1. Cibernética
Almeida, Maria da C. A ciência como bifurcação: uma homenagem a Ilya Prigogine. Revista
FAMECOS, Porto Alegre, v. 23, p 77 – 84, abril 2004
Câmara, Fernando Portela. Dinâmica não-linear e psiquiatria: a natureza dinâmica das doenças
mentais. Rev. Latinoam. Psicopat. Fund., São Paulo, v. 11, n. 1, p. 105-118, março 2008
1 Slides de aulas da profª Stella Maria P.
Simionato Tozo - PUC Minas.
Aula baseada no texto: VASCONCELLOS, Maria José Esteves de. Pensamento sistêmico:
o novo paradigma da ciência. 3. ed. Campinas, São Paulo: Papirus, 2003, cap. 6.
2. Cibernética e seu início...
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� Maior expoente: Norbert Wiener (1894- 1964)
Americano, matemático e graduado em filosofia.
� Livros publicados em 1948 e 1950 mostram os
trabalhos de mais de uma década.
� Wiener, Rosenblueth e Cannon (estes dois da área
biológica) concordavam com a importância de se
estudar as áreas de fronteira entre as ciências.
� A guerra foi um fator decisivo para a orientação de
seus trabalhos – trabalhava com máquinas
computadoras e projetos de redes elétricas. Suas
ideias tinham conexão com o estudo do sistema
nervoso.
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� Wiener também estudava um sistema
eletromecânico que fosse capaz de desempenhar
funções especificamente humanas.
� Para tal, precisavam conhecer a performance de
certas funções humanas, para incorporar
matematicamente nestas máquinas.
� Perceberam (Wiener, Rosenblueth e Bigelow) a
necessidade de estudar o sistema nervoso como um
todo integrado (que manda mas também recebe
mensagens de outras partes do corpo).
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� A escolha da palavra cibernética vem do grego
kybernetes, que significa piloto, condutor.
� O campo da Cibernética seria o da teoria do controle
e da comunicação na máquina ou no animal.
� Estas ideias foram apresentadas e interessaram
cientistas de diversas áreas.
� Inicialmente, em 1944, os estudos incluíram
engenheiros, projetistas de máquinas
computadoras, fisiologistas, neurocientistas e
matemáticos.
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� Em 1946 já ampliaram e incluíram psicólogos,
antropólogos, economistas e especialistas na teoria do
jogos (para entender a comunicação social).
� Houveram as “Conferências Macy”, e os participantes
buscaram superar a distância entre os ciberneticistas
originais (vindos das “ciências rigorosas”) com os novos
participantes das ciências humanas.
� A partir daí a Cibernética passou a ser reconhecida por
suas realizações tecnológicas: aparelho que permite aos
cegos a leitura auditiva de um texto impresso,
computadores ultrarrápidos, próteses para membros
perdidos ou paralíticos, máquinas artificiais com
performances altamente elaboradas,máquina de jogar
xadrez, etc
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� Embora a princípio Wiener não tenha se interessado
pela ciências humanas, em 1950 ele publica o livro
“Cibernética e Sociedade” – defende que a sociedade
pode ser compreendida através do estudo das
mensagens e das facilidades de comunicação.
� Tem como elemento central a mensagem, seja na
comunicação ou no controle.
� “A mensagem se define como uma sequencia de
eventos mensuráveis, distribuídos no tempo.” (p. 217)
� “A Cibernética se interessa pelo modo de funcionar das
máquinas, independente da natureza de seus elementos
constituintes: focaliza as relações entre os elementos, o
modo como estão acoplados ou as regras de conexão
entre eles”. (p.217)
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� As máquinas ou autômatos cibernéticos
distinguem-se dos autômatos simples e os
cibernéticos.
� Importância da retroalimentação:
� Fator extremamente importante é o feedback (realimentação
ou retroação), que significa: “à medida que o sistema vai
funcionando, vai sendo informado dos resultados ou efeitos
produzidos por seu funcionamento” (p. 219).
� Os sistemas cibernéticos são sistemas orientados para uma
meta, deste modo, através dos feedbacks eles podem se
auto-regular.
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� A regulação visa à sobrevivência do sistema,
mantendo em níveis adequados as variáveis
essenciais. Quando o próprio sistema exibe um
comportamento adaptativo às variações do meio,
este está exibindo um comportamento de auto-
regulação. (p. 220)
� Dois tipos de feedback, o negativo e o positivo (sem
sentido valorativo), indica redução (-) ou
amplificação (+) do desvio).
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�
FEEDBACK NEGATIVO
Informação sobre o erro atua no sentido de reduzir o desvio.
