1) O documento discute as dificuldades motoras em crianças e o transtorno do desenvolvimento da coordenação.
2) Muitas teorias foram formuladas, mas pouca é conhecida sobre a natureza do transtorno.
3) O autor defende que o problema reside na definição vaga do transtorno e na seleção heterogênea de amostras, o que dificulta a pesquisa e a compreensão do transtorno.
O documento resume três tópicos principais: 1) agradecimento aos líderes rotários de 2009-2010, 2) agenda do presidente de clube em julho, 3) mudanças na estrutura zonal do Rotary International.
O documento discute a importância do auto-desenvolvimento contínuo para o sucesso, comparando-o à história de um tesouro encontrado através do aprendizado de idiomas e matemática. Também critica quem se acomoda e não busca melhorias, usando como exemplo um porteiro que poderia ter se desenvolvido mais ao longo dos anos, mas permaneceu estagnado.
1) A Abordagem Maturacionista teve seu apogeu no início do século XX e foi liderada por três cientistas: Arnold Gesell, Myrtle McGraw e Mary Shirley.
2) A teoria defendia que o desenvolvimento infantil era determinado principalmente pela maturação neurológica.
3) Embora a abordagem tenha perdido força, ela ainda influencia testes de desenvolvimento infantil e estudos motor hoje em dia.
O documento resume três tópicos principais: 1) agradecimento aos líderes rotários de 2009-2010, 2) agenda do presidente de clube em julho, 3) mudanças na estrutura zonal do Rotary International.
O documento discute a importância do auto-desenvolvimento contínuo para o sucesso, comparando-o à história de um tesouro encontrado através do aprendizado de idiomas e matemática. Também critica quem se acomoda e não busca melhorias, usando como exemplo um porteiro que poderia ter se desenvolvido mais ao longo dos anos, mas permaneceu estagnado.
1) A Abordagem Maturacionista teve seu apogeu no início do século XX e foi liderada por três cientistas: Arnold Gesell, Myrtle McGraw e Mary Shirley.
2) A teoria defendia que o desenvolvimento infantil era determinado principalmente pela maturação neurológica.
3) Embora a abordagem tenha perdido força, ela ainda influencia testes de desenvolvimento infantil e estudos motor hoje em dia.
O documento discute a deficiência psicossocial e como classificar pessoas com transtornos mentais. Ele explica que a deficiência psicossocial foi reconhecida pela Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e descreve como as causas, efeitos, sequelas e soluções se relacionam para pessoas com essa deficiência. Também fornece exemplos de como diferentes transtornos mentais podem levar à deficiência psicossocial.
Este documento discute um estudo de caso sobre a inclusão escolar de uma criança com Síndrome Cri-Du-Chat em uma escola comum. A primeira parte fornece detalhes médicos sobre a síndrome. A segunda seção discute a importância da educação inclusiva. A terceira parte apresenta os aspectos do estudo de caso específico conduzido na escola.
1. O documento apresenta informações sobre autismo, incluindo definição, causas, sintomas e orientações para pais e professores. 2. Aborda o espectro de manifestações autísticas, desde o autismo clássico até a síndrome de Asperger. 3. Fornece diretrizes para identificação, diagnóstico e intervenção precoce para crianças com autismo.
O documento discute as dificuldades enfrentadas por professores para identificar o Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação Motora (TDC) em crianças. O TDC causa dificuldades nos movimentos diários e pode ser confundido com inabilidades típicas do desenvolvimento infantil. A pesquisa bibliográfica mostrou que a carência de pesquisas sobre o TDC e a semelhança dos sintomas com desordens motoras naturais dificultam a identificação pelo professor.
O documento discute três pontos principais:
1) O aumento do diagnóstico e medicamento de crianças com TDAH e as questões levantadas por essa abordagem predominantemente médica e biológica.
2) A perspectiva da psicologia histórico-cultural, que vê o desenvolvimento da atenção e autocontrole como dependentes da apropriação cultural mediada socialmente.
3) A reflexão sobre como a pedagogia e psicologia podem contribuir para a compreensão do TDAH e apoiar o desenvolvimento de crian
Este documento discute a Paralisia Cerebral, definindo-a como um atraso no desenvolvimento neuropsicomotor causado por uma lesão no sistema nervoso central durante as fases pré, peri ou pós-natal, podendo afetar as áreas motora, sensorial e/ou cognitiva. Apresenta também a classificação e graus da Paralisia Cerebral, desde leve a grave, e discute as possíveis causas etiológicas.
O documento fornece informações sobre uma professora, incluindo sua formação acadêmica e contatos. Também apresenta um conteúdo programático sobre desenvolvimento cognitivo, transtornos do desenvolvimento e neuromarketing.
O documento discute a avaliação em atividade motora adaptada, destacando: (1) a necessidade de instrumentos de avaliação adequados para pessoas com deficiência; (2) os desafios na mensuração devido à diversidade entre os indivíduos; (3) a importância de considerar as capacidades de adaptação de cada pessoa.
A aula apresenta dois tipos principais de reportagem: 1) reportagem baseada em notícias, que investiga um fato em mais profundidade, e 2) reportagem temática, sobre um tema específico, sem uma notícia em particular. O documento também discute uma reportagem sobre preocupações excessivas com a aparência física e seus possíveis efeitos negativos na saúde mental de jovens.
1. O documento discute o papel do enfermeiro na detecção da Síndrome de Edwards em relação à idade da gestante.
2. A Síndrome de Edwards é mais comum em gestantes com menos de 18 anos ou mais de 35 anos de idade, e o risco aumenta quanto maior a idade.
3. Os principais métodos de detecção pré-natal incluem coleta de vilos coriais, amniocentese e cordocentese, que devem ser oferecidos a gestantes de alto risco como aquelas acima de
O documento discute dificuldades de aprendizagem, incluindo suas definições, causas e exemplos. As principais causas discutidas são: atrasos no desenvolvimento cerebral, desequilíbrios químicos no cérebro e fatores genéticos. O documento também fornece exemplos de como essas dificuldades podem afetar o desempenho acadêmico de crianças.
O documento descreve um plano de ensino para estudantes sobre a história da genética e as descobertas de Gregor Mendel. O plano inclui escrever uma carta para Mendel explicando como suas ideias sobre herança de características foram confirmadas por estudos posteriores sobre cromossomos, genes e meiose.
O documento discute as principais teorias do desenvolvimento infantil, incluindo as abordagens de John Locke, Jean-Jacques Rousseau e Charles Darwin. Também descreve as contribuições de pesquisadores como Gesell para o entendimento do desenvolvimento motor e os estágios típicos do desenvolvimento da criança.
O documento discute as principais teorias do desenvolvimento infantil, incluindo as abordagens de John Locke, Jean-Jacques Rousseau e Charles Darwin. Também descreve a contribuição de Arnold Gesell para o estudo empírico da criança, com foco nas idades do desenvolvimento e nos cinco campos do comportamento.
O documento discute deficiência intelectual, incluindo suas causas, diagnóstico e abordagens de ensino. É explicado que a deficiência intelectual é caracterizada por baixo funcionamento intelectual e limitações adaptativas, e pode ser causada por fatores genéticos, complicações no parto ou após o nascimento. O diagnóstico envolve avaliação por médicos e psicólogos das habilidades intelectuais e adaptativas da pessoa. Abordagens de ensino incluem foco nos objetivos, uso de contextos reais e
Autismo e doenças invasivas de desenvolvimentoLeonardo Faria
O documento discute autismo e transtornos invasivos do desenvolvimento. Apresenta informações sobre definição, diagnóstico, epidemiologia e manifestações comportamentais do autismo. Discorre sobre os critérios do DSM para diagnóstico e sobre a necessidade de subdivisões para identificar subgrupos homogêneos.
Atividade aquática e a psicomotricidade de crianças com paralisia cerebralFernando S. S. Barbosa
Este documento discute a Paralisia Cerebral (PC) e os benefícios potenciais de atividades aquáticas para o desenvolvimento psicomotor de crianças com PC. A PC é caracterizada por distúrbios motores persistentes devido a lesões cerebrais na infância. O documento descreve um estudo de caso que avaliou o efeito de um programa de atividades aquáticas em duas crianças com PC, mostrando melhorias em habilidades como coordenação, equilíbrio e esquema corporal após a intervenção. Conclui-se
O documento discute a Paralisia Cerebral (PC), uma condição neurológica que afeta o desenvolvimento motor e pode comprometer outras áreas. Apresenta dados sobre a incidência da PC no Brasil e descreve como ela influencia o desenvolvimento das crianças acometidas. Argumenta que atividades aquáticas podem melhorar as capacidades psicomotoras dessas crianças, como coordenação, equilíbrio e esquema corporal. Descreve um estudo de caso que avaliou o impacto de um programa de atividades aquáticas nessas
Artigo para ser apresentado na disciplina Psicomotricidade do Curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Federal de Rondônia (UNIR) Campus de Ariquemes.
