4. Teoria sistêmica como
mudança de paradigma
Paradigma deriva do grego parádeigma = modelo ou padrão.
Paradigma, em linhas gerais, definem-se como um conjunto de
regras e regulamentos.
5. Teoria sistêmica como
mudança de paradigma
Propõe uma nova lógica de entendimento do ser humano, do
mundo, das relações, da ciência, dos fenômenos.
Os fenômenos e ser humano passam a ser considerados de uma
(nova) maneira para além daquilo que pode ser mensurado em
números, quantitativamente e em laboratórios (ciência positivista/
tradicional).
6. Teoria sistêmica como
mudança de paradigma
Ciência tradicional Ciência novo-paradigmática
Simplicidade
Análise
Relações causais
Complexidade
Contextualização
Relações causais recursivas
Buscando a contextualização dos fenômenos
e reconhecendo a causalidade recursiva
Estabilidade
Determinação –
previsibilidade
Reversibilidade -
controlabilidade
Instabilidade
Indeterminação – imprevisibilidade
Irreversibilidade -
incontrolabilidade
Entendendo que o mundo está em processo
dinâmico de constantes transformações e a
consequente imprevisibilidade de alguns
fenômenos;
Objetividade
Subjetividade entre
parênteses
Intersubjetividade
Objetividade entre parênteses
reconhecendo que não há uma realidade
independente do observador, que o
conhecimento cientifico é construção social,
em espaços consensuais, por diferentes
sujeitos/observadores.
(Boing; More; Crepaldi, 2014; Vasconcellos, 2014)
7. Teoria sistêmica como
mudança de paradigma
• Do pressuposto da simplicidade para o da complexidade, buscando a
contextualização dos fenômenos e reconhecendo a causalidade recursiva;
• Do pressuposto da estabilidade para o da instabilidade, entendendo que o mundo
está em processo dinâmico de constantes transformações e a consequente
imprevisibilidade de alguns fenômenos;
• Do pressuposto da objetividade para o da intersubjetividade, reconhecendo que
não há uma realidade independente do observador, que o conhecimento cientifico
é construção social, em espaços consensuais, por diferentes
sujeitos/observadores.
(BOING; MORE; CREPALDI, 2014)
13. Quanto mais reduzimos o olhar de análise de um fenômeno, menos
consideramos o contexto, o ambiente, as interrelações, as dinâmicas…
Um recorte da
imagem/ contexto
A imagem completa
14. O sistema e
a sistêmica
Sistema: complexo de elementos em
interação.
É um todo integrado cujas propriedades
não podem ser reduzidas às
propriedades das partes.
As propriedades sistêmicas são
destruídas quando o sistema é
dissecado.
(Capra, 2016)
15. Ludwig von Bertalanffy
Reconhecido em diversas áreas do
conhecimento pela sua teoria, propôs
uma maneira inovadora para a época
de observar, analisar e entender
qualquer tipo de sistema, seja ele da
área da física, biologia, sociologia ou
psicologia.
Teoria Geral dos Sistemas permite “sua
aplicação aos seres vivos e aos sistemas
sociais”
(COSTA, 2010)
16. Objetivava uma unidade da ciência do
conhecimento baseada em isomorfismos
(elementos semelhantes) das leis em
diferentes campos do saber.
Pretendia uma teoria interdisciplinar-
nova disciplina cientifica ou novo campo
da ciência, constituída de conceitos e
modelos aplicáveis tanto a fenômenos
materiais, como psicossociais (não
materiais).
17. Assim falar-se-ia não mais de entidades
físicas, químicas, biológicas ou sociais,
separadamente, mas de totalidades que
estas entidades constituem, da
ORGANIZAÇÃO desses SISTEMAS em um
todo maior, através da INTERAÇÃO (REDE).
Uma Teoria Geral dos Sistemas ofereceria
um arcabouço conceitual abrangente capaz
de unificar várias disciplinas cientificas que,
naquele momento, estavam isoladas e
fragmentadas. Propõe, portanto, uma
ciência da totalidade, da integridade ou de
entidades totalitárias.
