1. Universidade Federal Fluminense
PPGMC – Programa de Pós Graduação em Mídia e Cotidiano
– IACS
Disciplina: Mídia e Cotidiano
Aluna: Tatiana Cioni Couto
Da reificação ao grão utópico: como as redes sociais podem legitimar
ideologias ou ajudar a revolucionar um país
2. A entrada da Internet
• A internet ajudou a alastrar o capital e tornar-se um grande fluxo de
negócios
• Ligação em redes (CASTELLS, 1999).
• Segundo DELEUZE (2010): Formação da sociedade de controle (a
serpente): novas formas de circulação e distribuição de produtos.
Automação, trabalho temporário, homem endividado.
• Interconexão de empresas, investimentos, bancos, pessoas e fluxo de
negócios CASTELLS (1999, p.233): “Nesse sentido, a empresa em rede
concretiza a cultura da economia informacional/global: transforma
sinais em commodities, processando conhecimentos”.
3. Propagação de signos
• Circulação de signos sociais mundiais; consumo dos signos; irradiação
de fluxo de informações, difusão de ideologias e padrões de
consumo; favorecimento da hegemonia e da formação do consenso
(MORAES, p.1997.p.10)
• A velocidade da Internet e os estreitamentos de distâncias permitem
que informações circulem pelo mundo e facilitam assim os signos
mundializados criarem raízes. Assim, é fácil reconhecer Madonna, Mc
Donalds, Nestlé, Steven Spilberg, Julia Roberts, Antonio Banderas,
Rolling Stones (MORAES, 1998).
4. Construções de estruturas
• Construção de estruturas pelo meio da Rede de Mídias, “onde
cotidianidade, mediação, senso comum e opinião pública se
entrelaçam” (MORETZSOHN, 2000, p.36).
• TV, Jornal, Revista, rádios, sites formam uma rede de mídias que
circulam diversas mensagens culturais.
5. Redes Sociais : Comunidades Virtuais
• Entrada das redes sociais – Década de 90 (CASTELLS, 1999).
• Aparecimento de comunidades virtuais: Locais de propagação de
hegemonias e ideologias. Possibilidade tanto da reificação de valores,
como de ampliação de debates políticos e mobilizações
(ciberativismo).
6. Facebook
• Maior ferramenta de comunicação na Internet atual (RECUERO, 2012
p.15). Entre as características da rede pode-se a presença de todas as
mídias em um só local, com a possibilidade de som (áudio), imagem
(foto), vídeos e texto.
• Entrar no Facebook diariamente é um ato cotidiano realizado por
milhões de usuários, onde cada indivíduo participa ativamente sua
vida com outras pessoas em rede (HELLER,2008).
7. Reificação de valores
• A validade das mensagens, expressões e valores são possibilitadas
pelas práticas cotidianas de entrar no Facebook e compartilhar as
imagens. A possibilidade de construções de sensos comuns dentro de
comunidades virtuais pode facilitar o empobrecimento da discussão,
para piadas ou ataques ao governo. Na página Meu Congresso é
minha Lata de Lixo há reunião de fãs na página que concordam com
tudo que é postado, permitindo certa reificação de assuntos políticos
(ANTUNES, 2006, p.150).
8. • Exemplos de páginas virtuais que permitem piadas: Meu congresso é
minha lata de lixo (
https://www.facebook.com/OCongressoEMinhaLataDeLixo?fref=ts).
O local tem diversas piadas sobre o governo atual.
9. Ciberativismo
• Os movimentos ativistas encontram nas redes sociais um lugar para
difundir informações, recrutar indivíduos para participar das causas e
debater assuntos através da utilização de instrumentos de
cooperação, colaboração e livre expressão potencializada pela Web
2.0 (ANTOUN, 2008).
• Foram palco de mobilizações como ajuda para Santa Catarina na
época do alagamento; da eleição americana de Barack Obama
utilizando largamente as redes sociais (RECUERO, 2010).