O documento discute os termos "dificuldade", "distúrbio" e "transtorno" em relação aos problemas de aprendizagem. "Dificuldade" está mais relacionado a fatores externos ao aluno, enquanto "distúrbio" e "transtorno" sugerem problemas neurológicos ou de desenvolvimento. Transtornos de aprendizagem incluem dislexia, discalculia e outros, tendo causas biológicas e ambientais. É importante respeitar diferentes ritmos de aprendizagem em cada estudante.
O documento resume a história da dislexia, começando com sua primeira menção em 1872 na Alemanha. Explora como a compreensão evoluiu ao longo do tempo, com pesquisadores identificando causas genéticas e distorções perceptivas em crianças. A definição moderna da Federação Mundial de Neurologia em 1975 é fornecida, assim como detalhes sobre como a dislexia afeta a leitura devido à complexidade de integrar escrita, memória, habilidades motoras e organização do texto.
O documento discute a deficiência psicossocial e como classificar pessoas com transtornos mentais. Ele explica que a deficiência psicossocial foi reconhecida pela Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e descreve como as causas, efeitos, sequelas e soluções se relacionam para pessoas com essa deficiência. Também fornece exemplos de como diferentes transtornos mentais podem levar à deficiência psicossocial.
Este documento discute um estudo de caso sobre a inclusão escolar de uma criança com Síndrome Cri-Du-Chat em uma escola comum. A primeira parte fornece detalhes médicos sobre a síndrome. A segunda seção discute a importância da educação inclusiva. A terceira parte apresenta os aspectos do estudo de caso específico conduzido na escola.
1. O documento apresenta informações sobre autismo, incluindo definição, causas, sintomas e orientações para pais e professores. 2. Aborda o espectro de manifestações autísticas, desde o autismo clássico até a síndrome de Asperger. 3. Fornece diretrizes para identificação, diagnóstico e intervenção precoce para crianças com autismo.
O documento discute as dificuldades enfrentadas por professores para identificar o Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação Motora (TDC) em crianças. O TDC causa dificuldades nos movimentos diários e pode ser confundido com inabilidades típicas do desenvolvimento infantil. A pesquisa bibliográfica mostrou que a carência de pesquisas sobre o TDC e a semelhança dos sintomas com desordens motoras naturais dificultam a identificação pelo professor.
O documento discute três pontos principais:
1) O aumento do diagnóstico e medicamento de crianças com TDAH e as questões levantadas por essa abordagem predominantemente médica e biológica.
2) A perspectiva da psicologia histórico-cultural, que vê o desenvolvimento da atenção e autocontrole como dependentes da apropriação cultural mediada socialmente.
3) A reflexão sobre como a pedagogia e psicologia podem contribuir para a compreensão do TDAH e apoiar o desenvolvimento de crian
Este documento discute a Paralisia Cerebral, definindo-a como um atraso no desenvolvimento neuropsicomotor causado por uma lesão no sistema nervoso central durante as fases pré, peri ou pós-natal, podendo afetar as áreas motora, sensorial e/ou cognitiva. Apresenta também a classificação e graus da Paralisia Cerebral, desde leve a grave, e discute as possíveis causas etiológicas.
O documento fornece informações sobre uma professora, incluindo sua formação acadêmica e contatos. Também apresenta um conteúdo programático sobre desenvolvimento cognitivo, transtornos do desenvolvimento e neuromarketing.
O documento discute a avaliação em atividade motora adaptada, destacando: (1) a necessidade de instrumentos de avaliação adequados para pessoas com deficiência; (2) os desafios na mensuração devido à diversidade entre os indivíduos; (3) a importância de considerar as capacidades de adaptação de cada pessoa.
A aula apresenta dois tipos principais de reportagem: 1) reportagem baseada em notícias, que investiga um fato em mais profundidade, e 2) reportagem temática, sobre um tema específico, sem uma notícia em particular. O documento também discute uma reportagem sobre preocupações excessivas com a aparência física e seus possíveis efeitos negativos na saúde mental de jovens.
1. O documento discute o papel do enfermeiro na detecção da Síndrome de Edwards em relação à idade da gestante.
2. A Síndrome de Edwards é mais comum em gestantes com menos de 18 anos ou mais de 35 anos de idade, e o risco aumenta quanto maior a idade.
3. Os principais métodos de detecção pré-natal incluem coleta de vilos coriais, amniocentese e cordocentese, que devem ser oferecidos a gestantes de alto risco como aquelas acima de
O documento discute dificuldades de aprendizagem, incluindo suas definições, causas e exemplos. As principais causas discutidas são: atrasos no desenvolvimento cerebral, desequilíbrios químicos no cérebro e fatores genéticos. O documento também fornece exemplos de como essas dificuldades podem afetar o desempenho acadêmico de crianças.
O documento descreve um plano de ensino para estudantes sobre a história da genética e as descobertas de Gregor Mendel. O plano inclui escrever uma carta para Mendel explicando como suas ideias sobre herança de características foram confirmadas por estudos posteriores sobre cromossomos, genes e meiose.
O documento discute as principais teorias do desenvolvimento infantil, incluindo as abordagens de John Locke, Jean-Jacques Rousseau e Charles Darwin. Também descreve as contribuições de pesquisadores como Gesell para o entendimento do desenvolvimento motor e os estágios típicos do desenvolvimento da criança.
O documento discute as principais teorias do desenvolvimento infantil, incluindo as abordagens de John Locke, Jean-Jacques Rousseau e Charles Darwin. Também descreve a contribuição de Arnold Gesell para o estudo empírico da criança, com foco nas idades do desenvolvimento e nos cinco campos do comportamento.
O documento discute deficiência intelectual, incluindo suas causas, diagnóstico e abordagens de ensino. É explicado que a deficiência intelectual é caracterizada por baixo funcionamento intelectual e limitações adaptativas, e pode ser causada por fatores genéticos, complicações no parto ou após o nascimento. O diagnóstico envolve avaliação por médicos e psicólogos das habilidades intelectuais e adaptativas da pessoa. Abordagens de ensino incluem foco nos objetivos, uso de contextos reais e
Autismo e doenças invasivas de desenvolvimentoLeonardo Faria
O documento discute autismo e transtornos invasivos do desenvolvimento. Apresenta informações sobre definição, diagnóstico, epidemiologia e manifestações comportamentais do autismo. Discorre sobre os critérios do DSM para diagnóstico e sobre a necessidade de subdivisões para identificar subgrupos homogêneos.
Atividade aquática e a psicomotricidade de crianças com paralisia cerebralFernando S. S. Barbosa
Este documento discute a Paralisia Cerebral (PC) e os benefícios potenciais de atividades aquáticas para o desenvolvimento psicomotor de crianças com PC. A PC é caracterizada por distúrbios motores persistentes devido a lesões cerebrais na infância. O documento descreve um estudo de caso que avaliou o efeito de um programa de atividades aquáticas em duas crianças com PC, mostrando melhorias em habilidades como coordenação, equilíbrio e esquema corporal após a intervenção. Conclui-se
O documento discute a Paralisia Cerebral (PC), uma condição neurológica que afeta o desenvolvimento motor e pode comprometer outras áreas. Apresenta dados sobre a incidência da PC no Brasil e descreve como ela influencia o desenvolvimento das crianças acometidas. Argumenta que atividades aquáticas podem melhorar as capacidades psicomotoras dessas crianças, como coordenação, equilíbrio e esquema corporal. Descreve um estudo de caso que avaliou o impacto de um programa de atividades aquáticas nessas
Artigo para ser apresentado na disciplina Psicomotricidade do Curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Federal de Rondônia (UNIR) Campus de Ariquemes.
O documento discute os termos "dificuldade", "distúrbio" e "transtorno" em relação aos problemas de aprendizagem. "Dificuldade" está mais relacionado a fatores externos ao aluno, enquanto "distúrbio" e "transtorno" sugerem problemas neurológicos ou de desenvolvimento. Transtornos de aprendizagem incluem dislexia, discalculia e outros, tendo causas biológicas e ambientais. É importante respeitar diferentes ritmos de aprendizagem em cada estudante.