18. Teoria Geral dos
Sistemas (TGS)
Também é conhecida como Teoria Sistêmica,
especialmente na área da Psicologia, no
entanto possuem diferenças entre si.
A “Teoria Geral dos Sistemas é mais ampla e
abarca todas as áreas do conhecimento
(Física, Química, entre outras). Já a Teoria
Sistêmica está mais voltada para a área da
Psicologia.” (GOMES et al., 2014, p. 7).
A ênfase de análise é colocada na inter-
relação e interdependência dos componentes
de um sistema, sendo reducionista observar
algo ou alguém sem considerar as relações
que estabelece com o meio.
19. Conceitos
Sistema – é a interação ou relação entre
organismos, agentes, elementos ou
componentes, tornando-os interligados ou
interdependentes
Complexo de elementos em interação ou
um conjunto de componentes em estado
de Interação.
Para se compreender o comportamento
das partes, torna-se indispensável levar em
conta as relações.
(Vasconcellos, 2010).
20. Conceitos
Sistema aberto: ocorrem trocas constantes de energia e
matéria com o exterior ou com o meio. Nesta forma de
sistema, os processos de trocas e intercâmbio de
matéria e energia são inesgotáveis.
Exemplo: organismos vivos, uma vez que estão em
constante interação com o ambiente, com troca de
energia, matéria e de informaçã; a escola e a família,
pois constantemente estão trocando informações.
(VASCONCELLOS, 2009)
21. Conceitos
Sistema fechado: ocorrem trocas de
energia, mas não de materiais com o meio
exterior.
Exemplos: uma garrafa de água fechada;
um botijão de gás que esteja lacrado e
sem usar; algumas leis ou subsistemas.
(VASCONCELLOS, 2009)
22. Conceitos
Sistema isolado: sistema fechado
tanto ao input de energia quanto ao
input de matéria, como seria o caso
do universo como um todo.
(VASCONCELLOS, 2009)
24. Exercício
Sistema aberto, fechado e isolado
Sistema aberto
(troca de massa e energia) Sistema isolado
(sem troca de massa e energia)
Sistema fechado
(troca de energia)
25. E as famílias, casais,
relações e fenômenos
humanos podem ser
definidos como?
26. Conceitos
Globalidade
Todos os sistemas funcionam
como um todo coeso e
mudanças em uma das
partes provocam mudanças
no todo.
(VASCONCELLOS, 2009; GOMES et al, 2014)
28. Conceitos
Não somatividade
Sistema não é a soma das
partes, devendo- se considerar
o todo em sua complexidade e
organização; assim, embora o
indivíduo faça parte da família,
ele mantém sua individualidade.
(VASCONCELLOS, 2009; GOMES et al, 2014)
29. Não somatividade
Este cenário não é somente a soma das partes,
mas toda a complexidade dos fatores que
produzem quando elas se encontram. Ainda, cada
um sempre atribuirá uma experiência ou sentido.
30. Conceitos Homeostase
Processo de autorregulação que mantém a
estabilidade do sistema preservando seu
funcionamento.
Homeostase também pode ser entendida
como equilíbrio ou a habilidade de manter
o equilíbrio.
Homeostase, portanto, é resultado de um
conjunto de fatores que mantém uma
forma de equilíbrio em uma relação, espaço
ou sistema.
(VASCONCELLOS, 2009; GOMES et al, 2014)
32. Conceitos
Morfogênesse
Processo oposto a homeostase, ou seja, é a
característica dos sistemas abertos de absorver
os aspectos externos do meio e mudar sua
organização.
Quando a homeostase de um sistema, espaço
ou relação é desfeita, a morfogênese permite a
transformação e a retomada do equilíbrio;
É a ressonância da mudança de algo. Ou seja,
se uma parte do sistema é movimentado (ou
uma parte do sistema movimenta outra), essa
movimentação causa movimento em outras
partes;
(VASCONCELLOS, 2009; GOMES et al, 2014)
33. Conceitos
Equifinalidade
Em um sistema aberto, o resultado de seu
funcionamento independe do ponto de
partida; diferentes condições iniciais geram
igualdade de resultados e diferentes
resultados podem ser gerados por diferentes
condições iniciais.
