2. Definição
• Condição mental grave e complexa cujos
sintomas instáveis podem invadir o
indivíduo de modo súbito, caótico,
avassalador e desenfreado;
• Compreende um padrão de instabilidade
das relações interpessoais, da
autoimagem, dos afetos e de
impulsividade acentuada.
3. Dados estatísticos
• Acomete cerca de 2% e 3 % da população, em
um nível considerável de relacionamentos
conflituosos, medo do abandono, dificuldade no
controle de suas emoções e afetos, tentativas
de suicídio.
•Os pacientes necessitam frequentemente de
extensos serviços de saúde e são responsáveis
por 20% das hospitalizações.
• De 8% a 10% das pessoas que sofrem com
esse distúrbio cometem suicídio.
5. História da doença
Ano Pesquisador Denominação
1801 Philippe Pinel Mania sem delírio
1835 James C. Prichard Insanidade Moral
1863 Karl L. Kahlbaum Hebefrenia
1884 – 1890 Karl L. Kahlbaum Adolescentes
hebóides
1911 Eugene Bleuler Esquizofrenia
latente
1921 Ernest Kretschmer Temperamentos
esquizóides e
ciclóides
6. História da doença
Ano Pesquisador Denominação
1925 Wilhelm Reich Caráter impulsivo
1938 Adolph Stern Neuroses borderline
1940 Fairbairn Mecanismos esquizóides
1941 Zillborg Esquizofrenia ambulatorial
1942 H. Deutsch Personalides “como se”
1949 Hoch e Polatin Esquizofrenia
pseudoneurótica
7. Ano Pesquisador Denominação
1953 Robert Knight Estados borderline
1976 CID – 9 Esquizofrenia latente ou
borderline
1980 DSM – III Transtorno de
personalidade borderline
1992 CID – 10 Transtorno de
personalidade
emocionalmente instável,
tipo borderline
1994 DSM – IV Transtorno de
personalidade borderline
História da doença
11. Sintomas e Sinais
• 1. - A adaptação social: aparentemente sem
dificuldades;
2. - Impulsos e ações: atitudes impulsivas, drogadição,
álcool, autoagressão, promiscuidade, bulimia;
3. - Afetividade: depressão, raiva, ansiedade e
desespero;
4. - Eventuais surtos psicóticos: normalmente breves,
reativos e pouco severos;
5.- Relações interpessoais: não suportam a solidão
e o abandono, necessitam do outro em tempo
integral, a todo o momento, são francamente
dependentes,
6.masoquistas e manipuladores
12. •
•
•
6. - Transtornos na relação com a realidade, na qual ha alterações
grosseiras ainda que transitórias, sem perda do juízo da realidade.
7. - Transtornos do pensamento sob a forma de idéias de referência
e paranóia,
8. - Transtornos no controle dos impulsos com explosões de raiva,
violência e agressão.
• 9. - Transtornos da sexualidade com fantasias sexuais
sadomasoquistas, atividade masturbatórias com fantasias eróticas
perversas, promiscuidade e, eventualmente, impotência.
• 10. - Presença de ansiedades confusionais;
• 11. - Vínculo com o terapeuta característico, com viscosidade,
aderência e manipulação. Nos casos mais graves esses fenômenos de
transferência problemática são bastante primitivos e intensos,
chamados por alguns autores de “transferência delirante”, ou ainda de
“transferência psicótica.
Sintomas e Sinais
14. Neurobiologia
• Existem estudos que associam o transtorno de
personalidade borderline a uma excessiva
reatividade da amígdala, a uma reduzida inibição
pré-frontal e uma diminuída facilitação
serotoninérgica dos controles pré-frontais;
•A instabilidade afetiva pode ser mediada por
excessiva reatividade límbica nos circuitos
gabaminérgicos/glutamatérgicos/colinérgicos,
resultando em sensibilidade ou reatividade
aumentados a estímulos ambientais e
emocionais;
15. • Alterações anatômicas cerebrais no córtex
orbito-frontal e o adjacente córtex ventral-medial
incluindo o giro cingulado anterior.
Neurobiologia
16. Experiências Emocionais
• Histórias infantis de abuso sexual, físico e
emocional – assim como negligência
emocional – têm sido repetidamente
documentadas na vida dos pacientes.
17. Diagnóstico Diferencial
• O borderline é diferenciado da esquizofrenia com base na
ausência de episódios psicóticos, transtorno de
pensamento e outros sinais esquizofrênicos clássicos;
• Indivíduos com o tipo borderline, em geral, tem sentimentos
crônicos de vazio e episódios psicóticos de curta duração;
• Borders agem de forma impulsiva e necessitam de
relacionamentos extraordinários;
• Podem se mutilar e tentativas manipuladoras de suicídio.
19. Psicoterapia
• O objetivo intrapsíquico em uma
psicoterapia com utentes borderlines é
propiciar um espaço onde o Ego pode
desenvolver-se;
• Trata-se de atender pessoas cuja
organização em seu modo de ser e existir
é caótica e desorganizada, com
relacionamentos interpessoais
oscilantes.
20. Psicoterapia - Princípios
Básicos
• Estrutura estável de tratamento;
• Posição terapêutica ativa;
• Confrontação em relação aos
comportamentos autodestrutivos;
• Estabelecimento de conexão entre ação e
sentimento;
• Intervenções no aqui e agora.
21. Tratamento Medicamentoso
• Antidepressivos inibidores seletivos da captação da
serotonina (ISRS) para a diminuição dos sintomas
impulsivos e de humor;
• Baixas doses de antipsicóticos podem ajudar aliviar
sintomas como ruminações obsessivas, idéias de
referência e experiências
dissociativas;
•Há relatos de que a Carbamazepina diminui
comportamentos impulsivos e autodestrutivos.
• Os inibidores de monoaminoxidase (IMAO) e o Lítio
têm sido cada vez menos utilizados.
22. Abordagem Psicológica -
Psicanálise
• A psicanálise utiliza seu arcabouço técnico e
prático a fim de ampliar a visão desse sujeito
e melhorar sua qualidade de vida;
• O foco da ação terapêutica psicanalítica é a
ampliação do Ego através do
desenvolvimento de funções, que
resultará no aumento da capacidade de
mentalizar as experiências traumáticas e na
contenção de experiências correlatas;
23. •Procura-se alcançar o desenvolvimento das
funções do ego por meio da substituição das
identificações patógenas;
• Desenvolvimento de defesas e mecanismos de
defesa mais maduros;
• Ingresso em modos de funcionamento psíquico
mais elaborado, que representam um avanço no
desenvolvimento frente as formas arcaicas de
relação, nos quais esse sujeito está
fixado.
Abordagem Psicológica -
Psicanálise
25. Prognóstico
• O prognóstico desses pacientes é
sombrio:
a) 50% dos pacientes desistem do
tratamento em um período de 6 meses;
b)75% desistem no 1º ano;
c)33% dos pacientes completam o
tratamento, somente 10% são
considerados tratados com sucesso.
26. Reflexão
“Sei que precisarei tomar cuidado para não
usar sub-repticiamente(falsamente) uma
nova 3ª perna que em mim renasce fácil
como o capim, e essa perna protetora
chamar de uma verdade.”
Clarice Lispector – 1979,