O documento resume a história da dislexia, começando com sua primeira menção em 1872 na Alemanha. Explora como a compreensão evoluiu ao longo do tempo, com pesquisadores identificando causas genéticas e distorções perceptivas em crianças. A definição moderna da Federação Mundial de Neurologia em 1975 é fornecida, assim como detalhes sobre como a dislexia afeta a leitura devido à complexidade de integrar escrita, memória, habilidades motoras e organização do texto.
Este documento investiga como um programa de atividades aquáticas pode influenciar o comportamento psicomotor de crianças com paralisia cerebral. Dois participantes realizaram atividades aquáticas duas vezes por semana por cinco meses e foram avaliados antes e depois em aspectos como coordenação, equilíbrio e esquema corporal. Ambos apresentaram melhoras consideráveis em seus aspectos psicomotores, embora um tenha se adaptado mais que o outro. As atividades aquáticas são indicadas para estimular o desenvolvimento psicomotor de crianças com par
Este documento apresenta um programa para o curso de Pedagogia sobre Neurociência, Aprendizagem e Problemas de Aprendizagem. O programa inclui 10 aulas abordando esses tópicos com discussões, apresentações e avaliações. O objetivo é fornecer conceitos sobre neurociência e aprendizagem, identificar possíveis problemas e fornecer estratégias de apoio.
Aula 1 - Introdução à Neurociência, Aprendizagem e Problemas de AprendizagemFernando S. S. Barbosa
O documento discute neurociência, aprendizagem e problemas de aprendizagem. Ele define neurociência como o estudo do sistema nervoso e explica suas abordagens moleculares, celulares, de sistemas e comportamentais. Também resume a história da neurociência e sua relação com a educação, especificamente no que diz respeito à compreensão dos processos de aprendizagem e memória e como corrigir possíveis problemas de aprendizagem.
Este documento apresenta o programa de uma disciplina de Educação Especial oferecida no curso de Pedagogia da Universidade Federal de Rondônia. O programa inclui dez aulas abordando temas como história e legislação da educação especial, deficiências específicas, inclusão escolar e avaliação dos estudantes. As atividades incluem apresentações, pesquisas e visitas a instituições para proporcionar aos alunos conhecimentos teóricos e práticos sobre o atendimento a pessoas com necessidades educacionais especiais
O documento descreve uma experiência de ensino com a metodologia de Aprendizagem Baseada em Projetos no Centro Paula Souza. Professores planejaram projetos interdisciplinares com base no modelo do Instituto BIE para desenvolver competências nos alunos. O objetivo era envolver os alunos na resolução de problemas reais e no domínio de conteúdos.
Este documento apresenta o programa de uma disciplina de Educação Especial ministrada no Campus de Ariquemes da Universidade Federal de Rondônia. O programa descreve os temas a serem abordados em cada aula, como história e legislação da educação especial, diferentes deficiências, metodologias de ensino e avaliação dos estudantes.
Este documento apresenta o programa de uma disciplina de Neurociência, Aprendizagem e Problemas de Aprendizagem ministrada em uma universidade federal. O programa inclui dez aulas abordando tópicos como neurociência cognitiva, estruturas do sistema nervoso, problemas e transtornos de aprendizagem. Os alunos serão avaliados através de provas, apresentações e avaliações surpresa ao longo do semestre.
O documento fornece informações sobre como construir projetos de pesquisa, incluindo seus componentes, métodos de pesquisa, amostragem, instrumentos e análise de dados.
A empresa de tecnologia anunciou um novo smartphone com câmera aprimorada, tela maior e bateria de longa duração por um preço acessível. O dispositivo tem como objetivo atrair mais consumidores em mercados emergentes com suas especificações equilibradas e preço baixo. Analistas esperam que as melhorias e o preço baixo impulsionem as vendas do novo aparelho.
Este documento discute a importância da educação motora na educação infantil. Ele explica que a atividade física e motora é essencial para o crescimento e desenvolvimento integral das crianças. Também descreve as etapas do desenvolvimento motor infantil e métodos para ensinar educação motora de forma lúdica e adaptada às características de cada idade.
O documento discute seriação e classificação, processos fundamentais para ordenar sequências lógicas e agrupar itens por critérios semelhantes, respectivamente. Esses processos desempenham um papel importante no desenvolvimento do conhecimento em português e matemática. O documento também define postura como a combinação das partes do corpo em um momento, e discute fatores relacionados à postura e sua importância.
Este artigo propõe o uso de jogos perceptivos-motores nas aulas de Educação Física para desenvolver os sistemas sensoriais de visão, audição e tato dos alunos. O documento explica como esses sistemas funcionam no cérebro e como a percepção e habilidade motora estão ligadas. Exemplos de jogos são dados para estimular cada um dos sentidos, de forma lúdica e acessível a todas as idades. O objetivo é oferecer aos professores atividades que potencializem os sentidos dos estudantes de maneira
1) O estudo analisou os efeitos de um programa de treinamento perceptivo-motor no controle da locomoção em crianças com deficiência visual ao transpor obstáculos de diferentes alturas.
2) Os resultados mostraram que após o treinamento a velocidade da locomoção tornou-se mais constante, as passadas mais retilíneas e houve redução no número de toques nos obstáculos.
3) Isso fornece evidências da contribuição positiva do treinamento tanto na aproximação quanto na ultrapassagem dos obstáculos.
1) O documento discute a importância da psicomotricidade no desenvolvimento infantil e na aprendizagem.
2) A psicomotricidade envolve o desenvolvimento de habilidades motoras, percepções e conceitos espaciais que permitem à criança interagir melhor com o meio ambiente.
3) Atividades de estimulação psicomotora na educação infantil são importantes para o desenvolvimento do esquema corporal da criança e suas habilidades motoras e cognitivas.
Este documento descreve um estudo de caso sobre os efeitos de um programa de estimulação psicomotora em uma criança diagnosticada com TDAH. A criança participou de sessões de estimulação psicomotora por 12 meses e mostrou melhorias significativas em fatores como tonicidade, praxia global, equilíbrio e organização espaço-temporal. O estudo sugere que a estimulação psicomotora pode ajudar no desenvolvimento de aspectos psicomotores em crianças com TDAH.
1) O documento descreve uma pesquisa sobre o conhecimento de gestores e professores da educação infantil sobre neurociência e psicomotricidade em Ariquemes, Rondônia.
2) Foi utilizado um questionário aplicado por entrevista e observações de aulas para avaliar o conhecimento dos participantes.
3) Os resultados mostraram que a maioria dos participantes possui formação superior, mas teve pouco ou nenhum contato com neurociência e psicomotricidade em seus cursos. Eles relatam aplicar os temas em suas a
CARACTERIZAÇÃO DO CONHECIMENTO DE GESTORES E PROFESSORES DA EDUCAÇÃO INFANTIL...Fernando S. S. Barbosa
1) O documento descreve uma pesquisa sobre o conhecimento de gestores e professores da educação infantil sobre neurociência e psicomotricidade em Ariquemes, Rondônia.
2) Foi utilizado um questionário aplicado por entrevista e observações de aulas para avaliar o conhecimento dos participantes.
3) Os resultados mostraram que a maioria dos participantes possui formação superior, mas teve pouco ou nenhum contato com neurociência e psicomotricidade em seus cursos. Eles relatam aplicar os temas em suas a
Sistema de Bibliotecas UCS - Chronica do emperador Clarimundo, donde os reis ...Biblioteca UCS
A biblioteca abriga, em seu acervo de coleções especiais o terceiro volume da obra editada em Lisboa, em 1843. Sua exibe
detalhes dourados e vermelhos. A obra narra um romance de cavalaria, relatando a
vida e façanhas do cavaleiro Clarimundo,
que se torna Rei da Hungria e Imperador
de Constantinopla.
PP Slides Lição 11, Betel, Ordenança para exercer a fé, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
Slideshare Lição 11, Betel, Ordenança para exercer a fé, 2Tr24, Pr Henrique, EBD NA TV, 2° TRIMESTRE DE 2024, ADULTOS, EDITORA BETEL, TEMA, ORDENANÇAS BÍBLICAS, Doutrina Fundamentais Imperativas aos Cristãos para uma vida bem-sucedida e de Comunhão com DEUS, estudantes, professores, Ervália, MG, Imperatriz, MA, Cajamar, SP, estudos bíblicos, gospel, DEUS, ESPÍRITO SANTO, JESUS CRISTO, Comentários, Bispo Abner Ferreira, Com. Extra Pr. Luiz Henrique, 99-99152-0454, Canal YouTube, Henriquelhas, @PrHenrique
Atividade letra da música - Espalhe Amor, Anavitória.Mary Alvarenga
A música 'Espalhe Amor', interpretada pela cantora Anavitória é uma celebração do amor e de sua capacidade de transformar e conectar as pessoas. A letra sugere uma reflexão sobre como o amor, quando verdadeiramente compartilhado, pode ultrapassar barreiras alcançando outros corações e provocando mudanças positivas.
