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Alergia AlimentarAlergia Alimentar
Tainara Queiroz Oliveira
R3 – Gastroenterologia Pediátrica
08 de Maio de 2014
ConceitosConceitos
 As reações adversas aos alimentos podem ser classificadas em:
- reações tóxicas;
- intolerância;
- hipersensibilidade (alergia).
 Define-se como Alergia Alimentar (AA) uma reação adversa à proteína
alimentar, mediada por mecanismos imunológicos.
 Os alérgenos alimentares mais comuns são leite de vaca, soja, ovos, trigo,
amendoim, nozes, peixes e frutos do mar, sendo estes responsáveis por ~
90% do casos de AA.
ConceitosConceitos
TÓXICA NÃO TÓXICA
Alergia
Intolerância
Não-
imunomediada
Enzimática
Farmacológica
Não Definida
Não-IgE-mediada
IgE-mediada
Imunomediada
REAÇÕES ADVERSAS AOS ALIMENTOSREAÇÕES ADVERSAS AOS ALIMENTOS
ConceitosConceitos
REAÇÕES ADVERSAS AOS ALIMENTOSREAÇÕES ADVERSAS AOS ALIMENTOS
Classificação de Gell e Coombs
-Reações medidas por IgE ou Imediatas (tipo I) – Na APLV, prevalência 50-60%
-Reações não-mediadas por IgE ou tardia (tipo IV) – Na APLV, prevalência 40-50%
-Reações mistas (ex: dermatite atópica, esofagite eosinofílica, asma)
EpidemiologiaEpidemiologia
 Apesar das dificuldades diagnósticas, admite-se que a prevalência de
alergia alimentar é maior em lactentes e crianças (6-8%) e decresce com
a idade, acometendo cerca de 4% dos adultos.
 Nos últimos anos, houve um aumento da prevalência de doenças
atópicas. Fatores ambientais podem estar envolvidos:
- Modo de preparo dos alimentos;
- Aumento do uso de antiácidos;
- Exposição a cremes medicinais contendo alérgenos alimentares;
- Hipótese da higiene (favorecimento da resposta Th2)
 O desafio diagnóstico:
- Coorte do Reino Unido (Ilha Wight) – 969 lactentes.
- Percepção dos pais : Monitorizar reação alérgica aos alimentos (entrevista telefônica)
 14,2% dos lactentes aos 3 meses;
 9,1% aos 6 meses;
 7,2% aos 12 meses.
Com 1 ano, realizou-se o teste cutâneo, que foi positivo em 2,2% dos lactentes (alérgenos
mais frequentes: ovo, amendoim, leite de vaca, peixe e gergelim). O teste de
desencadeamento duplo-cego controlado por placebo foi positivo em 3,2%.
EpidemiologiaEpidemiologia
Venter C, et al. J Allergy Clin Immunol 2006
Venter C, et al. J Allergy Clin Immunol 2006
História NaturalHistória Natural
 Nos casos de APLV , a maioria dos casos não IgE-mediados tornam-se
tolerantes em torno dos 3 anos de idade; e entre os pacientes com APLV
IgE mediada , cerca de 10-25% permanecem alérgicos e cerca de 50%
deles desenvolvem sensibilização para outros alérgenos.
 A maioria das crianças com alergia ao ovo também desenvolve tolerância
ao final da infância, com exceção daquelas que apresentam altos títulos
de IgE.
 A alergia ao amendoim e à nozes tende a permanecer por toda a vida.
Apenas 10-20% dos casos desenvolvem tolerância.
 Depende do alimento e da patogênese da doença.
 Alergia IgE-mediada:
- Leite de vaca: 85% desenvolvem tolerância aos 8 anos (Saarinen et al JACI 2005)
- Ovo: 66% desenvolvem tolerância 5 anos (Bovano-Martinez et al JACI 2002)
- Amendoim: 20% podem desenvolver tolerância (Fleischer et al JACI 2004)
- Castanhas e frutos do mar caracteristicamente persistem;
 A diminuição e os níveis de IgE específica podem ser preditivos.
 Alergia não IgE-mediada
- Quadros em lactentes melhoram entre 1 e 3 anos (desenvolvem tolerância mais
precocemente que aqueles casos de APLV IgE-mediada).
História NaturalHistória Natural
Desenvolvimento de Tolerância
História NaturalHistória Natural
A alergia alimentar à frutos do mar tende a persistir......
História NaturalHistória Natural
RINITE ALÉRGICA
ASMA
DERMATITE
ATÓPICA
ALERGIA ALIMENTAR
História NaturalHistória Natural
Apresentação Clínica Prevalência de AA
Anafilaxia 35 - 55 %
Síndrome da Alergia Oral 25 - 75% em pacientes alérgicos a pólens
Dermatite Atópica 35% em crianças (raros em adultos)
Urticária
20% nos quadros agudos (raros nos quadros
crônicos)
Asma
5 - 6% em crianças asmáticas com alergia
alimentar
Rinite Crônica Raro
PatogênesePatogênese
ALERGIA ALIMENTAR x TOLERÂNCIA
Susceptibilidade genética Fatores ambientais
Tipos de antígeno Fatores bacterianos
Apresentação de
antígenos
Co-estimulação de
moléculas
Resposta Th1 X
Th2
PatogênesePatogênese
TOLERÂNCIA
Resposta imune
Celular
Não IgE-mediada
Humoral
IgE-mediada
Th1
Th2
- Proteínas alergênicas
- Infecções gastrointestinais
- Aumento da permeabilidade da mucosa
- Alteração da microbiota
- Redução da acidez gástrica
- Deficiência IgA
- História familiar de atopia
- Baixo nível TGF-beta
- Tendência genética para Th2
- Aleitamento materno
- Baixo consumo de proteínas alergênicas
- Microbiota, prebióticos, probióticos
- Barreira intestinal íntegra
- Produção de IgA secretória
- TGF-beta, IL-10, células T regulatórias
- Redução de resposta Th2
- CAA com baixa expressão de moléculas
 Fatores que influenciam no potencial alergênico das proteínas alimentares:
- Tamanho
- Estabilidade
- Epítopos lineares X Epítopos conformacionais
- Processamento dos alimentos
 O conceito de “reatividade cruzada”
 Fatores de defesa
- Mecanismos inespecíficos: barreira epitelial intestinal, ácido gástrico.
- Mecanismos específicos: IgA, CAA, células T regulatórias, equilíbrio Th1
eTh2
PatogênesePatogênese
PatogênesePatogênese
Composição proteica dos alimentos mais comumente relacionados a AA.
Formas clínicas de alergia alimentarFormas clínicas de alergia alimentar
Formas clínicas de alergia alimentarFormas clínicas de alergia alimentar
Formas clínicas de alergia alimentarFormas clínicas de alergia alimentar
LactentesLactentes
Pré-escolaresPré-escolares
EscolaresEscolares
Proctocolite, enterocolite, enteropatia
Refluxo gastroesofágico
Cólicas do primeiro trimestre
Constipação intestinal
Gastroenteropatia/esofagite eosinofílica
Hipersensibilidade gastrointestinal imediata
Constipação intestinal
Síndrome da alergia oral
Esofagite eosinofílica
 Síndrome de alergia oral:
- Trata-se de uma reação imediata, mediada por IgE.
- Inclui os pacientes alérgicos à pólens, nos quais os
sintomas podem ser desencadeados após o contato
com frutas, verduras e legumes crus.
- A sensibilização ocorre pela via respiratória (classe II).
- Frutas com reação cruzada com látex (banana, kiwi).
- Manifestações ocorrem logo após o contato com o
alérgenos: angioedema, prurido, formigamento da
língua, obstrução de vias aéreas. Mais comum em
crianças maiores.
Formas clínicasFormas clínicas
Formas clínicasFormas clínicas
 Alergia gastrointestinal imediata:
- Caracteriza-se pelo desencadeamento de dor abdominal, náuseas,
vômitos e/ou diarreia logo após ingestão do alérgeno.
- Sinônimos: Hipersensibilidade gastrointestinal imediata.
Anafilaxia gastrointestinal
- Mecanismo: mediado por IgE.
- Em muitos casos, descreve-se a concomitância com outras
manifestações atópicas, como urticária e sintomas respiratórios.
Formas clínicasFormas clínicas
 Enterocolite:
- Reação intermediária, não mediada por IgE. Comumente relacionada a PLV, mas também
pode ocorrer por soja e peixe. Os sintomas, em geral, se apresentam no 1º ano de vida,
mais comumente entre um e cinco meses após introdução da PLV.
- Os sintomas se iniciam 1 – 3h após a ingestão do alérgeno, caracterizando-se por
náuseas, vômitos profusos, hipotonia e diarreia mucossanguinolenta. Pode evoluir com
desidratação e acidose metabólica.
