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CAPÍTULO 4
PROJETO TÉRMICO DE TROCADORES DE CALOR TIPO
DUPLO TUBO
Neste Capítulo é apresentada uma metodologia para o projeto térmico de trocadores de
calor tipo duplo tubo de acordo com Kern (1980). O projeto térmico consiste na determinação
da área de troca térmica necessária bem como sua geometria e também o cálculo da perda de
carga.
Um trocador de calor duplo tubo é mostrado na Figura 4.1. As principais partes
componentes deste trocador de calor são dois tubos concêntricos, dois tês conectores, um
cabeçote de retorno e uma curva de retorno.
Figura 4.1 – Trocador de calor de tubo duplo.
(de Kern,1980 e Perry,1980)
O tubo interno é mantido dentro do tubo externo por meio de buchas de apoio, e o
fluido entra no tubo interno através de uma conexão rosqueada localizada fora da seção
própria do trocador de calor. Os tês possuem conexões com rosca ou com bocais que são a
eles ligados com a finalidade de permitir a entrada e a saída do fluido que escoa na parte
anular, e que passa de um ramo para o outro através do cabeçote de retorno. Os dois
comprimentos do tubo interno estão conectados por uma curva de retorno que é usualmente
exposta e não fornece uma superfície de transmissão de calor efetiva. Quando disposta
segundo dois ramos, como indicado pela Figura 4.1, a unidade denomina-se grampo.
O trocador de duplo tubo é extremamente útil porque ele pode ser disposto em
qualquer conjunto com conexões de tubos através de partes padronizadas e fornece uma
superfície barata para a transferência de calor. Os tamanhos padronizados dos tês e dos
cabeçotes de retorno são fornecidos na Tabela 4.1
Equipamentos de Troca Térmica - 80
Tabela 4.1- Conexões de um trocador de calor duplo tubo (em polegadas)
Tubo externo, IPS Tubo interno, IPS
2 1 ¼
2 ½ 1 ¼
3 2
4 3
Os trocadores com duplo tubo são normalmente dispostos em conjuntos com
comprimentos efetivos de 3,66 m, 4,57m e 6,1m (12ft, 15ft e 20ft), sendo o comprimento
efetivo a distância em cada ramo sobre o qual ocorre a transferência de calor e exclui a saída
do tubo além da seção do trocador. Quando empregamos grampos com excesso de
comprimento de 6,1m (20ft) correspondendo a 12,2m (40ft) lineares efetivos do tubo duplo, o
tubo interno tende a se encurvar e tocar o tubo externo, provocando, portanto, uma
distribuição pobre na parte anular. A principal desvantagem para o uso do trocador com duplo
tubo consiste na pequena área de troca térmica que pode ser obtida com um único grampo.
Quando usado como equipamento de destilação em um processo industrial, é necessário o
emprego de um número muito grande de trocadores. Isto necessita um espaço considerável, e
cada trocador de duplo tubo introduz não menos do que 14 pontos para os quais deveriam
ocorrer ligações. O tempo e o gasto necessários para a desmontagem e a limpeza são
proibitivos em comparação com outros tipos de equipamentos. Contudo, o trocador de duplo
tubo será largamente empregado quando a superfície para transferência de calor for pequena,
entre 9,3m2
(100ft2
) e 18,6m2
(200ft2
) aproximadamente.
4.1 COEFICIENTES DE PELÍCULA PARA FLUIDOS EM TUBOS
Para o escoamento em tubos Sieder e Tate1
fizeram uma correlação, aquecendo e
resfriando diversos fluidos, principalmente frações de petróleo, em tubos horizontais e
verticais e chegaram a uma equação para escoamento laminar onde Re < 2100, dada na
forma:
( )( )
14,0
3
1
86,1




















=
pL
D
rPeRNu
µ
µ
(4.1a)
14,0
3
1
86,1
































=
p
pi
L
D
k
CVD
k
Dh
µ
µµ
µ
ρ
(4.1b)
onde L é o comprimento total da trajetória de transferência de calor antes que ocorra a
mistura. A Eq. 4.1 fornece desvios máximos de ±12% de Re = 100 a Re = 2100. Nesta
equação o coeficiente médio de transferência de calor é baseado na média aritmética das
temperaturas de entrada e saída, e todas as propriedades do fluido são consideradas à
temperatura de mistura, exceto µp, que é avaliada à temperatura da parede. A Eq. 4.1
obviamente não pode ser usada para tubos muito longos, pois isto resultaria num coeficiente
1
Sieder, E. N. e Tate, G. E., Ind. Eng. Chem., 28, 1429-1436 (1936).
Equipamentos de Troca Térmica - 81
de transferência de calor igual a zero. Uma comparação com outras equações indica que ela é
válida para
10>
L
D
rPeR d
Além do limite de transição, os dados podem ser estendidos para o escoamento
turbulento sob a forma da Eq. 4.2
14,0
3
1
8,0
027,0








=
p
rPeRNu
µ
µ
(4.2)
A Eq. 4.2 fornece desvios máximos de +5% e –10% para números de Reynolds
superiores a 10 000. Embora as equações 4.1 e 4.2 tenham sido obtidas para tubos lisos, elas
também podem ser usadas indistintamente para tubos rugosos. Os tubos rugosos produzem
mais turbulência para números de Reynolds iguais. Os coeficientes calculados a partir de
correlações de dados referentes a tubos lisos são, na realidade, menores e menos seguros do
que os cálculos correspondentes baseados em dados sobre tubos rugosos.
Na Figura 4.2 são representadas graficamente as Equações 4.1 e 4.2.
Figura 4.2 – Curva de transmissão de calor no interior de um tubo.
(de Kern,1980)
Outras correlações para a determinação do coeficiente de transferência de calor em
tubos podem ser encontradas em Holman (1983), Kreith (1977), Özisik (1990), entre outros.
4.2 COEFICIENTES DE PELÍCULA PARA FLUIDOS QUE ESCOAM
EM ANÉIS
Se o canal através do qual o fluido está escoando não é de seção transversal circular,
tal como através da parte anular de tubos concêntricos, recomenda-se que as correlações de
transferência de calor sejam baseadas no diâmetro hidráulico DH, definido por
P
A
DH
4
= (4.3)
onde A é a área da seção transversal do escoamento e P é o perímetro molhado. Este
agrupamento particular é usado porque resulta no valor do diâmetro físico quando aplicado a
uma seção transversal circular. O diâmetro hidráulico deve ser usado no cálculo dos números
de Reynolds e Nusselt, e na determinação do fator de atrito.
Equipamentos de Troca Térmica - 82
O conceito de diâmetro hidráulico fornece relações satisfatórias para o atrito
superficial e a transferência de calor em seções anulares.
Para um fluido que escoa numa seção anular, como na Figura 4.3, a área de
escoamento é ( )



