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Impactos
do Calor nos
Ambientes
de Trabalho
2021
CONCEITO DE CALOR
2
1
das atividades ou operações industriais. Para Vergara
(2001) o conforto térmico é representado por um am-
biente adequado que propicie a satisfação térmica do
homem, aumentando a produtividade e a conserva-
ção de energia. Há também, o estresse térmico que é
definido como problema relacionado a perda de ca-
lor em excesso para o ambiente (WASTERLUND, 1998).
Em relação à exposição ao calor, é avaliada por
meio do Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Glo-
bo (IBUTG) que considera a temperatura, a velocida-
de, umidade do ar e o calor radiante (NHO-06, 2017).
Já a Taxa Metabólica (M) é determinada conforme a
atividade física exercida pelo colaborador e indica o
quanto de energia é produzida no corpo humano por
tempo (NHO-06).
Há também os índices Voto Médio Estimado
(PMV), Porcentagem de Pessoas Insatisfeitas (PPD),
O agente ocupacional calor é originado por ra-
diação, convecção ou condução (ZINELLI et al., 2017).
Além disso, Kroemer e Grandjean (2005) citam que a
produção de calor pelo próprio organismo do traba-
lhador, devido a atividade física, pode ocasionar o au-
mento da temperatura corporal à níveis que causem
danos à saúde (ZINELLI et al., 2017).
Com a determinação do Grupo de Exposição Si-
milar (GES) ou Grupo Homogêneo de Exposição (GHE)
são identificados os trabalhadores que desenvol-
vem atividades semelhantes com iguais exposições
ao calor, assim, não se faz necessária a avaliação da
exposição ao calor de todos os trabalhos realizados
no ambiente industrial. Exceto, em casos que existam
dúvidas em relação ao GES (NHO-06, 2017)
Existem estudos relacionados ao conforto tér-
mico dos trabalhadores durante o desenvolvimento
que o IBUTG (médio) medido ultrapassar os limites
de exposição ocupacional estabelecidos com base
no Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo
apresentados no Quadro 1(IBUTGMAX) e determinados
a partir da taxa metabólica ( M) das atividades, apre-
sentadas no Quadro 2”,destacados neste eBook.
O tipo de atividade determina o adicional a ser
recebido sobre o salário sem considerar bonificações
extras. Assim, em ambientes insalubres há um au-
mento de 40% no caso de insalubridade máxima, 20%
para grau médio e 10%para grau mínimo (NR-15, 2019).
Já em operações perigosas, a periculosidade garante
um acréscimo de 30% e se o colaborador tiver direito
à insalubridade, o mesmo pode optar pela aquisição
(NR-15,2019).
TSEN (dois nós), DISC (dois nós), HSI (Índice de Stress
Tér- mico) e SWREQ (Índice da Taxa Requerida de
Suor). O PMV que determina a média da sensação
térmica dos trabalhadores está relacionado com o
PPD que indica a porcentagem das pessoas
insatisfeitas com o am- biente em relação a
temperatura (ROCHA et al., 2018).
E, com relação as unidades de medida, confor-
me a NHO 06 (2017), o IBUTG e o IBUTG (médio) são re-
6
presentados em [°C], M e M em [kcal/h] ou em [W], no
qual 1xM [kcal/h] corresponde à 0,859845 xM [W].
É importante ressaltar que, um ambiente é
considerado insalubre quando o mesmo causa da-
nos à saúde (ARAVANIS, 2019), ou seja, quando o nível
do agente ultrapassa o limite de tolerância, que é de-
finido como as quantidades máximas de exposição
permitidas para o calor a fim de não causar danos ao
trabalhador (NR-15, 2019).
A NR 15 (2019) – Anexo 3, item 2.3 destaca que
“são caracterizadas como insalubres as atividades
ou operações realizadas em ambientes fechados
ou ambientes com fonte artificial de calor sempre
2 PROCEDIMENTOS DE MEDIÇÃO
Se a exposição ao calor for eventual, a mesma
deve ser desconsiderada, conforme o Anexo 3 da NR-
15(2019).Caso contrário, deve-se medir a temperatura
de bulbo úmido (tbn) e a temperatura de globo (tg)
e assim, calcular o IBUTG sem carga solar, conforme
a Eq. 1
,e quando há presença de carga solar, faz-se
necessário medir a temperatura de bulbo seco (tbs) e
obter o IBUTG por meio da Eq. 2.
Nos ambientes em que há mais de uma sensa-
ção térmica, o IBUTG médio é calculado utilizando a Eq.
3 e quando há apenas uma sensação térmica o IBUTG
médio é o próprio IBUTG. Após isso, faz-se necessário
identificar as atividades realizadas e com isso, definir
o valor da Taxa Metabólica (M) conforme o Quadro
2. Assim como o IBUTG, se for constada mais de uma
atividade sendo realizada a taxa metabólica média é
calculada utilizando a Eq. 4 e quando há apenas uma
2.1- Visão do Processo de Medição
A Figura 1destaca uma visão das atividades con-
sideradas no processo de medição do calor. É um fluxo
de atividades construído a partir das informações dis-
poníveis no Anexo N.º 3 da NR-15 (2019). O processo de
medição é iniciado com o registro de informações so-
bre o regime de trabalho (horas trabalhadas, tempo de
descanso, ambiente em relação a exposição ao sol).
A NR 15(2019) – Anexo 3, item 2.4, cita que “o Índice
de Bulbo Úmido Termômetro de Globo Médio (( IBUTG ) -
e a Taxa Metabólica Média – ( M )), a serem considerados
na avaliação da exposição ao calor, devem ser aqueles
que, obtidos no período de 60 (sessenta) minutos cor-
ridos, resultem na condição mais crítica de exposição”.
4
atividade a taxa metabólica média é a própria taxa
metabólica.
Com o objetivo de verificar o valor do IBUTG mé-
dio calculado, o limite de tolerância (IBUTG médio má-
ximo) é identificado por meio do Quadro 1consideran-
do a taxa metabólica média calculada anteriormente.
Assim, o IBUTG médio é comparado com o IBUTG mé-
dio máximo.
Nas situações em que o IBUTG ultrapassa os li-
mites de tolerância é necessário realizar as ações de
melhoria e considerar o ambiente como insalubre. Já
em ambientes que não apresentam valores acima do
permitido, caracterizá-lo como não insalubre. O laudo
técnico deve ser emitido e o procedimento de medi-
ção do calor deve ser realizado até as medições esta-
rem abaixo do limite de tolerância.
5
Figura 2:Modelagem do Processo de Medição do Calor
6
cálculo de IBUTG interno e externo (INSTRUTHERM, 2019).
Entretanto, o próprio fabricante também apresenta um
modelo que atende a revisão da NHO-06 (2017) – Mode-
lo TGD-400 (Instrutherm,2019) – Figura 2.
Figura 2:Medidor de Estresse Térmico Fabricante: Instrutherm
Fonte: Instrutherm (2019).
Os procedimentos de medição apresentados
neste item são realizados por meio de dispositivos
convencionais ou eletrônicos, desde que equivalen-
tes, e conforme descritos pela NHO-06 (2017).
O IBUTG é obtido por meio da medição da Tem-
peratura de Bulbo Úmido Natural (tbn), Temperatura
de Globo (tg) e a Temperatura de Bulbo Seco (tbs) e,
conforme a NHO-06 (2017) há um dispositivo específico
para cada um desses parâmetros, porém, todos po-
dem ser obtidos por meio de um medidor de estresse
térmico. É importante ressaltar que, a leitura da tempe-
ratura do Bulbo Seco só precisa ser realizada obrigato-
riamente quando há carga solar direta (NHO-06,2017).
O medidor de estresse térmico considerado e
mais citado nos trabalhos conduzidos por pesquisado-
res e profissionais da área de Segurança e Saúde do
Trabalho em campo é o TGD-200 da marca Instrutherm
(Figura 2). Esse dispositivo apresenta os valores de Bul-
bo Seco, Bulbo Úmido, Temperatura de Globo e efetua o
2.2- Instrumentos de Medição de Temperatura
7
cada pela mensagem LOW BAT, que demora entre 14e
16 horas, conforme as recomendações do fabricante
(INSTRUTHERM, 2019).
Para o Modelo TGD – 400, é citado que “o medi-
dor de stress térmico TGD-400 disponibiliza a
função datalogger. É fácil de operar e efetua uma
medição rápida e precisa do IBUTG. Utilizando um
sensor de bul- bo seco mede a temperatura
ambiental, o sensor de bulbo úmido avalia a taxa de
evaporação indicando os efeitos da umidade no
indivíduo e o globo térmi- co promove uma
indicação da exposição ao calor do indivíduo
devido à luz direta e aos outros objetos radiantes de
calor no ambiente. O medidor converte essas
medições para um número mais simplificado IBUTG.
Esse índice pode ser usado em conjunto com a
norma desenvolvida por ACGIH, Marinha america-
na, EPRI, ISO e outros. Usando esse medidor em conjun-
to com qualquer uma dessas normas possibilita que
você determine um regime apropriado de trabalho e
descanso” (INSTRUTHERM, 2020).
quem e a necessidade de carregar a bateria é indi-
8
No Manual de Instruções do Modelo TGD – 200
é destacado que com o aparelho desligado e com
o objetivo de estabilizar o equipamento é necessá-
rio aguardar 25 minutos para o início das medições.
Se houver uma fonte principal de geração de calor,
posicionar o dispositivo com os sensores na posição
vertical e na direção da fonte. E com relação à altura,
se há uma parte do corpo mais atingida o aparelho
deve ser colocado na mesma região, caso contrário,
na altura do tórax. Outra recomendação é realizar a
verificação do recipiente que contém água, visto que,
a mesma deve ser destilada a fim de evitar erros de
leitura e oxidação (INSTRUTHERM, 2019).
