos meios acadêmico e produtivo. >> Qual opção você assinalou? Pois bem, a definição correta de logística é a alternativa 5, que fala da gestão dos fluxos de mercadorias desde os fornecedores até o consumidor final.
  • 6. Logística: Conceitos e Aplicações EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - suporteead@sestsenat.org.br | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br 6 1.1 ORIGEM DA LOGÍSTICA O termo logística tem origem na língua francesa. Ele vem do verbo loger, que em francês significa alojar. A palavra logística foi pela primeira vez utilizada pelos militares durante a Segunda Guerra Mundial, entre os anos 1940 e 1945, no século passado. Você sabia que ela era usada para designar as atividades relativas ao transporte, ao abastecimento e ao alojamento das tropas nos campos de batalha? Pois veja, desde aquela época, a logística já era importante fator para o sucesso das missões militares. Já imaginou o que poderia acontecer se as armas e munições não estivessem disponíveis no campo de batalha para os soldados, no momento em que elas fossem necessárias? Para que tudo corresse bem era necessário que houvesse uma logística eficiente. Em outras palavras, era preciso que se planejasse e se fizesse uma organização das atividades necessárias para disponibilizar as armas e munições aos soldados, no momento em que eles delas necessitassem. Vamos apresentar agora as definições mais utilizadas para a logística. 1.2 DEFINIÇÃO DE LOGÍSTICA A definição mais tradicional e ampla para a logística empresarial foi dada pelo Council Of Logistics Management (www.cscmp.org) dos Estados Unidos. Essa organização é um Conselho de profissionais, acadêmicos e empresas que trabalham pela divulgação, desenvolvimento e pesquisa na área de logística. A definição é a seguinte: “Logística é o processo de planejamento, implementação e controle eficiente e eficaz do fluxo e armazenagem de mercadorias, serviços e informações relacionadas desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o objetivo de atender às necessidades do cliente”. Note que ela pode perfeitamente ser ilustrada pela seguinte figura: Definição de Logística Fonte: Novaes (2001) Processo de Planejar + Implementar + Controlar Fluxo e Armazenagem Matérias-primas Produtos em Processo Produtos Acabados Informações Ponto de Origem Ponto de Consu- De Forma Eficiente e Efetiva Em correspondência com Ne- cessidades dos Clientes
  • 7. EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - suporteead@sestsenat.org.br | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br 7 Logística: Conceitos e Aplicações 1.3 Importância da Logística Veja o que dizem os autores LAMBERT, STOCK e VANTINE em seu livro “Administração Estratégica da Logística”, publicado aqui no Brasil, em 1998: 1. Quantas vezes você foi a uma loja comprar um produto que havia sido anunciado e não o encontrou na prateleira? 2. Alguma vez você já comprou um produto por correio, por telefone e recebeu a mercadoria errada? 3. Você já enviou uma encomenda a um cliente e o pacote chegou avariado ou nem chegou? 4. Algum fornecedor já descumpriu os prazos de entrega, causando atrasos ou mesmo interrupções noseu processo de produção ou até a perda de um cliente? 5. Qual foi a última vez que lhe prometeram entregar um produto em alguns dias e levaram semanas? 6. Por que sempre parece que as encomendas para outros países levam muito mais tempo para chegar 6. do que as entregas domésticas? Essas são algumas perguntas que evidenciam todo tipo de problemas que encontramos no dia a dia de nossas empresas e de nossas vidas. São típicos problemas gerados por uma logística ineficiente. A LOGÍSTICA TEM PAPEL FUNDAMENTAL para a solução desses tipos de problemas. Estima-se que no Brasil os gastos com as atividades logísticas correspondam a cerca de 17% do PIB, com base no fato de que os gastos com transportes correspondem a 10% do PIB e que na média o transporte corresponde a 60% dos custos logísticos (FLEURY, 2000). Os custos logísticos também correspondem a 19% da receita total, de forma que a redução desses custos resulta em maior lucro para a organização.
  • 8. EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - suporteead@sestsenat.org.br | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br 8 Logística: Conceitos e Aplicações Unidade de Aprendizagem 2 OBJETIVOS E RAZÕES PARA O SURGIMENTO DA LOGÍSTICA
  • 9. EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - suporteead@sestsenat.org.br | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br 9 Logística: Conceitos e Aplicações 2. OBJETIVOS E RAZÕES PARA O SURGIMENTO DA LOGÍSTICA Neste módulo, nosso propósito é estudar junto com você os objetivos da logística e trazer um pouco de história, relembrando os principais acontecimentos do mundo dos negócios que tiveram influência no surgimento da logística. Vamos lá? 2.1 OBJETIVOS DA LOGÍSTICA Como podemos observar os objetivos são minimizar custos e maximizar o serviço fornecido ao cliente.  Vamos detalhar um pouco mais esses dois objetivos? A) PRIMEIRO OBJETIVO: MINIMIZAR CUSTOS TOTAIS Nós vimos que a logística é a responsável pela movimentação das mercadorias entre os pontos de for- necimento e os pontos de consumo, não é mesmo? Pois bem, para conseguir movimentar e gerenciar as mercadorias é necessário realizar algumas ativi- dades. Atingir Nível de Serviço Custos Totais As atividades necessárias para a gestão e movimentação das mercadorias entre dois pontos geográficos são chamadas de atividades logísticas. IMPORTANTE
  • 10. EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - suporteead@sestsenat.org.br | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br 10 Logística: Conceitos e Aplicações Alguns exemplos de atividades são: o transporte, os pedidos, o estoque, a armazenagem de produtos, a embalagem etc... Simplificando, poderíamos apenas dizer que essas atividades são as geradoras dos chamados custos logísticos. Então, a atividade de transporte gera o custo de transporte, a de pedidos gera o custo com os pedidos de compra, a de manutenção de estoques gera o custo com estoques, a de embalagem o custo com embalagem, e assim por diante para todas as atividades logísticas. É, portanto, a soma dos custos das diferentes atividades que a logística visa minimizar. Esta soma é chamada de CUSTO LOGÍSTICO TOTAL. VAMOS A UM EXEMPLO PRÁTICO DE UM PROBLEMA LOGÍSTICO QUE PODE SER ANALISADO SOB O PONTO DE VISTA DOS CUSTOS LOGÍSTICOS TOTAIS? Determinar a frequência em que se deve comprar um determinado item para a empresa, seja ela do ramo industrial, de transportes ou comercial, é um dos problemas importantes que o profissional de logística precisa resolver. Frequência pode ser entendida aqui como o número de vezes que se compra um artigo durante determinado período de tempo. Por exemplo: minha empresa compra computadores 2 vezes por mês. Essa é a frequência de aquisição de computadores na minha empresa. RELEMBRANDO Há alguns fatores que influenciam a decisão sobre a frequência da compra:  Quanto maior a frequência de compra, ou seja, se as compras forem realizadas em intervalos de tempo me- nores, maior será o custo com transportes, já que serão compradas menores quantidades, elevando o custo unitário do frete;  Quanto maior a frequência de compra, menores serão os custos com estoques, uma vez que menos capital será imobilizado;  Quanto maior a frequência de compra, maiores serão os custos com os pedidos, pois estes últimos serão efetuados mais vezes em determinado período;  O custo total da logística é o somatório dos custos das diversas atividades envolvidas no processo. A maior preocupação ao definir a frequência da compra é determinar o intervalo ótimo de tempo para as aquisi- ções (tempo decorrido entre uma compra e a seguinte), de forma a minimizar o custo logístico total. Observe a figura, a seguir, que traz um gráfico com as curvas de custo das atividades logísticas (eixo Y) em função da frequência da compra (eixo X).
  • 11. EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - suporteead@sestsenat.org.br | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br 11 Logística: Conceitos e Aplicações Veja que as curvas têm esse formato porque estão em acordo com os fatores que influenciam a decisão sobre a frequência da compra. Agora já sabemos que o custo total das atividades logísticas é dado pelo somatório dos custos de todas as atividades envolvidas no processo ou no problema que vai ser tratado. Não é isso? RELEMBRANDO Outro conceito importante relativo aos custos logísticos é o do TRADE-OFF. Em português essa expressão pode ser entendida como um processo de compensação de custos. >> Como podemos explicá-lo? Vamos voltar ao gráfico da frequência de compras que acabamos de estudar. Note que os custos de transporte aumentam com o aumento da frequência da compra (observe a evolução da curva de custos de transporte), assim como os custos de pedidos. Contrariamente, os custos de estoque reduzem-se com o aumento da fre- quência da compra. Esse efeito inverso que a frequência da compra tem nos custos das diversas atividades lo- gísticas é chamado de COMPENSAÇÃO DE CUSTOS OU TRADE-OFF. Assim, a decisão da frequência da compra levando em conta os custos logísticos deve ser orientada pelo conceito de compensação de custos e deve pro- curar a frequência que minimize o custo logístico total. No gráfico, apresentado na página anterior a frequência ótima de compra está marcada com a linha que parte do ponto mínimo da curva de custo total e encontra o eixo das abcissas (frequência de compra).
