2. Acompanhamento nutricional
no pré-natal
Objetivos
• Estabelecer o estado nutricional;
• Identificar fatores de risco;
• Possibilitar interferências terapêuticas e
profiláticas no sentido de corrigir
distorções;
• Realizar educação nutricional.
3. Ganho de peso (kg) recomendado durante a
gestação, segundo EN inicial
Estado
Nutricional
(EN) inicial
(IMC)
Ganho de
peso total no
1º trimestre
Ganho de
peso semanal
médio no 2º e
3º trimestre
Ganho de
peso total na
gestação
Baixo Peso 2,3 0,5 12,5 – 18,0
Adequado 1,6 0,4 11,5 – 16,0
Sobrepeso 0,9 0,3 7,0 – 11,5
Obesidade - 0,3 7,0
4. Avaliação do estado nutricional da gestante
segundo o IMC, por semana gestacional
Semana
Gestacional
Baixo Peso
IMC
Adequado
IMC entre
Sobrepeso
IMC
entre
Obesidade
IMC
6 19,9 20,0 - 24,9 25,0 - 30,0 30,1
8 20,1 20,2 - 25,0 25,1 - 30,1 30,2
10 20,2 20,3 - 25,2 25,3 - 30,2 30,3
11 ... 20,3 20,4 - 25,3 25,4 - 30,3 30,4
... 42 25,0 25,1 - 29,2 29,3 - 33,2 33,3
7. NECESSIDADE ENERGÉTICA NA GESTAÇÃO
Existem diferentes métodos para se estimar a quantidade de
energia necessária durante a gestação:
Mas independente do método é necessária uma avaliação
nutricional individualizada.
Recomendação da RDA (NRC, 1989):
Calcular o IMC pré-gestacional
Calcular a Taxa de Metabolismo Basal
Acrescentar o Fator Atividade (FA)
GET = TMB x FA
Somar a energia extra convencionada em 300 Kcal/dia a
partir do 2º trimestre de gestação (RDA, 1989).
8.
9.
10.
11. Queixas comuns na gestação
Náuseas, vômitos, azia
• Fracionar a alimentação: 6 refeições/dia
• Evitar: alimentos gordurosos e com cheiros fortes,
café, chá preto, mate, doces, álcool e fumo, ingerir
líquidos durante as refeições, deitar-se após as
refeições
• Preferir alimentos cozidos e assados
• Mastigar bem e comer em posição sentada
• Ingerir alimentos sólidos antes de se levantar (bolacha
de água e sal); alimentos gelados
Flatulência e Constipação
• Aumentar o consumo de líquidos e fibras
• Evitar: repolho, couve, feijão, ovo, leite e açúcar
12.
13. NUTRIÇÃO NA Lactação
Período onde as necessidades
nutricionais são maiores que na
gestação para a produção do leite.
14. • Nutricionalmente superior;
• Bacteriologicamente seguro;
• Fatores imunológicos presentes;
• Menos alergênico;
• Temperatura, quantidade e qualidade
adequada para o bebê;
• Custo zero;
• Fortalecimento do vínculo mãe-filho.
Vantagens do aleitamento
materno
15. Aleitamento materno
• A OMS preconiza o aleitamento materno
exclusivo nos primeiros 6 meses de vida e
parcial até aos 2 anos.
Razões mais frequentes para a interrupção
precoce do aleitamento materno:
• Leite insuficiente, rejeição do seio pela
criança, trabalho da mãe fora do lar, “leite
fraco”, hospitalização da criança e
problemas com o seio.
16. Colostro
• Leite dos primeiros 7 dias; cor amarelada
• Por 100 ml: 67Kcal, 1,9g Prot, 5,1g CHO (lactose), 1,8g
Gordura
• Muito nutritivo e rico em fatores imunológicos (IgA,
IgM, IgG).
Leite materno
• Por 100 ml: 71Kcal; 1,3g Prot, 6,5g CHO (lactose),
3,0g Gordura
• Fácil digestão (60% de lactoalbumnina e 40% de
caseína); mamadas mais frequentes (8-12x/dia)
• O leite do início da mamada defende o bebê contra
infecções e mata a sede (proteína e água).
• O leite do final da mamada engorda o bebê (gordura).
17.
