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Guião de
Trabalho
5
HISTÓRIA DA CULTURA E DAS ARTES
2º ano - Cursos Profissionais PAE/PIDC
Profª Cristina Barcoso Lourenço
MÓDULO 6 A CULTURA DO PALCO
A obra
Le Bourgeois Gentilhomme (traduzido para português como O
Burguês Fidalgo, O Cavalheiro Burguês, O Burguês Gentil-
Homem ou O Burguês Ridículo) é uma Comédie-Ballet em cinco atos,
de Molière. Encenada pela primeira vez em 14 de outubro de 1670
diante da corte do rei francês Luís XIV, no Castelo de Chambord, pela
companhia de atores do próprio dramaturgo, La Troupe du Roi, a
mesma que fará a estreia ao público no Teatro do Palais-Royal, a 23
de novembro de 1670.
De certo modo, esta obra correspondia ao gosto da época
pelas chamadas turqueries, as “cenas turcas” inspiradas na cultura
oriental proveniente do poderoso Império Otomano que despertava
um misto de fascínio e receio.
A origem da obra está relacionada com um problema
diplomático provocado pela visita do sultão turco à corte de Luís XIV.
Em novembro de 1669, o embaixador do Império Otomano Suleyman
Aga foi recebido com a habitual pompa e esplendor no Palácio de
Saint-Germain. Com cortesia diplomática, a corte vestiu-se a rigor.
Foram preparados menus requintados, música e bailados repletos de
pompa e circunstância. Todavia, o episódio resultou polémico e
ultrajante, já que o emissário turco se apresentou desleixadamente
vestido e recusou inclinar-se diante do rei para vincar a superioridade
dos otomanos. Manifestando uma total indiferença pela
sumptuosidade da Corte de Luís XIV, afirmou que o luxo da corte otomana era superior. Este episódio incomodou o
soberano, que não perdeu tempo e encomendou a Molière um divertissement royal que tivesse por tema uma
“cerimónia turca”, na qual se ironizasse esta estranha civilização oriental.
Para tal, Molière juntou-se ao compositor Jean-Baptiste Lully com quem vinha trabalhando desde 1661 nas
comédies-ballets, um novo género performativo estreado com grande sucesso precisamente na inauguração do Palácio
Vaux-le-Vicomte. Associando o teatro, a música e a dança, a comédie-ballet traduz-se numa autêntica fusão das artes,
conduzindo o espetáculo de teatro ao seu apogeu.
CASO PRÁTICO 1
A Cerimónia turca na obra “O burguês gentil-homem”
(1670) de Molière (1622-1673) e de Lully (1632-1687)
https://goo.gl/fMWfuK , consultado a 21/10/2017
Castelo de Chamborg
https://goo.gl/nCUshf, consultado a 21/10/2017
TurqueriesO burguês
gentil-homem
Em meados do século XVII despontaram em Itália os primeiros teatros públicos
de ópera. Aí, a profusão de árias virtuosísticas e a afetação expressiva eram
garante do sucesso das empresas. Enquanto isso, em França o canto lírico
moldava-se às funções de entretenimento que decorriam na corte de Versailles,
onde se ditavam modas num registo mais cerimonioso. Teve assim origem a
Comédie-Ballet, género teatral híbrido que articulava habilmente as diferentes
artes de palco. O dramaturgo Jean-Baptiste Poquelin, Molière, e o compositor
Jean-Baptiste Lully assinaram em parceria pouco mais de uma dezena de
comédie-ballets que espelhavam o gosto e os ideais do Rei Sol. Para lá da
popularidade do enredo, a música de Le bourgeois gentilhomme, de 1670, é hoje
um dos exemplos mais emblemáticos do barroco musical francês.
O título é da peça é um oxímoro (Combinação engenhosa de palavras cujo sentido literal é contraditório ou incongruente -
ex.: bondade cruel é um oxímoro ."oximoro", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, https://www.priberam.pt/dlpo/oximoro,consultado em
21-10-2017). Um, um "gentilhomme" ("cavalheiro"). Ou seja, gentil-homem seria, por definição, alguém nascido nobre, e como
tal não era possível ser burguês. O texto da peça está em prosa, com exceção das aberturas do balett, feitas em verso.
Texto: Molière
Música: Jean-Baptiste Lully
Cenografia: Carlo Vigarani
Coreografia: Pierre Beauchamp
Guarda-roupa: Chevalierd’Arvieux
A sinopse
Esta peça de teatro é uma sátira social mordaz às ambições de grandeza dos novos-ricos que ambicionavam
aparentar aquilo que não eram.