− 2
1
2
2
4
DD
π
, porém o perímetro molhado para a transferência de calor é
diferente do perímetro molhado para a queda de pressão.
Para a transferência de calor, o perímetro molhado é dado pela circunferência externa
do tubo interno com o diâmetro D1 e, para a transferência de calor em anéis, temos
( )
1
2
1
2
2
1
2
1
2
2
4
444
D
DD
D
DD
molhadoperímetro
escoamentodeárea
P
A
DH
−
=
−
=
×
==
π
π
(4.4)
Nos cálculos da queda de pressão, o atrito não resulta somente da resistência para o
tubo externo, mas também é afetado pela superfície externa do tubo interno. O perímetro
molhado total é ( )12 DD +π e, para a queda de pressão em tubos anulares,
( )
( ) 12
12
2
1
2
2'
4
444
DD
DD
DD
atritodemolhadoperímetro
escoamentodeárea
P
A
DH −=
−
−
=
×
==
π
π
(4.5)
Figura 4.3 – Diâmetros anulares e localização dos coeficientes.
(de Kern,1980)
Isto conduz ao seguinte resultado anômalo: os números de Reynolds para as mesmas
condições de escoamento são diferentes para a perda de carga e para a transferência de calor.
Isto se justifica devido as diferentes superfícies nas quais ocorre atrito e transferência de calor.
O coeficiente de película para a seção anular é calculado pela Eq.4.1 para escoamento
laminar ou pela Eq. 4.2 para escoamento turbulento utilizando o diâmetro hidráulico DH.
4.3 QUEDA DE PRESSÃO EM TUBOS E SEÇÕES ANULARES
A queda de pressão permitida num trocador é o campo de pressão estático que pode
ser gasto para conduzir o fluido através do trocador. A bomba escolhida para a circulação do
fluido num processo deve desenvolver uma carga suficiente com a capacidade desejada, a fim
de superar as perdas causadas por atrito nos tubos, nas conexões, reguladores de controle, e a
perda causada pela queda de pressão no próprio trocador. A esta carga devemos somar a
pressão estática na extremidade da linha tal como a elevação ou a pressão final do recipiente
receptor. Quando uma queda de pressão permitida for designada para um trocador como parte
do circuito bombeador, ela deverá ser sempre usada tão completamente quanto possível no
trocador, uma vez que, de outra forma, ela seria expelida ou expandida através de um redutor.
Equipamentos de Troca Térmica - 83
Como, 2
Vp α∆ (aproximadamente, uma vez que f varia ligeiramente com Re (V)), e para
escoamento turbulento,
8,0
Vhi α (aproximadamente), o melhor uso da pressão disponível
consiste em aumentar a velocidade, que também produz o aumento da hi e diminui o tamanho
e custo do aparelho. É usual permitir uma queda da pressão de 0,35 a 0,7 bar (5 a 10 psi) para
um trocador ou uma bateria de trocadores, preenchendo um único serviço num processo,
exceto quando o escoamento ocorre sob a ação da gravidade. Para cada corrente bombeada,
0,7 bar (10 psi) é um bom padrão. Para escoamento sob a ação da gravidade, a queda de
pressão permitida é determinada pela altitude z do recipiente de armazenagem acima da saída
final em metros de fluido. Um metro de fluido pode ser convertido em bar, multiplicando-se z
por γ.10-5
, (γ em N/m3
).
A queda de pressão em tubos pode ser calculada pela equação da Fanning [Eq. 4.6],
usando-se um valor apropriado de f da Figura 4.3, ou das Equações 4.7, dependendo do tipo
de escoamento.
ρ
2
4
2
V
D
L
fp =∆ (4.6)
Figura 4.4 – Fator de atrito de Fanning.
(de Kern,1980)
para escoamento laminar:
eR
f
16
= (4.7a)
para escoamento turbulento em tubos lisos:
32,0
125,0
0014,0
eR
f += (4.7b)
para escoamento turbulento em tubos rugosos:
42,0
264,0
0035,0
eR
f += (4.7c)
Equipamentos de Troca Térmica - 84
correlações que consideram a altura média da rugosidade estão disponíveis em Fox &
McDonald (1981).
Para a queda de pressão em fluidos se escoando em tubos anulares, troque D no
número de Reynolds por DH, para obter f. A equação de Fanning pode então ser modificada,
obtendo-se
ρ
2
4
2
V
D
L
fp
H
=∆ (4.8)
Quando diversos trocadores com tubos duplos forem ligados em série, anel com anel e
tubo com tubo, como na Fig. 4.5, o comprimento na Eq. 4.6 ou 4.7 não incluirá a queda de
pressão encontrada quando o fluido entra ou deixa os trocadores. Para os tubos internos dos
trocadores de tubo duplo ligados em série, a perda na entrada é normalmente desprezível,
porém para as partes anulares ela pode ser significativa. A permissão de uma queda de
pressão de uma carga cinética, ρ
2
2
V
por grampo será normalmente suficiente.
Figura 4.5 – Trocadores com duplo tubo em série.
(de Kern,1980)
4.4 ROTEIRO DE CÁLCULO DE UM TROCADOR COM DUPLO TUBO
Todas as equações desenvolvidas previamente serão combinadas para esboçarmos a
solução de um trocador com duplo tubo. O método consiste simplesmente em calcular he, e hi,
para obter U. A área pode ser calculada mediante a equação mTUAQ ∆= .
Usualmente, o primeiro problema é determinar qual dos fluidos deve ficar na parte
anular e qual deve ficar no tubo interno. Isto pode ser conseguido utilizando-se os critérios
estabelecidos no Capítulo 2. Para quedas de pressão igualmente possíveis tanto na corrente
quente quanto na corrente fria, podemos empregar o arranjo que produz as vazões mássicas e
quedas de pressões o mais aproximadamente iguais quanto possível. Para os arranjos
padronizados de tubos duplos, as áreas de escoamento são dadas na Tabela 4.2.
Tabela 4.2- Áreas de escoamento e diâmetros equivalentes em trocadores com tubos duplos
Trocador IPS Área de escoamento, (cm2
) Diâmetro equivalente anel (mm)
Equipamentos de Troca Térmica - 85
Anel Tubo HD '
HD
2 x 1 ¼ 7,68 9,68 23,24 10,16
2 ½ x1 ¼ 16,97 9,68 51,31 20,57
3 x 2 18,90 21.61 39,88 17,53
4 x 3 20,25 47,60 28,96 13,46
No roteiro a seguir, as temperaturas dos fluidos quente e frio estão representadas por
letras maiúsculas e minúsculas, respectivamente. Todas as propriedades dos fluidos são
indicadas por letras minúsculas, não havendo distinção na nomenclatura das propriedades
entre os fluidos quente e frio.
1) Condições do processo necessárias:
Fluido quente:
T1 = temperatura de entrada do fluido quente.
T2 = temperatura de saída do fluido quente.
=qm vazão do fluido quente.
∆p = perda de carga permitida.
Rd = resistência de depósito.
Fluido frio:
t1 = temperatura de entrada do fluido frio.
t2 = temperatura de saída do fluido frio.
=fm vazão do fluido frio.
∆p = perda de carga permitida.
Rd = resistência de depósito.
2) Temperaturas médias:
Calcular as temperaturas médias dos dois fluidos
2
21 TT
T
+
=
2
21 tt
t
+
=
3) Propriedades físicas:
Na temperatura média avaliar as seguintes propriedades para ambos os fluidos:
Cp = calor específico a pressão constante.
s ou ρ = densidade ou massa específica.
µ = viscosidade dinâmica.
Equipamentos de Troca Térmica - 86
k = condutividade térmica.
4) Seleção dos tubos:
Arbitrar o diâmetro dos tubos e o comprimento.
5) Balanço de calor:
Verificar o balanço de calor
( ) ( )1212 ttCmTTCmQ pffpqq −=−= 
6) Calcular a MLDT:
( ) ( )






