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Arte Brasileira
Do Império à República
● 1500 chegada no Brasil, antes chamado Ilha de Vera Cruz e posteriormente
Terra de Santa Cruz
● Ainda no século XVI o Brasil é dividido em Capitânias Hereditárias, uma
maneira de colonizar o novo mundo
● Fracassam as Capitânias e Portugal instala o Governo Geral, com sua
primeira Constituição tem início ao governo Tomé de Souza
● Vinda dos escravos ao Brasil; Seguidamente, por Alvará de 29 de Março de
1559, dona Catarina de Áustria, regente de Portugal, autorizou cada senhor
de engenho do Brasil, mediante certidão passada pelo governador-geral, a
importar até 120 escravos.
Era um sonho dantesco... o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho.
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar de açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar...
Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras moças, mas nuas e espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs!
Navio Negreiro (trecho) – Castro Alves
● 1695; Descoberta aurífera nas Minas Gerais, descoberta pelos
Bandeirantes (atuais paulistas) foi responsável por grande imigração
portuguesa ao Brasil em busca de riqueza.
● 1760; Leandro Joaquim pinta Vista da Lagoa do Boqueirão e o Aqueduto de
Santa Teresa.
● 1789; na França ocorria a queda da Bastilha e por sua vez a Revolução
Francesa, nas Minas Gerais ocorre o movimento da Inconfidência mineira,
tenho como desfecho o enforcamento e esquartejamento de Joaquim José
da Silva Xavier (Tiradentes).
● 1808; Napoleão assume após a deposição da casa dos Bourbons (Luís e
Maria Antonieta) e invade Portugal. D. João VI, príncipe regente transfere a
corte de Portugal para o Brasil.
Pedro Américo, Tiradentes Esquartejado, 1893
Museu Mariano Procópio de Juiz de Fora (Minas Gerais -Brasil)
● Após proclamação da República, Tiradentes é tido como herói nacional
● Embora esquartejado recebe a cruz cristã
● Permanece no alto da composição
● Pedro Américo, faz sua fama como artista de pinturas de batalhas e pinturas
históricas; faz nesse caso um registro heroico de Tiradentes.
● Vale lembrar que a Inconfidência Mineira ocorreu em 1789 e a pintura
ocorre em 1893, ou seja, a construção deste herói ocorre após um século e
fica evidenciado o processo nacionalista ocorrido ao longo deste um século.
Leandro Joaquim, Vista da Lagoa do Boqueirão e Aqueduto de Santa Teresa,
1790
óleo sobre tela, 86x105 cm, Museu Histórico Nacional
● Retrato do cotidiano? Ou uma propaganda do governo mostrando uma obra
pública?
● Os arcos da Lapa existem até hoje, porém numa paisagem diferente, mais
modernizada.
● Alto/esquerdo da tela podemos reparar o convento (a religião ocupa um
lugar importante na cena, o alto, como falado anteriormente da obra de
Pedro Américo, Tiradentes Esquartejado, 1893.
● Centro da composição temos os arcos, a obra de engenharia da época.
● Logo abaixo a lagoa do Boqueirão e pessoas que se divertem nela.
● Parece haver grande harmonia entre os personagens da cena.
Leandro Joaquim, Vista da Glória, 1790
● 1808 – Chegada da família real ao Brasil
● 1816 – Criação Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios (dez anos após
seria aberta a Academia Imperial de Belas Artes)
● 1817 – Pintura do quadro Del Rey D. João VI, por Jean Baptiste Debret; o
quadro em questão ressalta a figura do imperador em posição de rei.
● Após 1815 com a queda de Napoleão, Portugal retoma suas relações
internacionais com a França, D. João envia carta solicitando a vinda da
missão francesa de artes ao Brasil.
● A França ainda sendo o centro cultural irradiador do pensamento europeu,
D. João VI percebe que há a necessidade de elevar o reino a um outro
patamar cultural.
● Na Europa ocorre o movimento Romântico.
Jean-Baptiste Debret,
Retrato de El-Rei Dom João VI, 1817
óleo sobre tela, 60x42
Museu Nacional de Belas Artes
Exercício de Reflexão
● Debret sendo francês se inspira no ensino francês de arte e pinta D. João
VI, entretanto ao analisarmos uma obra do século anterior; Hyacinthe
Riguad, Retrato de Louis XIV, 1701 – Museu do Louvre, Paris.
Percebemos que Debret inicia a arte no Brasil baseando-se numa visão
europeia da arte.
● Louis XIV conhecido como o Rei Sol, responsável pela construção do
Palácio de Versalles, fora governante da França por 72 anos.
● Uma das citações atribuídas a Louis XIV - “L'état, c'est moi!” - o Estado sou
eu!; representação máxima do poder do rei Sol, já que o rei se simpatizava
com Apolo, aquele que portava o sol.
● Observemos as duas obras:
● Embora ambas as pinturas se
pareçam, a pintura de D. João VI
possui o tamanho de 60x42cm, e a
pintura de Louis XIV 279x190cm,
sendo muito maior.
● D. João VI aparenta ostentar mais
insignias e brasões denotando seus
títulos de nobreza, já o rei Louis XIV
ostenta pouca riqueza e entende-se
que nobreza vem de berço.
● Na verdade a pintura em questão não
foi feita para exposição ou adoração
dos súditos; ela foi feita para
posteriormente ser feitas gravuras dela
como a que vemos ao lado.
● Carles-Simon Pradier, Dom João, Rei
do Reino Unido de Portugal, do
Brasil e Algarves, 1817
● Em tamanho menor e impressa em
papel foi possível distribuir a imagem
pelo reino de D. João, assim todo o
povo conheceria o rei ao vê-lo.
● Outros trabalhos importantes de Debret
consistem na sua retratação do negro no
Brasil, Debret escreve um livro sobre sua
missão no Brasil, um estudo onde o pintor tenta
“vender” a melhor imagem do Brasil à Europa,
em especial à França.
● Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil, por
Jean-Baptiste Debret; um retrato do Brasil e da
escravidão.
José dos Reis Carvalho
●
Junto com a missão francesa e a abertura a Escola de Ciências, Artes e
Ofícios, era necessário começar a catalogar a flora e fauna brasileira.
● “Riscadores” ou “Desenhadores” assim chamados os artistas que
reproduziam com fidelidade a nossa flora e fauna, um esforço de catalogar a
registro para escola de Ciências da época.
●
José dos Reis Carvalho é o primeiro pintor a se formar na então Academia de
Belas Artes, discípulo direto de Debret.
●
Fala-se ainda do quadro a seguir sobre o tema: Natureza-morta, tema que
explora objetos ausentes de vida, ora admiradas com certo tédio, ora
admiradas com espanto. Naturezas-mortas tratam de assuntos ligados a
transitoriedade da vida, a exemplo das vanitas (pinturas de crânios humanos).
● As naturezas-mortas ganharam muito cenários após alguns países se
tornarem protestantes, o que tornava a iconografia católica apostólica romana
mal vista em suas representações.
