2. JORGE AMADO
Jorge Amado nasceu a 10 de agosto de 1912, na fazenda Auricídia, município de Itabuna, Bahia.
Publicou seu primeiro romance, O país do carnaval, em 1931.
Em 1945, foi eleito membro da Assembléia Nacional Constituinte, na legenda do Partido
Comunista Brasileiro (PCB), tendo sido o deputado federal mais votado do Estado de São
Paulo. Jorge Amado foi o autor da lei, ainda hoje em vigor, que assegura o direito à liberdade
de culto religioso.
Foi eleito, em 6 de abril de 1961, para a cadeira de número 23, da Academia Brasileira de Letras.
Jorge Amado morreu em Salvador, no dia 6 de agosto de 2001.
3. SOBRE O LIVRO
O livro faz parte da segunda fase do modernismo e é neorrealista regionalista.
Tem influências do romantismo e realismo.
Uso de marcas da oralidade.
Narrador onisciente (em terceira pessoa).
Tempo Cronológico.
4. SOBRE O QUE SE TRATA A OBRA?
Relata os dias de crianças de rua em Salvador.
O livro fala sobre meninos de rua que se “organizaram” e formaram um grupo de
saqueadores e ladrões chamado de Capitães da Areia.
O livro mostra a diferença de classes e retrata condições de vida humildes e
humilhantes vividas pelos meninos, os quais se revoltam e decidem saquear e roubar
para viver.
O livro mostra o efeito da marginalidade na vida de crianças e adolescentes.
5. PERSONAGENS
Pedro-Bala (líder dos capitães).
João Grande
Pirulito
Gato
Professor
Boa Vida
Sem-Pernas
Volta seca
Dora
Querido-de-Deus
Padre José Pedro
6. RESUMO
O livro começa com manchetes jornalistícas e cartas de autoridades ao Jornal da Tarde, todas
falam sobre um grupo de crianças criminosas chamado Capitães da Areia.
Liderados por Pedro Bala, este organiza os assaltos e roubos cometidos pelo bando,
participando das ações mais perigosas. Um dia, junta – se ao bando a menina Dora, cujos pais
tinham morrido em uma epidemia de malária. Ela é uma personagem que é vista de maneira
muito desconfiada por Pedro Bala, já que é a única menina do bando. Dora se integra ao grupo,
ganhando o respeito de todos e, futuramente, o amor de Pedro Bala.
Durante um roubo, tanto Dora quanto Pedro Bala são presos. A menina é direcionada a um
orfanato para menores infratores, enquanto o menino é submetido à violência de torturadores
que tentam obter dele o local do esconderijo dos Capitães, que aterrorizavam a cidade com todos
os roubos que praticavam.
7. RESUMO
Bala sofre, no entanto não trai o grupo. Ele acaba fugindo do reformatório e ajuda a soltar
Dora do orfanato. A essa altura da narrativa, outros personagens também acabam tendo destinos
trágicos e parecidos. A menina Dora, contudo, acaba deixando o orfanato muito adoentada. Com
muita febre e quase à beira da morte, Dora enfim decide se entregar a Pedro Bala. Os dois então
têm a primeira noite de amor, e única na vida de Dora, que vem logo depois a falecer. A morte de
Dora representa a passagem da infância para a vida adulta.
8. ANALÍSE DA OBRA
No que diz respeito ao abandono de menores e das suas eventuais consequências destacam-se,
portanto, a discriminação, a criminalidade, a violência e a prostituição neste livro.
Partes como as manchetes e cartas iniciais mostram a desigualdade social e a predominancia das
ideologias de classes altas sobre as baixas, mostrando que crianças de rua famintas que sofrem maus-
tratos são menos interessantes que um homem rico que foi roubado por essas crianças.
O autor provoca reflexão sobre quem são os Capitães da Areia. Bandidos? Crianças carentes e
abandonadas? Vítimas?
O livro mostra hipocrisia quando, em um momento, há o encontro de uma viúva devota com o padre
e os capitães. A senhora critica o padre, e marginaliza as crianças mesmo sem saber quem são, só por
suas roupas, e quando o padre cita partes da bíblia, ela-o ignora e saí, mostrando assim, que nem
todos que estão na igreja são bons e seguem seus ensinamentos. Ao passo que um dos meninos,
Pirulito, mesmo estando na vida de crimes, é um ótimo devoto e sonha ir para um seminário e ser
padre.
9. CONCLUSÃO
Da primeira vez que foi lançado, os temas abordados incomodaram o governo
Vargas por abordar violência e temas sociais, taxado de ter idéias comunistas, o livro
mais tarde teve vários de seus exemplares apreendidos e queimados por autoridades do
período da ditadura, sendo relançado sete anos depois.
Mesmo assim, o livro trata de temas atuais, como misérias, préconceitos,
discriminação e descaso social com a pobreza que perduram até hoje. Temas que ainda
hoje inibem o crescimento do Brasil e não foram solucionados.
Assim, concluimos que o livro não vem criminalizar nem justificar os capitães, e
sim, proporcionar um novo ponto de vista sobre a criminalidade, criminosos e a
pobreza existente, mostrando os dois lados da moeda, e mostrando que por trás de cada
indivíduo há uma história.