Para esta obra - composta por cinco atos-, o dramaturgo, que em anteriores comédias já tinha ridicularizado os
gostos e os vícios da sociedade da época, retomou alguns modelos e artifícios cénicos já popularizados e concebeu a
história de Monsieur Jourdain, um burguês rico que pretendia aprender as boas maneiras da aristocracia, de modo a
ascender na hierarquia social. É este sonho de um homem tolo e inculto que comanda a narrativa. Assumindo a
condição de fidalgo, o burguês adquire roupas condignas e contrata especialistas que o vão “educar” nas artes das
armas, da dança, da música, esgrima e da filosofia, matérias de domínio indispensável a um galante. Enamora-se da
marquesa Dorimena, que tem um namorado fidalgo mas pobre, Dorante. Esta por sua vez aproveita os devaneios do
Jourdain para lhe extorquir dinheiro. A senhora Jourdain começa a desconfiar e a filha Lucile a desesperar por o pai
impedir o seu casamento com Cleonte, que não é fidalgo. Covilhete, criado de Cleonte, com o apoio de Dorante e a
colaboração senhora Jourdain, monta um imbróglio, fazendo passar Cleonte pelo Grão-Turco- Mufti- para que se possa
casar com Lucile. Jourdain é arrebatado e consente com prazer em conceder sua filha em casamento a um monarca
estrangeiro. Fica ainda mais embevecido quando o "príncipe turco" o informa que, como pai da noiva, também receberá
um título de nobreza numa cerimónia especial. Começa assim a cerimónia turca, um dos intermezzos do IV ato, onde
Jourdain é feito Mamamuchi, um título digno, por entre bailados, cantares e linguajares “à turco”, executados por
bailarinos turcos-dervis; é a apoteose da peça. Jourdain acaba por aceitar Cléonte, disfarçado de turco (acreditando
tratar-se do filho do Grande Turco), numa cerimónia burlesca cheia de movimento, cor e exotismo. Para celebrar o
matrimónio (V ato), tudo termina com uma «Bailado das Nações», danças e músicas livremente inspiradas em
arquétipos culturais de Espanha, Itália e França. É precisamente este recurso dramatúrgico shakespeariano – o teatro
dentro do teatro – que permite à música de Lully ressaltar as diferenças de um estilo musical genuinamente francês.
O espetáculo inicial - Na apresentação, Molière representava o papel de Monsieur Jourdain, surgindo vestido de cores
vivas, ornamentado com rendas prateadas e plumas multicolores, enquanto Lully desempenhava o papel de Mufti na
dança da cerimónia turca do quarto ato.
A peça constitui um documento curioso da época, na qual qualquer financeiro rico comprava um cargo que lhe conferisse
nobreza ou qualquer burguês adquiria com normalidade as propriedades de um grande senhor arruinado, apropriando-se do seu
nome e título. Neste contexto, a peça de Molière é uma comédia de atualidade e uma sátira contra o snobismo moderno.
Monsieur Jourdain recebendo os seus convidados, William
Powell Frith (1819-1909), c. 1840, Museu de Victoria e Alberto, in
https://goo.gl/6qdHZP, consultado a 21/10/2017
Primeira aula de dança de Monsieur Jourdain, William Powell
Frith (1819-1909), c. 1840, in https://goo.gl/HpTPzB,
consultado a 21/10/2017
Contexto histórico
Entre a Queda de Constantinopla, em 1453, e o Cerco de Viena, em 1683, o Império Otomano inspirou na Europa
Ocidental um geral sentimento de pavor. Os turcos eram o principal inimigo da cristandade, o infiel ou mesmo o
anticristo. O século XVII viu despontar uma crescente curiosidade – que já
se vinha a manifestar desde o Renascimento – e que eclodiu no século
XVIII numa verdadeira obsessão pela Turquia. Esta “mania” forma uma das
principais orientações estéticas do período, a "Turquerie", que viria, à
semelhança da "Chinoiserie", a influenciar de forma decisiva o novo estilo
Rococó. O crescente número de visitantes europeus a Istambul, a aliança
política entre a França e a Turquia e as embaixadas otomanas às cortes
ocidentais proporcionaram um maior conhecimento dos hábitos e
tradições orientais, e fizeram com que tudo o que fosse "alla Turca" ou
"façon de Turquie" se tornasse moda: tecidos, cerâmicas, mobiliário, jóias,
roupas, artigos decorativos, etc. . No mundo do espetáculo, compositores
e dramaturgos não ficaram indiferentes. Ainda que houvesse um real
desconhecimento – e mesmo desprezo – da música turca, as evocações sonoras do Oriente, sobretudo associadas na
música cénica, ao luxo excessivo, à sumptuosidade, ao langor e à ociosidade – numa visão paradisíaca mas decadente
sobretudo associada à corte do Sultão e ao seu harém – passaram a ser uma constante nos palcos, sobretudo em
França, mas também na Itália, Alemanha e Inglaterra. Histórias vagamente baseadas em narrativas turcas passaram a
servir de base a libretos de Ópera, enquanto as Comédie-Ballet e
a Opéra-Ballet preferiram pantomimas cómico-sentimentais
passadas em cenários orientalizantes em que figuras típicas da
cultura turca são frequentemente ridicularizadas ou reduzidas a
tipos comportamentais (os Paxás, as Sultanas, as Odaliscas, os
Eunucos...). Ainda assim, é graças a estes espetáculos que estes
personagens hoje fazem parte do nosso imaginário, moldando a
nossa visão da Turquia, e ajudando-nos a aceitá-la como a
fronteira difusa entre a Europa e o Oriente. As obras que surgem
parecem ser uma jornada a uma terra de devaneio e de sonho,
em que a elegância e o refinamento da música barroca se
combinam com acentos cómicos, ritmos vigorosos, e algumas
sugestões étnicas, de forma a construir um idílio sonoro, uma paisagem ideal que corresponde às maravilhas recriadas e
https://goo.gl/fKHUX3, consultado a
21/10/2017
https://goo.gl/TjEop4, consultado a 21/10/2017
encenadas por salões turcos, tendas de jardim, falsas mesquitas e a um infindável número de "turqueries" que
recamavam os palácios europeus setecentistas, e que hoje ainda nos deliciam pela sua surpreendente mistura
caprichosa de exotismo e fantasia.
