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Aperfeiçoando o gerenciamento de projetos
                             em uma instituição de P&D

    Ivo M. Michalick Vasconcelos (FITec Inovações Tecnológicas) imichalick@fitec.org.br
 Ana Liddy Cenni de Castro Magalhães (FITec Inovações Tecnológicas) analiddy@fitec.org.br
        Rodrigo Netto Lacerda (FITec Inovações Tecnológicas) rnlacerda@fitec.org.br


Resumo
Este artigo visa relatar a experiência pessoal dos autores, integrantes de uma organização voltada para a
execução de projetos de pesquisa e desenvolvimento (P&D), na busca de melhoria em seus processos de
gerenciamento de projetos. Este processo de aperfeiçoamento foi iniciado há dois anos e ainda se encontra em
andamento, tendo sido fortemente inspirado pelo Guia PMBOK e pela família de modelos CMM/CMMI. São
apresentadas inicialmente as características relevantes da instituição de P&D e como era a situação geral em
termos de processos no início da experiência relatada. Em seguida, são apresentadas as principais medidas
integrantes do Plano de Ação proposto pela Diretoria, os pontos mais relevantes deste Plano, os benefícios
alcançados e os próximos passos previstos.
Palavras-chave: Gerenciamento de Projetos; Metodologia; Guia PMBOK; CMM/CMMI.



1. Introdução
Neste início de século a percepção geral sobre gerenciamento de projetos mudou: antes considerado
como algo “interessante de se ter”, passou a ser reconhecido atualmente como uma necessidade,
fazendo com que organizações que antes se opunham ao uso de técnicas de gerenciamento de
projetos passassem a adotar uma postura amplamente favorável (KERZNER (2003)). Isto está
acontecendo em praticamente todo o espectro de organizações que atuam com projetos, e é algo
especialmente verdadeiro no caso de instituições de pesquisa e desenvolvimento ( P&D).
Segundo SATO (2004), “o ambiente de instituições de P&D vem se caracterizando cada vez mais
pela grande complexidade dos projetos, devido às mudanças tecnológicas mais rápidas e abruptas,
pela necessidade de atender a prazos mais exíguos, pelo maior número de projetos a serem
executados simultaneamente (portfólio de projetos) e pela necessidade de se garantir a qualidade
dos produtos e/ou serviços gerados. Este ambiente é também fortemente influenciado pela
globalização e pela necessidade de as instituições de P&D estarem inseridas em redes de pesquisa
nacionais ou internacionais. Portanto, uma excelente gestão de projetos nas instituições de P&D se
faz necessária não só por uma questão de competitividade, mas por questão de sobrevivência”.
Diante deste cenário cada vez mais competitivo, nos últimos anos instituições de P&D de todo o país
vêm investindo fortemente na melhoria de seus processos de gerenciamento de projetos. Como
ponto de partida, boa parte delas utiliza o Guia PMBOK (PMI, 2004) e a suíte de modelos CMM/CMMI
(VASCONCELOS, 2005).
O objetivo deste artigo é descrever o processo de melhoria em gerenciamento de projetos em curso
na instituição de P&D com a qual os autores estão associados, iniciado como forma de atender às
crescentes exigências do mercado.
2. Características relevantes da instituição de P&D
A FITec Inovações Tecnológicas é uma organização jovem, fundada em setembro de 2001, mas que
possui mais de 10 anos de experiência em P&D, por ser o resultado da fusão de duas outras
fundações: a FGA (Fundação General Alencastro de P&D Tecnológico), criada em Belo
Horizonte/MG em 1997, e a FPDIAT (Fundação de P&D em Informática, Automação e
Telecomunicações Valdemar Parola), criada em Campinas/SP em 1994. Ambas tiveram atuação
efetiva e destacada no desenvolvimento de tecnologia brasileira para centrais telefônicas digitais,
públicas e PABX, de pequeno e médio porte, trabalhando em parceria com as empresas nacionais
Batik Equipamentos (Belo Horizonte) e Zetax Tecnologia (Campinas). Dentre os principais setores de



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atuação da FITec, destacam-se: Tecnologia da Informação, Telecomunicações, Automação Industrial,
Energia e Governo. As principais áreas de competência da FITec são: Engenharia de Software,
Engenharia de Sistemas, Engenharia de Hardware, Design Industrial e Gráfico, Engenharia de
Produto e Gerência de Projetos de P&D.
A organização possui uma política de pessoal que promove a evolução profissional em Y, valorizando
e retendo profissionais com alto grau de capacitação técnica. Sua estrutura organizacional segue o
modelo matricial forte.
2.1. Situação Geral da Instituição no Início de 2004
Os profissionais que compõem o corpo técnico da FITec encontram-se distribuídos em suas três
unidades: Recife, Campinas e Belo Horizonte.No início de 2004, as três unidades contavam no total
com aproximadamente 280 profissionais, sendo cerca de 120 graduados e 50 pós-graduados,
incluindo 25 mestres e 2 doutores, com a maioria dos profissionais do corpo técnico fluente em inglês.
Dos 10 gerentes de projeto integrantes deste corpo de profissionais, nenhum era filiado ao PMI –
Project Management Institute - ou detentor da certificação PMP – Project Management
Professional, do PMI.
Existia inicialmente uma forte concentração de projetos em um cliente multinacional do setor de
telecomunicações. O gerenciamento dos projetos era apoiado por ferramenta de propriedade deste
cliente, com foco no controle de lançamentos de horas nas atividades planejadas para os projetos.
Existiam dois tipos principais de projetos:
    Tipo 1. Projetos grandes na área de telecomunicações: projetos de duração mais longa
            (acima de 6 meses), com equipes médias a grandes (acima de 10 pessoas) 100%
            dedicadas ao projeto e com alto grau de integração entre diferentes áreas operacionais,
            como Software, Hardware, Engenharia de Produto, Design e Sistema Básico.
    Tipo 2. Projetos pequenos a médios de P&D: projetos de duração mais curta (4 a 12 meses),
            com equipes pequenas (abaixo de 10 pessoas) e vários membros com dedicação parcial,
            atuando simultaneamente em mais de um projeto. Em função da natureza dos projetos,
            neste caso também existia, na maioria das vezes, alto grau de integração entre diferentes
            áreas operacionais.
2.2. Situação específica da Unidade Belo Horizonte no Início de 2004
A unidade de Belo Horizonte contava com cerca de 120 colaboradores, com aproximadamente 80%
da equipe técnica alocada em projetos do Tipo 1, com gerente de projeto local ou remoto – baseado
na unidade de Campinas, em função de proximidade com o principal cliente. A estrutura
organizacional era do tipo matricial forte. O restante da equipe técnica era alocada em projetos do
Tipo 2, com gerente de projeto local e subordinado a uma gerência funcional, o chamado
“coordenador” da estrutura matricial fraca (PMI 2004, p. 30).
2.3. O Desenvolvimento de Projetos de Software e Sistemas
O desenvolvimento dos projetos seguia um processo definido internamente, chamado Processo de
Desenvolvimento de Software e Sistemas (PDSS), esquematizado na Figura 1. Este encontrava-se
relativamente consolidado, estabelecendo um entendimento comum entre as várias equipes
envolvidas nos projetos, com áreas operacionais responsáveis por testes e qualidade, uso de
processos formais de inspeção de código e de documentação de sistema. Todas as fases do Ciclo de
Vida – com suas entradas (resultados de fases anteriores), saídas (resultados que serão entrada de
fases posteriores), atividades e responsáveis – estavam muito bem definidas.
Apoiando o processo de desenvolvimento, havia um uso intensivo de soluções baseadas em software
livre, em especial nas ferramentas Mantis (para gerenciamento de bugs e alterações de escopo) e
CVS (para gerenciamento do repositório e de itens de configuração).




