EDUCAÇÃO PARA LEITURA CRÍTICA DA MÍDIA - florencia e jaqueline
1. Democracia Radical e a Reconstrução da Educação
Florência Rakos
Jaqueline Maria Coelho Maciel
2. OS AUTORES:
Ph.D. em Educação e Estudos de Informação na
Universidade da Califórnia, Los Angeles
(U.C.L.A.), 2006.
Conselheiro do Programa de Formação de
Professores da Universidade da Califórnia.
PHD em Filosofia pela Universidade de Columbia, 1973
Catedrático de Filosofia da Educação, Ciências Sociais e
Educação Comparada, da Universidade da Califórnia (Los
Angeles, EUA).
Autor de uma ampla gama de livros sobre teoria social,
política, história e cultura.
Douglas Kellner
Jeff Share
3. AVANÇOS TECNOLÓGICOS
Possibilidades de livre fluxo de informação
Uso de redes sociais
Ativismo global
Empresas/governos controle sobre os meios de
comunicação
Restrição fluxo de informação
lucro e controle/livre expressão e democracia
4. ALGUNS DADOS CRIANÇAS EUA
Maioria não conheceu época sem internet, telefone celular e televisão.
98% lares norte americanos tem pelo menos um aparelho de televisão.
1/3 das crianças pequenas/lares televisão ligada sempre ou quase sempre.
Roupas, brinquedos e afins com tema de personagens.
CONTATO COM MÍDIA NA TELA
Crianças até 6 anos/ 2 horas
Crianças até 8 anos/4 horas
Crianças/adolescente até 18 anos/ 6 horas 30minutos (todas as mídias)
5. TRANSMISSORES DE CULTURA /NOVOS CONTADORES DE
HISTÓRIA:
Ensinar a criança a questionar criticamente as mensagens.
Exercer plena participação na sociedade
Usar grande variedade de ferramentas para expressar suas ideias
6. TEXTOS EM NOVOS TIPOS DE MÍDIAS
Entender mídia como fluxo em que crescem
os jovens (Carrington 2005, p.22)
Conceito de fluxo: complexas interações e inter-relações entre
programas de televisão e comercias (Modleski 1982)
Bombardeio midiático:
TV americana: fluxo contínuo 24 h/dia, mobiliza o desejos e o
consumo ilimitado (Houston 1994, p.82)
7. EXPANSÃO DA TRANSFORMAÇÃO TECNOLÓGICA E ECONÔMICA
Exige alfabetização crítica da mídia/democracia participativa;
TICs/cultura mídia/ base mercado:
fragmentaram, conectaram, convergiram, diversificaram,
homogenizaram, estabilizaram, ampliaram e remodelaram
mundo.
Reconstrução da nova maneira de pensar e reestruturar a
sociedade global e local (Castells, 2004; Jenkins, 2006)
8. ALFABETIZAÇAO CRÍTICA DA MÍDIA
Surge do campo multidisciplinar dos estudos culturais (Europa)
Crescimento de novas críticas da mídia e da sociedade
1930-1960 Pesquisadores Frankfurt: nasce com a perspectiva de refletir
sobre os novos tempos. Pesquisas assentada teoria crítica que se propõe
a discutir questões de caráter superestrutural e ideológico da cultura de
massa (primeira geração)
Compreensão de como Induzem ideologia e controle social
9. Agregam às discussões de ideologia um entendimento de um
público não mais apenas receptor, mas que age na construção
de significados, dando-lhes a oportunidade de participação
Causando implicações profundas na formação das relações
sociais
Estudos Culturais precisam ser multiperspectivo e dialogar com
as diferentes áreas do conhecimento (não fragmentado)
A partir do momento em que se coloca diversas categorias
como semiótica, feminismo, multiculturalismo e pós-
modernidade, enriquece-se o debate entre economia política,
análise textual e teoria da audiência.