−
−
−−−
=
12
21
1221
ln
tT
tT
tTtT
MLDT
Para o tubo interno:
7) Área de escoamento: 2
2
4
m
D
at
π
=
8) Velocidade do escoamento: s
m
a
m
V
t
t
.ρ

=
9) Reynolds:
µ
ρ DV
eR t
=
10) Prandtl:
k
C
rP
pµ
=
11) Nusselt:
Escolher a equação adequada de acordo com o tipo de escoamento. Na primeira
iteração arbitrar Tp para avaliar µp.
laminar ( )( )
14,0
3
1
86,1




















=
pL
D
rPeRNu
µ
µ
turbulento
14,0
3
1
8,0
027,0








=
p
rPeRNu
µ
µ
12) Coeficiente de transferência de calor por convecção:
D
k
Nuhi =
Para o anel:
13) Área de escoamento:
( ) 2
2
1
2
2
4
m
DD
aa
−
=
π
Equipamentos de Troca Térmica - 87
14) Diâmetro equivalente: m
D
DD
molhadoperímetro
escoamentodeárea
DH
1
2
1
2
24 −
=
×
=
15) Velocidade do escoamento: s
m
a
m
V
a
a
.ρ

=
16) Reynolds:
µ
ρ Ha DV
eR =
17) Prandtl:
k
C
rP
pµ
=
18) Nusselt:
Escolher a equação adequada de acordo com o tipo de escoamento. Na primeira
iteração arbitrar Tp para avaliar µp.
laminar ( )( )
14,0
3
1
86,1




















=
pL
D
rPeRNu
µ
µ
turbulento
14,0
3
1
8,0
027,0








=
p
rPeRNu
µ
µ
19) Coeficiente de transferência de calor por convecção:
H
e
D
k
Nuh =
Cálculo da área:
20) Coeficiente global de troca térmica:
e
e
iee
i
ie
ii
e
e
h
Rd
k
rrd
d
Rdd
hd
d
U
1
2
)ln(
1
++++
=
21) Área total de troca térmica:
MLDTU
Q
A
⋅
=
22) Número de tubos:
LD
A
N
e
t
⋅⋅
=
π
22) Número de grampos:
2
t
g
N
N =
Cálculo da perda de carga:
Equipamentos de Troca Térmica - 88
Para o tubo interno:
23) Fator de atrito
De acordo com o número de Reynolds, calculado em (9), determina-se o fator de atrito
por:
para escoamento laminar:
eR
f
16
=
para escoamento turbulento em tubos lisos:
32,0
125,0
0014,0
eR
f +=
para escoamento turbulento em tubos rugosos:
42,0
264,0
0035,0
eR
f +=
24) Perda de carga no tubo
ρ
2
4
2
V
D
L
fpt =∆
Para o anel:
25) Diâmetro equivalente: 12
' 4
DD
atritodemolhadoperímetro
escoamentodeárea
DH −=
×
=
26) Reynolds para perda de carga no anel
µ
ρ '
' Ha DV
eR =
27) Fator de atrito
Determina-se o fator de atrito por:
para escoamento laminar:
'
16
eR
f =
para escoamento turbulento em tubos lisos:
32,0'
125,0
0014,0
eR
f +=
para escoamento turbulento em tubos rugosos:
42,0'
264,0
0035,0
eR
f +=
28) Perda de carga no anel
ρ
2
4
2
'
V
D
L
fp
H
a =∆
29) Perda na entrada e na saída
Equipamentos de Troca Térmica - 89
Uma carga cinética para cada grampo ρ
2
2
V
pg =∆
30) Perda total
ggaaneltotal Nppp ⋅∆+∆=∆
Se as condições estabelecidas inicialmente não forem atendidas, retornar ao ponto 1 e
arbitrar outros diâmetros e comprimentos para os tubos com a finalidade de reduzir a perda de
carga.
4.5 EXEMPLO: PROJETO TÉRMICO DE UM TROCADOR DE CALOR
DUPLO TUBO
Desejamos aquecer 4 454
h
kg de benzeno frio de 27 °C a 49 °C, usando-se
tolueno quente que é resfriado de 71 °C a 38 °C. As densidades relativas a 20 °C
são 0,88 e 0,87, respectivamente. As outras propriedades dos fluidos podem ser
encontradas na bibliografia especializada ou determinadas experimentalmente.
Um fator de incrustação de 0,0002 pode ser admitido para cada corrente, e a
queda de pressão permitida para cada corrente é de 0,7 bar. Projetar um
trocador de calo duplo tubo para esta operação.
o27 C
o49 C
71 Co
o38 C
Figura 4.6 – Distribuição de temperatura.
1) Condições do processo necessárias:
Fluido quente: Tolueno
T1 = 71 °C. T2 = 38 °C. =qm ?. ∆p = 0,7 bar. Rd =
W
Cm o2
0002,0 .
Fluido frio: Benzeno
Equipamentos de Troca Térmica - 90
t1 = 27 °C. t2 = 49 °C. =fm 4 454
h
kg . ∆p = 0,7 bar. Rd =
W
Cm o2
0002,0 .
2) Temperaturas médias:
Calcular as temperaturas médias dos dois fluidos
C
TT
T 021
5,54
2
3871
2
=
+
=
+
= C
tt
t o
38
2
4927
2
21
=
+
=
+
=
3) Propriedades físicas:
Tolueno Benzeno
Cp = 1,842 Ckg
kJ o
. Cp = 1,779 Ckg
kJ o
.
s = 0,87 s = 0,88
µ = 4,1 x 10-4
sm
kg
.
µ = = 5 x 10-4
sm
kg
.
k = 0,147
Cm
W o
.
k =0,157
Cm
W o
.
4) Seleção dos tubos:
Utilizaremos tubo IPS 2” x 1 ¼”, com 6 metros de comprimento.
5) Balanço de calor:
Verificar o balanço de calor
benzeno ( ) ( ) kWC
Ckg
kJ
h
kgttCmQ o
opff 42,482749
.
779,1.454412 =−=−= 
tolueno ( ) ( ) h
kg
s
kg
C
Ckg
kJ
kW
TTC
Q
m o
opq
q 2868797,0
3871
.
842,1
42,48
12
==
−
=
−
=
6) Calcular a MLDT:
( ) ( ) ( ) ( ) C
tT
tT
tTtT
MLDT o
87,15
2738
4971
ln
27384971
ln
12
21
1221
=