Para exemplificar este conceito, imagine a
saída de um aluno da escola; esta saída pode
ocorrer por diversas maneiras: mudança de
cidade; mudança de escola; desejo dos pais.
Ou seja, independente do motivo, a saída do
aluno da escola acontecerá.
(VASCONCELLOS, 2009; GOMES et al, 2014)
34. Conceitos
Retroalimentação ou feedback
Circulação de informações
entre elementos do sistema.
Este conceito entende que um
membro ou elemento do
sistema influencia o
comportamento ou
movimentação de outro.
(VASCONCELLOS, 2009; GOMES et al, 2014)
37. Cibernética
Foi criada por Norbert Wiener (1894-1964),
filófoso, matemático americano e professor
do Massachussets Institute of Technology
(MIT).
A cibernética surgiu do diálogo de Wiener
com professores e pesquisadores de outras
áreas do conhecimento, dentre eles Walter
Cannon e Arturo Rosenblueth, ambos
fisiologistas.
A Teoria Cibernética reuniu, em seu início,
matemáticos e fisiologistas. Ao final de 1940,
Wierner escreveu sobre a Teoria da
Cibernética, também chamada de “Ciência da
Correção”.
38. Cibernética
A expressão Cibernética origina-se da
palavra grega kybernetes, que
significa piloto, condutor.
A Teoria da Cibernética “é uma
tentativa de compreender a
comunicação e o controle de
máquinas, seres vivos e grupos
sociais por meio de analogias com as
máquinas eletrônicas.”
(CHAVES, 2015, p. 07).
39. Cibernética
TGS: objetiva estudar os princípios
universais aplicáveis aos sistemas em
geral, sejam eles de natureza física,
biológica ou sociológica (Bertalanffy, 1968, p. 55-56).
Cibernética (ciência da correção):
objetivo é construir sistemas que
reproduzissem o mecanismo de
construção dos seres vivos (autômatos
simuladores de vida ou máquinas
cibernéticas).
40. Cibernética
Wiener considerava a mensagem
como o elemento central tanto na
comunicação, quanto no controle,
ou seja: quando me comunico
envio uma mensagem e
quando comando também.
O que é uma mensagem?
42. O que é uma
mensagem?
É uma sequência de eventos
mensuráveis, distribuídos no
tempo.
Pode ser digital (verbal), ou
analógica (não verbal)
43. Conceitos em
cibernética
Retroação
Quando se diz que um sistema conta com
um mecanismo de retroação ou
retroalimentação, quer dizer que:
À medida que vai funcionando vai sendo
informado dos resultados dos efeitos
produzidos por seu funcionamento,
ou seja, uma parte do resultado (output) é
enviada, como informação, para a entrada
do sistema, constituindo o que é chamado
de alça de retroação, ou circuito de
retroação, ou ciclo de retroação.
44. Conceitos em
cibernética
Regulação
Regular é gerar níveis de estabilidade, como
produto de uma mudança constante em
outros níveis de funcionamento do sistema.
A regulação visa à sobrevivência do sistema.
Auto regulação
Quando o próprio organismo/sistema exibe
um comportamento adaptativo às variações
do meio, diz-se que está exibindo auto-
regulação.
45. Cibernética de primeira e segunda ordem
Cibernética de
primeira ordem
Primeira
cibernética
Segunda
cibernética
46. Cibernética de primeira e segunda ordem
Cibernética
Cibernética
De Primeira
Ordem
Primeira
Cibernética
(causalidade linear)
• Regulação e controle para manutenção da homeostase
• Morfoestase – feedback negativo
• Processo ativado pelo erro HomeoSTÁTICA
Segunda Cibernética
(causalidade
circular)
• Necessidade de mudanças para adaptação
• Morfogênese – feedback positivo
• Seqüência que amplifica o desvio, adaptação
• HomeoDINÂMICA
Cibernética
De Segunda
Ordem
(Causalidade
recursiva)
• Heinzenberg:
Princípio da incerteza
• Impossibilidade de observação objetiva
Não-neutralidade do observador
• Maturana e Varela (1987)- Autopoiese
Determinismo estrutural
• Linguagem dialógica
• Não-trivialidade (incerteza e imprevisibilidade)
• Von Foester: Cibernética dos Sistemas Observantes
47. Exemplo: “Criança com problema”
(integrando Cibernética e TGS)
Explicação linear:
A criança está desamparada porque a mãe a rejeita.
