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BELÉM, DOMINGO, 24 DE agosto DE 2014 
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KARLA NOGUEIRA/amazônia 
n O ex-BBB Fernando Fernandes se transformou em um dos principais nomes do esporte paralímpico 
divulgação 
Cleide Magalhães 
Da Redação 
Cadeirante há 12 anos em 
consequência de uma lesão me-dular 
provocada por uma queda 
de 12 metros de altura, o trei-nador 
da equipe paralímpica 
paraense, Cleberson Menezes, 
graduado em Educação Física, 
conta que o grupo ainda não tem 
uma equipe multiprofissional a 
quem recorrer. Além dele, ape-nas 
o auxiliar técnico, Elias Via-na, 
cuida do time. 
“Não temos outro tipo de 
acompanhamento. O que faze-mos 
é conversar em grupo, um 
dá apoio ao outro para superar 
as dificuldades. O estímulo vem 
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com o esporte: quali-dade 
de vida e sociabilidade. 
Isso os motiva. Acredito que é 
necessário ter uma equipe com 
vários especialistas, por isso nos 
recorremos a voluntários, mas é 
sempre difícil mais gente. Quan-do 
participamos de competições 
pelo Vôlei Paralímpico Brasileiro 
temos todo o suporte multipro-fissional”, 
afirma o treinador. 
Menezes explica que o projeto 
Ídolos Sentados, que hoje conta 
com 35 atletas entre 13 e 42 anos, 
começou com participação tími-da. 
“O projeto começou em 2008, 
com o professor Renato Oliveira, 
que faleceu há dois anos. Tinha 
somente um atleta, Marcos Ba-rata. 
A partir daí, fomos atrás e 
convidamos pessoas para trei-namento 
e criamos o projeto vol-tado 
para pessoas que têm defi-ciência 
nos membros inferiores 
e conseguem sentar. De lá pra cá, 
já obtivemos várias premiações. 
A mais recente delas aconteceu 
este ano com a conquista da Sé-rie 
B do Campeonato Brasileiro”, 
destaca. 
Isso, segundo ele, garantiu 
condições para classificar as 
duas equipes à Série A do Cam-peonato 
Paralímpico de Volei-bol, 
previsto para acontecer em 
Curitiba (MT), em novembro 
deste ano, e a competição da Sé-rie 
C, que poderá ser em Belém, 
em outubro de 2014. Além disso, 
a equipe vai realizar o Campe-onato 
Paralímpico de Voleibol 
Paraense. 
“Também sou deficiente, faço 
isso com orgulho junto a pessoas 
guerreiras, porque enfrentamos 
tantas dificuldades de desloca-mento 
e falta de maior apoio com 
material”, reforça o professor de 
Educação Física há 28 anos. 
Hoje, a Secretaria de Estado 
de Esportes e Lazer (Seel) cede o 
espaço para os treinos da equipe. 
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Inclusão e Cidadania, na aveni-da 
Almirante Barroso, entre as 
travessas Barão do Triunfo e An-gustura, 
no Marco. A Secretaria 
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Belém (Sejel) fornece alguns ma-teriais 
e roupas à seleção. Porém, 
o grupo precisa de mais atletas e 
apoiadores, e patrocínios. Con-tatos: 
91 - 8822 0020 / 8265 0110. 
Grupo teve um início tímido, mas hoje conta com 35 inscritos 
quebra, conquistaram a taça do Campeonato Brasileiro da Série B 
Na opinião de Cristiane Ca-luff, 
psicóloga com formação em 
Psicologia Hospitalar e Escolar, 
o Portador de Necessidades Es-peciais 
(PNE) não deve se abalar 
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mas precisa lutar pelos seus direi-tos 
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Na opinião dela, não existe dis-tinção 
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quando se fala em idade. “É 
difícil superar traumas em qual-quer 
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fase na adulta. O que vai realmen-te 
importar é a maneira como a 
pessoa vai lidar com a situação”, 
afirma a psicóloga, que trabalha 
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Para ajudar na superação de 
um trauma vivido que levou a pes-soa 
à deficiência física, a psicóloga 
explica que é necessário entender 
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de forma consciente para a 
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caso, o papel da família é funda-mental. 
“A família é a base para o apoio 
necessário ao deficiente. Nela 
ele encontra amparo, incentivo, 
amor e auxilio emocional. Quan-to 
ao tempo não existe um prazo 
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traumas, cada indivíduo respon-de 
de uma maneira diferente ao 
evento traumático. Algumas pes-soas 
levam pouquíssimo tempo 
para superar, mas há pessoas que 
levam a vida inteira”, esclarece 
Cristiane Caluff. 
Na literatura, ela cita que exis-tem 
alguns autores que traba-lham 
bem esse tema como Julio 
F.P. Peres, que escreveu alguns 
livros e inúmeros artigos cientí-ficos, 
dentre eles “Promovendo 
resiliência em vitimas de traumas 
psicológicos”. 
