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GERAIS
4
BELÉM, DOMINGO, 7 DE JUNHO DE 2015
PASSAGEIRO PENASEMABRIGODE CADA TRÊS PARADAS DE ÔNIBUS, SÓ UMA POSSUI COBERTURA. OS PONTOS QUE EXISTEM ESTÃO SUCATEADOS.
as 1.493 paradas de ônibus
demarcadas em Belém, so-
mente 462 (31%) possuem
abrigo. Boa parte deles está em
estado precário de conservação:
sujos, com a pintura descascada,
ferrugem aparente e até mesmo
sem a cobertura necessária para
proteger os passageiros que es-
peram pelo coletivo do sol e da
chuva. A precariedade evidente
nos bairros de periferia se repete
no centro da cidade e prejudica
boapartedosquase1,2milhãode
usuáriosdotransportepúblicoda
cidade.
Na Sacramenta, em especial
na avenida Senador Lemos, é
raro encontrar uma parada com
abrigo. Quem precisa esperar
para embarcar próximo à escola
municipal Maria Luiza, ao lado
da passagem Mucajá, precisa se
abrigar debaixo do toldo de um
comércio.
“Apanho ônibus de vez em
quando, mas aqui na Sacramen-
ta é difícil. Se andar pela aveni-
da Doutor Freitas e pela aveni-
da Senador Lemos, você vê que
não tem parada de ônibus. Para
se livrar do sol e da chuva aqui,
em frente à escola Maria Luiz, a
gente tem que ficar em baixo da
cobertura desse comércio. Eles
aumentam o preço da passagem
de ônibus, mas a melhora na
acomodação dos usuários não
existe, é péssima, é essa a triste
realidade. Nem governo, nem
prefeito. Ninguém liga. Nin-
guém faz nada”, reclama Djal-
ma Moreira, 67 anos, contador
aposentado, que mora próximo
à parada inexistente.
No centro da cidade, na ave-
nida Visconde de Souza Franco,
entre a avenida Governador José
Malcher e a rua João Balbi, no Re-
duto, há uma parada de ônibus
com pintura nova, mas a metade
delaestásemcobertura.
“Trabalho perto e estou aqui
há mais de uma hora esperando
o ônibus, mas tive que mudar de
lugar e não ficar no local exato da
parada, porque uma parte está
semcoberturaeosolbatenagen-
te. Moro no Tenoné e lá a situação
também é ruim, não temos pa-
radas de ônibus com cobertura,
muitas não têm nem sinalização
para os ônibus. Para me esconder
do sol, a solução é ficar pela beira
das árvores ou das casas”, disse
a diarista Franciene Amorim, 24
anos.
A diarista Maria Brabo, 56
anos, também relata o proble-
ma, para ela, sem solução à vista.
“Pego dois ônibus por dia e acho
que as paradas de ônibus em Be-
lém são mal estruturadas para o
nosso clima, nossa região, por-
que quando chove molha a gente
e quando é dia quente o sol entra
e fica insuportável permanecer
embaixo.Parameesconderdosol
e da chuva eu ando com sombri-
nha, quando não eu me escondo
atrás da sombra do poste e da ár-
vore para esperar o ônibus. Exis-
temmuitoslugaresemBelémque,
alémdenãoteremcobertura,não
têm placa de sinalização para os
ônibus.Muitossabemqueépara-
da de ônibus e por hábito param
para os passageiros”, disse Maria
Brabo.
 Na Visconde de Souza Franco, próximo à José Malcher, em Nazaré, passageiros se apertam sob a parte que sobrou da cobertura
EVERALDONASCIMENTO/AMAZÔNIA
D
DA REDAÇÃO
Cleide Magalhães
Em nota, a Prefeitura Muni-
cipal de Belém (PMB), por meio
da Superintendência Executiva
de Mobilidade Urbana (Semob),
confirmou a existência de 462
abrigos nas 1493 paradas de ôni-
busdacapital.
Segundo a Semob, a implan-
tação de abrigos precisa atender
a uma série de requisitos, entre
eles a largura suficiente da cal-
çada para ajustar a estrutura e
ainda manter espaço para o pe-
destre. Outro ponto observado é
a impossibilidade de instalar as
estruturas em áreas tombadas
pelo patrimônio histórico ou em
pontosemfrenteagaragens.
