SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 35
Cibernética
Almeida, Maria da C. A ciência como bifurcação: uma homenagem a Ilya Prigogine. Revista
FAMECOS, Porto Alegre, v. 23, p 77 – 84, abril 2004
Câmara, Fernando Portela. Dinâmica não-linear e psiquiatria: a natureza dinâmica das doenças
mentais. Rev. Latinoam. Psicopat. Fund., São Paulo, v. 11, n. 1, p. 105-118, março 2008
1 Slides de aulas da profª Stella Maria P.
Simionato Tozo - PUC Minas.
Aula baseada no texto: VASCONCELLOS, Maria José Esteves de. Pensamento sistêmico:
o novo paradigma da ciência. 3. ed. Campinas, São Paulo: Papirus, 2003, cap. 6.
Cibernética e seu início...
Slides de aulas da profª Stella Maria P.
Simionato Tozo - PUC Minas.
2
� Maior expoente: Norbert Wiener (1894- 1964)
Americano, matemático e graduado em filosofia.
� Livros publicados em 1948 e 1950 mostram os
trabalhos de mais de uma década.
� Wiener, Rosenblueth e Cannon (estes dois da área
biológica) concordavam com a importância de se
estudar as áreas de fronteira entre as ciências.
� A guerra foi um fator decisivo para a orientação de
seus trabalhos – trabalhava com máquinas
computadoras e projetos de redes elétricas. Suas
ideias tinham conexão com o estudo do sistema
nervoso.
Slides de aulas da profª Stella Maria P.
Simionato Tozo - PUC Minas.
3
� Wiener também estudava um sistema
eletromecânico que fosse capaz de desempenhar
funções especificamente humanas.
� Para tal, precisavam conhecer a performance de
certas funções humanas, para incorporar
matematicamente nestas máquinas.
� Perceberam (Wiener, Rosenblueth e Bigelow) a
necessidade de estudar o sistema nervoso como um
todo integrado (que manda mas também recebe
mensagens de outras partes do corpo).
Slides de aulas da profª Stella Maria P.
Simionato Tozo - PUC Minas.
4
� A escolha da palavra cibernética vem do grego
kybernetes, que significa piloto, condutor.
� O campo da Cibernética seria o da teoria do controle
e da comunicação na máquina ou no animal.
� Estas ideias foram apresentadas e interessaram
cientistas de diversas áreas.
� Inicialmente, em 1944, os estudos incluíram
engenheiros, projetistas de máquinas
computadoras, fisiologistas, neurocientistas e
matemáticos.
Slides de aulas da profª Stella Maria P.
Simionato Tozo - PUC Minas.
5
� Em 1946 já ampliaram e incluíram psicólogos,
antropólogos, economistas e especialistas na teoria do
jogos (para entender a comunicação social).
� Houveram as “Conferências Macy”, e os participantes
buscaram superar a distância entre os ciberneticistas
originais (vindos das “ciências rigorosas”) com os novos
participantes das ciências humanas.
� A partir daí a Cibernética passou a ser reconhecida por
suas realizações tecnológicas: aparelho que permite aos
cegos a leitura auditiva de um texto impresso,
computadores ultrarrápidos, próteses para membros
perdidos ou paralíticos, máquinas artificiais com
performances altamente elaboradas,máquina de jogar
xadrez, etc
Slides de aulas da profª Stella Maria P.
Simionato Tozo - PUC Minas.
6
� Embora a princípio Wiener não tenha se interessado
pela ciências humanas, em 1950 ele publica o livro
“Cibernética e Sociedade” – defende que a sociedade
pode ser compreendida através do estudo das
mensagens e das facilidades de comunicação.
� Tem como elemento central a mensagem, seja na
comunicação ou no controle.
� “A mensagem se define como uma sequencia de
eventos mensuráveis, distribuídos no tempo.” (p. 217)
� “A Cibernética se interessa pelo modo de funcionar das
máquinas, independente da natureza de seus elementos
constituintes: focaliza as relações entre os elementos, o
modo como estão acoplados ou as regras de conexão
entre eles”. (p.217)
Slides de aulas da profª Stella Maria P.
Simionato Tozo - PUC Minas.
7
� As máquinas ou autômatos cibernéticos
distinguem-se dos autômatos simples e os
cibernéticos.
� Importância da retroalimentação:
� Fator extremamente importante é o feedback (realimentação
ou retroação), que significa: “à medida que o sistema vai
funcionando, vai sendo informado dos resultados ou efeitos
produzidos por seu funcionamento” (p. 219).
� Os sistemas cibernéticos são sistemas orientados para uma
meta, deste modo, através dos feedbacks eles podem se
auto-regular.
Slides de aulas da profª Stella Maria P.
Simionato Tozo - PUC Minas.
8
� A regulação visa à sobrevivência do sistema,
mantendo em níveis adequados as variáveis
essenciais. Quando o próprio sistema exibe um
comportamento adaptativo às variações do meio,
este está exibindo um comportamento de auto-
regulação. (p. 220)
� Dois tipos de feedback, o negativo e o positivo (sem
sentido valorativo), indica redução (-) ou
amplificação (+) do desvio).
Slides de aulas da profª Stella Maria P.
Simionato Tozo - PUC Minas.
9
�
FEEDBACK NEGATIVO
Informação sobre o erro atua no sentido de reduzir o desvio.
Devido à associação da retroalimentação negativa com a
possibilidade da volta do sistema a um estado anterior ou a
manutenção de um estado constante, este pode ser considerado um
mecanismo homeostático → atua para manter a mesma forma de
funcionamento do sistema.
FEEDBACK POSITIVO
Slides de aulas da profª Stella Maria P.
Simionato Tozo - PUC Minas.
10
A informação provoca ampliação do desvio do sistema em relação
às normas ou tendências que o vinham caracterizando. Aumentam a
amplitude do desvio.
“A retroalimentação positiva conduz, portanto, a uma mudança do
sistema:
• ou produz ruptura do sistema, se os parâmetros deste não
comportarem desvios grandes;
• ou produz mudanças qualitativas em seu funcionamento, se
suas características comportarem uma evolução ou um salto
descontínuo ou uma mudança qualitativa para novas formas de
funcionamento” (p. 223)
Slides de aulas da profª Stella Maria P.
Simionato Tozo - PUC Minas.
11
� A grande ênfase de Wiener era para os mecanismos
de auto-regulação, e para uma máquina constituir-se
assim ela deve ter:
� Órgãos motores, análogos aos dos seres vivos;
� Órgãos sensoriais que captem as variações do ambiente
e também as características de seu próprio desempenho;
� Esquema e retroação ou feedback que leve a mensagem
– a informação sobre o desempenho - de volta para a
entrada do sistema;
� Capacidade de ajustar sua conduta futura, de acordo
com seu desempenho passado;
� Órgãos decisórios centrais, que de posse da informação
sobre o desempenho prévio, determinem o que fazer a
seguir.
Slides de aulas da profª Stella Maria P.
Simionato Tozo - PUC Minas.
12
� A Cibernética enfatizava a manutenção do sistema,
através da retroalimentação negativa.
� Magoroh Maruyama, antropólogo e ciberneticista,
em 1963 chamou a atenção para retroalimentação
positiva, e criou uma distinção entre:
Contribuições de ILYA PRIGOGINE
� Filho de judeus, nasceu em Moscou, em 1917, ano da
revolução russa. A família Prigogine transferiu-se para Bruxelas
em 1929. O interesse pela música, literatura, arqueologia,
psicologia, direito e história tece a formação humanista de um
cientista que centra suas pesquisas na química orgânica e
depois na físico-química. Em 1977, Ilya Prigogine recebe o
Prêmio Nobel de Química.
� Prigogine se interessa:
� pela “dinâmica dos sistemas longe do equilíbrio”; trata dos
fenômenos irreversíveis e das estruturas dissipativas;
� Conceitos de bifurcação (o que é da ordem do acontecimento
novo) e flutuação (o que diz respeito ao não previsível que está
em potencial)
� ordem pode nascer da desordem;
� a “flecha do tempo” indica probabilidades e nunca certezas,
porque a evolução do universo abriga desvios, flutuações,
bifurcações e acontecimentos criadores de novas ordens. O
tempo é irreversível.
Stella Tozo - PUC Minas
13
Sistemas complexos e equilíbrio
� Os sistemas complexos (sistemas formados por um grande
número de componentes interagindo entre si) são
caracteristicamente instáveis e governados por uma dinâmica
não-linear.
� São sistemas abertos, em cuja fronteira ocorrem trocas
contínuas de matéria, energia e informação com o ambiente.
� A física clássica trata tais fluxos como uma situação
idealizada em que o sistema encontra-se em equilíbrio e
comporta-se de forma homogênea. Toda perturbação que não
seja demasiadamente intensa tende a afastar o sistema deste
ponto estável (chamado de ponto atrator), mas a ele retorna
quando a perturbação cessa. Este comportamento previsível é
descrito em aproximações lineares.
Stella Tozo - PUC Minas
14
� No mundo real, estes sistemas estão sujeitos a
constantes flutuações locais, de modo que eles não
estão exatamente em equilíbrio, e sim oscilando em
torno deste, e ainda mantendo sua homogeneidade.
� A parte da física que estuda estes sistemas é
conhecida como termodinâmica de sistemas afastados
do equilíbrio, e foi fundada por Ilya Prigogine e
colaboradores.
Stella Tozo - PUC Minas
15
� Estas flutuações surgem e desaparecem, porém,
ocasionalmente, uma flutuação local pode
amplificar-se por efeito de um feedback positivo,
levando o sistema a se afastar mais e mais do seu
equilíbrio original até atingir um limiar ou valor
crítico onde perderá toda estabilidade.
� Neste ponto, chamado ponto de bifurcação, o
sistema muda subitamente em qualidade, perde
sua homogeneidade (“quebra de simetria”),
exibindo um novo tipo de ordem, e adquire
propriedades novas. A instabilidade atingida
redireciona o sistema para uma outra condição
mais estável, agora mais complexa.
Stella Tozo - PUC Minas
16
Essas bifurcações caracterizam um sistema não linear,
isto é, que muda dinamicamente quando experimenta uma variação mínima