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Análise de
    viabilidade




  Especificação
                          Processo de Desenvolvimento de Sistemas
   Requisitos                                                                                                    1



        F1
                                                                                                                 Teste
                                                                                                                Sistema
   Arquitetura
                                                                                                                 2
                                                                            Implementação SW
                                                            PTI


        FA
                               Low Level
                                                         Cod. SW                         TI
                                 SW                                          &                          F4       3

                                                         Para cada Mod SW
                                                                               Para cada Deliverable
   HW, SW, PY
   High Level        F2
                                   HW


                                                    F3
                                                                                                                     F5
                                 Eletro
                                Mecânico                                         Aceitação              Teste
                                                                   Hands
                                                                    Off           Cliente              Campo




                          Figura 1. Ciclo de Vida de Desenvolvimento de Sistema
3. Decisões tomadas pela Diretoria no início de 2004
Procurando atender a solicitações do cliente principal, e ao mesmo tempo buscando ampliar sua
atuação no mercado, ingressando em novas áreas e conquistando novos clientes, a Diretoria da
organização decidiu implantar um programa de melhoria geral de longo prazo. O QMEP – Quality
Maturity Enhancement Program – foi então criado, com o objetivo de implementar a cultura de
qualidade na Organização, buscar as credenciais CMM/CMMI (SEI 2006) e ISO 9001:2000 (ABNT
2000) e, dessa forma também, incorporar as oportunidades de melhoria para atender ou superar as
expectativas dos clientes. Em função deste programa, foram tomadas de imediato (entre abril e
setembro de 2004), algumas ações relevantes:
1. Contratação de um gerente de projetos com certificação PMP, que ficou responsável por gerenciar
   o QMEP;
2. Criação de uma Diretoria de Projetos, no mesmo nível hierárquico das demais diretorias da
   organização. Todos os gerentes de projeto, bem como grande parte do corpo técnico, passaram a
   estar alocados nesta diretoria, reforçando a estrutura matricial;
3. Estruturação formal da Gerência da Qualidade Corporativa e contratação de equipe qualificada e
   dedicada, subdividida em:
   – Assessoria de Qualidade Corporativa, responsável pela definição da política da qualidade e
       implementação do Sistema de Gestão da Qualidade para atendimento à norma ISO
       9001:2000;
   –    Assessoria da Qualidade de Desenvolvimento, responsável pela condução de trabalhos
        visando à obtenção de avaliações oficiais bem sucedidas nos modelos da família CMM/CMMI
        e formação do grupo de Garantia da Qualidade;
   –    Assessoria de Qualidade do FITLab (laboratório de ensaios para equipamentos de telefonia);




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4. Estruturação formal da área de Gerência de Configuração e Mudança e formação do grupo de
   gerência de configuração, independente da área de desenvolvimento de software;
5. Contratação de uma consultoria externa para apoio à implantação de um programa de melhoria de
   processos baseado nos modelos SW-CMM/CMMI nas 3 unidades da empresa;
6. Criação de grupos internos responsáveis pela elaboração dos processos aderentes ao nível 2 do
   modelo SW-CMM. Por uma decisão de estratégia de negócios e questões operacionais dos
   projetos, foram definidas duas Organizações a serem avaliadas: Recife e Campinas/Belo
   Horizonte. A implantação foi iniciada em Recife – culminando em uma bem sucedida avaliação no
   Nível 2 em março de 2005 – e em seguida em Belo Horizonte e Campinas, partindo-se
   inicialmente dos processos definidos para Recife, mas buscando as adequações necessárias à
   realidade da Organização Campinas/Belo Horizonte;
7. Criação e qualificação do grupo de auditores internos ISO 9001:2000 e SW-CMM e
   estabelecimento de um sistema para tratamento de ações corretivas e preventivas;
8. Realização de programas de treinamentos específicos (com foco em melhoria de processos) e
   pesquisas de satisfação interna;
9. Atenção maior aos clientes, com realização de pesquisas de satisfação visando identificar pontos
   fortes e oportunidades de melhoria;
10. Definição de um Plano de Comunicação Corporativa, de forma a melhor integrar as três unidades
    e garantir um tratamento adequado das informações;
11. Implantação de um Programa de Capacitação e Aperfeiçoamento em Gerenciamento de Projetos:
    a partir da criação deste programa, a empresa passou a providenciar treinamento gerencial para
    seus gerentes de projeto, com foco inicial na obtenção da certificação PMP do PMI, com patrocínio
    da organização.
4. Pontos relevantes do processo de melhoria implantado na Organização
Campinas/Belo Horizonte
Para a condução do programa de melhoria geral de longo prazo para a Organização Campinas/Belo
   Horizonte, a Diretoria da organização decidiu pela adoção das seguintes medidas:
1. Um gerente de projetos filiado ao PMI e com certificação PMP foi definido como coordenador do
   grupo responsável pela elaboração dos processos da KPA (Key Process Area - Área-Chave de
   Processo) SPP (Software Project Planning - Planejamento de Projeto de Software). Esta medida
   visava garantir que os processos definidos estariam alinhados às melhores práticas definidas no
   Guia PMBOK, padrão e corpo de conhecimento das melhores práticas em gerenciamento de
   projetos publicado e mantido pelo PMI.
2. A ferramenta interna de gerenciamento de projetos recebeu melhorias visando adequá-la às
   necessidades dos processos de gerenciamento sendo definidos.
3. Foi instituído um processo formal próprio para a realização de estimativas de tamanho, esforço e
   custos de projetos, adaptado a partir da metodologia Use Case Points (SMITH 1999).
4. Foi instituído um processo formal de elaboração e aprovação (pela Diretoria) de propostas de
   novos projetos, sejam estes internos ou externos (a serem encaminhados e aprovados por clientes
   da organização).
5. Foram instituídos processos formais de Iniciação e Encerramento de projetos, apesar destes não
   serem exigidos pelo modelo SW-CMM. A principal motivação foi a importância dada a estes
   processos pela comunidade de gerenciamento de projetos, confirmada pelo destaque dado no
   Guia PMBOK a estes grupos de processos. Nenhum projeto é iniciado na organização sem ter um
   Termo de Abertura de Projeto (Project Charter) devidamente aprovado pela Gerência Sênior,
   nomeando o gerente do projeto e definindo os objetivos a serem alcançados ao longo da
   execução do projeto. Além de difundir para toda a organização a existência do projeto, o Termo de
   Abertura de Projeto outorga ao gerente de projeto os devidos poderes para a sua execução.
6. Aumento significativo do número de gerentes de projeto detentores da certificação PMP.
7. Em função da definição de um processo formal de acompanhamento de projetos, que provê uma
   visão específica,mais global, do andamento dos projetos para a alta gerência, a organização
   passou a ter uma visão padronizada da situação de todos os projetos em andamento, sob a forma


