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As neoplasias císticas constituem um<br />grupo incomum dentre as neoplasias pancreáticas.<br />Estas lesões têm sido vistas e<br />tratadas com maior freqüência nas últimas<br />décadas, provavelmente devido aos avanços<br />tecnológicos no diagnóstico e na<br />técnica cirúrgica. Representam cerca de 9%<br />a 13% de todas lesões císticas do pâncreas,<br />cerca de 1% das neoplasias pancreáticas e<br />são predominantes em pacientes do sexo<br />feminino. O quadro clínico é constituído de<br />sintomas vagos de pressão ou dor em região<br />epigástrica na maioria dos pacientes8.<br />O objetivo deste trabalho é analisar os<br />aspectos clínicos, diagnósticos, anátomopatológicos<br />e terapêuticos de 24 pacientes<br />portadores de neoplasia cística do pâncreas<br />tratados no Serviço de Cirurgia das Vias<br />Biliares e Pâncreas do Hospital das Clínicas<br />da Faculdade de Medicina da Universidade<br />de São Paulo no período entre 1982 e 1993.<br />MATERIAL E MÉTODOS<br />Foram estudados 24 pacientes portadores<br />de tumores císticos do pâncreas e atendidos<br />no Serviço de Cirurgia das Vias<br />Biliares e Pâncreas do Hospital das Clínicas<br />da Faculdade de Medicina da Universidade<br />de São Paulo no período entre 1982 e 1993.<br />Foram analisados: sexo, idade, quadro<br />clínico, exames laboratoriais, diagnóstico,<br />tamanho do cisto, exames complementares,<br />tratamento realizado e evolução pós<br />tratamento.<br />RESULTADOS<br />A idade dos pacientes variou entre 21 e<br />80 anos, com média de 53,5 anos, sendo 22<br />(91,7%) do sexo feminino e dois (8,3%) do<br />sexo masculino. O sintoma mais freqüente<br />foi dor abdominal incaracterística, presente<br />em 71% dos pacientes. Emagrecimento, aumento<br />de volume abdominal e peso pósprandial<br />estiveram presentes em 29%, 25%<br />e 8% dos pacientes, respectivamente. O<br />tumor cístico de pâncreas foi achado ultrassonográfico<br />em dois pacientes (8%) durante<br />exame de rotina. O diagnóstico de lesão cística<br />foi feito em quatorze de dezoito pacientes<br />submetidos a ultrassonografia (Fig.1),<br />enquanto que este diagnóstico foi sugerido<br />em dezoito dos dezenove pacientes que realizaram<br />tomografia computadorizada (Figuras<br />2 e 3), com sensibilidade de 77,8% e<br />94,7%, respectivamente (Tabela 1).<br />Todos os pacientes foram submetidos a<br />cirurgia. Doze pacientes tiveram diagnóstico<br />de cistadenoma seroso (Fig.4), dez apresentavam<br />diagnóstico de cistadenoma<br />mucinoso (Fig.5) e dois cistadenocarcinoma<br />mucinoso (Fig.6). Um paciente, com<br />diagnóstico de pseudocisto de pâncreas<br />através de biópsia de congelação, posteriormente<br />mostrou tratar-se de cistadenoma<br />mucinoso com evolução para cistadenocarcinoma<br />com carcinomatose cerca de um<br />ano após a cirurgia, que se constitui de anastomose<br />cisto-jejunal. O tamanho das lesões<br />císticas variou de 2,3 cm a 15 cm de<br />diâmetro, sendo que o cistadenoma mucinoso<br />tinha diâmetro estatisticamente maior<br />NEOPLASIA CÍSTICA DO PÂNCREAS:<br />ANÁLISE DE 24 CASOS<br />Marcel Cerqueira Cesar Machado, André L. Montagnini,<br />Marcel Autran C. Machado, Roberto Falzoni, Paula Volpe,<br />José Jukemura, Emilio E. Abdo, Sonia Penteado,<br />Telesforo Bacchella, José E. Monteiro-Cunha e<br />Henrique W. Pinotti.