Ballet de Corte - espécie de teatro dançado, bastante comum nos grandes
acontecimentos. Para se entender como era um Ballet de Corte basta imaginar uma
peça de teatro com as danças da época, que usava poesia para contar a história e que
não era repetida muitas vezes, no máximo 1 ou 2, e é por isso que não foram
conservados como os repertórios. Na realidade, possuíam cinco elementos
constituintes: dança, música, poesia, cenário e ação dramática. Os Ballets de Corte
surgiram na França, mas a partir de 1600 espalharam-se pelas cortes de toda a Europa.
Na segunda metade do século XVI uma grande quantidade de problemas na sucessão
dos reis da França, brigas e guerras entre as famílias dos nobres geraram a necessidade
de se reafirmar o poder real. O ballet tornou-se, então, um meio privilegiado de
propaganda, e após a consolidação do reinado de Luís XIV, era dançado como uma
cerimónia de adulação ao Rei. Aliás, Luís XIV era um apaixonado pela dança. Praticou
desde pequeno, às vezes até preocupando os responsáveis por sua educação porque
ele não se interessava por mais nada. Incentivou a dança durante todo o seu reinado, e
não só compôs um ballet inteiro como participou como ator de muitos, e, a título de
curiosidade, preferia os papéis de "grotescos mal vestidos" e de mulheres. No ballet de
La Nuit desempenhou o astro-rei, sendo a partir daí conhecido como o “Rei Sol”.
Fundou em 1661 a Academia Real de Dança, facto que inaugura uma nova era para
o ballet artístico, baseado no estudo metódico e profissional. Desse modo, os ballets contavam desde factos políticos
como uma vitória na guerra até romances. Infelizmente, não há sequer resquícios de libretos que narrassem as histórias
representadas. O que podemos descrever é que as coreografias apresentavam figuras geométricas como círculos,
quadrados, triângulos e até letras, geralmente a letra do monograma do rei. Para que essas formações fossem visíveis,
as danças eram exibidas num nível abaixo dos espectadores, numa forma parecida mas não semelhante à dos teatros de
arena ou dos estádios de futebol (bem menores, logicamente). É interessante notar que a dança de corte utiliza como
personagens elementos não humanos, até Deuses das culturas grega e romana, que representam as pessoas da vida
real.
A dança se tornou mais que um passatempo da corte, se tornou uma profissão e os espetáculos de ballet foram
transferidos dos salões para teatros, ruas que popularizou a dança posteriormente. Em princípio, todos os bailarinos
eram homens, que também faziam os papéis femininos, mas no fim do século XVII, a Escola de Dança passou a formar
bailarinas mulheres, como Marie Camargo, que causou sensação por encurtar a sua saia, calçar sapatos leves e assim
poder saltar e mostrar os passos executados.
Era importante que os membros da corte dançassem bem e, por isso, surgiram os professores de dança que viajavam
por vários lugares ensinando danças para todas as ocasiões. In https://goo.gl/UUeKtP consultado a 21/10/2017 (adaptado).
Divertissements - sequência de dança ou de curto bailado geralmente usado como interlúdio (preencher o espaço
entre 2 atos).
Comédia-ballet - peça de teatro com diálogo falado, entremeada com música e dança. Género criado, por Jean Baptiste
Poquelin, Molière, em 1661.
Eram espetáculos originalmente pensados para abrilhantar as sumptuosas festas promovidas pelo rei Luís XIV. A fim de
aproveitar plenamente os recursos disponíveis, Molière articulou a representação declamada, a música e os Ballets de
Cour, permitindo aos bailarinos mudarem de figurinos e intervirem em vários divertissements integrados no desenrolar
da ação. Esta era uma solução cénica que se distinguia na época, pela maneira harmoniosa como reunia as diferentes
artes.