numa região crítica. A figura 1 ilustra este princípio de não-linearidade.
Stella Tozo - PUC Minas
17
� Se a amplificação da flutuação não é suficiente para o
sistema alcançar um ponto de bifurcação, ele tenderá a se
restaurar;
� Se o ponto de bifurcação é atingido, ele muda subitamente
e de modo irreversível, mas é necessário que a energia
que “empurrou” o sistema para esta nova condição seja
mantida, senão ele volta à condição do equilíbrio original.
� Prigogine chamou este fenômeno de “ordem por flutuação”,
e como esta nova ordem decorre somente desta dinâmica,
sendo espontânea e sem informação prévia para originá-la,
o processo é também conhecido como “autoorganização”.
Stella Tozo - PUC Minas
18
� Sistema complexo afasta-se do equilíbrio auto-
organização
maior complexidade novos pontos de bifurcação são
alcançados perda toda ordem ao atingir o caos.
� A ordem deve, portanto, ser regenerada continuamente ao
mesmo tempo em que se desintegra continuamente, pois é
num ciclo incessante de criação e destruição que os seres
passam a existir, “a luta constante entre ordem e desordem”
� Prigogine chama estas ordens de “estruturas dissipativas” ou
“zonas de flutuação” (atratores caóticos). A luta entre a zona
flutuante e o resto do sistema, que não sofreu flutuação, é
constante, esta tende a invadir aquela e aquela tende a
neutralizar esta.
Stella Tozo - PUC Minas
19
RESUMINDO: Cibernética de 1ª Ordem
� Subdivide-se em:
� 1ª Cibernética (mudanças de 1ª Ordem)
� 2ª Cibernética (mudanças de 2ª ordem)
� Na 1ª Cibernética: O sistema sobrevive a medida que
controla distúrbios, impedindo-os de evoluírem para uma
mudança além do nível-limite, que possa quebrar sua
organização.
� Na 2ª Cibernética: O sistema vivo para manter sua
sobrevivência precisa ser capaz de mudar sua estrutura
básica, para adaptar-se a situações de mudança no meio.
(Contribuições de Maruyama)
Stella Tozo - PUC Minas
20
Tipos de Mudança:
� Mudanças de 1ª Ordem são correções de desvio que
resultam em mudanças reversíveis, mantendo o padrão de
organização do sistema.
� Mudanças de 2ª Ordem são mudanças de natureza
irreversível, descontínuas, resultam em salto qualitativo do
sistema para outro nível de organização – afastados do
equilíbrio.
� São fundamentais na seleção das novas formas de
organização:
o ACASO, como contexto gerador;
a HISTÓRIA, como o conjunto de singularidades do
sistema .
Stella Tozo - PUC Minas
21
Cibernética de 1ª Ordem –Pressuposto
na objetividade
� Primeira Cibernética
Visão homeoSTÁTICA
⇩
Retroalimentação negativa ( - )
Conservadora, mantém o status
quo - homeostase
⇩
Apoiada em avanços 2ª lei da
termodinâmica, buscar reverter
a tendência à desordem, ao
caos, à destruição do sistema.
SISTEMA operado de fora, com
estratégias para correção dos
desvios e manutenção da
estabilidade sistêmica
(mudanças de 1ª ordem)
� Segunda Cibernética
Visão homeoDINÂMICA
⇩
Retroalimentação positiva ( + )
Favorece novidade, leva a evolução
- morfogênese.
⇩
Apoiada em contribuições de
Prigogine sobre sistemas
afastados do equilíbrio, conceito
de “ordem por meio da
flutuação”, considera o papel
criativo da desordem.
SISTEMA operado de fora, com
recursos para ampliação dos
desvios e mudanças (de 2ª
ordem), para alcance de nova
organização sistêmica.
Stella Tozo - PUC Minas
22
Slides de aulas da profª Stella Maria P.
Simionato Tozo - PUC Minas.
23
� Referem-se ainda a importância da circularidade.
� Discute-se também os limites de uma
“cibernetização” dos sistemas vivos e
antropossociais.
� Também, devido a Cibernética até este momento
subordinar a comunicação ao comando, ela inspira
práticas tecnocêntricas (tecnologia como base
central), tecnomórficas (forma da tecnologia) e
tecnocráticas (ênfase na aplicação de métodos
científicos e racionais).
Baseado nos textos:
GRANDESSO, M. A (2000) Sobre a reconstrução do Significado: uma análise epistemológica e hermenêutica da prática clínica. São Paulo: Casa do Psicólogo. Cap. II Um referencial sistêmico para a prática clínica.
RAPIZO, Rosana. Cibernética. In: RAPIZO, Rosana. Terapia Sistêmica de Família: da instrução à construção. Rio de Janeiro, NOOS, 2002. p. 45-57
https://pt.qaz.wiki/wiki/Second-order_cybernetics
Cibernética de 2ª Ordem
24 Slides da Profª Stella M. P. S. Tozo -
Psicologia - PUC Minas
� Busca de ampliação de território para incluir
processos além daqueles decorrentes de
desvios e circuitos homeostáticos.
� A cibernética já havia sofrido modificações
para incluir o 2º momento (a 2ª Cibernética,
na 1ª Ordem).
� Avanços subsequentes do campo da
cibernética decorreram de sua aplicação a
vários domínios de estudos:
� Antropologia,
� Neurofisiologia,
� Sociologia
� Psiquiatria.
25 Slides da Profª Stella M. P. S. Tozo -
Psicologia - PUC Minas
� Considerações das diferenças e particularidades
levou ao que poderia ser pensado como
máquinas não triviais ou sistemas auto-
organizadores.
� Estender o pensamento cibernético aos sistemas auto-
organizadores (incluindo os humanos e os sociais),
resultou em considerar os sistemas autônomos (regidos
por suas próprias leis).
26 Slides da Profª Stella M. P. S. Tozo -
Psicologia - PUC Minas
� SALTO QUALITATIVO definido como
Cibernética de 2ª Ordem.
� Foi desenvolvido entre aproximadamente 1968 e
1975 por Margaret Mead , Heinz von Foerster e
outros. Von Foerster referiu-se a isso como a
cibernética de "sistemas de observação",
enquanto a cibernética de primeira ordem é a de
"sistemas observados" Cibernética de segunda
ordem.
� Esta evolução foi possível devido aos avanços e
transformações em outras áreas do
conhecimento.
27 Slides da Profª Stella M. P. S. Tozo -
Psicologia - PUC Minas
� Do campo da física quântica, Heisenberg
enuncia o princípio da incerteza, e coloca em
xeque: a “É possível se falar em uma
observação objetiva, de uma realidade
independente, livre das influências do
observador?”
� Ideia da autorreferência: “O comportamento do
homem não é independente das teorias de
comportamento que adota” (Heisenberg in
Feixas & Villegas, 1993)
� OU seja, qualquer observador inclui a si mesmo
nas observações que faz.
28 Slides da Profª Stella M. P. S. Tozo -
Psicologia - PUC Minas
� A noção de autorreferência foi incorporada
quando a Cibernética foi usada recursivamente
para pensar a si própria como objeto de estudo.
� Outras contribuições, de áreas afins, foram as
da neurobiologia com Maturana e Varela.
29 Slides da Profª Stella M. P. S. Tozo -
Psicologia - PUC Minas
Maturana e Varela
� Estes autores definem os seres vivos como
tendo uma organização AUTOPOIÉTICA.
� Autopoiese deriva do grego – auto (si mesmo)
e poiesis (criação, produção)
� Assim, os sistemas vivos criam os componentes
necessários para manterem a sua própria
organização.
� Para Maturana os seres vivos como entidades
autopoiéticas são sistemas fechados do ponto
de vista informacional. São AUTÔNOMOS.
30 Slides da Profª Stella M. P. S. Tozo -
Psicologia - PUC Minas
Maturana e Varela
� Qualquer mudança que possa ocorrer em um
sistema responde a um DETERMINISMO
ESTRUTURAL.
“Quando um organismo interage com qualquer aspecto do
seu ambiente, o que vai determinar a sua resposta é a sua
estrutura, sendo que o ambiente se configura apenas como
ocasião ou contexto instigador, capaz de perturbar o
sistema. A resposta do sistema depende, assim, da sua
organização e estrutura” Grandesso, 2000.
31 Slides da Profª Stella M. P. S. Tozo -
Psicologia - PUC Minas
Maturana e Varela
� Maturana coloca a impossibilidade de
INTERAÇÃO INSTRUTIVA entre dois
organismos. Não se pode outorgar algo, como
conselho ou conhecimento, de um indivíduo para
outro.
� O que é possível é um ACOPLAMENTO
ESTRUTURAL, um encaixe ou ajuste recíproco
entre ações estruturalmente determinadas de
um indivíduo e as de outro, caracterizando uma
perturbação recíproca entre ambos.
32 Slides da Profª Stella M. P. S. Tozo -
Psicologia - PUC Minas
Maturana e Varela
� Maturana ressalta a importância da linguagem,
os indivíduos constroem o significado da sua
experiência dialogicamente.
� Segundo a autopoiese: os sistemas auto-
organizadores adquirem sua ordem
selecionando elementos úteis para sua
estrutura, a partir da desordem ambiental.
33 Slides da Profª Stella M. P. S. Tozo -
Psicologia - PUC Minas
Questões
� A Cibernética de 2ª Ordem não indaga “o que
devo introduzir em um sistema para obter
determinada organização?”, mas pergunta: “o
que é que a estrutura do sistema lhe permite
selecionar?”.
� Por isso a Cibernética passa a ser considerada
como uma nova epistemologia – “como
conhecer”
� A inclusão do observador leva a considerar
nossa estrutura enquanto observadores, nossa
corporeidade, linguagem, cultura, impondo
restrições ao tipo de observações que podemos
fazer.
34 Slides da Profª Stella M. P. S. Tozo -
Psicologia - PUC Minas
Implicações da Cibernética de 2ª
Ordem
� Teoria sobre o observador.
� Crença na impossibilidade de separar o observador do
sistema observado.
� Questionamento da possibilidade de conhecimento
objetivo, de previsão e controle.
� Um discurso, incluindo os científicos, nos leva a
compreendê-lo como:
� Um discurso sobre um referente
� Um discurso sobre os limites da linguagem
� Um discurso sobre os processos mentais de quem o produz
� Na terapia, o terapeuta não é um interventor, é mais um
no sistema, ele coparticipa, através do imprevisível, a
medida que os sistemas produzem sua própria mudança.
35 Slides da Profª Stella M. P. S. Tozo -
Psicologia - PUC Minas