O Que é Um Ménage à Trois?
A sociedade contemporânea está passando por grandes mudanças comportamentais no âmbito da sexualidade humana, tendo inversão de valores indescritíveis, que assusta as famílias tradicionais instituídas na Palavra de Deus.
1. Crianças com dificuldades motoras: questões
para a conceituação do transtorno
do desenvolvimento da coordenação
Luis Eduardo Bastos Pinto Tourinho Dantas *
Edison de Jesus Manoel* *
Resumo: A investigação da natureza das dificuldades motoras
experimentadas por crianças resultou na identificação do Trans
torno do Desenvolvimento da Coordenação (TDC). Pouco se
sabe sobre sua natureza, embora sejam inúmeras as hipóte
ses formuladas sobre sua causa. O presente artigo defende a
tese de que o problema reside na definição do que se entende
por TDC e na seleção de amostras em estudos que não distin
guem o uso de critérios clínicos dos critérios de pesquisa. Em
conclusão, são apresentadas três etapas para caracterização
do TDC.
Palavras-chave: Transtornos das habilidades motoras. Crian
ças. Deficiências do desenvolvimento.
“Muitas teorias haviam sido formuladas para explicar a
doença, confirmando o velho aforismo médico segundo o
qual a abundância de hipóteses é sinônimo de ignorância.”
Synclair, M. p.12
1INTRODUÇÃO
Paramuitos,quandosepensaemmovimentoscorporais,logovem
àmenteafiguradeindivíduosaltamentehabilidososrealizandoativida
des motoras de forma excepcional como profissionais da dança e do
esporte. Todavia, a característica mais marcante do movimentar-se
* Líder do Grupo de Estudo do Desenvolvimento da Ação e Intervenção Motora da USP,
Professor Doutor da USP. Escola de Educação Física e Esporte. Universidade de São Paulo.
São Paulo, SP, Brasil. E-mail: ldantas@usp.br
**Líder do Grupo de Estudo do Desenvolvimento da Ação e Intervenção Motora da USP,
Professor Titular da USP. E-mail: ejmanoel@usp.br
2. , Porto Alegre, v. 15, n. 03, p. 293-313, julho/setembro de 2009.
294 Ensaios Luis E.B.P.T. Dantas, Edison de Jesus Manoel
humano não é a sua excepcionalidade, mas sua ubiquidade. A gran
de maioria da população é capaz de executar inúmeros movimentos
com relativa competência na realização de atividades do cotidiano.
Essas atividades vão desde se vestir, se alimentar, até ocupacionais
(dirigir um carro, digitar em computadores e máquinas registradoras
etc.) e de lazer (jogar, caminhar em trilhas etc.). Várias dessas ativi
dades são adquiridas com pouca ou nenhuma instrução formal.
Diante dessa ubiquidade, chamou a atenção da comunidade
médica e acadêmica o fato de alguns indivíduos, crianças em parti
cular, apresentarem extrema dificuldade para realizar essas atividades
cotidianas. Indivíduos com essas dificuldades mostram-se muito defa
sados em relação às competências motoras da maioria da população,
considerando não só o desempenho esperado para cada faixa etária.
Ao mesmo tempo, eles não apresentam sinais neurológicos clássicos
e sua condição é resistente a intervenções rotineiras. Essa condição
é caracterizada por problemas na organização e produção de movi
mentos e as causas de tais problemas são, no momento, desconhe
cidas. Por essa razão, a comunidade acadêmica e profissional (educa
dores físicos, médicos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais) reco
nhece, desde a década de 1980, que há um transtorno predominan
temente motor e que o mesmo afeta de forma negativa o desenvolvi
mentoglobaldoindivíduo. EssacondiçãotemsidonomeadacomoTrans
torno do Desenvolvimento da Coordenação (TDC) pela Associação
Psiquiátrica Americana (DSM) – IV (2002) e Transtorno específico
do desenvolvimentomotor,pelaOrganizaçãoMundialdaSaúde(OMS)
CID-10 (1993).
Apesar dos inúmeros esforços de pesquisa para explicar e inter
vir nesse problema, o avanço, em ambos os casos, não tem sido anima
dor. Existem muito mais hipóteses explicativas do que seria razoável,
e o esforço para remediar o problema via intervenção, não têm, na
maior parte das vezes, tido o sucesso esperado. Os motivos dessa
situação, em ambas as frentes (pesquisa e remediação), tem sido atri
buídos à heterogeneidade dessa população. Entretanto, há outra causa
ainda pouco explorada que diz respeito aos critérios de classificação
ou categorização adotados para nomear as crianças com dificuldades
motoras. Esses critérios, originalmente criados para fins clínicos,
3. , Porto Alegre, v. 15, n. 03, p. 293-313, julho/setembro de 2009.
295Crianças com dificuldades motoras...
não seriam adequados para a finalidade de pesquisa, principalmente
no que concerne à formação de grupos experimentais. Como conse
quência, a seleção de grupos experimentais teria grande variabilidade
interna.Istolimitariaainterpretação,comparaçãoegene-ralização dos
resultados de pesquisa acumulados. Logo, a heterogeneidade atribuída
ao TDC (condição) pode, na verdade, residir nos critérios de catego
rização para identificação da mesma. O presente ensaio tem como
propósito apresentar a tese de que o Transtorno do Desenvolvimento
da Coordenação carece de critérios válidos para sua definição com
fins de pesquisa, o que repercute negativamente nas investigações
acerca da natureza desse transtorno e no desenvolvimento dos mé
todos de intervenção.
2ONASCIMENTO DE UM TRANSTORNO DO DESENVOLVIMENTO
O interesse por crianças que exibem dificuldades motoras possui
uma históriaantigaediversa.Desdeoiníciodoséculopassado,pesqui
sadores oriundos de um amplo espectro de campos de conhecimento
eatuaçãoprofissional,abrangendodesdeaEducaçãoFísicaatéaMedi
cina e a Psicologia, têm destacado e investigado problemas motores
em crianças.
Hulme e Lord (1986) revisaram duas referências ao fenômeno
ainda na primeira metade do século passado. Primeiramente Collier,1
no início do século XX, cunhou o termo congenitally maladroit para
sereferiraumgrupoparticulardecriançasquemanifestavammarcantes
dificuldades motoras, sem apresentar, no entanto, uma causa conhe
cida.Segundo Orton (1937), que relatou a existência de algumas crian
ças que demonstram um desajeitamento motor (comprometimento
nas habilidades locomotoras e de manipulação de objetos) na ausência
de qualquer condição neurológica.
As consequências de ser portador dessa condição também já
eram aventadas, ao menos empiricamente, desde o início do século
XX. Vale destacar a descrição que Elias Canneti (1935, p.155) faz
1
Fonte não revelada
4. , Porto Alegre, v. 15, n. 03, p. 293-313, julho/setembro de 2009.
296 Ensaios Luis E.B.P.T. Dantas, Edison de Jesus Manoel
do personagem Kien, em seu livro Die Blendung (Auto de Fé, na
tradução brasileira):
Ao fim da metade da hora da visita, Kien gemia de
dores antigas, aparentemente esquecidas. Desde a
infância, jamais tivera firmeza nas pernas. No fundo,
nunca aprendera a andar corretamente. Na aula de
ginástica caía da barra fixa. A despeito do compri
mento das pernas, era o pior corredor do curso.
Para os professores, a debilidade física do menino
simplesmente contrariava a natureza. Em todas as
matérias, Kien era o melhor da turma, graças a sua
excelente memória. Mas do que adianta isso? Na
realidade devido a seu corpo ridículo, ninguém o
respeitava. Davam-lhe inúmeras rasteiras que, inva
riavelmente, o faziam tropeçar. No inverno transfor
mavam-no em boneco de neve, até que seu corpo
adquirisse a grossura normal.
Em dezembro de 1962, o British Medical Journal dedicou
seu editorial à discussão das origens ou causas das dificuldades
motoras que algumas crianças enfrentavam no contexto escolar.