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de um relatório periódico de acompanhamento apresentado pela área de Gerenciamento de
   Projetos à Diretoria.
8. A área de Gerenciamento de Projetos foi contemplada com diversos recursos importantes, como:
   – Plano de treinamento específico que, além da preparação para a certificação PMP, prevê
     treinamentos em língua inglesa, estratégias de negociação e ferramentas de gerenciamento de
     projetos;
   – Verba para aquisição de livros e periódicos voltados para o gerenciamento de projetos;
   – Disponibilização de recursos como notebooks, software de gerenciamento de contatos
     telefônicos e terminais telefônicos hands free, facilitadores das atividades de gerenciamento de
     projetos;
   – Alocação física dos gerentes de projeto em áreas próximas e/ou comuns, facilitando a troca de
     informações;
   – Incentivo aos Gerentes de Projeto para a publicação de artigos em revistas ou eventos da área,
     bem como para apresentação de palestras;
   – Contratação de um estagiário para a área de Gerenciamento de Projetos de cada unidade,
     para apoiar algumas das atividades mais rotineiras dos gerentes de projeto, permitindo a estes
     uma maior dedicação à comunicação com os clientes e com as equipes de projetos;
   –    Instituição de mecanismos que permitem a qualquer gerente de projetos obter uma visão tática
        da situação de qualquer projeto em andamento (“Diários de Bordo”), através da manutenção
        de registros de projeto em repositório compartilhado e da realização de reuniões periódicas
        entre os gerentes de projeto de cada unidade, para troca de experiências, apoio na resolução
        de problemas, avaliação conjunta de riscos de projetos e coleta de lições aprendidas. Uma
        das vantagens desta estratégia é o processo menos traumático e turbulento de substituição
        temporária de um determinado gerente de projeto, seja em função de férias, licença médica,
        ou de redimensionamento da carga de trabalho entre os gerentes de projetos.
5. Principais benefícios alcançados
Entre os principais benefícios que foram alcançados nestes dois anos decorridos desde o início do
Programa de Melhoria, destacam-se:
1. A Diretoria passou a ter uma visão mais clara da situação de cada projeto, de forma que
   problemas potenciais passaram a ser identificados e endereçados mais cedo, aumentando a
   probabilidade de uma solução satisfatória;
2. Redução no número de false starts, graças ao processo formal de Iniciação;
3. Remoção, no Sistema de Gerenciamento de Projetos, de registros relativos a projetos encerrados
   de fato, mas que não haviam sido encerrados formalmente;
4. Reforço da posição do gerente de projetos dentro da organização, graças às mudanças estruturais
   e ao programa de capacitação em gerenciamento de projetos;
5. Aproximação dos gerentes de projeto da Organização com a comunidade de gerenciamento de
   projetos em geral, dando maior visibilidade à Organização nos mercados locais.
6. Certificação PMP alcançada por grande parte da equipe de gerentes de projetos, em especial na
   unidade de Belo Horizonte, onde atualmente todos os gerentes de projetos são detentores desta
   credencial.
6. Próximos passos
Entre as principais ações previstas para a continuação do programa de melhoria, destacam-se:
1. Aperfeiçoar e consolidar ainda mais os processos em andamento;
2. Buscar uma maior troca de experiências entre os gerentes de projetos das três unidades, de forma
   a aperfeiçoar e eventualmente unificar os processos de gerenciamento de projetos utilizados nas
   diferentes unidades da organização;




