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Imagens da Nação Brasileira
Mateus da Silva Pereira
15/10/2010
O texto analisa a obra Viagem Pitoresca e Histórica
ao Brasil, de Jean-Baptist Debret.
 Concebida em dois tempos  (1816/31 e 1834/39)
 Congrega a pena e o pincel,
 O artista quer celebrar a memória do Instituto de França e
dos patrocinadores da Academia Real de Belas Artes do
Rio de Janeiro.
 Registrar sua participação nesse projeto civilizatório, nas
palavras de Debret: “colher dados exatos e de primeira
ordem a fim de servir a uma arte consagrada a salvar a
verdade do esquecimento”.
 Para que esses objetivos fossem atingidos Debret constrói
uma tese sobre a fundação da Nação Brasileira: Ela é fruto
da vinda da família real, pois “foi um rei português que
acordou o brasileiro depois de três séculos de apatia”.
Fac-símile da página de rosto da edição
principal do tomo segundo de Viagem
pitoresca e histórica ao Brasil
 Quando a corte de D.
João VI, que já está no
Brasil, está em
negociações para chamar
artistas e criar uma Escola
de Artes, Ciências e
Ofícios, Debret já é um
conhecido pintor de
História.
 Depois de percorrer seu
caminho de formação é
convidado para ingressar
na corte de Napoleão
Bonaparte, juntamente
com seu primo o pintor
David, lá Debret pinta
Napoleão prestando
homenagem à bravura
infeliz, hoje no palácio de
Versailles, primeiro de uma
série de quadros
retratando a vida do
Imperador.
Debret: um pintor cortesão?
Auto-retrato do autor
na obra Viagem
pitoresca e histórica
ao Brasil
 A pintura de História se formou através da
pintura de corte ou de gênero, a qual tinha
por fim demonstrar a glória dos monarcas e
das elites políticas.
Première distribution de la Légion d’honneur, Jean-Bapstiste Debret, 1812
 Quando ocorre a queda de
Napoleão, os artistas que
estavam ligados à ele tem
enormes dificuldades de
sobrevivência.
 Se ficasse na França poderia
sofrer o Ostracismo, ou também
poderia ir para a corte de
Alexandre I czar do Império
Russo. Mas também, trabalhar
para um rei que fugiu do cerco
napoleônico não era um grande
motivo para vir ao Brasil.
 No entanto, a ideia participar
da criação de uma academia de
Belas Artes no novo mundo,
local inexplorado e incógnito ao
europeu, certamente o desafiou.
 A narrativa da Obra Viagem
pitoresca e histórica ao Brasil
não começa com a chegada da
família Real em 1808, mas o
autor retorna a época de ouro
da História brasileira, iniciada
com o encontro entre “a
candura do indígena” e a
“sedução do português”.
 Essa situação foi abalada pela
“cobiça dos soberanos da Europa”
que impuseram uma longa noite
que durou cerca de 300 anos.
 Essa infância bastarda, só iria se
regenerar com a chegada de um
rei português “que acordou o
brasileiro depois de três séculos de
apatia”
Soldados índios de Mogi-das-cruzes, Jean-Baptiste Debret
Caboclas lavadeiras da cidade do Rio de Janeiro, Jean-Bapiste Debret
Viagem pitoresca e histórica ao Brasil
A prancha 49, Pano de
boca executado pra a
representação extra-
ordinária dada no Teatro
da Corte por ocasião da
coroação de D. Pedro I, é
significativa pois:
 Debret foi contratado
e pago pelo erário
Real;
 Concebe o momento
fundante da nação
brasileira;
 A estética e a
filosofia neoclássicas,
ausentes nos dois
primeiros volumes da
obra, são recursos
utilizados;
Pano de boca executado pra a representação extra-ordinária dada no Teatro da Corte
por ocasião da coroação de D. Pedro I, Jean-Baptiste Debret
Debret como pintor Histórico:
Juramento dos Horácios, Jacques-Louis David, 1784
Pano de boca executado pra a representação extra-ordinária
dada no Teatro da Corte por ocasião da coroação de D. Pedro
I, Jean-Baptiste Debret
“Neoclássico” nos trópicos
Família rural de negros...