“A cultura popular pode ser analisada como um conjunto de
forças dinâmicas que reproduzem ideologias dominantes, alé
de entreter, educar e oferecer as possibilidades para as
alternativas anti-hegemônicas” (p. 690)
10. Educação midiática: Não como um conjunto de habilidades mas
como estrutura de compreensões conceituais, segundo Buckingham
(2003)
5 elementos básicos:
Reconhecimento da construção de mídia/comunicação processo social;
Análise textual que explore linguagens, gêneros, códigos e convenções
de texto;
Exploração do papel da audiência na negociação de significados
(participação crítica nas discussões);
Problematização do processo de representação para revelar e discutir
ideologia, poder e prazer (Fazer o exercício de entender como a
ideologia é disseminada)
11. Análise produção, instituições, economia política que
motivam e estruturam as indústrias de mídia como
negócio corporativo em busca de lucro (Compreender o
que há por trás disso, não rejeitando os produtos)
UM MUNDO EM TRANSFORMAÇÃO
Castells (2004): as vidas das pessoas estão sendo moldadas pelas forças
da sociedade em rede (terreno de disputa, transformação das regras do
jogo político-social que afeta o próprio jogo)
Interconexões entre tecnologia/cultura/economia/identidade
X
Desafiando, combatendo e impactando umas às outras
12. UM MUNDO EM TRANSFORMAÇÃO
McLuhan 1964: Características da cultura oral (sociedade oral, alto nível de
participação)
A partir do alfabeto fonético inicia-se uma nova era na qual o olho substitui o
ouvido acarretando um novo sistema de repetitividade e uniformidade
Séc. XV – Grandes mudanças ocorreram a partir da Prensa de Gutemberg e
posteriormente a imprensa (ERA MECÂNICA) – Galáxia de Gutembreg
Com a eletricidade e o telégrafo ocorre uma implosão na sociedade fazendo
com que a Humanidade volte as suas raízes orais
Era da automação e cibernetização nos remete um modo de vida mais
participativo, integral, descentralizado e inclusivo (“Comunicação de muitos
com muitos em escala global – a Galáxia da Interntet)
Toda a mídia é extensão do nosso corpo
13. GLOBALIZAÇÃO (Friedman)
1.0 - 1ª grande era: 1492 Colombo abre comércio entre novo e velho
mundo; Colononização por parte do Imperialismo e pela Igreja de forma
brutal;
2.0 – De 1800 a 2000 empresas multinacionais expandiram mercado e
força trabalho/industrialização remodelando o mundo/queda custos de
transporte, declínio dos custos das telecomunicações, invenções dos novos
dispositivos hardware;
3.0 – Séc. XXI, movido por um software inovador e rede global fibra óptica,
caráter único, poder dos indivíduos colaborar e competir globalmente.
14. Provocação de Friedman: O mundo é menos hirárquico pois foi nivelado pela
convergência de 10 grandes eventos políticos, inovações e empresas
Autores discordam enfaticamente em relação a essa “nivelação”/igualdade,
citando como exemplo 1/3 da população não tem luz elétrica. (visão utópica)
Mas concordam com as grandes forças que intensificam velocidade de
transformações que o mundo vem passando
Exemplos citados por Friedman suscitam razões para uma mudança na
alfabertização, incluindo múltiplas alfabetizações
Aumento da diversidade de ideias X Redução da diversidade
15.
16. RELAÇÕES ENTRE MÍDIA E SOCIEDADE:
Alto grau de convergência dos diversos tipos de mídia – transformando as
práticas socioculturais
JENKINS: Duas tendências grandes e contraditórias
Grandes empresas de mídia ameaçam a democracia pela sua concentração
de propriedade;
Novas tecnologias de mídia ajudam pessoas, em nível de participação a
puxar, criar e distribuir conteúdos de mídia mais diversificados,
oportunidade de democracia.
17. Carmem Luke (2006)
Forma ampliada de alfabetização midiática – três níveis de convergência:
Habilidade funcional de dispositivos de hardware de executar múltiplas
tarefas.
Convergência enfatizada pelas desregulações da propriedade da mídia e
diversas fusões e aquisições de corporações multinacionais de mídia =
Intertextualidade transmídia (Marsha Kinder, 1991)
Consequência dos dois níveis apresentado anteriormente:
efeito de colaboração (coletivo e simultâneo) mais sólida entre industrias
distintas, entre conhecimento e informação, consumismo, cultura popular,
entretenimento, comunicação e educação.
18. James Paul Gee (2000) Um novo tipo de indivíduo a partir das inovações
tecnológicas, rápido capitalismo global e hiper-competitivo.
Pessoa portfólio: Saberes colaborativos- mas não pensa criticamente –
favorece mais as crianças de posições dominantes na sociedade- linguagem
especializada e experiências de vida com mais privilégios.
19. CARTA DE DIREITOS A TODOS OS ALUNOS
4 PRINCÍPIOS PEDAGÓGICOS: Princípios para produzir pessoas que podem
atuar no novo capitalismo (meta-consciente e política)
Práticas situadas: Valorização dos diferentes tipos de capital
cultural/conexão entre sua experiência de vida e escola.
Instrução aberta: Envolver criticamente com textos para compreender as
interconexões e os sistemas de poder.
Estruturação crítica: capacidade de fazer as interconexões entre
pensamento, conhecimento e relações de poder.