Luís XIV no Ballet Real de la
Nuit, 1653. Tinha 14 anos e
apresentava-se como o Deus
Apolo
Le roi danse, excerto do
filme de Gérard Corbieu
Le roi danse: idílio, excerto
do filme de Gérard Corbieu
https://goo.gl/hP6rSn, consultado a
12/10/2017
Bibliografia:
PINTO, Ana Lídia e outros - História da Cultura e das
Artes – Ensino Profissional. Lisboa, Porto Editora,
2008.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jean-Baptiste_Lully,
consultado a 18/10/2017
https://www.youtube.com/watch?v=JY49uIf57XE,
consultado a 18/10/2017
https://goo.gl/Z12XYf, consultado a 18/10/2017
https://goo.gl/EbqjVS, consultado a 18/10/2017
https://goo.gl/UUeKtP, consultado a 18/10/2017
https://goo.gl/RGfdyR, consultado a 18/10/2017
https://goo.gl/9mPcjc, consultado a 18/10/2017
Jean-Baptiste Poquelin, mais conhecido como Molière (Paris, 15 de janeiro de 1622 — Paris, 17 de Fevereiro de 1673),
foi um dramaturgo francês, além de ator e encenador, considerado um dos mestres
da comédia satírica.
Foi dramaturgo, ator e encenador. É considerado o mestre da comédia satírica.
Filho de um artesão parisiense (Jean-Baptiste Poquelin), Poquelin ficou órfão da mãe
(Marie Cressé) quando ainda era criança. Em 1633 entrou na prestigiada escola
de Jesuítas do Collège de Clermont, onde completou a sua formação académica em
1639. Quando chegou aos 18 anos, o seu pai passou-lhe o título de Tapissier du
Roi (Tapeceiro ordinário do rei), e o cargo associado de valet de chambre (criado de
quarto), pelo que teve desde cedo contacto com o rei.
Começou por dirigir uma companhia de teatro ambulante (1643) com a qual percorreu
França, compondo e representando farsas ao estilo da commedia dell’arte. Após a
primeira atuação em Paris diante de Luís XIV (24/10/1658), passou a ser seu protegido,
fixando-se no Petit-Bourbom, um teatro adjacente ao Palácio do Louvre.
Os retumbantes êxitos aí alcançados permitiram-lhe mudar-se para o Palais-Royal, onde
viria a desenvolver os seus cenários inovadores com a integração de uma orquestra.
Combinando as funções de dramaturgo, ator e diretor, a maior contribuição de Molière para a renovação do teatro foi a
transformação do espaço da representação (estando na origem da cenografia moderna) e a acutilante observação da
sociedade que o rodeava.
O seu espírito cómico e mordaz ficou patente em peças como “A Escola das Mulheres (1662), em que critica e ironiza o
moralismo que caracterizava a educação das mulheres; “Tartufo” (1664), que constitui uma das maiores sátiras contra a
hipocrisia; ou “O Misantropo” (1666), uma tragicomédia na qual um sonhador sucumbe perante as convenções sociais,
entre muitas outras.
Molière usou as suas obras para criticar os costumes da época. É considerado o fundador indireto da Comédie-
Francaise.
Um dos mais famosos momentos da biografia de Molière é a sua morte, que se tornou numa referência no meio teatral.
Em 17 de janeiro de 1673, enquanto representava no palco o protagonista de sua última obra, Le Malade imaginaire (O
doente imaginário), Molière sofreu um repentino colapso e morreu poucas horas depois, em sua casa de Paris. Como se
assinalou com frequência, não é de estranhar que o mestre do duplo sentido e da dissimulação tenha encerrado a vida e
a carreira no momento em que encarnava um falso doente É dito que morreu no palco, representando o papel principal
da sua última peça. De facto, apenas desmaiou aí, tendo morrido horas mais tarde em sua casa, sem tomar os
sacramentos já que dois padres se recusaram a dar-lhe a última visita, e o terceiro já chegou tarde. Diz-se que estava
vestido de amarelo, o que gerou a superstição de que esta cor é fatídica para os atores.
Os comediantes (atores) da época não podiam, por lei, ser sepultados nos cemitérios normais (terreno sagrado), já que
o clero considerava tal profissão como a mera "representação do falso". Como Molière persistiu na vida de ator até à
morte, estava nessa condição. A sua mulher, Armande, pede, contudo, a Luís XIV que lhe providencie um funeral
normal. O máximo que o rei consegue fazer é obter do arcebispo a autorização para que o enterrem no cemitério
reservado aos nados-mortos (não batizados). Ainda assim, o enterro é realizado durante a noite.
Agora responde…
Sobre a peça “O Burguês Fidalgo”
1. Identifica:
a. Género.
b. Autores.
c. Encomendador.
d. Local e data da 1ª representação.
e. Público da 1ª representação.
2. Descreve o acontecimento que levou à criação da peça.
3. Reconta sumariamente o libreto da peça “O Burguês
Fidalgo”.