José dos Reis Carvalho, Flor, sem data
aquarela sobre papel, 18x11cm
Museu D. João VI - UFRJ
José dos Reis Carvalho, Igreja de Santana em dia de festa, 1851
Félix-Émile Taunay
●
1824 – Félix-Émile assume acadeira de seu pai Nicolas-Antoine Taunay (pintor
de paisagem) na Academia Imperial de Belas Artes
●
1834 – Assume à direção da AIBA, promove reforma na instuição
●
1840 – Organiza as Exposições Gerais de Belas Artes
● 1843 – Fundação da Pinacoteca (hoje Museu Nacional de Belas Artes)
● 1850 - Acusado de favorecimento a León Pallière (neto de Grandjean de
Montigny – arquiteto - , vindo na missão francesa de 1816) quando a este
contempla com uma bolsa de estudos
Félix-Émile Taunay, Vista de um Mato Virgem que está sendo reduzido a Carvão,
1843
óleo sobre tela, 134x195cm, Museu Nacional de Belas Artes
●
Gonzaga Duque descreve a seguinte crítica em 1888 em A Arte Brasileira:
●
“Neste, tudo é áspero e desagradável. Umas figurinhas de negros,
desgraciosamente desenhadas...”
●
A crítica refere-se a paleta de cores usada pelo artista; uma cor fria, não digna
das representações a flora brasileira.
●
Entretanto a pintura mostra uma denúncia importante sobre o desmatamento
já ocorrendo em 1843.
● As críticas por Gonzaga Duque e Araújo Porto-Alegre se estendem, já que
esperava-se o ensino de arte brasileiro e Taunay ainda usava uma paleta de
cores vinda da França.
● A crítica ainda se alonga sobre a emoção da imagem:
●
“... deixou de transmitir a comoção sentida diante da natureza, e o que
conseguiu foi pintar a óleo uma estampa para qualquer museu botânico.”
José Correia de Lima
● O retrato do primeiro herói negro em 1853:
● O Rio de Janeiro; Sua História, Monumentos, Homens Notáveis,
Usos e Curiosidades, Moreira de Azevedo, 1877:
“Naufragando em 09 de outubro de 1853 o vapor Pernambucana ao
sul da Laguna, morreram 28 pessoas, salvaram-se 42, e destas 13
deveram sua vida ao intrépido marinheiro Simão, que treze vezes
transpôs a nado as ondas, venceu insuperáveis perigos, expôs-se à
morte conseguindo arrancar das profundezas do mar, entre outros,
um cego, um militar que tinha uma perna a menos...”
Retrato do Intrépido
Marinheiro Simão, carvoeiro
do vapor Pernambucana, 1853
Reflexão Política
● Considerando que a Abolição da Escravidão deu-se em
1888 e o quadro em questão fora pintado em 1853, ou
seja, 35 anos antes. O que teria motivado tal
representação e sua ampla divulgação pelo jornalista Paula
Brito?
● Em 11 de novembro de 1853 ocupa-se uma manchete no
jornal Marmota Fluminense: “O Preto Simão, Herói do
vapor Pernambucana.”
● 1853 – faz-se circular no mesmo jornal a imagem
reproduzida do herói em litografia, por Louis Thérier, hoje
no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.
Louis Thérier
Simão, o Herói do Vapor Pernanbucana,
1853.
Litografia
Victor Meirelles
●
Uma das controvérsias históricas o quadro em questão, pintado em 1860 a cena seria uma representação da primeira missa
feita em 1º de maio de 1500, quando Pedro Álvares Cabral manda rezar a missa de marca de posse da Terra de Vera Cruz.
● Pintura foi executada em Paris e justificava o pensionato de Victor Meirelles pago pelo império de concedido pela AIBA; teve
favorecimento direto de Manuel de Araújo Porto-Alegre, então diretor na academia entre os anos de 1854 e 1857. Porto-
Alegre o mesmo quem criticava a gestão eurocêntrica de Félix-Émile Taunay e à bolda concedida anos antes a León Pallière.
● Mais de três séculos da colonização do Brasil, a primeira missa fora pintada baseando-se nos padrões vigentes da época.
●
Seria o quadro um relato vivo da primeira missa no Brasil, ou um modo de externarmos nossa nacionalidade e a exploração
de uma nova paleta de cores?
● Victor Meirelles, A Primeira Missa no Brasil, 1860. Óleo sobre tela, 268x356cm Museu Nacional de Belas Artes
Pedro Américo
● Pedro Américo se consagra como pintor dos temas históricos do país, entre eles pinta; A
Batalha do Avahy, Paz e Concórdia, O Grito de Independência e Libertação dos Escravos.
● Brasileiro nato, pintou vários temas relacionados histórico e ainda absorveu parte do
conhecimento do movimento romântico europeu em outra de suas obras.
● A Batalha do Avahy, 1874-1877, tanto tempo tomado na obra deveu-se pelo fato de seu
tamanho 6x11m, exaltava a força militar e os triunfos do império; a batalha trata do conflito
entre Brasil e Paraguaios no sul mato-grossense em 1864. Pintada em Florença, após
cinco anos o término do conflito, Pedro Américo se baseia em escritos do conflito não
estando em campo de batalha.
Pedro Américo, A Batalha de Avahy, 1877
óleo sobre tela 6x11m
Museu Nacional de Belas Artes
Pedro Américo, Independência ou Morte, 1888
Museu Paulista
Pedro Américo, A Libertação dos Escravos,1889
óleo sobre tela 138,5x199cm
Palácio dos Bandeirantes
Pedro Américo, Esquartejamento de
Tiradentes, 1893
Pedro AMÉRICO, Paz e Concórdia, 1895
40x62cm
Museu de Arte de São Paulo - MASP
Modesto Brocos
● Talvez a obra seja um marco no processo de miscigenação e eugenia traduzida pelo
espanhol Modesto Brocos.
● 1859 – Charlles Darwin lança seu livro; Origem da Espécies, onde ele trata da questão
da seleção natural (ambiente seleciona espécies mais adaptadas)
● Surge a teoria (ATENÇÃO!!! Não é uma teoria criada por Darwin) Darwinismo social;
→ Defende a superioridade da raça branca europeia
→ A raça branca é a portadora do conhecimento e esta deverá levá-lo às raças
inferiores; negros e índios
→ Defende que grupos populacionais mais desenvolvidos devem dominar grupos
populacionais menos desenvolvidos, ou socialmente inferiores
→ Defende ainda como “fardo” do europeu levar cultura aos selvagens
Modesto Brocos, Redenção de Cã,
1895
óleo sobre tela, 199x166cm
Museu Nacional de Belas Artes
●
Eugenia (significado; bem nascer) XIX;
→ Francis Galton, 1883
→ Tornar as raças “inferiores” (negros e indígenas) brancas,
sendo assim, a extinção de determinada raça.
→ Por meio de seleção artificial promover a miscigenação do
povo para que ao longo das gerações ocorresse o
“branqueamento” de determinada raça.
→ As ideias pregadas no século XIX foram retomadas com o
nazismo alemão na metade do século XX; promoção do
holocausto e perseguição a grupos sociais fragilizados; ciganos,
judeus, negros, deficientes físicos e homossexuais.
→ No Brasil a política de branqueamento e higienização
promoveu a vinda dos imigrantes europeus afim de que houvesse
a mistura e o “branqueamento” populacional, uma vez extinta a
escravidão em 1888.
Eliseu Visconti
● La Gioconda brasileira (Mona Lisa)
● Palheta outonal (cores frias e melancólicas)
● Gioconda e Gioventù; começam com a mesma sílaba
● Primeira exposição em 1899, posteriormente na
Exposição Universal de 1900; conhecida por consagrar o
“estilo 1900” art nouveau - virada de século.