Devido à associação da retroalimentação negativa com a
possibilidade da volta do sistema a um estado anterior ou a
manutenção de um estado constante, este pode ser considerado um
mecanismo homeostático → atua para manter a mesma forma de
funcionamento do sistema.
10. FEEDBACK POSITIVO
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A informação provoca ampliação do desvio do sistema em relação
às normas ou tendências que o vinham caracterizando. Aumentam a
amplitude do desvio.
“A retroalimentação positiva conduz, portanto, a uma mudança do
sistema:
• ou produz ruptura do sistema, se os parâmetros deste não
comportarem desvios grandes;
• ou produz mudanças qualitativas em seu funcionamento, se
suas características comportarem uma evolução ou um salto
descontínuo ou uma mudança qualitativa para novas formas de
funcionamento” (p. 223)
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� A grande ênfase de Wiener era para os mecanismos
de auto-regulação, e para uma máquina constituir-se
assim ela deve ter:
� Órgãos motores, análogos aos dos seres vivos;
� Órgãos sensoriais que captem as variações do ambiente
e também as características de seu próprio desempenho;
� Esquema e retroação ou feedback que leve a mensagem
– a informação sobre o desempenho - de volta para a
entrada do sistema;
� Capacidade de ajustar sua conduta futura, de acordo
com seu desempenho passado;
� Órgãos decisórios centrais, que de posse da informação
sobre o desempenho prévio, determinem o que fazer a
seguir.
12. Slides de aulas da profª Stella Maria P.
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� A Cibernética enfatizava a manutenção do sistema,
através da retroalimentação negativa.
� Magoroh Maruyama, antropólogo e ciberneticista,
em 1963 chamou a atenção para retroalimentação
positiva, e criou uma distinção entre:
13. Contribuições de ILYA PRIGOGINE
� Filho de judeus, nasceu em Moscou, em 1917, ano da
revolução russa. A família Prigogine transferiu-se para Bruxelas
em 1929. O interesse pela música, literatura, arqueologia,
psicologia, direito e história tece a formação humanista de um
cientista que centra suas pesquisas na química orgânica e
depois na físico-química. Em 1977, Ilya Prigogine recebe o
Prêmio Nobel de Química.
� Prigogine se interessa:
� pela “dinâmica dos sistemas longe do equilíbrio”; trata dos
fenômenos irreversíveis e das estruturas dissipativas;
� Conceitos de bifurcação (o que é da ordem do acontecimento
novo) e flutuação (o que diz respeito ao não previsível que está
em potencial)
� ordem pode nascer da desordem;
� a “flecha do tempo” indica probabilidades e nunca certezas,
porque a evolução do universo abriga desvios, flutuações,
bifurcações e acontecimentos criadores de novas ordens. O
tempo é irreversível.
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14. Sistemas complexos e equilíbrio
� Os sistemas complexos (sistemas formados por um grande
número de componentes interagindo entre si) são
caracteristicamente instáveis e governados por uma dinâmica
não-linear.
� São sistemas abertos, em cuja fronteira ocorrem trocas
contínuas de matéria, energia e informação com o ambiente.
� A física clássica trata tais fluxos como uma situação
idealizada em que o sistema encontra-se em equilíbrio e
comporta-se de forma homogênea. Toda perturbação que não
seja demasiadamente intensa tende a afastar o sistema deste
ponto estável (chamado de ponto atrator), mas a ele retorna
quando a perturbação cessa. Este comportamento previsível é
descrito em aproximações lineares.
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15. � No mundo real, estes sistemas estão sujeitos a
constantes flutuações locais, de modo que eles não
estão exatamente em equilíbrio, e sim oscilando em
torno deste, e ainda mantendo sua homogeneidade.
� A parte da física que estuda estes sistemas é
conhecida como termodinâmica de sistemas afastados
do equilíbrio, e foi fundada por Ilya Prigogine e
colaboradores.
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16. � Estas flutuações surgem e desaparecem, porém,
ocasionalmente, uma flutuação local pode
amplificar-se por efeito de um feedback positivo,
levando o sistema a se afastar mais e mais do seu
equilíbrio original até atingir um limiar ou valor
crítico onde perderá toda estabilidade.
� Neste ponto, chamado ponto de bifurcação, o
sistema muda subitamente em qualidade, perde
sua homogeneidade (“quebra de simetria”),
exibindo um novo tipo de ordem, e adquire
propriedades novas. A instabilidade atingida
redireciona o sistema para uma outra condição
mais estável, agora mais complexa.
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17. Essas bifurcações caracterizam um sistema não linear,
isto é, que muda dinamicamente quando experimenta uma variação mínima
numa região crítica. A figura 1 ilustra este princípio de não-linearidade.