−
−
−−−
=






−
−
−−−
=
Para o tubo interno: Benzeno
7) Área de escoamento: mmDi 35"38,1 == 2
2
00096,0
4
035,0
mat ==
π
Equipamentos de Troca Térmica - 91
8) Velocidade do escoamento: s
m
a
m
V
t
t 46,1
00096,0.1000.88,0
3600/4454
.
===
ρ

9) Reynolds: 93689
105
035,0.46,1.1000.88,0
4
=
×
== −
µ
ρ DV
eR t
10) Prandtl: 67,5
157,0
1779.105 4
=
×
==
−
k
C
rP
pµ
11) Nusselt:
Escolher a equação adequada de acordo com o tipo de escoamento. Na primeira
iteração considerar C
tT
T o
p 25,46
2
385,54
2
=
+
=
+
= , correspondendo a µp = 1,8
sm
kg
.
.
3,442
8,1
779,1
.67,5.89936.027,0027,0
14,0
3
1
8,0
14,0
3
1
8,0
=





=








=
p
rPeRNu
µ
µ
12) Coeficiente de transferência de calor por convecção:
Cm
W
D
k
Nuh oi
.
1984
035,0
157,0
3,442 2===
Para o anel: Tolueno
13) Área de escoamento: mmmD 04216,016,42"66,11 ===
mmmD 0525,05,52"067,22 ===
( ) ( ) 2
222
1
2
2
000769,0
4
04216,00525,0
4
m
DD
aa =
−
=
−
=
ππ
14) Diâmetro equivalente:
m
D
DD
molhadoperímetro
escoamentodeárea
DH 0232,0
04216,0
04216,00525,04 22
1
2
1
2
2
=
−
=
−
=
×
=
15) Velocidade do escoamento: s
m
a
m
V
a
a 191,1
000769,0.1000.87,0
797,0
.
===
ρ

16) Reynolds: 58632
101,4
0232,0.191,1.1000.87,0
4
=
×
== −
µ
ρ Ha DV
eR
17) Prandtl: 14,5
147,0
1842.101,4 4
=
×
==
−
k
C
rP
pµ
18) Nusselt:
Escolher a equação adequada de acordo com o tipo de escoamento. Na primeira
iteração considerar C
tT
T o
p 25,46
2
385,54
2
=
+
=
+
= , correspondendo a µp = 1,8
sm
kg
.
Equipamentos de Troca Térmica - 92
304
8,1
842,1
.14,5.58632.027,0027,0
14,0
3
1
8,0
14,0
3
1
8,0
=





=








=
p
rPeRNu
µ
µ
19) Coeficiente de transferência de calor por convecção:
Cm
W
D
k
Nuh o
H
e
.
2,1926
0232,0
147,0
304 2===
20) Temperatura da parede:
( ) ( ) ( ) CtT
hh
h
tt o
cc
oio
o
cw 89,46385,54
2,1926
04216,0
035,0.1984
2,1926
38 =−






+
+=−
+
+=
O valor arbitrado inicialmente 46,25°C não apresenta diferença significativa, portanto os
coeficientes de transferência de calor por convecção calculados estão corretos.
Cálculo da área:
21) Coeficiente global de troca térmica:
e
e
iee
i
ie
ii
e
e
h
Rd
k
rrd
d
Rdd
hd
d
U
1
2
)ln(
1
++++
=
Cm
W
U
U
oe
e
.
3,609
2,1926
1
0002,0
53.2
)035,0/04216,0ln(04216,0
035,0
0002,0.04216,0
1984.035,0
04216,0
1
2
=
++++
=
22) Área total de troca térmica:
2
5
87,15.3,609
42048
m
MLDTU
Q
A ==
⋅
=
23) Número de tubos:
3,6
6.04216,0.
5
==
⋅⋅
=
ππ LD
A
N
e
t
O número de tubos deve ser inteiro, usaremos 6 tubos
2'
768,46.6.04216,0.... mNLDA te === ππ
→<−=×
−
=×
−
= %5%63,4100
5
5768,4
100%
'
A
AA
Erro O trocador é satisfatório quanto à
transferência de calor.
24) Número de grampos:
2
t
g
N
N =
Cálculo da perda de carga:
Para o tubo interno:
Equipamentos de Troca Térmica - 93
25) Fator de atrito
De acordo com o número de Reynolds, calculado em (9), determina-se o fator de atrito
por:
0057,0
89936
264,0
0035,0
264,0
0035,0 42,042,0
=+=+=
eR
f
26) Perda de carga no tubo
barbar
V
D
L
fpt 7,022,010.1000.88,0
2
46,1
035,0
36
0057,0.4
2
4 5
22
<===∆ −
ρ
Para o anel:
27) Diâmetro equivalente:
mDD
atritodemolhadoperímetro
escoamentodeárea
DH 0103,004216,00525,0
4
12
'
=−=−=
×
=
28) Reynolds para perda de carga no anel
26030
101,4
0103,0.191,1.1000.87,0
4
'
=
×
== −
µ
ρ Ha DV
eR
29) Fator de atrito
Determina-se o fator de atrito por:
0071,0
26030
254,0
0035,0
264,0
0035,0 42,042,0'
=+=+=
eR
f
30) Perda de carga no anel
bar
V
D
L
fp
H
a 62,010.1000.87,0
2
191,1
0103,0
36
.0071,0.4
2
4 5
22
'
===∆ −
ρ
31) Perda na entrada e na saída
Uma carga cinética para cada grampo
bar
V
pg 0038,010.1000.87,0
2
191,1
2
5
22
===∆ −
ρ
32) Perda total
barbarNppp ggaaneltotal 7,063,00038,0.362,0 <=+=⋅∆+∆=∆
Se as condições estabelecidas inicialmente não forem atendidas, retornar ao ponto 4 e
arbitrar outros diâmetros e/ou comprimento para os tubos.