  • 12. EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - suporteead@sestsenat.org.br | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br 12 Logística: Conceitos e Aplicações  Vamos agora estudar o segundo objetivo da logística? B) SEGUNDO OBJETIVO: MAXIMIZAR O NÍVEL DE SERVIÇO LOGÍSTICO AO CLIENTE Você lembra que a definição de logística dizia que era importante servir o consumidor de acordo com suas necessidades e de forma eficiente e efetiva? Então, torna-se fundamental oferecer serviços logísticos de qualidade. Como isso pode ser feito? ATRAVÉS DE UMA BOA GESTÃO DOS FLUXOS DE BENS E SERVIÇOS! A QUALIDADE DO GERENCIAMENTO DOS FLUXOS DE BENS E SERVIÇOS DEFINE O QUE SE ENTENDE POR NÍVEL DE SERVIÇO LOGÍSTICO. Há três fatores fundamentais para identificar o nível de serviço logístico ao cliente:  disponibilidade;  desempenho;  confiabilidade. A) DISPONIBILIDADE É a capacidade da empresa de ter o produto em estoque (disponível) no exato momento em que ele é desejado pelo cliente. >>NOTA É importante também ressaltar que as atividades de transporte e de estoques originam grande parte dos custos logísticos totais >>EXEMPLO Duas empresas vendem o mesmo produto. A empresa “A” tem o produto disponível quando o cliente o procura em 95% dos casos. Já a empresa “B” consegue ter o produto pronto para ser vendido ao cliente em 67% dos casos. Pergunta-se: Qual empresa tem o melhor serviço logístico ao cliente? A grande maioria das decisões logísticas leva em consideração o custo logístico total das atividades necessárias para a execução do trabalho. O objetivo é a minimização dos custos logísticos totais. IMPORTANTE
  • 13. EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - suporteead@sestsenat.org.br | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br 13 Logística: Conceitos e Aplicações A resposta, evidentemente, é a empresa “A”, pois ela consegue atender quase a totalidade dos seus clientes. Mas como se consegue maior disponibilidade do produto? Resposta: Aumentando a quantidade de produto em estoque. A empresa estará, então, com níveis de serviço mais elevados. B) DESEMPENHO O desempenho avalia se o nível de serviço ao cliente está condizente com o que foi acordado no contrato de compra e venda ou de prestação do serviço firmado entre o fornecedor e o cliente. O desempenho pode ser medido por alguns fatores: Velocidade: é o tempo decorrido entre a solicitação de um produto ao fornecedor (pedido) até a chegada do item ao cliente. Normalmente, a velocidade é expressa em termos de PRAZO DE ENTREGA. Esse fator dá ideia da agilidade que o fornecedor tem para prestar o serviço. Em geral, o prazo de entrega é expresso em dias e algumas vezes em semanas ou meses. Flexibilidade: é a capacidade da empresa de lidar com solicitações extraordinárias de serviço dos clientes. O desempenho logístico de uma empresa está relacionado, muitas vezes, com a forma como são tratadas situações inesperadas. Na logística, há algumas situações típicas que exigem flexibilidade da empresa no atendimento a seus clientes. Eis algumas delas:  mudanças ocasionais nos serviços de entrega;  entregas emergenciais;  introdução de novos produtos no mercado;  retirada de produtos do mercado;  troca de produtos fornecidos com defeitos. Danos à mercadoria: compreende as avarias, roubos e extravios ocorridos com a mercadoria desde o despacho até a chegada ao cliente. Este parâmetro é normalmente expresso em porcentagem de produtos danificados no total de produtos encomendados. C) CONFIABILIDADE Trata-se da variação em torno dos prazos fixados para o atendimento ao cliente, para a entrega das mercadorias etc... Nesta ótica, uma empresa confiável seria aquela que obedece aos prazos acordados em contrato para disponibilizar o produto. Em muitas ocasiões na logística é melhor para o cliente escolher um fornecedor que exige um prazo mais longo para entregar sua mercadoria, mas que cumpre com rigor esse prazo, do que selecionar um fornecedor que promete um prazo bem mais curto, mas não o cumpre na maioria das vezes.
  • 14. EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - suporteead@sestsenat.org.br | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br 14 Logística: Conceitos e Aplicações Vamos agora exemplificar, citando alguns parâmetros comumente usados para avaliar o nível de serviço logístico praticado pelas empresas no atendimento das solicitações dos clientes:  tempo de ciclo do pedido (tempo decorrido entre o pedido e a entrega do produto ao cliente);  disponibilidade de estoque;  tempo de entrega (tempo de transporte);  confiabilidade (variação no prazo de entrega);  porcentagem dos pedidos atendidos completamente e proporção dos pedidos atendidos com exatidão;  facilidade de substituir produtos defeituosos;  restrições ao tamanho dos pedidos;  porcentagem de avarias e danos nos produtos;  reclamações dos clientes;  porcentagem de itens em falta no depósito do fornecedor a qualquer instante. Uma pesquisa de satisfação do cliente, realizada por LAVALLE (2001) em São Paulo e no Rio de Janeiro, procurou determinar o percentual de clientes varejistas insatisfeitos com o nível de serviço logístico fornecido pelas indústrias na distribuição de seus produtos. Três aspectos do nível de serviço foram considerados:  a disponibilidade do produto;  a confiabilidade do prazo de entrega (consistência);  o tempo de ciclo do pedido (tempo decorrido entre a transmissão do pedido de compra e o recebimento da mercadoria). Poderíamos então resumir o nível de serviço na seguinte figura:
  • 15. EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - suporteead@sestsenat.org.br | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br 15 Logística: Conceitos e Aplicações A tabela a seguir traz os resultados encontrados em percentuais de insatisfação entre os anos de 1994 e 2001. 2.2 RAZÕES PARA O SURGIMENTO DA LOGÍSTICA Alguns acontecimentos e mudanças ocorridos ao longo do tempo motivaram e deram forças para o desenvolvi- mento da logística. No módulo 5 deste curso, detalharemos com você os diversos períodos da evolução da logísti- ca nas organizações, no Brasil e no mundo, até chegarmos à fase em que ela se encontra atualmente. Porém, já descreveremos aqui alguns fatos que determinaram seu surgimento e crescimento Novae (1989). A) ALTA CRESCENTE DOS PREÇOS DO PETRÓLEO Os preços dos derivados do petróleo subiram apreciavelmente nas últimas décadas. Como eles são insumos bási- cos do setor de transportes, então as tarifas de fretes também aumentaram consideravelmente, elevando em consequência os custos logísticos. Isso gerou a necessidade de se pesquisar soluções mais racionais para os pro- blemas de transporte e de movimentação de produtos. B) CONGESTIONAMENTO CRESCENTE NAS REGIÕES URBANAS Com o crescimento das grandes regiões metropolitanas, os problemas de coleta e distribuição de mercadorias tornaram-se cada vez mais complexos. Os congestionamentos de tráfego implicam não somente em gastos mais elevados com combustível, manutenção, mão-de-obra de motoristas e ajudantes etc., como também reduzem bastante as horas de utilização produtiva dos veículos, visto que eles permanecem presos no tráfego por longas horas. C) AUMENTO NAS TAXAS DE JUROS O aumento do custo do dinheiro, materializado pelas altas taxas de juros cobradas pelo mercado financeiro, eleva os custos com estoques de mercadorias. Pense na seguinte situação: quando você compra mercadorias e deixa-as disponíveis para os clientes na prateleira de seu comércio, você está imobilizando seu capital. Você poderia, ao invés de colocar seus recursos financeiros em produtos, aplicá-lo na poupança, por exemplo. Então, há um custo para se manter mercadorias em estoque. Quanto maiores forem as taxas de juros, maior será esse custo, não é mesmo? DIMENSÕES DO SERVIÇO 1994 1995 1997 1998 1999 2000 2001 Disponibilida- de de Produto 30% 41% 31% 31% 26% 25% 26% Consistência do Prazo de 40% 71% 45% 67% 56% 56% 40% Tempo de Ci- clo do Pedido 19% 45% 35% 38% 35% 28% 19%
  • 16. EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - suporteead@sestsenat.org.br | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br 16 Logística: Conceitos e Aplicações D) EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA E MERCADOLÓGICA DOS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE PRODUTOS Você se lembra que antigamente havia poucas opções de produtos disponíveis aos consumidores? Isso não tem muito tempo! Na década de 70, por exemplo, no Brasil as montadoras de automóveis eram poucas e fabricavam um número reduzidíssimo de modelos, opcionais e tipos de acabamento para os veículos. Hoje, há uma gama quase que infinita de opções de cores, de opcionais, de tipos de veículos, de fabricantes. Esse fenômeno pode ser, também, notado para diversos outros setores produtivos, tais como, produção de ferramentas, de artigos para escritório, de computadores, de alimentos etc... Esses sistemas de produção ditos “flexíveis” geram obviamente maiores problemas de estocagem de produtos, de distribuição, de transporte, porque geram um número muito maior de itens com consumo individual relativamente menor. Pense na dificuldade de gestão logística de um grande hipermercado que precisa monitorar os fluxos e o abastecimento de cerca de 40 mil itens diferentes em suas prateleiras. Isso evidencia a necessidade de se desenvolver técnicas apropriadas de logística para os negócios. e) Evolução da informática O desenvolvimento da informática tanto na forma de hardwares (máquinas e computadores) como na forma de softwares (programas e aplicativos para as máquinas) foi de grande auxílio para a solução de problemas logísticos cada vez mais complexos. Hoje a maioria dos produtos tem como se fosse uma “carteira de identidade”, graças ao desenvolvimento da informática e da tecnologia da informação. Essa “carteira de identidade” é o código de barras impresso nas embalagens dos produtos. Nele pode-se acumular uma série de informações úteis ao gerenciamento dos fluxos dos produtos entre os fornecedores e os clientes, são exemplos dessas informações: o nome do fornecedor do produto, o preço, a série de fabricação, a data de validade, entre outras. Observe que grande parte dos produtos com os quais lidamos possui um código de barras. f) Ampliação das alternativas para o transporte de mercadorias Há várias modalidades de transporte para a movimentação das mercadorias (transporte aéreo, rodoviário, ferroviário, aquaviário e dutoviário). Além das modalidades individuais, pode-se também combinar duas ou mais modalidades de transporte para realizar a movimentação dos produtos. Isso resultou numa maior gama de opções de movimentação e maior concorrência entre os vários modais, o que acarreta, em geral, redução dos custos de transporte. Porém, esse aumento de opções implica na necessidade de serviços melhor estruturados e articulados, mais uma razão para que a logística cresça e se estabeleça com força.