Apesar das dificuldades, su-perar 
os limites e ser feliz são 
atributos que cabem não somen-te 
aos deficientes físicos, mas a 
todos os seres humanos. “Todos 
somos capazes de superar nossos 
limites, conquistar a felicidade e 
o sucesso. Para isso, devemos ter 
pensamentos positivos, encarar 
os problemas com serenidade e 
objetividade”. 
Cristiane Calluf lembra o atle-ta 
paraolímpico Fernando Fer-nandes, 
que antes de ser atleta, 
foi modelo e participou do reality 
show Big Brother Brasil, da Rede 
Globo. Fernandes superou o trau-ma 
de ficar paraplégico, conquis-tou 
várias medalhas e troféus na 
canoagem, além de participar de 
outros esportes. “Ele encontrou 
na família o apoio necessário 
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piores deficiências”. 
Por fim, na visão dela, o espor-te 
é uma das áreas em que exis-tem 
chances de ajudar na supera-ção 
de limites, entretanto, isso se 
dá também em atitudes simples 
e que passam despercebidas por 
muitas pessoas no cotidiano. “As 
grandes conquistas se dão real-mente 
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da vida diária como pentear os 
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Incentivo: apoio da família é fundamental para Orientações para superação de traumas: vencer o trauma 
n Encarar de frente o fato ocorrido; 
n Evitar a autovitimização. As pessoas que ficam o tempo todo 
pensando em “isso é injusto” ou “não poderia ter acontecido 
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n Existem várias fases pela quais a pessoa que sofreu o trauma 
irá passar. É importante fortalecer a confiança de que a dor será 
superada, encontrando exemplos que sirvam de apoio ou, em 
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pode aliviar o sofrimento; 
n Gerar novos objetivos de vida. Engajar-se em um novo projeto 
e tornar a própria experiência um veículo de propagação do bem 
tornam mais fácil superar o trauma; 
n Não responder ao trauma criando outro. Não se deve respon-der 
a uma situação de violência gerando mais violência. Exem-plo: 
quem deseja matar o assassino do filho pode ficar mais trau-matizado 
com seu próprio ato, que não aplaca a dor psicológica, 
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certas. É preciso encontrar sentido para a superação do trau-ma. 
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Atletas paraenses mostram superação

  • 1. gerais BELÉM, DOMINGO, 24 DE agosto DE 2014 gerais BELÉM, DOMINGO, 24 DE agosto DE 2014 atletas paraenses seleção paraense paralím-pica de vôlei foi campeã do Campeonato Brasileiro da Série B, disputado recentemente em Aracaju. Os atletas da equi-pe fazem parte do Ídolos Sen-tados, projeto que, entre outros objetivos, incentiva a prática de exercícios e apoia pessoas com desejo de superação. Para o atle-ta Railson Piedade, 21 anos, a conquista provou que as pessoas com deficiência, apesar das difi-culdades, têm total possibilidade de superar limites e ir longe. “Fico muito feliz, porque com a vitória é uma resposta ao nos-so trabalho, nossa dedicação. O título vem para coroar o esforço de todos os atletas, que enfren-tam várias dificuldades para se tornarem campeões. Na minha vida de atleta, a maior dificulda-de é a falta de apoio do governo, pois nós precisamos de materiais esportivos, hospedagem, passa-gem. Já como pessoa, acredito que encaro menos problemas, de certo modo. O desafio, isso posso dizer com propriedade, é me deslocar pela cidade. Para ir aos treinos nos vários dias da semana, inclusive à noite, peda-lo uma bicicleta. As pistas não estão adequadas, os condutores de veículos não respeitam os ci-clistas nem os deficientes e tudo se transforma em desafio”, conta Railson Piedade. Railson usa uma prótese da perna esquerda, perdida duran-te um assalto há cinco anos. Na Esporte vira aliado para pessoas com deficiência a mostram superação ocasião, ele levou três tiros na perna, que atingiram uma arté-ria obrigando os médicos a fazer a amputação. Ainda segundo o atleta, os dias que se seguiram após o in-cidente foram os mais difíceis. A vontade de viver voltou quando o jovem descobriu o projeto Ído-los Sentados. “No final do ano passado, minha companheira e eu fo-mos abordados por um rapaz enquanto passeávamos por um shopping da cidade. Ele nos fa-lou sobre o esporte para pessoas sentadas, que o filho dele fazia e se sentia feliz com a ativida-de. Então, ele me convidou para conhecer o grupo durante um treinamento. Inicialmente não quis. Mas ele foi até a minha casa e me convidou de novo. Quando fui ao treino e vi o pessoal tam-bém com