Compreensão sistêmica:
O desamparo é parte de um conjunto de relações que formam um
circuito recursivo: a mãe se torna crítica com a criança quando o pai,
que se sente controlado pela mãe, subestima a autoridade dela sendo
amplamente permissivo com o filho. Em resposta, o filho apóia o pai
contra a mãe, levando a mãe a tornar-se crescentemente antagônica em
relação a ele.
49. Comunicação:
um tema
central para
Abordagem
Sistêmica
Nos sistemas humanos, as relações entre
indivíduos (os elementos do sistema), tem sido
chamada de comunicação.
Relacionar-se é comunicar-se.
Focalizar as relações é interessar-se pelo modo
como se comunicam os elementos que
constituem o sistema.
50. Teoria da
Comunicação
Gregory Bateson (1904-1980), antropólogo inglês.
• No período de 1952 a 1962, Bateson coordenou um
grupo de pesquisa que tinha como foco de estudo os
paradoxos da comunicação humana - Palo Alto (CA);
• Descreveu a comunicação patogênica na família do
esquizofrênico;
•Apresentou a hipótese do duplo vínculo (uma forma
de comunicação paradoxal que tem profundas
implicações nas relações interpessoais).
51. Duplo Vínculo
•Duas pessoas são emocionalmente muito
envolvidas (ex: mãe e criança);
•Uma dessas pessoas é emocionalmente
dependente da outra (criança);
•A mãe envia uma mensagem paradoxal e
frequente à criança;
•A criança entra em conflito emocional por não
discernir entre as duas mensagens
contraditórias.
52. Mensagem
paradoxal
• Apresenta contradição entre o que se diz e como
se diz;
• Ex: A mãe fala repetidas vezes à criança que a
ama, mas ao mesmo tempo apresenta expressão
facial de insatisfação, irritação e
descontentamento. A criança assimila às duas
mensagens: a verbal que qualifica o amor e a não-
verbal que expressa aversão.
53. Família
esquizofrênica
• A esquizofrenia é, em essência, o resultado de
uma interação familiar emque
ocorrem não
propriamente experiências
específicas, mas padrões
traumáticas
sequências
característicos que levam a experiência vivenciais
nas quais o impasse, a ambivalência e a confusão
mental são consequência de mensagens
comunicacionais contraditórias e impossíveis de
serem logicamente obedecidas.
54. Família
esquizofrênica
• Nesse sentido, o comportamento psicótico
poderia fazer sentido no contexto da comunicação
familiar patológica. Os pacientes não
apresentavam sintomas de uma maneira isolada,
eram uma extensão de um ambiente familiar
também adoecido, pelo tipo de inter-relação que
se passa em uma família.
• A mente como um fenômeno sistêmico
característico dos seres vivos - “a mente não está
no cérebro, mas sim nas relações”.
56. Características
comuns dos Modelos
Estratégico,
Estrutural e Escola de
Milão
• Abordagem para a solução de problemas;
• Foco nos processos familiares disfuncionais;
• Postura do terapeuta – observador externo,
alguém que poderia interferir nas questões
familiares - terapeuta como capaz de acessar a
realidade de forma neutra e objetiva, diagnosticar
os problemas da família e intervir para que esta se
torne mais funcional.
57. Três dimensões da
Teoria da
Comunicação
• Sintaxe - se refere à transmissão da informação
• Semântica - está relacionada ao significado dos
símbolos
• Pragmática - diz respeito aos aspectos
comportamentais da comunicação.
O conjunto dos estudos sobre os efeitos da linguagem
sobre os comportamentos de seus próprios usuários
(ou seja como a comunicação afeta a comunicação)
tem sido chamada de Pragmática da Comunicação
Humana.