  • 17. EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - suporteead@sestsenat.org.br | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br 17 Logística: Conceitos e Aplicações Unidade de Aprendizagem 3 A Cadeia Logística
  • 18. EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - suporteead@sestsenat.org.br | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br 18 Logística: Conceitos e Aplicações 3. A CADEIA LOGÍSTICA O que é uma Cadeia Logística? É importante dizer que qualquer cadeia logística é formada por um conjunto de nós e elos.  Os nós são as partes estáticas da cadeia: são os depósitos, os armazéns, as indústrias, as lojas existentes no trajeto entre as fontes de matérias-primas (os fornecedores) e os consumidores finais (em geral, as famílias).  Já os elos são as ligações existentes entre os nós, viabilizados pelo transporte, que estabelece a comunicação entre os vários pontos da cadeia. Numa cadeia logística, muito frequentemente, podem existir depósitos intermediários, entre a indústria e um atacadista ou entre este e um varejista. O que irá determinar o número de pontos é a natureza do mercado, o tipo de produto, o número de clientes, os custos das diferentes alternativas, entre outros fatores. Observações:  Entre os elos destaca-se a atividade de transporte.  Nos diversos nós há mercadoria parada em estoque. Ela aguarda a procura do consumidor.  Em qualquer nó da cadeia a atividade de entrada da mercadoria na empresa é chamada de suprimento físico. Por outro lado, a saída da mercadoria da empresa para o cliente é chamada de distribuição física.
  • 19. EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - suporteead@sestsenat.org.br | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br 19 Logística: Conceitos e Aplicações Veja na figura a seguir um exemplo de cadeia logística encontrada com frequência na prática: Uma cadeia logística completa Obs.: CD = Centro de Distribuição. De uma maneira mais simples, uma cadeia logística genérica também pode ser representada pelo seguinte esque- ma:
  • 20. EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - suporteead@sestsenat.org.br | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br 20 Logística: Conceitos e Aplicações A cadeia logística genérica Exemplo de Cadeia Logística ________________________________________________________________ Suponha que um determinado produto precise de insumos (matérias-primas) para ser produzido. Por exemplo: para a montagem de um automóvel há necessidade de peças elétricas e de pneus entre outros itens. Esses com- ponentes, chamados matérias-primas, vão ser fornecidos à montadora por diversas empresas. São os chamados fornecedores da montadora. Convencionou-se chamar de suprimento físico a parte que trata da entrada dos pro- dutos na empresa, no caso a montadora. Na empresa será fabricado o produto acabado, que será distribuído ao mercado (concessionárias, agências de automóveis, revendas de carros), para ser vendido ao consumidor final. A etapa de distribuição do produto acabado ao mercado (saída do produto da fábrica) é chamada de distribuição física. Conclusão UMA CADEIA LOGÍSTICA É FORMADA POR, NO MÍNIMO, TRÊS AGENTES DE TROCAS: O FORNECEDOR, A EMPRESA E O CLIENTE. É COMUM TAMBÉM DIZER QUE A LOGÍSTICA EMPRESARIAL É A CONJUNÇÃO DO SUPRIMENTO FÍSI- CO OU ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS E A DISTRIBUIÇÃO FÍSICA (veja figura da cadeia logística). >>Vamos detalhar o funcionamento de duas cadeias logísticas: Quais são elas? a) A cadeia do suco de laranja encaixotado em embalagens do tipo ”tetra pack”. b) A cadeia do automóvel.
  • 21. EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - suporteead@sestsenat.org.br | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br 21 Logística: Conceitos e Aplicações >> Comecemos pelo suco de laranja! PASSO 1 Quais são os principais insumos para a produção do suco? PASSO 2 Os fornecedores vendem os insumos para quem? PASSO 3 Quem leva os insumos dos fornecedores até a indústria? Um transportador. No Brasil, em geral, o transporte é feito por caminhão, utilizando as rodovias. PASSO 4 Depois de processado e embalado na indústria para onde vai o suco? Ele pode ser adquirido por grandes atacadistas, que são empresas que compram das indústrias em grandes quantidades e em seguida vendem o produto para as lojas de varejo (supermercados, mercearias, padarias etc...). Essas últimas vendem o produto diretamente ao consumidor final. - A indústria também pode comercializar o suco diretamente para as empresas de PASSO 5 Entre a indústria e o atacado e entre este e o varejo há o transporte que faz a movi- mentação do produto. A mesma coisa acontece entre o varejo e o local de consumo final (nossas casas, restaurantes, bares) do suco de laranja. PASSO 6 Há diversas formas de se produzir o suco e distribuí-lo no mercado. Essa forma que nós descrevemos é apenas uma das alternativas possíveis. Nosso exemplo procura ilustrar o caso mais geral da cadeia do suco de laranja. Va- mos então organizar um esquema / desenho que mostre os diversos nós e elos da cadeia logística do suco de laranja?
  • 22. EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - suporteead@sestsenat.org.br | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br 22 Logística: Conceitos e Aplicações Cadeia logística do suco de laranja
  • 23. EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - suporteead@sestsenat.org.br | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br 23 Logística: Conceitos e Aplicações >> Agora vamos detalhar uma possível cadeia do automóvel! PASSO 1 Quais são os principais fornecedores? São fornecedores de bancos, pneus, tintas, peças e componentes. PASSO 2 Como é feito o transporte dos insumos e componentes até a montadora? É feito por caminhões que saem dos fornecedores e entregam os produtos dire- tamente na montadora. PASSO 3 A montadora fabrica o veículo e o estoca no seu pátio. PASSO 4 A montadora distribui os veículos para as concessionárias autorizadas ou para as agências de veículos. Ela pode também vendê-los diretamente ao consumidor final. PASSO 5 O transporte dos veículos é feito em caminhões conhecidos como cegonhas. PASSO 6 O consumidor compra o veículo nas concessionárias ou nas agências. Cabe destacar novamente que a cadeia logística que nós acabamos de descrever é uma opção para fazer o produto sair do fornecedor e chegar ao consumidor final. Há casos em que existem vários outros nós entre fornecedores e usuários finais: são os depósitos, os intermediários, os distribuidores etc... IMPORTANTE
  • 24. EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - suporteead@sestsenat.org.br | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br 24 Logística: Conceitos e Aplicações >> Vamos desenhar a cadeia logística do automóvel? Exemplo de uma cadeia logística do automóvel
  • 25. EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - suporteead@sestsenat.org.br | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br 25 Logística: Conceitos e Aplicações Alternativas de canais de distribuição Vamos agora conhecer quais são os fluxos que existem numa cadeia logística? ________________ São eles:  físicos ou materiais (produtos, matérias-primas, componentes, equipamentos etc.).  de informações.  financeiros. >> Qual é a direção dos fluxos nas cadeias logísticas? Observe a figura a seguir que simula uma cadeia logística com três nós (fornecedor, empresa industrial e cliente).
  • 26. EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - suporteead@sestsenat.org.br | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br 26 Logística: Conceitos e Aplicações Fluxos logísticos Nos primórdios da logística, a produção das mercadorias era do tipo “empurrada”. Em outras palavras, era normalmente a indústria e seus fornecedores que definiam os produtos que iriam colocar no mercado à disposição dos consumidores. Assim, na época, a informação de hábitos, gostos e desejos de consumo das pessoas não eram tão importantes para o processo de fabricação dos bens. Com a evolução da tecnologia, com as mudanças de hábitos de consumo das pessoas, com o aumento considerável da demanda, com as exigências crescentes dos consumidores e com o aumento da concorrência entre as empresas, entre outros fatores, a informação vinda do consumidor final passou a ser fundamental para os produtores de bens e serviços. Hoje é o consumidor que define qual produto, de qual cor, com quais características ele deseja consumir. Por isso, os produtores precisam escutá-lo e produzir os bens solicitados. É o que se convencionou chamar de produção “puxada”. Ou seja, é o cliente que determina o que, quanto e quando o produto será fabricado. Neste sentido, você pode observar na figura dos fluxos logísticos o seguinte: Primeiro ocorre um fluxo de informações que parte do cliente em direção aos fornecedores. Num segundo momento, ocorre o fluxo material que parte dos fornecedores e vai para o cliente final. Há, ainda, o fluxo financeiro que corresponde à remuneração paga pelo cliente pelo recebimento dos bens e serviços de seus fornecedores.