deficiência treinando, me senti bem e decidi participar. Desde então, resolvi entrar para o grupo e foquei nisso. Cada treino me motiva a viver mais e melhor, principalmente quando come-çamos a ganhar. Agora, quando olho para trás, vejo quantas con-quistas obtive depois que fiquei deficiente e me supero sempre”, revela Railson Piedade, que é es-tudante do ensino médio. O atleta Everton Guedes, 23 anos, que por conta de uma deficiência congênita não tem alguns dos dedos dos pés e das mãos, admite que as dificulda-des existem, mas lembra que nunca sentiu depressão. Ele des-taca que a deficiência não o im-pediu de ter uma vida normal. “Nasci com esse problema, não tive bloqueio psicológico nem emocional, minha família sempre me apoiou e me adaptei desde pequeno. Na adolescên-cia foi um pouco mais difícil, porque as pessoas ‘normais’ me olhavam meio estranho, mas não me sentia excluído não. A deficiência nunca me fez sentir fora das coisas que fazia e sem-pre levei a vida bem. Creio que como a vida de qualquer pes-soa, a minha também precisa de superação a cada dia”, ressalta Guedes, que trabalha como au-xiliar administrativo e mora em Ananindeua. Everton Guedes rememora que está há cinco anos no pro-jeto Ídolos Sentados e gostou da iniciativa desde o primeiro dia em que viu a equipe treinando. “Eu estava na fila de uma far-mácia e fui convidado por uma pessoa que estava lá. Fiquei in-teressado, aí ele me passou as in-formações sobre o treinamento. Desde a primeira vez gostei do projeto, me identifiquei e senti vontade de participar porque vi que todos ali eram iguais. Se eu tinha alguma vergonha, desde esse dia perdi. Minha felicida-de aumentou quando partici-pei de campeonatos regionais e nacionais e saímos vitoriosos. É muito legal mesmo. Isso dá mais incentivo porque temos o reco-nhecimento do nosso trabalho e faz com que continuemos, mas precisamos de mais apoio”, afir-ma. atleta encara as dificuldades numa boa n Atletas da seleção paraense paralímpica de vôlei conseguiram, através do esporte, superar os traumas e as limitações e, de KARLA NOGUEIRA/amazônia n O ex-BBB Fernando Fernandes se transformou em um dos principais nomes do esporte paralímpico divulgação Cleide Magalhães Da Redação Cadeirante há 12 anos em consequência de uma lesão me-dular provocada por uma queda de 12 metros de altura, o trei-nador da equipe paralímpica paraense, Cleberson Menezes, graduado em Educação Física, conta que o grupo ainda não tem uma equipe multiprofissional a quem recorrer. Além dele, ape-nas o auxiliar técnico, Elias Via-na, cuida do time. “Não temos outro tipo de acompanhamento. O que faze-mos é conversar em grupo, um dá apoio ao outro para superar as dificuldades. O estímulo vem por meio do que os atletas con-quistam com o esporte: quali-dade de vida e sociabilidade. Isso os motiva. Acredito que é necessário ter uma equipe com vários especialistas, por isso nos recorremos a voluntários, mas é sempre difícil mais gente. Quan-do participamos de competições pelo Vôlei Paralímpico Brasileiro temos todo o suporte multipro-fissional”, afirma o treinador. Menezes explica que o projeto Ídolos Sentados, que hoje conta com 35 atletas entre 13 e 42 anos, começou com participação tími-da. “O projeto começou em 2008, com o professor Renato Oliveira, que faleceu há dois anos. Tinha somente um atleta, Marcos Ba-rata. A partir daí, fomos atrás e convidamos pessoas para trei-namento e criamos o projeto vol-tado para pessoas que têm defi-ciência nos membros inferiores e conseguem sentar. De lá pra cá, já obtivemos várias premiações. A mais recente delas aconteceu este ano com a conquista da Sé-rie B do Campeonato Brasileiro”, destaca. Isso, segundo ele, garantiu condições para classificar as duas equipes à Série A do Cam-peonato Paralímpico de Volei-bol, previsto para acontecer em Curitiba (MT), em novembro deste ano, e a competição da Sé-rie C, que poderá ser em Belém, em outubro de 2014. Além disso, a equipe vai realizar o Campe-onato Paralímpico de Voleibol Paraense. “Também sou deficiente, faço isso com orgulho junto a pessoas guerreiras, porque enfrentamos tantas dificuldades de desloca-mento e falta de maior apoio com material”, reforça o professor de Educação Física há 28 anos. Hoje, a Secretaria de Estado de Esportes e Lazer (Seel) cede o espaço para os treinos da equipe. Os treinos acontecem nas terças, quintas e sextas-feiras, das 19h às 21h, no Centro Integrado de Inclusão e Cidadania, na aveni-da Almirante Barroso, entre as travessas Barão do Triunfo e An-gustura, no Marco. A Secretaria de Esporte, Juventude e Lazer de Belém (Sejel) fornece alguns ma-teriais e roupas à seleção. Porém, o grupo precisa de mais atletas e apoiadores, e patrocínios. Con-tatos: 91 - 8822 0020 / 8265 0110. Grupo teve um início tímido, mas hoje conta com 35 inscritos quebra, conquistaram a taça do Campeonato Brasileiro da Série B Na opinião de Cristiane Ca-luff, psicóloga com formação em Psicologia Hospitalar e Escolar, o Portador de Necessidades Es-peciais (PNE) não deve se abalar com as atitudes preconceituosas ou indiferentes de outras pessoas, mas precisa lutar pelos seus direi-tos e fazer com que sejam respei-tados. Na opinião dela, não existe dis-tinção para a superação de trau-mas quando se fala em idade. “É difícil superar traumas em qual-quer fase, seja na adolescência ou fase na adulta. O que vai realmen-te importar é a maneira como a pessoa vai lidar com a situação”, afirma a psicóloga, que trabalha com atendimento domiciliar com foco aos idosos. Para ajudar na superação de um trauma vivido que levou a pes-soa à deficiência física, a psicóloga explica que é necessário entender a realidade que se apresenta e tra-balhar de forma consciente para a superação da dificuldade e, neste caso, o papel da família é funda-mental. “A família é a base para o apoio necessário ao deficiente. Nela ele encontra amparo, incentivo, amor e auxilio emocional. Quan-to ao tempo não existe um prazo estipulado para a superação de traumas, cada indivíduo respon-de de uma maneira diferente ao evento traumático. Algumas pes-soas levam pouquíssimo tempo para superar, mas há pessoas que levam a vida inteira”, esclarece Cristiane Caluff. Na literatura, ela cita que exis-tem alguns autores que traba-lham bem esse tema como Julio F.P. Peres, que escreveu alguns livros e inúmeros artigos cientí-ficos, dentre eles “Promovendo resiliência em vitimas de traumas psicológicos”. Apesar das dificuldades, su-perar os limites e ser feliz são atributos que cabem não somen-te aos deficientes físicos, mas a todos os seres humanos. “Todos somos capazes de superar nossos limites, conquistar a felicidade e o sucesso. Para isso, devemos ter pensamentos positivos, encarar os problemas com serenidade e objetividade”. Cristiane Calluf lembra o atle-ta paraolímpico Fernando Fer-nandes, que antes de ser atleta, foi modelo e participou do reality show Big Brother Brasil, da Rede Globo. Fernandes superou o trau-ma de ficar paraplégico, conquis-tou várias medalhas e troféus na canoagem, além de participar de outros esportes. “Ele encontrou na família o apoio necessário para essa superação e no convívio com pessoas com as mesmas e até piores deficiências”. Por fim, na visão dela, o espor-te é uma das áreas em que exis-tem chances de ajudar na supera-ção de limites, entretanto, isso se dá também em atitudes simples e que passam despercebidas por muitas pessoas no cotidiano. “As grandes conquistas se dão real-mente nas pequenas atividades da vida diária como pentear os cabelos, escovar os dentes, levan-tar de uma cadeira, escrever seu próprio nome e outros”, conclui Caluff. Incentivo: apoio da família é fundamental para Orientações para superação de traumas: vencer o trauma n Encarar de frente o fato ocorrido; n Evitar a autovitimização. As pessoas que ficam o tempo todo pensando em “isso é injusto” ou “não poderia ter acontecido comigo” levam mais tempo para investir na sua própria recupe-ração - o que favorece a continuidade da dor; n Existem várias fases pela quais a pessoa que sofreu o trauma irá passar. É importante fortalecer a confiança de que a dor será superada, encontrando exemplos que sirvam de apoio ou, em outros casos, procurar ajuda especializada; n Buscar conforto na religiosidade, respeitando suas crenças, pode aliviar o sofrimento; n Gerar novos objetivos de vida. Engajar-se em um novo projeto e tornar a própria experiência um veículo de propagação do bem tornam mais fácil superar o trauma; n Não responder ao trauma criando outro. Não se deve respon-der a uma situação de violência gerando mais violência. Exem-plo: quem deseja matar o assassino do filho pode ficar mais trau-matizado com seu próprio ato, que não aplaca a dor psicológica, mas a enfatiza; n Falar da dor, mas de forma adequada e com as pessoas certas. É preciso encontrar sentido para a superação do trau-ma. Buscar uma narrativa que sintetize os aprendizados de vida pode diminuir as expressões emocionais e sensoriais do trauma. Fonte: Orientações adaptadas da obra do autor Júlio F.P. Peres. n Seleção de vôlei se prepara para a disputa da Série A do Nacional KARLA NOGUEIRA/amazônia n Equipe durante um dos treinos KARLA NOGUEIRA/amazônia