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a Cibernética e seus conceitos-chave

Conceitos de sistema de informação
Conceitos de sistema de informaçãoConceitos de sistema de informação
Conceitos de sistema de informaçãoArmando Rivarola
 
A ciência e o desenvolvimento da teoria do caos
A ciência e o desenvolvimento da teoria do caosA ciência e o desenvolvimento da teoria do caos
A ciência e o desenvolvimento da teoria do caosFernando Alcoforado
 
Reflexos sociais das organizações em rede
Reflexos sociais das organizações em redeReflexos sociais das organizações em rede
Reflexos sociais das organizações em redeArie Storch
 
Como administrar o caos na dinâmica do sistema capitalista
Como administrar o caos na dinâmica do sistema capitalistaComo administrar o caos na dinâmica do sistema capitalista
Como administrar o caos na dinâmica do sistema capitalistaFernando Alcoforado
 
Metamorfose da ciência
Metamorfose da ciência Metamorfose da ciência
Metamorfose da ciência nextfiocruz
 
Teoria da Comunicação Unidade III
Teoria da Comunicação Unidade IIITeoria da Comunicação Unidade III
Teoria da Comunicação Unidade IIIHarutchy
 
Complexidade ccm 2011a
Complexidade ccm 2011aComplexidade ccm 2011a
Complexidade ccm 2011aFalec
 
Fundamentos da Psicologia Social
Fundamentos da Psicologia SocialFundamentos da Psicologia Social
Fundamentos da Psicologia SocialMarcos Pereira
 