  • 27. EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - suporteead@sestsenat.org.br | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br 27 Logística: Conceitos e Aplicações Agora cabe a seguinte pergunta: Você acredita que os fluxos tenham somente essas direções nas cadeias logísticas? Caso você tenha respondido negativamente, você estará com absoluta razão. A própria evolução da logística e dos negócios impôs novas direções aos fluxos nas cadeias: a) A informação atualmente anda nos dois sentidos. Após fazer um pedido, uma solicitação ao fornecedor, o cliente precisa estar informado acerca do andamento de sua aquisição. O que ele quer normalmente saber?  Quando receberá o produto no seu estabelecimento.  Qual transportador entregará sua mercadoria.  Qual tipo de embalagem ou acondicionamento será colocado no produto.  Que manuais de instalação e de assistência técnica acompanharão o produto. b) O fluxo material também passou a ter os dois sentidos. Os processos de reaproveitamento de embalagens, de resíduos e de reuso dos produtos depois de utilizados pelos consumidores exigiu que uma logística ao contrário fosse criada. Hoje existe o que se convencionou chamar de LOGÍSTICA REVERSA. Ela trata da gestão dos fluxos materiais e de informação desde os pontos de consumo até os pontos de origem. Você já ouviu falar dos chamados “RECALL” que as montadoras de automóveis realizam frequentemente com seus clientes? E o exemplo do fabricante de “achocolatado” que recolheu recentemente vários lotes do produto do mercado por ter identificado erro na fórmula de fabricação? São exemplos típicos de situações em que há necessidade de logística reversa! >> No que ela consiste?  Quando algum sistema ou peça de um dado tipo de veículo lançado recentemente no mercado pelo fabricante apresenta algum defeito ou problema que compromete a sua qualidade ou o torna perigoso para a segurança do usuário, a montadora faz uma chamada na televisão e nos jornais de grande circulação, convocando todos os proprietários daquele tipo de veículo para comparecer à fábrica ou às concessionárias para que o problema seja sanado. É necessário montar uma operação logística com suprimentos de novas peças para realizar com sucesso a empreitada. >>EXEMPLO Hoje muitas empresas transportadoras e organizações industriais disponibilizam aos seus cli- entes informações precisas e atualizadas sobre o andamento dos pedidos na Internet. Basta acessar o site do fornecedor, digitar o número do pedido ou da nota fiscal e o cliente obterá rapidamente as informações de que necessita.
  • 28. EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - suporteead@sestsenat.org.br | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br 28 Logística: Conceitos e Aplicações  Outro exemplo bem atual e recente de logística reversa consiste no recolhimento pelos fabricantes das baterias usadas de telefones celulares nos mercados nos quais eles vendem seu produto. Aqui, a razão é outra: não se trata de reaproveitar o bem, mas sim de retirá-lo do mercado porque contém na sua composição material nocivo à saúde humana, e, portanto, não pode simplesmente ser despejado na natureza. c) O fluxo financeiro, em função das mudanças nos outros dois fluxos, também passou a ter duplo sentido. Antes os recursos monetários eram repassados pelos clientes finais para as contas correntes dos fabricantes e de seus fornecedores. Atualmente com o advento da logística reversa o fluxo financeiro também existe dos fornecedores e fabricantes para os clientes finais. Como isso se explica? Ora, as embalagens e produtos reutilizáveis e recicláveis têm seu valor e são, portanto, vendidos para as empresas que os reprocessam. NOTE COMO A LOGÍSTICA É IMPORTANTE: Até mesmo no reaproveitamento do lixo gerado pelas pessoas, contribuindo com preservação do meio ambiente e com a geração de empregos.  Qual é a conclusão a que nós chegamos? A figura anterior dos fluxos logísticos deve ser atualizada. Vamos fazer isso?
  • 29. EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - suporteead@sestsenat.org.br | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br 29 Logística: Conceitos e Aplicações Fluxos logísticos atuais Note agora que todos os fluxos têm as duas direções, ou seja, partem do fornecedor em direção ao cliente e do cliente em direção ao fornecedor.
  • 30. EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - suporteead@sestsenat.org.br | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br 30 Logística: Conceitos e Aplicações Unidade de Aprendizagem 4 As Atividades da Logística
  • 31. EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - suporteead@sestsenat.org.br | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br 31 Logística: Conceitos e Aplicações 4. AS ATIVIDADES DA LOGÍSTICA Neste módulo, vamos conhecer com um pouco mais de detalhes as diversas atividades que compõem a logística e que permitem uma gestão mais eficiente dos fluxos de matérias-primas, produtos acabados e informações ao longo das cadeias logísticas, unindo os fornecedores aos seus clientes. Também veremos quais são as principais funções de cada atividade e como elas contribuem com os objetivos finais da logística: a redução do custo logístico total e a melhoria do nível de serviço ao cliente. >> Vamos lá? A figura, a seguir, traz as atividades logísticas existentes tanto na parte de entrada dos produtos na empresa – o suprimento físico – como na fase de saída dos produtos da organização – a distribuição física. Você lembra da definição de cadeia logística? Em caso negativo, volte, por favor, ao módulo 1 deste curso e recupere essa definição. Repare que as atividades são categorizadas em PRIMÁRIAS E DE APOIO. Elas estão presentes tanto no suprimento físico como na distribuição física. As atividades logísticas PRIMÁRIAS  TRANSPORTE  ESTOCAGEM  PROC. PEDIDOS DISTRIBUIÇÃOSUPRIMENTO APOIO  ARMAZENAGEM  MANUSEIO  EMBALAGEM  OBTENÇÃO  INFORMAÇÕES APOIO  ARMAZENAGEM  MANUSEIO  EMBALAGEM  PROGRAMAÇÃO  INFORMAÇÕES
  • 32. EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - suporteead@sestsenat.org.br | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br 32 Logística: Conceitos e Aplicações 4.1 ATIVIDADES PRIMÁRIAS DA LOGÍSTICA Por que o transporte, a estocagem e o processamento de pedidos são considerados atividades primárias na logística? Você tem ideia do motivo para elas serem categorizadas desta maneira? >> Vamos às razões. Elas são consideradas primárias por três motivos: a) Elas são responsáveis pela maior parcela do custo logístico total. Chegam a atingir até 2/3 do custo logístico total em alguns setores. b) São consideradas essenciais para a coordenação e o cumprimento da tarefa logística, qual seja, a de disponibilizar os bens e serviços aos clientes com custo logístico mínimo e com bom nível de serviço. c) Elas compõem o que se chama de ciclo crítico para atendimento aos clientes. >> O que é o ciclo crítico? É formado pelo conjunto das atividades realmente indispensáveis para a integralização do fluxo de produtos e informações entre um fornecedor e seu cliente. Sem elas a tarefa logística não se concretiza. O ciclo crítico das atividades logísticas primárias é ilustrado pela figura a seguir: Ciclo crítico das atividades logísticas
  • 33. EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - suporteead@sestsenat.org.br | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br 33 Logística: Conceitos e Aplicações >> Como ele funciona na prática? Em primeiro lugar um cliente solicita ao seu fornecedor os produtos de que necessita (faz o pedido e o transmite ao fornecedor). O fornecedor verifica seus estoques, processa e monta o pedido e, em seguida, entrega a mercadoria a um transportador que vai movimentá-la até o cliente. Essa é uma das cadeias logísticas mais simples que existem. Você lembra das cadeias logísticas do suco de laranja e do automóvel? Elas eram bem mais complexas, não é mesmo? >> Vamos agora examinar em que consiste cada uma das três atividades primárias? O que você acha de iniciarmos pelo PROCESSAMENTO DE PEDIDOS? Afinal é o pedido que dá início à operação. Você notou isso? 4.1.1 PROCESSAMENTO DE PEDIDOS A atividade de processamento de pedidos influencia diretamente o tempo necessário para levar bens e serviços aos clientes. É com ela que se inicia a movimentação de produtos e a entrega de serviços. 4.1.2 MANUTENÇÃO DE ESTOQUES Nossa segunda atividade primária é a manutenção de estoques. Depois do cliente ter feito sua solicitação de aquisição de determinada mercadoria, o fornecedor verificará se ele tem o produto disponível, na quantidade e na forma desejada em estoque. Em caso positivo, ele repassará a mercadoria imediatamente ao transportador que, por sua vez, a entregará. Caso não haja o produto disponível e para atender ao pedido, então o fornecedor terá que produzi-lo ou encomendá-lo a outro fornecedor, antes de entregar a mercadoria. Se essa última situação acontecer, o prazo de entrega ou ciclo do pedido será evidentemente maior para atender ao cliente. É por esse motivo que o estoque é importante na logística, pois ele permite que os tempos necessários para um cliente receber o produto sejam reduzidos. ISSO SIGNIFICA OFERECER MELHOR NÍVEL DE SERVIÇO LOGÍSTICO. VOCÊ LEMBRA DO CONCEITO? Quando a empresa não tem estoque disponível para atender ao cliente num prazo de tempo aceitável, poderá perdê-lo. Ele poderá procurar o produto num fornecedor que o tenha para pronta entrega. Você concorda que isso acontece seguidamente mesmo no nosso dia a dia? Quantas vezes você já chegou em um açougue para comprar determinado tipo de carne e não o encontrou disponível? Você provavelmente procurou outro açougue onde havia a mercadoria desejada. Percebeu como é importante a empresa ter o produto disponível no momento certo? Há, porém um outro lado da moeda! Você sabe o que ele mostra? Manter produtos em estoque custa dinheiro! Lógico, você estará com o dinheiro parado na prateleira.
  • 34. EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - suporteead@sestsenat.org.br | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br 34 Logística: Conceitos e Aplicações CONCLUSÃO Manter estoque gera dinheiro, mas, também custa dinheiro! Como Assim? Há um trade-off (você lembra do conceito?) entre a redução do custo de perda de clientes (custo de não serviço) quando temos o produto disponível e o custo de manter o produto na prateleira à espera de um comprador (custo com estoque). Vamos representar esse trade-off na figura a seguir? Note que quanto maior for a quantidade de produto disponível na empresa, maior será o custo com estoque. Em compensação teremos menor custo de não serviço com vendas perdidas (os clientes encontrarão com maior frequência o produto que procuram caso a disponibilidade seja maior). Isso é o que as curvas do gráfico querem mostrar. Nível de estoque e seus custos logísticos 4.1.3 TRANSPORTE A atividade de transporte é aquela que viabiliza a movimentação dos produtos entre os pontos de produção e os pontos de consumo nas cadeias logísticas. Ela é uma atividade essencial na logística porque nenhuma firma pode realizar negócios sem movimentar suas matérias-primas ou produtos de alguma forma.