- Como não se trata de uma hipersensibilidade mediada pela IgE, os testes alérgicos
podem ser negativos e o diagnóstico baseia-se nos dados clínicos.
Formas clínicasFormas clínicas
 Proctite/Proctocolite:
- Reação intermediária ou tardia, não mediada por IgE.
- Acometem especialmente RNs e lactentes nos primeiros 3 meses
de vida, estando 50% deles em ALM exclusivo.
- A sensibilização é induzida pela β-lactoglobulina, uma proteína
do LV presente no LM de mães que ingerem leite de vaca.
- Quadro de enterorragia isolada, com estado geral satisfatório e
ganho de peso adequado.
Formas clínicasFormas clínicas
 Enteropatia alérgica:
- Reação tardia, não mediada por IgE, usualmente decorrente da APLV ou soja.
Ocorre mais frequentemente nos primeiros meses de vida, após o desmame.
- As manifestações podem se tornar evidentes dias, semanas ou até mais de um mês
após introdução dos alérgenos. Pode se instalar um quadro de má absorção, de
início insidioso, com diarreia crônica. Pode haver associação com colite.
- Diagnóstico diferencial com doença celíaca: quantidade de LIE, anticorpos, HLA.
Manifestações gastrointestinais não-Manifestações gastrointestinais não-
mediadas por IgEmediadas por IgE
Nowak-Wegrzyn et al Pediatrics 2003
Zapatero Remon L et al. Allergol Immunopathol 2005
Formas clínicasFormas clínicas
 Outras manifestações gastrointestinais:
DRGE:
- A prevalência de APLV em pacientes com DRGE é de difícil avaliação entre os estudos, devido
aos diferentes critérios diagnósticos.
- Frequências variáveis entre 16-42% dos pacientes com DRGE. Entretanto, em 80% dos casos,
o mecanismo não é mediado por IgE (dificuldade diagnóstica).
- Diretrizes ESPGHAN/ NASPGHAN, 2012: Teste terapêutico com FeH ou FAA por 2-4 semanas
em lactentes com sintomas compatíveis com DRGE, sem resposta aos tratamentos habituais.
Ferreira CT, Carvalho E, Sdepanian VL, Morais MB, Vieira MC, Silva LR. Gastroesophageal reflux
disease: exaggerations, evidence and clinical practice. J Pediatr (Rio J). 2014
Ferreira CT, Carvalho E, Sdepanian VL, Morais MB, Vieira MC, Silva LR. Gastroesophageal reflux disease: exaggerations, evidence and clinical
practice. J Pediatr (Rio J). 2014
Formas clínicasFormas clínicas
 Outras manifestações gastrointestinais:
DRGE:
- Diante de tais dificuldades, quais quadros se deve atentar para a possibilidade de APLV associada a
sintomas de refluxo (DRGE secundário a APLV):
 DGRE não responsivo
 DRGE com dermatite atópica associada
 Sinais de colite
 Manifestações respiratórias
 Outras manifestações gastrointestinais:
Constipação Intestinal:
- A constipação intestinal como manifestação de APLV ganhou destaque em 1995– Estudo italiano mostrou que
68% dos casos de constipação crônica refratária melhoraram após dieta de exclusão.
- Em 2001, Daher e cols., em São Paulo, investigaram 25 crianças com idades que variaram de 3 meses a 11
anos que sofriam de constipação funcional e constataram que em 7 (28%) delas a constipação se resolveu
quando o leite de vaca foi retirado da dieta por um período de 4 semanas, e, reapareceu dentro das primeiras
48-72 horas após a reintrodução do leite de vaca na dieta.
Formas clínicasFormas clínicas
Iacono G, et al. N Engl J Med 1998.
Daher S, et al. Pediatr Allergy Immunol 2001
 Manifestações extragastrointestinais:
Dermatite Atópica:
Formas clínicasFormas clínicas
Werfel T, et al. Allergy 2007
 Manifestações extragastrointestinais:
Dermatite Atópica:
- Alguns dados reforçam a participação da alergia alimentar na gênese da DA:
 o quadro moderado a grave de DA em criança e grave no adulto;
 a suspeita de agravamento da doença após ingestão de determinado alimento.
- O mecanismo pelo qual a alergia alimentar se manifesta como DA é misto, portanto, nem sempre
os exames complementares são esclarecedores.
- Lembrar que, em algumas séries, o ovo foi o alérgeno responsável por mais de dois terços das
reações em pacientes com DA.
Formas clínicasFormas clínicas
J Invest Allergol Clin Immunol 2009
 Manifestações extragastrointestinais:
Dermatite herpetiforme:
- Caracteriza-se pela presença de lesões pápulo-
vesiculares crônicas em áreas extensoras, sobretudo
cotovelos, joelhos e região glútea.
- É mediada por células (linfócitos T).
- Comumente associada à enteropatia glúten-induzida
assintomática.
Formas clínicasFormas clínicas
Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar 2007
Formas clínicasFormas clínicas
 Manifestações extragastrointestinais:
Sintomas respiratórios:
- Isoladamente, são muito raros como manifestação de alergia alimentar. Sintomas nasais e
dispneia, podem ocorrer no contexto da anafilaxia. A presença prévia de asma tem sido um
indicativo de maior gravidade da reação alérgica alimentar.
- Exposição: tipicamente por ingestão. Eventualmente, pela inalação de partículas alimentares
em suspensão.
- O papel da alergia alimentar nas otites médias é controverso e raro.
- Cabe ressaltar que a AA em lactentes jovens é considerada fator de risco para o
desenvolvimento de atopia respiratória.
Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar 2007
DiagnósticoDiagnóstico
 História clínica
O que investigar?
Alimento(s) suspeito (s) e época da introdução do mesmo
Tempo entre a ingestão do alimento e o surgimento de sintomas
A menor quantidade ingerida que é capaz de provocar sintomas
Frequência e reprodutibilidade das reações
Fatores associados às reações adversas
Época da última reação
Descrição de sinais de outras manifestações atópicas
História familiar
DiagnósticoDiagnóstico
Pediatr Allergy Immunol 2009
DiagnósticoDiagnóstico
 História clínica
Diagnósticos diferenciais?
Intolerâncias alimentares
Alterações anatômicas do TGI
Erros inatos do metabolismo
Doença celíaca
Fibrose cística
Insuficiência pancreática
Linfangiectasia intestinal
Imunodeficiências
Infecções
DiagnósticoDiagnóstico
 Exames complementares
Como investigar?
Dosagem da IgE sérica específica (RAST/ ImmunoCAP)
Teste cutâneo de hipersensibilidade imediata (Prick test)
Teste atópico de contato (Patch test)
Teste de desencadeamento oral (aberto e fechado)
- Teste de provocação duplo-cego controlado por placebo (Gold Standard)
Endoscopia com biópsias
Liberação de histamina após ingestão do alimento suspeito
 Dosagem de IgE sérica específica:
- São testes que identificam apenas sensibilização IgE-
mediada e não necessariamente doença alérgica.
- Métodos: radioimunoensaio (RAST®) e ensaio enzimático
fluorescente (ImmunoCAP®)
- O resultado quantitativo é dado em kUI/L e por classes. A
sensibilização é considerada a partir da classe 3.
- Pode ocorrer reatividade cruzada entre diferentes
proteínas (pela homologia na sequência de aminoácidos).
- Vantagens em relação ao teste cutâneo: risco de reações
anafiláticas, lesões cutâneas (DA grave) e pacientes em
uso de anti-histamínicos
Exames complementaresExames complementares
Exames complementaresExames complementares
 Teste de Punctura (Prick Test):
- Trata-se de um teste cutâneo que avalia a presença de anticorpos IgE específicos
(pesquisa de anticorpos IgE específicos in vivo). Portanto, avalia hipersensibilidade
imediata.
- Se existe sensibilização, a liberação de histamina pelos mastócitos cutâneos
ativados leva à formação de pápulas locais, o que indica a presença de IgE
específica.
- A leitura é realizada 15 min após a aplicação do alérgeno. Considera-se positivo
quando ocorre formação de pápula de induração ≥ 3mm. Resultados altamente
positivos (≥ 8-10mm), em geral, se relacionam a maior reatividade clínica.
- Prick to prick: uso de alérgeno in natura (maior efetividade para detectar
sensibilização alimentar).
Exames complementaresExames complementares
Exames complementaresExames complementares
 Teste de Punctura (Prick Test):
- Para o diagnóstico de AA mediada por IgE, VPP
baixo (50%) e VPN alto (>95%).
- Assim, a aplicabilidade clínica do prick é maior para
afastar alergia alimentar IgE mediada, se o resultado
for negativo.
- Para os casos de AA com mecanismo
fisiopatológicos mistos (ex: Esofagite Eosinofílica),
pode ser útil para identificar agentes causais.