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3. Formalizar um processo de avaliação de desempenho dos colaboradores, por meio de preparação
   e acompanhamento de Planos Individuais de Treinamento, bem como da avaliação de objetivos
   de projeto, com insumos sendo providos pelos gerentes de projeto e funcionais;
4. Formalizar um processo de avaliação de desempenho de projetos, que permita uma distribuição
   justa de uma parcela dos resultados de projetos bem sucedidos entre os membros da equipe em
   particular e entre os demais integrantes da organização em geral;
5. Implantar um processo de gerenciamento de portfólio de projetos, apoiado por um banco de dados
   com informações históricas sobre os projetos previamente executados na organização;
6. Credenciar 100% dos gerentes de projeto com a certificação PMP do PMI;
7. Atuar em conjunto com a Área de Qualidade em todas as iniciativas de melhoria de processo em
   andamento, com vistas à obtenção de avaliações bem sucedidas nos níveis superiores do modelo
   CMMI (3, 4 e 5), com foco nas áreas de processo ligadas a gerenciamento de projetos;
8. Avaliar a possibilidade de implantação de um PMO (Project Management Office – Escritório de
   Gerenciamento de Projetos – ENGLUND (2003)) em cada unidade, considerando-se que já existe
   metodologia, gerentes de projeto capacitados e uma estrutura de apoio preliminar.
9. Consolidar a imagem da organização como um centro de excelência em gerenciamento de
   projetos de inovação tecnológica.
7. Considerações finais
Nestes dois anos de processo de melhoria contínua em gerenciamento de projetos, a instituição de
P&D já conseguiu alcançar resultados bastante satisfatórios: maior transparência e previsibilidade
nos resultados dos projetos executados; melhoria dos índices de satisfação dos clientes e
profissionais da instituição e aumento da competitividade no mercado local e internacional.
Mas ainda há muito a ser feito. Uma avaliação informal com base no MMGP – Modelo de Maturidade
em Gerenciamento de Projetos (PRADO, 2003), situa a organização num patamar entre os níveis 2 e
3 numa escala que vai de 1 a 5. Dentre outras ações, mostra-se necessário melhorar e estabilizar os
processos definidos na metodologia de gerenciamento de projetos, alinhá-la totalmente com os
objetivos de negócios da organização e manter uma banco de dados de histórico de projetos
encerrados que sirva como ferramenta de apoio ao planejamento de novos projetos.
Os autores esperam que a divulgação deste trabalho sirva de incentivo para colegas de outras
instituições de P&D para que façam investimento semelhante e reforcem suas redes locais de
relacionamento de forma a aumentar sua competitividade no mercado global. Dentro da organização,
esperam que a divulgação dos bons resultados obtidos até o momento sirva de incentivo para
manutenção e aperfeiçoamento do programa de melhoria.
8. Referências bibliográficas
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. Sistemas de Gestão da Qualidade –
Requisitos (NBRISO9001). Rio de Janeiro: ABNT, 2000.
ENGLUND, Randall L.; Graham, Robert J,; Dinsmore, Paul C.. Creating the Project Office. First
Edition. San Francisco, CA: Jossey Bass, 2003.
KERZNER, Harold. “Project Management – A Systems Approach to Planning, Scheduling and
Controlling”. Eight Edition. Hoboken, NJ: Wiley, 2003. pp. Xix.
PMI – Project Management Institute. Um Guia do Conjunto de Conhecimentos em Gerenciamento
de Projetos (Guia PMBOK). Terceira Edição. Newtown Square, PA: PMI, 2004, 384 pp.
PMI – Project Management Institute. Certification Project Management Professional Overview.
Available: http://www.pmi.org/prod/groups/public/documents/info/pdc_pmp.asp [04 fev. 2006].
PRADO, Darci. Gerenciamento de Projetos nas Organizações. 2ª. Edição. Belo Horizonte, MG:
EDG, 2003.
SATO, Carlos E. Y.; Dergint, Dario E. A.. A utilização do escritório de projetos para a gestão de
projetos tecnológicos em instituições de pesquisa e desenvolvimento (P&D); 4º Congresso
ABIPTI 2004 – Tecnologias para inclusão social: o papel dos sistemas de Ciência, Tecnologia e
Inovação; Belo Horizonte (MG); 28 a 30 de abril; Congresso ABIPTI 2004: Brasília, 2004: anais, pp.
44 (resumo).


I Congresso Brasileiro de Gerenciamento de Projetos – Florianópolis 29 a 31 de março de 2006
www.pmisc.org.br/congresso
SEI – Software Engineering Institute. CMMI Main Page. Available: http://www.sei.cmu.edu/cmmi/ [06
fev 2006]
SMITH, John (1999). The Estimation of Effort Based on Use Cases. Rational Software. Available:
http://www.bfpug.com.br/Artigos/UCP/Smith-The_Estimation_of_Effort_Based_on_Use_Cases.pdf [04
fev 2006].
VASCONCELOS, Ivo M. M.; Magalhães, Ana Liddy C. de Castro; Rouiller, Ana Cristina. CMMI e
Gerenciamento de Projetos de Software. Revista Mundo PM, edição nro. 4.. Curitiba, editora
Mundo, 2004. pp. 68-73.




9. Autores


                   Ivo M. Michalick Vasconcelos, MSc, PMP (imichalick@fitec.org.br):
   FOTO        Bacharel e mestre em Ciência da Computação pelo DCC/UFMG. Gerenciou um dos
  72 dpi       projetos de desenvolvimento e implantação do SIVAM - Sistema de Vigilância da
  20x20cm
               Amazônia, de 1998 a 2003, tendo atuado por 3 anos em Dallas, Texas (Estados
               Unidos). Regularmente publica artigos, apresenta palestras e ministra cursos sobre
temas de gerenciamento de projetos. Atualmente ocupa o cargo de Gerente de Projetos Sênior na
FITec Inovações Tecnológicas, em Belo Horizonte, e a Vice-Presidência de Certificação do capítulo
Minas Gerais do PMI.


                   Ana Liddy C. de Castro Magalhães, DSc (analiddy@fitec.org.br):
   FOTO       Doutora em Engenharia Elétrica pela UFMG; Mestre em Ciência da Computação pela
  72dpi       USP; Especialista em Melhoria de Processos de Software pela UFLA; Bacharel em
  20x20cm
              Ciência da Computação pela UFMG. Atuou como Gerente de Pólo Computacional na
              UNESP, como Gerente de Tecnologia na ATAN Sistemas e como Professora Adjunta
na Faculdade Pitágoras. Atualmente é coordenadora do SPIN-BH, consultora em implantação CMMI
e MPS.BR e Analista da Qualidade Sênior na FITec Inovações Tecnológicas, em Belo Horizonte.


                   Rodrigo Netto Lacerda, MSc, PMP (rnlacerda@fitec.org.br):
   FOTO         Mestre em Ciência da Computação pelo IC/Unicamp; Especialista em Engenharia de
  72dpi         Telecomunicações pelo CPDEE/UFMG; Bacharel em Informática pelo DPI/UFV;
  20x20cm
                Atuou como coordenador e gerente de projetos em diversos projetos relacionados à
                área de implantação de sistemas de Gerência de Redes de Telecomunicações.
Ministrou aulas no curso de graduação de Sistemas de Informação da PUC Minas. Atualmente ocupa
o cargo de Gerente de Projetos na FITec Inovações Tecnológicas, em Belo Horizonte.