  • 35. EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - suporteead@sestsenat.org.br | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br 35 Logística: Conceitos e Aplicações O transporte refere-se aqui aos vários modais e meios utilizados para se movimentar mercadorias. Como modalidades de transporte nós temos a rodoviária, a ferroviária, a aquaviária, a aérea e a dutoviária. Logicamente cada modalidade tem seus meios, os veículos. >> A seguir são apresentados os principais veículos de carga utilizados em cada modalidade? a) Transporte rodoviário = caminhões. b) Transporte aéreo = aviões e helicópteros. c) Transporte aquaviário = navios, barcos e lanchas. d) Transporte ferroviário = trens. e) Transporte dutoviário = dutos. f) Transporte multimodal = combinação de dois ou mais modais. A administração da atividade de transporte envolve geralmente decisões quanto à escolha do modal ou da combinação de modais (multimodalidade) que será utilizada para movimentar produtos, quanto aos roteiros que os veículos devem seguir para entregas e coletas de mercadorias, quanto à utilização da capacidade dos veículos, quanto ao dimensionamento da frota, entre outras. E qual é o papel do transportador moderno nas cadeias logísticas?____________________________ Até pouco tempo atrás, o papel do transportador nas cadeias logísticas era de simplesmente deslocar os produtos de um ponto da cadeia a outro. Sua missão era de vencer espaços geográficos. Com o desenvolvimento da logística, o transporte passou a ser fundamental para que seus objetivos sejam atingidos: melhorar níveis de serviço aos clientes e reduzir o custo logístico total. Assim, além de vencer as restrições espaciais (distâncias entre dois pontos), deslocando as mercadorias, a atividade de transporte e os transportadores passaram a ter papel de maior destaque na cadeia logística. Não basta mais deslocar mercadorias. É preciso também:  cumprir os prazos de entrega (restrição de tempo);  entregar os produtos sem danificá-los;  procurar soluções logísticas para os problemas de forma a reduzir os custos logísticos totais;  fornecer informações acerca do produto em tempo real durante o transporte;  contribuir para a melhoria do serviço ao cliente;  oferecer soluções de multimodalidade para os clientes;  atuar em parceria com fornecedores e clientes do produto;  oferecer serviços logísticos adicionais – Operador Logístico.
  • 36. EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - suporteead@sestsenat.org.br | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br 36 Logística: Conceitos e Aplicações Você notou que o papel do transportador evoluiu bastante tanto em termos de tarefas que ele executa como em importância nas cadeias logísticas? Ele é quem estabelece a ligação entre os diversos agentes da cadeia. Hoje o transporte tem muito mais atribuições numa cadeia logística do que há algum tempo atrás. E você sabe o que é um Operador Logístico?__________________________________________________ Operadores logísticos são empresas prestadoras de serviços logísticos aos participantes de uma cadeia. Eles nasceram do fenômeno de terceirização dos serviços de armazenagem e transporte, principalmente, por parte das empresas industriais, que queriam se dedicar mais à sua atividade fim, deixando as tarefas logísticas como a distribuição, o suprimento, o atendimento ao cliente, entre outras, por conta de empresas especializadas nesse tipo de atividade. 4.2 ATIVIDADES DE APOIO DA LOGÍSTICA Além das atividades primárias, há uma série de atividades adicionais que apoiam o transporte, a manutenção de estoques e o processamento de pedidos. São as atividades de apoio:  armazenagem;  manuseio de materiais;  embalagem de proteção;  obtenção;  programação de produtos;  informações. Nós vimos, anteriormente, que as atividades de apoio ocorrem tanto no suprimento físico como na distribuição física. A exceção fica por conta da obtenção que faz parte do suprimento e tem como equivalente a programação de produtos na distribuição física. >>Vamos conhecer o significado e a função de cada uma delas? 4.2.1 Armazenagem A atividade de armazenagem diz respeito ao espaço necessário para manter produtos em estoque. Assim, a armazenagem pode ser feita em uma loja, em uma indústria, em um supermercado, em um depósito de uma empresa transportadora, em um centro de distribuição etc... Aqui, nós trataremos depósito e armazém como sinônimos, pois as diferenças existentes entre os dois são muito pequenas.
  • 37. EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - suporteead@sestsenat.org.br | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br 37 Logística: Conceitos e Aplicações Ao contrário do transporte que estabelece a ligação entre dois participantes das cadeias logísticas, a armazenagem acontece, na grande maioria das vezes, em locais fixos, nos nós das cadeias logísticas. É nos nós que estão localizados os depósitos ou armazéns para a estocagem dos produtos. Razões para armazenar produtos___________________________________________________________ Você sabe quais são as razões básicas para que uma empresa necessite de espaço físico para estocar mercadorias? Elas são quatro, segundo Ballou(1993): 1. Para reduzir custos de transporte e produção; 2. Para coordenar o suprimento e a demanda; 3. Para as necessidades do processo produtivo; 4. Por considerações de marketing. >> Vamos detalhá-las? a) Redução de custos de transporte e produção. Quando nós temos espaço de armazenagem disponível para estocar produtos, então podemos juntar uma maior quantidade de produtos e transportá-los até os clientes em veículos maiores, em uma única vez. Isso reduz o custo com transporte. Da mesma forma, os custos de produção podem ser reduzidos quando são fabricados lotes maiores de produtos. Para isso, há necessidade de espaço para estocar os produtos até que sejam entregues aos clientes. b) Coordenação do suprimento e demanda Essa razão é diretamente relacionada com as empresas que fabricam produtos com demanda sazonal. Por exemplo, pense nas indústrias que fabricam ovos de páscoa, aparelhos de ar condicionado e brinquedos natalinos. Essas empresas vendem seus produtos numa época bem definida do ano: na páscoa, no verão e no natal. Em geral, elas montam esquemas de produção ao longo de todo o ano, pois custa menos produzir volumes constantes, e formam estoques em seus depósitos para vender o produto na época da demanda. c) Necessidades de produção Há produtos que têm a armazenagem como uma etapa de seu processo de produção. Eles precisam ficar guardados certo tempo até que estejam prontos para o consumo. Você conhece o ditado? Quanto mais velho for o vinho, melhor ele será!
  • 38. EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - suporteead@sestsenat.org.br | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br 38 Logística: Conceitos e Aplicações Pois bem, produtos como queijos, vinho e outras bebidas alcoólicas necessitam de um período de tempo estocados para atingirem a maturação ou o envelhecimento. Nesse caso o depósito é uma necessidade do processo produtivo. d) Considerações de marketing Para o marketing das empresas é de suma importância que haja disponibilidade do produto no mercado. A armazenagem próxima dos mercados consumidores proporciona essa disponibilidade e permite que se realizem entregas mais rápidas. A melhoria do serviço ao cliente pode ter efeito positivo nas vendas. Funções dos depósitos_______________________________________________________________________ Os depósitos têm funções bem determinadas. Vamos estudá-las agora para que você consiga identificar o papel e a importância desses edifícios chamados também de facilidades logísticas? As funções básicas dos depósitos são de prestar serviços aos usuários. Esses serviços são classificados em quatro tipos: abrigo, consolidação, transferência ou transbordo e agrupamento de produtos. Como cada um dos tipos de serviço funciona?________________________________________________ a) Abrigo de produtos É o uso mais óbvio de um depósito para armazenagem de produtos. Ele serve para guardar mercadorias, dando- lhes proteção e também para oferecer outros tipos de serviço como a rotação de estoques, o envelhecimento do produto, reparos nas mercadorias etc... b) Consolidação de mercadorias Este tipo de depósito serve para reunir mercadorias que vêm de vários pontos de fornecimento e seguem para um mesmo destino, seja para participar como matéria-prima ou componentes do processo produtivo de um outro bem, ou mesmo para serem armazenados no ponto de venda ao consumidor final. Com o depósito intermediário, localizado entre fornecedores e produtores ou comerciantes, consegue-se reduzir os custos logísticos de transporte. Você já sabe a razão para isso, não é mesmo? Caso não a tenha ainda claramente na memória, discuta com o seu tutor. A figura, a seguir, traz um esquema de funcionamento de um depósito de consolidação de matérias-primas, originárias de três localidades diferentes, que servirão como insumos para o processo de fabricação de um bem.
  • 39. EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - suporteead@sestsenat.org.br | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br 39 Logística: Conceitos e Aplicações c) Transferência ou transbordo de mercadorias Uma das formas mais populares do uso de depósitos é desagregar ou fracionar quantidades de mercadorias transferidas, em geral das fábricas, para as quantidades menores solicitadas pelos clientes. Na transferência ou transbordo ocorre, na maioria das vezes, a mudança de meio de transporte. Por exemplo: da fábrica até o depósito de transbordo, transportam-se mercadorias em grandes quantidades, por trem. Para distribuir as mercadorias em menores quantidades para os diversos clientes a partir do depósito de transbordo, usam-se caminhões. Essa situação é ilustrada pela figura a seguir.