● Marca subjetivamente questões evitadas ser discutidas
socialmente naquela época.
Eliseu Visconti, Gioventù, 1898
óleo sobre tela, 65x49cm
Museu Nacional de Belas Artes
● O que vemos na imagem?
● Descreva o fundo da imagem e seus elementos ( o que
veste a moça e o que há ao seu redor).
● O que torna esta imagem tão polemica?
● O que você acredita representar esta moça?
● O fundo da imagem o que você acredita representar?
● Do lado esquerdo da moça qual seria a representação?
● Eliseu Visconti evoca nesta imagem algo que vai além do representativo, alude às imagens mentais e como
elas se formam em nossa mente, reparemos em alguns pontos;
→ A moça que parece olhar pro nada, está tomada por um profundo pensamento como podemos ver com
seu olhar profundo, estático, assim como em toda paisagem que parece tão estática quanto.
→ Observando o fundo da imagem temos uma floresta em tons outonais, por isso chamamos de paleta
outonal, lembrando muito a paleta utilizada no renascimento pelo século XVI, observamos que a floresta
quase se funde ao cabelo da jovem.
→ Ao lado temos os pombos, muito mal representados em contraste com o rosto da moça, logo temos uma
visão embaçada dos pombos brancos que na cultura cristã trazem-nos a ideia de castidade e pureza.
→ 1898 – quase virada de século e existia um tema abordado na França; “mal du siècle” (mal do século);
dizia-se de uma abordagem sobre fantasias sexuais e algumas liberdades nesse mesmo sentido, temas
como homossexualidade e bissexualidade eram abordados mais abertamente e nesse sentido Visconti
aborda uma jovem desnuda, uma menina em sua pureza e juventude, tema este delicado à época.
Eliseu Visconti, Gioventù, 1898
Óleo sobre tela 65x49cm
Museu Nacional de Belas Artes
Leonardo da Vinci, Gioconda, 1507
Óleo sobre madeira de álamo 77x53c
Museu do Louvre
Rodolpho Chambelland
●
1913 a todo vapor está ocorrendo as vanguardas europeias; no Brasil ocorre algo parecido.
●
Em 11 de setembro de 1913 o jornal Correio da Manhã emite nota; “O Salão é dos Novos” -
quando fala da exposição ocorrido naquele mesmo ano.
● 1910 – um pouco antes dada a exposição referida pelo Correio da Manhã, um grupo de
jovens funda o Centro Artístico Juventas, um local para abrigar os novos artistas e dar acesso
àqueles que nem sempre teriam ao salão de exposições.
●
1919 – O então Centro Artístico Juventas torna-se Sociedade Brasileira de Belas Artes, com
isso o monopólio dado pela Academia Nacional de Belas Artes foi minado.
Rodolpho Chambelland, Baile à Fantasia, 1913
óleo sobre tela 149x209cm
Museu Nacional de Belas Artes
● Toma-se o tema carnavalesco da obra, um ritmo frenético e cheio de movimento
na composição, os confetes (rastros de tinta) parecem saltar na pintura.
● O Jornal do Comércio emite a seguinte crítica;
“Incontestavelmente o quadro que mais de pronto chama a atenção e a empolga,
é o denominado Baile à Fantasia, do jovem artista Rodolpho Chambelland. É
uma poderosa nota de cor, um magnífico espécime de técnica colorista
executada com singular gosto e habilidade. O tema deste quadro possui grande
caráter local, e adapta-se perfeitamente ao tratamento que deu o artista, que
soube interpretar com bastante felicidade seu espírito popular. Nem lhe falta o
sentimento de expressão amorosa e algo erótico na dança.”
● O tema reflete características da vida parisiense do fim do século XIX.
● A obra emite um constante movimento, diferente das cenas de batalha de Pedro
Américo, em Baile à Fantasia a cena se eterniza pelo movimento e não pela
glória da vitória de uma batalha.
Reflexão e Produção
● Observe as seguintes obras; A Batalha de
Avahy, de Pedro Américo – 1877 e Baile à
Fantasia, de Rodolpho Chambelland e descreva
as diferenças das cenas.
● Faça um desenho que represente uma festa
popular ou festas recentes que tenha
frequentado.
● Transcreva um trecho da música que ouviu
nessa festa ao lado do desenho.
Anita Malfatti
●
Principal figura do movimento de arte moderna e da semana de 22 (1922).
● Uma das maiores promessas da vanguarda de arte no Brasil, trazia da Europa uma vasta bagagem do aprendizado alemão.
●
1918 – expões trabalhos na rua Libero Badaró junto com amigos americanos; trazia um ar de novidade internacional e com
isso Monteiro Lobato, um crítico de arte da época emite a seguinte crítica no jornal O Estado de São Paulo; “A respeito da
exposição Malfatti”
“Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que veem normalmente as coisas(..) A outra espécie é formada pelos que
veem anormalmente a natureza e interpretam-na à luz de teorias efêmeras, sob a sugestão estrábica de escolas rebeldes,
surgidas cá e lá como furúnculos da cultura excessiva. (...) Embora eles se deem como novos, precursores de uma arte a vir,
nada é mais velho do que a arte anormal ou teratológica: nasceu com a paranoia e com a mistificação.(...) Essas
considerações são provocadas pela exposição da senhora. Malfatti onde se notam acentuadíssimas tendências para uma
atitude estética forçada no sentido das extravagâncias de Picasso e companhia”.
● E foi assim que Monteiro Lobato deu fim a carreira de Anita Malfatti; a
elite paulistana recusou seus trabalhos depois de dada a crítica.
● O nacionalismo exacerbado de Monteiro Lobato não permitiu que ele
visse além de estrangeirismos na obra de Malfatti, para ele, Anita não
trazia o novo “brasileiríssimo” e sim modismos da velha Europa.
● Para Lobato a obra deveria prestar-se ao senso histórico, ao
nacionalismo e ir além de sua plástica, a obra deveria ter premissas
ideológicas. Pouco depois o mesmo Monteiro Lobato fora acusado até de
nazista devido ao seu extremo nacionalismo.
● Devemos lembrar que na Europa os movimentos do cubismo, futurismo e
expressionismo sofriam com as críticas em sua maioria.
Analise esta citação:
● “O medo é a reação mais previsível diante do
desconhecido.” - Vilém Flusser
Anita Malfatti, O Homem Amarelo, 1916, óleo
sobre tela, 61x51cm. Instituto de Estudos
Brasileiros/Universidade de São Paulo
● E houve mais críticas de Monteiro Lobato;
“Teorizam aquilo com grande dispêndio de palavreado técnico, descobrem
na tela intenções inacessíveis ao vulgo, justificam-nas com independência
de interpretação do artista; a conclusão é que o público é uma besta e eles,
os entendidos, um grupo genial de iniciados nas transcendências sublimes
duma Estética Superior.”
● E quanto ao público que visita a exposição segue a crítica;
“Nenhuma impressão de prazer ou de beleza denunciam as caras; em
todas se lê o desapontamento de quem está incerto, duvidoso de si próprio
e dos outros, incapaz de raciocinar e muito desconfiado de que o
mistificaram grosseiramente.”