I Congresso Brasileiro de Gerenciamento de Projetos – Florianópolis 29 a 31 de março de 2006
www.pmisc.org.br/congresso

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Aperfeiçoando o gerenciamento de projetos em uma instituição de P&D

  • 1. Aperfeiçoando o gerenciamento de projetos em uma instituição de P&D Ivo M. Michalick Vasconcelos (FITec Inovações Tecnológicas) imichalick@fitec.org.br Ana Liddy Cenni de Castro Magalhães (FITec Inovações Tecnológicas) analiddy@fitec.org.br Rodrigo Netto Lacerda (FITec Inovações Tecnológicas) rnlacerda@fitec.org.br Resumo Este artigo visa relatar a experiência pessoal dos autores, integrantes de uma organização voltada para a execução de projetos de pesquisa e desenvolvimento (P&D), na busca de melhoria em seus processos de gerenciamento de projetos. Este processo de aperfeiçoamento foi iniciado há dois anos e ainda se encontra em andamento, tendo sido fortemente inspirado pelo Guia PMBOK e pela família de modelos CMM/CMMI. São apresentadas inicialmente as características relevantes da instituição de P&D e como era a situação geral em termos de processos no início da experiência relatada. Em seguida, são apresentadas as principais medidas integrantes do Plano de Ação proposto pela Diretoria, os pontos mais relevantes deste Plano, os benefícios alcançados e os próximos passos previstos. Palavras-chave: Gerenciamento de Projetos; Metodologia; Guia PMBOK; CMM/CMMI. 1. Introdução Neste início de século a percepção geral sobre gerenciamento de projetos mudou: antes considerado como algo “interessante de se ter”, passou a ser reconhecido atualmente como uma necessidade, fazendo com que organizações que antes se opunham ao uso de técnicas de gerenciamento de projetos passassem a adotar uma postura amplamente favorável (KERZNER (2003)). Isto está acontecendo em praticamente todo o espectro de organizações que atuam com projetos, e é algo especialmente verdadeiro no caso de instituições de pesquisa e desenvolvimento ( P&D). Segundo SATO (2004), “o ambiente de instituições de P&D vem se caracterizando cada vez mais pela grande complexidade dos projetos, devido às mudanças tecnológicas mais rápidas e abruptas, pela necessidade de atender a prazos mais exíguos, pelo maior número de projetos a serem executados simultaneamente (portfólio de projetos) e pela necessidade de se garantir a qualidade dos produtos e/ou serviços gerados. Este ambiente é também fortemente influenciado pela globalização e pela necessidade de as instituições de P&D estarem inseridas em redes de pesquisa nacionais ou internacionais. Portanto, uma excelente gestão de projetos nas instituições de P&D se faz necessária não só por uma questão de competitividade, mas por questão de sobrevivência”. Diante deste cenário cada vez mais competitivo, nos últimos anos instituições de P&D de todo o país vêm investindo fortemente na melhoria de seus processos de gerenciamento de projetos. Como ponto de partida, boa parte delas utiliza o Guia PMBOK (PMI, 2004) e a suíte de modelos CMM/CMMI (VASCONCELOS, 2005). O objetivo deste artigo é descrever o processo de melhoria em gerenciamento de projetos em curso na instituição de P&D com a qual os autores estão associados, iniciado como forma de atender às crescentes exigências do mercado. 2. Características relevantes da instituição de P&D A FITec Inovações Tecnológicas é uma organização jovem, fundada em setembro de 2001, mas que possui mais de 10 anos de experiência em P&D, por ser o resultado da fusão de duas outras fundações: a FGA (Fundação General Alencastro de P&D Tecnológico), criada em Belo Horizonte/MG em 1997, e a FPDIAT (Fundação de P&D em Informática, Automação e Telecomunicações Valdemar Parola), criada em Campinas/SP em 1994. Ambas tiveram atuação efetiva e destacada no desenvolvimento de tecnologia brasileira para centrais telefônicas digitais, públicas e PABX, de pequeno e médio porte, trabalhando em parceria com as empresas nacionais Batik Equipamentos (Belo Horizonte) e Zetax Tecnologia (Campinas). Dentre os principais setores de I Congresso Brasileiro de Gerenciamento de Projetos – Florianópolis 29 a 31 de março de 2006 www.pmisc.org.br/congresso
  • 2. atuação da FITec, destacam-se: Tecnologia da Informação, Telecomunicações, Automação Industrial, Energia e Governo. As principais áreas de competência da FITec são: Engenharia de Software, Engenharia de Sistemas, Engenharia de Hardware, Design Industrial e Gráfico, Engenharia de Produto e Gerência de Projetos de P&D. A organização possui uma política de pessoal que promove a evolução profissional em Y, valorizando e retendo profissionais com alto grau de capacitação técnica. Sua estrutura organizacional segue o modelo matricial forte. 2.1. Situação Geral da Instituição no Início de 2004 Os profissionais que compõem o corpo técnico da FITec encontram-se distribuídos em suas três unidades: Recife, Campinas e Belo Horizonte.No início de 2004, as três unidades contavam no total com aproximadamente 280 profissionais, sendo cerca de 120 graduados e 50 pós-graduados, incluindo 25 mestres e 2 doutores, com a maioria dos profissionais do corpo técnico fluente em inglês. Dos 10 gerentes de projeto integrantes deste corpo de profissionais, nenhum era filiado ao PMI – Project Management Institute - ou detentor da certificação PMP – Project Management Professional, do PMI. Existia inicialmente uma forte concentração de projetos em um cliente multinacional do setor de telecomunicações. O gerenciamento dos projetos era apoiado por ferramenta de propriedade deste cliente, com foco no controle de lançamentos de horas nas atividades planejadas para os projetos. Existiam dois tipos principais de projetos: Tipo 1. Projetos grandes na área de telecomunicações: projetos de duração mais longa (acima de 6 meses), com equipes médias a grandes (acima de 10 pessoas) 100% dedicadas ao projeto e com alto grau de integração entre diferentes áreas operacionais, como Software, Hardware, Engenharia de Produto, Design e Sistema Básico. Tipo 2. Projetos pequenos a médios de P&D: projetos de duração mais curta (4 a 12 meses), com equipes pequenas (abaixo de 10 pessoas) e vários membros com dedicação parcial, atuando simultaneamente em mais de um projeto. Em função da natureza dos projetos, neste caso também existia, na maioria das vezes, alto grau de integração entre diferentes áreas operacionais. 