18. Recomendação energética (GET)segunda as DRI
(IOM, 2002) para as nutrizes:
GET pré-gestacional + energia necessária para
produção de leite – energia para perda de peso
onde:
1º semestre pós–parto = GET pré gestacional + 500
(produção de leite) -170 (perda de peso)
2º semestre pós–parto = GET pré gestacional + 400
(produção de leite) – 0 (perda de peso)
19. Alimentação da Nutriz/Lactante
• Aumentar a ingestão de líquidos e calorias (500 Kcal)
• Consumir dieta variada com todos os grupos
alimentares: arroz, frutas, verduras e legumes (Vit. A:
cenoura, abóbora, brócolis, mamão), leite (3 ou +
porções), carnes e ovos, feijões
• Evitar dieta e medicamentos que promovam rápida
perda de peso (+500g/semana)
• Observar consumo de chocolate, amendoim, café,
refrigerante, frutas cítricas e leite de vaca com as
cólicas do bebê
29. Dez Passos para uma
Alimentação Saudável
• PASSO 1 – Dar somente leite materno até
os seis meses, sem oferecer água, chás
ou qualquer outro alimento.
• PASSO 2 – A partir dos seis meses,
introduzir de forma lenta e gradual outros
alimentos, mantendo o leite materno até
os dois anos de idade ou mais.
30. • PASSO 3 – Após seis meses, dar
alimentos complementares (cereais,
tubérculos, carnes, leguminosas, frutas,
legumes) 3 vezes ao dia, se a criança
receber leite materno, e 5 vezes ao dia, se
estiver desmamada.
• PASSO 4 – A alimentação complementar
deve ser oferecida sem rigidez de
horários, respeitando-se sempre a
vontade da criança.
Dez Passos para uma
Alimentação Saudável
31. • PASSO 5 – A alimentação complementar deve
ser espessa desde o início e oferecida de
colher, começar com consistência pastosa
(papas/ purês) e, gradativamente, aumentar a
consistência até chegar à alimentação da
família.
• PASSO 6 – Oferecer à criança diferentes
alimentos ao dia. Uma alimentação variada é
uma alimentação colorida.
Dez Passos para uma
Alimentação Saudável
32. • PASSO 7 – Estimular o consumo diário de
frutas, verduras e legumes nas refeições.
• PASSO 8 – Evitar açúcar, café, enlatados,
frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos
e outras guloseimas, nos primeiros anos
de vida. Usar sal com moderação.
Dez Passos para uma
Alimentação Saudável
33. Dez Passos para uma
Alimentação Saudável
• PASSO 9 – Cuidar da higiene no preparo e
manuseio dos alimentos; garantir o seu
armazenamento e conservação
adequados.
• PASSO 10 – Estimular a criança doente e
convalescente a se alimentar, oferecendo
sua alimentação habitual e seus alimentos
preferidos, respeitando a sua aceitação.
34.
35. Pirâmide Alimentar para
crianças de 6 a 23 meses
MINISTÉRIO DA SÁUDE. Dez Passos para uma Alimentação Saudável-Guia Alimentar para
Crianças Menores de 2 anos, Brasília, DF, 2002.
37. Pirâmide alimentar para crianças de
2 a 3 anos
PHILIPPI, ST; CRUZ, ATR; COLUCCI, ACA. Pirâmide Alimentar para crianças de 2 a 3 anos.Rev. Nutrição,
Campinas, v. 16, n. 1, p. 5-19, jan./mar., 2003.
38. Formação de bons hábitos
alimentares
• Refeições em ambiente calmo e apropriado;
• Sentar a criança de maneira correta;
• Assentar-se de frente para ela e mostrar
interesse;
• Colocar sempre um talher à sua disposição;
• Rejeição inicial aos novos alimentos é uma
resposta normal, proporcionar novas
oportunidades;
• Permitir que ela explore os alimentos, sua
textura, cheiro e paladar, tocando e sentindo com
suas mãos;
39. • Deixar que ela regule a quantidade e o ritmo com que
quer se alimentar;
• Conversar de forma calma e encorajadora,
estimulando a criança; não usar alimento como
recompensa;
• Evitar chamar a atenção para suas tentativas
malsucedidas, seja achando graça, seja manifestando
desagrado;
• Mostrar interesse em tudo que ela faz, porém não a
super-proteja, deixar que ela tome iniciativas.