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18. � Se a amplificação da flutuação não é suficiente para o
sistema alcançar um ponto de bifurcação, ele tenderá a se
restaurar;
� Se o ponto de bifurcação é atingido, ele muda subitamente
e de modo irreversível, mas é necessário que a energia
que “empurrou” o sistema para esta nova condição seja
mantida, senão ele volta à condição do equilíbrio original.
� Prigogine chamou este fenômeno de “ordem por flutuação”,
e como esta nova ordem decorre somente desta dinâmica,
sendo espontânea e sem informação prévia para originá-la,
o processo é também conhecido como “autoorganização”.
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19. � Sistema complexo afasta-se do equilíbrio auto-
organização
maior complexidade novos pontos de bifurcação são
alcançados perda toda ordem ao atingir o caos.
� A ordem deve, portanto, ser regenerada continuamente ao
mesmo tempo em que se desintegra continuamente, pois é
num ciclo incessante de criação e destruição que os seres
passam a existir, “a luta constante entre ordem e desordem”
� Prigogine chama estas ordens de “estruturas dissipativas” ou
“zonas de flutuação” (atratores caóticos). A luta entre a zona
flutuante e o resto do sistema, que não sofreu flutuação, é
constante, esta tende a invadir aquela e aquela tende a
neutralizar esta.
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20. RESUMINDO: Cibernética de 1ª Ordem
� Subdivide-se em:
� 1ª Cibernética (mudanças de 1ª Ordem)
� 2ª Cibernética (mudanças de 2ª ordem)
� Na 1ª Cibernética: O sistema sobrevive a medida que
controla distúrbios, impedindo-os de evoluírem para uma
mudança além do nível-limite, que possa quebrar sua
organização.
� Na 2ª Cibernética: O sistema vivo para manter sua
sobrevivência precisa ser capaz de mudar sua estrutura
básica, para adaptar-se a situações de mudança no meio.
(Contribuições de Maruyama)
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21. Tipos de Mudança:
� Mudanças de 1ª Ordem são correções de desvio que
resultam em mudanças reversíveis, mantendo o padrão de
organização do sistema.
� Mudanças de 2ª Ordem são mudanças de natureza
irreversível, descontínuas, resultam em salto qualitativo do
sistema para outro nível de organização – afastados do
equilíbrio.
� São fundamentais na seleção das novas formas de
organização:
o ACASO, como contexto gerador;
a HISTÓRIA, como o conjunto de singularidades do
sistema .
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22. Cibernética de 1ª Ordem –Pressuposto
na objetividade
� Primeira Cibernética
Visão homeoSTÁTICA
⇩
Retroalimentação negativa ( - )
Conservadora, mantém o status
quo - homeostase
⇩
Apoiada em avanços 2ª lei da
termodinâmica, buscar reverter
a tendência à desordem, ao
caos, à destruição do sistema.
SISTEMA operado de fora, com
estratégias para correção dos
desvios e manutenção da
estabilidade sistêmica
(mudanças de 1ª ordem)
� Segunda Cibernética
Visão homeoDINÂMICA
⇩
Retroalimentação positiva ( + )
Favorece novidade, leva a evolução
- morfogênese.
⇩
Apoiada em contribuições de
Prigogine sobre sistemas
afastados do equilíbrio, conceito
de “ordem por meio da
flutuação”, considera o papel
criativo da desordem.
SISTEMA operado de fora, com
recursos para ampliação dos
desvios e mudanças (de 2ª
ordem), para alcance de nova
organização sistêmica.
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23. Slides de aulas da profª Stella Maria P.
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� Referem-se ainda a importância da circularidade.
� Discute-se também os limites de uma
“cibernetização” dos sistemas vivos e
antropossociais.
� Também, devido a Cibernética até este momento
subordinar a comunicação ao comando, ela inspira
práticas tecnocêntricas (tecnologia como base
central), tecnomórficas (forma da tecnologia) e
tecnocráticas (ênfase na aplicação de métodos
científicos e racionais).
24. Baseado nos textos:
GRANDESSO, M. A (2000) Sobre a reconstrução do Significado: uma análise epistemológica e hermenêutica da prática clínica. São Paulo: Casa do Psicólogo. Cap. II Um referencial sistêmico para a prática clínica.
RAPIZO, Rosana. Cibernética. In: RAPIZO, Rosana. Terapia Sistêmica de Família: da instrução à construção. Rio de Janeiro, NOOS, 2002. p. 45-57
https://pt.qaz.wiki/wiki/Second-order_cybernetics
Cibernética de 2ª Ordem
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25. � Busca de ampliação de território para incluir
processos além daqueles decorrentes de
desvios e circuitos homeostáticos.