Sobre a implantação de novos
abrigos, a PMB esclareceu que,
em 2014, abriu dois editais para
manutenção e construção de no-
vos abrigos, mas não houve ven-
cedor. Em 2015, um novo edital
será lançado para escolher a em-
presa que vai construir e manter
asparadasdeônibus.
Alémdisso,aPMBafirmouque
estáemfasedelicitaçãoarecupe-
raçãodeabrigosemváriospontos
da cidade. “Este ano, a PMB já fez
a recuperação de abrigos nas ave-
nidas Almirante Barroso e Pedro
Álvares Cabral, e, em 2014, mais
de 30 abrigos foram totalmente
recuperados em toda a cidade”,
trouxeanota.
A PMB, por meio da Secretaria
de Saneamento (Sesan), infor-
mou,emnota,quejáidentificouo
problema de alagamento na ave-
nida Almirante Barroso, próximo
ao conjunto Império Amazônico,
e verificou que “a dificuldade de
escoamento se deve à obstrução
da rede de drenagem com a gran-
de quantidade de lixo arremes-
sado dos veículos e também na
parada de ônibus. Com a chuva,
o lixo é arrastado para os bueiros
decaptaçãodaágua,dificultando
a vazão neste ponto da via”, expli-
couaSesan.
PREFEITURAABRELICITAÇÃOPARACONTRATAR EMPRESA RESPONSÁVEL
A passeio por Belém, na tar-
de do feriado, o agente de por-
taria Domingos Barbosa, 60
anos, e sua esposa Francinei
dos Santos, 46 anos, procu-
ravam lugar para se esconder
do sol enquanto esperavam a
chegada do ônibus, na avenida
Conselheiro Furtado, entre a
avenida Alcindo Cacela e tra-
vessa 14 de Março, em Nazaré.
“Moramos em Ananindeua
e neste feriado viemos passear
em Belém. Infelizmente, espe-
rar por ônibus e não ter parada
já ficou até comum. Pelo menos
agora encontramos uma pla-
ca para saber que aqui é uma
parada, mas não existe abrigo
para sentar e esperar. A gen-
te já está aqui há 15 minutos,
graças à sombra desse prédio,
e lamentamos que uma cidade
como Belém, que é mais de-
senvolvida, não tenha parada
de ônibus adequada. Isso não
é luxo, a cidade precisa por-
que nesse período é quente, as
pessoas sentem-se cansadas,
querem sentar e se esconder do
sol”, afirmou Barbosa.
Naquela tarde, a reportagem
percorreu outros pontos da ci-
dade e verificou que ao longo
da avenida Bernardo Sayão,
do trecho que vai da travessa
Quintino Bocaiúva até a rua
Augusto Corrêa, envolvendo os
bairros do Jurunas, Cremação,
Condor e Guamá, não existe
sequer uma parada de ônibus
com abrigo. Ao longo do traje-
to, dezenas de pessoas apro-
veitavam a sombra dos postes
ou pontos comerciais. A situ-
ação se repete na avenida Pe-
dro Álvares Cabral, no trecho
que fica entre a Sacramenta e
o Barreiro. Na avenida Almi-
rante Barroso, em frente ao
conjunto Império Amazôni-
co, no sentido Entroncamen-
to/São Brás, no Sousa, existe
uma parada com cobertura,
mas a reclamação das pes-
soas é que quando chove um
lago se forma naquele trecho
tomando o ponto de ônibus e
a calçada. Isso deixa as pesso-
as ilhadas e quando os carros
passam todas levam banho de
água suja.
PEDESTREPRECISA“ADIVINHAR”LOCALDEESPERA
 Abrigo na José Malcher foi desmontado. Só placa ficou no lugar.