Naquela comunicação, levantou-se a hipótese de que esses problemas
teriam como causa uma condição médica primária. O editorial des
taca quatro trabalhos independentes que sugerem a existência de
uma síndrome de causa desconhecida. Segundo esse documento,
Annell (1951; 1959), na Suécia, vinha descrevendo um grupo de crian
ças consideradas motoramente desajeitadas. Eram caracterizadas
como inábeis no desempenho de movimentos funcionais (particular
mente na escrita), no desempenho em jogos e atividades físicas e,
além disso, manifestavam dificuldade em concentrar-se. Com relação
à natureza e prognóstico do problema, Annell especulava que esse
era de natureza maturacional e que a recuperação seria espontânea.
Infelizmente, atualmente sabe-se que essa hipótese não se confir
mou. Da Holanda, foi citado um relato de Prechtl e Stmmer (1962),
no qual eram descritas um grupo de crianças desajeitadas. Novamente,
somado a uma dificuldade de concentração, as crianças exibiam
uma série de dificuldades motoras. O editorial cita também um tra
balhoadvindodopróprioReinoUnido.Nessapesquisa,Walton,Wellis
e Court, em 1962, descreviam um grupo de cinco crianças desajeitadas
5. , Porto Alegre, v. 15, n. 03, p. 293-313, julho/setembro de 2009.
297Crianças com dificuldades motoras...
motoramente. Os autores examinaram cuidadosamente esse grupo
e destacaram: a dificuldade em executar inúmeras ações motoras coti
dianas (alimentar-se, vestir-se, andar etc), assim como problemas
perceptivo-motores: dificuldade em tarefas de encaixe, em tarefas
de cópia de formas simples, em tarefas que envolvem timing coinci
dente (agarrar uma bola), entre outras. O editorial destaca ainda
uma conferência sobre neurologia infantil, promovida pela Spastics
National Society, em 1962, na qual Illingworth2
descreveu (e tam
bém mostrou um filme) um grupo de crianças encaminhadas para
ajuda médica por exibirem marcantes dificuldades motoras, apesar
de contrastantes sinais de normalidade (andar normal, quociente de
inteligência normal ou acima do normal). Na conclusão, o editorial
deixa claro uma preocupação com o reconhecimento dessa síndrome
no meio médico e educacional, sugerindo a necessidade premente
de estudos voltados para essa população.
Atualmente, esse problema é reconhecido na bibliografia mé
dica e está classificado nos seus dois principais sistemas de referên
cia. Segundo a APA – DSM – IV (2002, p. 88), o TDC é diagnosti
cado quando:
Critério A. O desempenho em atividades diárias
que exigem coordenação motora está substancial
menteabaixodonívelesperado,considerandoaidade
cronológica e a inteligência medida do indivíduo. O
quadro pode manifestar-se por atrasos marcantes
em alcançar marcos motores (por ex., caminhar,
engatinhar, sentar), propensão a deixar cair coisas,
desajeitamento, fraco desempenho nos esportes ou
caligrafia insatisfatória.
Critério B. A perturbação do Critério A interfere
significativamente no rendimento escolar ou nas
atividades da vida diária.
Critério C.Aperturbação não se deve a uma condi
ção médica geral, por exemplo, paralisia cerebral,
hemiplegia ou distrofia muscular, nem satisfaz os
critérios para um Transtorno Invasivo do Desen
volvimento.
2
Fonte não revelada
6. , Porto Alegre, v. 15, n. 03, p. 293-313, julho/setembro de 2009.
298 Ensaios Luis E.B.P.T. Dantas, Edison de Jesus Manoel
Critério D. Em presença de Retardo Mental, as
dificuldades motoras excedem aquelas associadas
com esse transtorno.
O termo transtorno é sugerido como uma forma de distinguir
esse tipo de condição médica de doença para evitar problemas ainda
maiores advindos do uso das expressões como “doença” ou “enfer
midade” (OMS, 1993).AOMS reconhece que não é um termo exato,
porémapontaparaaexistênciadeumconjuntodesintomasoucompor
tamentos clinicamentereconhecíveis,associados,namaioriadoscasos,
às dificuldades marcantes no desempenho de atividades motoras coti
dianas, ocupacionais e recreativas.
Já o termo desenvolvimento, indica que o problema se manifesta
nas fases iniciais da aquisição de ações motoras, vindo a interferir
em todo processo de desenvolvimento subsequente, isto é, na contínua
especializaçãoediversificaçãodessasações(RISPEN;VANYPEREN,
1998).
O termo coordenação é colocado para denotar o cerne do trans
torno, isto é, ele busca explicitar a dificuldade de organizar e realizar
ações motoras. Coordenação, por sua vez, pode ser vista como a capa
cidade de exercer controle sobre múltiplas relações que se estabele
cem entre os elementos que compõem o sistema motor. Para Bernstein
(1996),ocontroledosistemamotordocorpoéumproblemacomplexo,
multifacetado que, mesmo em sua versão mais limitada, não pode
ser resolvido pela mais sofisticada tecnologia atualmente existente.
Esse problema ficou conhecido com o problema dos graus de liber
dade. Segundo Bernstein (1996, p. 41): “Coordenação é dominar o
excessivo números de graus de liberdade do aparelho locomotor,
isto é, fazê-lo um sistema controlável.” (tradução dos autores)
No caso específico do TDC, o termo denota existir um problema
no desenvolvimento dessa capacidade, o que dificultaria à contínua
reordenação dos elementos que compõem o sistema motor, nos níveis
intra-articular,intramembroseintermembros.Osindivíduosportadores
desse transtorno não se caracterizam pela manifestação de compor
tamentos des/coordenados (sem coordenação), mas sim por um pro
blema na regulação ou controle da coordenação, considerando-se as
7. , Porto Alegre, v. 15, n. 03, p. 293-313, julho/setembro de 2009.
299Crianças com dificuldades motoras...
restrições ambientais, do organismo, e da própria ação motora. Um
ponto que lança dúvidas sobre o TDC é o de que se assume que há
um problema no desenvolvimento sem que de fato o mesmo tenha
sido constatado. Presume-se que há tal transtorno porque o compor
tamento esperado da criança fica muito aquém do esperado para a
sua idade. Isto é, usa-se de uma lógica normativa para dizer que o
que não se encaixa na norma é “anormal”, isto é, com “transtorno”.
São raros os estudos longitudinais com crianças portadoras do TDC.
Assim, não é possível saber se as dificuldades de coordenação sur
gem porque o seu desenvolvimento foi afetado ou porque ao ter
problemas de coordenação o desenvolvimento motor é prejudicado,
o que viria a causar ainda mais problemas de coordenação num meca
nismo de retroalimentação positiva.
O avanço na compreensão de qualquer fenômeno passa pela
formulação de três perguntas: O que é? Por que é? Quais são as
possibilidades? (LACEY, 1998).Aplicando-se esses questionamentos
para o estudo do TDC, a primeira pergunta refere-se a questões de
caracterização e identificação do transtorno; a segunda refere-se à
sua natureza, e a terceira tem seu foco no seu desenvolvimento e
intervenção.Arelação entre a definição do objeto (neste caso, o trans
torno), a explicação da sua natureza e as possibilidades de intervenção
é direta, como o mesmo Lacey (1998, p. 16) afirma: “Dependendo
como o objeto é considerado, as respostas às perguntas – por que
é? e o que é possível? – tomam formas diferentes e refletem interesses
diferentes.”
Ao seguir o raciocínio lógico proposto por Lacey, depara-se com
algumas dificuldades para se caracterizar o transtorno do ponto de
vista conceitual e teórico. Nesse sentido, cabe destacar alguns pontos
que Hopkins (2005) considera como nebulosos na caracterização de
transtornos do desenvolvimento. Um refere-se à noção de “desen
volvimento normal” que variou ao longo do tempo e é diferente entre
culturas. Outro ponto concerne à demarcação entre desenvolvimento
sem transtorno e com transtorno, que é feita com base em indicadores
falíveis de desvios estabelecidos a partir de um conjunto de normas
idealizado e arbitrário. Não bastassem esses pontos, no caso específico
do TDC, Hopkins ainda cita dois problemas: primeiro, a comorbidade
8. , Porto Alegre, v. 15, n. 03, p. 293-313, julho/setembro de 2009.
300 Ensaios Luis E.B.P.T. Dantas, Edison de Jesus Manoel
do transtorno (ele geralmente vem acompanhado de outros transtor
nos). Segundo, sua descrição se centraliza em características comuns
independentes da idade. No segundo caso, a desconsideração da idade
implica negligenciar a passagem do tempo e as mudanças que se
associam a essa passagem tornando “não desenvolvimentista” a
empreitada de identificação do transtorno. Mas há ainda outros pon
tos que passamos a tratar na sequência.