59. Axiomas da
comunicação
(Paul Watzlawick)
1. É impossível não comunicar;
2. Os seres humanos se comunicam de
maneira digital e analógica
3. Toda comunicação tem aspecto de
conteúdo e de relação;
4. A natureza de uma comunicação depende
das sequências comunicativas entre os
indivíduos comunicantes;
5. Todas as permutas comunicacionais são
simétricas ou complementares.
60. É impossível
não comunicar
Todo comportamento é comunicação,
como não existe “não se comportar”
também não existe não se comunicar.
• Silêncios
• Pausas
• Olhares, feições
• Faltas/ausências
• Sintoma (no corpo físico)
• ...
61. Exemplo
O indivíduo está sentado em uma poltrona de avião e, ao
perceber que alguém está ocupando o assento ao seu lado,
cerra os olhos e finge estar dormindo para “não se
comunicar” – enviando uma mensagem não-verbal que
comunica que não quer se comunicar verbalmente.
O passageiro recém chegado não decodifica a mensagem, e
desejoso por uma conversação, cutuca o braço do
dorminhoco e faz algumas perguntas “puxa-conversa”. O
outro abre os olhos, responde monossilabicamente e volta a
fechá-los, enviando nova e repetida mensagem
não detectada anteriormente pelo
desestimuladora,
interlocutor.
...
62. Os seres humanos
se comunicam de
maneira digital e
analógica
Os seres humanos se comunicam de
maneira digital e analógica
A compreensão de uma comunicação exige a
integração de todos os aspectos em torno de
uma comunicação.
Aspecto relativo aos conteúdos se transmite de
forma digital, enquanto o aspecto relativo à
relação aparece de forma analógica.
Verbal Não-verbal
63. Exemplo
A mãe de um menino trazido à avaliação
psiquiátrica, posta-se à porta do consultório
com ele à sua frente e, enquanto diz: “vá, meu
filho, vá com o doutor, não tenha medo”
mãos nos
junto a si
(linguagem digital), apoia suas
ombros do filhos e retém
(linguagem analógica).
Osório, 2002
64. Toda comunicação
tem um aspecto
referencial e
conativos
Toda comunicação tem aspecto
conteúdo e de relação
O que se fala
Como se fala - a forma
como se fala indica a
posição que o interlocutor
está se apresentando ao
ouvinte
Os segundos classificam os primeiros e correspondem ao que se chama
de metacomunicação.
65. Exemplo
O pai que se queixa à esposa do filho, que lhe
pedia em uma mensagem: “Pai mande-me
dinheiro”, mensagem lida pelo pai em tom áspero
e autoritário, e que, na interpretação da mãe, não
alterando os dizeres (conteúdo), mas a entonação
de voz (aspecto relacional), passou a significar um
pedido doce, suave e humilde e um filho
necessitado, correspondendo a algo que está além
da comunicação formal (metacomunicação).
Osório, 2002
66. Toda
comunicação se
baseia numa
pontuação de
sequência de
comportamento
● O ouvinte por sua vez, responde o enunciado
se colocando numa determinada posição na
relação;
● Ele pode ou não concordar com a posição
inicial do interlocutor;
● Se o emissor seduz, o ouvinte pode se deixar
seduzir;
● Se o emissor manda, o ouvinte pode
obedecer, ou não;
● O ouvinte também se posiciona na relação.
67. Exemplo
Nos casais, a questão de quem disse o que
provocou a discussão é
problemática da pontuação
um situação
das sequências
comunicacionais: “Eu me retraio porque você
me crítica”, diz um dos parceiros, “eu critico
porque você se retrai” afirma o outro. E ambos
ficam aprisionados em uma sequência
comunicacional cuja pontuação só se modifica
pela “metacomunicação”.
Osório, 2002
68. Toda
comunicação
define
interações
Simétricas: baseada na igualdade de posições, que
tendem a ser sofridas, caracterizam disputas
relacionais;
Complementares: são baseadas na diferença de
posições, se um é autoritário o outro é passivo.
A saúde comunicacional apoia-se na alternância de
situação simétricas e complementares.