2.2. Situação específica da Unidade Belo Horizonte no Início de 2004 A unidade de Belo Horizonte contava com cerca de 120 colaboradores, com aproximadamente 80% da equipe técnica alocada em projetos do Tipo 1, com gerente de projeto local ou remoto – baseado na unidade de Campinas, em função de proximidade com o principal cliente. A estrutura organizacional era do tipo matricial forte. O restante da equipe técnica era alocada em projetos do Tipo 2, com gerente de projeto local e subordinado a uma gerência funcional, o chamado “coordenador” da estrutura matricial fraca (PMI 2004, p. 30). 2.3. O Desenvolvimento de Projetos de Software e Sistemas O desenvolvimento dos projetos seguia um processo definido internamente, chamado Processo de Desenvolvimento de Software e Sistemas (PDSS), esquematizado na Figura 1. Este encontrava-se relativamente consolidado, estabelecendo um entendimento comum entre as várias equipes envolvidas nos projetos, com áreas operacionais responsáveis por testes e qualidade, uso de processos formais de inspeção de código e de documentação de sistema. Todas as fases do Ciclo de Vida – com suas entradas (resultados de fases anteriores), saídas (resultados que serão entrada de fases posteriores), atividades e responsáveis – estavam muito bem definidas. Apoiando o processo de desenvolvimento, havia um uso intensivo de soluções baseadas em software livre, em especial nas ferramentas Mantis (para gerenciamento de bugs e alterações de escopo) e CVS (para gerenciamento do repositório e de itens de configuração). I Congresso Brasileiro de Gerenciamento de Projetos – Florianópolis 29 a 31 de março de 2006 www.pmisc.org.br/congresso
  • 3. Análise de viabilidade Especificação Processo de Desenvolvimento de Sistemas Requisitos 1 F1 Teste Sistema Arquitetura 2 Implementação SW PTI FA Low Level Cod. SW TI SW & F4 3 Para cada Mod SW Para cada Deliverable HW, SW, PY High Level F2 HW F3 F5 Eletro Mecânico Aceitação Teste Hands Off Cliente Campo Figura 1. Ciclo de Vida de Desenvolvimento de Sistema 3. Decisões tomadas pela Diretoria no início de 2004 Procurando atender a solicitações do cliente principal, e ao mesmo tempo buscando ampliar sua atuação no mercado, ingressando em novas áreas e conquistando novos clientes, a Diretoria da organização decidiu implantar um programa de melhoria geral de longo prazo. O QMEP – Quality Maturity Enhancement Program – foi então criado, com o objetivo de implementar a cultura de qualidade na Organização, buscar as credenciais CMM/CMMI (SEI 2006) e ISO 9001:2000 (ABNT 2000) e, dessa forma também, incorporar as oportunidades de melhoria para atender ou superar as expectativas dos clientes. Em função deste programa, foram tomadas de imediato (entre abril e setembro de 2004), algumas ações relevantes: 1. Contratação de um gerente de projetos com certificação PMP, que ficou responsável por gerenciar o QMEP; 2. Criação de uma Diretoria de Projetos, no mesmo nível hierárquico das demais diretorias da organização. Todos os gerentes de projeto, bem como grande parte do corpo técnico, passaram a estar alocados nesta diretoria, reforçando a estrutura matricial; 3. Estruturação formal da Gerência da Qualidade Corporativa e contratação de equipe qualificada e dedicada, subdividida em: – Assessoria de Qualidade Corporativa, responsável pela definição da política da qualidade e implementação do Sistema de Gestão da Qualidade para atendimento à norma ISO 9001:2000; – Assessoria da Qualidade de Desenvolvimento, responsável pela condução de trabalhos visando à obtenção de avaliações oficiais bem sucedidas nos modelos da família CMM/CMMI e formação do grupo de Garantia da Qualidade; – Assessoria de Qualidade do FITLab (laboratório de ensaios para equipamentos de telefonia); I Congresso Brasileiro de Gerenciamento de Projetos – Florianópolis 29 a 31 de março de 2006 www.pmisc.org.br/congresso
  • 4. 4. Estruturação formal da área de Gerência de Configuração e Mudança e formação do grupo de gerência de configuração, independente da área de desenvolvimento de software; 5. Contratação de uma consultoria externa para apoio à implantação de um programa de melhoria de processos baseado nos modelos SW-CMM/CMMI nas 3 unidades da empresa; 6. Criação de grupos internos responsáveis pela elaboração dos processos aderentes ao nível 2 do modelo SW-CMM. Por uma decisão de estratégia de negócios e questões operacionais dos projetos, foram definidas duas Organizações a serem avaliadas: Recife e Campinas/Belo Horizonte. A implantação foi iniciada em Recife – culminando em uma bem sucedida avaliação no Nível 2 em março de 2005 – e em seguida em Belo Horizonte e Campinas, partindo-se inicialmente dos processos definidos para Recife, mas buscando as adequações necessárias à realidade da Organização Campinas/Belo Horizonte; 7. Criação e qualificação do grupo de auditores internos ISO 9001:2000 e SW-CMM e estabelecimento de um sistema para tratamento de ações corretivas e preventivas; 8. Realização de programas de treinamentos específicos (com foco em melhoria de processos) e pesquisas de satisfação interna; 9. Atenção maior aos clientes, com realização de pesquisas de satisfação visando identificar pontos fortes e oportunidades de melhoria; 10. Definição de um Plano de Comunicação Corporativa, de forma a melhor integrar as três unidades e garantir um tratamento adequado das informações; 11. Implantação de um Programa de Capacitação e Aperfeiçoamento em Gerenciamento de Projetos: a partir da criação deste programa, a empresa passou a providenciar treinamento gerencial para seus gerentes de projeto, com foco inicial na obtenção da certificação PMP do PMI, com patrocínio da organização. 