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Transtorno da Personalidade
Borderline (TPB):
Conceitos, controvérsias e definições
Estatísticas
● Segundo o DSM-V: a prevalência de TPB é de 1,6% a 5,9% da
população; 6% dentro da atenção primária; 10% de pacientes de
ambulatórios de saúde mental; E aproximadamente, 20% de pacientes
psiquiátricos internados.
● 70 a 75% dos pacientes TPB tem histórico de pelo menos um
comportamento de automutilação. Os mesmos variam entre lesões
leves que não necessitam de cuidados médicos até os mais graves que
necessitam de atendimento imediato.
Estatísticas
● A taxa de suicídio está em torno de 9% para o paciente TPB
● Mulheres são 74% da população de pacientes TPB
● Há maiores probabilidade de pacientes TPB serem mais jovens, e
conforme a idade avançar, suas características TPB diminuirem a
intensidade e prevalência até a meia idade.
● 76% das mulheres que satisfazem o critérios de TPB são vítimas de
abuso sexual durante a infância, juntamente com evidências de
negligência e abuso físico
Diagnóstico de TPB
● Atualmente, o DSM-V e o Diagnostic interview for
Borderline-Revised (DIB-R) são utilizados como critérios
para diagnóstico
DSM-V
1. Esforços desesperados para evitar abandono real ou imaginado. (Nota: Não
incluir comportamento suicida ou de automutilação coberto pelo Critério 5.)
2. Um padrão de relacionamentos interpessoais instáveis e intensos
caracterizado pela alternância entre extremos de idealização e desvalorização.
3. Perturbação da identidade: instabilidade acentuada e persistente da
autoimagem ou da percepção de si mesmo.
DSM-V
4. Impulsividade em pelo menos duas áreas potencialmente autodestrutivas (p.
ex., gastos, sexo, abuso de substância, direção irresponsável, compulsão
alimentar). (Nota: Não incluir comportamento suicida ou de automutilação coberto
pelo Critério 5.)
5. Recorrência de comportamento, gestos ou ameaças suicidas ou de
comportamento auto-mutilante.
6. Instabilidade afetiva devida a uma acentuada reatividade de humor (p. ex.,
disforia episódica, irritabilidade ou ansiedade intensa com duração geralmente de
poucas horas e apenas raramente de mais de alguns dias).
DSM-V
7. Sentimentos crônicos de vazio.
8. Raiva intensa e inapropriada ou dificuldade em controlá-la (p. ex., mostras
frequentes de irritação, raiva constante, brigas físicas recorrentes).
9. Ideação paranóide transitória associada a estresse ou sintomas dissociativos
intensos.
Padrões comportamentais no TPB para a DBT
● Vulnerabilidade emocional
Dificuldades globais em regular emoções: alta sensibilidade a
estpimulos emocionais negativos, elevada intensidade emocional
e retorno lento ao nível basal, bem como a experiência de
vulnerabilidade emocional. Possiveis expectativas e demandas
irreais sobre o ambiente.
Padrões comportamentais no TPB para a DBT
● Autoinvalidação sobre próprio pensamento,
sensações, pensamentos e ações. Expectativas e
padrões elevados e irreais para si mesmo. Pode
incluir vergonha intensa, ódio de si mesmo e culpa.
Padrões comportamentais no TPB
● Crises inexoráveis - Padrões de situações ambientais
negativas, estressantes e frequentes, perturbações e
obstáculos. Alguns causados por estilo de vida do
indivíduo, o ambiente, e muitos pelo acaso.
Padrões comportamentais no TPB
● Luto inibido - Tendência de inibir ou controlar
excessivamente as respostas emocionais,
principalmente associadas ao luto ou perdas,
incluindo raiva, culpa, vergonha, ansiedade e pânico
Padrões comportamentais no TPB
● Passividade ativa - Tendência de apresentar um estilo passivo de
resolução de problemas interpessoais, envolvendo não se dedicar
ativamente para resolver os problemas de sua própria vida, muitas
vezes delegando ao outro a resolução.
Padrões comportamentais no TPB
● Competência aparente: tendência a parecer enganosamente
mais competente do que realmente é; geralmente ocorre
porque as competências não se generalizam entre os
humores, situações e tempo, e porque o indivíduo não
apresenta sinais não verbais adequados da pertubação
emocional.
Critérios diagnósticos
● Desregulação emocional
● Desregulação interpessoal
● Desregulação comportamental
● Desregulação do senso do self
Comportamento parassuicida
● Comportamento automutilante intencional e não
fatal que resulta em corte, doença ou risco de
morte, ou qualquer ingestão de drogas ou
substâncias com clara intenção de causar dano
corporal ou a morte.