• O ambiente interativo, cooperativo e descentralizado da Internet
introduz um componente criativo nas lutas sociais (MORAES, 2001)
10. Elementos do Facebook no ciberativismo
• Alta interação
• Cultura da participação, descrita por SHIRKY, 2011 com as seguintes
características: possibilidade de se manifestar quantas vezes quiser;
capacidade de fazer com que pessoas trabalhem juntas; ferramentas
que permitem a cultura do compartilhamento ; colaboração on-line e
comprometimento de grupos menores que partilham a criação de
algo de valor .
• Convergência das mídias. Descrita por JENKINS (2009): circulação de
conteúdos por meio de diferentes sistemas de mídia; inteligência
coletiva como forma de utopia realizável; diferentes oportunidades
para participação.
11. Movimentos de Rua no Facebook
• Páginas da Maior Arquibancada do Brasil
• (https://www.facebook.com/MovimentoVemPraRua).
• https://www.facebook.com/pages/Vem-Pra-Rua-A-Maior-Arquibancada-Do-Brasil/208431769307697?fref=
• https://www.facebook.com/AMaiorArquibancadaDoBrasil?fref=ts
• https://www.facebook.com/AnonymousBRES?ref=ts&fref=ts
• https://www.facebook.com/maiorarquibancadadobrasil?ref=ts&fref=ts
• https://www.facebook.com/pages/Vem-pra-Rua-pq-a-Rua-%C3%A9-a-maior-Arquibancada-do-
Brasil/170941569747484?ref=ts&fref=ts
• https://www.facebook.com/pages/Vem-pra-Rua-pq-a-Rua-%C3%A9-a-maior-Arquibancada-do-
Brasil/170941569747484?ref=ts&fref=ts
• https://www.facebook.com/VemPraRuaQueEAMaiorArquibancadaDoBrasil?ref=ts&fref=ts
• https://www.facebook.com/dirsolidariedade?ref=ts&fref=ts
12. • Tais páginas funcionam como canais na direção da coletividade,
saindo da reificação e procurar uma brecha de esperança do
conformismo (JAMESON, 1980).
13. Considerações finais
• Acredita-se que nas redes sociais pode-se haver tanto reificação de
valores como o grão de utopia. Basta saber como utilizar da
ferramenta: se é para agregar conhecimento e construir valores
(SHIRYKY 2011; JENKINS 2009) ou se é para construir sensos comuns
e hegemonias favoráveis para reificação de valores e propagação de
signos(MORAES, 1997).
14. Referências bibliográficas
• ANTOUN, Henrique (org.). Web 2.0: participação e vigilância na era da comunicação distribuída. RJ: Mauad X, 2008.
• ANTUNES, Ricardo. Os sentidos do trabalho. SP: Boitempo, 2006.
• CASTELLS, Manuel. A Sociedade em Rede, volume 1. São Paulo: Ed. Paz e Terra, 1999
• DELEUZE, Gilles. Conversações.. 2ª.ed. São Paulo: 34, 2010
• HELLER. Agnes. O Cotidiano e a História. São Paulo: Paz e Terra, 2008.
• JAMESON, Frederic. Reificação e utopia na Cultura de Massa. In: As marcas do visível. Rio de Janeiro: Graal, 1995.
• JENKINS. Henry. Cultura da Convergência. São Paulo: Aleph, 2009
• MORAES, Dênis. O Concreto e o virtual. RJ: DP&A,2001.
• _________Dênis. O Planeta Mídia: tendências da comunicação na era global. Campo Grande: Letra Livre, 1998.
• _________Dênis de (org.). Globalização, Mídia e Cultura Contemporânea. Campo Grande: Letra livre, 1997.
• MORETZSOHN, Sylvia. Pensando contra os fatos. Jornalismo e cotidiano: do senso comum ao senso crítico. Rio de Janeiro: Revan,
2007.
• RECUERO. Raquel. A conversação em rede: Comunicação Mediada pelo Computador e as Redes Sociais na Internet . Porto Alegre:
Sulina, 2012.
• __________. Raquel. Redes Sociais na Internet. Porto Alegre: Sulina, 2010.
• SHIRKY, Clay. A cultura da participação: criatividade e generosidade no mundo conectado. Rio de Janeiro: Zahar, 2011. SHIRKY,
Clay.