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GERAIS
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BELÉM, DOMINGO, 21 DE DEZEMBRO DE 2014
esde 1980, início da epide-
mia de Aids no Brasil, até ju-
nho de 2014, de acordo com
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ca de 734 mil pessoas vivem com
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ram registrados no País 491.747
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e 265.251(35%) em mulheres. De
1980 até 2008, observou-se au-
mento na participação das mu-
lheres nos casos de aids. “Com
isso, a razão de sexo, expressa
pela relação entre o número de
casos de aids em homens e mu-
lheres, apresentou redução de até
15 casos em homens para cada 10
casos em mulheres. No entanto,
a partir de 2009, observa-se uma
reduçãonoscasosdeaidsemmu-
lheres e aumento nos casos em
homens,refletindo-senarazãode
sexo, que passou a ser de 18 casos
de aids em homens para cada 10
casos em mulheres em 2013”, traz
oboletim.
O relatório do Fundo de De-
senvolvimento da Organização
das Nações Unidas (ONU) para
as Mulheres mostra que, na faixa
etária entre 15 e 25 anos, 60% das
infecções ocorrem no sexo fe-
minino. No Pará, de acordo com
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tado, dos quais 2.616 em homens
e 1.615 em mulheres. Dos 2.616
casos masculinos em 2010 ocor-
reram 633; 2011 (505); 2012 (550),
2013 (647), 2014 (281). Em relação
às mulheres os dados oscilam:
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(315);2013(407)e2014(160).
“No Pará existe diminuição
nos casos entre homens e mulhe-
res,porémaaidsémaisfrequente
nos homens e a proporção entre
ambostemreduzido,então,hádi-
minuição nas mulheres. No caso
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al e houve aumento na detecção
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entre 15 e 25 anos, e senhoras. No
primeirocaso,écomumapreocu-
pação delas mais com a gravidez,
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gerdadoençafazendousodopre-
servativo”,afirmaDéboraCrespo,
coordenadora do programa DST/
Pará, da Secretaria de Estado e
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No caso da contaminação das
doenças nas senhoras, Débora ex-
plica que diversas mulheres rela-
taramquenãoseachavamnacon-
dição de vulnerabilidade, porque
se relacionavam somente com um
parceiro. “Então, existe a confian-
çaeafetodelasjuntoaosparceiros.
Mas mesmo estando em uma rela-
çãomonogâmicaenãosejulgando
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E para enfrentar o problema elas
precisam ter suporte sob o ponto
devistafamiliar,porqueéumado-
ença com estigma forte”, destaca
Crespo.
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lheres estão muito mais expostas
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latambémporcontadaanatomia
feminina. “Por conta da mucosa
da vagina, ao ter contato com o
espermadeumhomemsoroposi-
tivo, facilita que o vírus da aids se
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dente do Grupo para Valorização,
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ente de Aids (Paravidda), dos 1,5
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CLEIDE MAGALHÃES
Da Redação
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Avanço da aids entre jovens e casadas no Pará

  • 1. GERAIS 8 BELÉM, DOMINGO, 21 DE DEZEMBRO DE 2014 esde 1980, início da epide- mia de Aids no Brasil, até ju- nho de 2014, de acordo com o novo boletim epidemiológico do Ministério da Saúde (MS), cer- ca de 734 mil pessoas vivem com HIV e Aids hoje no País. Deste total, 80% (589 mil) foram diag- nosticadas. Desde os anos 80 fo- ram notificados 757 mil casos da doença no Brasil. Segundo o MS, a epidemia no Brasil está estabi- lizada, com taxa de detecção em tornode20,4casos,acada100mil habitantes. Isso representa cer- ca de 39 mil casos de Aids novos ao ano. O boletim foi divulgado no último dia 1º, Dia Mundial de LutaContraaAids. Nesse mesmo período fo- ram registrados no País 491.747 (65%) casos de aids em homens e 265.251(35%) em mulheres. De 1980 até 2008, observou-se au- mento na participação das mu- lheres nos