Suicídio
● Comportamento automutilante intencional e que é
fatal.
Ameaças de suicídio
● Quando o indivíduo se coloca em risco mas não
completa o suicídio.
Comportamento quase suicida
● Quando o indivíduo anuncia que vai se matar ou
se machucar mas não age conforme dito.
Porque o termo “parassuicídio”
● Evitar julgamentos e comparações envolvendo o comportamento e a
população TPB. Por exemplo, descrever o comportamento autolesivo como
manipulação.
● Abrir a possibilidade de outras funções além de “manipular” ou “comunicar”
como é dito frequentemente para o ato. Por exemplo, a regulação emocional.
A autolesão é manipulação?
● Inferir a intenção de manipular exclusivamente pelo efeito da autolesão em
seu ambiente é incorreto. Abre espaço para julgamentos e descrições não
precisas sobre o comportamento do paciente. O que pode influenciar na
eficácia do tratamento.
O paciente TPB é carente?
● Quando dizemos que o paciente não apresenta recursos em seu ambiente
ou habilidades, podemos dizer que sim. Entretanto, o termo pode transmitir
para alguns profissionais e paciente uma conotação pejorativa, já que não
caracterizamos outros pacientes que precisam de cuidado como tal.
Portanto, acaba oferecendo uma perspectiva mais julgamentosa e
distanciada do terapeuta com o paciente.
Terapia Comportamental Dialética (DBT em inglês)
● Junção de estratégias cognitivas e comportamentais diante comportamentos
presentes em pacientes TPB.
● Dialética - a conciliação de opostos em um processo constante de síntese.
Em diversos momentos desse curso, serão apresentados características que
podem ser observadas como opostos. A principal dialética é entre a
aceitação do paciente e tentar ensiná-los a mudar.
● Para resolver os problemas oferecidos pelo paciente, é importante que o
terapeuta aborde os comportamentos do paciente, elabore de maneira
sistemática a avaliação, incluindo fazer a análise comportamental em
conjunto com o paciente, formular hipóteses, gerar possíveis mudanças,
experimentar e avaliar as soluções.
Terapia Comportamental Dialética (DBT em inglês)
● Validação é uma parte importante para a aceitação do paciente sobre si
mesmo, e essencial para progredir para a mudança.
● É importante observar que a relação entre terapeuta e paciente é de
colaboração.
O que diferencia a DBT de outas terapias cognitivas e
comportamentais “comuns”
● Foco na aceitação e validação do comportamento como acontece no
momento;
● Enfase em tratar comportamentos que interferem na terapia
● A ênfase na relação terapêutica como essencial ao tratamento;
● E foco nos processos dialéticos
Para quem a DBT é eficaz?
Na DBT Padrão (Terapia individual, consultoria, coaching telefonico e
treino de habilidades):
Adultos (18 - 65 anos):
- TPB
- TPB + Tentativas de suicídio ou automutilação
- TPB + Dependência química
- TPB + TEPT + Tentativas recentes de suicídio ou automutilação
Estudantes Universitários (18 - 25 anos):
- Traços TPB + Ideação suicida presente + histórico de suicídio ou
automutilação
Para quem a DBT é eficaz?
Adolescentes (12 - 18 anos)
- Traços TPB + tentativas recentes de suicídio ou automutilação
- Transtorno Bipolar
Crianças (7 - 12 anos)
- Transtorno Disruptivo de desregulação emocional
- Transtornos comportamentais e emocionais severos
Idosos (65+ anos)
- Transtorno de Personalidade + Transtorno Depressivo Maior
Para quem a DBT é eficaz?
Somente com treino de habilidades em DBT:
Adultos (18 - 65 anos):
- TPB
- Transtorno de Binge Alimentar
- Bulimia Nervosa
- Abuso na infância
- Transtorno Depressivo Maior
- TDAH
- Bipolar I ou II
- Desregulação Emocional + Transtorno de Ansiedade Depressiva
Para quem a DBT é eficaz?
Somente com treino de habilidades em DBT:
Estudantes Universitários (18 - 25 anos):
- Desregulação Emocional
- TDAH
Idosos (65+ anos)
- Transtorno Depressivo Maior
Referências bibliográficas
Linehan (2010). Transtorno da personalidade borderline: conceitos,
controvérsias e definições. In: Terapia Cognitivo-Comportamental
para transtorno da personalidade borderline. (pp. 16-38)
https://behavioraltech.org/wp-
content/uploads/2018/04/RCT4ModesResearchDatatoDate2016.06.28-new-
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  • 1. Transtorno da Personalidade Borderline (TPB): Conceitos, controvérsias e definições
  • 2. Estatísticas ● Segundo o DSM-V: a prevalência de TPB é de 1,6% a 5,9% da população; 6% dentro da atenção primária; 10% de pacientes de ambulatórios de saúde mental; E aproximadamente, 20% de pacientes psiquiátricos internados. ● 70 a 75% dos pacientes TPB tem histórico de pelo menos um comportamento de automutilação. Os mesmos variam entre lesões leves que não necessitam de cuidados médicos até os mais graves que necessitam de atendimento imediato.