Funcionalismo sistêmico read
Funcionalismo sistêmico readFuncionalismo sistêmico read
Funcionalismo sistêmico readR D
 
Teorias da Complexidade
Teorias da ComplexidadeTeorias da Complexidade
Teorias da ComplexidadeLucila Pesce
 
ENTENDER A INTERDEPENDÊNCIA E A COMPLEXIFICAÇÃO DOS SISTEMAS: UMA SAÍDA PARA...
ENTENDER A INTERDEPENDÊNCIA E A COMPLEXIFICAÇÃO DOS SISTEMAS:  UMA SAÍDA PARA...ENTENDER A INTERDEPENDÊNCIA E A COMPLEXIFICAÇÃO DOS SISTEMAS:  UMA SAÍDA PARA...
ENTENDER A INTERDEPENDÊNCIA E A COMPLEXIFICAÇÃO DOS SISTEMAS: UMA SAÍDA PARA...Eliege Fante
 

Semelhante a Cibernética e seus conceitos-chave (20)

Sistemas, caos e complexidade
Sistemas, caos e complexidadeSistemas, caos e complexidade
Sistemas, caos e complexidade
 
Sistemas complexos
Sistemas complexosSistemas complexos
Sistemas complexos
 
Abordagem sistemicaadm
Abordagem sistemicaadmAbordagem sistemicaadm
Abordagem sistemicaadm
 
Conceitos de sistema de informação
Conceitos de sistema de informaçãoConceitos de sistema de informação
Conceitos de sistema de informação
 
Biofisica
BiofisicaBiofisica
Biofisica
 
A ciência e o desenvolvimento da teoria do caos
A ciência e o desenvolvimento da teoria do caosA ciência e o desenvolvimento da teoria do caos
A ciência e o desenvolvimento da teoria do caos
 
Reflexos sociais das organizações em rede
Reflexos sociais das organizações em redeReflexos sociais das organizações em rede
Reflexos sociais das organizações em rede
 
Folder biofisica
Folder biofisicaFolder biofisica
Folder biofisica
 
Sistemas complexos - Palazzo
Sistemas complexos - PalazzoSistemas complexos - Palazzo
Sistemas complexos - Palazzo
 
2 causalidade
2 causalidade2 causalidade
2 causalidade
 
Como administrar o caos na dinâmica do sistema capitalista
Como administrar o caos na dinâmica do sistema capitalistaComo administrar o caos na dinâmica do sistema capitalista
Como administrar o caos na dinâmica do sistema capitalista
 
Mill mach-pearson-0905
Mill mach-pearson-0905Mill mach-pearson-0905
Mill mach-pearson-0905
 
Mill mach-pearson-0905
Mill mach-pearson-0905Mill mach-pearson-0905
Mill mach-pearson-0905
 
Metamorfose da ciência
Metamorfose da ciência Metamorfose da ciência
Metamorfose da ciência
 
Teoria da Comunicação Unidade III
Teoria da Comunicação Unidade IIITeoria da Comunicação Unidade III
Teoria da Comunicação Unidade III
 
Complexidade ccm 2011a
Complexidade ccm 2011aComplexidade ccm 2011a
Complexidade ccm 2011a
 
Fundamentos da Psicologia Social
Fundamentos da Psicologia SocialFundamentos da Psicologia Social
Fundamentos da Psicologia Social
 
Funcionalismo sistêmico read
Funcionalismo sistêmico readFuncionalismo sistêmico read
Funcionalismo sistêmico read
 
Teorias da Complexidade
Teorias da ComplexidadeTeorias da Complexidade
Teorias da Complexidade
 
ENTENDER A INTERDEPENDÊNCIA E A COMPLEXIFICAÇÃO DOS SISTEMAS: UMA SAÍDA PARA...
ENTENDER A INTERDEPENDÊNCIA E A COMPLEXIFICAÇÃO DOS SISTEMAS:  UMA SAÍDA PARA...ENTENDER A INTERDEPENDÊNCIA E A COMPLEXIFICAÇÃO DOS SISTEMAS:  UMA SAÍDA PARA...
ENTENDER A INTERDEPENDÊNCIA E A COMPLEXIFICAÇÃO DOS SISTEMAS: UMA SAÍDA PARA...
 

Último

Aula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo - PARTE 1.pdf
Aula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo - PARTE 1.pdfAula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo - PARTE 1.pdf
Aula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo - PARTE 1.pdfGiza Carla Nitz
 
Aula 6 - Sistema Circulatório cardiovascular - Anatomia humana.pdf
Aula 6 - Sistema Circulatório cardiovascular - Anatomia humana.pdfAula 6 - Sistema Circulatório cardiovascular - Anatomia humana.pdf
Aula 6 - Sistema Circulatório cardiovascular - Anatomia humana.pdfGiza Carla Nitz
 
Aula 1 - Clínica Cirurgica -organização, estrutura, funcionamento.pdf
Aula 1 - Clínica Cirurgica -organização, estrutura, funcionamento.pdfAula 1 - Clínica Cirurgica -organização, estrutura, funcionamento.pdf
Aula 1 - Clínica Cirurgica -organização, estrutura, funcionamento.pdfGiza Carla Nitz
 
AULA NUTRIÇÃO EM ENFERMAGEM.2024 PROF GABRIELLA
AULA NUTRIÇÃO EM ENFERMAGEM.2024 PROF GABRIELLAAULA NUTRIÇÃO EM ENFERMAGEM.2024 PROF GABRIELLA
AULA NUTRIÇÃO EM ENFERMAGEM.2024 PROF GABRIELLAgabriella462340
 
Primeiros socorros segurança do trabalho
Primeiros socorros segurança do trabalhoPrimeiros socorros segurança do trabalho
Primeiros socorros segurança do trabalhoDjalmadeAndrade2
 
Aula 02 -Biologia Celular - Células Procariontes e Eucariontes .pdf
Aula 02 -Biologia Celular -  Células Procariontes e  Eucariontes .pdfAula 02 -Biologia Celular -  Células Procariontes e  Eucariontes .pdf
Aula 02 -Biologia Celular - Células Procariontes e Eucariontes .pdfGiza Carla Nitz
 
Aula 3- CME - Tipos de Instrumentais - Pacotes -.pdf
Aula 3- CME - Tipos de Instrumentais -  Pacotes -.pdfAula 3- CME - Tipos de Instrumentais -  Pacotes -.pdf
Aula 3- CME - Tipos de Instrumentais - Pacotes -.pdfGiza Carla Nitz
 
Aula de Anatomia e fisiologia socorrista .pptx
Aula de Anatomia e fisiologia socorrista .pptxAula de Anatomia e fisiologia socorrista .pptx
Aula de Anatomia e fisiologia socorrista .pptxAndersonMoreira538200
 
Aula 5 - Sistema Muscular- Anatomia Humana.pdf
Aula 5 - Sistema Muscular- Anatomia Humana.pdfAula 5 - Sistema Muscular- Anatomia Humana.pdf
Aula 5 - Sistema Muscular- Anatomia Humana.pdfGiza Carla Nitz
 
Aula 4- Biologia Celular - Membrana Plasmática. pptx.pdf
Aula 4- Biologia Celular - Membrana Plasmática. pptx.pdfAula 4- Biologia Celular - Membrana Plasmática. pptx.pdf
Aula 4- Biologia Celular - Membrana Plasmática. pptx.pdfGiza Carla Nitz
 