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Capítulo 4 duplo tubo

  • 1. CAPÍTULO 4 PROJETO TÉRMICO DE TROCADORES DE CALOR TIPO DUPLO TUBO Neste Capítulo é apresentada uma metodologia para o projeto térmico de trocadores de calor tipo duplo tubo de acordo com Kern (1980). O projeto térmico consiste na determinação da área de troca térmica necessária bem como sua geometria e também o cálculo da perda de carga. Um trocador de calor duplo tubo é mostrado na Figura 4.1. As principais partes componentes deste trocador de calor são dois tubos concêntricos, dois tês conectores, um cabeçote de retorno e uma curva de retorno. Figura 4.1 – Trocador de calor de tubo duplo. (de Kern,1980 e Perry,1980) O tubo interno é mantido dentro do tubo externo por meio de buchas de apoio, e o fluido entra no tubo interno através de uma conexão rosqueada localizada fora da seção própria do trocador de calor. Os tês possuem conexões com rosca ou com bocais que são a eles ligados com a finalidade de permitir a entrada e a saída do fluido que escoa na parte anular, e que passa de um ramo para o outro através do cabeçote de retorno. Os dois comprimentos do tubo interno estão conectados por uma curva de retorno que é usualmente exposta e não fornece uma superfície de transmissão de calor efetiva. Quando disposta segundo dois ramos, como indicado pela Figura 4.1, a unidade denomina-se grampo. O trocador de duplo tubo é extremamente útil porque ele pode ser disposto em qualquer conjunto com conexões de tubos através de partes padronizadas e fornece uma superfície barata para a transferência de calor. Os tamanhos padronizados dos tês e dos cabeçotes de retorno são fornecidos na Tabela 4.1
  • 2. Equipamentos de Troca Térmica - 80 Tabela 4.1- Conexões de um trocador de calor duplo tubo (em polegadas) Tubo externo, IPS Tubo interno, IPS 2 1 ¼ 2 ½ 1 ¼ 3 2 4 3 Os trocadores com duplo tubo são normalmente dispostos em conjuntos com comprimentos efetivos de 3,66 m, 4,57m e 6,1m (12ft, 15ft e 20ft), sendo o comprimento efetivo a distância em cada ramo sobre o qual ocorre a transferência de calor e exclui a saída do tubo além da seção do trocador. Quando empregamos grampos com excesso de comprimento de 6,1m (20ft) correspondendo a 12,2m (40ft) lineares efetivos do tubo duplo, o tubo interno tende a se encurvar e tocar o tubo externo, provocando, portanto, uma distribuição pobre na parte anular. A principal desvantagem para o uso do trocador com duplo tubo consiste na pequena área de troca térmica que pode ser obtida com um único grampo. Quando usado como equipamento de destilação em um processo industrial, é necessário o emprego de um número muito grande de trocadores. Isto necessita um espaço considerável, e cada trocador de duplo tubo introduz não menos do que 14 pontos para os quais deveriam ocorrer ligações. O tempo e o gasto necessários para a desmontagem e a limpeza são proibitivos em comparação com outros tipos de equipamentos. Contudo, o trocador de duplo tubo será largamente empregado quando a superfície para transferência de calor for pequena, entre 9,3m2 (100ft2 ) e 18,6m2 (200ft2 ) aproximadamente. 4.1 COEFICIENTES DE PELÍCULA PARA FLUIDOS EM TUBOS Para o escoamento em tubos Sieder e Tate1 fizeram uma correlação, aquecendo e resfriando diversos fluidos, principalmente frações de petróleo, em tubos horizontais e verticais e chegaram a uma equação para escoamento laminar onde Re < 2100, dada na forma: ( )( ) 14,0 3 1 86,1                     = pL D rPeRNu µ µ (4.1a) 14,0 3 1 86,1                                 = p pi L D k CVD k Dh µ µµ µ ρ (4.1b) onde L é o comprimento total da trajetória de transferência de calor antes que ocorra a mistura. A Eq. 4.1 fornece desvios máximos de ±12% de Re = 100 a Re = 2100. Nesta equação o coeficiente médio de transferência de calor é baseado na média aritmética das temperaturas de entrada e saída, e todas as propriedades do fluido são consideradas à temperatura de mistura, exceto µp, que é avaliada à temperatura da parede. A Eq. 4.1 obviamente não pode ser usada para tubos muito longos, pois isto resultaria num coeficiente 1 Sieder, E. N. e Tate, G. E., Ind. Eng. Chem., 28, 1429-1436 (1936).
  • 3. Equipamentos de Troca Térmica - 81 de transferência de calor igual a zero. Uma comparação com outras equações indica que ela é válida para 10> L D rPeR d Além do limite de transição, os dados podem ser estendidos para o escoamento turbulento sob a forma da Eq. 4.2 14,0 3 1 8,0 027,0         = p rPeRNu µ µ (4.2) A Eq. 4.2 fornece desvios máximos de +5% e –10% para números de Reynolds superiores a 10 000. Embora as equações 4.1 e 4.2 tenham sido obtidas para tubos lisos, elas também podem ser usadas indistintamente para tubos rugosos. Os tubos rugosos produzem mais turbulência para números de Reynolds iguais. Os coeficientes calculados a partir de correlações de dados referentes a tubos lisos são, na realidade, menores e menos seguros do que os cálculos correspondentes baseados em dados sobre tubos rugosos. Na Figura 4.2 são representadas graficamente as Equações 4.1 e 4.2. Figura 4.2 – Curva de transmissão de calor no interior de um tubo. (de Kern,1980) Outras correlações para a determinação do coeficiente de transferência de calor em tubos podem ser encontradas em Holman (1983), Kreith (1977), Özisik (1990), entre outros. 4.2 COEFICIENTES DE PELÍCULA PARA FLUIDOS QUE ESCOAM EM ANÉIS Se o canal através do qual o fluido está escoando não é de seção transversal circular, tal como através da parte anular de tubos concêntricos, recomenda-se que as correlações de transferência de calor sejam baseadas no diâmetro hidráulico DH, definido por P A DH 4 = (4.3) onde A é a área da seção transversal do escoamento e P é o perímetro molhado. Este agrupamento particular é usado porque resulta no valor do diâmetro físico quando aplicado a uma seção transversal circular. O diâmetro hidráulico deve ser usado no cálculo dos números de Reynolds e Nusselt, e na determinação do fator de atrito.