  • 3. Estatísticas ● A taxa de suicídio está em torno de 9% para o paciente TPB ● Mulheres são 74% da população de pacientes TPB ● Há maiores probabilidade de pacientes TPB serem mais jovens, e conforme a idade avançar, suas características TPB diminuirem a intensidade e prevalência até a meia idade. ● 76% das mulheres que satisfazem o critérios de TPB são vítimas de abuso sexual durante a infância, juntamente com evidências de negligência e abuso físico
  • 4. Diagnóstico de TPB ● Atualmente, o DSM-V e o Diagnostic interview for Borderline-Revised (DIB-R) são utilizados como critérios para diagnóstico
  • 5. DSM-V 1. Esforços desesperados para evitar abandono real ou imaginado. (Nota: Não incluir comportamento suicida ou de automutilação coberto pelo Critério 5.) 2. Um padrão de relacionamentos interpessoais instáveis e intensos caracterizado pela alternância entre extremos de idealização e desvalorização. 3. Perturbação da identidade: instabilidade acentuada e persistente da autoimagem ou da percepção de si mesmo.
  • 6. DSM-V 4. Impulsividade em pelo menos duas áreas potencialmente autodestrutivas (p. ex., gastos, sexo, abuso de substância, direção irresponsável, compulsão alimentar). (Nota: Não incluir comportamento suicida ou de automutilação coberto pelo Critério 5.) 5. Recorrência de comportamento, gestos ou ameaças suicidas ou de comportamento auto-mutilante. 6. Instabilidade afetiva devida a uma acentuada reatividade de humor (p. ex., disforia episódica, irritabilidade ou ansiedade intensa com duração geralmente de poucas horas e apenas raramente de mais de alguns dias).
  • 7. DSM-V 7. Sentimentos crônicos de vazio. 8. Raiva intensa e inapropriada ou dificuldade em controlá-la (p. ex., mostras frequentes de irritação, raiva constante, brigas físicas recorrentes). 9. Ideação paranóide transitória associada a estresse ou sintomas dissociativos intensos.
  • 8. Padrões comportamentais no TPB para a DBT ● Vulnerabilidade emocional Dificuldades globais em regular emoções: alta sensibilidade a estpimulos emocionais negativos, elevada intensidade emocional e retorno lento ao nível basal, bem como a experiência de vulnerabilidade emocional. Possiveis expectativas e demandas irreais sobre o ambiente.
  • 9. Padrões comportamentais no TPB para a DBT ● Autoinvalidação sobre próprio pensamento, sensações, pensamentos e ações. Expectativas e padrões elevados e irreais para si mesmo. Pode incluir vergonha intensa, ódio de si mesmo e culpa.
  • 10. Padrões comportamentais no TPB ● Crises inexoráveis - Padrões de situações ambientais negativas, estressantes e frequentes, perturbações e obstáculos. Alguns causados por estilo de vida do indivíduo, o ambiente, e muitos pelo acaso.
  • 11. Padrões comportamentais no TPB ● Luto inibido - Tendência de inibir ou controlar excessivamente as respostas emocionais, principalmente associadas ao luto ou perdas, incluindo raiva, culpa, vergonha, ansiedade e pânico
  • 12. Padrões comportamentais no TPB ● Passividade ativa - Tendência de apresentar um estilo passivo de resolução de problemas interpessoais, envolvendo não se dedicar ativamente para resolver os problemas de sua própria vida, muitas vezes delegando ao outro a resolução.
  • 13. Padrões comportamentais no TPB ● Competência aparente: tendência a parecer enganosamente mais competente do que realmente é; geralmente ocorre porque as competências não se generalizam entre os humores, situações e tempo, e porque o indivíduo não apresenta sinais não verbais adequados da pertubação emocional.
  • 14. Critérios diagnósticos ● Desregulação emocional ● Desregulação interpessoal ● Desregulação comportamental ● Desregulação do senso do self
  • 15. Comportamento parassuicida ● Comportamento automutilante intencional e não fatal que resulta em corte, doença ou risco de morte, ou qualquer ingestão de drogas ou substâncias com clara intenção de causar dano corporal ou a morte.