Com relação as leituras, são necessárias no mí-
nimo três, sendo que, as três últimas leituras não po-
dem ter oscilações maiores que 0,1ºC e, ao final de to-
das as medições, o valor obtido deve ser a média das
três últimas (INSTRUTHERM, 2019).
Considerando o equipamento, a tecla H (Hold)
faz com que as leituras no mostrador não se modifi-
3
NÍVEIS PADRONIZADOS NO AMBIENTE
DE TRABALHO
A Norma Regulamentadora 15(NR 15,2019) estabelece limites de tolerância para determinar a exposição
permitida ao calor em ambientes internos ou com fonte artificial de calor, ou seja, não são considerados locais
externos sem fonte artificial. Essa exposição é medida por meio do Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo
(IBUTG) que é calculada de duas formas: para ambientes internos ou externos sem carga solar (Eq. 1)e ii) para
o ambiente externo com carga solar (Eq. 2), determinadas pela NHO-06 (2017).
IBUTG=0,7×tbn+0,3×tg
IBUTG=0,7×tbn+0,1×tbs+0,2×tg
(1)
(2)
No qual, tbn representa a temperatura de bulbo úmido natural em °C, tg a temperatura de globo em °C e
tbs a temperatura de bulbo seco (temperatura do ar) em °C.
Em situações que os colaboradores estão expostos a diferentes sensações térmicas, o valor do Índi-
ce de Bulbo Úmido Termômetro de Globo médio ponderado no tempo, em uma hora ou 60 minutos corridos
( IBUTG ), indicado na Eq. 3 deve ser calculado. Entretanto, quando a sensação térmica é única IBUTG =IBUTG .
IBUTG × t +IBUTG × t +...+IBUTG× t +...+IBUTG × t
12
IBUTG = 1 1 2 2 i i n n
60
( 3 )
Onde, IBUTGi [°C] é o valor do IBUTG na situação i; ti [min] é o tempo total que o colaborador está exposto
a situação i considerando um período de 60 minutos, sendo ele o mais desfavorável; n é a quantidade de si-
tuações térmicas evidenciadas (NHO-06, 2017).
o ,destacados no Quadro 1
,é representado na Figura
3. É uma correlação da Taxa de Metabolismo Média
( M ) e o Valor Máximo de IBUTG e é possível verificar
que conforme o valor máximo permitido para o IBUTG
aumenta, a Taxa de Metabolismo Média ( M ) do traba-
lho diminui, ou seja, o aumento do calor no ambiente
de trabalho reduz a capacidade ou energia corporal
influenciando o esforço físico e capacidade do traba-
lhador na atividade que está sendo executada.
Figura 3: Relação entre o IBUTGMAX
e Taxa Metabólica Média
A NR 15 (2019) determina os limites de tolerância
para a exposição ao calor, que são representados
pelo IBUTGMAX
no Quadro 1
, conforme a taxa metabó-
lica média calculada por meio da Eq. 4. Para as situa-
ções quando a atividade é única se obtem que M =M.
M1× t1 +M2× t2 +...+Mi× ti +...+Mn× tn
60
M = ( 4 )
10
Na qual, Mi [W] é o valor da taxa metabólica na
atividade i; ti [min] é o tempo total que o colaborador
realiza a atividade i considerando um período de 60
minutos, sendo ele o mais desfavorável; m é a quanti-
dade de atividades evidenciadas (NHO-06, 2017).
A própria NR 15 (2019) no seu anexo destaca os
valores das taxas metabólicas de cada atividade
exercida (M1) - Quadro 2. Assim, com o valor da taxa
metabólica média ( M ) estabelecido por meio da ati-
vidade realizada é possível identificar o limite de tole-
rância para o ambiente de trabalho analisado confor-
me a Quadro 1
.
Observa-se que o comportamento dos Limites
de Tolerância com relação a Taxa de Metabolismo e
M [W] IBUTGMAX
[°C] M [W] IBUTGMAX
[°C] M [W] IBUTGMAX
[°C]
152 31,6 283 28,5 526 25,4
155 31,5 289 28,4 537 25,3
158 31,4 294 28,3 548 25,2
161 31,3 300 28,2 559 25,1
165 31,2 306 28,1 570 25
168 3
1
,
1 313 28 582 24,9
1
7
1 3
1 319 27,9 594 24,8
175 30,9 325 27,8 606 24,7
178 30,8 332 27,7
182 30,7 339 27,6
Fonte: NR-15,Anexo 03 (2019).
Quadro 1- Limite de Exposição Ocupacional ao Calor
M [W] IBUTGMAX [°C] M [W] IBUTGMAX [°C] M [W] IBUTGMAX [°C]
100 33,7 186 30,6 346 27,5
102 33,6 189 30,5 353 27,4
104 33,5 193 30,4 360 27,3
106 33,4 197 30,3 367 27,2
108 33,3 201 30,2 374 27,1
110 33,2 205 30,1 382 27
1
1
2 33,1 209 30 390 26,9
115 33 214 29,9 398 26,8
1
1
7 32,9 218 29,8 406 26,7
119 32,8 222 29,7 414 26,6
122 32,7 227 29,6 422 26,5
124 32,6 231 29,5 431 26,4
127 32,5 236 29,4 440 26,3
129 32,4 241 29,3 448 26,2
132 32,3 246 29,2 458 26,1
135 32,2 251 29,1 467 26
137 32,1 256 29 476 25,9
140 32 261 28,9 486 25,8
143 31,9 266 28,8 496 25,7
146 31,8 272 28,7 506 25,6
149 31,7 277 28,6 516 25,5
Quadro 1-Limite de Exposição Ocupacionalao Calor (continuação)
11
ATIVIDADE
Taxa
metabólica
(W)
Trabalho moderado com as mãos 180
Trabalho pesado com as mãos 198
Trabalho leve com um braço 189
Trabalho moderado com um braço 225
Trabalho pesado com um braço 261
Trabalho leve com dois braços 243
Trabalho moderado com dois braços 279
Trabalho pesado com dois braços 315
Trabalho leve com o corpo 351
Trabalho moderado com o corpo 468
Trabalho pesado com o corpo 630
EM PÉ, EM MOVIMENTO
Andando no plano
1. Sem carga
2 km/h 198
3 km/h 252
4 km/h 297
5 km/h 360
12
Quadro 2 - Taxas Metabólica por Tipo de Atividade
ATIVIDADE
Taxa
metabólica
(W)
SENTADO
Em repouso 100
Trabalho leve com as mãos 126
Trabalho moderado com as mãos 153
Trabalho pesado com as mãos 1
7
1
Trabalho leve com um braço 162
Trabalho moderado com um braço 198
Trabalho pesado com um braço 234
Trabalho leve com dois braços 216
Trabalho moderado com dois braços 252
Trabalho pesado com dois braços 288
Trabalho leve com braços e pernas 324
Trabalho moderado com braços e pernas 441
Trabalho pesado com braços e pernas 603
EM PÉ, AGACHADO OU AJOELHADO
Em repouso 126
Trabalho leve com as mãos 153
Quadro 2-Taxas Metabólica por Tipo de Atividade (continuação)
ATIVIDADE
Taxa
metabólica
(W)
2. Com carga
10 kg, 4 km/h 333
30 kg, 4 km/h 450
Correndo no plano
9 km/h 787
12 km/h 873
15 km/h 990
Subindo rampa
1. Sem carga
com 5° de inclinação, 4 km/h 324
com 15° de inclinação, 3 km/h 378
com 25° de inclinação, 3 km/h 540
2. Com carga de 20kg
com 15° de inclinação, 4 km/h 486
com 25° de inclinação, 4 km/h 738
Descendo rampa (5 km/h) sem carga
com 5° de inclinação 243
com 15° de inclinação 252
com 25° de inclinação 324
13
Quadro 2-Taxas Metabólica por Tipo de Atividade (continuação) Quadro 2-Taxas Metabólica por Tipo de Atividade (continuação)
ATIVIDADE
Taxa
metabólica
(W)
Subindo escada (80 degraus por minuto - altura do degrau
de 0,17m)
Sem carga 522
Com carga (20 kg) 648
Descendo escada (80 degraus por minuto - altura do
degrau de 0,17 m)
Sem carga 279
Com carga (20 kg) 400
Trabalho moderado de braços
(ex.: varrer, trabalho em almoxarifado)
320
Trabalho moderado de levantar ou empurrar 349
Trabalho de empurrar carrinhos de mão, no
mesmo plano, com carga
391
Trabalho de carregar pesos ou com
movimentos vigorosos com os braços
(ex.: trabalho com foice)
495
Trabalho pesado de levantar, empurrar
ou arrastar pesos (ex.: remoção com pá,
abertura de valas)
524
Fonte: NR-15,Anexo 03 (2019).
4
EXPOSIÇÃO AO CALOR NOS
AMBIENTES DE TRABALHO
A seguir, destacamos os procedimentos, os parâmetros estabelecidos e as medidas adotadas em dife-
rentes ambientes de trabalho que foi realizada uma análise de exposição térmica. Os ambientes de trabalho
analisados são a indústria madeireira (ZINELLI et al., 2017), pedreira (MELO; SCHRAGE; IRAMINA, 2015), companhia
energética (OLIVEIRA; PESSOA, 2006) e lavanderia hospitalar (FLESCH, 2003).