  • 4. Equipamentos de Troca Térmica - 82 O conceito de diâmetro hidráulico fornece relações satisfatórias para o atrito superficial e a transferência de calor em seções anulares. Para um fluido que escoa numa seção anular, como na Figura 4.3, a área de escoamento é ( )    − 2 1 2 2 4 DD π , porém o perímetro molhado para a transferência de calor é diferente do perímetro molhado para a queda de pressão. Para a transferência de calor, o perímetro molhado é dado pela circunferência externa do tubo interno com o diâmetro D1 e, para a transferência de calor em anéis, temos ( ) 1 2 1 2 2 1 2 1 2 2 4 444 D DD D DD molhadoperímetro escoamentodeárea P A DH − = − = × == π π (4.4) Nos cálculos da queda de pressão, o atrito não resulta somente da resistência para o tubo externo, mas também é afetado pela superfície externa do tubo interno. O perímetro molhado total é ( )12 DD +π e, para a queda de pressão em tubos anulares, ( ) ( ) 12 12 2 1 2 2' 4 444 DD DD DD atritodemolhadoperímetro escoamentodeárea P A DH −= − − = × == π π (4.5) Figura 4.3 – Diâmetros anulares e localização dos coeficientes. (de Kern,1980) Isto conduz ao seguinte resultado anômalo: os números de Reynolds para as mesmas condições de escoamento são diferentes para a perda de carga e para a transferência de calor. Isto se justifica devido as diferentes superfícies nas quais ocorre atrito e transferência de calor. O coeficiente de película para a seção anular é calculado pela Eq.4.1 para escoamento laminar ou pela Eq. 4.2 para escoamento turbulento utilizando o diâmetro hidráulico DH. 4.3 QUEDA DE PRESSÃO EM TUBOS E SEÇÕES ANULARES A queda de pressão permitida num trocador é o campo de pressão estático que pode ser gasto para conduzir o fluido através do trocador. A bomba escolhida para a circulação do fluido num processo deve desenvolver uma carga suficiente com a capacidade desejada, a fim de superar as perdas causadas por atrito nos tubos, nas conexões, reguladores de controle, e a perda causada pela queda de pressão no próprio trocador. A esta carga devemos somar a pressão estática na extremidade da linha tal como a elevação ou a pressão final do recipiente receptor. Quando uma queda de pressão permitida for designada para um trocador como parte do circuito bombeador, ela deverá ser sempre usada tão completamente quanto possível no trocador, uma vez que, de outra forma, ela seria expelida ou expandida através de um redutor.
  • 5. Equipamentos de Troca Térmica - 83 Como, 2 Vp α∆ (aproximadamente, uma vez que f varia ligeiramente com Re (V)), e para escoamento turbulento, 8,0 Vhi α (aproximadamente), o melhor uso da pressão disponível consiste em aumentar a velocidade, que também produz o aumento da hi e diminui o tamanho e custo do aparelho. É usual permitir uma queda da pressão de 0,35 a 0,7 bar (5 a 10 psi) para um trocador ou uma bateria de trocadores, preenchendo um único serviço num processo, exceto quando o escoamento ocorre sob a ação da gravidade. Para cada corrente bombeada, 0,7 bar (10 psi) é um bom padrão. Para escoamento sob a ação da gravidade, a queda de pressão permitida é determinada pela altitude z do recipiente de armazenagem acima da saída final em metros de fluido. Um metro de fluido pode ser convertido em bar, multiplicando-se z por γ.10-5 , (γ em N/m3 ). A queda de pressão em tubos pode ser calculada pela equação da Fanning [Eq. 4.6], usando-se um valor apropriado de f da Figura 4.3, ou das Equações 4.7, dependendo do tipo de escoamento. ρ 2 4 2 V D L fp =∆ (4.6) Figura 4.4 – Fator de atrito de Fanning. (de Kern,1980) para escoamento laminar: eR f 16 = (4.7a) para escoamento turbulento em tubos lisos: 32,0 125,0 0014,0 eR f += (4.7b) para escoamento turbulento em tubos rugosos: 42,0 264,0 0035,0 eR f += (4.7c)
  • 6. Equipamentos de Troca Térmica - 84 correlações que consideram a altura média da rugosidade estão disponíveis em Fox & McDonald (1981). Para a queda de pressão em fluidos se escoando em tubos anulares, troque D no número de Reynolds por DH, para obter f. A equação de Fanning pode então ser modificada, obtendo-se ρ 2 4 2 V D L fp H =∆ (4.8) Quando diversos trocadores com tubos duplos forem ligados em série, anel com anel e tubo com tubo, como na Fig. 4.5, o comprimento na Eq. 4.6 ou 4.7 não incluirá a queda de pressão encontrada quando o fluido entra ou deixa os trocadores. Para os tubos internos dos trocadores de tubo duplo ligados em série, a perda na entrada é normalmente desprezível, porém para as partes anulares ela pode ser significativa. A permissão de uma queda de pressão de uma carga