casos de aids. “Com isso, a razão de sexo, expressa pela relação entre o número de casos de aids em homens e mu- lheres, apresentou redução de até 15 casos em homens para cada 10 casos em mulheres. No entanto, a partir de 2009, observa-se uma reduçãonoscasosdeaidsemmu- lheres e aumento nos casos em homens,refletindo-senarazãode sexo, que passou a ser de 18 casos de aids em homens para cada 10 casos em mulheres em 2013”, traz oboletim. O relatório do Fundo de De- senvolvimento da Organização das Nações Unidas (ONU) para as Mulheres mostra que, na faixa etária entre 15 e 25 anos, 60% das infecções ocorrem no sexo fe- minino. No Pará, de acordo com dados da Secretaria de Estado de Saúde (Sespa), de 2010 até 12 de agosto deste ano, ocorreram um total de 4.231 casos de aids no Es- tado, dos quais 2.616 em homens e 1.615 em mulheres. Dos 2.616 casos masculinos em 2010 ocor- reram 633; 2011 (505); 2012 (550), 2013 (647), 2014 (281). Em relação às mulheres os dados oscilam: 2010 (415 casos); 2011 (318); 2012 (315);2013(407)e2014(160). “No Pará existe diminuição nos casos entre homens e mulhe- res,porémaaidsémaisfrequente nos homens e a proporção entre ambostemreduzido,então,hádi- minuição nas mulheres. No caso delas, a maioria das situações ocorrem por transmissão sexu- al e houve aumento na detecção da doença no pré-natal, quando as mulheres descobrem que são soropositivas. Muitas são jovens, entre 15 e 25 anos, e senhoras. No primeirocaso,écomumapreocu- pação delas mais com a gravidez, utilizamométododatabelinha,e não há preocupação em se prote- gerdadoençafazendousodopre- servativo”,afirmaDéboraCrespo, coordenadora do programa DST/ Pará, da Secretaria de Estado e SaúdePública(Sespa). No caso da contaminação das doenças nas senhoras, Débora ex- plica que diversas mulheres rela- taramquenãoseachavamnacon- dição de vulnerabilidade, porque se relacionavam somente com um parceiro. “Então, existe a confian- çaeafetodelasjuntoaosparceiros. Mas mesmo estando em uma rela- çãomonogâmicaenãosejulgando em comportamento de risco, essas mulheresforamvítimasdadoença. E para enfrentar o problema elas precisam ter suporte sob o ponto devistafamiliar,porqueéumado- ença com estigma forte”, destaca Crespo. Além de fatores econômicos e culturais, ela alerta que as mu- lheres estão muito mais expostas à aids e possuem risco de contraí- latambémporcontadaanatomia feminina. “Por conta da mucosa da vagina, ao ter contato com o espermadeumhomemsoroposi- tivo, facilita que o vírus da aids se instalenocorpo,etambémquan- doelasjápossuemoutrasdoenças sexualmentetransmissíveis”. Segundo Jair Santos, presi- dente do Grupo para Valorização, Integração e Dignificação do Do- ente de Aids (Paravidda), dos 1,5 mil pessoas que recebem aten- dimento na instituição a maioria sãomulheres. “A maior parte das mulheres acompanhadas na entidade ad- quiriram o vírus nas relações se- MULHERES ESTÃO MAISRELATÓRIOS DE SAÚDE REVELAM AVANÇO ENTRE JOVENS E CASADAS D  O uso da camisinha é a melhor forma de prevenção contra as doenças sexualmente transmissíveis TARSOSARRAF/ARQUIVOAMAZÔNIA xuais e afirmam que confiavam nos maridos e namorados. Elas precisam ter a consciência em relação à doença com ela mesma para ser um agente multiplicador deinformaçõesjuntoàsociedade. Amulherprecisacontinuarlutan- do para sair da submissão econô- mica e negociar com o parceiro o uso do preservativo, pois, para mim,afidelidadeéummito”,afir- maopresidentedoParavidda. Para Santos, o principal pro- blema para conseguir evitar a aids no País e no Estado perpas- sa pela questão da educação da população sobre a importância e consciência de usar preservativo. “O poder público deve reforçar ações de políticas públicas com todos os grupos, sobretudo, junto aos jovens heterosexuais, porque aumentou a incidência de casos entre homens jovens de 15 a 24 anosnoPaís”,destacaSantos. O Paravidda existe há 22 anos e visa dar apoio e assistência às pessoas que vivem com o vírus HIV (portadores) ou que já são consideradasdoentesdeAids. CLEIDE MAGALHÃES Da Redação  Jair Santos,doParavidda,dizquefidelidadeémito;portanto,todosdevemevitar sexo sem preservativo PAULASAMPAIO/ARQUIVOAMAZÔNIA