4.1 - EstresseTérmicoCausado em OperadordeCaldeirana IndústriaMadereira
O estresse térmico causado em operadores de caldeiras é descrito a partir do trabalho realizado por
ZINELLI et al. (2017), que aborda o estudo realizado em três empresas madeireiras que fazem uso de caldeiras. O
estudo foi realizado utilizando as medições do Índice de bulbo úmido termômetro de globo (IBUTG) por meio do
medidor de estresse térmico adotado (TGD-200 da marca Instrutherm) e conforme estabelecido pela NHO – 06
(2017).
Zinelli et al. (2017)citam que no procedimento de medição da temperatura foi considerado que entre cada
medida houve um intervalo de no mínimo 20 minutos e cinco leituras foram realizadas para cada medida com
o objetivo de tornar, respectivamente, o termômetro e o valor obtido estável e confiável.
Os valores de IBUTG obtidos pelo estudo, considerando ambiente interno e sem carga solar, para cada
uma das empresas foram: 29,08°C, 30,03°C e 30,96°C. Neste caso, foi necessário determinar a taxa de meta-
14
A Avaliação do Índice de Estresse Térmico em
uma Pedreira Localizada no Sudeste de Minas Gerais é
caracterizada em cinco ambientes diferentes da pe-
dreira: área de britagem, bancadas para perfuração
de rocha, cabine de escavadeira e de caminhão e na
portaria onde há a pesagem dos caminhões, medindo
o IBUTG (conforme NHO-06), analisando as atividades
realizadas e entrevistando os colaboradores (MELO;
SCHRAGE; IRAMINA, 2015).
Melo et al. (2015) destacam que as medições fo-
ram realizadas por meio do medidor de estresse tér-
mico TGD-200 da marca Instrutherm em um dia sem
chuva, com sol e temperatura média de 21,5°C, e as
áreas para o objeto de estudo, citadas anteriormente
foram determinadas por serem as que provavelmen-
te teriam alto índice de estresse térmico por serem
desenvolvidas direto no sol.
bolismo por meio da atividade realizada e, segundo o
artigo, o operador de caldeira exerce trabalho inter-
mitente e com descanso no próprio local de trabalho,
sendo considerado como trabalho pesado. Essas ca-
racterísticas determinam que o valor máximo de IBU-
TG deve ser 26,70°C.
Na avaliação do ambiente de trabalho foi iden-
tificado que o valor do IBUTG obtido nas empresas foi
maior quando comparado com o permitido pela Nor-
ma Regulamentadora 15(NR-15). Logo, é sugerido pelo
estudo que o regime de trabalho seja alterado (con-
siderando a adoção de tempo de descanso) ou o uso
de Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) e Equi-
pamentos de Proteção Coletiva (EPC’s).
4.2- Avaliação doÍndicede Estresse
Térmico em uma Pedreira
15
Na pesquisa intitulada de “A Influência do Índice
de Bulbo Úmido Termômetro de Globo (IBUTG) na Per-
da de Peso de Eletricistas do Grupo de Manutenção de
Linhas Energizadas da Companhia Energética de Ala-
goas (CEAL)”, publicada por OLIVEIRA e PESSOA (2006), é
avaliada a correlação entre a perda de peso dos cola-
boradores que realizam a manutenção das linhas de
69kV (tensão) e o Índice de Bulbo Úmido Termômetro
de Globo (IBUTG).
Esse ambiente consiste em realizar a manuten-
ção nas linhas sem a suspensão da energia (ELETRO-
BRÁS, 1982) o intervalo de descanso é definido con-
forme a percepção do supervisor, ou seja, não são
considerados os índices de exposição do trabalhador
ao calor (ELETROBRÁS, 1998).
O trabalho pode ser realizado de três formas: o
ativo, no qual o colaborador, sozinho, vai com roupa
isolante até o local da manutenção, o passivo, em que
As medições foram realizadas após o tempo de
estabilização de 25 minutos com leituras respeitando o
intervalo de um minuto com critério de parada a osci-
lação menor que 0,1°C em três leituras seguidas. A taxa
de metabolismo (M) também foi calculada seguindo
os quadros presentes na Norma NHO-06. Com os valo-
res obtidos para cada tipo de atividade foi calculado a
média ponderada do IBUTG ( IBUTG ) e do M ( M ) para
um tempo de 60 minutos.
No trabalho de campo conduzido na pedreira
foi identificado que o IBUTG não ultrapassou o limite
destacado pelas Norma Regulamentadora 15 (NR-15)
nos postos de trabalho analisados, porém, sugere-se
a adoção de intervalos de descanso, modificações na
cabine do operador da área de britagem e na parte de
perfuração indica-se no estudo a aquisição de uma
cabine móvel de tela para proporcionar o descanso
sem exposição ao sol.
4.3- A Perda de Peso de Eletricistas
na Manutenção em Linha Viva
19
Figura 4: Relação entre a Perda de Peso e o IBUTG
o colaborador é deslocado até o ponto para a realiza-
ção do trabalho com o auxílio da equipe e o método
misto que é a combinação dos dois anteriores (OLIVEI-
RA; PESSOA, 2006).
Os colaboradores utilizam roupas de algodão,
sendo calça e camisa de mangas curtas e no caso
dos dois últimos métodos apresentados acima, faz-se
necessário também, o uso de uma vestimenta condu-
tiva.
Com o objetivo de identificar se há a correlação
entre os quesitos Perda de Peso e o IBUTG, foram rea-
lizados analises estatísticas e conforme a Figura 4 foi
17
verificado que há estreita relação entre a perda de
peso corporal e o IBUTG (OLIVEIRA; PESSOA, 2006), as-
sim, o aumento do IBUTG contribui com a diminuição
do peso do indivíduo. E,a perda de peso corporal pode
causar danos à saúde do colaborador que, combina-
da com a exposição ao calor gerando armazenamen-
to do mesmo podem provocar insolação e até mesmo
levar a óbito (OLIVEIRA; PESSOA, 2006).
Figura 6: Calandras
Fonte: FLESCH (2003)
Flesch (2003) destaca que houveram medidas de
temperatura menores no rolo de entrada da calandra
do que no de saída e isso é justificado pelo sistema de
blindagem instalado na entrada. No trabalho também
é identificado que há falhas no sistema de vapor da
calandra, tanto na parte que apresenta isolação tér-
mica quanto na parte que não tem. Além disso, foi ve-
rificado que não há equipamentos de exaustão para
retirada do vapor gerado pelo processo.
A Avaliação do Conforto e Stress Térmico em
uma Lavanderia Hospitalar (FLESCH, 2003), é proposta
com o objetivo de analisar, no Hospital Universitário de
Porto Alegre, a roupa hospitalar utilizada pelos traba-
lhadores em relação ao conforto térmico.
O início do projeto foi pautado no resultado obti-
do três meses antes pelo Setor de Segurança do Tra-
balho que identificou índices IBUTG acima dos limites
de tolerância da NR-15(2018).A partir disso, o ambiente
com a maior necessidade de intervenção e por con-
sequência o de objeto de estudo do trabalho condu-
zido na Lavanderia Hospitalar, está localizado no final
do processo onde as roupas são dobradas. Isso ocor-
re devido à proximidade das calandras que secam e
passam a roupa (Figura 5).
4.4- AvaliaçãodoConfortoeStressTérmicoem uma LavanderiaHospitalar
18
A pesquisa intitulada de “Avaliação ocupacional
quantitativa das temperaturas extremas em um la-
boratório acadêmico: os reflexos da exposição para
a saúde dos trabalhadores” (GOMES et al., 2018) tem o
objetivo de avaliar um laboratório de processamen-
to de leite em relação à exposição dos colaboradores
a temperaturas extremas, visto que, neste material o
foco será o calor.
As medições foram realizadas utilizando o Medi-
dor de Estresse Térmico em um regime de trabalho de
segunda à sexta durante o dia, considerando no má-
ximo três horas de trabalho por período (GOMES et al.,
2018). Entretanto, conforme Gomes et al. (2018), para a
análise da exposição ao calor foi determinado o tem-
po de uma hora que corresponde a produção do io-
gurte.
O Medidor foi posicionado na altura do tórax do
colaborador, visto que, o mesmo está exposto a mais
de um equipamento (GOMES et al., 2018)e assim, o po-
Os impactos nos trabalhadores em uma lavan-
deria hospitalar foram calculados a partir dos índices
PMV, PPD, TSEN (dois nós) e DISC (dois nós) para anali-
sar o conforto térmico e o HSI e o SWreq para o
stress térmico. A partir da medição térmica do
ambiente de trabalho foram sugeridas a adoção de
um sistema de exaustão com o objetivo de retirar o
vapor d’água produzido na secagem das roupas, e
de blindagem com policarbonato nos pontos
quentes da calandra a fim de evitar a percepção
desse aquecimento. Esse material foi escolhido por
permitir a visualização do rolo (critério considerado
pelos colaboradores) (FLES- CH, 2003).
A implantação da blindagem e o sistema de
exaustão e,os novos cálculos do IBUTG,demonstraram
que o ambiente não seria mais considerado insalubre,
ou seja, o limite de tolerância não foi ultrapassado. As-
sim, houve redução no índice de pessoas insatisfeitas
com as condições térmicas.
4.5- LaboratórioAcadêmico
19
permitido utilizando o Quadro 2. Assim, o limite de to-
lerância para o ambiente de trabalho estudado é de
30,5 °C e o IBUTG médio calculado (Eq.4) foi de 30,075,
ou seja, em relação ao calor a atividade não é consi-
derada insalubre (GOMES et al.,201
8).
Por fim, foi verificado que o tempo de descanso,
o uso de EPI e a rotatividade dos trabalhados durante
o período de trabalho são respeitados (GOMES et al.,
2018).