<br />REV. HOSP. CLÍN. FAC. MED. S. PAULO 49(5): 208-212, 1994<br />MACHADO, M.C.C. e col. - Neoplasia cística do pâncreas: análise de 24 casos. Rev. Hosp. Clín. Fac. Med. S. Paulo 49(5): 208-212, 1994<br />RESUMO: Os autores estudaram 24 pacientes portadores de neoplasia cística do pâncreas tratados no Serviço de Cirurgia das Vias Biliares e Pâncreas<br />do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo no período entre 1982 e 1993.<br />Aidade dos pacientes variou entre 21 e 80 anos, com média de 53,5 anos. O sintoma mais freqüente foi dor abdominal incaracterística, presente em 71%<br />dos pacientes. Emagrecimento, aumento de volume abdominal e peso pós-prandial estiveram presentes em 29%, 25% e 8% dos pacientes,<br />respectivamente. O diagnóstico pré-operatório foi feito através de ultrassonografia e tomografia computadorizada. Todos pacientes foram submetidos a<br />exploração cirúrgica. O diagnóstico histopatológico foi de cistadenoma seroso em 12 doentes, cistadenoma mucinoso em dez e cistadenocarcinoma em<br />dois doentes. As dimensões dos cistos variaram de 2,3 a 15 cm de diâmetro, sendo o cistadenoma mucinoso o que apresentou maior diâmetro. Não houve<br />mortalidade pós-operatória.<br />É apresentada análise do presente material e da literatura com discussão dos métodos diagnósticos e terapêuticos.<br />DESCRITORES: Neoplasias de pâncreas. Cistadenoma. Cistadenocarcinoma<br />Trabalho realizado na Disciplina de<br />Cirurgia do Aparelho Digestivo do<br />Hospital das Clínicas da FMUSP.<br />Fig 1. Ultrassonografia de paciente portador de<br />cistadenoma mucinoso do pâncreas.<br />
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As neoplasias císticas constituem um cópia

  • 1. As neoplasias císticas constituem um<br />grupo incomum dentre as neoplasias pancreáticas.<br />Estas lesões têm sido vistas e<br />tratadas com maior freqüência nas últimas<br />décadas, provavelmente devido aos avanços<br />tecnológicos no diagnóstico e na<br />técnica cirúrgica. Representam cerca de 9%<br />a 13% de todas lesões císticas do pâncreas,<br />cerca de 1% das neoplasias pancreáticas e<br />são predominantes em pacientes do sexo<br />feminino. O quadro clínico é constituído de<br />sintomas vagos de pressão ou dor em região<br />epigástrica na maioria dos pacientes8.<br />O objetivo deste trabalho é analisar os<br />aspectos clínicos, diagnósticos, anátomopatológicos<br />e terapêuticos de 24 pacientes<br />portadores de neoplasia cística do pâncreas<br />tratados no Serviço de Cirurgia das Vias<br />Biliares e Pâncreas do Hospital das Clínicas<br />da Faculdade de Medicina da Universidade<br />de São Paulo no período entre 1982 e 1993.<br />MATERIAL E MÉTODOS<br />Foram estudados 24 pacientes portadores<br />de tumores císticos do pâncreas e atendidos<br />no Serviço de Cirurgia das Vias<br />Biliares e Pâncreas do Hospital das Clínicas<br />da Faculdade de Medicina da Universidade<br />de São Paulo no período entre 1982 e 1993.<br />Foram analisados: sexo, idade, quadro<br />clínico, exames laboratoriais, diagnóstico,<br />tamanho do cisto, exames complementares,<br />tratamento realizado e evolução pós<br />tratamento.