- Desvantagens: contra-indicado nos casos de
anafilaxia; risco de falso-negativo (uso de anti-
histamínicos e antidepressivos tricíclicos); risco de
falso positivo (DA, dermografismo evidente)
Exames complementaresExames complementares
 Teste atópico de contato (Patch Test):
- Pode ser utilizado para a investigação de quadros
não IgE-mediados ou mistos (reações tardias).
- O alimento é aplicado por 48h sobre a pele. Após a
remoção, são realizadas duas avaliações (20 min /
24-48h). Considera-se positivo se aparecerem
eritema, pápula ou vesículas no local de contato.
- Comparado com o prick test, é mais específico e
menos sensível. O VPN é de 90%, exceto para o
leite (60%).
- Devido à falta de padronização, ainda não é
realizado rotineiramente.
Exames complementaresExames complementares
 Endoscopia Digestiva Alta c/ biópsias:
- Nos casos de alergia não IgE-mediadas, os exames para pesquisa de IgE não auxiliam
no diagnóstico. As biópsias visam realização de diagnóstico diferencial e contagem de
eosinófilos:
Segmento/ nº máx de
eosinófilos
Lâmina própria Superfície epitelial
Epitélio –
criptas/glândulas
Esôfago NA 1 NA
Antro 8 0 1
Fundo 11 0 1
Duodeno 26 2 6
Íleo 28 4 4
Cólon asc 50 3 11
Cólon desc 42 4 4
Reto 32 2 9
DeBrosse, et al. Pediatr Dev Path. 2006
Exames complementaresExames complementares
 Endoscopia Digestiva Alta c/ biópsias:
- Isoladamente, não faz diagnóstico de AA. De acordo com a clínica e o
segmento biopsiado, poderá ser considerada como doença eosinofílica
digestiva.
Esofagite eosinofílica: ≥ 15 eosinófilos/CGA
Gastroenterite eosinofílica: ≥ 20 eosinófilos/CGA
Colite eosinofílica: ≥ 20 eosinófilos/CGA
Abordagem diagnósticaAbordagem diagnóstica
 Teste de provocação/desencadeamento oral:
- Diante da suspeita de AA, a eliminação do antígeno suspeito faz parte investigação
diagnóstica. Se não há melhora com a retirada, não é AA ou pode estar havendo escape da
dieta. Se a dieta tem sucesso, a provocação está indicada para confirmação diagnóstica.
- Aplicabilidade: diagnóstico e avaliação do desenvolvimento de tolerância.
- Considerar o melhor momento para realização do mesmo.
- Tipos:
 Aberto (não tem placebo)
 Simples-cego
 Duplo-cego e controlado por placebo  Padrão-ouro
Abordagem diagnósticaAbordagem diagnóstica
 Teste de provocação/desencadeamento oral:
- Os pacientes devem estar em restrição do alimento suspeito por, pelo menos, 2 semanas,
estáveis em termos de sintomas alérgicos e sem doenças agudas. Os anti-histamínicos
devem ser descontinuados 72hs antes.
- Como proceder?
1) Oferecer doses progressivas a cada 15-30 min, durante 1-2h, reavaliando sinais/sintomas.
2) O desafio deve iniciar com 1g (1mL) ou menos do alimento.
3) O esquema clássico consiste em dividir a dose total em 3-6 doses (ex: 1,10,25, 50,100mL).
4) Considerar doses menores e maiores intervalos em crianças com risco de reações graves.
5) Manter paciente no hospital por mais 2h após administração da última dose.
6) Orientar quanto aos sinais tardios e follow-up de uma semana.
7) AA com manifestações não IgE-medidas: período de observação de 30 dias.
TPODCPC é o método de escolha para protocolos científicos;
TPODCPC é o método de escolha para avaliação de reações tardias como
dermatite atópica, reações gastrintestinais isoladas ou urticária crônica.
TPODCPC é o único método para avaliar de maneira convincente as queixas
subjetivas induzidas por alimentos como: síndrome crônica de fadiga, enxaqueca,
queixas articulares.
Pacientes com alergia a pólen e síndrome de alergia oral como seu devem ser
submetidos ao teste TPODCPC em casos selecionados: por exemplo casos com
discrepância entre a anamnese e o resultado dos testes in vivo ou in vitro
Abordagem diagnósticaAbordagem diagnóstica
Teste de provocação oral duplo-cego placebo controlado (TPODCPC)
EAACI Position Paper. Allergy 2004.
Quando uma provocação com alimentos não é necessária para o
diagnóstico de alergia alimentar ?
Abordagem diagnósticaAbordagem diagnóstica
 Reações reprodutíveis com mínimas quantidades do alimento com
pesquisa de IgE específica positiva (Prick Test / CAP-RAST);
 Quadros graves recentes de reação sistêmicas em crianças com anafilaxia;
 Casos selecionados, onde a pesquisa de IgE específica foi positiva e
história clínica é bastante sugestiva. Ex: criança com história convincente
de alergia a proteína do ovo e Prick Test positivo e IgE específica para ovo
através do ImmunoCAP ≥17.5 Ku/L).
Abordagem da APLVAbordagem da APLV
Vandeplas, et al. JPGN, 2012.
- Prevalência: 2-3% entre lactentes  redução para <1% em crianças≥ 6 anos.
- O envolvimento de dois ou mais sistemas, aumenta a probabilidade. Um mesmo
sintoma, pode surgir tanto em pacientes com APLV IgE-mediada quanto nos casos
não mediados por IgE, principalmente em crianças com manifestações
gastrointestinais (ex: proctite alérgica, proctocolite).
Abordagem da APLVAbordagem da APLV
- Estudos prévios demonstram que 50% dos pacientes com APLV tem eczema
atópico e 25-50% apresentam sintomas gastrointestinais.
- O Prick test e a dosagem de IgE sérica específica indicam sensibilização à
proteína do LV e são implicadas na probabilidade de reações clínicas mais
exuberantes e prognóstico.
- Crianças com APLV e manifestações gastrointestinais mais frequentemente
apresentam testes de IgE específica negativos, mas um teste negativo não
exclui o diagnóstico. Apesar da disponibilidade do Patch test, não existe
padronização para o mesmo e, portanto, não está indicado de rotina.
Vandeplas, et al. JPGN, 2012.
Abordagem da APLVAbordagem da APLV
 Lactentes amamentados em seio materno:
- Manter o aleitamento materno, excluindo da dieta da própria mãe o LV/derivados. Se a
história sugere reação imediata, a dieta de exclusão materno por 3-6 dias é suficiente para
evidenciar benefício. Se a história for sugestiva de reação tardia (ex: proctocolite), sugere-se
manter dieta de exclusão por 14 dias e reavaliar.
- Em poucos casos, será necessário excluir outros alimentos da dieta materna (ex: soja, ovo).
Se a criança tem sintomas graves, considerar teste terapêutico com fórmulas (eH versus
fórmula de aminoácidos).
- Lembrar na necessidade de suplementação de cálcio (1000mg/dia) naquelas mães onde a
dieta de exclusão de LV/derivados deverá permanecer, visto o diagnóstico provável de APLV
no lactente.
Vandeplas, et al. JPGN, 2012.
Abordagem da APLVAbordagem da APLV
 Lactentes não-amamentados:
- Fórmulas, produtos e outros alimentos complementares à base de proteína do LV devem ser
excluídos. Nos lactentes que utilizam apenas fórmulas infantis, iniciar fórmula infantil semi-
elementar (eH). Em lactentes com doença grave ou alto risco de reações graves, considerar
fórmula de aminoácidos como 1ª escolha.
- Considerar a fórmula de soja com opção para lactentes > 6 meses, com reações mediadas
por IgE (alergia concomitante com proteína do LV é inferior dos que nos casos com
apresentação não-mediada por IgE – 15% versus 50%).
- Se utilizando fórmula semi-elementar (dieta de exclusão por 2 semanas) não houve melhora,
considerar fórmula de aminoácidos (sobretudo, nas crianças com sensibilização a múltiplos
alimentos)
Vandeplas, et al. JPGN, 2012.
Abordagem da APLVAbordagem da APLV
 Pré-escolares/ escolares:
- Leite de cabra/ ovelha não é opção
terapêutica nos casos de APLV, visto à
alta incidência de reatividade cruzada.
- Crianças com múltiplas sensibilizações ou
casos com desordens eosinofílicas do
trato digestivo, deve-se considerar uso de
fórmula de aminoácido para melhora dos
sintomas antes do teste de provocação
oral.
Vandeplas, et al. JPGN, 2012.
 O guideline da ESPGHAN sugere realização de teste de desencadeamento (TPO)
nos casos que apresentaram melhora com dieta de exclusão, visando confirmação
diagnóstica da APLV . Em algumas exceções, o TPO pode ser dispensado.