20
sicionamento do equipamento foi definido conforme
a NHO-06 (2017) considerando o fato de não ser uma
exposição bem definida.
Segundo Gomes et al. (2018), o trabalho exercido
é classificado como moderado no qual os colabora-
dores trabalham de pé utilizando máquinas ou banca-
das e apresentam alguma movimentação, resultando
em uma taxa metabólica de 175Kcal/h (Mt) conforme
o Quadro 1
.O ambiente de trabalho é um laboratório
com ar condicionado e iluminação artificial, ou seja,
não há exposição direta ao sol e, há um local próprio
para o descanso, seguindo o regime de 45 minutos
de trabalho e 15 minutos de descanso (GOMES et al.,
2018). Como o descanso é destinado à realização de
atividades leves que envolvem a movimentação dos
braços e pernas, foi considerado a taxa metabólica
de 150Kcal/h (Md) (GOMES et al., 2018), também obtida
pelo Quadro 1
.
Conforme apresentado por Gomes et al.(2018), a
taxa metabólica média foi calculada por meio da Eq. 3
para que fosse possível determinar o IBUTG máximo
APLICATIVOS PARA MEDIÇÃO DO CALOR
5
ção do colaborador ao calor considerando o trabalho
com carga solar direta com o objetivo de possibilitar
a adoção de medidas de controle para amenizar a si-
tuação, disponível na Google Play.
Figura 6: Aplicativos para a Análise Térmica
A utilização da tecnologia para o monitoramento
da exposição do colaborador ao calor facilita medi-
ção dos valores necessários para as análises, como
por exemplo, o Medidor de Estresse Térmico com ta-
manho considerável e que envolve custos de aquisi-
ção pode ser facilmente substituído por um aplicativo.
Além disso, a tecnologia permite realizar previsões, o
que possibilita tomar decisões antecipadamente.
Existem aplicativos que facilitam a obtenção de
dados relacionados à exposição do calor ou até mes-
mo a medição desse agente. Um exemplo é o OSHA
NIOSH Heat Safety Tool (Figura 6) que verifica índice de
calor em tempo real, incluindo previsões e localização
dos mesmos, e também, apresenta recomendações
de segurança e saúde ocupacional (OSHA, 2019).
A FUNDACENTRO também desenvolveu o apli-
cativo Monitor IBUTG (Figura 6) que verifica a exposi- Fonte: Google Play (2019)
OSHA NIOSH
Heat Safety Tool
Monitor Ibutg
24
6
22
AÇÕES PREVENTIVAS E CORRETIVAS
sição; informação e capacitação dos trabalhadores;
e acompanhamento médico, conforme destacado
pela FUNDACENTRO.
Nas atividades industriais que após a adoção
das medidas preventivas, o IBUTG continua acima
dos limites de exposição estabelecidos pelas Normas
Regulamentadoras ou agências é necessário adotar
medidas corretivas que no mínimo eliminem ou redu-
zam a radiação térmica de fontes geradoras nos am-
bientes de trabalho.
É recomendado também melhorar o sistema
de ventilação do ar, reduzir a temperatura do ar e da
umidade e projetar postos de trabalhos e/ou layout
mais adequado. Além disso, programar a alternância
com atividades ou operações que gerem os maiores
níveis de exposição com outras que não apresentam
níveis de exposição ao calor.
Para reduzir o desconforto térmico é necessário
prevenir, controlar e avaliar o risco decorrente da
exposição ao calor. Especificamente, as indústrias de-
vem adotar medidas de prevenção e controle para
eliminar efeitos adversos à saúde do trabalhador.
Entre as principais medidas ou recomendações
que podem ser adotadas nos ambientes internos e
externos pelos profissionais da área de Segurança e
Saúde do Trabalho para reduzir ou eliminar a exposi-
ção ao calor, estão: promover a aclimatação dos tra-
balhadores expostos ao calor, disponibilizar bebidas
frescas e com reposição suficiente de água potável.
Além disso, fornecimento de vestimentas de trabalho
adaptadas ao tipo de exposição e à natureza da ativi-
dade; programação dos trabalhos, especialmente os
mais pesados, nos períodos com condições térmicas
mais amenas; permissão da autolimitação da expo-
Faz-se necessário que os empresários tenham
consciência dos riscos à exposição ao calor a fim de
que as organizações se adaptem as normas e por
consequência, previnam a saúde do colaborador
(ZINELLI et al., 2017). Neste caso, podem ser introduzidas
mudanças organizacionais ou administrativas como,
por exemplo, introdução de pausas para recuperação
térmica; manutenção de local para descanso com
condições térmicas mais amenas; acompanhamento
médico e monitoramento fisiológico do trabalhador.
Lembrando que estabelecer um EPC (Equipa-
mento de Proteção Coletiva) em várias situações não
é suficiente, portanto, deve-se adotar EPI’s (Equipa-
mento de Proteção Individual) como o uso de roupas
claras, aventais ou jalecos em material refletivo e iso-
lantes (OLIVEIRA; PESSOA, 2006), luvas térmicas, óculos
de proteção, máscara de proteção. É recomendada
também, a implantação de intervalos regulares de re-
pouso para reduzir o estresse térmico (MELO; SCHRA-
GE; IRAMINA, 2015).
23
REFERÊNCIAS
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-activity/documents/>. Acesso em: 28 Out. 2019.
ELETROBRÁS. Manutenção e Operação de Sistemas de Distribuição. Rio de Janeiro: Campus, 1982.
ELETROBRÁS. Perdas no Sistema Elétrico - Seminário Internacional de Combate ao Desperdício de Energia Elétrica - EFFICIENTIA
98.Rio de Janeiro, 1998.
Escola Nacional da Inspeção do Trabalho (ENIT). Norma Regulamentadora 09. Disponível em: <https://enit.trabalho.gov.br/portal/
images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-09.pdf>. Acesso em: 05 de Ago. 2019.
Escola Nacional da Inspeção do Trabalho (ENIT). Norma Regulamentadora 15.Disponível em: <https://enit.trabalho.gov.br/portal/
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.Acesso em: 05 Ago. 2019.
Escola Nacional da Inspeção do Trabalho (ENIT). Norma Regulamentadora 16.Disponível em: <https://enit.trabalho.gov.br/portal/
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FLESCH, J. B. Avaliação do Conforto e Stress Térmico em uma Lavanderia Hospitalar. Rio Grande do Sul: Liberato, 2003. Disponível
em: <http://www.liberato.com.br/sites/default/files/arquivos/Revista_SIER/v.%204%2C%20n.%204%20%282003%29/1.%20AVALIA%C7%-
C3O%20DO%20CONFORTO%20E%20STRESS%20T%C9RMICO%20EM%20UMA.pdf>. Acesso em: 26 de Set. de 2019.
FUNDACENTRO. Monitor IBUTG. Disponível em: <https://play.google.com/store/apps/details?id=br.fundacentro.gov.sobrecargater-
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GOMES, et al. Avaliação ocupacional quantitativa das temperaturas extremas em um laboratório acadêmico: os reflexos da
exposição para a saúde dos trabalhadores. Paraíba: Revista Principia, 2018.Disponível em: <http://200.129.77.71/index.php/principia/
article/download/2081/1035>. Acesso em: 28 Out. 2019.
INSTRUTHERM. Manual de Instruções. São Paulo: Instrutherm Instrumento de Medição Ltda, 2016. Disponível em: <https://www.instru-
therm.net.br/media /catalog/product/t/g/tgd-200_vers_pdf.pdf>. Acesso em: 28 Out. 2019.
INSTRUTHERM. Manual de Instruções. São Paulo: Instrutherm Instrumento de Medição Ltda, 2015. Disponível em: <https://www.instru-
therm.net.br/media/catalog/product/t/g/tgd-400_vers_1p_g.pdf>. Acesso em: 10Jan. 2020.
MELO, O.M; SCHRAGE M.W.; IRAMINA, W.S. Avaliação do Índice de Estresse Térmico em uma Pedreira Localizada no Sudeste de Minas
Gerais. Minas Gerais: Associação Brasileira de Tratamento de Minérios e Metalurgia Extrativa, 2015. Disponível em: <https://www.ar-
tigos.entmme.org/download/2015/pr%C3%81tica_operacional_em_plantas_de_tratamento_de_min%C3%89rios_e_metalurgia_ex-
trativa/MELO%20J%C3%9ANIOR,%20O.M._SCHRAGE,%20M.W._IRAMINA,%20W.S.%20-%20AVALIA%C3%87%C3%83O%20DO%20%C3%8DNDI-
CE%20DE%20ESTRESSE%20T%C3%89RMICO%20EM%20UMA%20PEDREIRA%20LOCALIZADA%20NO%20SUDESTE%20DE.pdf>. Acesso em: 26 de
Set. de 2019.
OLIVEIRA, R.F.A.de; PESSOA, V. M.do N.A Influência do Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo (Ibutg) na Perda de Peso de Ele-
tricistas do Grupo de Manutenção de Linhas Energizadas da Companhia Energética de Alagoas (CEAL). Santa Catarina: Produção
Online, 2006. Disponível em: <https://producaoonline.org.br/rpo/article/view/90/99>. Acesso em: 26 de Set. de 2019.
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VERGARA.L.G.L.. Análise das condições de conforto térmico de trabalhadores da unidade de terapia intensiva do hospital uni-
versitário de Florianópolis. Santa Catarina: Dissertação de Mestrado, 2001. Disponível em: <http://repositorio.ufsc.br/xmlui/hand-
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WASTERLUND, D.S. A Review of Heat Stress Research with Application to Forestry. 1998.Elsevier Science Ltda. Applied Ergonomics Vol
29 nº3 pp. 179-183
ZINELLI, et al.. Avaliação do Estresse Térmico causado em Operador de Caldeira: Um estudo sobre a Saúde no Ambiente Laboral.