4. Compara a narrativa da peça com a sociedade da época.
5. Justifica a importância do teatro na Corte de Luís XIV.
Sobre a peça enquanto obra de arte:
6. Características do género artístico (aspetos inovadores).
7. Função que cumpriu no seu tempo histórico.

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A Cerimónia turca na obra “O burguês gentil-homem” (1670) de Molière (1622-1673) e de Lully (1632-1687)

  • 1. Guião de Trabalho 5 HISTÓRIA DA CULTURA E DAS ARTES 2º ano - Cursos Profissionais PAE/PIDC Profª Cristina Barcoso Lourenço MÓDULO 6 A CULTURA DO PALCO A obra Le Bourgeois Gentilhomme (traduzido para português como O Burguês Fidalgo, O Cavalheiro Burguês, O Burguês Gentil- Homem ou O Burguês Ridículo) é uma Comédie-Ballet em cinco atos, de Molière. Encenada pela primeira vez em 14 de outubro de 1670 diante da corte do rei francês Luís XIV, no Castelo de Chambord, pela companhia de atores do próprio dramaturgo, La Troupe du Roi, a mesma que fará a estreia ao público no Teatro do Palais-Royal, a 23 de novembro de 1670. De certo modo, esta obra correspondia ao gosto da época pelas chamadas turqueries, as “cenas turcas” inspiradas na cultura oriental proveniente do poderoso Império Otomano que despertava um misto de fascínio e receio. A origem da obra está relacionada com um problema diplomático provocado pela visita do sultão turco à corte de Luís XIV. Em novembro de 1669, o embaixador do Império Otomano Suleyman Aga foi recebido com a habitual pompa e esplendor no Palácio de Saint-Germain. Com cortesia diplomática, a corte vestiu-se a rigor. Foram preparados menus requintados, música e bailados repletos de pompa e circunstância. Todavia, o episódio resultou polémico e ultrajante, já que o emissário turco se apresentou desleixadamente vestido e recusou inclinar-se diante do rei para vincar a superioridade dos otomanos. Manifestando uma total indiferença pela sumptuosidade da Corte de Luís XIV, afirmou que o luxo da corte otomana era superior. Este episódio incomodou o soberano, que não perdeu tempo e encomendou a Molière um divertissement royal que tivesse por tema uma “cerimónia turca”, na qual se ironizasse esta estranha civilização oriental. Para tal, Molière juntou-se ao compositor Jean-Baptiste Lully com quem vinha trabalhando desde 1661 nas comédies-ballets, um novo género performativo estreado com grande sucesso precisamente na inauguração do Palácio Vaux-le-Vicomte. Associando o teatro, a música e a dança, a comédie-ballet traduz-se numa autêntica fusão das artes, conduzindo o espetáculo de teatro ao seu apogeu. CASO PRÁTICO 1 A Cerimónia turca na obra “O burguês gentil-homem” (1670) de Molière (1622-1673) e de Lully (1632-1687) https://goo.gl/fMWfuK , consultado a 21/10/2017 Castelo de Chamborg https://goo.gl/nCUshf, consultado a 21/10/2017 TurqueriesO burguês gentil-homem Em meados do século XVII despontaram em Itália os primeiros teatros públicos de ópera. Aí, a profusão de árias virtuosísticas e a afetação expressiva eram garante do sucesso das empresas. Enquanto isso, em França o canto lírico moldava-se às funções de entretenimento que decorriam na corte de Versailles, onde se ditavam modas num registo mais cerimonioso. Teve assim origem a Comédie-Ballet, género teatral híbrido que articulava habilmente as diferentes artes de palco. O dramaturgo Jean-Baptiste Poquelin, Molière, e o compositor Jean-Baptiste Lully assinaram em parceria pouco mais de uma dezena de comédie-ballets que espelhavam o gosto e os ideais do Rei Sol. Para lá da popularidade do enredo, a música de Le bourgeois gentilhomme, de 1670, é hoje um dos exemplos mais emblemáticos do barroco musical francês.