4. Pontos relevantes do processo de melhoria implantado na Organização Campinas/Belo Horizonte Para a condução do programa de melhoria geral de longo prazo para a Organização Campinas/Belo Horizonte, a Diretoria da organização decidiu pela adoção das seguintes medidas: 1. Um gerente de projetos filiado ao PMI e com certificação PMP foi definido como coordenador do grupo responsável pela elaboração dos processos da KPA (Key Process Area - Área-Chave de Processo) SPP (Software Project Planning - Planejamento de Projeto de Software). Esta medida visava garantir que os processos definidos estariam alinhados às melhores práticas definidas no Guia PMBOK, padrão e corpo de conhecimento das melhores práticas em gerenciamento de projetos publicado e mantido pelo PMI. 2. A ferramenta interna de gerenciamento de projetos recebeu melhorias visando adequá-la às necessidades dos processos de gerenciamento sendo definidos. 3. Foi instituído um processo formal próprio para a realização de estimativas de tamanho, esforço e custos de projetos, adaptado a partir da metodologia Use Case Points (SMITH 1999). 4. Foi instituído um processo formal de elaboração e aprovação (pela Diretoria) de propostas de novos projetos, sejam estes internos ou externos (a serem encaminhados e aprovados por clientes da organização). 5. Foram instituídos processos formais de Iniciação e Encerramento de projetos, apesar destes não serem exigidos pelo modelo SW-CMM. A principal motivação foi a importância dada a estes processos pela comunidade de gerenciamento de projetos, confirmada pelo destaque dado no Guia PMBOK a estes grupos de processos. Nenhum projeto é iniciado na organização sem ter um Termo de Abertura de Projeto (Project Charter) devidamente aprovado pela Gerência Sênior, nomeando o gerente do projeto e definindo os objetivos a serem alcançados ao longo da execução do projeto. Além de difundir para toda a organização a existência do projeto, o Termo de Abertura de Projeto outorga ao gerente de projeto os devidos poderes para a sua execução. 6. Aumento significativo do número de gerentes de projeto detentores da certificação PMP. 7. Em função da definição de um processo formal de acompanhamento de projetos, que provê uma visão específica,mais global, do andamento dos projetos para a alta gerência, a organização passou a ter uma visão padronizada da situação de todos os projetos em andamento, sob a forma I Congresso Brasileiro de Gerenciamento de Projetos – Florianópolis 29 a 31 de março de 2006 www.pmisc.org.br/congresso
  • 5. de um relatório periódico de acompanhamento apresentado pela área de Gerenciamento de Projetos à Diretoria. 8. A área de Gerenciamento de Projetos foi contemplada com diversos recursos importantes, como: – Plano de treinamento específico que, além da preparação para a certificação PMP, prevê treinamentos em língua inglesa, estratégias de negociação e ferramentas de gerenciamento de projetos; – Verba para aquisição de livros e periódicos voltados para o gerenciamento de projetos; – Disponibilização de recursos como notebooks, software de gerenciamento de contatos telefônicos e terminais telefônicos hands free, facilitadores das atividades de gerenciamento de projetos; – Alocação física dos gerentes de projeto em áreas próximas e/ou comuns, facilitando a troca de informações; – Incentivo aos Gerentes de Projeto para a publicação de artigos em revistas ou eventos da área, bem como para apresentação de palestras; – Contratação de um estagiário para a área de Gerenciamento de Projetos de cada unidade, para apoiar algumas das atividades mais rotineiras dos gerentes de projeto, permitindo a estes uma maior dedicação à comunicação com os clientes e com as equipes de projetos; – Instituição de mecanismos que permitem a qualquer gerente de projetos obter uma visão tática da situação de qualquer projeto em andamento (“Diários de Bordo”), através da manutenção de registros de projeto em repositório compartilhado e da realização de reuniões periódicas entre os gerentes de projeto de cada unidade, para troca de experiências, apoio na resolução de problemas, avaliação conjunta de riscos de projetos e coleta de lições aprendidas. Uma das vantagens desta estratégia é o processo menos traumático e turbulento de substituição temporária de um determinado gerente de projeto, seja em função de férias, licença médica, ou de redimensionamento da carga de trabalho entre os gerentes de projetos. 5. Principais benefícios alcançados Entre os principais benefícios que foram alcançados nestes dois anos decorridos desde o início do Programa de Melhoria, destacam-se: 1. A Diretoria passou a ter uma visão mais clara da situação de cada projeto, de forma que problemas potenciais passaram a ser identificados e endereçados mais cedo, aumentando a probabilidade de uma solução satisfatória; 2. Redução no número de false starts, graças ao processo formal de Iniciação; 3. Remoção, no Sistema de Gerenciamento de Projetos, de registros relativos a projetos encerrados de fato, mas que não haviam sido encerrados formalmente; 4. Reforço da posição do gerente de projetos dentro da organização, graças às mudanças estruturais e ao programa de capacitação em gerenciamento de projetos; 5. Aproximação dos gerentes de projeto da Organização com a comunidade de gerenciamento de projetos em geral, dando maior visibilidade à Organização nos mercados locais. 6. Certificação PMP alcançada por grande parte da equipe de gerentes de projetos, em especial na unidade de Belo Horizonte, onde atualmente todos os gerentes de projetos são detentores desta credencial. 6. Próximos passos Entre as principais ações previstas para a continuação do programa de melhoria, destacam-se: 1. Aperfeiçoar e consolidar ainda mais os processos em andamento; 2. Buscar uma maior troca de experiências entre os gerentes de projetos das três unidades, de forma a aperfeiçoar e eventualmente unificar os processos de gerenciamento de projetos utilizados nas diferentes unidades da organização; I Congresso Brasileiro de Gerenciamento de Projetos – Florianópolis 29 a 31 de março de 2006 www.pmisc.org.br/congresso