Formação de bons hábitos
alimentares
40. Alimentação do pré-escolar e
escolar
• Período de diminuição da velocidade de crescimento e
do apetite; exploração do ambiente
• Alimentação pode ficar irregular: criar rotina alimentar;
ficar atento à supressão de refeições e preferência por
doces e gorduras;
• Evitar guloseimas, frituras e alimentos ricos em sal;
• Cuidado especial com os alimentos do lanche na
escola; fase de socialização;
• Evitar colocar grande quantidade de alimentos no prato
• Criar interesse da criança pela alimentação: compras,
preparação de receitas
41. Alimentação do pré-escolar
(2 a 6 anos)
• Oferecer de 5 a 6 refeições/dia, com pequenos
volumes e repetir se necessário
• Oferecer alimentos variados, fruta, verdura e
legumes diariamente, coloridos e atraentes
• Não substituir almoço e jantar por leite
• Não utilizar doces como recompensa ou castigo
• Oferecer alimentos recusados sob nova forma
de preparação
• Evitar líquidos nas refeições e alimentos
industrializados, congelados, etc
• Manter ambiente tranquilo, comer com a família
• Estimular a participação da criança na compra e
preparo e manuseio dos alimentos
42. Alimentação do escolar
(7 a 10 anos)
• Seguir cardápio da família
• 5 a 6 refeições/dia com alimentos variados,
fruta, verdura e legumes diariamente
• Consumir sal com moderação
• Vit. A (período de estirão,hormônio GH-
crescimento): frutas e vegetais amarelo-
alaranjados
• Ingerir 400ml leite/dia (Ca)
• Alimentação na escola
48. ESCALA DE FIGURAS DE SILHUETAS
FIGURA IMC DIAGNÓSTICO
1 12,5 BAIXO PESO
2 15,0
3 17,5
4 20,0 EUTROFIA
5 22,5
6 25,0 SOBREPESO
7 27,5
8 30,0 OBESIDADE I
9 32,5
10 35,0 OBESIDADE II
11 37,5
12 40,0 OBESIDADE II
13 42,5
14 45,0
15 47,5
Qual a figura que melhor
representa seu corpo hoje?
IMC Atual
Qual a figura que representa o
corpo que você gostaria de ter?
IMC Desejável
IMC Real = aferido
Notas do Editor
Declínios intensos e contínuos caracterizam a evolução da prevalência de défi cit
de altura em ambos os sexos, indicando a progressiva redução da desnutrição infantil
nas últimas décadas. De 1974-1975 para 2008-2009, a prevalência de défi cit de altura
em crianças de 5 a 9 anos de idade diminui de 29,3% para 7,2%, no sexo masculino,
e de 26,7% para 6,3%, no sexo feminino.
A prevalência de déficit de peso se mostra relativamente baixa nos três
inquéritos, indicando que casos atuais de desnutrição tendem a ser pouco frequentes
na faixa etária de 5 a 9 anos. As prevalências estimadas são ligeiramente superiores
a 5% em 1974-1975, declinam para cerca de 2% em 1989 e ascendem para cerca de
4% em 2008-2009. A prevalência de excesso de peso em meninos é moderada em 1974-1975 (10,9%),
aumenta para 15,0% em 1989 e alcança 34,8% em 2008-2009. Padrão semelhante
de aumento do excesso de peso é observado em meninas: 8,6%, 11,9% e 32,0%,
respectivamente. A evolução da prevalência de obesidade nos dois sexos repete, com
frequências menores, a tendência descrita para o excesso de peso. Declínios contínuo e expressivo na frequência de meninos e meninas com défi cit
de altura ocorrem em todas as regiões do País. Entretanto, de 1974-1975 a 1989, os
declínios são relativamente maiores nas Regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste do que
nas Regiões Norte e Nordeste, o que acaba por aumentar as desigualdades regionais
brasileiras quanto ao crescimento infantil. No segundo período (1989-2009), destaca-se
a impressionante redução na prevalência de défi cit de altura na Região Nordeste: de
24,5% para 7,9% em meninos e de 23,6% para 6,9% em meninas. Tal redução aproxima
a prevalência de défi cit de altura na Região Nordeste das prevalências observadas
nas Regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste. Embora também intensa, a redução na
prevalência de défi cit de altura na Região Norte (de 23,2% para 12,2% em meninos e
de 18,6% para 10,3% em meninas) mantém essa região ainda distante das Regiões
Sudeste, Sul e Centro-Oeste e, agora, também, da Região Nordeste.
A prevalência de défi cit de peso na faixa etária de 5 a 9 anos tende a ser
relativamente baixa nos três inquéritos, em todas as regiões, não evidenciando
um padrão bem defi nido de evolução no tempo, quer seja em meninos, quer seja
em meninas.