Mineiros e paulistas prestam homenagem...
Participação popular na aclamação da
Monarquia...
A natureza e os frutos da terra...
Debret acreditava que
essas celebrações eram
importantes, apesar de,
quando utiliza a pena,
critica os atores dessas
celebrações.
 Elas iriam ensinar a
modus vivendi há muito
cultuado nos países
civilizados.
 Essas celebrações
iriam encher de “orgulho
e esperança” o povo e
processo de
“regeneração”.
 Tratava-se de uma Pedagogia da
Civilização.
“Pedagogia da Civilização”
O papel do índio na “fundação” do Brasil
O índio tem papel subalterno,
é um súdito menor:
 “capitão do mato” (soldado
fiel que caça e aprisiona
outros indígenas ou mesmo
negros que se escondem em
quilombos),
 Negociante de tecido barato
para a escravaria,
 É um ator periférico na
formação do Brasil.
Índios soldados escoltando selvagens, Jean-Baptiste Debret
Papel do negro na “fundação” do Brasil
 Ao mostrar a questão do negro
a pena e o pincel, que no
primeiro volume da obra eram
harmônicos, passam a oscilar
entre entendimento e
desentendimento. Os
sentimentos de encanto e
desencanto do pintor também
ficam explícitos.
 E sua posição é ambígua quanto a
escravidão e os negros também, ao
mesmo tempo que diz estar assustado
com a violência dos castigos o pintor
sustenta que o Brasil “é a parte do novo
mundo onde o escravo é tratado com
maior humanidade”.
Aplicação do castigo do açoite, Jean-Baptiste Debret
Feitores castigando negros, Jean-Baptiste Debret
Bibliografia
Imagens da nação brasileira; Borges, Maria Eliza Linhares
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 Biblioteca virtual USP
http://www.bibvirt.futuro.usp.br/index.php/imagens/pranchas_de_debret
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Imagens da nação brasileira

  • 1. Imagens da Nação Brasileira Mateus da Silva Pereira 15/10/2010
  • 2. O texto analisa a obra Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil, de Jean-Baptist Debret.  Concebida em dois tempos  (1816/31 e 1834/39)  Congrega a pena e o pincel,  O artista quer celebrar a memória do Instituto de França e dos patrocinadores da Academia Real de Belas Artes do Rio de Janeiro.  Registrar sua participação nesse projeto civilizatório, nas palavras de Debret: “colher dados exatos e de primeira ordem a fim de servir a uma arte consagrada a salvar a verdade do esquecimento”.  Para que esses objetivos fossem atingidos Debret constrói uma tese sobre a fundação da Nação Brasileira: Ela é fruto da vinda da família real, pois “foi um rei português que acordou o brasileiro depois de três séculos de apatia”. Fac-símile da página de rosto da edição principal do tomo segundo de Viagem pitoresca e histórica ao Brasil
  • 3.  Quando a corte de D. João VI, que já está no Brasil, está em negociações para chamar artistas e criar uma Escola de Artes, Ciências e Ofícios, Debret já é um conhecido pintor de História.  Depois de percorrer seu caminho de formação é convidado para ingressar na corte de Napoleão Bonaparte, juntamente com seu primo o pintor David, lá Debret pinta Napoleão prestando homenagem à bravura infeliz, hoje no palácio de Versailles, primeiro de uma série de quadros retratando a vida do Imperador. Debret: um pintor cortesão? Auto-retrato do autor na obra Viagem pitoresca e histórica ao Brasil  A pintura de História se formou através da pintura de corte ou de gênero, a qual tinha por fim demonstrar a glória dos monarcas e das elites políticas. Première distribution de la Légion d’honneur, Jean-Bapstiste Debret, 1812
  • 4.  Quando ocorre a queda de Napoleão, os artistas que estavam ligados à ele tem enormes dificuldades de sobrevivência.  Se ficasse na França poderia sofrer o Ostracismo, ou também poderia ir para a corte de Alexandre I czar do Império Russo. Mas também, trabalhar para um rei que fugiu do cerco napoleônico não era um grande motivo para vir ao Brasil.  No entanto, a ideia participar da criação de uma academia de Belas Artes no novo mundo, local inexplorado e incógnito ao europeu, certamente o desafiou.