 Circunstâncias em que o teste deve ser, preferencialmente, em ambiente hospitalar:
- História de reações alérgicas imediatas;
- Reações imprevisíveis (crianças com determinação de IgE específica positiva que
nunca tenham sido expostos ao LV ou estejam a muito tempo em exclusão);
- Eczema atópico grave (p/ melhor avaliação das reações).
Abordagem da APLVAbordagem da APLV
Vandeplas, et al. JPGN, 2012.
Abordagem da APLVAbordagem da APLV
Vandeplas, et al. JPGN, 2012.
Abordagem da APLVAbordagem da APLV
 Tratamento
- Diante da necessidade de substituição de fórmulas infantis, a escolha deverá se basear de
acordo com a idade da criança e a presença de outras alergias alimentares. Fórmulas
parcialmente hidrolisadas e leite de outros mamíferos não são opções terapêuticas.
- Lactentes/crianças com reações graves mediadas por IgE devem permanecer com dieta de
exclusão por 12-18 meses e repetir determinação de IgE específica, antes de novo TPO.
- Mais estudos são necessários para avaliar diferenças a longo prazo no que tange ao
desenvolvimento de tolerância, em crianças tratadas com fórmulas eH e fórmulas de AA.
Vandeplas, et al. JPGN, 2012.
Tratamento da alergia alimentarTratamento da alergia alimentar
 Diagnóstico Adequado
 Tratamento das reações
 Exclusão do alimento
 Papel do Nutricionista
 Avaliação da Tolerância
 Prevenção
 Estratégias de Imunomodulação
 Adrenalina: droga de escolha nos casos de anafilaxia
 Disponibilizar adrenalina auto-injetável
 Treinamento de pacientes: indicação/técnica
 Antihistamínicos: terapêutica complementar
 Plano de Emergência por escrito
 Escolas, cônjuges, cuidadores, irmãos, amigos
 Placas de identificação
Tratamento das situações de emergência:
Tratamento da alergia alimentarTratamento da alergia alimentar
Tratamento da alergia alimentarTratamento da alergia alimentar
Vitaminas e minerais que podem estar deficientes em dietas de restrição
Alérgeno Vitaminas e Minerais
Leite Vitamina A, vitamina D, riboflavina, ácido
pantotênico, vitamina B12, cálcio, fósforo
Ovo Vitamina B12, riboflavina, ácido pantotênico,
biotina, selênio
Soja Tiamina, riboflavina, piridoxina, folato, magnésio,
ferro, zinco, cálcio, fósforo
Trigo Tiamina, riboflavina, niacina, ferro, folato se
enriquecido
Amendoim Vitamina E, niacina, magnésio, manganês, cromo
Tratamento da alergia alimentarTratamento da alergia alimentar
Orientações sobre dietas de exclusão
 Ingredientes ocultos;
 Orientações quanto a rótulos;
 Contaminação cruzada (equipamento compartilhado);
 Fornecer sites para orientação;
 Orientação nutricional;
 Descrições de alimentos pouco claras (“Aroma natural ” pode ser leite de vaca);
 Rede de Alergia Alimentar (www.foodallergy.org)
LEIA RÓTULOS EM ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS!!
Sabor artificial de manteiga, ácidos graxos provenientes de manteiga, caseína,
caseinatos (sódio, cálcio, etc), queijo, creme, ricota, coalho, pudins, hidrolisados
parciais ( leite, soro de leite), lactoalbumina, lactose, leite (derivados, proteína,
sólidos, maltados, condensados, evaporados, liofilizados, leite total, em todas suas
variações), pastas, iogurtes, coalhadas, soro de leite (sem lactose, sem sais
minerais, concentrados protéicos).
PODEM CONTER LEITE: flavorizantes naturais, tempero natural, chocolate,
flavorizantes de caramelo, alimentos enriquecidos com proteínas e margarinas
Tratamento da alergia alimentarTratamento da alergia alimentar
Dieta de exclusão de leite de vaca (EXEMPLO)
 Soja (confirmar ausência de IgE específica para soja)
 <15% alergia a soja em pacientes com alergia a leite de vaca IgE mediado.
 ~ 50% alergia de soja entre pacientes com APLV não IgE mediado.
 Extensamente hidrolisados:
 90% de tolerância em pacientes com alergia a proteína do leite de vaca.
 Parcialmente hidrolisados (Fórmulas HA): não hipoalergênicos!
 Fórmulas de aminoácidos (elementares): Sem relato de alergenicidade.
Dieta de exclusão de leite de vaca (Fórmulas Infantis)
Tratamento da alergia alimentarTratamento da alergia alimentar
Tratamento da alergia alimentarTratamento da alergia alimentar
ALERGIA ÀS PROTEÍNAS DO OVO E VACINAÇÃO
Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar 2007
ConsensoBrasileirosobreAlergiaAlimentar2007
ConsensoBrasileirosobreAlergiaAlimentar2007
ConsensoBrasileirosobreAlergiaAlimentar2007
Prevenção da alergia alimentarPrevenção da alergia alimentar
 Identificar pacientes de risco
- Dificuldade: Ausência de marcador genético ou imunológico confiável
- Predisposição de atopia em pais e irmãos
 Restrição dietética (leite, ovo, peixe, noz)
- Na gravidez: nenhum benefício
- Comprometimento da nutrição maternoa
- Fórmulas extensamente hidrolisadas e parcialmente hidrolisadas reduzem
incidência de dermatite atópica, mas não de asma.
- Introdução tardia de alimento sólido: Efeito variável
- Aleitamento materno prolongado?
- Probióticos???
Ann Alergia Asma Immunol. 2006
Prevenção da alergia alimentarPrevenção da alergia alimentar
Prevenção da alergia alimentarPrevenção da alergia alimentar
 Dessensibilização por imunoterapia (sublingual, oral ou subcutânea);
 Vacina de proteína modificada;
 Vacina de peptídeos;
 Vacina de plasmídio de DNA codificado;
 Proteínas modificadas;
 Anticorpos anti-IgE
Terapias promissorasTerapias promissoras
AnexosAnexos
Alimentos Ingredientes
Leite de vaca (todos os tipos) Soro do leite, sólidos do leite
Leite e queijos de cabra, ovelha, búfala Soro: isento de lactose, de concentrado de
proteínas, desmineralizado
Queijos (todos os tipos) Proteína do soro, Whey Protein
Requeijão, cream cheese Caseína
Nata, coalhada, soro de leite Caseinato (todos os tipos)
Creme de leite, doce de leite, olho branco Estabilizantes com caseinato de sódio
Iogurte, leite fermentado Fermento lácteo
Bebidas lácteas Lactoalbumina, lactoglobulina
Manteiga Lactoferrina, lactose, lactulona
Margarina com leite Gordura de manteiga, óleo de manteiga
Dieta de exclusão de LV/ derivados
AnexosAnexos
Dieta de exclusão de LV/ derivados
Preparações Alimentos industrializados
Pudim, flan, mingau Embutidos, frios
Purê, suflê Sopas prontas
Bolos recheados Massas congeladas
Tortas, pães, massas Biscoitos e bolachas
Salgados Chocolates, achocolatado
Doces de caramelo e/ou com cremes Torrone
Doces com chocolate Bolos prontos
Pizza Sorvete
Preparações gratinadas Alguns temperos prontos
Alimentos normalmente preparados com leite ou que podem conter leite na composição.
AnexosAnexos
Dieta de exclusão de LV/ derivados
Ingredientes que não possuem as proteínas do leite e podem ser consumidos.
Ingredientes
Ácido lático
Lactato de sódio e de cálcio
Estearoil lactil lactato de cálcio ou de sódio
Conservador propionato de cálcio
Leite de coco
Manteiga de cacau
Gordura vegetal hidrogenada
Cremor tártaro
AnexosAnexos
Dieta de exclusão das proteínas do ovo
Alimentos Ingredientes
Ovo de galinha, pata, gansa, codorna,etc. Albumina
Ovo cru, cozido, frito Clara de ovo liofilizada
Clara de ovos Globulina
Gema de ovos Lisozima
Kani kama Ovo em pó
Lecitina Ovoalbumina
Pães e massas (macarrão com ovos) Ovoglicoproteína
Maionese, marshmallow, merengue, suspiro Ovomucina
Omelete, torrone Flavoproteína
 Gastroenterologia e Nutrição em Pediatria – Ed. Manole, 2012.
 Diagnostic Approach and Management of Cow’s-Milk Protein Allergy in Infants and Children: ESPGHAN
GI Committee Practical Guidelines. Koletzko, et al. JPGN, 2012.
 Consenso Brasileiro de Alergia Alimentar, 2007.
 Yvan Vandeplas, et al. Cow´s Milk Protein Allergy. Pediatr Gastroenterol Hepat Nutr, 2014.
 Soares-Weiser, et al. The diagnosis of food allergy. Allergy, 2014
 Wood, et al. The natural history of milk allergy in na observational cohort, 2012.