3OMAL USO DE UMA DEFINIÇÃO
A categorização do TDC e as possibilidades de uso dessa
categorização são temas nem sempre considerados pelos pesquisa
dores focados nesse problema. Para fins de pesquisa, particular
mente, na seleção de sujeitos para composição de grupo experimental,
os critérios para identificação dessa condição médica (representados
tanto na CID-10 da OMS como no DSM-IV da APA) não são
satisfatórios. Cermark, Gubbay e Larkin (2002, p. 7) ilustram bem a
finalidade e o alcance original da categoria TDC:
TDC pode ser visto como termo temporário que
profissionaisepesquisadoresirãousaratéalcançarem
uma compreensão mais profunda dessa complicada
condição. As vantagens do uso desse termo são de
ordem mais prática que teórica. Ele não carrega uma
controvérsiahistórica,como por exemplo, dispraxia,
nem supõe implicitamenteumaetiologia,comoofaz
“disfunçãocerebralmínima”.Existeumaconseqüên
cia prática do reconhecimento e critério de diagnós
tico fornecidopelaAPA(1987,1994).Empaísesonde
existem sistema de saúde pública, crianças diagnos
ticadas com TDC podem se candidatar a receber
recursos financeiros governamentais para financiar
assistência terapêutica (tradução dos autores).
Mais a frente, no mesmo trabalho, Cermark, Gubbay e Larkin
(2002, p. 22) afirmam:
Transtorno do desenvolvimento da coordenação é
um termo obscuro sem uma definição precisa. Ele
serve para definir um largo espectro de problemas
motores moderados que pesquisadores e profissio
nais lutam para refinar (tradução dos autores)
9. , Porto Alegre, v. 15, n. 03, p. 293-313, julho/setembro de 2009.
301Crianças com dificuldades motoras...
Os critérios adotados para um diagnóstico de TDC têm sido
úteis para o reconhecimento dessa condição, para a organização de
um esforço multidisciplinar de investigação do fenômeno (a criação
da Sociedade Internacional para Pesquisa de TDC é um exemplo) e
comunicação entre os pesquisadores. Mas pode ser considerado um
obstáculo à construção e validação de instrumentos de identificação,
compreensão da causa, ou causas, do TDC, comparação e genera
lização dos resultados e, até mesmo, para busca de soluções terapêu
ticas para esse tipo de transtorno do desenvolvimento. Antes de avan
çar na análise dessa tese, precisa-se destacar alguns aspectos do pro
cesso de categorizar ou classificar objetos.
A capacidade de classificar objetos em categorias é uma carac
terística básica do cérebro e refere-se ao processo de agrupar objetos
dentro de uma representação genérica. Isso pressupõe algum propó
sito, e também, critérios em torno dos quais os objetos são agrupados.
As investigações, por parte da psicologia cognitiva sobre o fenô
meno da categorização, têm apontado para, ao menos, duas formas
de classificar objetos (HAHN; CHARTER, 1997). A primeira está
baseada no princípio da similaridade. Isso quer dizer que categorizar
um objeto envolve julgar a similaridade entre ele e um outro objeto
exemplar (protótipo), ou um conjunto de objetos exemplares. Uma
segunda forma de construir categorias não faz referência direta ao
princípio de similaridade, se baseia em definições ou pressupostos
teóricos. Ela é chamada de visão clássica, e assume que toda cate
goria é definida por um conjunto de características ou propriedades,
necessárias e suficientes (LAMBERTS; SHANKS, 1997). O pro
cesso de classificar pode ser descrito como uma investigação sobre um
objeto, procurando determinar se o mesmo apresenta as caracterís
ticas consideradas necessárias e suficientes, para pertencer à cate
goria X. Os manuais CID–10 (OMS, 1993) e DSM–IV (APA, 2002)
procuram seguir essa segunda estratégia de classificação, nomeada
como clássica, mas com fins clínicos e não de pesquisa.
Para ciência, a classificação de objetos tem três finalidades prin
cipais: Organização, de uma forma que elimine a necessidade da
aplicação de modelos e conceitos para objetos específicos, o que,
10. , Porto Alegre, v. 15, n. 03, p. 293-313, julho/setembro de 2009.
302 Ensaios Luis E.B.P.T. Dantas, Edison de Jesus Manoel
em face da imensa variedade de objetos existentes, em qualquer
campo, é uma necessidade crítica; Generalização, de maneira que
se possa identificar uma unidade em objetos aparentemente dife
rentes, isso dá margem para a construção de teorias e dedução de
leis que se aplicam a uma ampla gama de fenômenos; Aplicação
para que o conhecimento produzido seja válido perante a natureza dos
objetos, dando margem ao desenvolvimento de processos de mudança
da realidade a partir desse conhecimento.
O grau de sucesso em atingir essas finalidades depende direta
mente da maturidade da categorização e da compreensão por parte
do pesquisador dos limites do sistema de classificação que utiliza.
Uma categoria não é algo estático, que uma vez definida permanece
imutável.Apartir de sua determinação inicial, muitas vezes baseada
emcritérios vagosesuperficiais,pode-se iniciar umprocesso de inves
tigação científica que, como consequência, poderá modificar os crité
rios inicialmente estabelecidos, e tornando a categoria cada vez mais
válida e funcional.
Como viu-se anteriormente, a finalidade para a qual é proposto o
sistema de classificação tem de ser considerada, e, na área médica,
isso implica uma distinção entre finalidade de pesquisa e finalidade
clínica. Para fins de pesquisa, opta-se pelos extremos de qualquer
distribuição, com pouca ou nenhuma preocupação pela limitação em
termos de exemplares da categoria. Em outras palavras, busca-se
tornar a categoria a mais restrita possível, isto é, com o maior grau de
homogeneidadepossível.Poroutrolado,parafinsclínicos,asconside
rações práticas podem ter prioridades sobre considerações científicas.
A óptica da classificação clínica é a orientação para intervenção, ou
atendimento da população.Assim, uma categoria com finalidade clí
nica almeja abranger todos os exemplares, a preocupação com a ques
tão da homogeneidade é secundária.
Para o estudo científico de qualquer comportamento, um grande
passo é categorizar (abordagem clássica) esse comportamento. So
mente apartirdesuadeterminaçãocomocategoria,poder-se-áabordá
lo experimentalmente,istoé,manipulá-loparatentarexplicarsuanatu
reza e sua dinâmica. Poder-se-á cometer equívocos investigando o
11. , Porto Alegre, v. 15, n. 03, p. 293-313, julho/setembro de 2009.
303Crianças com dificuldades motoras...
TDC a partir de critérios obscuros e vagos. Postular mecanismos,
especular causas, sem antes construir uma definição restrita do fenô
meno, é pouco produtivo para compreensão do referido transtorno.
Nessas condições, a comunicação entre os pesquisadores, em vez de
facilitada, será comprometida; e a generalização dos resultados, em
vez de ser ampliada, será fonte de controvérsias e confusões. As
sim, pode ser que o “tímido” progresso na compreensão e interven
ção do TDC, seja devido ao descompasso que se dá em usar um
sistema de classificação com fins clínicos para fins de pesquisa.
Há um reconhecimento de que parte das dificuldades encontra
das na investigação e intervenção em transtornos que os indivíduos
apresentam deve-se à imprecisão dos conceitos associados à defici
ência (AMIRALIAN; PINTO; GHIRARDI; LICHTIG; MASINI;
PASQUALIN, 2000). A compreensão da natureza de um transtorno
pode se beneficiar da análise de três conceitos oriundos de classifi
cações da OMS como a contida no International Classification of
Impairments, Disabilities and Handicap: deficiência (impairment),
incapacidade (disability) e desvantagem (handicap). Amiralian et
al., 2000, com base nessa classificação, apresentam as seguintes defi
nições:
Deficiência: perda ou anormalidade de estrutura ou
funçãopsicológica,fisiológicaouanatômica,tempo
rária ou permanente. Incluem-se nessas a ocorrência
de uma anomalia, defeito ou perda de um membro,
órgão, tecido ou qualquer outra estrutura do corpo,
inclusive das funções mentais. Representa a exterio
rização deumestadopatológico,refletindoumdistúr
bio orgânico, uma perturbação no órgão.
Incapacidade: restrição, resultante de uma deficiên
cia, da habilidade para desempenhar uma atividade
considerada normal para o ser humano. Surge como
conseqüênciadiretaouérespostadoindivíduoauma
deficiência psicológica, física, sensorial ou outra.