Pernambuco: Id on Line,2017.Disponível em: <https://idonline.emnuvens.com.br/id/article/view/830/1191>. Acesso em: 26 de Set. de 2019.

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  • 2. CONCEITO DE CALOR 2 1 das atividades ou operações industriais. Para Vergara (2001) o conforto térmico é representado por um am- biente adequado que propicie a satisfação térmica do homem, aumentando a produtividade e a conserva- ção de energia. Há também, o estresse térmico que é definido como problema relacionado a perda de ca- lor em excesso para o ambiente (WASTERLUND, 1998). Em relação à exposição ao calor, é avaliada por meio do Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Glo- bo (IBUTG) que considera a temperatura, a velocida- de, umidade do ar e o calor radiante (NHO-06, 2017). Já a Taxa Metabólica (M) é determinada conforme a atividade física exercida pelo colaborador e indica o quanto de energia é produzida no corpo humano por tempo (NHO-06). Há também os índices Voto Médio Estimado (PMV), Porcentagem de Pessoas Insatisfeitas (PPD), O agente ocupacional calor é originado por ra- diação, convecção ou condução (ZINELLI et al., 2017). Além disso, Kroemer e Grandjean (2005) citam que a produção de calor pelo próprio organismo do traba- lhador, devido a atividade física, pode ocasionar o au- mento da temperatura corporal à níveis que causem danos à saúde (ZINELLI et al., 2017). Com a determinação do Grupo de Exposição Si- milar (GES) ou Grupo Homogêneo de Exposição (GHE) são identificados os trabalhadores que desenvol- vem atividades semelhantes com iguais exposições ao calor, assim, não se faz necessária a avaliação da exposição ao calor de todos os trabalhos realizados no ambiente industrial. Exceto, em casos que existam dúvidas em relação ao GES (NHO-06, 2017) Existem estudos relacionados ao conforto tér- mico dos trabalhadores durante o desenvolvimento
  • 3. que o IBUTG (médio) medido ultrapassar os limites de exposição ocupacional estabelecidos com base no Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo apresentados no Quadro 1(IBUTGMAX) e determinados a partir da taxa metabólica ( M) das atividades, apre- sentadas no Quadro 2”,destacados neste eBook. O tipo de atividade determina o adicional a ser recebido sobre o salário sem considerar bonificações extras. Assim, em ambientes insalubres há um au- mento de 40% no caso de insalubridade máxima, 20% para grau médio e 10%para grau mínimo (NR-15, 2019). Já em operações perigosas, a periculosidade garante um acréscimo de 30% e se o colaborador tiver direito à insalubridade, o mesmo pode optar pela aquisição (NR-15,2019). TSEN (dois nós), DISC (dois nós), HSI (Índice de Stress Tér- mico) e SWREQ (Índice da Taxa Requerida de Suor). O PMV que determina a média da sensação térmica dos trabalhadores está relacionado com o PPD que indica a porcentagem das pessoas insatisfeitas com o am- biente em relação a temperatura (ROCHA et al., 2018). E, com relação as unidades de medida, confor- me a NHO 06 (2017), o IBUTG e o IBUTG (médio) são re- 6 presentados em [°C], M e M em [kcal/h] ou em [W], no qual 1xM [kcal/h] corresponde à 0,859845 xM [W]. É importante ressaltar que, um ambiente é considerado insalubre quando o mesmo causa da- nos à saúde (ARAVANIS, 2019), ou seja, quando o nível do agente ultrapassa o limite de tolerância, que é de- finido como as quantidades máximas de exposição permitidas para o calor a fim de não causar danos ao trabalhador (NR-15, 2019). A NR 15 (2019) – Anexo 3, item 2.3 destaca que “são caracterizadas como insalubres as atividades ou operações realizadas em ambientes fechados ou ambientes com fonte artificial de calor sempre
  • 4. 2 PROCEDIMENTOS DE MEDIÇÃO Se a exposição ao calor for eventual, a mesma deve ser desconsiderada, conforme o Anexo 3 da NR- 15(2019).Caso contrário, deve-se medir a temperatura de bulbo úmido (tbn) e a temperatura de globo (tg) e assim, calcular o IBUTG sem carga solar, conforme a Eq. 1 ,e quando há presença de carga solar, faz-se necessário medir a temperatura de bulbo seco (tbs) e obter o IBUTG por meio da Eq. 2. Nos ambientes em que há mais de uma sensa- ção térmica, o IBUTG médio é calculado utilizando a Eq. 3 e quando há apenas uma sensação térmica o IBUTG médio é o próprio IBUTG. Após isso, faz-se necessário identificar as atividades realizadas e com isso, definir o valor da Taxa Metabólica (M) conforme o Quadro 2. Assim como o IBUTG, se for constada mais de uma atividade sendo realizada a taxa metabólica média é calculada utilizando a Eq. 4 e quando há apenas uma 2.1- Visão do Processo de Medição A Figura 1destaca uma visão das atividades con- sideradas no processo de medição do calor. É um fluxo de atividades construído a partir das informações dis- poníveis no Anexo N.º 3 da NR-15 (2019). O processo de medição é iniciado com o registro de informações so- bre o regime de trabalho (horas trabalhadas, tempo de descanso, ambiente em relação a exposição ao sol). A NR 15(2019) – Anexo 3, item 2.4, cita que “o Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo Médio (( IBUTG ) - e a Taxa Metabólica Média – ( M )), a serem considerados na avaliação da exposição ao calor, devem ser aqueles que, obtidos no período de 60 (sessenta) minutos cor- ridos, resultem na condição mais crítica de exposição”. 4
  • 5. atividade a taxa metabólica média é a própria taxa metabólica. Com o objetivo de verificar o valor do IBUTG mé- dio calculado, o limite de tolerância (IBUTG médio má- ximo) é identificado por meio do Quadro 1consideran- do a taxa metabólica média calculada anteriormente. Assim, o IBUTG médio é comparado com o IBUTG mé- dio máximo. Nas situações em que o IBUTG ultrapassa os li- mites de tolerância é necessário realizar as ações de melhoria e considerar o ambiente como insalubre. Já em ambientes que não apresentam valores acima do permitido, caracterizá-lo como não insalubre. O laudo técnico deve ser emitido e o procedimento de medi- ção do calor deve ser realizado até as medições esta- rem abaixo do limite de tolerância. 5
  • 6. Figura 2:Modelagem do Processo de Medição do Calor 6
  • 7. cálculo de IBUTG interno e externo (INSTRUTHERM, 2019). Entretanto, o próprio fabricante também apresenta um modelo que atende a revisão da NHO-06 (2017) – Mode- lo TGD-400 (Instrutherm,2019) – Figura 2. Figura 2:Medidor de Estresse Térmico Fabricante: Instrutherm Fonte: Instrutherm (2019). Os procedimentos de medição apresentados neste item são realizados por meio de dispositivos convencionais ou eletrônicos, desde que equivalen- tes, e conforme descritos pela NHO-06 (2017). O IBUTG é obtido por meio da medição da Tem- peratura de Bulbo Úmido Natural (tbn), Temperatura de Globo (tg) e a Temperatura de Bulbo Seco (tbs) e, conforme a NHO-06 (2017) há um dispositivo específico para cada um desses parâmetros, porém, todos po- dem ser obtidos por meio de um medidor de estresse térmico. É importante ressaltar que, a leitura da tempe- ratura do Bulbo Seco só precisa ser realizada obrigato- riamente quando há carga solar direta (NHO-06,2017). O medidor de estresse térmico considerado e mais citado nos trabalhos conduzidos por pesquisado- res e profissionais da área de Segurança e Saúde do Trabalho em campo é o TGD-200 da marca Instrutherm (Figura 2). Esse dispositivo apresenta os valores de Bul- bo Seco, Bulbo Úmido, Temperatura de Globo e efetua o 2.2- Instrumentos de Medição de Temperatura 7
  • 8. cada pela mensagem LOW BAT, que demora entre 14e 16 horas, conforme as recomendações do fabricante (INSTRUTHERM, 2019). Para o Modelo TGD – 400, é citado que “o medi- dor de stress térmico TGD-400 disponibiliza a função datalogger. É fácil de operar e efetua uma medição rápida e precisa do IBUTG. Utilizando um sensor de bul- bo seco mede a temperatura ambiental, o sensor de bulbo úmido avalia a taxa de evaporação indicando os efeitos da umidade no indivíduo e o globo térmi- co promove uma indicação da exposição ao calor do indivíduo devido à luz direta e aos outros objetos radiantes de calor no ambiente. O medidor converte essas medições para um número mais simplificado IBUTG. Esse índice pode ser usado em conjunto com a norma desenvolvida por ACGIH, Marinha america- na, EPRI, ISO e outros. Usando esse medidor em conjun- to com qualquer uma dessas normas possibilita que você determine um regime apropriado de trabalho e descanso” (INSTRUTHERM, 2020). quem e a necessidade de carregar a bateria é indi- 8 No Manual de Instruções do Modelo TGD – 200 é destacado que com o aparelho desligado e com o objetivo de estabilizar o equipamento é necessá- rio aguardar 25 minutos para o início das medições. Se houver uma fonte principal de geração de calor, posicionar o dispositivo com os sensores na posição vertical e na direção da fonte. E com relação à altura, se há uma parte do corpo mais atingida o aparelho deve ser colocado na mesma região, caso contrário, na altura do tórax. Outra recomendação é realizar a verificação do recipiente que contém água, visto que, a mesma deve ser destilada a fim de evitar erros de leitura e oxidação (INSTRUTHERM, 2019). Com relação as leituras, são necessárias no mí- nimo três, sendo que, as três últimas leituras não po- dem ter oscilações maiores que 0,1ºC e, ao final de to- das as medições, o valor obtido deve ser a média das três últimas (INSTRUTHERM, 2019). Considerando o equipamento, a tecla H (Hold) faz com que as leituras no mostrador não se modifi-
  • 9. 3 NÍVEIS PADRONIZADOS NO AMBIENTE DE TRABALHO A Norma Regulamentadora 15(NR 15,2019) estabelece limites de tolerância para determinar a exposição permitida ao calor em ambientes internos ou com fonte artificial de calor, ou seja, não são considerados locais externos sem fonte artificial. Essa exposição é medida por meio do Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo (IBUTG) que é calculada de duas formas: para ambientes internos ou externos sem carga solar (Eq. 1)e ii) para o ambiente externo com carga solar (Eq. 2), determinadas pela NHO-06 (2017). IBUTG=0,7×tbn+0,3×tg IBUTG=0,7×tbn+0,1×tbs+0,2×tg (1) (2) No qual, tbn representa a temperatura de bulbo úmido natural em °C, tg a temperatura de globo em °C e tbs a temperatura de bulbo seco (temperatura do ar) em °C. Em situações que os colaboradores estão expostos a diferentes sensações térmicas, o valor do Índi- ce de Bulbo Úmido Termômetro de Globo médio ponderado no tempo, em uma hora ou 60 minutos corridos ( IBUTG ), indicado na Eq. 3 deve ser calculado. Entretanto, quando a sensação térmica é única IBUTG =IBUTG . IBUTG × t +IBUTG × t +...+IBUTG× t +...+IBUTG × t 12 IBUTG = 1 1 2 2 i i n n 60 ( 3 ) Onde, IBUTGi [°C] é o valor do IBUTG na situação i; ti [min] é o tempo total que o colaborador está exposto a situação i considerando um período de 60 minutos, sendo ele o mais desfavorável; n é a quantidade de si- tuações térmicas evidenciadas (NHO-06, 2017).