● Quanto a Anita; sua expressão era a estranheza, a opressão e a vergonha;
traços característicos do expressionismo e nos perguntamos diante do
quadro; - E é amarelo por quê? Por que, meu deus? - é amarelo porque
assim o é e será e pessoas erradas são assim. “É a humanidade exilada de
sua condição humana.” - Rafael Cardoso, Arte Brasileira em 25 quadros,
Record, pag. 179.
Reflexão e Produção
● Pesquise obras de Anita Malfatti, Egon Schiele e Van
Gogh descreva três quadros, um de cada artista e
responda as perguntas:
→ O que chama mais a atenção no quadro?
→ Você achou estranho o que no quadro?
→ Que sentimento te causou a obra, como alegria, medo,
desespero ou calma?
● Faça um desenho, fotografia ou colagem de algo que
acha estranho, que sente medo ou desespero ao ver.
Vicente do Rego Monteiro
● 1921 – O Jornal dedica uma matéria de primeira página escrita por Ronald
de Carvalho sobre o trabalho de Rego Monteiro; “uma arte
verdadeiramente brasileira”
● Ocorre a Semana e Arte Moderna de 1922 e é feita a seguinte crítica no
jornal O Imparcial, pelo articulista Enrico Castelli;
“Em geral, o ideal do artista brasileiro é fugir da terra para ir adorar os
ídolos europeus e voltar com alguns esquisitos nus “cocottes” francesas ou
algum pinheiro romanos, pintados e repintados por meio mundo como se
não houvesse lindas mulheres e poderosas paisagens nesta terra [...]”
Vicente do Rego Monteiro, Atirador de Arcos, 1925
óleo sobre tela, 65x81cm
Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, Recife
● Rego Monteiro consegue fundir dois elementos
importantes para construção da arte brasileira
e movimento modernista;
→ Motivos ornamentais das cerâmicas
marajoaras.
→ Primitivismo do atirador de flechas, tema
explorado por Debret, porém sem os adornos
marajoaras.
● Ainda na crítica de Enrico Castelli;
“ele preferiu o ineditismo das nossas lendas selvagens, com sua poesia
estranha e indumentária esquisita. O aspecto obscuro das civilizações
primitivas, hoje mais do que nunca, empolga o artista.”
● A idealização do índio como primitivismo e ainda como verdadeiro e
autêntico originário das terras brasileiras fez com que famílias da
metade do século XIX assumissem nomes indígenas ou fizessem a
substituição como; Paraguaçu ou Índio do Brasil.
● Indianismo
● Primeira Missa no Brasil, de Victor Meirelles (1860) já mostra a vontade
de fusão de duas culturas.
● 1872 – Alegoria do Império Brasileiro, Chaves Pinheiro, 1872,
192x75x31cm, Museu Nacional de Belas Artes;
mostra a mesma vontade, porém o índio possui traços europeus.
● Denota-se ainda a exploração não só por Rego
Monteiro aos motivos da cerâmica marajoara e seus
estudos; Theodoro Braga, Fernando Correia Dias e
Antônio Paim Vieira, entre seus elementos destacam-
se:
→ Composições simétricas
→ Figuras estilizadas
→ Geometrização das formas
→ Paleta terrosa
→ Ornamentação decorativa
● Na Europa um movimento muito parecido ocorre com o
expressionismo, fauvismo e cubismo; artista buscam a
arte além-da-europa, vão a outras culturas buscar
inovações e novos pensamentos.
Analisando Obras
● Faça uma análise entre as seguintes obras;
→ Jean-Baptiste Debret, Cabocle Indien Civilisé, 1834. Museu Castro Maya
(litografia)
→ Rego Monteiro, Atirador de Arco, 1925. Museu de Arte Moderna Aloísio
Magalhães
● Observe as obras e responda as questões:
1 – Quais semelhanças existem entre elas?
2 – Quais as diferenças entre o céu de Debret e o céu de Rego Monteiro?
3 – O indianismo é um movimento da arte brasileira, o que fizeram os artistas
buscar determinados temas como vemos nas duas obras?
4 – Qual das obras escolheria e por quê?
5 – Após observar as obras, faça a sua representação de um índio em
momento de caça.
J. Carlos
● Iluminismo classifica cinco áreas de criação; pintura, escultura,
arquitetura, poesia e música, com isso classificamos “Belas Artes”.
● Divididas as cinco linguagens da arte, as demais recebem o nome de
“Artes Menores”; ofícios, decorativas ou aplicadas.
● John Ruskin (1859) afirma que todas as artes são de um modo
aplicada, em seu tempo ou perído, dede modo ele se opões ao termo
usado para distinguir “artes maiores” e “artes menores”.
● Man Ray e Marcel Duchamp inovam no início do século XX rompendo
com a academia quando em 1913 é exposto “A Fonte”, por Marcel
Duchamp.
J. Carlos, capa
da revista Para
Todos, nº45,
1927
impressão
litográfica sobre
papel couché,
30x23cm
● J. Carlos na década de 20 foi grande
responsável pelo repertório visual e seus
personagens tornaram-se ícones culturais;
Melindrosa e Almofadinha.
● A imagem, rica em movimento pelo tecido que
a o vento faz no tecido.o
● Reflete a mulher da década de 20; sensual,
libertária, alegre e moderna, um ícone da
mulher desejada e um modelo de mulher no
auge sufragista do Brasil.
● 1930 – a mulher ganha direito ao voto.
● Ideal de Brasil urbano.
Tarsila do Amaral
● Tenta-se fundir uma identidade nacional, entretanto toda
arte ainda tem forte influência europeia.
● O futebol era criticado como “macaqueação” da vergonha,
sendo criticado por Lima Barreto como o esporte “bretão”.
● As danças e ritos afro-brasileiros eram motivo de escárnio.
O samba era motivo de vergonha.
● Quem somos nós? O que nos une?
● Ano de centenário da Independência, 1922, o Brasil ainda
não possuía uma identidade enquanto povo e o sentimento
de frustração era grande.
1922, Semana de Arte Moderna
● 1922, Semana de Arte Moderna, realizada no Teatro Municipal de
São Paulo em fevereiro. A exposição foi financiada pelo Estado de
São Paulo, a prefeitura cedeu o espaço e um grupo de cidadãos
notáveis contribuíram para realização do evento.
● “A burguesia pagava para receber o choque da modernidade”.
● Entre artistas paulistas, destacou-se os cariocas; Heitor Villa-Lobos e
Di Cavalcanti.
● Todos estavam lá, menos Tarsila, que entre 1921 e 1923 estava em
Paris. Recebe influências de Fernand Legér e André Lhote.
● Tarsila explora uma paleta cítrica e terrosa, usa elementos nacionais
na composição.
Tarsila do
Amaral,
Antropofagia,
1929, óleo
sobre tela
126x142cm
A Negra, 1923
Comparação com influências de Fernand Legèr.
À direita; Tarsila do Amaral, São Paulo, 1924
À esquerda; Fernand Legèr, La Ville, 1919
Reflexão
● Observe as das imagens, São Paulo, 1924 de
Tarsila do Amaral e a imagem de La Ville, 1919
de Fernand Legèr, descreva e analise os tons
das telas, os motivos e as semelhanças. Faça
uma dissertação ao menos de 20 linhas.
● Faça um desenho, colagem ou representação
que lembre uma paisagem de onde mora, de
um lugar onde viajou ou onde espera morar.