 Venter C, et al. Incidence of parentally reported and clinically diagnosed food hypersensitivity in the first
year of life.J Allergy Clin Immunol, 2006
 Ferreira CT et al. Gastroesophageal reflux disease: exaggerations, evidence and clinical practice. J
Pediatr, 2014
 Iacono G, et al. Intolerance of cow’s milk and chronic constipation in children. N Engl J Med, 1998
BibliografiaBibliografia
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Alergia alimentar final

  • 1. Alergia AlimentarAlergia Alimentar Tainara Queiroz Oliveira R3 – Gastroenterologia Pediátrica 08 de Maio de 2014
  • 2. ConceitosConceitos  As reações adversas aos alimentos podem ser classificadas em: - reações tóxicas; - intolerância; - hipersensibilidade (alergia).  Define-se como Alergia Alimentar (AA) uma reação adversa à proteína alimentar, mediada por mecanismos imunológicos.  Os alérgenos alimentares mais comuns são leite de vaca, soja, ovos, trigo, amendoim, nozes, peixes e frutos do mar, sendo estes responsáveis por ~ 90% do casos de AA.
  • 3. ConceitosConceitos TÓXICA NÃO TÓXICA Alergia Intolerância Não- imunomediada Enzimática Farmacológica Não Definida Não-IgE-mediada IgE-mediada Imunomediada REAÇÕES ADVERSAS AOS ALIMENTOSREAÇÕES ADVERSAS AOS ALIMENTOS
  • 4. ConceitosConceitos REAÇÕES ADVERSAS AOS ALIMENTOSREAÇÕES ADVERSAS AOS ALIMENTOS Classificação de Gell e Coombs -Reações medidas por IgE ou Imediatas (tipo I) – Na APLV, prevalência 50-60% -Reações não-mediadas por IgE ou tardia (tipo IV) – Na APLV, prevalência 40-50% -Reações mistas (ex: dermatite atópica, esofagite eosinofílica, asma)
  • 5. EpidemiologiaEpidemiologia  Apesar das dificuldades diagnósticas, admite-se que a prevalência de alergia alimentar é maior em lactentes e crianças (6-8%) e decresce com a idade, acometendo cerca de 4% dos adultos.  Nos últimos anos, houve um aumento da prevalência de doenças atópicas. Fatores ambientais podem estar envolvidos: - Modo de preparo dos alimentos; - Aumento do uso de antiácidos; - Exposição a cremes medicinais contendo alérgenos alimentares; - Hipótese da higiene (favorecimento da resposta Th2)
  • 6.  O desafio diagnóstico: - Coorte do Reino Unido (Ilha Wight) – 969 lactentes. - Percepção dos pais : Monitorizar reação alérgica aos alimentos (entrevista telefônica)  14,2% dos lactentes aos 3 meses;  9,1% aos 6 meses;  7,2% aos 12 meses. Com 1 ano, realizou-se o teste cutâneo, que foi positivo em 2,2% dos lactentes (alérgenos mais frequentes: ovo, amendoim, leite de vaca, peixe e gergelim). O teste de desencadeamento duplo-cego controlado por placebo foi positivo em 3,2%. EpidemiologiaEpidemiologia Venter C, et al. J Allergy Clin Immunol 2006
  • 7. Venter C, et al. J Allergy Clin Immunol 2006
  • 8. História NaturalHistória Natural  Nos casos de APLV , a maioria dos casos não IgE-mediados tornam-se tolerantes em torno dos 3 anos de idade; e entre os pacientes com APLV IgE mediada , cerca de 10-25% permanecem alérgicos e cerca de 50% deles desenvolvem sensibilização para outros alérgenos.  A maioria das crianças com alergia ao ovo também desenvolve tolerância ao final da infância, com exceção daquelas que apresentam altos títulos de IgE.  A alergia ao amendoim e à nozes tende a permanecer por toda a vida. Apenas 10-20% dos casos desenvolvem tolerância.
  • 9.  Depende do alimento e da patogênese da doença.  Alergia IgE-mediada: - Leite de vaca: 85% desenvolvem tolerância aos 8 anos (Saarinen et al JACI 2005) - Ovo: 66% desenvolvem tolerância 5 anos (Bovano-Martinez et al JACI 2002) - Amendoim: 20% podem desenvolver tolerância (Fleischer et al JACI 2004) - Castanhas e frutos do mar caracteristicamente persistem;  A diminuição e os níveis de IgE específica podem ser preditivos.  Alergia não IgE-mediada - Quadros em lactentes melhoram entre 1 e 3 anos (desenvolvem tolerância mais precocemente que aqueles casos de APLV IgE-mediada). História NaturalHistória Natural Desenvolvimento de Tolerância
  • 10. História NaturalHistória Natural A alergia alimentar à frutos do mar tende a persistir......
  • 11. História NaturalHistória Natural RINITE ALÉRGICA ASMA DERMATITE ATÓPICA ALERGIA ALIMENTAR
  • 12. História NaturalHistória Natural Apresentação Clínica Prevalência de AA Anafilaxia 35 - 55 % Síndrome da Alergia Oral 25 - 75% em pacientes alérgicos a pólens Dermatite Atópica 35% em crianças (raros em adultos) Urticária 20% nos quadros agudos (raros nos quadros crônicos) Asma 5 - 6% em crianças asmáticas com alergia alimentar Rinite Crônica Raro
  • 13. PatogênesePatogênese ALERGIA ALIMENTAR x TOLERÂNCIA Susceptibilidade genética Fatores ambientais Tipos de antígeno Fatores bacterianos Apresentação de antígenos Co-estimulação de moléculas Resposta Th1 X Th2
  • 14.
  • 15. PatogênesePatogênese TOLERÂNCIA Resposta imune Celular Não IgE-mediada Humoral IgE-mediada Th1 Th2 - Proteínas alergênicas - Infecções gastrointestinais - Aumento da permeabilidade da mucosa - Alteração da microbiota - Redução da acidez gástrica - Deficiência IgA - História familiar de atopia - Baixo nível TGF-beta - Tendência genética para Th2 - Aleitamento materno - Baixo consumo de proteínas alergênicas - Microbiota, prebióticos, probióticos - Barreira intestinal íntegra - Produção de IgA secretória - TGF-beta, IL-10, células T regulatórias - Redução de resposta Th2 - CAA com baixa expressão de moléculas
  • 16.  Fatores que influenciam no potencial alergênico das proteínas alimentares: - Tamanho - Estabilidade - Epítopos lineares X Epítopos conformacionais - Processamento dos alimentos  O conceito de “reatividade cruzada”  Fatores de defesa - Mecanismos inespecíficos: barreira epitelial intestinal, ácido gástrico. - Mecanismos específicos: IgA, CAA, células T regulatórias, equilíbrio Th1 eTh2 PatogênesePatogênese
  • 18. Composição proteica dos alimentos mais comumente relacionados a AA.
  • 19. Formas clínicas de alergia alimentarFormas clínicas de alergia alimentar
  • 20. Formas clínicas de alergia alimentarFormas clínicas de alergia alimentar
  • 21. Formas clínicas de alergia alimentarFormas clínicas de alergia alimentar LactentesLactentes Pré-escolaresPré-escolares EscolaresEscolares Proctocolite, enterocolite, enteropatia Refluxo gastroesofágico Cólicas do primeiro trimestre Constipação intestinal Gastroenteropatia/esofagite eosinofílica Hipersensibilidade gastrointestinal imediata Constipação intestinal Síndrome da alergia oral Esofagite eosinofílica
  • 22.  Síndrome de alergia oral: - Trata-se de uma reação imediata, mediada por IgE. - Inclui os pacientes alérgicos à pólens, nos quais os sintomas podem ser desencadeados após o contato com frutas, verduras e legumes crus. - A sensibilização ocorre pela via respiratória (classe II). - Frutas com reação cruzada com látex (banana, kiwi). - Manifestações ocorrem logo após o contato com o alérgenos: angioedema, prurido, formigamento da língua, obstrução de vias aéreas. Mais comum em crianças maiores. Formas clínicasFormas clínicas
  • 23. Formas clínicasFormas clínicas  Alergia gastrointestinal imediata: - Caracteriza-se pelo desencadeamento de dor abdominal, náuseas, vômitos e/ou diarreia logo após ingestão do alérgeno. - Sinônimos: Hipersensibilidade gastrointestinal imediata. Anafilaxia gastrointestinal - Mecanismo: mediado por IgE. - Em muitos casos, descreve-se a concomitância com outras manifestações atópicas, como urticária e sintomas respiratórios.