EVERALDONASCIMENTO/AMAZÔNIA

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Moro no Tenoné e lá a situação também é ruim, não temos pa- radas de ônibus com cobertura, muitas não têm nem sinalização para os ônibus. Para me esconder do sol, a solução é ficar pela beira das árvores ou das casas”, disse a diarista Franciene Amorim, 24 anos. A diarista Maria Brabo, 56 anos, também relata o proble- ma, para ela, sem solução à vista. “Pego dois ônibus por dia e acho que as paradas de ônibus em Be- lém são mal estruturadas para o nosso clima, nossa região, por- que quando chove molha a gente e quando é dia quente o sol entra e fica insuportável permanecer embaixo.Parameesconderdosol e da chuva eu ando com sombri- nha, quando não eu me escondo atrás da sombra do poste e da ár- vore para esperar o ônibus. Exis- temmuitoslugaresemBelémque, alémdenãoteremcobertura,não têm placa de sinalização para os ônibus.Muitossabemqueépara- da de ônibus e por hábito param para os passageiros”, disse Maria Brabo.  Na Visconde de Souza Franco, próximo à José Malcher, em Nazaré, passageiros se apertam sob a parte que sobrou da cobertura EVERALDONASCIMENTO/AMAZÔNIA D DA REDAÇÃO Cleide Magalhães Em nota, a Prefeitura Muni- cipal de Belém (PMB), por meio da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (Semob), confirmou a existência de 462 abrigos nas 1493 paradas de ôni- busdacapital. Segundo a Semob, a implan- tação de abrigos precisa atender a uma série de requisitos, entre eles a largura suficiente da cal- çada para ajustar a estrutura e ainda manter espaço para o pe- destre. Outro ponto observado é a impossibilidade de instalar as estruturas em áreas tombadas pelo patrimônio histórico ou em pontosemfrenteagaragens. Sobre a implantação de novos abrigos, a PMB esclareceu que, em 2014, abriu dois editais para manutenção e construção de no- vos abrigos, mas não houve ven- cedor. Em 2015, um novo edital será lançado para escolher a em- presa que vai construir e manter asparadasdeônibus. Alémdisso,aPMBafirmouque estáemfasedelicitaçãoarecupe- raçãodeabrigosemváriospontos da cidade. “Este ano, a PMB já fez a recuperação de abrigos nas ave- nidas Almirante Barroso e Pedro Álvares Cabral, e, em 2014, mais de 30 abrigos foram totalmente recuperados em toda a cidade”, trouxeanota. A PMB, por meio da Secretaria de Saneamento (Sesan), infor- mou,emnota,quejáidentificouo problema de alagamento na ave- nida Almirante Barroso, próximo ao conjunto Império Amazônico, e verificou que “a dificuldade de escoamento se deve à obstrução da rede de drenagem com a gran- de quantidade de lixo arremes- sado dos veículos e também na parada de ônibus. Com a chuva, o lixo é arrastado para os bueiros decaptaçãodaágua,dificultando a vazão neste ponto da via”, expli- couaSesan. PREFEITURAABRELICITAÇÃOPARACONTRATAR EMPRESA RESPONSÁVEL A passeio por Belém, na tar- de do feriado, o agente de por- taria Domingos Barbosa, 60 anos, e sua esposa Francinei dos Santos, 46 anos, procu- ravam lugar para se esconder do sol enquanto esperavam a chegada do ônibus, na avenida Conselheiro Furtado, entre a avenida Alcindo Cacela e tra- vessa 14 de Março, em Nazaré. “Moramos em Ananindeua e neste feriado viemos passear em Belém. Infelizmente, espe- rar por ônibus e não ter parada já ficou até comum. Pelo menos agora encontramos uma pla- ca para saber que aqui é uma parada, mas não existe abrigo para sentar e esperar. A gen- te já está aqui há 15 minutos, graças à sombra desse prédio, e lamentamos que uma cidade como Belém, que é mais de- senvolvida, não tenha parada de ônibus adequada. Isso não é luxo, a cidade precisa por- que nesse período é quente, as pessoas sentem-se cansadas, querem sentar e se esconder do sol”, afirmou Barbosa. Naquela tarde, a reportagem percorreu outros pontos da ci- dade e verificou que ao longo da avenida Bernardo Sayão, do trecho que vai da travessa Quintino Bocaiúva até a rua Augusto Corrêa, envolvendo os bairros do Jurunas, Cremação, Condor e Guamá, não existe sequer uma parada de ônibus com abrigo. Ao longo do traje- to, dezenas de pessoas apro- veitavam a sombra dos postes ou pontos comerciais. A situ- ação se repete na avenida Pe- dro Álvares Cabral, no trecho que fica entre a Sacramenta e o Barreiro. Na avenida Almi- rante Barroso, em frente ao conjunto Império Amazôni- co, no sentido Entroncamen- to/São Brás, no Sousa, existe uma parada com cobertura, mas a reclamação das pes- soas é que quando chove um lago se forma naquele trecho tomando o ponto de ônibus e a calçada. 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