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Arte Brasileira do Império à República

  • 1. Arte Brasileira Do Império à República ● 1500 chegada no Brasil, antes chamado Ilha de Vera Cruz e posteriormente Terra de Santa Cruz ● Ainda no século XVI o Brasil é dividido em Capitânias Hereditárias, uma maneira de colonizar o novo mundo ● Fracassam as Capitânias e Portugal instala o Governo Geral, com sua primeira Constituição tem início ao governo Tomé de Souza ● Vinda dos escravos ao Brasil; Seguidamente, por Alvará de 29 de Março de 1559, dona Catarina de Áustria, regente de Portugal, autorizou cada senhor de engenho do Brasil, mediante certidão passada pelo governador-geral, a importar até 120 escravos.
  • 2. Era um sonho dantesco... o tombadilho Que das luzernas avermelha o brilho. Em sangue a se banhar. Tinir de ferros... estalar de açoite... Legiões de homens negros como a noite, Horrendos a dançar... Negras mulheres, suspendendo às tetas Magras crianças, cujas bocas pretas Rega o sangue das mães: Outras moças, mas nuas e espantadas, No turbilhão de espectros arrastadas, Em ânsia e mágoa vãs! Navio Negreiro (trecho) – Castro Alves
  • 3. ● 1695; Descoberta aurífera nas Minas Gerais, descoberta pelos Bandeirantes (atuais paulistas) foi responsável por grande imigração portuguesa ao Brasil em busca de riqueza. ● 1760; Leandro Joaquim pinta Vista da Lagoa do Boqueirão e o Aqueduto de Santa Teresa. ● 1789; na França ocorria a queda da Bastilha e por sua vez a Revolução Francesa, nas Minas Gerais ocorre o movimento da Inconfidência mineira, tenho como desfecho o enforcamento e esquartejamento de Joaquim José da Silva Xavier (Tiradentes). ● 1808; Napoleão assume após a deposição da casa dos Bourbons (Luís e Maria Antonieta) e invade Portugal. D. João VI, príncipe regente transfere a corte de Portugal para o Brasil.
  • 4.
  • 5. Pedro Américo, Tiradentes Esquartejado, 1893 Museu Mariano Procópio de Juiz de Fora (Minas Gerais -Brasil) ● Após proclamação da República, Tiradentes é tido como herói nacional ● Embora esquartejado recebe a cruz cristã ● Permanece no alto da composição ● Pedro Américo, faz sua fama como artista de pinturas de batalhas e pinturas históricas; faz nesse caso um registro heroico de Tiradentes. ● Vale lembrar que a Inconfidência Mineira ocorreu em 1789 e a pintura ocorre em 1893, ou seja, a construção deste herói ocorre após um século e fica evidenciado o processo nacionalista ocorrido ao longo deste um século.
  • 6.
  • 7. Leandro Joaquim, Vista da Lagoa do Boqueirão e Aqueduto de Santa Teresa, 1790 óleo sobre tela, 86x105 cm, Museu Histórico Nacional ● Retrato do cotidiano? Ou uma propaganda do governo mostrando uma obra pública? ● Os arcos da Lapa existem até hoje, porém numa paisagem diferente, mais modernizada. ● Alto/esquerdo da tela podemos reparar o convento (a religião ocupa um lugar importante na cena, o alto, como falado anteriormente da obra de Pedro Américo, Tiradentes Esquartejado, 1893. ● Centro da composição temos os arcos, a obra de engenharia da época. ● Logo abaixo a lagoa do Boqueirão e pessoas que se divertem nela. ● Parece haver grande harmonia entre os personagens da cena.
  • 8. Leandro Joaquim, Vista da Glória, 1790
  • 9. ● 1808 – Chegada da família real ao Brasil ● 1816 – Criação Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios (dez anos após seria aberta a Academia Imperial de Belas Artes) ● 1817 – Pintura do quadro Del Rey D. João VI, por Jean Baptiste Debret; o quadro em questão ressalta a figura do imperador em posição de rei. ● Após 1815 com a queda de Napoleão, Portugal retoma suas relações internacionais com a França, D. João envia carta solicitando a vinda da missão francesa de artes ao Brasil. ● A França ainda sendo o centro cultural irradiador do pensamento europeu, D. João VI percebe que há a necessidade de elevar o reino a um outro patamar cultural. ● Na Europa ocorre o movimento Romântico.
  • 10. Jean-Baptiste Debret, Retrato de El-Rei Dom João VI, 1817 óleo sobre tela, 60x42 Museu Nacional de Belas Artes
  • 11. Exercício de Reflexão ● Debret sendo francês se inspira no ensino francês de arte e pinta D. João VI, entretanto ao analisarmos uma obra do século anterior; Hyacinthe Riguad, Retrato de Louis XIV, 1701 – Museu do Louvre, Paris. Percebemos que Debret inicia a arte no Brasil baseando-se numa visão europeia da arte. ● Louis XIV conhecido como o Rei Sol, responsável pela construção do Palácio de Versalles, fora governante da França por 72 anos. ● Uma das citações atribuídas a Louis XIV - “L'état, c'est moi!” - o Estado sou eu!; representação máxima do poder do rei Sol, já que o rei se simpatizava com Apolo, aquele que portava o sol. ● Observemos as duas obras:
  • 12.
  • 13. ● Embora ambas as pinturas se pareçam, a pintura de D. João VI possui o tamanho de 60x42cm, e a pintura de Louis XIV 279x190cm, sendo muito maior. ● D. João VI aparenta ostentar mais insignias e brasões denotando seus títulos de nobreza, já o rei Louis XIV ostenta pouca riqueza e entende-se que nobreza vem de berço. ● Na verdade a pintura em questão não foi feita para exposição ou adoração dos súditos; ela foi feita para posteriormente ser feitas gravuras dela como a que vemos ao lado. ● Carles-Simon Pradier, Dom João, Rei do Reino Unido de Portugal, do Brasil e Algarves, 1817 ● Em tamanho menor e impressa em papel foi possível distribuir a imagem pelo reino de D. João, assim todo o povo conheceria o rei ao vê-lo.
  • 14. ● Outros trabalhos importantes de Debret consistem na sua retratação do negro no Brasil, Debret escreve um livro sobre sua missão no Brasil, um estudo onde o pintor tenta “vender” a melhor imagem do Brasil à Europa, em especial à França. ● Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil, por Jean-Baptiste Debret; um retrato do Brasil e da escravidão.
  • 15.
  • 16. José dos Reis Carvalho ● Junto com a missão francesa e a abertura a Escola de Ciências, Artes e Ofícios, era necessário começar a catalogar a flora e fauna brasileira. ● “Riscadores” ou “Desenhadores” assim chamados os artistas que reproduziam com fidelidade a nossa flora e fauna, um esforço de catalogar a registro para escola de Ciências da época. ● José dos Reis Carvalho é o primeiro pintor a se formar na então Academia de Belas Artes, discípulo direto de Debret. ● Fala-se ainda do quadro a seguir sobre o tema: Natureza-morta, tema que explora objetos ausentes de vida, ora admiradas com certo tédio, ora admiradas com espanto. Naturezas-mortas tratam de assuntos ligados a transitoriedade da vida, a exemplo das vanitas (pinturas de crânios humanos). ● As naturezas-mortas ganharam muito cenários após alguns países se tornarem protestantes, o que tornava a iconografia católica apostólica romana mal vista em suas representações.
  • 17. José dos Reis Carvalho, Flor, sem data aquarela sobre papel, 18x11cm Museu D. João VI - UFRJ
  • 18.