  • 24. Formas clínicasFormas clínicas  Enterocolite: - Reação intermediária, não mediada por IgE. Comumente relacionada a PLV, mas também pode ocorrer por soja e peixe. Os sintomas, em geral, se apresentam no 1º ano de vida, mais comumente entre um e cinco meses após introdução da PLV. - Os sintomas se iniciam 1 – 3h após a ingestão do alérgeno, caracterizando-se por náuseas, vômitos profusos, hipotonia e diarreia mucossanguinolenta. Pode evoluir com desidratação e acidose metabólica. - Como não se trata de uma hipersensibilidade mediada pela IgE, os testes alérgicos podem ser negativos e o diagnóstico baseia-se nos dados clínicos.
  • 25. Formas clínicasFormas clínicas  Proctite/Proctocolite: - Reação intermediária ou tardia, não mediada por IgE. - Acometem especialmente RNs e lactentes nos primeiros 3 meses de vida, estando 50% deles em ALM exclusivo. - A sensibilização é induzida pela β-lactoglobulina, uma proteína do LV presente no LM de mães que ingerem leite de vaca. - Quadro de enterorragia isolada, com estado geral satisfatório e ganho de peso adequado.
  • 26. Formas clínicasFormas clínicas  Enteropatia alérgica: - Reação tardia, não mediada por IgE, usualmente decorrente da APLV ou soja. Ocorre mais frequentemente nos primeiros meses de vida, após o desmame. - As manifestações podem se tornar evidentes dias, semanas ou até mais de um mês após introdução dos alérgenos. Pode se instalar um quadro de má absorção, de início insidioso, com diarreia crônica. Pode haver associação com colite. - Diagnóstico diferencial com doença celíaca: quantidade de LIE, anticorpos, HLA.
  • 27. Manifestações gastrointestinais não-Manifestações gastrointestinais não- mediadas por IgEmediadas por IgE Nowak-Wegrzyn et al Pediatrics 2003 Zapatero Remon L et al. Allergol Immunopathol 2005
  • 28. Formas clínicasFormas clínicas  Outras manifestações gastrointestinais: DRGE: - A prevalência de APLV em pacientes com DRGE é de difícil avaliação entre os estudos, devido aos diferentes critérios diagnósticos. - Frequências variáveis entre 16-42% dos pacientes com DRGE. Entretanto, em 80% dos casos, o mecanismo não é mediado por IgE (dificuldade diagnóstica). - Diretrizes ESPGHAN/ NASPGHAN, 2012: Teste terapêutico com FeH ou FAA por 2-4 semanas em lactentes com sintomas compatíveis com DRGE, sem resposta aos tratamentos habituais. Ferreira CT, Carvalho E, Sdepanian VL, Morais MB, Vieira MC, Silva LR. Gastroesophageal reflux disease: exaggerations, evidence and clinical practice. J Pediatr (Rio J). 2014
  • 29. Ferreira CT, Carvalho E, Sdepanian VL, Morais MB, Vieira MC, Silva LR. Gastroesophageal reflux disease: exaggerations, evidence and clinical practice. J Pediatr (Rio J). 2014
  • 30.
  • 31. Formas clínicasFormas clínicas  Outras manifestações gastrointestinais: DRGE: - Diante de tais dificuldades, quais quadros se deve atentar para a possibilidade de APLV associada a sintomas de refluxo (DRGE secundário a APLV):  DGRE não responsivo  DRGE com dermatite atópica associada  Sinais de colite  Manifestações respiratórias
  • 32.  Outras manifestações gastrointestinais: Constipação Intestinal: - A constipação intestinal como manifestação de APLV ganhou destaque em 1995– Estudo italiano mostrou que 68% dos casos de constipação crônica refratária melhoraram após dieta de exclusão. - Em 2001, Daher e cols., em São Paulo, investigaram 25 crianças com idades que variaram de 3 meses a 11 anos que sofriam de constipação funcional e constataram que em 7 (28%) delas a constipação se resolveu quando o leite de vaca foi retirado da dieta por um período de 4 semanas, e, reapareceu dentro das primeiras 48-72 horas após a reintrodução do leite de vaca na dieta. Formas clínicasFormas clínicas Iacono G, et al. N Engl J Med 1998. Daher S, et al. Pediatr Allergy Immunol 2001
  • 33.  Manifestações extragastrointestinais: Dermatite Atópica: Formas clínicasFormas clínicas Werfel T, et al. Allergy 2007
  • 34.  Manifestações extragastrointestinais: Dermatite Atópica: - Alguns dados reforçam a participação da alergia alimentar na gênese da DA:  o quadro moderado a grave de DA em criança e grave no adulto;  a suspeita de agravamento da doença após ingestão de determinado alimento. - O mecanismo pelo qual a alergia alimentar se manifesta como DA é misto, portanto, nem sempre os exames complementares são esclarecedores. - Lembrar que, em algumas séries, o ovo foi o alérgeno responsável por mais de dois terços das reações em pacientes com DA. Formas clínicasFormas clínicas J Invest Allergol Clin Immunol 2009
  • 35.  Manifestações extragastrointestinais: Dermatite herpetiforme: - Caracteriza-se pela presença de lesões pápulo- vesiculares crônicas em áreas extensoras, sobretudo cotovelos, joelhos e região glútea. - É mediada por células (linfócitos T). - Comumente associada à enteropatia glúten-induzida assintomática. Formas clínicasFormas clínicas Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar 2007
  • 36. Formas clínicasFormas clínicas  Manifestações extragastrointestinais: Sintomas respiratórios: - Isoladamente, são muito raros como manifestação de alergia alimentar. Sintomas nasais e dispneia, podem ocorrer no contexto da anafilaxia. A presença prévia de asma tem sido um indicativo de maior gravidade da reação alérgica alimentar. - Exposição: tipicamente por ingestão. Eventualmente, pela inalação de partículas alimentares em suspensão. - O papel da alergia alimentar nas otites médias é controverso e raro. - Cabe ressaltar que a AA em lactentes jovens é considerada fator de risco para o desenvolvimento de atopia respiratória. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar 2007
  • 37. DiagnósticoDiagnóstico  História clínica O que investigar? Alimento(s) suspeito (s) e época da introdução do mesmo Tempo entre a ingestão do alimento e o surgimento de sintomas A menor quantidade ingerida que é capaz de provocar sintomas Frequência e reprodutibilidade das reações Fatores associados às reações adversas Época da última reação Descrição de sinais de outras manifestações atópicas História familiar
  • 39. DiagnósticoDiagnóstico  História clínica Diagnósticos diferenciais? Intolerâncias alimentares Alterações anatômicas do TGI Erros inatos do metabolismo Doença celíaca Fibrose cística Insuficiência pancreática Linfangiectasia intestinal Imunodeficiências Infecções
  • 40. DiagnósticoDiagnóstico  Exames complementares Como investigar? Dosagem da IgE sérica específica (RAST/ ImmunoCAP) Teste cutâneo de hipersensibilidade imediata (Prick test) Teste atópico de contato (Patch test) Teste de desencadeamento oral (aberto e fechado) - Teste de provocação duplo-cego controlado por placebo (Gold Standard) Endoscopia com biópsias Liberação de histamina após ingestão do alimento suspeito
  • 41.  Dosagem de IgE sérica específica: - São testes que identificam apenas sensibilização IgE- mediada e não necessariamente doença alérgica. - Métodos: radioimunoensaio (RAST®) e ensaio enzimático fluorescente (ImmunoCAP®) - O resultado quantitativo é dado em kUI/L e por classes. A sensibilização é considerada a partir da classe 3. - Pode ocorrer reatividade cruzada entre diferentes proteínas (pela homologia na sequência de aminoácidos). - Vantagens em relação ao teste cutâneo: risco de reações anafiláticas, lesões cutâneas (DA grave) e pacientes em uso de anti-histamínicos Exames complementaresExames complementares
  • 43.  Teste de Punctura (Prick Test): - Trata-se de um teste cutâneo que avalia a presença de anticorpos IgE específicos (pesquisa de anticorpos IgE específicos in vivo). Portanto, avalia hipersensibilidade imediata. - Se existe sensibilização, a liberação de histamina pelos mastócitos cutâneos ativados leva à formação de pápulas locais, o que indica a presença de IgE específica. - A leitura é realizada 15 min após a aplicação do alérgeno. Considera-se positivo quando ocorre formação de pápula de induração ≥ 3mm. Resultados altamente positivos (≥ 8-10mm), em geral, se relacionam a maior reatividade clínica. - Prick to prick: uso de alérgeno in natura (maior efetividade para detectar sensibilização alimentar). Exames complementaresExames complementares
  • 44. Exames complementaresExames complementares  Teste de Punctura (Prick Test): - Para o diagnóstico de AA mediada por IgE, VPP baixo (50%) e VPN alto (>95%). - Assim, a aplicabilidade clínica do prick é maior para afastar alergia alimentar IgE mediada, se o resultado for negativo. - Para os casos de AA com mecanismo fisiopatológicos mistos (ex: Esofagite Eosinofílica), pode ser útil para identificar agentes causais. - Desvantagens: contra-indicado nos casos de anafilaxia; risco de falso-negativo (uso de anti- histamínicos e antidepressivos tricíclicos); risco de falso positivo (DA, dermografismo evidente)
  • 45. Exames complementaresExames complementares  Teste atópico de contato (Patch Test): - Pode ser utilizado para a investigação de quadros não IgE-mediados ou mistos (reações tardias). - O alimento é aplicado por 48h sobre a pele. Após a remoção, são realizadas duas avaliações (20 min / 24-48h). Considera-se positivo se aparecerem eritema, pápula ou vesículas no local de contato. - Comparado com o prick test, é mais específico e menos sensível. O VPN é de 90%, exceto para o leite (60%). - Devido à falta de padronização, ainda não é realizado rotineiramente.