  • 6. 3. Formalizar um processo de avaliação de desempenho dos colaboradores, por meio de preparação e acompanhamento de Planos Individuais de Treinamento, bem como da avaliação de objetivos de projeto, com insumos sendo providos pelos gerentes de projeto e funcionais; 4. Formalizar um processo de avaliação de desempenho de projetos, que permita uma distribuição justa de uma parcela dos resultados de projetos bem sucedidos entre os membros da equipe em particular e entre os demais integrantes da organização em geral; 5. Implantar um processo de gerenciamento de portfólio de projetos, apoiado por um banco de dados com informações históricas sobre os projetos previamente executados na organização; 6. Credenciar 100% dos gerentes de projeto com a certificação PMP do PMI; 7. Atuar em conjunto com a Área de Qualidade em todas as iniciativas de melhoria de processo em andamento, com vistas à obtenção de avaliações bem sucedidas nos níveis superiores do modelo CMMI (3, 4 e 5), com foco nas áreas de processo ligadas a gerenciamento de projetos; 8. Avaliar a possibilidade de implantação de um PMO (Project Management Office – Escritório de Gerenciamento de Projetos – ENGLUND (2003)) em cada unidade, considerando-se que já existe metodologia, gerentes de projeto capacitados e uma estrutura de apoio preliminar. 9. Consolidar a imagem da organização como um centro de excelência em gerenciamento de projetos de inovação tecnológica. 7. Considerações finais Nestes dois anos de processo de melhoria contínua em gerenciamento de projetos, a instituição de P&D já conseguiu alcançar resultados bastante satisfatórios: maior transparência e previsibilidade nos resultados dos projetos executados; melhoria dos índices de satisfação dos clientes e profissionais da instituição e aumento da competitividade no mercado local e internacional. Mas ainda há muito a ser feito. Uma avaliação informal com base no MMGP – Modelo de Maturidade em Gerenciamento de Projetos (PRADO, 2003), situa a organização num patamar entre os níveis 2 e 3 numa escala que vai de 1 a 5. Dentre outras ações, mostra-se necessário melhorar e estabilizar os processos definidos na metodologia de gerenciamento de projetos, alinhá-la totalmente com os objetivos de negócios da organização e manter uma banco de dados de histórico de projetos encerrados que sirva como ferramenta de apoio ao planejamento de novos projetos. Os autores esperam que a divulgação deste trabalho sirva de incentivo para colegas de outras instituições de P&D para que façam investimento semelhante e reforcem suas redes locais de relacionamento de forma a aumentar sua competitividade no mercado global. Dentro da organização, esperam que a divulgação dos bons resultados obtidos até o momento sirva de incentivo para manutenção e aperfeiçoamento do programa de melhoria. 8. Referências bibliográficas ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. Sistemas de Gestão da Qualidade – Requisitos (NBRISO9001). Rio de Janeiro: ABNT, 2000. ENGLUND, Randall L.; Graham, Robert J,; Dinsmore, Paul C.. Creating the Project Office. First Edition. San Francisco, CA: Jossey Bass, 2003. KERZNER, Harold. “Project Management – A Systems Approach to Planning, Scheduling and Controlling”. Eight Edition. Hoboken, NJ: Wiley, 2003. pp. Xix. PMI – Project Management Institute. Um Guia do Conjunto de Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos (Guia PMBOK). Terceira Edição. Newtown Square, PA: PMI, 2004, 384 pp. PMI – Project Management Institute. Certification Project Management Professional Overview. Available: http://www.pmi.org/prod/groups/public/documents/info/pdc_pmp.asp [04 fev. 2006]. PRADO, Darci. Gerenciamento de Projetos nas Organizações. 2ª. Edição. Belo Horizonte, MG: EDG, 2003. SATO, Carlos E. Y.; Dergint, Dario E. A.. A utilização do escritório de projetos para a gestão de projetos tecnológicos em instituições de pesquisa e desenvolvimento (P&D); 4º Congresso ABIPTI 2004 – Tecnologias para inclusão social: o papel dos sistemas de Ciência, Tecnologia e Inovação; Belo Horizonte (MG); 28 a 30 de abril; Congresso ABIPTI 2004: Brasília, 2004: anais, pp. 44 (resumo). I Congresso Brasileiro de Gerenciamento de Projetos – Florianópolis 29 a 31 de março de 2006 www.pmisc.org.br/congresso
  • 7. SEI – Software Engineering Institute. CMMI Main Page. Available: http://www.sei.cmu.edu/cmmi/ [06 fev 2006] SMITH, John (1999). The Estimation of Effort Based on Use Cases. Rational Software. Available: http://www.bfpug.com.br/Artigos/UCP/Smith-The_Estimation_of_Effort_Based_on_Use_Cases.pdf [04 fev 2006]. VASCONCELOS, Ivo M. M.; Magalhães, Ana Liddy C. de Castro; Rouiller, Ana Cristina. CMMI e Gerenciamento de Projetos de Software. Revista Mundo PM, edição nro. 4.. Curitiba, editora Mundo, 2004. pp. 68-73. 9. Autores Ivo M. Michalick Vasconcelos, MSc, PMP (imichalick@fitec.org.br): FOTO Bacharel e mestre em Ciência da Computação pelo DCC/UFMG. Gerenciou um dos 72 dpi projetos de desenvolvimento e implantação do SIVAM - Sistema de Vigilância da 20x20cm Amazônia, de 1998 a 2003, tendo atuado por 3 anos em Dallas, Texas (Estados Unidos). Regularmente publica artigos, apresenta palestras e ministra cursos sobre temas de gerenciamento de projetos. Atualmente ocupa o cargo de Gerente de Projetos Sênior na FITec Inovações Tecnológicas, em Belo Horizonte, e a Vice-Presidência de Certificação do capítulo Minas Gerais do PMI. Ana Liddy C. de Castro Magalhães, DSc (analiddy@fitec.org.br): FOTO Doutora em Engenharia Elétrica pela UFMG; Mestre em Ciência da Computação pela 72dpi USP; Especialista em Melhoria de Processos de Software pela UFLA; Bacharel em 20x20cm Ciência da Computação pela UFMG. Atuou como Gerente de Pólo Computacional na UNESP, como Gerente de Tecnologia na ATAN Sistemas e como Professora Adjunta na Faculdade Pitágoras. Atualmente é coordenadora do SPIN-BH, consultora em implantação CMMI e MPS.BR e Analista da Qualidade Sênior na FITec Inovações Tecnológicas, em Belo Horizonte. Rodrigo Netto Lacerda, MSc, PMP (rnlacerda@fitec.org.br): FOTO Mestre em Ciência da Computação pelo IC/Unicamp; Especialista em Engenharia de 72dpi Telecomunicações pelo CPDEE/UFMG; Bacharel em Informática pelo DPI/UFV; 20x20cm Atuou como coordenador e gerente de projetos em diversos projetos relacionados à área de implantação de sistemas de Gerência de Redes de Telecomunicações. Ministrou aulas no curso de graduação de Sistemas de Informação da PUC Minas. Atualmente ocupa o cargo de Gerente de Projetos na FITec Inovações Tecnológicas, em Belo Horizonte. I Congresso Brasileiro de Gerenciamento de Projetos – Florianópolis 29 a 31 de março de 2006 www.pmisc.org.br/congresso