  • 19. José dos Reis Carvalho, Igreja de Santana em dia de festa, 1851
  • 20. Félix-Émile Taunay ● 1824 – Félix-Émile assume acadeira de seu pai Nicolas-Antoine Taunay (pintor de paisagem) na Academia Imperial de Belas Artes ● 1834 – Assume à direção da AIBA, promove reforma na instuição ● 1840 – Organiza as Exposições Gerais de Belas Artes ● 1843 – Fundação da Pinacoteca (hoje Museu Nacional de Belas Artes) ● 1850 - Acusado de favorecimento a León Pallière (neto de Grandjean de Montigny – arquiteto - , vindo na missão francesa de 1816) quando a este contempla com uma bolsa de estudos
  • 21. Félix-Émile Taunay, Vista de um Mato Virgem que está sendo reduzido a Carvão, 1843 óleo sobre tela, 134x195cm, Museu Nacional de Belas Artes
  • 22. ● Gonzaga Duque descreve a seguinte crítica em 1888 em A Arte Brasileira: ● “Neste, tudo é áspero e desagradável. Umas figurinhas de negros, desgraciosamente desenhadas...” ● A crítica refere-se a paleta de cores usada pelo artista; uma cor fria, não digna das representações a flora brasileira. ● Entretanto a pintura mostra uma denúncia importante sobre o desmatamento já ocorrendo em 1843. ● As críticas por Gonzaga Duque e Araújo Porto-Alegre se estendem, já que esperava-se o ensino de arte brasileiro e Taunay ainda usava uma paleta de cores vinda da França. ● A crítica ainda se alonga sobre a emoção da imagem: ● “... deixou de transmitir a comoção sentida diante da natureza, e o que conseguiu foi pintar a óleo uma estampa para qualquer museu botânico.”
  • 23. José Correia de Lima ● O retrato do primeiro herói negro em 1853: ● O Rio de Janeiro; Sua História, Monumentos, Homens Notáveis, Usos e Curiosidades, Moreira de Azevedo, 1877: “Naufragando em 09 de outubro de 1853 o vapor Pernambucana ao sul da Laguna, morreram 28 pessoas, salvaram-se 42, e destas 13 deveram sua vida ao intrépido marinheiro Simão, que treze vezes transpôs a nado as ondas, venceu insuperáveis perigos, expôs-se à morte conseguindo arrancar das profundezas do mar, entre outros, um cego, um militar que tinha uma perna a menos...”
  • 24. Retrato do Intrépido Marinheiro Simão, carvoeiro do vapor Pernambucana, 1853
  • 25. Reflexão Política ● Considerando que a Abolição da Escravidão deu-se em 1888 e o quadro em questão fora pintado em 1853, ou seja, 35 anos antes. O que teria motivado tal representação e sua ampla divulgação pelo jornalista Paula Brito? ● Em 11 de novembro de 1853 ocupa-se uma manchete no jornal Marmota Fluminense: “O Preto Simão, Herói do vapor Pernambucana.” ● 1853 – faz-se circular no mesmo jornal a imagem reproduzida do herói em litografia, por Louis Thérier, hoje no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.
  • 26. Louis Thérier Simão, o Herói do Vapor Pernanbucana, 1853. Litografia
  • 27. Victor Meirelles ● Uma das controvérsias históricas o quadro em questão, pintado em 1860 a cena seria uma representação da primeira missa feita em 1º de maio de 1500, quando Pedro Álvares Cabral manda rezar a missa de marca de posse da Terra de Vera Cruz. ● Pintura foi executada em Paris e justificava o pensionato de Victor Meirelles pago pelo império de concedido pela AIBA; teve favorecimento direto de Manuel de Araújo Porto-Alegre, então diretor na academia entre os anos de 1854 e 1857. Porto- Alegre o mesmo quem criticava a gestão eurocêntrica de Félix-Émile Taunay e à bolda concedida anos antes a León Pallière. ● Mais de três séculos da colonização do Brasil, a primeira missa fora pintada baseando-se nos padrões vigentes da época. ● Seria o quadro um relato vivo da primeira missa no Brasil, ou um modo de externarmos nossa nacionalidade e a exploração de uma nova paleta de cores? ● Victor Meirelles, A Primeira Missa no Brasil, 1860. Óleo sobre tela, 268x356cm Museu Nacional de Belas Artes
  • 28.
  • 29. Pedro Américo ● Pedro Américo se consagra como pintor dos temas históricos do país, entre eles pinta; A Batalha do Avahy, Paz e Concórdia, O Grito de Independência e Libertação dos Escravos. ● Brasileiro nato, pintou vários temas relacionados histórico e ainda absorveu parte do conhecimento do movimento romântico europeu em outra de suas obras. ● A Batalha do Avahy, 1874-1877, tanto tempo tomado na obra deveu-se pelo fato de seu tamanho 6x11m, exaltava a força militar e os triunfos do império; a batalha trata do conflito entre Brasil e Paraguaios no sul mato-grossense em 1864. Pintada em Florença, após cinco anos o término do conflito, Pedro Américo se baseia em escritos do conflito não estando em campo de batalha.
  • 30. Pedro Américo, A Batalha de Avahy, 1877 óleo sobre tela 6x11m Museu Nacional de Belas Artes
  • 31. Pedro Américo, Independência ou Morte, 1888 Museu Paulista
  • 32. Pedro Américo, A Libertação dos Escravos,1889 óleo sobre tela 138,5x199cm Palácio dos Bandeirantes
  • 33. Pedro Américo, Esquartejamento de Tiradentes, 1893
  • 34. Pedro AMÉRICO, Paz e Concórdia, 1895 40x62cm Museu de Arte de São Paulo - MASP
  • 35. Modesto Brocos ● Talvez a obra seja um marco no processo de miscigenação e eugenia traduzida pelo espanhol Modesto Brocos. ● 1859 – Charlles Darwin lança seu livro; Origem da Espécies, onde ele trata da questão da seleção natural (ambiente seleciona espécies mais adaptadas) ● Surge a teoria (ATENÇÃO!!! Não é uma teoria criada por Darwin) Darwinismo social; → Defende a superioridade da raça branca europeia → A raça branca é a portadora do conhecimento e esta deverá levá-lo às raças inferiores; negros e índios → Defende que grupos populacionais mais desenvolvidos devem dominar grupos populacionais menos desenvolvidos, ou socialmente inferiores → Defende ainda como “fardo” do europeu levar cultura aos selvagens
  • 36. Modesto Brocos, Redenção de Cã, 1895 óleo sobre tela, 199x166cm Museu Nacional de Belas Artes
  • 37. ● Eugenia (significado; bem nascer) XIX; → Francis Galton, 1883 → Tornar as raças “inferiores” (negros e indígenas) brancas, sendo assim, a extinção de determinada raça. → Por meio de seleção artificial promover a miscigenação do povo para que ao longo das gerações ocorresse o “branqueamento” de determinada raça. → As ideias pregadas no século XIX foram retomadas com o nazismo alemão na metade do século XX; promoção do holocausto e perseguição a grupos sociais fragilizados; ciganos, judeus, negros, deficientes físicos e homossexuais. → No Brasil a política de branqueamento e higienização promoveu a vinda dos imigrantes europeus afim de que houvesse a mistura e o “branqueamento” populacional, uma vez extinta a escravidão em 1888.