� A cibernética já havia sofrido modificações
para incluir o 2º momento (a 2ª Cibernética,
na 1ª Ordem).
� Avanços subsequentes do campo da
cibernética decorreram de sua aplicação a
vários domínios de estudos:
� Antropologia,
� Neurofisiologia,
� Sociologia
� Psiquiatria.
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26. � Considerações das diferenças e particularidades
levou ao que poderia ser pensado como
máquinas não triviais ou sistemas auto-
organizadores.
� Estender o pensamento cibernético aos sistemas auto-
organizadores (incluindo os humanos e os sociais),
resultou em considerar os sistemas autônomos (regidos
por suas próprias leis).
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27. � SALTO QUALITATIVO definido como
Cibernética de 2ª Ordem.
� Foi desenvolvido entre aproximadamente 1968 e
1975 por Margaret Mead , Heinz von Foerster e
outros. Von Foerster referiu-se a isso como a
cibernética de "sistemas de observação",
enquanto a cibernética de primeira ordem é a de
"sistemas observados" Cibernética de segunda
ordem.
� Esta evolução foi possível devido aos avanços e
transformações em outras áreas do
conhecimento.
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28. � Do campo da física quântica, Heisenberg
enuncia o princípio da incerteza, e coloca em
xeque: a “É possível se falar em uma
observação objetiva, de uma realidade
independente, livre das influências do
observador?”
� Ideia da autorreferência: “O comportamento do
homem não é independente das teorias de
comportamento que adota” (Heisenberg in
Feixas & Villegas, 1993)
� OU seja, qualquer observador inclui a si mesmo
nas observações que faz.
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29. � A noção de autorreferência foi incorporada
quando a Cibernética foi usada recursivamente
para pensar a si própria como objeto de estudo.
� Outras contribuições, de áreas afins, foram as
da neurobiologia com Maturana e Varela.
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30. Maturana e Varela
� Estes autores definem os seres vivos como
tendo uma organização AUTOPOIÉTICA.
� Autopoiese deriva do grego – auto (si mesmo)
e poiesis (criação, produção)
� Assim, os sistemas vivos criam os componentes
necessários para manterem a sua própria
organização.
� Para Maturana os seres vivos como entidades
autopoiéticas são sistemas fechados do ponto
de vista informacional. São AUTÔNOMOS.
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31. Maturana e Varela
� Qualquer mudança que possa ocorrer em um
sistema responde a um DETERMINISMO
ESTRUTURAL.
“Quando um organismo interage com qualquer aspecto do
seu ambiente, o que vai determinar a sua resposta é a sua
estrutura, sendo que o ambiente se configura apenas como
ocasião ou contexto instigador, capaz de perturbar o
sistema. A resposta do sistema depende, assim, da sua
organização e estrutura” Grandesso, 2000.
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32. Maturana e Varela
� Maturana coloca a impossibilidade de
INTERAÇÃO INSTRUTIVA entre dois
organismos. Não se pode outorgar algo, como
conselho ou conhecimento, de um indivíduo para
outro.
� O que é possível é um ACOPLAMENTO
ESTRUTURAL, um encaixe ou ajuste recíproco
entre ações estruturalmente determinadas de
um indivíduo e as de outro, caracterizando uma
perturbação recíproca entre ambos.
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33. Maturana e Varela
� Maturana ressalta a importância da linguagem,
os indivíduos constroem o significado da sua
experiência dialogicamente.
� Segundo a autopoiese: os sistemas auto-
organizadores adquirem sua ordem
selecionando elementos úteis para sua
estrutura, a partir da desordem ambiental.
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34. Questões
� A Cibernética de 2ª Ordem não indaga “o que
devo introduzir em um sistema para obter
determinada organização?”, mas pergunta: “o
que é que a estrutura do sistema lhe permite
selecionar?”.
� Por isso a Cibernética passa a ser considerada
como uma nova epistemologia – “como
conhecer”
� A inclusão do observador leva a considerar
nossa estrutura enquanto observadores, nossa
corporeidade, linguagem, cultura, impondo
restrições ao tipo de observações que podemos
fazer.
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35. Implicações da Cibernética de 2ª
Ordem
� Teoria sobre o observador.
� Crença na impossibilidade de separar o observador do
sistema observado.
� Questionamento da possibilidade de conhecimento
objetivo, de previsão e controle.
� Um discurso, incluindo os científicos, nos leva a
compreendê-lo como:
� Um discurso sobre um referente
� Um discurso sobre os limites da linguagem
� Um discurso sobre os processos mentais de quem o produz
� Na terapia, o terapeuta não é um interventor, é mais um
no sistema, ele coparticipa, através do imprevisível, a
medida que os sistemas produzem sua própria mudança.
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