  • 10. o ,destacados no Quadro 1 ,é representado na Figura 3. É uma correlação da Taxa de Metabolismo Média ( M ) e o Valor Máximo de IBUTG e é possível verificar que conforme o valor máximo permitido para o IBUTG aumenta, a Taxa de Metabolismo Média ( M ) do traba- lho diminui, ou seja, o aumento do calor no ambiente de trabalho reduz a capacidade ou energia corporal influenciando o esforço físico e capacidade do traba- lhador na atividade que está sendo executada. Figura 3: Relação entre o IBUTGMAX e Taxa Metabólica Média A NR 15 (2019) determina os limites de tolerância para a exposição ao calor, que são representados pelo IBUTGMAX no Quadro 1 , conforme a taxa metabó- lica média calculada por meio da Eq. 4. Para as situa- ções quando a atividade é única se obtem que M =M. M1× t1 +M2× t2 +...+Mi× ti +...+Mn× tn 60 M = ( 4 ) 10 Na qual, Mi [W] é o valor da taxa metabólica na atividade i; ti [min] é o tempo total que o colaborador realiza a atividade i considerando um período de 60 minutos, sendo ele o mais desfavorável; m é a quanti- dade de atividades evidenciadas (NHO-06, 2017). A própria NR 15 (2019) no seu anexo destaca os valores das taxas metabólicas de cada atividade exercida (M1) - Quadro 2. Assim, com o valor da taxa metabólica média ( M ) estabelecido por meio da ati- vidade realizada é possível identificar o limite de tole- rância para o ambiente de trabalho analisado confor- me a Quadro 1 . Observa-se que o comportamento dos Limites de Tolerância com relação a Taxa de Metabolismo e
  • 11. M [W] IBUTGMAX [°C] M [W] IBUTGMAX [°C] M [W] IBUTGMAX [°C] 152 31,6 283 28,5 526 25,4 155 31,5 289 28,4 537 25,3 158 31,4 294 28,3 548 25,2 161 31,3 300 28,2 559 25,1 165 31,2 306 28,1 570 25 168 3 1 , 1 313 28 582 24,9 1 7 1 3 1 319 27,9 594 24,8 175 30,9 325 27,8 606 24,7 178 30,8 332 27,7 182 30,7 339 27,6 Fonte: NR-15,Anexo 03 (2019). Quadro 1- Limite de Exposição Ocupacional ao Calor M [W] IBUTGMAX [°C] M [W] IBUTGMAX [°C] M [W] IBUTGMAX [°C] 100 33,7 186 30,6 346 27,5 102 33,6 189 30,5 353 27,4 104 33,5 193 30,4 360 27,3 106 33,4 197 30,3 367 27,2 108 33,3 201 30,2 374 27,1 110 33,2 205 30,1 382 27 1 1 2 33,1 209 30 390 26,9 115 33 214 29,9 398 26,8 1 1 7 32,9 218 29,8 406 26,7 119 32,8 222 29,7 414 26,6 122 32,7 227 29,6 422 26,5 124 32,6 231 29,5 431 26,4 127 32,5 236 29,4 440 26,3 129 32,4 241 29,3 448 26,2 132 32,3 246 29,2 458 26,1 135 32,2 251 29,1 467 26 137 32,1 256 29 476 25,9 140 32 261 28,9 486 25,8 143 31,9 266 28,8 496 25,7 146 31,8 272 28,7 506 25,6 149 31,7 277 28,6 516 25,5 Quadro 1-Limite de Exposição Ocupacionalao Calor (continuação) 11
  • 12. ATIVIDADE Taxa metabólica (W) Trabalho moderado com as mãos 180 Trabalho pesado com as mãos 198 Trabalho leve com um braço 189 Trabalho moderado com um braço 225 Trabalho pesado com um braço 261 Trabalho leve com dois braços 243 Trabalho moderado com dois braços 279 Trabalho pesado com dois braços 315 Trabalho leve com o corpo 351 Trabalho moderado com o corpo 468 Trabalho pesado com o corpo 630 EM PÉ, EM MOVIMENTO Andando no plano 1. Sem carga 2 km/h 198 3 km/h 252 4 km/h 297 5 km/h 360 12 Quadro 2 - Taxas Metabólica por Tipo de Atividade ATIVIDADE Taxa metabólica (W) SENTADO Em repouso 100 Trabalho leve com as mãos 126 Trabalho moderado com as mãos 153 Trabalho pesado com as mãos 1 7 1 Trabalho leve com um braço 162 Trabalho moderado com um braço 198 Trabalho pesado com um braço 234 Trabalho leve com dois braços 216 Trabalho moderado com dois braços 252 Trabalho pesado com dois braços 288 Trabalho leve com braços e pernas 324 Trabalho moderado com braços e pernas 441 Trabalho pesado com braços e pernas 603 EM PÉ, AGACHADO OU AJOELHADO Em repouso 126 Trabalho leve com as mãos 153 Quadro 2-Taxas Metabólica por Tipo de Atividade (continuação)
  • 13. ATIVIDADE Taxa metabólica (W) 2. Com carga 10 kg, 4 km/h 333 30 kg, 4 km/h 450 Correndo no plano 9 km/h 787 12 km/h 873 15 km/h 990 Subindo rampa 1. Sem carga com 5° de inclinação, 4 km/h 324 com 15° de inclinação, 3 km/h 378 com 25° de inclinação, 3 km/h 540 2. Com carga de 20kg com 15° de inclinação, 4 km/h 486 com 25° de inclinação, 4 km/h 738 Descendo rampa (5 km/h) sem carga com 5° de inclinação 243 com 15° de inclinação 252 com 25° de inclinação 324 13 Quadro 2-Taxas Metabólica por Tipo de Atividade (continuação) Quadro 2-Taxas Metabólica por Tipo de Atividade (continuação) ATIVIDADE Taxa metabólica (W) Subindo escada (80 degraus por minuto - altura do degrau de 0,17m) Sem carga 522 Com carga (20 kg) 648 Descendo escada (80 degraus por minuto - altura do degrau de 0,17 m) Sem carga 279 Com carga (20 kg) 400 Trabalho moderado de braços (ex.: varrer, trabalho em almoxarifado) 320 Trabalho moderado de levantar ou empurrar 349 Trabalho de empurrar carrinhos de mão, no mesmo plano, com carga 391 Trabalho de carregar pesos ou com movimentos vigorosos com os braços (ex.: trabalho com foice) 495 Trabalho pesado de levantar, empurrar ou arrastar pesos (ex.: remoção com pá, abertura de valas) 524 Fonte: NR-15,Anexo 03 (2019).