  • 38. Eliseu Visconti ● La Gioconda brasileira (Mona Lisa) ● Palheta outonal (cores frias e melancólicas) ● Gioconda e Gioventù; começam com a mesma sílaba ● Primeira exposição em 1899, posteriormente na Exposição Universal de 1900; conhecida por consagrar o “estilo 1900” art nouveau - virada de século. ● Marca subjetivamente questões evitadas ser discutidas socialmente naquela época.
  • 39.
  • 40. Eliseu Visconti, Gioventù, 1898 óleo sobre tela, 65x49cm Museu Nacional de Belas Artes ● O que vemos na imagem? ● Descreva o fundo da imagem e seus elementos ( o que veste a moça e o que há ao seu redor). ● O que torna esta imagem tão polemica? ● O que você acredita representar esta moça? ● O fundo da imagem o que você acredita representar? ● Do lado esquerdo da moça qual seria a representação?
  • 41. ● Eliseu Visconti evoca nesta imagem algo que vai além do representativo, alude às imagens mentais e como elas se formam em nossa mente, reparemos em alguns pontos; → A moça que parece olhar pro nada, está tomada por um profundo pensamento como podemos ver com seu olhar profundo, estático, assim como em toda paisagem que parece tão estática quanto. → Observando o fundo da imagem temos uma floresta em tons outonais, por isso chamamos de paleta outonal, lembrando muito a paleta utilizada no renascimento pelo século XVI, observamos que a floresta quase se funde ao cabelo da jovem. → Ao lado temos os pombos, muito mal representados em contraste com o rosto da moça, logo temos uma visão embaçada dos pombos brancos que na cultura cristã trazem-nos a ideia de castidade e pureza. → 1898 – quase virada de século e existia um tema abordado na França; “mal du siècle” (mal do século); dizia-se de uma abordagem sobre fantasias sexuais e algumas liberdades nesse mesmo sentido, temas como homossexualidade e bissexualidade eram abordados mais abertamente e nesse sentido Visconti aborda uma jovem desnuda, uma menina em sua pureza e juventude, tema este delicado à época.
  • 42. Eliseu Visconti, Gioventù, 1898 Óleo sobre tela 65x49cm Museu Nacional de Belas Artes Leonardo da Vinci, Gioconda, 1507 Óleo sobre madeira de álamo 77x53c Museu do Louvre
  • 43. Rodolpho Chambelland ● 1913 a todo vapor está ocorrendo as vanguardas europeias; no Brasil ocorre algo parecido. ● Em 11 de setembro de 1913 o jornal Correio da Manhã emite nota; “O Salão é dos Novos” - quando fala da exposição ocorrido naquele mesmo ano. ● 1910 – um pouco antes dada a exposição referida pelo Correio da Manhã, um grupo de jovens funda o Centro Artístico Juventas, um local para abrigar os novos artistas e dar acesso àqueles que nem sempre teriam ao salão de exposições. ● 1919 – O então Centro Artístico Juventas torna-se Sociedade Brasileira de Belas Artes, com isso o monopólio dado pela Academia Nacional de Belas Artes foi minado.
  • 44. Rodolpho Chambelland, Baile à Fantasia, 1913 óleo sobre tela 149x209cm Museu Nacional de Belas Artes
  • 45. ● Toma-se o tema carnavalesco da obra, um ritmo frenético e cheio de movimento na composição, os confetes (rastros de tinta) parecem saltar na pintura. ● O Jornal do Comércio emite a seguinte crítica; “Incontestavelmente o quadro que mais de pronto chama a atenção e a empolga, é o denominado Baile à Fantasia, do jovem artista Rodolpho Chambelland. É uma poderosa nota de cor, um magnífico espécime de técnica colorista executada com singular gosto e habilidade. O tema deste quadro possui grande caráter local, e adapta-se perfeitamente ao tratamento que deu o artista, que soube interpretar com bastante felicidade seu espírito popular. Nem lhe falta o sentimento de expressão amorosa e algo erótico na dança.” ● O tema reflete características da vida parisiense do fim do século XIX. ● A obra emite um constante movimento, diferente das cenas de batalha de Pedro Américo, em Baile à Fantasia a cena se eterniza pelo movimento e não pela glória da vitória de uma batalha.
  • 46. Reflexão e Produção ● Observe as seguintes obras; A Batalha de Avahy, de Pedro Américo – 1877 e Baile à Fantasia, de Rodolpho Chambelland e descreva as diferenças das cenas. ● Faça um desenho que represente uma festa popular ou festas recentes que tenha frequentado. ● Transcreva um trecho da música que ouviu nessa festa ao lado do desenho.
  • 47. Anita Malfatti ● Principal figura do movimento de arte moderna e da semana de 22 (1922). ● Uma das maiores promessas da vanguarda de arte no Brasil, trazia da Europa uma vasta bagagem do aprendizado alemão. ● 1918 – expões trabalhos na rua Libero Badaró junto com amigos americanos; trazia um ar de novidade internacional e com isso Monteiro Lobato, um crítico de arte da época emite a seguinte crítica no jornal O Estado de São Paulo; “A respeito da exposição Malfatti” “Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que veem normalmente as coisas(..) A outra espécie é formada pelos que veem anormalmente a natureza e interpretam-na à luz de teorias efêmeras, sob a sugestão estrábica de escolas rebeldes, surgidas cá e lá como furúnculos da cultura excessiva. (...) Embora eles se deem como novos, precursores de uma arte a vir, nada é mais velho do que a arte anormal ou teratológica: nasceu com a paranoia e com a mistificação.(...) Essas considerações são provocadas pela exposição da senhora. Malfatti onde se notam acentuadíssimas tendências para uma atitude estética forçada no sentido das extravagâncias de Picasso e companhia”.
  • 48. ● E foi assim que Monteiro Lobato deu fim a carreira de Anita Malfatti; a elite paulistana recusou seus trabalhos depois de dada a crítica. ● O nacionalismo exacerbado de Monteiro Lobato não permitiu que ele visse além de estrangeirismos na obra de Malfatti, para ele, Anita não trazia o novo “brasileiríssimo” e sim modismos da velha Europa. ● Para Lobato a obra deveria prestar-se ao senso histórico, ao nacionalismo e ir além de sua plástica, a obra deveria ter premissas ideológicas. Pouco depois o mesmo Monteiro Lobato fora acusado até de nazista devido ao seu extremo nacionalismo. ● Devemos lembrar que na Europa os movimentos do cubismo, futurismo e expressionismo sofriam com as críticas em sua maioria.
  • 49. Analise esta citação: ● “O medo é a reação mais previsível diante do desconhecido.” - Vilém Flusser Anita Malfatti, O Homem Amarelo, 1916, óleo sobre tela, 61x51cm. Instituto de Estudos Brasileiros/Universidade de São Paulo
  • 50.
  • 51. ● E houve mais críticas de Monteiro Lobato; “Teorizam aquilo com grande dispêndio de palavreado técnico, descobrem na tela intenções inacessíveis ao vulgo, justificam-nas com independência de interpretação do artista; a conclusão é que o público é uma besta e eles, os entendidos, um grupo genial de iniciados nas transcendências sublimes duma Estética Superior.” ● E quanto ao público que visita a exposição segue a crítica; “Nenhuma impressão de prazer ou de beleza denunciam as caras; em todas se lê o desapontamento de quem está incerto, duvidoso de si próprio e dos outros, incapaz de raciocinar e muito desconfiado de que o mistificaram grosseiramente.” ● Quanto a Anita; sua expressão era a estranheza, a opressão e a vergonha; traços característicos do expressionismo e nos perguntamos diante do quadro; - E é amarelo por quê? Por que, meu deus? - é amarelo porque assim o é e será e pessoas erradas são assim. “É a humanidade exilada de sua condição humana.” - Rafael Cardoso, Arte Brasileira em 25 quadros, Record, pag. 179.