69. Exemplo
Um casal que está competindo para ver quem
manda em casa apresenta um comportamento
simétrico, enquanto um casal no qual um é quem
manda e o outro o que obedece está
evidenciando um comportamento complementar.
Osório, 2002
70. Integrando as três teorias,
encontramos a Teoria Sistêmica…
E deste encontro, outras
possibilidades de compreensão do
ser humano e dos fenômenos
humanos são criadas.
71. Teoria sistêmica /
Pensamento sistêmico
(Vasconcellos, 2014)
Como manter uma mente sistêmica
Ampliar o foco de observação Complexidade
Descrever com o verbo estar Instabilidade
Acatar outras descrições Intersubjetividade
72. Pensar
Sistemicamente
Pensar sistemicamente implica reconhecer o sujeito em seu
contexto, de que os fatos não são previsíveis e de que o
terapeuta/pesquisador faz parte do sistema no qual
intervém/estuda. Assim, ao fazer uso do Pensamento
Sistêmico, o profissional amplia seu olhar sobre a situação,
questiona a problemática apresentada, e trabalha com as
pessoas envolvidas alternativas de modos mais funcionais de
relacionamento.
(GOMES et al, 2014)
73. Pensar
Sistemicamente
A mudança de foco do intrapsíquico para o interrelacional
representou uma transformação paradigmática à medida
que passou a configurar outro sistema de pressupostos para
informar a concepção dos problemas humanos e das práticas
da Psicologia. A ênfase passa a ser dada aos contextos e
formula-se a postulação de uma causalidade circular
retroativa e recursiva para os fenômenos, o que favoreceu a
abertura do campo
interdisciplinaridade e
da psicoterapia para a
ampliou as fronteiras para a
compreensão da pessoa humana para além do psicológico.
(GOMES et al, 2014)
76. Psicanalista inglês John Bowlby (1907-1990)
T.A surgiu como um instrumento importante para
descrever às raízes mais profundas da dinâmica dos
relacionamentos próximos;
Os modelos internos de funcionamento e os estilos de
regulação de emoções, desenvolvidos com as relações
iniciais, darão base para o estabelecimento de relações
com outras pessoas.
77. Harlow e os
macacos Rhesus
(1963-1968)
Um dos estudos mais conhecidos (e polêmicos) na Psicologia
78. BASE SEGURA
Conceito relacional e sistêmico;
T.A. se baseia na ideia de que, para se desenvolver de
forma segura e competente, a criança desde cedo deve
contar com pessoas significativas que a auxiliem em sua
trajetória em seus primeiros anos de vida;
A experiência de Base Segura funciona como um vínculo
internalizado a partir do qual se pode explorar o mundo e
suas possibilidades - em caso de necessidade tem-se a
quem recorrer.
79. Teoria do Apego
Os laços de apego surgem de uma necessidade de
segurança e proteção (principalmente em situações
ameaçadoras);
A presença da figura de apego proporciona segurança para
a criança, possibilitando que explore o ambiente (base
segura);
O medo da falta de acessibilidade da figura de apego causa
protesto e ativa tentativas de evitar a separação.
80.
81. A experiência de Base Segura engloba, pelo menos, três aspectos:
Um conjunto de comportamentos (choro, medo, olhar, buscar proximidade) ativados por
uma sensação de ameaça interna ou externa (dor, medo, percepção da falta de
disponibilidade da figura de apego);
As respostas dadas pela Figura de Apego (sensibilidade, sintonia, confiabilidade, capacidade
de considerar a dimensão psíquica do outro);
E um estado psicofisiológico, que seria o resultado final da interação dos dois primeiros
aspectos citados (sensações como relaxamento, proximidade, segurança, ou até mesmo
pensamentos como “agora está tudo bem”).
82. Situação Estranha
Padrões de apego
(Ainsworth et al., 1978)
Todos os bebês parecem desenvolver apego, mas
este varia em segurança
1) APEGO SEGURO
1) APEGO EVITATIVO
1) APEGO AMBIVALENTE/RESISTENTE
Apego
inseguro
83. Imagem interna instaurada na relação com os
cuidadores primário;
Representações das experiências da infância
relacionadas às percepções do ambiente, de si
mesmo e das figuras de apego;
Base para todos relacionamentos íntimos futuros;
Padrões de Amor Romântico Adulto.