  • 14. 4 EXPOSIÇÃO AO CALOR NOS AMBIENTES DE TRABALHO A seguir, destacamos os procedimentos, os parâmetros estabelecidos e as medidas adotadas em dife- rentes ambientes de trabalho que foi realizada uma análise de exposição térmica. Os ambientes de trabalho analisados são a indústria madeireira (ZINELLI et al., 2017), pedreira (MELO; SCHRAGE; IRAMINA, 2015), companhia energética (OLIVEIRA; PESSOA, 2006) e lavanderia hospitalar (FLESCH, 2003). 4.1 - EstresseTérmicoCausado em OperadordeCaldeirana IndústriaMadereira O estresse térmico causado em operadores de caldeiras é descrito a partir do trabalho realizado por ZINELLI et al. (2017), que aborda o estudo realizado em três empresas madeireiras que fazem uso de caldeiras. O estudo foi realizado utilizando as medições do Índice de bulbo úmido termômetro de globo (IBUTG) por meio do medidor de estresse térmico adotado (TGD-200 da marca Instrutherm) e conforme estabelecido pela NHO – 06 (2017). Zinelli et al. (2017)citam que no procedimento de medição da temperatura foi considerado que entre cada medida houve um intervalo de no mínimo 20 minutos e cinco leituras foram realizadas para cada medida com o objetivo de tornar, respectivamente, o termômetro e o valor obtido estável e confiável. Os valores de IBUTG obtidos pelo estudo, considerando ambiente interno e sem carga solar, para cada uma das empresas foram: 29,08°C, 30,03°C e 30,96°C. Neste caso, foi necessário determinar a taxa de meta- 14
  • 15. A Avaliação do Índice de Estresse Térmico em uma Pedreira Localizada no Sudeste de Minas Gerais é caracterizada em cinco ambientes diferentes da pe- dreira: área de britagem, bancadas para perfuração de rocha, cabine de escavadeira e de caminhão e na portaria onde há a pesagem dos caminhões, medindo o IBUTG (conforme NHO-06), analisando as atividades realizadas e entrevistando os colaboradores (MELO; SCHRAGE; IRAMINA, 2015). Melo et al. (2015) destacam que as medições fo- ram realizadas por meio do medidor de estresse tér- mico TGD-200 da marca Instrutherm em um dia sem chuva, com sol e temperatura média de 21,5°C, e as áreas para o objeto de estudo, citadas anteriormente foram determinadas por serem as que provavelmen- te teriam alto índice de estresse térmico por serem desenvolvidas direto no sol. bolismo por meio da atividade realizada e, segundo o artigo, o operador de caldeira exerce trabalho inter- mitente e com descanso no próprio local de trabalho, sendo considerado como trabalho pesado. Essas ca- racterísticas determinam que o valor máximo de IBU- TG deve ser 26,70°C. Na avaliação do ambiente de trabalho foi iden- tificado que o valor do IBUTG obtido nas empresas foi maior quando comparado com o permitido pela Nor- ma Regulamentadora 15(NR-15). Logo, é sugerido pelo estudo que o regime de trabalho seja alterado (con- siderando a adoção de tempo de descanso) ou o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s) e Equi- pamentos de Proteção Coletiva (EPC’s). 4.2- Avaliação doÍndicede Estresse Térmico em uma Pedreira 15
  • 16. Na pesquisa intitulada de “A Influência do Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo (IBUTG) na Per- da de Peso de Eletricistas do Grupo de Manutenção de Linhas Energizadas da Companhia Energética de Ala- goas (CEAL)”, publicada por OLIVEIRA e PESSOA (2006), é avaliada a correlação entre a perda de peso dos cola- boradores que realizam a manutenção das linhas de 69kV (tensão) e o Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo (IBUTG). Esse ambiente consiste em realizar a manuten- ção nas linhas sem a suspensão da energia (ELETRO- BRÁS, 1982) o intervalo de descanso é definido con- forme a percepção do supervisor, ou seja, não são considerados os índices de exposição do trabalhador ao calor (ELETROBRÁS, 1998). O trabalho pode ser realizado de três formas: o ativo, no qual o colaborador, sozinho, vai com roupa isolante até o local da manutenção, o passivo, em que As medições foram realizadas após o tempo de estabilização de 25 minutos com leituras respeitando o intervalo de um minuto com critério de parada a osci- lação menor que 0,1°C em três leituras seguidas. A taxa de metabolismo (M) também foi calculada seguindo os quadros presentes na Norma NHO-06. Com os valo- res obtidos para cada tipo de atividade foi calculado a média ponderada do IBUTG ( IBUTG ) e do M ( M ) para um tempo de 60 minutos. No trabalho de campo conduzido na pedreira foi identificado que o IBUTG não ultrapassou o limite destacado pelas Norma Regulamentadora 15 (NR-15) nos postos de trabalho analisados, porém, sugere-se a adoção de intervalos de descanso, modificações na cabine do operador da área de britagem e na parte de perfuração indica-se no estudo a aquisição de uma cabine móvel de tela para proporcionar o descanso sem exposição ao sol. 4.3- A Perda de Peso de Eletricistas na Manutenção em Linha Viva 19
  • 17. Figura 4: Relação entre a Perda de Peso e o IBUTG o colaborador é deslocado até o ponto para a realiza- ção do trabalho com o auxílio da equipe e o método misto que é a combinação dos dois anteriores (OLIVEI- RA; PESSOA, 2006). Os colaboradores utilizam roupas de algodão, sendo calça e camisa de mangas curtas e no caso dos dois últimos métodos apresentados acima, faz-se necessário também, o uso de uma vestimenta condu- tiva. Com o objetivo de identificar se há a correlação entre os quesitos Perda de Peso e o IBUTG, foram rea- lizados analises estatísticas e conforme a Figura 4 foi 17 verificado que há estreita relação entre a perda de peso corporal e o IBUTG (OLIVEIRA; PESSOA, 2006), as- sim, o aumento do IBUTG contribui com a diminuição do peso do indivíduo. E,a perda de peso corporal pode causar danos à saúde do colaborador que, combina- da com a exposição ao calor gerando armazenamen- to do mesmo podem provocar insolação e até mesmo levar a óbito (OLIVEIRA; PESSOA, 2006).
  • 18. Figura 6: Calandras Fonte: FLESCH (2003) Flesch (2003) destaca que houveram medidas de temperatura menores no rolo de entrada da calandra do que no de saída e isso é justificado pelo sistema de blindagem instalado na entrada. No trabalho também é identificado que há falhas no sistema de vapor da calandra, tanto na parte que apresenta isolação tér- mica quanto na parte que não tem. Além disso, foi ve- rificado que não há equipamentos de exaustão para retirada do vapor gerado pelo processo. A Avaliação do Conforto e Stress Térmico em uma Lavanderia Hospitalar (FLESCH, 2003), é proposta com o objetivo de analisar, no Hospital Universitário de Porto Alegre, a roupa hospitalar utilizada pelos traba- lhadores em relação ao conforto térmico. O início do projeto foi pautado no resultado obti- do três meses antes pelo Setor de Segurança do Tra- balho que identificou índices IBUTG acima dos limites de tolerância da NR-15(2018).A partir disso, o ambiente com a maior necessidade de intervenção e por con- sequência o de objeto de estudo do trabalho condu- zido na Lavanderia Hospitalar, está localizado no final do processo onde as roupas são dobradas. Isso ocor- re devido à proximidade das calandras que secam e passam a roupa (Figura 5). 4.4- AvaliaçãodoConfortoeStressTérmicoem uma LavanderiaHospitalar 18
  • 19. A pesquisa intitulada de “Avaliação ocupacional quantitativa das temperaturas extremas em um la- boratório acadêmico: os reflexos da exposição para a saúde dos trabalhadores” (GOMES et al., 2018) tem o objetivo de avaliar um laboratório de processamen- to de leite em relação à exposição dos colaboradores a temperaturas extremas, visto que, neste material o foco será o calor. As medições foram realizadas utilizando o Medi- dor de Estresse Térmico em um regime de trabalho de segunda à sexta durante o dia, considerando no má- ximo três horas de trabalho por período (GOMES et al., 2018). Entretanto, conforme Gomes et al. (2018), para a análise da exposição ao calor foi determinado o tem- po de uma hora que corresponde a produção do io- gurte. O Medidor foi posicionado na altura do tórax do colaborador, visto que, o mesmo está exposto a mais de um equipamento (GOMES et al., 2018)e assim, o po- Os impactos nos trabalhadores em uma lavan- deria hospitalar foram calculados a partir dos índices PMV, PPD, TSEN (dois nós) e DISC (dois nós) para anali- sar o conforto térmico e o HSI e o SWreq para o stress térmico. A partir da medição térmica do ambiente de trabalho foram sugeridas a adoção de um sistema de exaustão com o objetivo de retirar o vapor d’água produzido na secagem das roupas, e de blindagem com policarbonato nos pontos quentes da calandra a fim de evitar a percepção desse aquecimento. Esse material foi escolhido por permitir a visualização do rolo (critério considerado pelos colaboradores) (FLES- CH, 2003). A implantação da blindagem e o sistema de exaustão e,os novos cálculos do IBUTG,demonstraram que o ambiente não seria mais considerado insalubre, ou seja, o limite de tolerância não foi ultrapassado. As- sim, houve redução no índice de pessoas insatisfeitas com as condições térmicas. 4.5- LaboratórioAcadêmico 19