Aula 1 - Clínica Médica -Organização, Estrutura, Funcionamento.pdf
Aula 1 - Clínica Médica -Organização, Estrutura, Funcionamento.pdfAula 1 - Clínica Médica -Organização, Estrutura, Funcionamento.pdf
Aula 1 - Clínica Médica -Organização, Estrutura, Funcionamento.pdfGiza Carla Nitz
 
Aula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo - PARTE 2.pdf
Aula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo -  PARTE 2.pdfAula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo -  PARTE 2.pdf
Aula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo - PARTE 2.pdfGiza Carla Nitz
 
SAUDE E SEGURANNÇA DO TRABALHO E EPIDEMIOLOGIA
SAUDE E SEGURANNÇA DO TRABALHO E EPIDEMIOLOGIASAUDE E SEGURANNÇA DO TRABALHO E EPIDEMIOLOGIA
SAUDE E SEGURANNÇA DO TRABALHO E EPIDEMIOLOGIAArtthurPereira2
 
AULA 12 DESENVOLVIMENTO FETAL E MUDANÇAS NO CORPO DA MULHER.pptx
AULA 12 DESENVOLVIMENTO FETAL E MUDANÇAS NO CORPO DA MULHER.pptxAULA 12 DESENVOLVIMENTO FETAL E MUDANÇAS NO CORPO DA MULHER.pptx
AULA 12 DESENVOLVIMENTO FETAL E MUDANÇAS NO CORPO DA MULHER.pptxEnfaVivianeCampos
 
Aula 8 - Primeiros Socorros - IAM- INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO.pdf
Aula 8 - Primeiros Socorros - IAM- INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO.pdfAula 8 - Primeiros Socorros - IAM- INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO.pdf
Aula 8 - Primeiros Socorros - IAM- INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO.pdfGiza Carla Nitz
 
Aula 7 - Sistema Linfático - Anatomia humana.pdf
Aula 7 - Sistema Linfático - Anatomia humana.pdfAula 7 - Sistema Linfático - Anatomia humana.pdf
Aula 7 - Sistema Linfático - Anatomia humana.pdfGiza Carla Nitz
 
Aula 2 - Sistemas de Informação em Saúde.pdf
Aula 2 - Sistemas de Informação em Saúde.pdfAula 2 - Sistemas de Informação em Saúde.pdf
Aula 2 - Sistemas de Informação em Saúde.pdfmarrudo64
 
Guia alimentar para a população brasileira .pdf
Guia alimentar para a população brasileira  .pdfGuia alimentar para a população brasileira  .pdf
Guia alimentar para a população brasileira .pdfThiagoAlmeida458596
 
Controle-da-população-microbiana-antibióticos-e-resistência-ENF.pdf
Controle-da-população-microbiana-antibióticos-e-resistência-ENF.pdfControle-da-população-microbiana-antibióticos-e-resistência-ENF.pdf
Controle-da-população-microbiana-antibióticos-e-resistência-ENF.pdfRodrigoSimonato2
 
Aula 4 - Sistema Articular- Anatomia Humana.pdf
Aula 4 - Sistema Articular- Anatomia Humana.pdfAula 4 - Sistema Articular- Anatomia Humana.pdf
Aula 4 - Sistema Articular- Anatomia Humana.pdfGiza Carla Nitz
 

Último (20)

Aula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo - PARTE 1.pdf
Aula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo - PARTE 1.pdfAula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo - PARTE 1.pdf
Aula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo - PARTE 1.pdf
 
Aula 6 - Sistema Circulatório cardiovascular - Anatomia humana.pdf
Aula 6 - Sistema Circulatório cardiovascular - Anatomia humana.pdfAula 6 - Sistema Circulatório cardiovascular - Anatomia humana.pdf
Aula 6 - Sistema Circulatório cardiovascular - Anatomia humana.pdf
 
Aula 1 - Clínica Cirurgica -organização, estrutura, funcionamento.pdf
Aula 1 - Clínica Cirurgica -organização, estrutura, funcionamento.pdfAula 1 - Clínica Cirurgica -organização, estrutura, funcionamento.pdf
Aula 1 - Clínica Cirurgica -organização, estrutura, funcionamento.pdf
 
AULA NUTRIÇÃO EM ENFERMAGEM.2024 PROF GABRIELLA
AULA NUTRIÇÃO EM ENFERMAGEM.2024 PROF GABRIELLAAULA NUTRIÇÃO EM ENFERMAGEM.2024 PROF GABRIELLA
AULA NUTRIÇÃO EM ENFERMAGEM.2024 PROF GABRIELLA
 
Primeiros socorros segurança do trabalho
Primeiros socorros segurança do trabalhoPrimeiros socorros segurança do trabalho
Primeiros socorros segurança do trabalho
 
Aula 02 -Biologia Celular - Células Procariontes e Eucariontes .pdf
Aula 02 -Biologia Celular -  Células Procariontes e  Eucariontes .pdfAula 02 -Biologia Celular -  Células Procariontes e  Eucariontes .pdf
Aula 02 -Biologia Celular - Células Procariontes e Eucariontes .pdf
 
Aula 3- CME - Tipos de Instrumentais - Pacotes -.pdf
Aula 3- CME - Tipos de Instrumentais -  Pacotes -.pdfAula 3- CME - Tipos de Instrumentais -  Pacotes -.pdf
Aula 3- CME - Tipos de Instrumentais - Pacotes -.pdf
 
Aula de Anatomia e fisiologia socorrista .pptx
Aula de Anatomia e fisiologia socorrista .pptxAula de Anatomia e fisiologia socorrista .pptx
Aula de Anatomia e fisiologia socorrista .pptx
 
Aula 5 - Sistema Muscular- Anatomia Humana.pdf
Aula 5 - Sistema Muscular- Anatomia Humana.pdfAula 5 - Sistema Muscular- Anatomia Humana.pdf
Aula 5 - Sistema Muscular- Anatomia Humana.pdf
 
Aula 4- Biologia Celular - Membrana Plasmática. pptx.pdf
Aula 4- Biologia Celular - Membrana Plasmática. pptx.pdfAula 4- Biologia Celular - Membrana Plasmática. pptx.pdf
Aula 4- Biologia Celular - Membrana Plasmática. pptx.pdf
 
Aula 1 - Clínica Médica -Organização, Estrutura, Funcionamento.pdf
Aula 1 - Clínica Médica -Organização, Estrutura, Funcionamento.pdfAula 1 - Clínica Médica -Organização, Estrutura, Funcionamento.pdf
Aula 1 - Clínica Médica -Organização, Estrutura, Funcionamento.pdf
 
Aula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo - PARTE 2.pdf
Aula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo -  PARTE 2.pdfAula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo -  PARTE 2.pdf
Aula 7 - Tempos Cirurgicos - A Cirurgia Passo A Passo - PARTE 2.pdf
 
SAUDE E SEGURANNÇA DO TRABALHO E EPIDEMIOLOGIA
SAUDE E SEGURANNÇA DO TRABALHO E EPIDEMIOLOGIASAUDE E SEGURANNÇA DO TRABALHO E EPIDEMIOLOGIA
SAUDE E SEGURANNÇA DO TRABALHO E EPIDEMIOLOGIA
 