Representa a objetivação da deficiência e reflete os
distúrbios da própria pessoa, nas atividades e com
portamentos essenciais à vida diária.
Desvantagem: prejuízo para o indivíduo, resultante
de uma deficiência ou uma incapacidade, que limita
12. , Porto Alegre, v. 15, n. 03, p. 293-313, julho/setembro de 2009.
304 Ensaios Luis E.B.P.T. Dantas, Edison de Jesus Manoel
ou impede o desempenho de papéis de acordo com
a idade, sexo, fatores sociais e culturais. Caracteriza-
se por uma discordância entre a capacidade indivi
dual de realização e as expectativas do indivíduo ou
do seu grupo social. Representa a socialização da
deficiência e relaciona-se às dificuldades nas habili
dades de sobrevivência. (AMARALIAN et al.,
2000, p 98).
A deficiência sempre refere-se a alguma condição ou dimensão
como deficiência de visão ou de audição. A incapacidade caracteri
za-se pelalimitaçãoemfazeralgo,porexemplo,veroufalar.Adesvan
tagem manifesta-se em função de características do meio físico e
social que podem dificultar ou possibilitar ao indivíduo agir em seu
meio. Por exemplo, o meio físico pode diminuir a desvantagem de um
deficiente visual quando, no piso pelo qual ele se desloca, há presença
de marcas e variações físicas que lhe permitem localizar-se no espaço.
Já o meio social pode aumentar a desvantagem de um indivíduo com
deficiência de audição quando ele convive com pessoas que não do
minam a linguagem de sinais. No caso do TDC, a incapacidade e a
desvantagemtêmsidoamplamentedescritas(LOSSE;HENDERSON;
ELLIMAN; HALL; KNIGHT; JONGAMANS, 1991), entretanto, a
caracterização da deficiência ainda é matéria de debate.
Sugere-se que, em futuros trabalhos, a identificação dos indiví
duos com TDC, para fins de pesquisa, seja feita em três etapas. As
duas etapas iniciais já foram propostas por Wright e Sugden (1996).
Nesse trabalho, os autores levantam a existência de dois critérios
consensuais para a identificação do TDC, ambos sugeridos tanto
pela OMS (1993) quanto pela APA (2002) em seus manuais (clíni
cos). Um critério é que a criança claramente demonstre um desem
penho distante das normas reconhecidas para sua idade cronológica
(atraso no alcance dos marcos motores). Essa condição deve ser ava
liada por testes padronizados normativos. Outro critério destaca que
a dificuldade observada tenha um impacto negativo na vida cotidiana
da criança, o que corresponde à condição de um transtorno.
Apesar de não ser o foco deste trabalho, vale destacar que a
verificação desse segundo critério, o impacto da dificuldade motora
13. , Porto Alegre, v. 15, n. 03, p. 293-313, julho/setembro de 2009.
305Crianças com dificuldades motoras...
sobre a vida da criança, não vem sendo feita na maioria dos traba
lhos publicadossobreessatemática(GEUZE;JONGMANS;SCHOE
MAKER; SMITS-ENGELSMAN, 2001). Pode-se especular que
isso seja devido a conceito de saúde adotado pelos pesquisadores da
área médica. O conceito de saúde adotado é sinônimo de normalidade
funcional. Assim a saúde é vista e medida exclusivamente com base
em média estatística (no TDC, escores médios em testes motores).
Dessa forma, confunde-se diferença com patologia. Se nomeasse
toda e qualquer anomalia como patológica, ter-se-ia que considerar
doentes atletas (alterações fisiológicas), músicos (alterações morfo
lógicas no cérebro) etc. A visão de saúde que está suportando o
conceito de transtorno é outra, como explicita Caponi (2003):
Não são as médias estatísticas nem as fugas dos
intervalos assim chamados de normais, que nos indi
cam o momento em que se inicia um transtorno,
mas sim as dificuldades que o organismo encontra
para dar respostas às demandas que seu ambiente
lhe impõe. (CAPONI, 2003, p.118)
Assim, para ser identificado como portador de TDC, os desvios
da média não são suficientes. É necessário que o sujeito explicite o
sofrimento causado pelas dificuldades de encontrar respostas às
demandas que seu ambiente lhe impõe, e seja observado o impacto
dessa dificuldade na sua vida cotidiana. Vale ressaltar que esses julga
mentos acabam por se basear no que constitui a normalidade para
um dado grupo de indivíduos. Como é destacado por Hopkins (2005),
o conceito de normalidade pode ser resultado de várias interpretações.
Hopkins (2005) destaca quatro noções a partir do trabalho de Offer e
Sabshin (1974) normalidade como média (a interpretação mais co
mum) a partir de desempenhos relativos a padrões etários normativos;
normalidadecomosaúdebaseadanumjulgamentoclínico sobre a falta
de umimpedimentooudiscapacidade;normalidadecomovisãoutópica
considerada a partir do que se valoriza numa dada cultura ou socie
dade; normalidade como transação definida a partir da maneira como
um indivíduo influencia e é influenciado por outros.
A terceira etapa que se está propondo, acrescenta um novo
processo de categorização dentro da própria amostra inicialmente
14. , Porto Alegre, v. 15, n. 03, p. 293-313, julho/setembro de 2009.
306 Ensaios Luis E.B.P.T. Dantas, Edison de Jesus Manoel
identificada através das duas etapas anteriores; agora para selecionar
sujeitos para fins de pesquisa. Essa terceira etapa consiste em subclas
sificar os indivíduos, mas, agora, em relação aos seus déficits parti
culares, tendo como referência os processos subjacentes à ação
motora. Isto é, busca-se formular uma deficiência ou algumas defi
ciências que teriam como consequência as incapacidades descritas
para o TDC. Nessa formulação, também levantam-se hipóteses so
bre as possíveis patologias envolvidas. Um construto que poderia
ser empregado nessa etapa advém da abordagem modular. Essa
abordagem decorre da proposição clássica de Fodor (1975) segun
do a qual o cérebro, em seu processo evolutivo, teria sido composto
a partir de módulos relativamente estáveis que desempenhariam fun
ções específicas e de forma independente. Um módulo não interfe
re no funcionamento do outro e se desenvolveriam de forma indepen
dente.
Um exemplo de abordagem modular nas ações motoras refe
re-se ao trabalho de Jones (1993) que preconiza pelo menos três
módulos de processamento subjacentes à ação motora: organização
temporal, controle da força, sequenciamento motor. O módulo de
organização temporal compreende dois tipos de estabelecimento de
timing. O primeiro referente a quando os elementos que constituem
uma ação devem ocorrer entre si. O segundo refere-se ao timing da
ação em relação ao timingde eventos externos ao indivíduo. O módulo
de controle de força envolveria a capacidade de calibração da ati
vação do sistema muscular no emprego de esforço para se deslocar
e principalmente manipular objetos. O módulo de sequenciamento
consistiria na organização dos elementos da ação num plano hierar
quicamente organizado (elementos simples compondo elementos
complexos) e sua ordenação considerando os eventos necessários à
consecução de uma ação. Por exemplo, para abrir uma porta, a criança
necessita compreender que a tarefa envolve rotação da maçaneta
no sentido anti-horário seguida do deslocamento da porta na direção
do seu corpo. Esses eventos traduzir-se-ão em movimentos corporais
diversos. A rotação da maçaneta pode ser efetuada por um movi
mento de supinação da mão esquerda ou de pronação da mão direita.
Em cada caso, o deslocamento da porta poderá ser realizado com a
flexão do cotovelo e abdução do braço, se com a mão esquerda, ou
15. , Porto Alegre, v. 15, n. 03, p. 293-313, julho/setembro de 2009.
307Crianças com dificuldades motoras...
com flexão do cotovelo com fixação do braço abduzido acompanhado
da rotação do tronco no sentido horário, se com a mão direita. O
modelo modular tem se mostrado empiricamente válido (PIEK;
SKINNER, 1999; SVEISTRUP; BURTNER; WOOLLACOTT,
1992; WILLIAMS; WOOLLACOTT; IVRY, 1992; LUNDY
EKMAN; IVRY; KEELE; WOOLLACOTT, 1991). Na direção de
justificar e fortalecer uma avaliação modular, cabe destacar que é
comum observar crianças identificadas com TDC apresentarem
déficits diferentes entre si. Algumas têm dificuldades em tarefas de
locomoção, outras em tarefas de manipulação com objetos em
movimento e outras ainda têm dificuldade em tarefas que envolvem
a combinação de ações diferentes como locomoção com manipulação.