A tendência da evolução temporal do excesso de peso e da obesidade nas
várias regiões repete na maioria das vezes a tendência observada para o Brasil, ou
seja, aumentos modestos, ou mesmo estabilidade, de 1974-1975 a 1989 e aumentos
explosivos entre 1989 e 2008-2009. Por exemplo, entre meninos da Região Nordeste,
a prevalência de excesso de peso pouco varia de 1974-1975 a 1989 (de 10,6% para
8,7%), mas aumenta mais de três vezes de 1989 a 2008-2009 (de 8,7% para 30,3%). Declínios contínuo e expressivo na frequência de meninos e meninas com
défi cit de altura ocorrem ao longo dos três inquéritos em todos os estratos de renda.
Entretanto, como no caso das desigualdades regionais, as desigualdades econômicas
tendem a se acentuar de 1974-1975 a 1989 e a se reduzir de 1989 a 2008-2009.
A prevalência de défi cit de peso na faixa etária de 5 a 9 anos é relativamente
baixa em todos os estratos de renda, novamente não evidenciando, nos dois sexos,
um padrão bem-defi nido de variação temporal.
Em ambos os sexos, a evolução do excesso de peso e da obesidade no
primeiro e no segundo quinto da distribuição da renda familiar mostra estabilidade
de prevalências de 1975-1975 a 1989 e aumento explosivo de 1989 a 2008-2009. Entre
meninos e meninas pertencentes aos três quintos da maior renda familiar, o aumento
nas prevalências de excesso de peso e de obesidade já ocorre no primeiro período,
embora haja evidência de aceleração no segundo período.
A tendência secular do estado nutricional de adolescentes foi resgatada com
base em estimativas da prevalência de défi cit de peso, excesso de peso e obesidade
calculadas a partir dos inquéritos do ENDEF 1974-1975; da PNSN 1989; e das POFs 2002-
2003 e 2008-2009. A distribuição de referência e os critérios utilizados na defi nição
dos indicadores foram os mesmos utilizados na seção que apresentou estimativas
da POF 2008-2009 para adolescentes. Novamente, as estimativas do ENDEF não levam
em conta os domicílios rurais das Regiões Norte e Centro-Oeste e as estimativas da
PNSN não levam em conta os domicílios rurais da Região Norte. A prevalência de défi cit de peso em adolescentes mostra tendência de
declínio ao longo dos quatro inquéritos. De 1974-1975 a 2008-2009, a prevalência
de défi cit de peso diminui de 10,1% para 3,7%, no sexo masculino, e de 5,1% para
3,0%, no sexo feminino.
A prevalência de excesso de peso aumenta continuamente ao longo dos quatro
inquéritos. Nos 34 anos decorridos de 1974-1975 a 2008-2009, a prevalência de excesso
de peso aumenta em seis vezes no sexo masculino (de 3,7% para 21,7%) e em quase
três vezes no sexo feminino (de 7,6% para 19,4%). A evolução da prevalência de
obesidade nos dois sexos repete, com frequências menores, a tendência ascendente
descrita para o excesso de peso. Tendência declinante do défi cit de peso e aumento contínuo do excesso de peso e
de obesidade caracterizam a população de adolescentes de todas as regiões brasileiras.
Por exemplo, em adolescentes do sexo masculino da Região Sul, a prevalência de
défi cit de peso declina de 6,0%, em 1974-1975, para 2,5%, em 2008-2009, enquanto,
no mesmo período, a prevalência de excesso de peso aumenta de 4,7% para 27,2%
e a de obesidade de 0,6% para 7,7%. Em adolescentes do sexo feminino da mesma
região, o défi cit de peso declina de 2,8% para 2,4%, o excesso de peso aumenta de
9,7% para 22% e a obesidade aumenta de 1,0% para 5,4%.
A tendência secular dos indicadores antropométricos em adolescentes segundo
quintos da distribuição da renda familiar é apresentada no Gráfi co 15.
Em todos os estratos de renda, observa-se tendência de diminuição da prevalência
de défi cit de peso e de aumento da prevalência de excesso de peso e de obesidade. Por
exemplo, em adolescentes do sexo masculino pertencentes ao quinto de menor renda
familiar, a prevalência de défi cit de peso declina de 13,9%, em 1974-1975, para 5,2%, em
2008-2009, enquanto, no mesmo período, a prevalência de excesso de peso aumenta
de 1,6% para 12,7% e a de obesidade de menos de 0,1% para 2,1%. Em adolescentes do
quinto de maior renda, o défi cit de peso declina de 6,2% para 2,7%, o excesso de peso
aumenta de 8,1% para 31,6% e a obesidade aumenta de 1,2% para 9,2%