AULA 12 DESENVOLVIMENTO FETAL E MUDANÇAS NO CORPO DA MULHER.pptx
AULA 12 DESENVOLVIMENTO FETAL E MUDANÇAS NO CORPO DA MULHER.pptxAULA 12 DESENVOLVIMENTO FETAL E MUDANÇAS NO CORPO DA MULHER.pptx
AULA 12 DESENVOLVIMENTO FETAL E MUDANÇAS NO CORPO DA MULHER.pptx
 
Aula 8 - Primeiros Socorros - IAM- INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO.pdf
Aula 8 - Primeiros Socorros - IAM- INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO.pdfAula 8 - Primeiros Socorros - IAM- INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO.pdf
Aula 8 - Primeiros Socorros - IAM- INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO.pdf
 
Aula 7 - Sistema Linfático - Anatomia humana.pdf
Aula 7 - Sistema Linfático - Anatomia humana.pdfAula 7 - Sistema Linfático - Anatomia humana.pdf
Aula 7 - Sistema Linfático - Anatomia humana.pdf
 
Aula 2 - Sistemas de Informação em Saúde.pdf
Aula 2 - Sistemas de Informação em Saúde.pdfAula 2 - Sistemas de Informação em Saúde.pdf
Aula 2 - Sistemas de Informação em Saúde.pdf
 
Guia alimentar para a população brasileira .pdf
Guia alimentar para a população brasileira  .pdfGuia alimentar para a população brasileira  .pdf
Guia alimentar para a população brasileira .pdf
 
Controle-da-população-microbiana-antibióticos-e-resistência-ENF.pdf
Controle-da-população-microbiana-antibióticos-e-resistência-ENF.pdfControle-da-população-microbiana-antibióticos-e-resistência-ENF.pdf
Controle-da-população-microbiana-antibióticos-e-resistência-ENF.pdf
 
Aula 4 - Sistema Articular- Anatomia Humana.pdf
Aula 4 - Sistema Articular- Anatomia Humana.pdfAula 4 - Sistema Articular- Anatomia Humana.pdf
Aula 4 - Sistema Articular- Anatomia Humana.pdf
 