  • 2. O título é da peça é um oxímoro (Combinação engenhosa de palavras cujo sentido literal é contraditório ou incongruente - ex.: bondade cruel é um oxímoro ."oximoro", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, https://www.priberam.pt/dlpo/oximoro,consultado em 21-10-2017). Um, um "gentilhomme" ("cavalheiro"). Ou seja, gentil-homem seria, por definição, alguém nascido nobre, e como tal não era possível ser burguês. O texto da peça está em prosa, com exceção das aberturas do balett, feitas em verso. Texto: Molière Música: Jean-Baptiste Lully Cenografia: Carlo Vigarani Coreografia: Pierre Beauchamp Guarda-roupa: Chevalierd’Arvieux A sinopse Esta peça de teatro é uma sátira social mordaz às ambições de grandeza dos novos-ricos que ambicionavam aparentar aquilo que não eram. Para esta obra - composta por cinco atos-, o dramaturgo, que em anteriores comédias já tinha ridicularizado os gostos e os vícios da sociedade da época, retomou alguns modelos e artifícios cénicos já popularizados e concebeu a história de Monsieur Jourdain, um burguês rico que pretendia aprender as boas maneiras da aristocracia, de modo a ascender na hierarquia social. É este sonho de um homem tolo e inculto que comanda a narrativa. Assumindo a condição de fidalgo, o burguês adquire roupas condignas e contrata especialistas que o vão “educar” nas artes das armas, da dança, da música, esgrima e da filosofia, matérias de domínio indispensável a um galante. Enamora-se da marquesa Dorimena, que tem um namorado fidalgo mas pobre, Dorante. Esta por sua vez aproveita os devaneios do Jourdain para lhe extorquir dinheiro. A senhora Jourdain começa a desconfiar e a filha Lucile a desesperar por o pai impedir o seu casamento com Cleonte, que não é fidalgo. Covilhete, criado de Cleonte, com o apoio de Dorante e a colaboração senhora Jourdain, monta um imbróglio, fazendo passar Cleonte pelo Grão-Turco- Mufti- para que se possa casar com Lucile. Jourdain é arrebatado e consente com prazer em conceder sua filha em casamento a um monarca estrangeiro. Fica ainda mais embevecido quando o "príncipe turco" o informa que, como pai da noiva, também receberá um título de nobreza numa cerimónia especial. Começa assim a cerimónia turca, um dos intermezzos do IV ato, onde Jourdain é feito Mamamuchi, um título digno, por entre bailados, cantares e linguajares “à turco”, executados por bailarinos turcos-dervis; é a apoteose da peça. Jourdain acaba por aceitar Cléonte, disfarçado de turco (acreditando tratar-se do filho do Grande Turco), numa cerimónia burlesca cheia de movimento, cor e exotismo. Para celebrar o matrimónio (V ato), tudo termina com uma «Bailado das Nações», danças e músicas livremente inspiradas em arquétipos culturais de Espanha, Itália e França. É precisamente este recurso dramatúrgico shakespeariano – o teatro dentro do teatro – que permite à música de Lully ressaltar as diferenças de um estilo musical genuinamente francês. O espetáculo inicial - Na apresentação, Molière representava o papel de Monsieur Jourdain, surgindo vestido de cores vivas, ornamentado com rendas prateadas e plumas multicolores, enquanto Lully desempenhava o papel de Mufti na dança da cerimónia turca do quarto ato. A peça constitui um documento curioso da época, na qual qualquer financeiro rico comprava um cargo que lhe conferisse nobreza ou qualquer burguês adquiria com normalidade as propriedades de um grande senhor arruinado, apropriando-se do seu nome e título. Neste contexto, a peça de Molière é uma comédia de atualidade e uma sátira contra o snobismo moderno. Monsieur Jourdain recebendo os seus convidados, William Powell Frith (1819-1909), c. 1840, Museu de Victoria e Alberto, in https://goo.gl/6qdHZP, consultado a 21/10/2017 Primeira aula de dança de Monsieur Jourdain, William Powell Frith (1819-1909), c. 1840, in https://goo.gl/HpTPzB, consultado a 21/10/2017
  • 3. Contexto histórico Entre a Queda de Constantinopla, em 1453, e o Cerco de Viena, em 1683, o Império Otomano inspirou na Europa Ocidental um geral sentimento de pavor. Os turcos eram o principal inimigo da cristandade, o infiel ou mesmo o anticristo. O século XVII viu despontar uma crescente curiosidade – que já se vinha a manifestar desde o Renascimento – e que eclodiu no século XVIII numa verdadeira obsessão pela Turquia. Esta “mania” forma uma das principais orientações estéticas do período, a "Turquerie", que viria, à semelhança da "Chinoiserie", a influenciar de forma decisiva o novo estilo Rococó. O crescente número de visitantes europeus a Istambul, a aliança política entre a França e a Turquia e as embaixadas otomanas às cortes ocidentais proporcionaram um maior conhecimento dos hábitos e tradições orientais, e fizeram com que tudo o que fosse "alla Turca" ou "façon de Turquie" se tornasse moda: tecidos, cerâmicas, mobiliário, jóias, roupas, artigos decorativos, etc. . No mundo do espetáculo, compositores e dramaturgos não ficaram indiferentes. Ainda que houvesse um real desconhecimento – e mesmo desprezo – da música turca, as