cinética, ρ 2 2 V por grampo será normalmente suficiente. Figura 4.5 – Trocadores com duplo tubo em série. (de Kern,1980) 4.4 ROTEIRO DE CÁLCULO DE UM TROCADOR COM DUPLO TUBO Todas as equações desenvolvidas previamente serão combinadas para esboçarmos a solução de um trocador com duplo tubo. O método consiste simplesmente em calcular he, e hi, para obter U. A área pode ser calculada mediante a equação mTUAQ ∆= . Usualmente, o primeiro problema é determinar qual dos fluidos deve ficar na parte anular e qual deve ficar no tubo interno. Isto pode ser conseguido utilizando-se os critérios estabelecidos no Capítulo 2. Para quedas de pressão igualmente possíveis tanto na corrente quente quanto na corrente fria, podemos empregar o arranjo que produz as vazões mássicas e quedas de pressões o mais aproximadamente iguais quanto possível. Para os arranjos padronizados de tubos duplos, as áreas de escoamento são dadas na Tabela 4.2. Tabela 4.2- Áreas de escoamento e diâmetros equivalentes em trocadores com tubos duplos Trocador IPS Área de escoamento, (cm2 ) Diâmetro equivalente anel (mm)
  • 7. Equipamentos de Troca Térmica - 85 Anel Tubo HD ' HD 2 x 1 ¼ 7,68 9,68 23,24 10,16 2 ½ x1 ¼ 16,97 9,68 51,31 20,57 3 x 2 18,90 21.61 39,88 17,53 4 x 3 20,25 47,60 28,96 13,46 No roteiro a seguir, as temperaturas dos fluidos quente e frio estão representadas por letras maiúsculas e minúsculas, respectivamente. Todas as propriedades dos fluidos são indicadas por letras minúsculas, não havendo distinção na nomenclatura das propriedades entre os fluidos quente e frio. 1) Condições do processo necessárias: Fluido quente: T1 = temperatura de entrada do fluido quente. T2 = temperatura de saída do fluido quente. =qm vazão do fluido quente. ∆p = perda de carga permitida. Rd = resistência de depósito. Fluido frio: t1 = temperatura de entrada do fluido frio. t2 = temperatura de saída do fluido frio. =fm vazão do fluido frio. ∆p = perda de carga permitida. Rd = resistência de depósito. 2) Temperaturas médias: Calcular as temperaturas médias dos dois fluidos 2 21 TT T + = 2 21 tt t + = 3) Propriedades físicas: Na temperatura média avaliar as seguintes propriedades para ambos os fluidos: Cp = calor específico a pressão constante. s ou ρ = densidade ou massa específica. µ = viscosidade dinâmica.
  • 8. Equipamentos de Troca Térmica - 86 k = condutividade térmica. 4) Seleção dos tubos: Arbitrar o diâmetro dos tubos e o comprimento. 5) Balanço de calor: Verificar o balanço de calor ( ) ( )1212 ttCmTTCmQ pffpqq −=−=  6) Calcular a MLDT: ( ) ( )       − − −−− = 12 21 1221 ln tT tT tTtT MLDT Para o tubo interno: 7) Área de escoamento: 2 2 4 m D at π = 8) Velocidade do escoamento: s m a m V t t .ρ  = 9) Reynolds: µ ρ DV eR t = 10) Prandtl: k C rP pµ = 11) Nusselt: Escolher a equação adequada de acordo com o tipo de escoamento. Na primeira iteração arbitrar Tp para avaliar µp. laminar ( )( ) 14,0 3 1 86,1                     = pL D rPeRNu µ µ turbulento 14,0 3 1 8,0 027,0         = p rPeRNu µ µ 12) Coeficiente de transferência de calor por convecção: D k Nuhi = Para o anel: 13) Área de escoamento: ( ) 2 2 1 2 2 4 m DD aa − = π
  • 9. Equipamentos de Troca Térmica - 87 14) Diâmetro equivalente: m D DD molhadoperímetro escoamentodeárea DH 1 2 1 2 24 − = × = 15) Velocidade do escoamento: s m a m V a a .ρ  = 16) Reynolds: µ ρ Ha DV eR = 17) Prandtl: k C rP pµ = 18) Nusselt: Escolher a equação adequada de acordo com o tipo de escoamento. Na primeira iteração arbitrar Tp para avaliar µp. laminar ( )( ) 14,0 3 1 86,1                     = pL D rPeRNu µ µ turbulento 14,0 3 1 8,0 027,0         = p rPeRNu µ µ 19) Coeficiente de transferência de calor por convecção: H e D k Nuh = Cálculo da área: 20) Coeficiente global de troca térmica: e e iee i ie ii e e h Rd k rrd d Rdd hd d U 1 2 )ln( 1 ++++ = 21) Área total de troca térmica: MLDTU Q A ⋅ = 22) Número de tubos: LD A N e t ⋅⋅ = π 22) Número de grampos: 2 t g N N = Cálculo da perda de carga:
  • 10. Equipamentos de Troca Térmica - 88 Para o tubo interno: 23) Fator de atrito De acordo com o número de Reynolds, calculado em (9), determina-se o fator de atrito por: para escoamento laminar: eR f 16 = para escoamento turbulento em tubos lisos: 32,0 125,0 0014,0 eR f += para escoamento turbulento em tubos rugosos: 42,0 264,0 0035,0 eR f += 24) Perda de carga no tubo ρ 2 4 2 V D L fpt =∆ Para o anel: 25) Diâmetro equivalente: 12 ' 4 DD atritodemolhadoperímetro escoamentodeárea DH −= × = 26) Reynolds para perda de carga no anel µ ρ ' ' Ha DV eR = 27) Fator de atrito Determina-se o fator de atrito por: para escoamento laminar: ' 16 eR f = para escoamento turbulento em tubos lisos: 32,0' 125,0 0014,0 eR f += para escoamento turbulento em tubos rugosos: 42,0' 264,0 0035,0 eR f += 28) Perda de carga no anel ρ 2 4 2 ' V D L fp H a =∆ 29) Perda na entrada e na saída