  • 20. permitido utilizando o Quadro 2. Assim, o limite de to- lerância para o ambiente de trabalho estudado é de 30,5 °C e o IBUTG médio calculado (Eq.4) foi de 30,075, ou seja, em relação ao calor a atividade não é consi- derada insalubre (GOMES et al.,201 8). Por fim, foi verificado que o tempo de descanso, o uso de EPI e a rotatividade dos trabalhados durante o período de trabalho são respeitados (GOMES et al., 2018). 20 sicionamento do equipamento foi definido conforme a NHO-06 (2017) considerando o fato de não ser uma exposição bem definida. Segundo Gomes et al. (2018), o trabalho exercido é classificado como moderado no qual os colabora- dores trabalham de pé utilizando máquinas ou banca- das e apresentam alguma movimentação, resultando em uma taxa metabólica de 175Kcal/h (Mt) conforme o Quadro 1 .O ambiente de trabalho é um laboratório com ar condicionado e iluminação artificial, ou seja, não há exposição direta ao sol e, há um local próprio para o descanso, seguindo o regime de 45 minutos de trabalho e 15 minutos de descanso (GOMES et al., 2018). Como o descanso é destinado à realização de atividades leves que envolvem a movimentação dos braços e pernas, foi considerado a taxa metabólica de 150Kcal/h (Md) (GOMES et al., 2018), também obtida pelo Quadro 1 . Conforme apresentado por Gomes et al.(2018), a taxa metabólica média foi calculada por meio da Eq. 3 para que fosse possível determinar o IBUTG máximo
  • 21. APLICATIVOS PARA MEDIÇÃO DO CALOR 5 ção do colaborador ao calor considerando o trabalho com carga solar direta com o objetivo de possibilitar a adoção de medidas de controle para amenizar a si- tuação, disponível na Google Play. Figura 6: Aplicativos para a Análise Térmica A utilização da tecnologia para o monitoramento da exposição do colaborador ao calor facilita medi- ção dos valores necessários para as análises, como por exemplo, o Medidor de Estresse Térmico com ta- manho considerável e que envolve custos de aquisi- ção pode ser facilmente substituído por um aplicativo. Além disso, a tecnologia permite realizar previsões, o que possibilita tomar decisões antecipadamente. Existem aplicativos que facilitam a obtenção de dados relacionados à exposição do calor ou até mes- mo a medição desse agente. Um exemplo é o OSHA NIOSH Heat Safety Tool (Figura 6) que verifica índice de calor em tempo real, incluindo previsões e localização dos mesmos, e também, apresenta recomendações de segurança e saúde ocupacional (OSHA, 2019). A FUNDACENTRO também desenvolveu o apli- cativo Monitor IBUTG (Figura 6) que verifica a exposi- Fonte: Google Play (2019) OSHA NIOSH Heat Safety Tool Monitor Ibutg 24
  • 22. 6 22 AÇÕES PREVENTIVAS E CORRETIVAS sição; informação e capacitação dos trabalhadores; e acompanhamento médico, conforme destacado pela FUNDACENTRO. Nas atividades industriais que após a adoção das medidas preventivas, o IBUTG continua acima dos limites de exposição estabelecidos pelas Normas Regulamentadoras ou agências é necessário adotar medidas corretivas que no mínimo eliminem ou redu- zam a radiação térmica de fontes geradoras nos am- bientes de trabalho. É recomendado também melhorar o sistema de ventilação do ar, reduzir a temperatura do ar e da umidade e projetar postos de trabalhos e/ou layout mais adequado. Além disso, programar a alternância com atividades ou operações que gerem os maiores níveis de exposição com outras que não apresentam níveis de exposição ao calor. Para reduzir o desconforto térmico é necessário prevenir, controlar e avaliar o risco decorrente da exposição ao calor. Especificamente, as indústrias de- vem adotar medidas de prevenção e controle para eliminar efeitos adversos à saúde do trabalhador. Entre as principais medidas ou recomendações que podem ser adotadas nos ambientes internos e externos pelos profissionais da área de Segurança e Saúde do Trabalho para reduzir ou eliminar a exposi- ção ao calor, estão: promover a aclimatação dos tra- balhadores expostos ao calor, disponibilizar bebidas frescas e com reposição suficiente de água potável. Além disso, fornecimento de vestimentas de trabalho adaptadas ao tipo de exposição e à natureza da ativi- dade; programação dos trabalhos, especialmente os mais pesados, nos períodos com condições térmicas mais amenas; permissão da autolimitação da expo-
  • 23. Faz-se necessário que os empresários tenham consciência dos riscos à exposição ao calor a fim de que as organizações se adaptem as normas e por consequência, previnam a saúde do colaborador (ZINELLI et al., 2017). Neste caso, podem ser introduzidas mudanças organizacionais ou administrativas como, por exemplo, introdução de pausas para recuperação térmica; manutenção de local para descanso com condições térmicas mais amenas; acompanhamento médico e monitoramento fisiológico do trabalhador. Lembrando que estabelecer um EPC (Equipa- mento de Proteção Coletiva) em várias situações não é suficiente, portanto, deve-se adotar EPI’s (Equipa- mento de Proteção Individual) como o uso de roupas claras, aventais ou jalecos em material refletivo e iso- lantes (OLIVEIRA; PESSOA, 2006), luvas térmicas, óculos de proteção, máscara de proteção. É recomendada também, a implantação de intervalos regulares de re- pouso para reduzir o estresse térmico (MELO; SCHRA- GE; IRAMINA, 2015). 23
  • 24. REFERÊNCIAS ARAVANIS, A. Higiene Ocupacional. Disponível em: <https://www.linkedin.com/in/alexandros-l-aravanis-b5643544/detail/recent- -activity/documents/>. Acesso em: 28 Out. 2019. ELETROBRÁS. Manutenção e Operação de Sistemas de Distribuição. Rio de Janeiro: Campus, 1982. ELETROBRÁS. Perdas no Sistema Elétrico - Seminário Internacional de Combate ao Desperdício de Energia Elétrica - EFFICIENTIA 98.Rio de Janeiro, 1998. Escola Nacional da Inspeção do Trabalho (ENIT). Norma Regulamentadora 09. Disponível em: <https://enit.trabalho.gov.br/portal/ images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-09.pdf>. Acesso em: 05 de Ago. 2019. Escola Nacional da Inspeção do Trabalho (ENIT). Norma Regulamentadora 15.Disponível em: <https://enit.trabalho.gov.br/portal/ images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-15.pdf> .Acesso em: 05 Ago. 2019. Escola Nacional da Inspeção do Trabalho (ENIT). Norma Regulamentadora 16.Disponível em: <https://enit.trabalho.gov.br/portal/ images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-16.pdf>. Acesso em: 28 Out. 2019. FLESCH, J. B. Avaliação do Conforto e Stress Térmico em uma Lavanderia Hospitalar. Rio Grande do Sul: Liberato, 2003. Disponível em: <http://www.liberato.com.br/sites/default/files/arquivos/Revista_SIER/v.%204%2C%20n.%204%20%282003%29/1.%20AVALIA%C7%- C3O%20DO%20CONFORTO%20E%20STRESS%20T%C9RMICO%20EM%20UMA.pdf>. Acesso em: 26 de Set. de 2019. FUNDACENTRO. Monitor IBUTG. Disponível em: <https://play.google.com/store/apps/details?id=br.fundacentro.gov.sobrecargater- mica>. Acesso em: 05 Nov. 2019. GOMES, et al. Avaliação ocupacional quantitativa das temperaturas extremas em um laboratório acadêmico: os reflexos da exposição para a saúde dos trabalhadores. Paraíba: Revista Principia, 2018.Disponível em: <http://200.129.77.71/index.php/principia/ article/download/2081/1035>. Acesso em: 28 Out. 2019.
  • 25. INSTRUTHERM. Manual de Instruções. São Paulo: Instrutherm Instrumento de Medição Ltda, 2016. Disponível em: <https://www.instru- therm.net.br/media /catalog/product/t/g/tgd-200_vers_pdf.pdf>. Acesso em: 28 Out. 2019. INSTRUTHERM. Manual de Instruções. São Paulo: Instrutherm Instrumento de Medição Ltda, 2015. Disponível em: <https://www.instru- therm.net.br/media/catalog/product/t/g/tgd-400_vers_1p_g.pdf>. Acesso em: 10Jan. 2020. MELO, O.M; SCHRAGE M.W.; IRAMINA, W.S. Avaliação do Índice de Estresse Térmico em uma Pedreira Localizada no Sudeste de Minas Gerais. Minas Gerais: Associação Brasileira de Tratamento de Minérios e Metalurgia Extrativa, 2015. Disponível em: <https://www.ar- tigos.entmme.org/download/2015/pr%C3%81tica_operacional_em_plantas_de_tratamento_de_min%C3%89rios_e_metalurgia_ex- trativa/MELO%20J%C3%9ANIOR,%20O.M._SCHRAGE,%20M.W._IRAMINA,%20W.S.%20-%20AVALIA%C3%87%C3%83O%20DO%20%C3%8DNDI- CE%20DE%20ESTRESSE%20T%C3%89RMICO%20EM%20UMA%20PEDREIRA%20LOCALIZADA%20NO%20SUDESTE%20DE.pdf>. Acesso em: 26 de Set. de 2019. OLIVEIRA, R.F.A.de; PESSOA, V. M.do N.A Influência do Índice de Bulbo Úmido Termômetro de Globo (Ibutg) na Perda de Peso de Ele- tricistas do Grupo de Manutenção de Linhas Energizadas da Companhia Energética de Alagoas (CEAL). Santa Catarina: Produção Online, 2006. Disponível em: <https://producaoonline.org.br/rpo/article/view/90/99>. Acesso em: 26 de Set. de 2019. OSHA. NIOSH Heat Safety Tool App. Disponível em: <https://www.cdc.gov/niosh/topics/heatstress/heatapp.html>. Acesso em: 28 Out. 2019. VERGARA.L.G.L.. Análise das condições de conforto térmico de trabalhadores da unidade de terapia intensiva do hospital uni- versitário de Florianópolis. Santa Catarina: Dissertação de Mestrado, 2001. Disponível em: <http://repositorio.ufsc.br/xmlui/hand- le/123456789/82210>.Acesso em: 28 Out. 2019. WASTERLUND, D.S. A Review of Heat Stress Research with Application to Forestry. 1998.Elsevier Science Ltda. Applied Ergonomics Vol 29 nº3 pp. 179-183 ZINELLI, et al.. Avaliação do Estresse Térmico causado em Operador de Caldeira: Um estudo sobre a Saúde no Ambiente Laboral. Pernambuco: Id on Line,2017.Disponível em: <https://idonline.emnuvens.com.br/id/article/view/830/1191>. Acesso em: 26 de Set. de 2019.