<br />RESULTADOS<br />A idade dos pacientes variou entre 21 e<br />80 anos, com média de 53,5 anos, sendo 22<br />(91,7%) do sexo feminino e dois (8,3%) do<br />sexo masculino. O sintoma mais freqüente<br />foi dor abdominal incaracterística, presente<br />em 71% dos pacientes. Emagrecimento, aumento<br />de volume abdominal e peso pósprandial<br />estiveram presentes em 29%, 25%<br />e 8% dos pacientes, respectivamente. O<br />tumor cístico de pâncreas foi achado ultrassonográfico<br />em dois pacientes (8%) durante<br />exame de rotina. O diagnóstico de lesão cística<br />foi feito em quatorze de dezoito pacientes<br />submetidos a ultrassonografia (Fig.1),<br />enquanto que este diagnóstico foi sugerido<br />em dezoito dos dezenove pacientes que realizaram<br />tomografia computadorizada (Figuras<br />2 e 3), com sensibilidade de 77,8% e<br />94,7%, respectivamente (Tabela 1).<br />Todos os pacientes foram submetidos a<br />cirurgia. Doze pacientes tiveram diagnóstico<br />de cistadenoma seroso (Fig.4), dez apresentavam<br />diagnóstico de cistadenoma<br />mucinoso (Fig.5) e dois cistadenocarcinoma<br />mucinoso (Fig.6). Um paciente, com<br />diagnóstico de pseudocisto de pâncreas<br />através de biópsia de congelação, posteriormente<br />mostrou tratar-se de cistadenoma<br />mucinoso com evolução para cistadenocarcinoma<br />com carcinomatose cerca de um<br />ano após a cirurgia, que se constitui de anastomose<br />cisto-jejunal. O tamanho das lesões<br />císticas variou de 2,3 cm a 15 cm de<br />diâmetro, sendo que o cistadenoma mucinoso<br />tinha diâmetro estatisticamente maior<br />NEOPLASIA CÍSTICA DO PÂNCREAS:<br />ANÁLISE DE 24 CASOS<br />Marcel Cerqueira Cesar Machado, André L. Montagnini,<br />Marcel Autran C. Machado, Roberto Falzoni, Paula Volpe,<br />José Jukemura, Emilio E. Abdo, Sonia Penteado,<br />Telesforo Bacchella, José E. Monteiro-Cunha e<br />Henrique W. Pinotti.<br />REV. HOSP. CLÍN. FAC. MED. S. PAULO 49(5): 208-212, 1994<br />MACHADO, M.C.C. e col. - Neoplasia cística do pâncreas: análise de 24 casos. Rev. Hosp. Clín. Fac. Med. S. Paulo 49(5): 208-212, 1994<br />RESUMO: Os autores estudaram 24 pacientes portadores de neoplasia cística do pâncreas tratados no Serviço de Cirurgia das Vias Biliares e Pâncreas<br />do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo no período entre 1982 e 1993.<br />Aidade dos pacientes variou entre 21 e 80 anos, com média de 53,5 anos. O sintoma mais freqüente foi dor abdominal incaracterística, presente em 71%<br />dos pacientes. Emagrecimento, aumento de volume abdominal e peso pós-prandial estiveram presentes em 29%, 25% e 8% dos pacientes,<br />respectivamente. O diagnóstico pré-operatório foi feito através de ultrassonografia e tomografia computadorizada. Todos pacientes foram submetidos a<br />exploração cirúrgica. O diagnóstico histopatológico foi de cistadenoma seroso em 12 doentes, cistadenoma mucinoso em dez e cistadenocarcinoma em<br />dois doentes. As dimensões dos cistos variaram de 2,3 a 15 cm de diâmetro, sendo o cistadenoma mucinoso o que apresentou maior diâmetro. Não houve<br />mortalidade pós-operatória.<br />É apresentada análise do presente material e da literatura com discussão dos métodos diagnósticos e terapêuticos.<br />DESCRITORES: Neoplasias de pâncreas. Cistadenoma. Cistadenocarcinoma<br />Trabalho realizado na Disciplina de<br />Cirurgia do Aparelho Digestivo do<br />Hospital das Clínicas da FMUSP.<br />Fig 1. Ultrassonografia de paciente portador de<br />cistadenoma mucinoso do pâncreas.<br />