  • 40. EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - suporteead@sestsenat.org.br | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br 40 Logística: Conceitos e Aplicações d) Agrupamento de produtos Um uso bastante frequente e especializado para os depósitos é o agrupamento de itens de produtos. Em geral, ele é utilizado por empresas que possuem uma grande linha de produtos e os fabricam em diversas plantas industriais. Uma vez que os clientes compram a linha completa é mais econômico entregar a produção das diversas plantas em um único depósito e, em seguida, agrupar os diferentes itens conforme os pedidos e entregá- los em uma carga única aos clientes. Os atacadistas e distribuidores de produtos utilizam os depósitos como centrais de distribuição, comprando itens diferentes de diversos clientes e agrupando-os num único local para distribuir a gama completa de itens aos pontos de venda. 4.2.2 MANUSEIO DE MATERIAIS O manuseio ou movimentação de materiais está associado à armazenagem e também apoia a manutenção de estoques. Seu objetivo primordial é a separação das cargas nos depósitos de acordo com as necessidades dos clientes. Há três atividades principais que compõem o manuseio de cargas nos depósitos:  o recebimento das mercadorias;  a movimentação interna;  a expedição de mercadorias. Alguns problemas importantes a solucionar nesta atividade são a seleção do equipamento de movimentação, a definição dos procedimentos para a preparação dos pedidos nos depósitos, as normas para recebimento e expedição de mercadorias, os métodos de conferência para recebimento de produtos, entre outros. Cliente A Cliente B Cliente C
  • 41. EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - suporteead@sestsenat.org.br | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br 41 Logística: Conceitos e Aplicações 4.2.3 Embalagem de Proteção A embalagem visa proteger os produtos de quebras e avarias durante as etapas de movimentação e de manuseio ao longo da cadeia logística. Mas é só isso que ela proporciona como vantagem à movimentação dos produtos? É evidente que não! A embalagem também serve para a promoção e uso do produto. Em geral, as empresas utilizam a embalagem como instrumento de marketing e de promoção de vendas para os produtos. Exemplo: um brinquedo acondicionado em uma caixa bonita, com desenhos agradáveis, atrai muito mais as crianças, aumentando suas vendas. Por outro lado, a embalagem também serve como instrumento para melhorar a eficiência da logística, principalmente, na distribuição dos produtos. Uma embalagem projetada corretamente facilita as atividades de manuseio, transporte e armazenagem. Quando suas dimensões e design são desenvolvidos de forma racional, permitem obter uma maior produtividade no carregamento e descarregamento dos veículos, sejam eles manuais ou automáticos. Também permitem um maior aproveitamento dos espaços de estocagem nos depósitos. Você percebeu que de uns tempos para cá muitos produtos de consumo que compramos (brinquedos, móveis, bicicletas etc...) são desmontados e embalados? Qual é a razão para isso? Os fabricantes e distribuidores estão usando a embalagem para proteger, para promover as vendas e para ganhar espaços nos depósitos, lojas e mesmo no transporte. 4.2.4 Obtenção A obtenção é atividade exclusiva do suprimento de produtos nas empresas. É ela que coloca os produtos disponíveis para a cadeia logística. Algumas tarefas típicas da obtenção numa cadeia logística são:  Seleção das fontes de suprimento: em geral, há diversos fornecedores para um mesmo produto. Qual deles a empresa escolherá? Isso é tarefa da atividade de obtenção;  Determinação das quantidades de produtos que devem ser adquiridas;  Programação das compras (itens, quantidades, cores, frequência de aquisição);  Definição da forma pela qual o produto é adquirido (embalado, a granel, em lotes mínimos). 4.2.5 Programação do Produto Enquanto a obtenção trata da gestão dos fluxos de suprimento (entrada dos produtos nas empresas), a programação do produto trata dos fluxos de distribuição (saída dos produtos da empresa). Refere-se às decisões tomadas dentro da empresa: quais quantidades devem ser produzidas por tipo de item, quando e onde devem ser fabricadas.
  • 42. EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - suporteead@sestsenat.org.br | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br 42 Logística: Conceitos e Aplicações 4.2.6 Manutenção de Informação Você percebeu que nenhuma das atividades logísticas apresentadas, anteriormente, poderia ser executada de maneira correta e eficiente sem as informações necessárias para o planejamento, operacionalização e controle da cadeia logística? A manutenção de uma base de dados nas empresas com informações importantes sobre a localização dos clientes, os volumes de vendas, os prazos de entrega, os níveis de estoques, os transportadores parceiros, dá sustentação para uma gestão logística eficiente da cadeia e das atividades primárias e de apoio. Essas são as atividades principais desenvolvidas pela logística. Vamos, a partir de agora, estudar um pouco mais profundamente como a logística evoluiu através dos tempos?
  • 43. EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - suporteead@sestsenat.org.br | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br 43 Logística: Conceitos e Aplicações Unidade de Aprendizagem 5 As Evolução da Logística
  • 44. EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - suporteead@sestsenat.org.br | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br 44 Logística: Conceitos e Aplicações 5. A EVOLUÇÃO DA LOGÍSTICA Neste módulo, vamos apresentar a evolução do conceito de logística integrada, para que você compreenda todos os conceitos relacionados com a supply chain management (gerenciamento da cadeia de suprimento). Para isso, vamos dividir o estudo da evolução da logística em quatro fases:  Na primeira fase, o gerenciamento está voltado para a administração de materiais, destacando-se a gestão dos estoques.  Na segunda fase, o gerenciamento concentra-se na distribuição dos produtos com a otimização dos sistemas de transporte.  Na terceira fase, a grande preocupação é com a implantação da logística integrada, unindo os diferentes participantes da cadeia de suprimentos (o fornecedor, o cliente, o transportador etc). A tecnologia da informação assume importante papel na evolução da logística nesta fase, com destaque para a troca eletrônica de dados e o comércio eletrônico.  Na quarta fase, a perspectiva dominante passa a ser o gerenciamento da cadeia de suprimento – supply chain management. Nesta fase, procura-se aprimorar a integração incorporando ao processo novas técnicas de gerenciamento dos negócios, como por exemplo, a resposta eficiente ao consumidor – ECR. Nela predominam amplas alianças e parcerias entre as empresas. >> Vamos então ao estudo das fases do desenvolvimento da logística? 5.1 PRIMEIRA FASE DA EVOLUÇÃO DA LOGÍSTICA Ela iniciou-se logo após o final da segunda guerra mundial. Na época, as indústrias se aproveitaram da grande capacidade ociosa existente, pois reduziram a produção de armas, de veículos militares e de munições, e adequaram as suas instalações e equipamentos para fabricar bens duráveis e semiduráveis (geladeira, fogão, carro, sapatos e etc.) a fim de atender ao crescente consumo da população. Vale lembrar que nesta época não existiam computadores, tampouco a Internet, elementos que facilitam a comunicação entre quem produz e quem vende as mercadorias. Desta maneira, as informações e os produtos circulavam mais lentamente na cadeia. Para superar o problema da lentidão em movimentar os produtos nas cadeias, as empresas necessitavam formar grandes estoques. Nessa época, o estoque era a atividade chave para o bom desempenho da cadeia logística. Não se podia trabalhar com estoques mínimos porque a chance de faltar o produto para entregar ao consumidor era alta. Assim, ele funcionava como um amortecedor entre os diversos segmentos. Os estoques de produtos e de matérias-primas estavam localizados nos vários nós da cadeia: nos depósitos da fábrica, nos centros de distribuição, nas lojas de varejo e até mesmo em trânsito (estoque que estava sendo transportado). Assim, a quantidade de mercadorias paradas (em estoque) em toda a cadeia era muito grande, acarretando um custo bem elevado.
  • 45. EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - suporteead@sestsenat.org.br | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br 45 Logística: Conceitos e Aplicações A figura, a seguir, ilustra essa situação. Ainda hoje, há empresas no Brasil que encontram-se nesta primeira fase de desenvolvimento da logística. A maior preocupação para elas é o gerenciamento de seus estoques ou a administração dos materiais. Elas desenvolvem, basicamente, as funções de estocagem, de compras e de movimentação de materiais (transporte de produto). Cada uma dessas funções na empresa é de responsabilidade de um departamento ou setor, que trabalha de forma isolada. Outra preocupação das empresas nessa fase era com a redução dos preços dos fretes, que tinham mais importância que a qualidade do serviço de transporte. Esta fase caracteriza-se por empresas que atuam internamente de maneira desintegrada. Os diversos departamentos exercem suas funções isoladamente, não há preocupação com seu desempenho como um todo, mas apenas com o desempenho individual de cada setor. A figura, a seguir, retrata essa situação. Note que não há comunicação entre as funções ou setores da empresa.