evocações sonoras do Oriente, sobretudo associadas na música cénica, ao luxo excessivo, à sumptuosidade, ao langor e à ociosidade – numa visão paradisíaca mas decadente sobretudo associada à corte do Sultão e ao seu harém – passaram a ser uma constante nos palcos, sobretudo em França, mas também na Itália, Alemanha e Inglaterra. Histórias vagamente baseadas em narrativas turcas passaram a servir de base a libretos de Ópera, enquanto as Comédie-Ballet e a Opéra-Ballet preferiram pantomimas cómico-sentimentais passadas em cenários orientalizantes em que figuras típicas da cultura turca são frequentemente ridicularizadas ou reduzidas a tipos comportamentais (os Paxás, as Sultanas, as Odaliscas, os Eunucos...). Ainda assim, é graças a estes espetáculos que estes personagens hoje fazem parte do nosso imaginário, moldando a nossa visão da Turquia, e ajudando-nos a aceitá-la como a fronteira difusa entre a Europa e o Oriente. As obras que surgem parecem ser uma jornada a uma terra de devaneio e de sonho, em que a elegância e o refinamento da música barroca se combinam com acentos cómicos, ritmos vigorosos, e algumas sugestões étnicas, de forma a construir um idílio sonoro, uma paisagem ideal que corresponde às maravilhas recriadas e https://goo.gl/fKHUX3, consultado a 21/10/2017 https://goo.gl/TjEop4, consultado a 21/10/2017
  • 4. encenadas por salões turcos, tendas de jardim, falsas mesquitas e a um infindável número de "turqueries" que recamavam os palácios europeus setecentistas, e que hoje ainda nos deliciam pela sua surpreendente mistura caprichosa de exotismo e fantasia. Ballet de Corte - espécie de teatro dançado, bastante comum nos grandes acontecimentos. Para se entender como era um Ballet de Corte basta imaginar uma peça de teatro com as danças da época, que usava poesia para contar a história e que não era repetida muitas vezes, no máximo 1 ou 2, e é por isso que não foram conservados como os repertórios. Na realidade, possuíam cinco elementos constituintes: dança, música, poesia, cenário e ação dramática. Os Ballets de Corte surgiram na França, mas a partir de 1600 espalharam-se pelas cortes de toda a Europa. Na segunda metade do século XVI uma grande quantidade de problemas na sucessão dos reis da França, brigas e guerras entre as famílias dos nobres geraram a necessidade de se reafirmar o poder real. O ballet tornou-se, então, um meio privilegiado de propaganda, e após a consolidação do reinado de Luís XIV, era dançado como uma cerimónia de adulação ao Rei. Aliás, Luís XIV era um apaixonado pela dança. Praticou desde pequeno, às vezes até preocupando os responsáveis por sua educação porque ele não se interessava por mais nada. Incentivou a dança durante todo o seu reinado, e não só compôs um ballet inteiro como participou como ator de muitos, e, a título de curiosidade, preferia os papéis de "grotescos mal vestidos" e de mulheres. No ballet de La Nuit desempenhou o astro-rei, sendo a partir daí conhecido como o “Rei Sol”. Fundou em 1661 a Academia Real de Dança, facto que inaugura uma nova era para o ballet artístico, baseado no estudo metódico e profissional. Desse modo, os ballets contavam desde factos políticos como uma vitória na guerra até romances. Infelizmente, não há sequer resquícios de libretos que narrassem as histórias representadas. O que podemos descrever é que as coreografias apresentavam figuras geométricas como círculos, quadrados, triângulos e até letras, geralmente a letra do monograma do rei. Para que essas formações fossem visíveis, as danças eram exibidas num nível abaixo dos espectadores, numa forma parecida mas não semelhante à dos teatros de arena ou dos estádios de futebol (bem menores, logicamente). É interessante notar que a dança de corte utiliza como personagens elementos não humanos, até Deuses das culturas grega e romana, que representam as pessoas da vida real. A dança se tornou mais que um passatempo da corte, se tornou uma profissão e os espetáculos de ballet foram transferidos dos salões para teatros, ruas que popularizou a dança posteriormente. Em princípio, todos os bailarinos eram homens, que também faziam os papéis femininos, mas no fim do século XVII, a Escola de Dança passou a formar bailarinas mulheres, como Marie Camargo, que causou sensação por encurtar a sua saia, calçar sapatos leves e assim poder saltar e mostrar os passos executados. Era importante que os membros da corte dançassem bem e, por isso, surgiram os professores de dança que viajavam por vários lugares ensinando danças para todas as ocasiões. In https://goo.gl/UUeKtP consultado a 21/10/2017 (adaptado). Divertissements - sequência de dança ou de curto bailado geralmente usado como interlúdio (preencher o espaço entre 2 atos). Comédia-ballet - peça de teatro com diálogo falado, entremeada com música e dança. Género criado, por Jean Baptiste Poquelin, Molière, em 1661. Eram espetáculos originalmente pensados para abrilhantar as sumptuosas festas promovidas pelo rei Luís XIV. A fim de aproveitar plenamente os recursos disponíveis, Molière articulou a representação declamada, a música e os Ballets de Cour, permitindo aos bailarinos mudarem de figurinos e intervirem em vários divertissements integrados no desenrolar da ação. Esta era uma solução cénica que se distinguia na época, pela maneira harmoniosa como reunia as diferentes artes. Luís XIV no Ballet Real de la Nuit, 1653. Tinha 14 anos e apresentava-se como o Deus Apolo Le roi danse, excerto do filme de Gérard Corbieu Le roi danse: idílio, excerto do filme de Gérard Corbieu