  • 16. Suicídio ● Comportamento automutilante intencional e que é fatal.
  • 17. Ameaças de suicídio ● Quando o indivíduo se coloca em risco mas não completa o suicídio.
  • 18. Comportamento quase suicida ● Quando o indivíduo anuncia que vai se matar ou se machucar mas não age conforme dito.
  • 19. Porque o termo “parassuicídio” ● Evitar julgamentos e comparações envolvendo o comportamento e a população TPB. Por exemplo, descrever o comportamento autolesivo como manipulação. ● Abrir a possibilidade de outras funções além de “manipular” ou “comunicar” como é dito frequentemente para o ato. Por exemplo, a regulação emocional.
  • 20. A autolesão é manipulação? ● Inferir a intenção de manipular exclusivamente pelo efeito da autolesão em seu ambiente é incorreto. Abre espaço para julgamentos e descrições não precisas sobre o comportamento do paciente. O que pode influenciar na eficácia do tratamento.
  • 21. O paciente TPB é carente? ● Quando dizemos que o paciente não apresenta recursos em seu ambiente ou habilidades, podemos dizer que sim. Entretanto, o termo pode transmitir para alguns profissionais e paciente uma conotação pejorativa, já que não caracterizamos outros pacientes que precisam de cuidado como tal. Portanto, acaba oferecendo uma perspectiva mais julgamentosa e distanciada do terapeuta com o paciente.
  • 22. Terapia Comportamental Dialética (DBT em inglês) ● Junção de estratégias cognitivas e comportamentais diante comportamentos presentes em pacientes TPB. ● Dialética - a conciliação de opostos em um processo constante de síntese. Em diversos momentos desse curso, serão apresentados características que podem ser observadas como opostos. A principal dialética é entre a aceitação do paciente e tentar ensiná-los a mudar. ● Para resolver os problemas oferecidos pelo paciente, é importante que o terapeuta aborde os comportamentos do paciente, elabore de maneira sistemática a avaliação, incluindo fazer a análise comportamental em conjunto com o paciente, formular hipóteses, gerar possíveis mudanças, experimentar e avaliar as soluções.
  • 23. Terapia Comportamental Dialética (DBT em inglês) ● Validação é uma parte importante para a aceitação do paciente sobre si mesmo, e essencial para progredir para a mudança. ● É importante observar que a relação entre terapeuta e paciente é de colaboração.
  • 24. O que diferencia a DBT de outas terapias cognitivas e comportamentais “comuns” ● Foco na aceitação e validação do comportamento como acontece no momento; ● Enfase em tratar comportamentos que interferem na terapia ● A ênfase na relação terapêutica como essencial ao tratamento; ● E foco nos processos dialéticos
  • 25. Para quem a DBT é eficaz? Na DBT Padrão (Terapia individual, consultoria, coaching telefonico e treino de habilidades): Adultos (18 - 65 anos): - TPB - TPB + Tentativas de suicídio ou automutilação - TPB + Dependência química - TPB + TEPT + Tentativas recentes de suicídio ou automutilação Estudantes Universitários (18 - 25 anos): - Traços TPB + Ideação suicida presente + histórico de suicídio ou automutilação
  • 26. Para quem a DBT é eficaz? Adolescentes (12 - 18 anos) - Traços TPB + tentativas recentes de suicídio ou automutilação - Transtorno Bipolar Crianças (7 - 12 anos) - Transtorno Disruptivo de desregulação emocional - Transtornos comportamentais e emocionais severos Idosos (65+ anos) - Transtorno de Personalidade + Transtorno Depressivo Maior
  • 27. Para quem a DBT é eficaz? Somente com treino de habilidades em DBT: Adultos (18 - 65 anos): - TPB - Transtorno de Binge Alimentar - Bulimia Nervosa - Abuso na infância - Transtorno Depressivo Maior - TDAH - Bipolar I ou II - Desregulação Emocional + Transtorno de Ansiedade Depressiva
  • 28. Para quem a DBT é eficaz? Somente com treino de habilidades em DBT: Estudantes Universitários (18 - 25 anos): - Desregulação Emocional - TDAH Idosos (65+ anos) - Transtorno Depressivo Maior
  • 29. Referências bibliográficas Linehan (2010). Transtorno da personalidade borderline: conceitos, controvérsias e definições. In: Terapia Cognitivo-Comportamental para transtorno da personalidade borderline. (pp. 16-38) https://behavioraltech.org/wp- content/uploads/2018/04/RCT4ModesResearchDatatoDate2016.06.28-new- logo.pdf: https://behavioraltech.org/wp-content/uploads/2018/04/RCTSkills- onlyResearchtoDate2016.06.28-new-logo.pdf