  • 46. EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - suporteead@sestsenat.org.br | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br 46 Logística: Conceitos e Aplicações 5.2 EVOLUÇÃO DA LOGÍSTICA: SEGUNDA FASE Na segunda fase de desenvolvimento da logística, a atuação das empresas já era apoiada por algum nível de integração. Nela as empresas trocavam informações mais frequentemente. Os produtos eram fabricados por orientação do departamento de marketing. Nessa época, os produtos começaram a ser fabricados em diversos modelos e cores. Veja o caso dos eletrodomésticos (fogão, geladeiras, televisões etc.): logo que eles começaram a ser produzidos em grandes volumes, não apresentavam diferenças de um fabricante para o outro e os consumidores tinham poucas opções de escolha nas lojas. Foi a partir dessa fase que as fábricas começaram a produzir os eletrodomésticos com mais cores (antes a cor predominante era o branco). Também, outros produtos começaram a fazer parte do dia a dia do consumidor, principalmente os produtos alimentícios, como novas bebidas, café solúvel, sorvetes, entre outros. O impacto dessas mudanças para a logística ocorreu com o aumento do volume de estoques e de serviços (transporte, armazenagem) em toda a cadeia de suprimento, uma vez que havia maior número de produtos e diferentes modelos do mesmo produto espalhados pelos diversos pontos da cadeia. As empresas preocupavam-se com a administração de materiais (controle de estoques), mas também com a administração da distribuição dos produtos, com foco principal na otimização do sistema de transporte. No ambiente interno das empresas, iniciou-se a integração entre as funções e departamentos em torno de três gerências: gerência de materiais, gerência de fabricação (gerência de produção) e gerência de distribuição. Já no ambiente externo, as empresas incrementaram a troca de informações entre elas, visando dar maior agilidade à movimentação de produtos na cadeia de suprimento. A figura, a seguir, retrata a integração funcional no ambiente interno da empresa, mostrando os três níveis de gerência: materiais, produção e distribuição. COMPRAS FORNECEDOR CLIENTE
  • 47. EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - suporteead@sestsenat.org.br | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br 47 Logística: Conceitos e Aplicações Alguns acontecimentos ocorridos nessa fase condicionaram o desenvolvimento da logística e tiveram forte impacto na atividade de transporte:  Crise do petróleo: na década de 70 houve súbitos aumentos no preço do petróleo. Isso fez com que o preço dos combustíveis aumentasse consideravelmente, encarecendo as atividades de transporte. As empresas foram então obrigadas a procurar soluções mais criativas e mais otimizadas para movimentar as cargas, o que favoreceu o desenvolvimento da logística.  Aumento das aglomerações urbanas: com o aumento das aglomerações urbanas, provocado pelo aumento da natalidade e pelo êxodo rural, as dificuldades de deslocamento de veículos multiplicaram-se nas cidades. Houve então a necessidade de se procurar novas soluções logísticas e de transporte para coletar e distribuir cargas nos centros urbanos cada vez mais congestionados.  Aumento dos custos da mão-de-obra: essa situação ocorreu principalmente nos países desenvolvidos, o que se refletiu diretamente nos preços dos fretes.  As empresas buscaram algumas soluções logísticas para fazer frente a esses acontecimentos. Veja duas delas, descritas a seguir:  Utilização intensiva da multimodalidade: consiste no uso combinado de vários meios de transporte para realizar a movimentação de produtos de um ponto a outro, com o objetivo de reduzir custos.  Uso mais intensivo da informática: os computadores e os programas computacionais (os chamados softwares) passaram a ser mais utilizados para realizar controle de estoques, para o planejamento da produção e da distribuição de produtos. GERÊNCIA DE MATERIAIS GERÊNCIA DE DISTRIBUIÇÃO
  • 48. EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - suporteead@sestsenat.org.br | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br 48 Logística: Conceitos e Aplicações A busca da integração da cadeia de suprimento era feita, em geral, entre duas empresas (o fornecedor e a indústria, a indústria e o cliente). 5.3 Evolução da Logística: Terceira Fase Nesta fase, a perspectiva dominante é a logística integrada, com foco na visão sistêmica da empresa (considerando todos os departamentos ou setores integrados para trabalhar com um objetivo comum: melhorar o serviço aos clientes e reduzir os custos logísticos). A integração dá-se com o apoio da tecnologia da informação. Agora, pode-se dizer que a empresa funciona como um só corpo: todas as decisões são tomadas em conjunto, envolvendo todos os seus setores. Vamos a um exemplo? O lançamento de um novo modelo de fogão para atender ao consumidor será discutido não só pela unidade de produção, mas também pelo departamento de aquisição da matéria-prima adequada para a fabricação do produto e pelo setor responsável pela distribuição final do fogão para as lojas que o revendem ao consumidor. Com os outros agentes que formam a cadeia logística, a integração dá-se de forma dinâmica (as decisões são tomadas em curto espaço de tempo). Assim, a empresa integra seu sistema com os agentes com quem tem uma relação direta (fornecedores e clientes). Por exemplo, se a empresa representada na figura, abaixo, for uma fábrica de fogões, então ela se relaciona diretamente com seu fornecedor, no suprimento, e com as lojas que compram o produto (seus clientes), na distribuição. Por outro lado, não existe ainda uma integração direta entre os fornecedores da fábrica e as lojas varejistas que vendem o produto. Veja, a seguir, a ilustração dessa situação:
  • 49. EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - suporteead@sestsenat.org.br | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br 49 Logística: Conceitos e Aplicações >> Você sabe o que quer dizer EDI? Esta fase começou no final da década de 80, mas ainda está sendo implementada por muitas empresas. Foi o avanço da informática que possibilitou o acesso rápido à informação. O uso do código de barras, hoje comum na maioria das cadeias de suprimento, teve início nesta época (anos 80). Você lembra-se dele? Entre no site www.codigodebarrasean.com e saiba tudo sobre o código de barras e as etiquetas inteligentes que auxiliam no fuxo de informações entre os agentes da cadeia de suprimentos. Veja uma imagem do código de barras, a seguir. Pense no exemplo de um supermercado: à medida que o consumidor passa o produto no check-out (caixa), os leitores de código de barras acumulam as informações nele contidas no computador da empresa, que repassa a informação ao estoque da loja e ao fornecedor, de forma que a reposição do produto passa a ser automática, otimizando o suprimento do produto para a loja e para as gôndolas. É um típico exemplo da tecnologia da informação (EDI, código de barras, softwares de controle de estoques e computadores) a serviço da logística. Uma tendência marcante desta fase é a busca do estoque zero. Isso significa dizer que as empresas envolvidas na cadeia logística tentam reduzir ao máximo seus produtos em estoque, imprimindo maior velocidade à movimentação dos produtos e utilizando com maior intensidade e com mais eficiência a tecnologia da informação. O avanço no intercâmbio de dados entre empresas e entre empresas e o consumidor final, possibilitou que as transações comerciais (compra e venda de produtos) chegassem a lugares e clientes nunca antes imaginados. A prática do comércio eletrônico entre as empresas e entre elas e o consumidor apareceu e se intensificou nesta fase (o site www.codigodebarrasean.com traz informações interessantes sobre esse tipo de comércio. Visite-o!). >> Você pode estar pensando: O que a logística tem a ver com o comércio eletrônico? Ora, nesse tipo de comércio é necessário ter uma estrutura empresarial e um planejamento logístico similar ao do comércio tradicional. Logo, toda a estrutura logística para movimentar o produto até o consumidor final, no tempo certo, na quantidade certa, no lugar certo e com o mínimo custo, será fundamental para o sucesso da empresa. O desenvolvimento da logística nesta fase baseou-se no intercâmbio eletrônico de informações (a troca eletrônica de dados entre as empresas). IMPORTANTE
  • 50. EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - suporteead@sestsenat.org.br | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br 50 Logística: Conceitos e Aplicações 5.4 EVOLUÇÃO DA LOGÍSTICA: AQUARTA FASE - OSUPPLY CHAIN MANAGEMENT Na quarta fase da evolução da logística, a perspectiva dominante é a integração completa entre todos os agentes que participam de uma cadeia de suprimento (é o que se chama de supply chain management). A característica principal é a integração estratégica, entre todos os agentes, incluindo fornecedores, a empresa e os agentes presentes nos canais de distribuição. As empresas, ao invés de tratarem suas operações pontualmente (trabalhando duas a duas para melhorar suas operações), passam a tratar a questão de forma estratégica. Por exemplo: no lançamento de um novo produto, a logística passa a ser usada em toda a cadeia de suprimento para se buscar um número maior de clientes. Agora, as informações de todas as empresas que fazem parte da cadeia são compartilhadas e analisadas em conjunto, para criar um novo produto que atenda às expectativas do consumidor e que tenha um preço compatível. Para isso são formadas parcerias entre as empresas com o objetivo de reduzir custos e abrir novos mercados. A figura, a seguir, ilustra a cadeia de suprimentos integrada. Note que agora todos os agentes da cadeia comunicam-se diretamente uns com os outros. Todos estão articulados para atingir um objetivo comum, qual seja: atender bem o cliente e reduzir os custos logísticos. IMPORTANTE