  • 5.  A narrativa da Obra Viagem pitoresca e histórica ao Brasil não começa com a chegada da família Real em 1808, mas o autor retorna a época de ouro da História brasileira, iniciada com o encontro entre “a candura do indígena” e a “sedução do português”.  Essa situação foi abalada pela “cobiça dos soberanos da Europa” que impuseram uma longa noite que durou cerca de 300 anos.  Essa infância bastarda, só iria se regenerar com a chegada de um rei português “que acordou o brasileiro depois de três séculos de apatia” Soldados índios de Mogi-das-cruzes, Jean-Baptiste Debret Caboclas lavadeiras da cidade do Rio de Janeiro, Jean-Bapiste Debret Viagem pitoresca e histórica ao Brasil
  • 6. A prancha 49, Pano de boca executado pra a representação extra- ordinária dada no Teatro da Corte por ocasião da coroação de D. Pedro I, é significativa pois:  Debret foi contratado e pago pelo erário Real;  Concebe o momento fundante da nação brasileira;  A estética e a filosofia neoclássicas, ausentes nos dois primeiros volumes da obra, são recursos utilizados; Pano de boca executado pra a representação extra-ordinária dada no Teatro da Corte por ocasião da coroação de D. Pedro I, Jean-Baptiste Debret Debret como pintor Histórico:
  • 7. Juramento dos Horácios, Jacques-Louis David, 1784 Pano de boca executado pra a representação extra-ordinária dada no Teatro da Corte por ocasião da coroação de D. Pedro I, Jean-Baptiste Debret “Neoclássico” nos trópicos
  • 8. Família rural de negros...
  • 9. Mineiros e paulistas prestam homenagem...
  • 10.
  • 11. Participação popular na aclamação da Monarquia...
  • 12. A natureza e os frutos da terra...
  • 13. Debret acreditava que essas celebrações eram importantes, apesar de, quando utiliza a pena, critica os atores dessas celebrações.  Elas iriam ensinar a modus vivendi há muito cultuado nos países civilizados.  Essas celebrações iriam encher de “orgulho e esperança” o povo e processo de “regeneração”.  Tratava-se de uma Pedagogia da Civilização. “Pedagogia da Civilização”
  • 14. O papel do índio na “fundação” do Brasil O índio tem papel subalterno, é um súdito menor:  “capitão do mato” (soldado fiel que caça e aprisiona outros indígenas ou mesmo negros que se escondem em quilombos),  Negociante de tecido barato para a escravaria,  É um ator periférico na formação do Brasil. Índios soldados escoltando selvagens, Jean-Baptiste Debret
  • 15. Papel do negro na “fundação” do Brasil  Ao mostrar a questão do negro a pena e o pincel, que no primeiro volume da obra eram harmônicos, passam a oscilar entre entendimento e desentendimento. Os sentimentos de encanto e desencanto do pintor também ficam explícitos.  E sua posição é ambígua quanto a escravidão e os negros também, ao mesmo tempo que diz estar assustado com a violência dos castigos o pintor sustenta que o Brasil “é a parte do novo mundo onde o escravo é tratado com maior humanidade”. Aplicação do castigo do açoite, Jean-Baptiste Debret Feitores castigando negros, Jean-Baptiste Debret
  • 16.
  • 17.
  • 18.
  • 19. Bibliografia Imagens da nação brasileira; Borges, Maria Eliza Linhares http://www.stellamaris-edu.net/divers/images/napoleon 23/6/2009 11:37  Biblioteca virtual USP http://www.bibvirt.futuro.usp.br/index.php/imagens/pranchas_de_debret 23/6/2009 11:46 25/6/2009 13:45 28/6/2009 14:34  Anais do Museu Paulista http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101- 47142006000100008&lng=en&nrm=iso 28/6/2009 14:28