Práticas transformadoras: dar poder aos alunos para usar e transformar o
conhecimento
“A cultura participativa muda o seu foco de
alfabetização do nível de expressão individual
para o de envolvimento comunitário”
(Jenkins, 2007)
20. ABORDAGEM À EDUCAÇÃO MIDIÁTICA
Protecionista
Educação em arte midiática
Movimento Alfabetização midiática
VIDEO 1 MINUTOS DE FREIRE Abordagem Alfabetização crítica da mídia
21. Alfabetização crítica da mídia
• crítica as tendências atuais de abordagem da alfabetização;
• Projeto Político mudança social democrática;
• Questionamento crítico multiperspectivista da cultura popular e das
indústrias populares;
• Questões de classe, raça, gênero, sexualidade e poder.
• Produção de mídia alternativa anti-hegemônica.
FERRAMENTAS DE PODER: mídia, tecnologia da informação e comunicação.
• Pessoas marginalizadas ou mal representadas: oportunidade de utilizá-las
para contar suas histórias e expressar inquietações.
• Membros dominantes: oportunidade de envolvimento com as realidades
sociais.
22. ABORDAGENS A EDUCAÇÃO MIDIATICA
Não são modelos pedagógicos rígidos.
São pontos de referência interpretativos;
É possível estruturar objetivos, interesses e estratégias;
Identificar os elementos e objetivos para boa pedagogia midiática;
Flexibilidade para que a alfabetização explore e envolva criticamente
os alunos;
Possibilidade para o professor escolha a melhor pedagogia que funcione
de acordo com suas necessidades, interesses;
23. DEMOCRACIA RADICAL
Preocupa-se em desenvolver habilidades
que intensifiquem a democratização e a
participação cívica;
Envolve o ensino de habilidades críticas e
de uso de mídia como instrumentos de
comunicação social e mudança.
Ensino participativo e colaborativo
(assistir filmes juntos, discussões
produtivas, ouvir opiniões.
Alunos e jovens mais preparados,
conhecedores e imersos na cultura
midiática, contribuem com o professor.
Não é uma pedagogia tradicional, requer
pedagogia democrática, professores
partilhando o poder com os alunos,
desvendando, desafiando e buscando
métodos para produzir sua própria mídia.
24. DEWEY FREIRE
Educação para democracia Pedagogia para
problematização
Leitura ativa Consciência crítica
Experimentação Percepção de situações
Resolução de problemas Percepções problemas
concreto
Teoria e prática Ação contra opressão
Reflexão e ação Comunicação dialógica
CONCEITOS CENTRAIS DA ALFABETIZAÇÃO CRÍTICA DA MÍDIA
PEDAGOGIA PROGRESSISTA E TRANSFORMADORA
25. OBJETIVOS DA EDUCAÇÃO MIDIÁTICA
Autonomia crítica: questionar mesmo sem os professores; (Masterman 1994)
Solidariedade crítica; (Ferguson 2001)
COMBINAÇÕES DA AUTONOMIA CRÍTICA E SOLIDARIEDADE CRÍTICA
DEMOCRACIA RADICAL
Indivíduos que se preocupam uns com os outros em uma sociedade igualitária e
menos opressiva;
Independência e interdependência;
26. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Alfabetização com mudanças, de cima para baixo e de baixo para cima.
Alfabetização reestruturada: ampliar a definição de um texto;
Incluir novas formas de comunicação e cultura popular;
Intensificar processos críticos e analíticos;
Explorar a recepção de audiência;
Aprender a ler e criar criticamente textos de mídia;
Buscar a justiça social;
Compreender os contextos políticos, econômicos, históricos e sociais em que todas as mensagens são
escritas e lidas.
Angariar mais fundos para educação;
Desafiar a falta de sabedoria/risco financeiro e pensamento deficitário;
Treinar professores na pedagogia crítica com criatividade;
Conferencias, aperfeiçoamentos nos estudos culturais, pedagogia crítica;
Instituir programas de educação midiática da educação infantil a universidade com conexão alfabetização
midiática e produção como prática regular;
Incluir no programa críticas da mídia de racismo, sexismo, homofobia e outros preconceitos, dar voz aos
alunos.
Educação para democracia;
Alfabetização midiática relacionada a informação, tecnologia, artes e ciências sociais;
Alfabetização crítica da mídia deve ser o fio comum para todas as áreas curriculares;
Ajudar os alunos a se tornarem cidadãos socialmente ativos, transformando a sociedade em uma
democracia menos opressiva e mais igualitária.
27. REFERÊNCIAS
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários a prática
Educativa. Paz e Terra. São Paulo, 1996
KELLNE, Douglas. SHARE, Jeff. Educação para a leitura da mídia,
democracia radical e a reconstrução da educação.
Educação e sociedade, Campinas, volume 29, n.104 – Especial, p. 687-715,
outubro-2008 Disponível em http://www.cedes.unicamp.br