Modelo interno
de funcionamento
(Working model)
84. Bowlby (1989) define como determinante as referências que o indivíduo tem de
relacionamentos, na sua construção de significados para o mundo. Ou seja, ser
humano carrega, na sua bagagem, um modelo de apego, “entendido como relação
significativa com adulto significativo, que se caracteriza por busca de aproximação,
quando em situação de tensão e protesto na ausência. Na terapia de família e de casal,
busca-se, por meio de uma comunicação aberta, revisar e atualizar os modelos
mentais de padrão amoroso.
85. A partir da década de 80 um conjunto de trabalhos apresenta novas proposições
quanto à dinâmica do apego. Nesta perspectiva, considera-se que que a sensibilidade
do cuidador, e consequentemente, os padrões de apego, só podem ser
compreendidos quando imersos no contexto relacional do encontro do cuidador com
criança.
88. • Urie Bronfenbrenner (1917-2005);
• Formado em Psicologia e Música;
• Déc. 70 – Abordagem Ecológica do Desenvolvimento
Humano (Bronfenbrenner, 1970/1996);
• Na teoria ecológica, os processos psicológicos passam a
ser propriedade de sistemas - foco principal nos
processos e nas interações;
“As características da pessoa em dado momento de sua
vida são uma função conjunta das características
individuais e do ambiente ao longo do curso de sua vida
naquele dado momento” (Bronfenbrenner, 1989, p.90).
89. criticamente (Bronfenbrenner,
• O modelo original foi ampliado e revisado
1999,
Bronfenbrenner & Ceci, 1994; Bronfenbrenner &
Morris, 1998);
• Teoria Bioecológica do Desenvolvimento Humano -
TBDH;
• Quatro aspectos interrelacionados: Processo,
Pessoa, Contexto e Tempo (Modelo PPCT);
90. Desenvolvimento
O desenvolvimento consiste em um processo de
interação recíproca entre a pessoa e o seu contexto
através do tempo;
O desenvolvimento ocorre, através de processos de
interação recíproca, progressivamente mais complexa, de
um ser humano em evolução com as pessoas, objetos,
símbolos presentes em seu ambiente imediato.
91. Modelo PPCT
Modelo PPCT - quatro aspectos inter relacionados:
▪Processo: recebeu posição central na teoria – processos
proximais;
▪Pessoa: aspectos biológicos e psicológicos, construídas
em interação com o ambiente;
▪Contexto: diversos ambientes nos quais os indivíduos
estão inseridos, compreendidos em termos físicos,
sociais e culturais;
▪Tempo: mudanças e continuidades que ocorrem ao
longo do ciclo de vida individual e familiar.
92. Contexto
O microssistema, onde processos proximais acontecem;
O mesossistema ou relações entre dois ou mais
microssistemas;
O exossistema ou um contexto que tem uma influência
indireita na pessoa em desenvolvimento;
O macrossistema ou um contexto no qual às pessoas
têm valores, crenças, práticas, recursos, identidade, etc.,
em comum.
100. Exemplo
Uma criança ao nascer, passa a fazer parte do ambiente familiar - primeiro
sistema, o microssistema, definido como o ambiente onde a pessoa em
desenvolvimento estabelece relações face-a-face;
A participação da criança em mais de um ambiente a introduz em
um mesossistema (conjunto de microssistemas: escola, vizinhança)- transição
ecológica. Este processo de socialização promove seu desenvolvimento.
Ao tratar do exossistema, as decisões tomadas pela direção da escolinha, os
programas propostos pelas associações de bairro, as relações de seus pais no
ambiente de trabalho são exemplos do funcionamento deste amplo sistema.
O macrossistema abrange os sistemas de valores e crenças que permeiam a
existência das diversas culturas, e que são vivenciados e assimilados no decorrer
do processo de desenvolvimento.