  • 51. EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - suporteead@sestsenat.org.br | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br 51 Logística: Conceitos e Aplicações No Brasil, são poucas as empresas que estão na quarta fase da evolução da logística. Destacam-se os setores: automobilístico; confecções e informática. Mas, na verdade, a grande maioria das empresas brasileiras encontra- se na primeira ou na segunda fase. Novaes (2001) apresenta algumas características importantes da evolução da logística nesta fase. Nós as reproduziremos a seguir:  Postergação (atrasar uma operação): algumas empresas de confecção atrasam uma operação com o objetivo de reduzir as incertezas da cadeia de suprimento. Um exemplo característico é o atraso deliberado no processo de tingimento (dar cor à roupa). Primeiro o tecido é produzido numa cor neutra (cinza), a sua coloração definitiva só é feita, quando já se sabe quais são as cores preferidas pelo consumidor naquele ano. Esta operação é realizada com o objetivo de evitar que o produto fique encalhado nas prateleiras pela escolha de cores que não têm a preferência dos consumidores. Assim, as empresas fabricam uma camiseta, por exemplo, com uma cor neutra, enviam-na ao local de venda, onde ela será tingida na cor de preferência do comprador.  Empresas virtuais (empresas ágeis): vimos na fase anterior que hoje é comum a compra de produtos através da Internet. Algumas empresas para serem mais rápidas no atendimento de um pedido do consumidor montam suas fábricas ao lado de grandes aeroportos. Quando recebem um pedido, elas acionam, através da Internet as fábricas de componentes, que enviam o lote pedido por via aérea para a fábrica de equipamentos. O equipamento então é montado e enviado também por via aérea para os compradores. Tudo isso num período de tempo bastante reduzido, em comparação com as cadeias logísticas mais tradicionais.  Logística verde: hoje também é muito comum a preocupação com o meio ambiente, isso porque a poluição ambiental ganhou contornos bastante críticos. Para evitar danos à natureza exige-se, seguidamente, que as fábricas utilizem o tratamento dos resíduos que são lançados no meio ambiente. Outra grande preocupação característica desta fase é com o transporte de matérias-primas altamente poluentes. Para reduzir o risco de acidentes, os veículos de carga são preparados adequadamente para transportar produtos perigosos.  Logística reversa: todos os produtos comercializados retornam de alguma forma para sua origem. Por exemplo, quando você compra um refrigerante em garrafa plástica, ela pode retornar ao fabricante de duas formas: primeiro logo após a venda (pós-venda) se apresentar algum defeito, segundo após o consumo (pós -consumo) através da coleta do lixo, que poderá ser reciclado. Esse caminho de retorno dos produtos é chamado de logística reversa. Há também o processo de retorno dos equipamentos às fábricas para correção de defeitos de fabricação. Isso é bastante comum na indústria automobilística e nas indústrias de componentes eletrônicos. Um processo de logística reversa deve ser planejado para atender aos consumidores. Acrescente-se ainda o aparecimento na indústria supermercadista (a cadeia de supermercados com seus fornecedores e clientes) de uma nova estratégia de atendimento ao cliente, chamada de resposta eficiente ao consumidor (ECR – Efficient Consumer Response em inglês). O ECR constitui-se em um conjunto de práticas ou métodos, cuja aplicação visa quebrar barreiras entre parceiros comerciais. O ECR surgiu nos Estados Unidos, no início da década de 90. O movimento incluía inicialmente os fabricantes, os atacadistas e os supermercados, com o objetivo de atender melhor, mais rápido e com menor custo os desejos do cliente. Os pilares nos quais o ECR baseia-se são os seguintes:
  • 52. EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - suporteead@sestsenat.org.br | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br 52 Logística: Conceitos e Aplicações  Alta competitividade: com a globalização, as empresas passaram a competir com um número muito maior de empresas. A permanência no mercado depende da eficiência da cadeia de suprimento na qual a empresa está inserida.  Pressão dos consumidores: com a maior variedade de produtos disponíveis no mercado, os consumidores passaram a ter um leque mais amplo de opções na compra de um produto. Com isso seu poder de barganha aumentou e as empresas passaram a ser pressionadas no sentido de oferecer cada vez mais, melhores serviços e produtos, a preços compatíveis com o mercado.  Mudança do relacionamento tradicional: no relacionamento tradicional entre fornecedores e compradores, existe o ganha/perde, os dois setores brigam nas negociações principalmente por preços e um sempre ganha (o mais forte) e o outro perde. No novo relacionamento, durante as negociações o que existe é o ganha/ganha, ou seja, os dois setores procuram fazer um acordo em torno de formas de atuação que sejam satisfatórias para os dois lados. O resultado é a oferta de produtos e serviços de melhor qualidade para o cliente a preços mais baixos. Ao criar o ECR, os pioneiros desta prática deram ênfase a dois princípios básicos:  Enfoque no consumidor: a ideia é que o sucesso sustentável (durável) dos negócios somente é possível quando se oferecem aos consumidores produtos e serviços que atendam ou superem de forma consistente suas exigências e expectativas.  Parcerias: os melhores produtos e serviços ao consumidor são oferecidos quando as empresas trabalham em conjunto como parceiras comerciais. Para chegar aos resultados de qualidade e atendimento ao cliente, o ECR definiu quatro estratégias de serviços. São elas:  Sortimento eficiente: visa otimizar o espaço da loja com estoques de produtos vendáveis nas gôndolas.  Ressurgimento contínuo: visa repor os itens continuamente nas prateleiras e gôndolas para minimizar o tempo e os custos envolvidos no sistema de reposição.  Promoção eficiente: visa maximizar a eficiência de todo o sistema de promoção para o varejo e o consumidor.  Introdução eficiente de produto: visa maximizar a eficiência do desenvolvimento e a introdução de novos produtos. No Brasil, o ECR surgiu em 1997, depois de percorrer os EUA, Europa e Argentina. Assim como nos outros países, aqui, é o setor supermercadista quem mais utiliza esses princípios. Você sabia que existe uma associação de ECR, composta por indústrias, atacadistas e varejistas, que tem o objetivo de fortalecer o movimento no País? Acesse o site da associação - www.ecrbrasil.com.br, para conhecer o movimento em maiores detalhes. No ECR, quanto mais estreito for o relacionamento entre fornecedor e comprador, maiores serão as chances que as boas práticas de cada parte sejam aplicadas para benefício de todos.
  • 53. EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - suporteead@sestsenat.org.br | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br 53 Logística: Conceitos e Aplicações Infelizmente, ainda são poucas as empresas que trabalham em parcerias com seus fornecedores. Na prática, o mais comum, ainda, é o comprador ter muitos fornecedores para cada item. O argumento da área de compra para isso é que uma única fonte de fornecimento não é confiável (pode falhar). Outro ponto de justificativa é de que existe também a possibilidade de especular com os fornecedores e, assim, reduzir o custo da compra (menor preço). Entretanto, tais relacionamentos tendem a ser do tipo adversário (ganha/perde). Os grandes problemas são as consequências nefastas que esse tipo de relação pode ocasionar. Neste sentido, a qualidade é uma das primeiras a ser comprometida quando o relacionamento é baseado somente em negociações que priorizam o preço. Outro item prejudicado é a qualidade do serviço do fornecedor, pois este não dá a devida prioridade ao pedido do cliente (falha no horário de entrega, nas quantidades, na frequência) quando o preço do produto é muito reduzido. Por outro lado, o desenvolvimento de um relacionamento confiável e de longo prazo com um número limitado de fornecedores pode trazer os seguintes benefícios:  Prazo de entrega mais curto: como o planejamento da entrega dos produtos é feito com participação das duas partes, haverá maior eficiência através de uma entrega programada.  Promessas de entrega confiáveis: fornecedor e comprador serão mais fiéis, porque o acordo é para o médio e longo prazos.  Níveis de estoque mais baixos: não há necessidade por parte do comprador de manter altos níveis de estoques para superar o problema de uma falha de entrega.  Maior agilidade de alteração no pedido programado: se houver necessidade de ajustar o pedido, essa alteração será rápida porque as duas partes estão trabalhando integradas.  Menos problemas de qualidade: o padrão do produto que será entregue é acertado previamente.  Preços competitivos e estáveis: o preço praticado é ajustado previamente de forma que cubra os custos tanto do fornecedor como do comprador e proporcione boas margens de lucros a ambos.  Maior prioridade dada aos pedidos: como o fornecedor tem garantia da compra do seu produto a longo prazo, ele prioriza a entrega para esse tipo de fornecedor.
  • 54. EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - suporteead@sestsenat.org.br | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br 54 Logística: Conceitos e Aplicações Na tabela, a seguir, é apresentado um resumo da evolução histórica da logística. Tabela: Evolução da logística Fonte: Adaptado de Thomaz . W. J., Paulo. K. Z., Revista de administração de Empresas, v. 38, n. 3. 1998. PRIMEIRA FASE SEGUNDA FASE TERCEIRA FASE QUARTA FASE PERSPECTIVA DOMINANTE  Administração de materiais  Administração de materiais + distribuição  Logística inte- grada  Supply chainmanagement + resposta eficiente ao consumidor (ECR) FOCOS  gestão de esto- que  gestão de com- pras e movi- mentação de materiais  otimização do sistema de transporte  visão sistêmica da empresa  integração por sistemas de in- formações  visão sistêmica da empre- sa, incluindo o uso de par- cerias e alianças estra- tégicas
  • 55. EaD SEST SENAT - Atendimento ao Usuário - suporteead@sestsenat.org.br | (61) 3315-7007 | http://www.ead.sestsenat.org.br 55 Logística: Conceitos e Aplicações REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALVARENGA, A e NOVAES, A. G. Logística aplicada. São Paulo, Pioneira, 1994. BALLOU, R. H. Logística empresarial. São Paulo: Ed. Atlas, 1993. CHRISTOPHER, M. O. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos. São Paulo, Pioneira, 1997. FLEURY, P. C. Logística integrada. In: FLEURY, P. C., WANKE, P. e FIGUEIREDO, K. F. (Orgs.). Logística empresarial: a perspectiva brasileira. São Paulo: Editora Atlas, 2000. HARRISON, Alan, Estratégia e Gerenciamento de Logística, São Paulo, Futura, 2003. LAVALLE, C. Pesquisa Benchmark – Serviço ao Cliente. Relatório de Pesquisa. Rio de Janeiro: Coppead/CEL, 2001. LEITE, P. R. Logística Reversa: meio ambiente e competitividade, São Paulo, Prentice Hall, 2003. NOVAES, A. G. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Distribuição. Rio de Janeiro: Campus, 2001. NOVAES, A. G. Sistemas Logísticos: Transporte, Armazenagem e Distribuição Física de Produtos. São Paulo: Ed. Edgard Blücher, 1989. PALADINI, Edson, Pacheco. Avaliação Estratégica da Qualidade, São Paulo, Atlas, 2002. SUNIL, C. e PETER M. Gerenciamento da cadeia de suprimento, São Paulo, Prentice Hall, 2003. Lista de sites www.cscmp.org www.cebralog.com www.tecnologisticaonline.com.br www.revistadistribuicao.com.br www.mbatiespm.hpg.ig.com.br/logdic.htm