O documento descreve os limites de tolerância para exposição ao calor no ambiente de trabalho. Ele define o Índice de Bulbo Úmido e Termômetro de Globo (IBUTG) para avaliar a exposição ao calor e estabelece limites máximos para o IBUTG dependendo da taxa metabólica do trabalho. O documento também discute os efeitos do calor no corpo humano e medidas para controlar a sobrecarga térmica, como limitar o tempo de exposição e fornecer exames médicos e hidratação adequados
1. NR 15 - ANEXO 03 - LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA EXPOSIÇÃO AO CALOR
1- Aspectos Legais
As exposições ao calor, foram avaliadas através do "Indice de Bulbo Umido e Termômetro de
Globo, para o cálculo do "IBUTG", com os equipamentos já especificados e definidos pelas equações que se
seguem:
a- Ambientes internos ou externos sem carga solar:
IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg
b- Ambientes externos com carga solar:
IBTUG = 0,7 + 0,1 tbs + 0,2 tg
Onde:
tbn= Temperatura de Bulbo Úmido Natural
tg = Temperatura de Globo
tbs= Temperatura de Bulbo Seco
As medições foram efetuadas no local onde permanecem trabalhadores na altura da região do corpo
mais antigida.
Dentro dos padrões e medições obtidas deve ser considerado os limites de Tolerância para exposição
ao calor, em regime de trabalho intermitente com períodos de descanso no próprio local de prestação de
serviços.
DEFINIÇÃO REGIME TRABALHO INTERMITENTE
QUADRO N o 1
Regime de Trabalho
Intermi t e n t e c/ de s c a n s o no
próprio local de
Tipo de atividad e
trabalh o ( por hora ) Leve Moderad
a
Pe s a d a
Trabalho contínu o até 30,0 até 26,7 até 25,0
45 minut o s trabalho
30,1 a
26,8 a
25,1 a
15 minut o s de s c a n s o
30,6
28,0
25,9
30 minut o s trabalho
30 minut o s de s c a n s o
30,7 a
31,4
28,1 a
29,4
26,0 a
27,9
15 minut o s trabalho
45 minut o s de s c a n s o
31,5 a
32,2
29,5 a
31,1
28,0 a
30,0
Não é permitido o trabalho
sem a adoç ã o de medida s
acima de
32,2
acima de
31,1
acima de
30,0
2. adeq u a d a s de control e .
NOTA-Os
períodos de descanso serão considerados tempo de serviço para todos os efeitos legais.
LIMITES DE TOLERÂNCIA
QUADRO N o 2
M ( Kcal/h) Máximo
IBUTG
175 30,5
200 30,0
250 28,5
300 27,5
350 26,5
400 26,0
450 25,5
500 25,0
Esclar e c ime n t o sobr e a avaliaç ã o do calor:
M = é a taxa de met abolismo média ponder ad a para uma hora, det ermina d a pela
seguint e fórmula.
__
M = Mt x Tt + Md x Td
60
Sendo:
Mt = taxa de met abolismo no local de trabalho.
Tt = soma dos tempos , em minutos em que se perma n e c e no local de trabalho.
Md = taxa de met abolismo no local. de descans o.
Td = soma dos tempos , em minutos. em que se perma n e c e no local desc anso
______
IBUTG = IBUTGt x Tt + IBUTGd x Td
60
3. Sendo:
IBUTGt = valor do IBUTG no local de trabalho
IBUTGd = valor do IBUTG no local de descans o
Os tempos Tt e Td são tomados no período mais crítico ou mais desfavor ável do
ciclo de trabalho, sendo Tt + Td = 60 minutos corridos.
As taxas de met a bolismo Mt e Md são obtida s consultando- se o Quadro n o 03,
NR 15.
2- Efeitos do Calor
O trabalho efetuado com exposição a altas temperaturas provoca fadiga intensa e,
consequentemente, a diminuiçào do rendimento normal do trabalhador, em razão do maior desgaste físico e
de perda de água e sais.
A medida em que há um aumento de calor no ambiente, ocorre uma reaçao no organismo humano,
no sentido de promover um aumento de perda de calor. Inicialmente, ocorrem reações fisiológicas para
promover a oerda de calor, mas estas reações, por sua vez, provocam outras alterações que, somadas,
resultam num disturbio fisiológico.
Os principais mecanismos de defesa do organismo, quando submetido a calor intenso, sao a
vasodilataçao e a sudorese.
Se o aumento do fluxo de sangue na pele e a produçao de suor forem insuficientes para promover a
perda adequada de calor, uma fadiga fisiológica pode ocorrer.
Os principais quadros clínicos caus ados por calor são: a exaus t ão do calor, a
desidrat a ç ã o, as câimbr a s de calor, o choque térmico e os problema s de pele.
Soment e após 3 seman a s de trabalho sob o calor, é que o trabalhador consegu e a
aclimat a ç ã o, tornando- se mais fácil e menos perigoso o trabalho em ambient e s sob
altas temp e r a t ur a s .
O controle médico do trabalhador deve ser rigoroso , principalmen t e , na fase de
aclimat a ç ã o ( ou adapt a ç ã o ) inicial, e tamb ém, após o retorno de férias ou após
qualque r afast ame n t o por mais de 2 seman a s , depois do que o indivíduo perde
totalme nt e a adapt a ç ã o ao calor.
3- Medidas de Controle
4. Além das medida s de controle ambient al, recome n d a - se sempr e a aplicação de
medida s relativas ao homem, de modo a se atenu a r a sobrec arg a térmica a curto
prazo.
As medida s pode ser:
· Limitaç ão do tempo de exposição :
Esta medida consist e em adot a r um período de descans o, visando reduzir a
sobrec arg a térmic a a níveis compa tíveis com o organismo.
Como se pode observa r no índice analisado (IBUTG), a limitaç ão do tempo de
exposição é medida de controle sempr e pres ent e . Quando os tempos de
exposição não forem compa tíveis com as condições de trabalho observad a s ,
deve- se promove r um rees tudo dos procedime n to s de trabalho, no sentido de
det ermina r um regime de trabalho- descans o que atend a os limites
recome n d a d o s .
· Exame s médicos :
Recome n d a - se a realizaç ão de exame s médicos admis sionais com a finalidade
de se det ect a r possíveis problema s de saúde que poss am ser agravados com a
exposição ao calor, tais como: problema s cardio- circulatórios, deficiências
glandular e s (principalme nt e glândulas sudorípar a s ), etc.
Tais exame s permit em selecionar um grupo adequ a d o de profissionais que
reúnem condições adequ a d a s ao trabalho. Exame s médicos periódicos tamb ém
devem ser realizados com a finalidade de promove r um contínuo
acomp a n h ame n t o dos trabalhador e s .
· Soro hidrat ant e :
É import ant e mencionar que em períodos de calor, o funcionário vai perder
cloreto de sódio pela transpiraç ão, sendo nece s s á rio a sua reidrat a ç ão, o que
pode ser feito ingerindo muita água e soro hidrat ant e em doses adequ a d a s ,
recome n d a d o s por médico.