Cibernética e seus conceitos-chave

  • 1. Cibernética Almeida, Maria da C. A ciência como bifurcação: uma homenagem a Ilya Prigogine. Revista FAMECOS, Porto Alegre, v. 23, p 77 – 84, abril 2004 Câmara, Fernando Portela. Dinâmica não-linear e psiquiatria: a natureza dinâmica das doenças mentais. Rev. Latinoam. Psicopat. Fund., São Paulo, v. 11, n. 1, p. 105-118, março 2008 1 Slides de aulas da profª Stella Maria P. Simionato Tozo - PUC Minas. Aula baseada no texto: VASCONCELLOS, Maria José Esteves de. Pensamento sistêmico: o novo paradigma da ciência. 3. ed. Campinas, São Paulo: Papirus, 2003, cap. 6.
  • 2. Cibernética e seu início... Slides de aulas da profª Stella Maria P. Simionato Tozo - PUC Minas. 2 � Maior expoente: Norbert Wiener (1894- 1964) Americano, matemático e graduado em filosofia. � Livros publicados em 1948 e 1950 mostram os trabalhos de mais de uma década. � Wiener, Rosenblueth e Cannon (estes dois da área biológica) concordavam com a importância de se estudar as áreas de fronteira entre as ciências. � A guerra foi um fator decisivo para a orientação de seus trabalhos – trabalhava com máquinas computadoras e projetos de redes elétricas. Suas ideias tinham conexão com o estudo do sistema nervoso.
  • 3. Slides de aulas da profª Stella Maria P. Simionato Tozo - PUC Minas. 3 � Wiener também estudava um sistema eletromecânico que fosse capaz de desempenhar funções especificamente humanas. � Para tal, precisavam conhecer a performance de certas funções humanas, para incorporar matematicamente nestas máquinas. � Perceberam (Wiener, Rosenblueth e Bigelow) a necessidade de estudar o sistema nervoso como um todo integrado (que manda mas também recebe mensagens de outras partes do corpo).
  • 4. Slides de aulas da profª Stella Maria P. Simionato Tozo - PUC Minas. 4 � A escolha da palavra cibernética vem do grego kybernetes, que significa piloto, condutor. � O campo da Cibernética seria o da teoria do controle e da comunicação na máquina ou no animal. � Estas ideias foram apresentadas e interessaram cientistas de diversas áreas. � Inicialmente, em 1944, os estudos incluíram engenheiros, projetistas de máquinas computadoras, fisiologistas, neurocientistas e matemáticos.
  • 5. Slides de aulas da profª Stella Maria P. Simionato Tozo - PUC Minas. 5 � Em 1946 já ampliaram e incluíram psicólogos, antropólogos, economistas e especialistas na teoria do jogos (para entender a comunicação social). � Houveram as “Conferências Macy”, e os participantes buscaram superar a distância entre os ciberneticistas originais (vindos das “ciências rigorosas”) com os novos participantes das ciências humanas. � A partir daí a Cibernética passou a ser reconhecida por suas realizações tecnológicas: aparelho que permite aos cegos a leitura auditiva de um texto impresso, computadores ultrarrápidos, próteses para membros perdidos ou paralíticos, máquinas artificiais com performances altamente elaboradas,máquina de jogar xadrez, etc
  • 6. Slides de aulas da profª Stella Maria P. Simionato Tozo - PUC Minas. 6 � Embora a princípio Wiener não tenha se interessado pela ciências humanas, em 1950 ele publica o livro “Cibernética e Sociedade” – defende que a sociedade pode ser compreendida através do estudo das mensagens e das facilidades de comunicação. � Tem como elemento central a mensagem, seja na comunicação ou no controle. � “A mensagem se define como uma sequencia de eventos mensuráveis, distribuídos no tempo.” (p. 217) � “A Cibernética se interessa pelo modo de funcionar das máquinas, independente da natureza de seus elementos constituintes: focaliza as relações entre os elementos, o modo como estão acoplados ou as regras de conexão entre eles”. (p.217)
  • 7. Slides de aulas da profª Stella Maria P. Simionato Tozo - PUC Minas. 7 � As máquinas ou autômatos cibernéticos distinguem-se dos autômatos simples e os cibernéticos. � Importância da retroalimentação: � Fator extremamente importante é o feedback (realimentação ou retroação), que significa: “à medida que o sistema vai funcionando, vai sendo informado dos resultados ou efeitos produzidos por seu funcionamento” (p. 219). � Os sistemas cibernéticos são sistemas orientados para uma meta, deste modo, através dos feedbacks eles podem se auto-regular.
  • 8. Slides de aulas da profª Stella Maria P. Simionato Tozo - PUC Minas. 8 � A regulação visa à sobrevivência do sistema, mantendo em níveis adequados as variáveis essenciais. Quando o próprio sistema exibe um comportamento adaptativo às variações do meio, este está exibindo um comportamento de auto- regulação. (p. 220) � Dois tipos de feedback, o negativo e o positivo (sem sentido valorativo), indica redução (-) ou amplificação (+) do desvio).
  • 9. Slides de aulas da profª Stella Maria P. Simionato Tozo - PUC Minas. 9 � FEEDBACK NEGATIVO Informação sobre o erro atua no sentido de reduzir o desvio. Devido à associação da retroalimentação negativa com a possibilidade da volta do sistema a um estado anterior ou a manutenção de um estado constante, este pode ser considerado um mecanismo homeostático → atua para manter a mesma forma de funcionamento do sistema.
  • 10. FEEDBACK POSITIVO Slides de aulas da profª Stella Maria P. Simionato Tozo - PUC Minas. 10 A informação provoca ampliação do desvio do sistema em relação às normas ou tendências que o vinham caracterizando. Aumentam a amplitude do desvio. “A retroalimentação positiva conduz, portanto, a uma mudança do sistema: • ou produz ruptura do sistema, se os parâmetros deste não comportarem desvios grandes; • ou produz mudanças qualitativas em seu funcionamento, se suas características comportarem uma evolução ou um salto descontínuo ou uma mudança qualitativa para novas formas de funcionamento” (p. 223)
  • 11. Slides de aulas da profª Stella Maria P. Simionato Tozo - PUC Minas. 11 � A grande ênfase de Wiener era para os mecanismos de auto-regulação, e para uma máquina constituir-se assim ela deve ter: � Órgãos motores, análogos aos dos seres vivos; � Órgãos sensoriais que captem as variações do ambiente e também as características de seu próprio desempenho; � Esquema e retroação ou feedback que leve a mensagem – a informação sobre o desempenho - de volta para a entrada do sistema; � Capacidade de ajustar sua conduta futura, de acordo com seu desempenho passado; � Órgãos decisórios centrais, que de posse da informação sobre o desempenho prévio, determinem o que fazer a seguir.
  • 12. Slides de aulas da profª Stella Maria P. Simionato Tozo - PUC Minas. 12 � A Cibernética enfatizava a manutenção do sistema, através da retroalimentação negativa. � Magoroh Maruyama, antropólogo e ciberneticista, em 1963 chamou a atenção para retroalimentação positiva, e criou uma distinção entre:
  • 13. Contribuições de ILYA PRIGOGINE � Filho de judeus, nasceu em Moscou, em 1917, ano da revolução russa. A família Prigogine transferiu-se para Bruxelas em 1929. O interesse pela música, literatura, arqueologia, psicologia, direito e história tece a formação humanista de um cientista que centra suas pesquisas na química orgânica e depois na físico-química. Em 1977, Ilya Prigogine recebe o Prêmio Nobel de Química. � Prigogine se interessa: � pela “dinâmica dos sistemas longe do equilíbrio”; trata dos fenômenos irreversíveis e das estruturas dissipativas; � Conceitos de bifurcação (o que é da ordem do acontecimento novo) e flutuação (o que diz respeito ao não previsível que está em potencial) � ordem pode nascer da desordem; � a “flecha do tempo” indica probabilidades e nunca certezas, porque a evolução do universo abriga desvios, flutuações, bifurcações e acontecimentos criadores de novas ordens. O tempo é irreversível. Stella Tozo - PUC Minas 13
  • 14. Sistemas complexos e equilíbrio � Os sistemas complexos (sistemas formados por um grande número de componentes interagindo entre si) são caracteristicamente instáveis e governados por uma dinâmica não-linear. � São sistemas abertos, em cuja fronteira ocorrem trocas contínuas de matéria, energia e informação com o ambiente. � A física clássica trata tais fluxos como uma situação idealizada em que o sistema encontra-se em equilíbrio e comporta-se de forma homogênea. Toda perturbação que não seja demasiadamente intensa tende a afastar o sistema deste ponto estável (chamado de ponto atrator), mas a ele retorna quando a perturbação cessa. Este comportamento previsível é descrito em aproximações lineares. Stella Tozo - PUC Minas 14
  • 15. � No mundo real, estes sistemas estão sujeitos a constantes flutuações locais, de modo que eles não estão exatamente em equilíbrio, e sim oscilando em torno deste, e ainda mantendo sua homogeneidade. � A parte da física que estuda estes sistemas é conhecida como termodinâmica de sistemas afastados do equilíbrio, e foi fundada por Ilya Prigogine e colaboradores. Stella Tozo - PUC Minas 15
  • 16. � Estas flutuações surgem e desaparecem, porém, ocasionalmente, uma flutuação local pode amplificar-se por efeito de um feedback positivo, levando o sistema a se afastar mais e mais do seu equilíbrio original até atingir um limiar ou valor crítico onde perderá toda estabilidade. � Neste ponto, chamado ponto de bifurcação, o sistema muda subitamente em qualidade, perde sua homogeneidade (“quebra de simetria”), exibindo um novo tipo de ordem, e adquire propriedades novas. A instabilidade atingida redireciona o sistema para uma outra condição mais estável, agora mais complexa. Stella Tozo - PUC Minas 16
  • 17. Essas bifurcações caracterizam um sistema não linear, isto é, que muda dinamicamente quando experimenta uma variação mínima numa região crítica. A figura 1 ilustra este princípio de não-linearidade. Stella Tozo - PUC Minas 17