  • 52. Reflexão e Produção ● Pesquise obras de Anita Malfatti, Egon Schiele e Van Gogh descreva três quadros, um de cada artista e responda as perguntas: → O que chama mais a atenção no quadro? → Você achou estranho o que no quadro? → Que sentimento te causou a obra, como alegria, medo, desespero ou calma? ● Faça um desenho, fotografia ou colagem de algo que acha estranho, que sente medo ou desespero ao ver.
  • 53. Vicente do Rego Monteiro ● 1921 – O Jornal dedica uma matéria de primeira página escrita por Ronald de Carvalho sobre o trabalho de Rego Monteiro; “uma arte verdadeiramente brasileira” ● Ocorre a Semana e Arte Moderna de 1922 e é feita a seguinte crítica no jornal O Imparcial, pelo articulista Enrico Castelli; “Em geral, o ideal do artista brasileiro é fugir da terra para ir adorar os ídolos europeus e voltar com alguns esquisitos nus “cocottes” francesas ou algum pinheiro romanos, pintados e repintados por meio mundo como se não houvesse lindas mulheres e poderosas paisagens nesta terra [...]”
  • 54. Vicente do Rego Monteiro, Atirador de Arcos, 1925 óleo sobre tela, 65x81cm Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães, Recife
  • 55.
  • 56. ● Rego Monteiro consegue fundir dois elementos importantes para construção da arte brasileira e movimento modernista; → Motivos ornamentais das cerâmicas marajoaras. → Primitivismo do atirador de flechas, tema explorado por Debret, porém sem os adornos marajoaras.
  • 57. ● Ainda na crítica de Enrico Castelli; “ele preferiu o ineditismo das nossas lendas selvagens, com sua poesia estranha e indumentária esquisita. O aspecto obscuro das civilizações primitivas, hoje mais do que nunca, empolga o artista.” ● A idealização do índio como primitivismo e ainda como verdadeiro e autêntico originário das terras brasileiras fez com que famílias da metade do século XIX assumissem nomes indígenas ou fizessem a substituição como; Paraguaçu ou Índio do Brasil. ● Indianismo ● Primeira Missa no Brasil, de Victor Meirelles (1860) já mostra a vontade de fusão de duas culturas. ● 1872 – Alegoria do Império Brasileiro, Chaves Pinheiro, 1872, 192x75x31cm, Museu Nacional de Belas Artes; mostra a mesma vontade, porém o índio possui traços europeus.
  • 58.
  • 59. ● Denota-se ainda a exploração não só por Rego Monteiro aos motivos da cerâmica marajoara e seus estudos; Theodoro Braga, Fernando Correia Dias e Antônio Paim Vieira, entre seus elementos destacam- se: → Composições simétricas → Figuras estilizadas → Geometrização das formas → Paleta terrosa → Ornamentação decorativa ● Na Europa um movimento muito parecido ocorre com o expressionismo, fauvismo e cubismo; artista buscam a arte além-da-europa, vão a outras culturas buscar inovações e novos pensamentos.
  • 60. Analisando Obras ● Faça uma análise entre as seguintes obras; → Jean-Baptiste Debret, Cabocle Indien Civilisé, 1834. Museu Castro Maya (litografia) → Rego Monteiro, Atirador de Arco, 1925. Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães ● Observe as obras e responda as questões: 1 – Quais semelhanças existem entre elas? 2 – Quais as diferenças entre o céu de Debret e o céu de Rego Monteiro? 3 – O indianismo é um movimento da arte brasileira, o que fizeram os artistas buscar determinados temas como vemos nas duas obras? 4 – Qual das obras escolheria e por quê? 5 – Após observar as obras, faça a sua representação de um índio em momento de caça.
  • 61.
  • 62. J. Carlos ● Iluminismo classifica cinco áreas de criação; pintura, escultura, arquitetura, poesia e música, com isso classificamos “Belas Artes”. ● Divididas as cinco linguagens da arte, as demais recebem o nome de “Artes Menores”; ofícios, decorativas ou aplicadas. ● John Ruskin (1859) afirma que todas as artes são de um modo aplicada, em seu tempo ou perído, dede modo ele se opões ao termo usado para distinguir “artes maiores” e “artes menores”. ● Man Ray e Marcel Duchamp inovam no início do século XX rompendo com a academia quando em 1913 é exposto “A Fonte”, por Marcel Duchamp.
  • 63. J. Carlos, capa da revista Para Todos, nº45, 1927 impressão litográfica sobre papel couché, 30x23cm
  • 64. ● J. Carlos na década de 20 foi grande responsável pelo repertório visual e seus personagens tornaram-se ícones culturais; Melindrosa e Almofadinha. ● A imagem, rica em movimento pelo tecido que a o vento faz no tecido.o ● Reflete a mulher da década de 20; sensual, libertária, alegre e moderna, um ícone da mulher desejada e um modelo de mulher no auge sufragista do Brasil. ● 1930 – a mulher ganha direito ao voto. ● Ideal de Brasil urbano.
  • 65. Tarsila do Amaral ● Tenta-se fundir uma identidade nacional, entretanto toda arte ainda tem forte influência europeia. ● O futebol era criticado como “macaqueação” da vergonha, sendo criticado por Lima Barreto como o esporte “bretão”. ● As danças e ritos afro-brasileiros eram motivo de escárnio. O samba era motivo de vergonha. ● Quem somos nós? O que nos une? ● Ano de centenário da Independência, 1922, o Brasil ainda não possuía uma identidade enquanto povo e o sentimento de frustração era grande.
  • 66. 1922, Semana de Arte Moderna ● 1922, Semana de Arte Moderna, realizada no Teatro Municipal de São Paulo em fevereiro. A exposição foi financiada pelo Estado de São Paulo, a prefeitura cedeu o espaço e um grupo de cidadãos notáveis contribuíram para realização do evento. ● “A burguesia pagava para receber o choque da modernidade”. ● Entre artistas paulistas, destacou-se os cariocas; Heitor Villa-Lobos e Di Cavalcanti. ● Todos estavam lá, menos Tarsila, que entre 1921 e 1923 estava em Paris. Recebe influências de Fernand Legér e André Lhote. ● Tarsila explora uma paleta cítrica e terrosa, usa elementos nacionais na composição.
  • 67.
  • 70. Comparação com influências de Fernand Legèr. À direita; Tarsila do Amaral, São Paulo, 1924 À esquerda; Fernand Legèr, La Ville, 1919
  • 71. Reflexão ● Observe as das imagens, São Paulo, 1924 de Tarsila do Amaral e a imagem de La Ville, 1919 de Fernand Legèr, descreva e analise os tons das telas, os motivos e as semelhanças. Faça uma dissertação ao menos de 20 linhas. ● Faça um desenho, colagem ou representação que lembre uma paisagem de onde mora, de um lugar onde viajou ou onde espera morar.