  • 46. Exames complementaresExames complementares  Endoscopia Digestiva Alta c/ biópsias: - Nos casos de alergia não IgE-mediadas, os exames para pesquisa de IgE não auxiliam no diagnóstico. As biópsias visam realização de diagnóstico diferencial e contagem de eosinófilos: Segmento/ nº máx de eosinófilos Lâmina própria Superfície epitelial Epitélio – criptas/glândulas Esôfago NA 1 NA Antro 8 0 1 Fundo 11 0 1 Duodeno 26 2 6 Íleo 28 4 4 Cólon asc 50 3 11 Cólon desc 42 4 4 Reto 32 2 9 DeBrosse, et al. Pediatr Dev Path. 2006
  • 47. Exames complementaresExames complementares  Endoscopia Digestiva Alta c/ biópsias: - Isoladamente, não faz diagnóstico de AA. De acordo com a clínica e o segmento biopsiado, poderá ser considerada como doença eosinofílica digestiva. Esofagite eosinofílica: ≥ 15 eosinófilos/CGA Gastroenterite eosinofílica: ≥ 20 eosinófilos/CGA Colite eosinofílica: ≥ 20 eosinófilos/CGA
  • 48. Abordagem diagnósticaAbordagem diagnóstica  Teste de provocação/desencadeamento oral: - Diante da suspeita de AA, a eliminação do antígeno suspeito faz parte investigação diagnóstica. Se não há melhora com a retirada, não é AA ou pode estar havendo escape da dieta. Se a dieta tem sucesso, a provocação está indicada para confirmação diagnóstica. - Aplicabilidade: diagnóstico e avaliação do desenvolvimento de tolerância. - Considerar o melhor momento para realização do mesmo. - Tipos:  Aberto (não tem placebo)  Simples-cego  Duplo-cego e controlado por placebo  Padrão-ouro
  • 49. Abordagem diagnósticaAbordagem diagnóstica  Teste de provocação/desencadeamento oral: - Os pacientes devem estar em restrição do alimento suspeito por, pelo menos, 2 semanas, estáveis em termos de sintomas alérgicos e sem doenças agudas. Os anti-histamínicos devem ser descontinuados 72hs antes. - Como proceder? 1) Oferecer doses progressivas a cada 15-30 min, durante 1-2h, reavaliando sinais/sintomas. 2) O desafio deve iniciar com 1g (1mL) ou menos do alimento. 3) O esquema clássico consiste em dividir a dose total em 3-6 doses (ex: 1,10,25, 50,100mL). 4) Considerar doses menores e maiores intervalos em crianças com risco de reações graves. 5) Manter paciente no hospital por mais 2h após administração da última dose. 6) Orientar quanto aos sinais tardios e follow-up de uma semana. 7) AA com manifestações não IgE-medidas: período de observação de 30 dias.
  • 50. TPODCPC é o método de escolha para protocolos científicos; TPODCPC é o método de escolha para avaliação de reações tardias como dermatite atópica, reações gastrintestinais isoladas ou urticária crônica. TPODCPC é o único método para avaliar de maneira convincente as queixas subjetivas induzidas por alimentos como: síndrome crônica de fadiga, enxaqueca, queixas articulares. Pacientes com alergia a pólen e síndrome de alergia oral como seu devem ser submetidos ao teste TPODCPC em casos selecionados: por exemplo casos com discrepância entre a anamnese e o resultado dos testes in vivo ou in vitro Abordagem diagnósticaAbordagem diagnóstica Teste de provocação oral duplo-cego placebo controlado (TPODCPC) EAACI Position Paper. Allergy 2004.
  • 51. Quando uma provocação com alimentos não é necessária para o diagnóstico de alergia alimentar ? Abordagem diagnósticaAbordagem diagnóstica  Reações reprodutíveis com mínimas quantidades do alimento com pesquisa de IgE específica positiva (Prick Test / CAP-RAST);  Quadros graves recentes de reação sistêmicas em crianças com anafilaxia;  Casos selecionados, onde a pesquisa de IgE específica foi positiva e história clínica é bastante sugestiva. Ex: criança com história convincente de alergia a proteína do ovo e Prick Test positivo e IgE específica para ovo através do ImmunoCAP ≥17.5 Ku/L).
  • 52. Abordagem da APLVAbordagem da APLV Vandeplas, et al. JPGN, 2012. - Prevalência: 2-3% entre lactentes  redução para <1% em crianças≥ 6 anos. - O envolvimento de dois ou mais sistemas, aumenta a probabilidade. Um mesmo sintoma, pode surgir tanto em pacientes com APLV IgE-mediada quanto nos casos não mediados por IgE, principalmente em crianças com manifestações gastrointestinais (ex: proctite alérgica, proctocolite).
  • 53. Abordagem da APLVAbordagem da APLV - Estudos prévios demonstram que 50% dos pacientes com APLV tem eczema atópico e 25-50% apresentam sintomas gastrointestinais. - O Prick test e a dosagem de IgE sérica específica indicam sensibilização à proteína do LV e são implicadas na probabilidade de reações clínicas mais exuberantes e prognóstico. - Crianças com APLV e manifestações gastrointestinais mais frequentemente apresentam testes de IgE específica negativos, mas um teste negativo não exclui o diagnóstico. Apesar da disponibilidade do Patch test, não existe padronização para o mesmo e, portanto, não está indicado de rotina. Vandeplas, et al. JPGN, 2012.
  • 54. Abordagem da APLVAbordagem da APLV  Lactentes amamentados em seio materno: - Manter o aleitamento materno, excluindo da dieta da própria mãe o LV/derivados. Se a história sugere reação imediata, a dieta de exclusão materno por 3-6 dias é suficiente para evidenciar benefício. Se a história for sugestiva de reação tardia (ex: proctocolite), sugere-se manter dieta de exclusão por 14 dias e reavaliar. - Em poucos casos, será necessário excluir outros alimentos da dieta materna (ex: soja, ovo). Se a criança tem sintomas graves, considerar teste terapêutico com fórmulas (eH versus fórmula de aminoácidos). - Lembrar na necessidade de suplementação de cálcio (1000mg/dia) naquelas mães onde a dieta de exclusão de LV/derivados deverá permanecer, visto o diagnóstico provável de APLV no lactente. Vandeplas, et al. JPGN, 2012.
  • 55. Abordagem da APLVAbordagem da APLV  Lactentes não-amamentados: - Fórmulas, produtos e outros alimentos complementares à base de proteína do LV devem ser excluídos. Nos lactentes que utilizam apenas fórmulas infantis, iniciar fórmula infantil semi- elementar (eH). Em lactentes com doença grave ou alto risco de reações graves, considerar fórmula de aminoácidos como 1ª escolha. - Considerar a fórmula de soja com opção para lactentes > 6 meses, com reações mediadas por IgE (alergia concomitante com proteína do LV é inferior dos que nos casos com apresentação não-mediada por IgE – 15% versus 50%). - Se utilizando fórmula semi-elementar (dieta de exclusão por 2 semanas) não houve melhora, considerar fórmula de aminoácidos (sobretudo, nas crianças com sensibilização a múltiplos alimentos) Vandeplas, et al. JPGN, 2012.
  • 56. Abordagem da APLVAbordagem da APLV  Pré-escolares/ escolares: - Leite de cabra/ ovelha não é opção terapêutica nos casos de APLV, visto à alta incidência de reatividade cruzada. - Crianças com múltiplas sensibilizações ou casos com desordens eosinofílicas do trato digestivo, deve-se considerar uso de fórmula de aminoácido para melhora dos sintomas antes do teste de provocação oral. Vandeplas, et al. JPGN, 2012.
  • 57.  O guideline da ESPGHAN sugere realização de teste de desencadeamento (TPO) nos casos que apresentaram melhora com dieta de exclusão, visando confirmação diagnóstica da APLV . Em algumas exceções, o TPO pode ser dispensado.  Circunstâncias em que o teste deve ser, preferencialmente, em ambiente hospitalar: - História de reações alérgicas imediatas; - Reações imprevisíveis (crianças com determinação de IgE específica positiva que nunca tenham sido expostos ao LV ou estejam a muito tempo em exclusão); - Eczema atópico grave (p/ melhor avaliação das reações). Abordagem da APLVAbordagem da APLV Vandeplas, et al. JPGN, 2012.