Um dos desafios dentro da avaliação modular é o de selecionar as
tarefas representativas de cada módulo. Em outro trabalho, buscou-se
caracterizar a organização temporal para investigar os possíveis défi
cits nesse módulo em crianças com TDC (DANTAS, 2006). Neste
trabalho, buscou-se desenvolver as tarefas que abarcariam todas as
funções da organização temporal como estabelecimento e manu
tenção de um ritmo preferido/confortável; percepção de ritmo (origi
nário de eventos externos) e capacidade de reproduzi-lo com movi
mentos, sincronização do ritmo pessoal com um ritmo externamente
estabelecido; coincidência temporal entre um evento pessoal (uma
ação de tocar um alvo) com um evento externo (a queda de uma
bola num alvo). Trata-se de um trabalho de taxonomia da organização
temporal nas ações motoras.Aconstrução dessas taxonomias é uma
etapa fundamental para tornar mais robusta a avaliação modular.
Há muito o que fazer não só na direção de tornar consistente a taxo
nomia da organização temporal, mas também na direção de cons
truir taxonomias para os módulos de força e sequenciamento.
A partir do repertório de incapacidades apresentadas por indi
víduos diagnosticados como sendo portadores de TDC, encontram-se
evidências de déficits ou deficiências nos três módulos. Do ponto de
vista anatômico e estrutural, esses módulos encontram-se associados
da seguinte forma: Módulo de organização temporal – cerebelo;
Módulo de controle de força – gânglios de base; Módulo de sequencia
mento – córtex motor (SVEISTRUP; BURTNER; WOOLLACOTT,
16. , Porto Alegre, v. 15, n. 03, p. 293-313, julho/setembro de 2009.
308 Ensaios Luis E.B.P.T. Dantas, Edison de Jesus Manoel
1992). Com essa associação, pode-se proceder a uma investigação
minuciosa do lócus de possíveis danos estruturais que caracterizariam
o nível da patologia.
Caso fossem adotados esses procedimentos, futuros estudos
deveriam buscar inicialmente identificar crianças com dificuldades
motoras através da aplicação de um teste motor e da análise do
comportamento da criança no seu cotidiano. A existência ou não de
impacto da condição motora sobre a vida cotidiana da criança (atra
vés de questionário, entrevista e observação direta) seria de parti
cular interessenessaorientação.Aseguir,odiagnósticodacriança com
TDC se daria com base nos critérios já existentes e prescritos pelo
manual da APA – DSM – IV (2002). Com a amostra de TDC iden
tificada, passa-se à caracterização das dificuldades com a finalidade
de enquadrar os indivíduos nos chamados subtipos de TDC, como
tem sido proposto por vários estudos (SUGDEN; WRIGHT, 1998;
HOARE, 1994; DEWEY; KAPLAN, 1994; MACNAB, MILLER;
POLATJKO, 2001). A identificação dos subtipos corresponde à ter
ceira etapa preconizada no presente ensaio. Está-se propondo que se
dê destaque a subtipos com base na abordagem modular, porque ela
forneceria subsídios para uma investigação teórica, isto é, sobre os
mecanismos subjacentes à condição TDC. Assim, na última etapa,
dentro da amostra diagnosticada como portadora de TDC, formaría
mossubgrupos(ou clusters),porexemplo,comaqueles indivíduosque
apresentamcomocaracterísticamarcante,dificuldades em tarefas com
demanda temporal. Essa diferenciação serve para ressaltar a com
plexidade envolvida na categorização de transtornos, denotandoquea
dificuldade maior no estudo de transtornos do desenvolvimento pode
estar residindo na etapa de conceituação do que eles são.
A proposição da terceira etapa poderá conduzir a avanços nas
questões “por que é?” (natureza do problema) e “quais as possibili
dades” (intervenção) com relação ao TDC. Essas questões se refe
ririam nãoaoindivíduocomTDC,masàquelescomTDCquemostram
problemas na organização temporal do movimento (timing).Aobjeti
vidadedessa categorização possibilitaria um ganho na homogeneidade
da amostra que é uma condição básica para o sucesso nas investi
gações de natureza causal e para proposição de programas de inter
venção mais eficientes.
17. , Porto Alegre, v. 15, n. 03, p. 293-313, julho/setembro de 2009.
309Crianças com dificuldades motoras...
4CONSIDERAÇÕES FINAIS
O TDC caracteriza-se por uma deficiência na função motora que,
até o momento, não é associada a nenhuma anormalidade conhecida
da estrutura neuroanatômica, fisiológica. Ele pode ser diagnosticado
pela identificação das dificuldades comportamentais (incapacidades)
em demandas motoras típicas como atividades de vida diária e de lazer.
Em função dessa incapacidade, o TDC tem como consequência uma
manifesta desvantagem para o exercício de atividades do cotidiano e
na escola. No presente ensaio, formulou-se uma crítica ao raciocínio
hoje frequente que diagnostica e identifica indivíduos para pesquisa
combasenasincapacidades(obtidapelaaplicaçãodetestesnormativos
como teste MABC) e desvantagens (com base na lista de checagem
do mesmo teste e preenchida por professores e pais). Esse procedi
mento tem levado a uma grande heterogeneidade de deficiências asso
ciadas ao TDC.Aprofusão de deficiência, longe de indicar um trans
torno complexo, pode estar refletindo imprecisões de natureza meto
dológica e conceitual. A proposta é que se pense em duas possibili
dades. Na primeira, busca-se subdividir os indivíduos em grupos por
incapacidade específica, de maneira a se chegar a uma deficiência
associada por raciocínio indutivo. Na segunda possibilidade, propõe-
se subdividir os indivíduos por deficiência usando de um construto
teórico conhecido como abordagem modular. Dessa forma, o TDC
poderia ser entendido a partir de um raciocínio dedutivo, isto é, com
base em hipóteses sobre como funcionam os módulos, estabelecer
se-iam tarefas e condições experimentais que testariam a integridade
de cada módulo.
Por último, cabe uma palavra sobre a intervenção. O trabalho
de profissionais preocupados em melhorar a condição de vida de
indivíduos com transtornos se depara com o fato de que os sistemas
de classificação de deficiências dão destaque às incapacidades dos
indivíduos ao invés de explorarem suas potencialidades e competên
cias (MANOEL, 1986; 1996).Assim, a finalidade de uma interven
ção em indivíduos com TDC consistiria na diminuição das desvanta
gens que o indivíduo enfrenta na condução de sua vida no ambiente
social. Ou seja, o programa de intervenção deve procurar meios
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310 Ensaios Luis E.B.P.T. Dantas, Edison de Jesus Manoel
sociais (ambiente), individuais (intencionalidade) e relacionados às
demandas impostas, ajudar o indivíduo a superar as desvantagens
derivadas das incapacidades. Em síntese, esse programa teria como
foco ajudar o indivíduo a explorar a flexibilidade presente na relação
entreosmovimentos e os objetivos ambientais que caracterizam toda
ação motora.
Children with motor difficulties: issues on
conceptualizing developmental coordination
disorder
Abstract: The investigation of the nature of motor
difficulties children experiment resulted in the iden
tification of a Developmental Coordination Disorder
(DCD). The lack of consensus on the nature and the
mechanisms of DCD might not be due to an apparent
resilience of the disorder to the scientific enterprise.
On the contrary, the present paper has a goal of
presenting a thesis according to which the problem
resides on the definition of DCD and on the selection
of samples in studies that do not distinguish between
clinical and research criteria. In conclusion, three steps
for characterizing DCD are presented.
Keywords: Motor skills disorders. Children. Develop
mental disabilities.
Niños con dificultad motoras: cuestiones en el
concepto del trastorno del desarrollo de la
coordinación
Resumen: La investigación de la naturaleza de las
dificultades motrices experimentadas por los niños ha
resultado en la identificación de Trastorno del
Desarrollo de la Coordinación (TDC). La falta de un
acuerdo acerca de la naturaleza y mecanismos del
TDC puede no ser riestrita a una aparente resistencia
del trastorno a las investigaciones científicas. El pre
sente artículo postula la tesis de que el problema esta
en la definición acerca del entendimiento del TDC y en
la selección de las populación en estudios que no
distinguen el uso de criterios clínicos de los criterios
de investigación científica. La caracterización del TDC
se presenta en tres etapas.
Palabras clave: Trastornos dela destreza motora.
Niño. Discapacidades del desarrollo.
19. , Porto Alegre, v. 15, n. 03, p. 293-313, julho/setembro de 2009.
311Crianças com dificuldades motoras...
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Recebido em: 08.05.2008
Aprovado em: 25.03. 2009