  • 5. https://goo.gl/hP6rSn, consultado a 12/10/2017 Bibliografia: PINTO, Ana Lídia e outros - História da Cultura e das Artes – Ensino Profissional. Lisboa, Porto Editora, 2008. https://pt.wikipedia.org/wiki/Jean-Baptiste_Lully, consultado a 18/10/2017 https://www.youtube.com/watch?v=JY49uIf57XE, consultado a 18/10/2017 https://goo.gl/Z12XYf, consultado a 18/10/2017 https://goo.gl/EbqjVS, consultado a 18/10/2017 https://goo.gl/UUeKtP, consultado a 18/10/2017 https://goo.gl/RGfdyR, consultado a 18/10/2017 https://goo.gl/9mPcjc, consultado a 18/10/2017 Jean-Baptiste Poquelin, mais conhecido como Molière (Paris, 15 de janeiro de 1622 — Paris, 17 de Fevereiro de 1673), foi um dramaturgo francês, além de ator e encenador, considerado um dos mestres da comédia satírica. Foi dramaturgo, ator e encenador. É considerado o mestre da comédia satírica. Filho de um artesão parisiense (Jean-Baptiste Poquelin), Poquelin ficou órfão da mãe (Marie Cressé) quando ainda era criança. Em 1633 entrou na prestigiada escola de Jesuítas do Collège de Clermont, onde completou a sua formação académica em 1639. Quando chegou aos 18 anos, o seu pai passou-lhe o título de Tapissier du Roi (Tapeceiro ordinário do rei), e o cargo associado de valet de chambre (criado de quarto), pelo que teve desde cedo contacto com o rei. Começou por dirigir uma companhia de teatro ambulante (1643) com a qual percorreu França, compondo e representando farsas ao estilo da commedia dell’arte. Após a primeira atuação em Paris diante de Luís XIV (24/10/1658), passou a ser seu protegido, fixando-se no Petit-Bourbom, um teatro adjacente ao Palácio do Louvre. Os retumbantes êxitos aí alcançados permitiram-lhe mudar-se para o Palais-Royal, onde viria a desenvolver os seus cenários inovadores com a integração de uma orquestra. Combinando as funções de dramaturgo, ator e diretor, a maior contribuição de Molière para a renovação do teatro foi a transformação do espaço da representação (estando na origem da cenografia moderna) e a acutilante observação da sociedade que o rodeava. O seu espírito cómico e mordaz ficou patente em peças como “A Escola das Mulheres (1662), em que critica e ironiza o moralismo que caracterizava a educação das mulheres; “Tartufo” (1664), que constitui uma das maiores sátiras contra a hipocrisia; ou “O Misantropo” (1666), uma tragicomédia na qual um sonhador sucumbe perante as convenções sociais, entre muitas outras. Molière usou as suas obras para criticar os costumes da época. É considerado o fundador indireto da Comédie- Francaise. Um dos mais famosos momentos da biografia de Molière é a sua morte, que se tornou numa referência no meio teatral. Em 17 de janeiro de 1673, enquanto representava no palco o protagonista de sua última obra, Le Malade imaginaire (O doente imaginário), Molière sofreu um repentino colapso e morreu poucas horas depois, em sua casa de Paris. Como se assinalou com frequência, não é de estranhar que o mestre do duplo sentido e da dissimulação tenha encerrado a vida e a carreira no momento em que encarnava um falso doente É dito que morreu no palco, representando o papel principal da sua última peça. De facto, apenas desmaiou aí, tendo morrido horas mais tarde em sua casa, sem tomar os sacramentos já que dois padres se recusaram a dar-lhe a última visita, e o terceiro já chegou tarde. Diz-se que estava vestido de amarelo, o que gerou a superstição de que esta cor é fatídica para os atores. Os comediantes (atores) da época não podiam, por lei, ser sepultados nos cemitérios normais (terreno sagrado), já que o clero considerava tal profissão como a mera "representação do falso". Como Molière persistiu na vida de ator até à morte, estava nessa condição. A sua mulher, Armande, pede, contudo, a Luís XIV que lhe providencie um funeral normal. O máximo que o rei consegue fazer é obter do arcebispo a autorização para que o enterrem no cemitério reservado aos nados-mortos (não batizados). Ainda assim, o enterro é realizado durante a noite. Agora responde… Sobre a peça “O Burguês Fidalgo” 1. Identifica: a. Género. b. Autores. c. Encomendador. d. Local e data da 1ª representação. e. Público da 1ª representação. 2. Descreve o acontecimento que levou à criação da peça. 3. Reconta sumariamente o libreto da peça “O Burguês Fidalgo”. 4. Compara a narrativa da peça com a sociedade da época. 5. Justifica a importância do teatro na Corte de Luís XIV. Sobre a peça enquanto obra de arte: 6. Características do género artístico (aspetos inovadores). 7. Função que cumpriu no seu tempo histórico.