  • 18. � Se a amplificação da flutuação não é suficiente para o sistema alcançar um ponto de bifurcação, ele tenderá a se restaurar; � Se o ponto de bifurcação é atingido, ele muda subitamente e de modo irreversível, mas é necessário que a energia que “empurrou” o sistema para esta nova condição seja mantida, senão ele volta à condição do equilíbrio original. � Prigogine chamou este fenômeno de “ordem por flutuação”, e como esta nova ordem decorre somente desta dinâmica, sendo espontânea e sem informação prévia para originá-la, o processo é também conhecido como “autoorganização”. Stella Tozo - PUC Minas 18
  • 19. � Sistema complexo afasta-se do equilíbrio auto- organização maior complexidade novos pontos de bifurcação são alcançados perda toda ordem ao atingir o caos. � A ordem deve, portanto, ser regenerada continuamente ao mesmo tempo em que se desintegra continuamente, pois é num ciclo incessante de criação e destruição que os seres passam a existir, “a luta constante entre ordem e desordem” � Prigogine chama estas ordens de “estruturas dissipativas” ou “zonas de flutuação” (atratores caóticos). A luta entre a zona flutuante e o resto do sistema, que não sofreu flutuação, é constante, esta tende a invadir aquela e aquela tende a neutralizar esta. Stella Tozo - PUC Minas 19
  • 20. RESUMINDO: Cibernética de 1ª Ordem � Subdivide-se em: � 1ª Cibernética (mudanças de 1ª Ordem) � 2ª Cibernética (mudanças de 2ª ordem) � Na 1ª Cibernética: O sistema sobrevive a medida que controla distúrbios, impedindo-os de evoluírem para uma mudança além do nível-limite, que possa quebrar sua organização. � Na 2ª Cibernética: O sistema vivo para manter sua sobrevivência precisa ser capaz de mudar sua estrutura básica, para adaptar-se a situações de mudança no meio. (Contribuições de Maruyama) Stella Tozo - PUC Minas 20
  • 21. Tipos de Mudança: � Mudanças de 1ª Ordem são correções de desvio que resultam em mudanças reversíveis, mantendo o padrão de organização do sistema. � Mudanças de 2ª Ordem são mudanças de natureza irreversível, descontínuas, resultam em salto qualitativo do sistema para outro nível de organização – afastados do equilíbrio. � São fundamentais na seleção das novas formas de organização: o ACASO, como contexto gerador; a HISTÓRIA, como o conjunto de singularidades do sistema . Stella Tozo - PUC Minas 21
  • 22. Cibernética de 1ª Ordem –Pressuposto na objetividade � Primeira Cibernética Visão homeoSTÁTICA ⇩ Retroalimentação negativa ( - ) Conservadora, mantém o status quo - homeostase ⇩ Apoiada em avanços 2ª lei da termodinâmica, buscar reverter a tendência à desordem, ao caos, à destruição do sistema. SISTEMA operado de fora, com estratégias para correção dos desvios e manutenção da estabilidade sistêmica (mudanças de 1ª ordem) � Segunda Cibernética Visão homeoDINÂMICA ⇩ Retroalimentação positiva ( + ) Favorece novidade, leva a evolução - morfogênese. ⇩ Apoiada em contribuições de Prigogine sobre sistemas afastados do equilíbrio, conceito de “ordem por meio da flutuação”, considera o papel criativo da desordem. SISTEMA operado de fora, com recursos para ampliação dos desvios e mudanças (de 2ª ordem), para alcance de nova organização sistêmica. Stella Tozo - PUC Minas 22
  • 23. Slides de aulas da profª Stella Maria P. Simionato Tozo - PUC Minas. 23 � Referem-se ainda a importância da circularidade. � Discute-se também os limites de uma “cibernetização” dos sistemas vivos e antropossociais. � Também, devido a Cibernética até este momento subordinar a comunicação ao comando, ela inspira práticas tecnocêntricas (tecnologia como base central), tecnomórficas (forma da tecnologia) e tecnocráticas (ênfase na aplicação de métodos científicos e racionais).
  • 24. Baseado nos textos: GRANDESSO, M. A (2000) Sobre a reconstrução do Significado: uma análise epistemológica e hermenêutica da prática clínica. São Paulo: Casa do Psicólogo. Cap. II Um referencial sistêmico para a prática clínica. RAPIZO, Rosana. Cibernética. In: RAPIZO, Rosana. Terapia Sistêmica de Família: da instrução à construção. Rio de Janeiro, NOOS, 2002. p. 45-57 https://pt.qaz.wiki/wiki/Second-order_cybernetics Cibernética de 2ª Ordem 24 Slides da Profª Stella M. P. S. Tozo - Psicologia - PUC Minas
  • 25. � Busca de ampliação de território para incluir processos além daqueles decorrentes de desvios e circuitos homeostáticos. � A cibernética já havia sofrido modificações para incluir o 2º momento (a 2ª Cibernética, na 1ª Ordem). � Avanços subsequentes do campo da cibernética decorreram de sua aplicação a vários domínios de estudos: � Antropologia, � Neurofisiologia, � Sociologia � Psiquiatria. 25 Slides da Profª Stella M. P. S. Tozo - Psicologia - PUC Minas
  • 26. � Considerações das diferenças e particularidades levou ao que poderia ser pensado como máquinas não triviais ou sistemas auto- organizadores. � Estender o pensamento cibernético aos sistemas auto- organizadores (incluindo os humanos e os sociais), resultou em considerar os sistemas autônomos (regidos por suas próprias leis). 26 Slides da Profª Stella M. P. S. Tozo - Psicologia - PUC Minas
  • 27. � SALTO QUALITATIVO definido como Cibernética de 2ª Ordem. � Foi desenvolvido entre aproximadamente 1968 e 1975 por Margaret Mead , Heinz von Foerster e outros. Von Foerster referiu-se a isso como a cibernética de "sistemas de observação", enquanto a cibernética de primeira ordem é a de "sistemas observados" Cibernética de segunda ordem. � Esta evolução foi possível devido aos avanços e transformações em outras áreas do conhecimento. 27 Slides da Profª Stella M. P. S. Tozo - Psicologia - PUC Minas
  • 28. � Do campo da física quântica, Heisenberg enuncia o princípio da incerteza, e coloca em xeque: a “É possível se falar em uma observação objetiva, de uma realidade independente, livre das influências do observador?” � Ideia da autorreferência: “O comportamento do homem não é independente das teorias de comportamento que adota” (Heisenberg in Feixas & Villegas, 1993) � OU seja, qualquer observador inclui a si mesmo nas observações que faz. 28 Slides da Profª Stella M. P. S. Tozo - Psicologia - PUC Minas
  • 29. � A noção de autorreferência foi incorporada quando a Cibernética foi usada recursivamente para pensar a si própria como objeto de estudo. � Outras contribuições, de áreas afins, foram as da neurobiologia com Maturana e Varela. 29 Slides da Profª Stella M. P. S. Tozo - Psicologia - PUC Minas
  • 30. Maturana e Varela � Estes autores definem os seres vivos como tendo uma organização AUTOPOIÉTICA. � Autopoiese deriva do grego – auto (si mesmo) e poiesis (criação, produção) � Assim, os sistemas vivos criam os componentes necessários para manterem a sua própria organização. � Para Maturana os seres vivos como entidades autopoiéticas são sistemas fechados do ponto de vista informacional. São AUTÔNOMOS. 30 Slides da Profª Stella M. P. S. Tozo - Psicologia - PUC Minas
  • 31. Maturana e Varela � Qualquer mudança que possa ocorrer em um sistema responde a um DETERMINISMO ESTRUTURAL. “Quando um organismo interage com qualquer aspecto do seu ambiente, o que vai determinar a sua resposta é a sua estrutura, sendo que o ambiente se configura apenas como ocasião ou contexto instigador, capaz de perturbar o sistema. A resposta do sistema depende, assim, da sua organização e estrutura” Grandesso, 2000. 31 Slides da Profª Stella M. P. S. Tozo - Psicologia - PUC Minas
  • 32. Maturana e Varela � Maturana coloca a impossibilidade de INTERAÇÃO INSTRUTIVA entre dois organismos. Não se pode outorgar algo, como conselho ou conhecimento, de um indivíduo para outro. � O que é possível é um ACOPLAMENTO ESTRUTURAL, um encaixe ou ajuste recíproco entre ações estruturalmente determinadas de um indivíduo e as de outro, caracterizando uma perturbação recíproca entre ambos. 32 Slides da Profª Stella M. P. S. Tozo - Psicologia - PUC Minas
  • 33. Maturana e Varela � Maturana ressalta a importância da linguagem, os indivíduos constroem o significado da sua experiência dialogicamente. � Segundo a autopoiese: os sistemas auto- organizadores adquirem sua ordem selecionando elementos úteis para sua estrutura, a partir da desordem ambiental. 33 Slides da Profª Stella M. P. S. Tozo - Psicologia - PUC Minas
  • 34. Questões � A Cibernética de 2ª Ordem não indaga “o que devo introduzir em um sistema para obter determinada organização?”, mas pergunta: “o que é que a estrutura do sistema lhe permite selecionar?”. � Por isso a Cibernética passa a ser considerada como uma nova epistemologia – “como conhecer” � A inclusão do observador leva a considerar nossa estrutura enquanto observadores, nossa corporeidade, linguagem, cultura, impondo restrições ao tipo de observações que podemos fazer. 34 Slides da Profª Stella M. P. S. Tozo - Psicologia - PUC Minas
  • 35. Implicações da Cibernética de 2ª Ordem � Teoria sobre o observador. � Crença na impossibilidade de separar o observador do sistema observado. � Questionamento da possibilidade de conhecimento objetivo, de previsão e controle. � Um discurso, incluindo os científicos, nos leva a compreendê-lo como: � Um discurso sobre um referente � Um discurso sobre os limites da linguagem � Um discurso sobre os processos mentais de quem o produz � Na terapia, o terapeuta não é um interventor, é mais um no sistema, ele coparticipa, através do imprevisível, a medida que os sistemas produzem sua própria mudança. 35 Slides da Profª Stella M. P. S. Tozo - Psicologia - PUC Minas