  • 11. Equipamentos de Troca Térmica - 89 Uma carga cinética para cada grampo ρ 2 2 V pg =∆ 30) Perda total ggaaneltotal Nppp ⋅∆+∆=∆ Se as condições estabelecidas inicialmente não forem atendidas, retornar ao ponto 1 e arbitrar outros diâmetros e comprimentos para os tubos com a finalidade de reduzir a perda de carga. 4.5 EXEMPLO: PROJETO TÉRMICO DE UM TROCADOR DE CALOR DUPLO TUBO Desejamos aquecer 4 454 h kg de benzeno frio de 27 °C a 49 °C, usando-se tolueno quente que é resfriado de 71 °C a 38 °C. As densidades relativas a 20 °C são 0,88 e 0,87, respectivamente. As outras propriedades dos fluidos podem ser encontradas na bibliografia especializada ou determinadas experimentalmente. Um fator de incrustação de 0,0002 pode ser admitido para cada corrente, e a queda de pressão permitida para cada corrente é de 0,7 bar. Projetar um trocador de calo duplo tubo para esta operação. o27 C o49 C 71 Co o38 C Figura 4.6 – Distribuição de temperatura. 1) Condições do processo necessárias: Fluido quente: Tolueno T1 = 71 °C. T2 = 38 °C. =qm ?. ∆p = 0,7 bar. Rd = W Cm o2 0002,0 . Fluido frio: Benzeno
  • 12. Equipamentos de Troca Térmica - 90 t1 = 27 °C. t2 = 49 °C. =fm 4 454 h kg . ∆p = 0,7 bar. Rd = W Cm o2 0002,0 . 2) Temperaturas médias: Calcular as temperaturas médias dos dois fluidos C TT T 021 5,54 2 3871 2 = + = + = C tt t o 38 2 4927 2 21 = + = + = 3) Propriedades físicas: Tolueno Benzeno Cp = 1,842 Ckg kJ o . Cp = 1,779 Ckg kJ o . s = 0,87 s = 0,88 µ = 4,1 x 10-4 sm kg . µ = = 5 x 10-4 sm kg . k = 0,147 Cm W o . k =0,157 Cm W o . 4) Seleção dos tubos: Utilizaremos tubo IPS 2” x 1 ¼”, com 6 metros de comprimento. 5) Balanço de calor: Verificar o balanço de calor benzeno ( ) ( ) kWC Ckg kJ h kgttCmQ o opff 42,482749 . 779,1.454412 =−=−=  tolueno ( ) ( ) h kg s kg C Ckg kJ kW TTC Q m o opq q 2868797,0 3871 . 842,1 42,48 12 == − = − = 6) Calcular a MLDT: ( ) ( ) ( ) ( ) C tT tT tTtT MLDT o 87,15 2738 4971 ln 27384971 ln 12 21 1221 =       − − −−− =       − − −−− = Para o tubo interno: Benzeno 7) Área de escoamento: mmDi 35"38,1 == 2 2 00096,0 4 035,0 mat == π
  • 13. Equipamentos de Troca Térmica - 91 8) Velocidade do escoamento: s m a m V t t 46,1 00096,0.1000.88,0 3600/4454 . === ρ  9) Reynolds: 93689 105 035,0.46,1.1000.88,0 4 = × == − µ ρ DV eR t 10) Prandtl: 67,5 157,0 1779.105 4 = × == − k C rP pµ 11) Nusselt: Escolher a equação adequada de acordo com o tipo de escoamento. Na primeira iteração considerar C tT T o p 25,46 2 385,54 2 = + = + = , correspondendo a µp = 1,8 sm kg . . 3,442 8,1 779,1 .67,5.89936.027,0027,0 14,0 3 1 8,0 14,0 3 1 8,0 =      =         = p rPeRNu µ µ 12) Coeficiente de transferência de calor por convecção: Cm W D k Nuh oi . 1984 035,0 157,0 3,442 2=== Para o anel: Tolueno 13) Área de escoamento: mmmD 04216,016,42"66,11 === mmmD 0525,05,52"067,22 === ( ) ( ) 2 222 1 2 2 000769,0 4 04216,00525,0 4 m DD aa = − = − = ππ 14) Diâmetro equivalente: m D DD molhadoperímetro escoamentodeárea DH 0232,0 04216,0 04216,00525,04 22 1 2 1 2 2 = − = − = × = 15) Velocidade do escoamento: s m a m V a a 191,1 000769,0.1000.87,0 797,0 . === ρ  16) Reynolds: 58632 101,4 0232,0.191,1.1000.87,0 4 = × == − µ ρ Ha DV eR 17) Prandtl: 14,5 147,0 1842.101,4 4 = × == − k C rP pµ 18) Nusselt: Escolher a equação adequada de acordo com o tipo de escoamento. Na primeira iteração considerar C tT T o p 25,46 2 385,54 2 = + = + = , correspondendo a µp = 1,8 sm kg .
  • 14. Equipamentos de Troca Térmica - 92 304 8,1 842,1 .14,5.58632.027,0027,0 14,0 3 1 8,0 14,0 3 1 8,0 =      =         = p rPeRNu µ µ 19) Coeficiente de transferência de calor por convecção: Cm W D k Nuh o H e . 2,1926 0232,0 147,0 304 2=== 20) Temperatura da parede: ( ) ( ) ( ) CtT hh h tt o cc oio o cw 89,46385,54 2,1926 04216,0 035,0.1984 2,1926 38 =−       + +=− + += O valor arbitrado inicialmente 46,25°C não apresenta diferença significativa, portanto os coeficientes de transferência de calor por convecção calculados estão corretos. Cálculo da área: 21) Coeficiente global de troca térmica: e e iee i ie ii e e h Rd k rrd d Rdd hd d U 1 2 )ln( 1 ++++ = Cm W U U oe e . 3,609 2,1926 1 0002,0 53.2 )035,0/04216,0ln(04216,0 035,0 0002,0.04216,0 1984.035,0 04216,0 1 2 = ++++ = 22) Área total de troca térmica: 2 5 87,15.3,609 42048 m MLDTU Q A == ⋅ = 23) Número de tubos: 3,6 6.04216,0. 5 == ⋅⋅ = ππ LD A N e t O número de tubos deve ser inteiro, usaremos 6 tubos 2' 768,46.6.04216,0.... mNLDA te === ππ →<−=× − =× − = %5%63,4100 5 5768,4 100% ' A AA Erro O trocador é satisfatório quanto à transferência de calor. 24) Número de grampos: 2 t g N N = Cálculo da perda de carga: Para o tubo interno:
  • 15. Equipamentos de Troca Térmica - 93 25) Fator de atrito De acordo com o número de Reynolds, calculado em (9), determina-se o fator de atrito por: 0057,0 89936 264,0 0035,0 264,0 0035,0 42,042,0 =+=+= eR f 26) Perda de carga no tubo barbar V D L fpt 7,022,010.1000.88,0 2 46,1 035,0 36 0057,0.4 2 4 5 22 <===∆ − ρ Para o anel: 27) Diâmetro equivalente: mDD atritodemolhadoperímetro escoamentodeárea DH 0103,004216,00525,0 4 12 ' =−=−= × = 28) Reynolds para perda de carga no anel 26030 101,4 0103,0.191,1.1000.87,0 4 ' = × == − µ ρ Ha DV eR 29) Fator de atrito Determina-se o fator de atrito por: 0071,0 26030 254,0 0035,0 264,0 0035,0 42,042,0' =+=+= eR f 30) Perda de carga no anel bar V D L fp H a 62,010.1000.87,0 2 191,1 0103,0 36 .0071,0.4 2 4 5 22 ' ===∆ − ρ 31) Perda na entrada e na saída Uma carga cinética para cada grampo bar V pg 0038,010.1000.87,0 2 191,1 2 5 22 ===∆ − ρ 32) Perda total barbarNppp ggaaneltotal 7,063,00038,0.362,0 <=+=⋅∆+∆=∆ Se as condições estabelecidas inicialmente não forem atendidas, retornar ao ponto 4 e arbitrar outros diâmetros e/ou comprimento para os tubos.