  • 58. Abordagem da APLVAbordagem da APLV Vandeplas, et al. JPGN, 2012.
  • 59. Abordagem da APLVAbordagem da APLV  Tratamento - Diante da necessidade de substituição de fórmulas infantis, a escolha deverá se basear de acordo com a idade da criança e a presença de outras alergias alimentares. Fórmulas parcialmente hidrolisadas e leite de outros mamíferos não são opções terapêuticas. - Lactentes/crianças com reações graves mediadas por IgE devem permanecer com dieta de exclusão por 12-18 meses e repetir determinação de IgE específica, antes de novo TPO. - Mais estudos são necessários para avaliar diferenças a longo prazo no que tange ao desenvolvimento de tolerância, em crianças tratadas com fórmulas eH e fórmulas de AA. Vandeplas, et al. JPGN, 2012.
  • 60. Tratamento da alergia alimentarTratamento da alergia alimentar  Diagnóstico Adequado  Tratamento das reações  Exclusão do alimento  Papel do Nutricionista  Avaliação da Tolerância  Prevenção  Estratégias de Imunomodulação
  • 61.  Adrenalina: droga de escolha nos casos de anafilaxia  Disponibilizar adrenalina auto-injetável  Treinamento de pacientes: indicação/técnica  Antihistamínicos: terapêutica complementar  Plano de Emergência por escrito  Escolas, cônjuges, cuidadores, irmãos, amigos  Placas de identificação Tratamento das situações de emergência: Tratamento da alergia alimentarTratamento da alergia alimentar
  • 62. Tratamento da alergia alimentarTratamento da alergia alimentar Vitaminas e minerais que podem estar deficientes em dietas de restrição Alérgeno Vitaminas e Minerais Leite Vitamina A, vitamina D, riboflavina, ácido pantotênico, vitamina B12, cálcio, fósforo Ovo Vitamina B12, riboflavina, ácido pantotênico, biotina, selênio Soja Tiamina, riboflavina, piridoxina, folato, magnésio, ferro, zinco, cálcio, fósforo Trigo Tiamina, riboflavina, niacina, ferro, folato se enriquecido Amendoim Vitamina E, niacina, magnésio, manganês, cromo
  • 63. Tratamento da alergia alimentarTratamento da alergia alimentar Orientações sobre dietas de exclusão  Ingredientes ocultos;  Orientações quanto a rótulos;  Contaminação cruzada (equipamento compartilhado);  Fornecer sites para orientação;  Orientação nutricional;  Descrições de alimentos pouco claras (“Aroma natural ” pode ser leite de vaca);  Rede de Alergia Alimentar (www.foodallergy.org) LEIA RÓTULOS EM ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS!!
  • 64. Sabor artificial de manteiga, ácidos graxos provenientes de manteiga, caseína, caseinatos (sódio, cálcio, etc), queijo, creme, ricota, coalho, pudins, hidrolisados parciais ( leite, soro de leite), lactoalbumina, lactose, leite (derivados, proteína, sólidos, maltados, condensados, evaporados, liofilizados, leite total, em todas suas variações), pastas, iogurtes, coalhadas, soro de leite (sem lactose, sem sais minerais, concentrados protéicos). PODEM CONTER LEITE: flavorizantes naturais, tempero natural, chocolate, flavorizantes de caramelo, alimentos enriquecidos com proteínas e margarinas Tratamento da alergia alimentarTratamento da alergia alimentar Dieta de exclusão de leite de vaca (EXEMPLO)
  • 65.  Soja (confirmar ausência de IgE específica para soja)  <15% alergia a soja em pacientes com alergia a leite de vaca IgE mediado.  ~ 50% alergia de soja entre pacientes com APLV não IgE mediado.  Extensamente hidrolisados:  90% de tolerância em pacientes com alergia a proteína do leite de vaca.  Parcialmente hidrolisados (Fórmulas HA): não hipoalergênicos!  Fórmulas de aminoácidos (elementares): Sem relato de alergenicidade. Dieta de exclusão de leite de vaca (Fórmulas Infantis) Tratamento da alergia alimentarTratamento da alergia alimentar
  • 66.
  • 67. Tratamento da alergia alimentarTratamento da alergia alimentar ALERGIA ÀS PROTEÍNAS DO OVO E VACINAÇÃO
  • 68. Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar 2007
  • 72. Prevenção da alergia alimentarPrevenção da alergia alimentar  Identificar pacientes de risco - Dificuldade: Ausência de marcador genético ou imunológico confiável - Predisposição de atopia em pais e irmãos  Restrição dietética (leite, ovo, peixe, noz) - Na gravidez: nenhum benefício - Comprometimento da nutrição maternoa - Fórmulas extensamente hidrolisadas e parcialmente hidrolisadas reduzem incidência de dermatite atópica, mas não de asma. - Introdução tardia de alimento sólido: Efeito variável - Aleitamento materno prolongado? - Probióticos??? Ann Alergia Asma Immunol. 2006
  • 73. Prevenção da alergia alimentarPrevenção da alergia alimentar
  • 74. Prevenção da alergia alimentarPrevenção da alergia alimentar
  • 75.  Dessensibilização por imunoterapia (sublingual, oral ou subcutânea);  Vacina de proteína modificada;  Vacina de peptídeos;  Vacina de plasmídio de DNA codificado;  Proteínas modificadas;  Anticorpos anti-IgE Terapias promissorasTerapias promissoras
  • 76. AnexosAnexos Alimentos Ingredientes Leite de vaca (todos os tipos) Soro do leite, sólidos do leite Leite e queijos de cabra, ovelha, búfala Soro: isento de lactose, de concentrado de proteínas, desmineralizado Queijos (todos os tipos) Proteína do soro, Whey Protein Requeijão, cream cheese Caseína Nata, coalhada, soro de leite Caseinato (todos os tipos) Creme de leite, doce de leite, olho branco Estabilizantes com caseinato de sódio Iogurte, leite fermentado Fermento lácteo Bebidas lácteas Lactoalbumina, lactoglobulina Manteiga Lactoferrina, lactose, lactulona Margarina com leite Gordura de manteiga, óleo de manteiga Dieta de exclusão de LV/ derivados
  • 77. AnexosAnexos Dieta de exclusão de LV/ derivados Preparações Alimentos industrializados Pudim, flan, mingau Embutidos, frios Purê, suflê Sopas prontas Bolos recheados Massas congeladas Tortas, pães, massas Biscoitos e bolachas Salgados Chocolates, achocolatado Doces de caramelo e/ou com cremes Torrone Doces com chocolate Bolos prontos Pizza Sorvete Preparações gratinadas Alguns temperos prontos Alimentos normalmente preparados com leite ou que podem conter leite na composição.
  • 78. AnexosAnexos Dieta de exclusão de LV/ derivados Ingredientes que não possuem as proteínas do leite e podem ser consumidos. Ingredientes Ácido lático Lactato de sódio e de cálcio Estearoil lactil lactato de cálcio ou de sódio Conservador propionato de cálcio Leite de coco Manteiga de cacau Gordura vegetal hidrogenada Cremor tártaro
  • 79. AnexosAnexos Dieta de exclusão das proteínas do ovo Alimentos Ingredientes Ovo de galinha, pata, gansa, codorna,etc. Albumina Ovo cru, cozido, frito Clara de ovo liofilizada Clara de ovos Globulina Gema de ovos Lisozima Kani kama Ovo em pó Lecitina Ovoalbumina Pães e massas (macarrão com ovos) Ovoglicoproteína Maionese, marshmallow, merengue, suspiro Ovomucina Omelete, torrone Flavoproteína
  • 80.  Gastroenterologia e Nutrição em Pediatria – Ed. Manole, 2012.  Diagnostic Approach and Management of Cow’s-Milk Protein Allergy in Infants and Children: ESPGHAN GI Committee Practical Guidelines. Koletzko, et al. JPGN, 2012.  Consenso Brasileiro de Alergia Alimentar, 2007.  Yvan Vandeplas, et al. Cow´s Milk Protein Allergy. Pediatr Gastroenterol Hepat Nutr, 2014.  Soares-Weiser, et al. The diagnosis of food allergy. Allergy, 2014  Wood, et al. The natural history of milk allergy in na observational cohort, 2012.  Venter C, et al. Incidence of parentally reported and clinically diagnosed food hypersensitivity in the first year of life.J Allergy Clin Immunol, 2006  Ferreira CT et al. Gastroesophageal reflux disease: exaggerations, evidence and clinical practice. J Pediatr, 2014  Iacono G, et al. Intolerance of cow’s milk and chronic constipation in children. N Engl J Med, 1998 BibliografiaBibliografia